02/10/2019
Se o presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB (à esquerda), mesmo sem convite específico, conseguiu se apresentar, cumprimentar, aproximar e abrir portas com o governador Carlos Moisés na visita que ele fez a Ilhota, qual a razão para o prefeito Kleber ficar longe desta necessária ação por Gaspar?
É simbólico e significativo o isolamento a que se submete Gaspar por meio do seu prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Aliás, essa não é uma marca exclusiva dele, diga-se, antes de prosseguir. Não é à toa, que sem avisar, em um dia da semana, os gasparenses descobrem que seu prefeito não está aqui, mas em Brasília, na maioria dos casos não se sabendo direito o que está fazendo por lá.
É incapaz de se produzir, justificar e debater pública e antecipadamente uma agenda e à necessidade da viagem à Capital Federal. Ou ela não é tão importante assim, ou na verdade é uma espécie de fuga, ou é uma forma de se obter diárias. O foco de resultados está em Gaspar, na região metropolitana e até mesmo no estado de Santa Catarina. É esse o nosso mundo real.
Vamos tomar o último exemplo, e tratado aqui neste espaço e de relance, nesta coluna de segunda-feira.
O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, esteve, depois de fazer biquinho por nove meses, em Blumenau, Ilhota e Brusque. Em Gaspar, nem veio para apertar a mão dos irmãos de farda – ele é um tenente coronel da reserva dos Bombeiros Militares - ou os do PSL.
Kleber ficou aqui esperando. E mais uma vez, chupou o dedo.
Mário Hildebrandt, sem partido, também não era oficialmente o anfitrião de Carlos Moisés em Blumenau, mas não ficou esperando e nem chupou o dedo. Fez as honras da casa. Aproximou-se. E olha que Blumenau é uma cidade líder, referência e um colégio eleitoral nada desprezível para qualquer governador. Lá, o PSL tem um adversário declarado para a disputa de outubro, o deputado Rodrigo Alba, PSL, o articulador da vinda do governador.
Nem por isso, o prefeito de Blumenau, abdicou da sua obrigação institucional em favor da cidade e dos cidadãos de lá.
Se Kleber possui tempo, dinheiro, disposição e até justificativas para ir a Brasília, qual a razão para não ir a Blumenau, Ilhota ou Brusque se encontrar com o governador que já sinalizou que prefere o aconchego da ilha da magia e do ócio onde nasceu?
A formação militar – e comportamento - diz que Moisés espera pelo beija-mão no seu posto e dali faz as escolhas. Mas, quem não se aproxima, ficará, por isso, mesmo cada vez mais. E Kleber representa uma cidade, antes dele representar a si mesmo.
UM LÍDER ESTÁ OBRIGADO À REPRESENTAÇÃO DA COMUNIDADE
Um líder se faz ou escolhido pela sua capacidade de neutralizar, adaptar e superar as dificuldades ou os desafios. Esta não parece ser a marca de Kleber: a de criar espaços, fatos e processos para deles retornar com vantagens para o coletivo. Kleber, dá seguido sinais, que é comandado por um grupo que vive nas sombras dele, que pode até descartá-lo a tal ponto de recentemente o próprio Kleber de viva voz ter declarado em uma entrevista numa rádio local de que não sabe se será candidato a reeleição.
Em Brasília Kleber é um zero. Nem ele, nem ninguém é capaz de provar o contrário. Quem não o deixa ser menos do que zero, é o deputado Rogério Peninha Mendonça, do seu MDB, que está muito mais próximo de Jair Messias Bolsonaro e conhece os atalhos de muitas soluções. Então Kleber não precisa estar em Brasília, precisa estar com Peninha. E para isso, pode ser aqui, nos aplicativos de mensagens, telefones e e.mails. É mais barato, mais ágil, mais eficaz.
Era preciso ter um projeto, uma ideia ou uma necessidade para se aproximar do governador quando ele esteve no Vale do Itajaí? Sinceramente, não!
Contudo, manda-se ao bom político, ao líder, ao jovem cheio de gás por sua cidade que ele estivesse lá para ser percebido, enturmado, articulado e inserido num contexto metropolitano mínimo de Blumenau, de Ilhota ou até Brusque, no mínimo para entender e buscar soluções conjuntas com os demais prefeitos, o governador e sua equipe.
Nem isso, Kleber conseguiu fazer. Deixou isso para os outros ocuparem o espaço político, incluindo o ato administrativo próprio da sua investidura como prefeito. Preferiu ficar em Gaspar, onde os problemas, desafios, oportunidades abundam na relação com o governo do estado ou na soma de interesses comuns dos prefeitos da região. Kleber está isolado até na AMMVI. Kleber está olhando a maré. E outubro do ano que vem está chegando e o desgaste da sua imagem aumentado, apesar da contratação de um esquema de promoção de imagem para deixa-lo diferenciado para o pleito.
Quem mesmo orienta o prefeito Kleber que só olha obras como símbolo de gestão e eficiência administrativa, mas que nada avança e ao mesmo tempo machuca os pagadores de pesados impostos?
Para se ter obra, primeiro é preciso planejamento, segundo execução e terceiro, conclusão dentro dos prazos prometidos ou necessários para se obter os bônus do reconhecimento ou eleitorais. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Continuam rendendo no Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina as representações contra o ex-prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bossi (2013/2016), e seu então secretário de administração, Fernando Neves, ambos do PSD.
Ilhota em chamas II. O alvo é a falta de transparência dos atos e documentos daquele governo, bem como o desprezo que tinham o ex-prefeito e o ex-secretário pelo site oficial da prefeitura. Justiça que tarda, falha.
Tardia demais – mas ao mesmo tempo necessária - a Audiência promovida pela Câmara de Vereadores de Gaspar para discutir o edital de concorrência que a partir do dia 22 de outubro vai tentar escolher o novo concessionário do serviço público do transporte coletivo daqui.
Este tipo de audiência e discussão com a comunidade, agência reguladora, entidades e com a população – que estava lá inflada com alunos do curso de Educação de Jovens e Adultos e que que não se manifestaram -, deveria ter acontecido bem antes do edital ser lançado à praça. Agora, não há chance nenhuma dele ser modificado. Apenas queixas, tristes constatações e palanques.
Outra. Exigir R$18 milhões de capital social das pretendentes ao serviço é algo que remete ao direcionamento ou então, ao exagero. Garantir um faturamento de R$174 milhões de faturamento em 20 anos à vencedora também é temerário num ambiente de incertezas em que está metida a mobilidade urbana que a cada dia perde passageiros por não ser atrativa e ao mesmo tempo cara.
Trato disso na coluna de sexta-feira, diante do silêncio da mídia sobre este crucial assunto e que já mereceu vário artigos por aqui para o desespero do poder de plantão. Sintomático: do governo ninguém, nem o vereador líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, apareceu por lá. Isso dá bem a dimensão como o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, e o prefeito de fdato Carlos Roberto Pereira, ambos do MDB, tratam esse crucial e essencial assunto para os gasparenses mais pobres.
Queridinha dos políticos gasparenses, as redes sociais – e aplicativos de mensagens – para combater a imprensa livre, elas se tornaram um problema. Os políticos – incluindo os vereadores - estão reclamando dos conteúdos e principalmente do tom delas. Alguns, até ameaçam de processos aos cidadãos com opinião ou que postam fotos dos descasos. Um dia os políticos descobrirão que deveriam ter ficado em casa ao invés de se travestirem de políticos para aumentar a renda pessoal e familiar.
Tem vereador com a programação da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos de Gaspar debaixo do braço, e com por ela, está fazendo indicações para levar os louros. Sabedor da programação, faz a indicação e ai pimpa: é atendido. Tem gente incomodada na Câmara com a esperteza.
Consultei pelo menos quatro vereadores de Gaspar sobre a mudança no Regimento Interno e que obriga o voto aberto na eleição da presidência da Câmara. Todos os quatro se declararam a favor. Um deles, não muito convicto, todavia.
Contudo, os quatro foram unânimes. Antes a suposta traição era tida apenas um recado, uma vingança. Agora, a fidelidade terá um preço e será as claras. Se o partido ou o poder Executivo fechar com um candidato, tudo passará por uma negociação e compensações, que necessariamente não será financeira, mas por espaços políticos, cargos no governo ou na mesa diretora, empregos a cabos eleitoral, ajudas de todas as espécies e obras etc.. Entenderam o tamanho do buraco criado. Ninguém vai dar voto obrigado sem uma contrapartida de bastidores compensatória. Acorda, Gaspar!
Os senadores Dário Berger, MDB, Esperidião Amim Helou Filho, PP, e Jorginho Melo, PL, ajudaram na aprovação da PEC da Reforma da Previdência. Por outro lado, Berger e Amim, experimentados no ofício, participaram da chantagem e recado ao presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, que quer ver o seu filho Eduardo, deputado Federal por São Paulo, embaixador nos Estados Unidos. Derrubaram texto que diminuía o abono. Prejuízo de R$76 bilhões a serem cobertos pelos escassos pesados impostos dos brasileiros. Bolsonaro para que não conhece bem Berger e Amim.
O Pronto Socorro do Hospital de Gaspar voltou a ser foco forte de problemas e reclamações. Não tem jeito. Parece um caso perdido. Afinal, sustentado pela intervenção da prefeitura, quem é de verdade dono dele?
O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, esteve em Florianópolis, nesta terça-feira para mostrar o que vem fazendo para combater com inteligência e de forma integrada com os aparelhos federais e as polícias estaduais, o crime organizado, o tráfico, o contrabando e a corrupção de um modo em geral. Na foto, Moro cumprimenta o Delegado Geral de Polícia Santa Catarina, o gasparense Paulo Norberto Koerich.
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