15/11/2018
A semana da Proclamação da República termina com duas lições ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, em Gaspar: a primeira de que a sua comunicação é amplamente defeituosa e vai continuar assim num ambiente onde cada vez mais ela é decisiva para a interação comunitária, bem como favorecer o reconhecimento público do administrador pelos eleitores; falta o mínimo nela e que os pagadores de pesados impostos cada vez exigem mais: a transparência. A segunda é de que à necessária refundação do governo que tanto escrevo aqui, é apenas uma intenção antes dela ser uma meta diante de tantos abalos e à falta de resultados na expectativa criada e que levou a coligação de Kleber à vitória nas urnas; a refundação ensaiada por amadores, contém os mesmos vícios, erros e personagens que levaram à exposição do governo e aos pífios resultados até aqui. O balanço disso tudo? Aprendizado, zero! Enquanto isso, o tempo se esvai e trabalha contra o atual governo.
O gesto de Kleber ao ir à Câmara no dia seis, depois da semana dos Mortos, mostrou as duas faces de uma mesma moeda que o enfraquece: a grandeza dele e a fraqueza da equipe que constituiu e o mal protege; tudo feito para abrigar os amigos, os amigos dos amigos, os múltiplos interesses incluindo os conselheiros familiares, conspiradores de sempre e religiosos da nova ordem política, tanto que para afastar a zica, apareceram no gabinete dele dezenas de pastores das igrejas evangélicas pentecostais de Gaspar, e em oração, pediram proteção. Ajuda, mas não resolve. Até eles, já entenderam onde está metido o seu fiel e correram sob fé em socorro. A grandeza de Kleber foi subir à tribuna da Câmara, orientado, quando tudo poderia se complicar e lá reconhecer publicamente que errou e se excedeu no caso do tal Assédio Moral contra os comissionados, naquela gravação que percorreu os aplicativos de mensagens. A fraqueza, todavia, está em como se chegou àquele ponto de se fazer aquela mensagem daquele modo. Kleber desarmou a bomba fruto da má gestão da comunicação – que não a possui, de verdade -, da estratégia amadora, do assessoramento temerário, mas deixou outras armadas.
Novembro vem se mostrando bem melhor do que aquele dezembro do ano passado. Lá, Kleber com sua mulher Leila, o vice, seus secretários e outros vestidos para festa e comemoração, assistiram do plenário da Câmara, sem muito entender, o que essa coluna tinha anunciado que aconteceria: a eleição de Silvio Cleffi, PSC, fiel, cria e aliado de Kleber, como presidente da Câmara, com os votos da oposição. Silvio trocou de lado, exatamente diante da arrogância, da comunicação falha e da falta de diálogo político do governo Kleber, incluindo o prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira – que sem a Câmara saiu de fininho da supersecretaria da Fazenda e Gestão Administrativa criada para ele na desgastante Reforma Administrativa, e foi parar na Saúde, outro caos - bem como o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, que tentarm passar a perna pela omissão no acordo de poder no Legislativo, como se lá também mandassem.
Foi um ano penoso e de ré para Kleber. A propalada “eficiência” da propaganda oficial passou longe do seu governo. Entretanto, a desgastante votação do PLC 003/2018 que passa da prefeitura para o Samae a limpeza das valas da cidade com dinheiro das taxas de água e coleta de lixo - assunto que pode ainda parar na Justiça -, mostrou na terça-feira desta semana que Kleber está tentando retomar a maioria perdida na Câmara. Se isso acontecer e é provável, ao menos poderá governar com mais tranquilidade. E perguntar não ofende: e precisava perder um ano com a minoria da Câmara? Entretanto, se não mudar a forma, a linguagem e a estratégia da comunicação, pouco adiantará essa suposta conquista no âmbito da governabilidade mínima e sustentável diante de uma oposição insistente e eleitores empoderados nas redes sociais e aplicativos de mensagens. É só ver quando o governo posta alguma coisa como surgem imediatamente as cobranças por outras. A lista de erros, vícios e gente que traz a ineficiência à gestão de Kleber é longa. E tende a aumentar. Outubro de 2020 é logo ali e os que estão no poder parecem não perceber que o tempo voa, só o jeito de governar antigo do MDB e PP de Gaspar continua numa boa. O Banco origem dessa comparação afundou. Só a lembrança da propaganda de bons tempos e garantias que não vieram. Acorda, Gaspar!
O ex-prefeito de Gaspar (1966 a 1970 pela Arena, vindo da UDN e hoje no PP), Evaristo Francisco Spengler e sua Dica (Dilsa), uma ativista comunitária como poucas por aqui, no dia 14 de novembro 1953, quando muitos dos leitores e leitoras da coluna nem tinham nascidos, resolveram se casar. Estão comemorando as Bodas de Platina (65 anos) com filhos, netos e bisnetos.
Começaram as mudanças nos partidos políticos. Muita gente pedindo desfiliação. Alguns já têm destino certo, o PSL. Outros vão esperar os governos de Brasília e de Florianópolis se acomodarem.
Votaram contra o PLC 03/2018 que pega as sobras das taxas de água e lixo para abrir valas desentupidas em Gaspar: Silvio Cleffi, PSC; Cícero Giovani Amaro, PSD (funcionário do Samae); Mariluci Deschamps Rosa, Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps (ex-funcionário e diretor do Samae), todos do PT.
Da dita posição votou com o governo Kleber neste assunto como previu antecipadamente a coluna, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, até então aliado do PT, bem como Wilson Luiz Lenfers, PSD. Da base do governo não estava presente Ciro André Quintino, MDB, que guardava luto devido ao falecimento da sua genitora Beatriz, aos 86 anos, na segunda-feira.
Perguntar não ofende. As festas de outubro pela região foram um sucesso. Gaspar tem como diretor de Turismo Norberto Mette, que como ex-secretário de Turismo de Blumenau, tocou algumas Oktoberfest. Quando Gaspar que possui uma cervejaria artesanal competitiva vai se inserir nesse contexto? Acorda, Gaspar!
O prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, MDB, ensaia retomar a maioria na Câmara. Com a possível dança das cadeiras nos partidos e os desgastes dos tradicionais, teve gente que para ficar na base de Kleber, já botou preço. Ai, ai, ai
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).