04/05/2020
Já está melado o relatório oficial da CPI. Os membros do governo (que são maioria na comissão) já pediram data para o relatório paralelo que eles próprios vão aprovar para enterrar o inquérito
Engenheiro da Engeplan foi depor na CPI das dúvidas nas obras de drenagem e pavimentação da Rua Frei Solano. Levou mais dúvidas sobre o procedimento da prefeitura na gestão das obras
Um Boletim de Ocorrência lavrado pelo encarregado e o fiscal de obras da empreiteira dando conta que um comissionado bem relacionado da prefeitura de Gaspar foi lá na Rua Frei Solano e levou embora dez carradas de saibro, sem pedir, sem negociar e pertencentes a Engeplan, pode ser o estopim do azedamento da relação dos políticos no poder de plantão com a empreiteira.
Foi isso, que se revelou entre outras, na reunião da CPI que colheu o depoimento do engenheiro Arnaldo Assunção, da Engeplan, à Comissão na Câmara de Gaspar. A CPI apura às supostas irregularidades na demorada obra de drenagem e pavimentação da Rua Frei Solano.
Apesar da insistência do vereador Cícero Giovane Amaro, PL, o engenheiro Arnaldo e o advogado que o acompanhava, afirmaram desconhecer o assunto e se surpreenderam com ele. Limitaram-se, entretanto, a reconhecer o BO e identificar como sendo da empresa e autores os trabalhadores das obras, seus empregados.
O depoimento do engenheiro foi um dos mais longos e reveladores.
Ele desnudou que a Engeplan foi emboscada numa armadilha ao ganhar na concorrência a obra em Gaspar. Sem ser informada e penalizada formalmente antes, teve o contrato rompido unilateralmente e dentro do cronograma físico-financeiro estabelecido pelo contrato, e nos realinhamentos que fez e documentou com a própria secretaria de Planejamento Territorial de Gaspar para acabar a obra.
Ou seja, a prefeitura fez um monte de provas contra ela própria.
Na Câmara, quando este assunto foi cobrado pelos vereadores da oposição e discutido nas sessões ordinárias, a Engeplan foi taxada pelo líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, como uma empresa canalha, vagabunda, trapaceira, irresponsável e com um monte de processos entre outros adjetivos e acusações desqualificadoras, como justificativas para tirá-la de lá e livrar a cara da atual gestão.
“É duro ouvir isso”, retrucou Arnaldo ao ser apresentado às acusações em vídeo montado e mostrado pela CPI. É que as sessões da Câmara de Gaspar são gravadas.
“Nós temos 51 anos, nunca mudamos de CNPJ, e desde 1999 quando entrei na empresa, nunca ouvi falar que alguém tivesse rompido unilateralmente um contrato conosco por causa de problemas ou capacidade técnica. Conhecemos muito bem àquilo que fazemos”.
Pois é, a atual gestão foi capaz, mais uma vez, de desmoralizar e constranger quem possui currículo limpo para esconder sua incapacidade de realização. O poder de plantão é uma máquina de triturar a realidade em busca de votos. Eu por exemplo, já estou acostumado a isso.
Volto. Devido a imprudência do pessoal liderado pelo prefeito Kleber, este assunto foi parar no âmbito administrativo e da Justiça. E lá vai render. E quem vai pagar mais por esta pesada conta serão os escassos impostos dos gasparenses. Eles estão faltando para obras, saúde, educação, transporte coletivo...
A prefeitura que tinha tanta pressa em terminar as obras não, estranhamente, pelo depoimento do engenheiro Arnaldo, não deu condição para isso. Agora, ela própria está executando, e a passo de tartaruga, numa contradição ao próprio motivo que alegou para romper e tirar a Engeplan de lá.
UMA EMPRESA QUE FEZ O PROLONGAMENTO DA HUMBERTO DE CAMPOS, EM BLUMENAU, E O NOVO ACESSO DO AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS, NÃO TERIA CONDIÇÕES DE PAVIMENTAR A FREI SOLANO EM GASPAR?
Foi a Engeplan, por exemplo, para ficar em dois exemplos recentes, que refez a Rua Humberto de Campos na parte que já existia, em meio a uma Oktoberfest, e a abriu até a Velha em Blumenau, superando as adversidades bem conhecidas de lá, incluindo um período muito chuvoso.
Igualmente, foi a Engeplan que fez o novo acesso do aeroporto de Florianópolis, em meio a dificuldades de desapropriações e falta de recursos liberados. E as entregou no prazo. Em Blumenau, afirmou o engenheiro Arnaldo, até entregou antes do prazo contratado.
Então por que ela não daria conta do recado em Gaspar, em algo muito simples e que estava dentro do cronograma?
Primeiro, a Engeplan alega que recebeu a obra em desacordo com o projeto. Isso já foi amplamente debatido aqui e é de conhecimento de toda a cidade. Aliás, isso é um dos principais motivos da CPI.
Por isso, a Engeplan teve que esperar o alteamento das caixas de inspeções feitas pela prefeitura e por outra empreiteira (CR Artefatos de Cimentos). Teve que esperar as mudanças de bueiros que estava fora do projeto que ela deveria executar na pavimentação.
Impressionante. Instalada no canteiro de obras, a Engeplan descobriu que as jazidas de materiais para aterros indicadas pela prefeitura no próprio projeto e contrato se negaram a fornecer o material, mesmo oferecendo pagamento por eles.
E se isso não fosse suficiente, os bota-foras também indicados pelo projeto e contrato não existiam para tal. E para complicar, a Engeplan pediu ajuda da Ditran para coordenar o fechamento de parte da rua visando a execução do serviço e do ofício que enviou, ela nunca recebeu uma resposta sequer.
Esta sequência, por si só, mostra como a prefeitura trabalhou contra a empreiteira, de forma proposital. E isso, é muito grave.
“Seguimos o que a engenheira fiscal da prefeitura nos pediu, inclusive nas interrupções para a correção dos serviços feitos pelas empresas que nos antecederam”, disse Arnaldo se referindo a Mariana Andreazza Bernardi Diehl. “Cumprimos tudo o que foi acertado nas reuniões com a secretaria, referindo-se a de Planejamento Territorial e a de Obras e Serviços Urbanos. Estranhos a decisão da prefeitura”.
“Setembro, outubro e novembro foram meses de muita chuva, sem contar que ficamos parados um mês por conta dos ajustes físicos em função dos erros dos outros. Só ai entramos na obras.
Contratualmente tínhamos oito meses (a partir de 25 de julho 2019) para a execução e mesmo com todas dificuldades, estávamos com 49% da obra executada e 35% do financeiro em dia quando fomos tirados de lá (novembro de 2019)”, retratou sinteticamente o engenheiro durante o depoimento dele a CPI para mostrar o tamanho da suposta injustiça e dúvidas que ficaram sobre esse rompimento unilateral da prefeitura com a Engeplan.
Foi um dos depoimentos mais reveladores na CPI. Não pelas dúvidas de execução, mas pelo procedimento. O depoimento, mostrou, claramente, como funciona a máquina do governo Kleber de desqualificar gente qualificada, mas que não está babando o ovo no grupo seleto do governo de plantão.
A ESPERA DE MARIANA E DO RELATÓRIO PARALELO
A engenheira fiscal da prefeitura, Mariana, faltou pela segunda vez e desta vez nem justificou. Da primeira, alegou estar grávida, a pandemia e o risco que isso poderia causar a sua Saúde. A comissão vai tentar ouví-la na reunião extra desta quarta-feira, nem que seja por vídeo conferência. E se ainda houver dificuldades, fará as questões por escrito.
Mas, nesta altura do campeonato, o depoimento dela pouco é relevante diante de tudo que já se levantou, descobriu e como Kleber – como se tivesse muito a esconder - manobra para enterrar a CPI.
Até hoje, os membros do governo na CPI, Francisco Hostins Júnior, MDB, e Roberto Procópio de Souza, PDT, impediram o depoimento do engenheiro autor do projeto, e agora trabalham para que as inspeções “in loco” para se comprovar o que foi projetado, licitado, contratado, fiscalizado e pago, foi realmente executado. Estão divulgando de forma errada que se vai quebrar toda a obra e que este serviço vai custar milhões.
O líder de Kleber na Câmara, o mesmo que desqualificou pejorativamente a Engeplan, o vereador Anhaia, já avisou que tal inspeção vai ser cara, vai destruir a rua e pior, atrasar o que já está muito atrasado mesmo que seja para esclarecer o que ele tenta esconder no inquérito. Nega-se a necropsia do morto para diminuir as dúvidas.
E para completar, os que são leitores e leitoras desta coluna já estavam informados, há meses do possível desfecho desta CPI: um relatório paralelo onde nada vai se esclarecer.
Pedida pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do Gasparinho e onde está a Frei Solano, ele foi surpreendido pela manobra dos que cercam Kleber para blindar o prefeito nesta questão.
Criaram o blocão (MDB, PSDB, PDT e PP) onde sacaram o suplente José Ademir de Moura do PSC para inscrevê-lo do PP e com essa manobra, indicaram dois dos quatro membros da CPI. Dionísio, por ser mais velho, devido ao empate, teve que obrigatoriamente assumir a presidência e a oposição ficou com apenas um voto, o do relator Cícero.
O relatório de Cícero, a não ser que ele vire a casaca, será rejeitado pelos vereadores de Kleber na CPI, mesmo diante de tantas evidências. É o jogo jogado e que adiantei aqui. Tanto que na quinta-feira passada, Hostins insistiu com Dionísio numa data para a apresentação de um relatório paralelo. Ou seja, o relatório d Cícero nem está no radar do governo Kleber.
Com o relatório paralelo, a CPI será enterrada no seu nascedouro, como anunciei. Nem irá a plenário, onde o governo possui novamente a maioria.
Dia 25 deste maio será o prazo fatal para tudo isso. E depois sou eu quem exagero. O meu exagero tem outro significado: esclarecimento dos meus leitores e leitoras. E esse é o temor dessa gente no poder de plantão para quem falta desconfiômetro, coerência e transparência.
E o que restará ao Cícero e ao Dionísio? Juntar a documentação, as gravações, os pareceres técnicos, o relatório do relator oficial e oferece-los ao Ministério Público, Gaeco e Tribunal de Contas.
E como o poder de plantão em Gaspar diz ter o corpo fechado, vai trabalhar que nada do que foi apurado e denunciado, tenha andamento nessas instituições. Nem mais, nem menos. E aqui, ao mesmo tempo, durante a campanha eleitoral, terão que lidar com os fantasmas levantados pela CPI das dúvidas das obras da Rua Frei Solano na boca da oposição. Acorda, Gaspar!
Foto da montagem da UTI da primeira UTI do Hospital de Gaspar
O destino, se é que ele existe, é traiçoeiro com os políticos e seus discursos.
A UTI do Hospital de Gaspar – um hospital que ninguém sabe de quem é, um sugadouro de dinheiro público bom, endividado, sem prestação de contas à sociedade, que está sob a intervenção municipal desde a gestão de Pedro Celso Zuchi, PT, que no atual governo já teve quatro administrações diferentes e metido num ambiente de má imagem técnica - entrou há muito no radar dos gasparenses como bandeira política e profissional do médico cardiologista e vereador Silvio Cleffi, então no PSC; hoje está no PP.
A UTI foi “entregue” ontem, quando virou romaria para fotos de políticos, comissionados com o prefeito e um vídeo de propaganda do prefeito. Hoje, ele está apta para atender pacientes. A UTI foi projetada para dez – e não cinco leitos como queriam os “çabios do poder de plantão. Dez é um número para torná-la minimamente sustentável diante da equipe clínica e de suporte que ela precisa ter, para facilitar o reconhecimento governamental na compra de leitos. Ela entra na regulação estadual. O que quer dizer isso? Que vai atender os doentes da região, não só os de Gaspar.
Agora, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e seu entorno estão comemorando este feito. Tudo errado. Virão discursos, viraram “pais” da criança. Farão lives, estão dando entrevistas sem perguntas, bem como vídeos para a propaganda eleitoral nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Ainda, bem que neste estado de emergência não houve inauguração formal (aquelas com fitas e discursos). Ontem os políticos estiveram na UTI para fotos, entrevistas, vídeos...
Foi o destino, se é que ele existe. A Covid-19, é, verdadeiramente, que obrigou os políticos a repensarem suas atitudes em Gaspar a respeito da UTI para o Hospital. Simples assim e estão desafiados a me desmentirem.
Por que Kleber e o prefeito de fato - secretário da poderosa da secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, advogado Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, ex-coodenador de campanha de Kleber, que se exilou como titular da secretaria da Saúde quando Silvio se tornou presidente da Câmara e deu maioria à oposição e hoje interinamente na Saúde - eram contra essa ideia da UTI no Hospital?
UMA UTI QUE NASCEU DA EMERGÊNCIA DA REALIDADE E NÃO DO PLANEJAMENTO DE GOVERNO
Entre outras, a da mesquinhez. É que esta era bandeira de realização profissional e política do cardiologista do Silvio, uma cria política de Kleber e que no entender do poder de plantão, virou traidor. Nem mais, nem menos.
De verdade? Quase ninguém no governo Kleber estava olhando à real necessidade da comunidade, do Hospital, da Saúde Pública e dos mais vulneráveis do município. A desculpa oficial, todavia, se disfarçava ao público.
Argumentava-se que antes da UTI, era preciso melhorar e equipar o Pronto Atendimento, onde as pessoas ainda agonizam em muitos casos e alguns deles relatados no portal Cruzeiro do Vale por longo tempo.
Enquanto isso, o trator do poder plantão liderado pelo MDB, PP, PSDB e PDT não perdoava Silvio e o encurralava para sair da oposição, voltar para o seu ninho e lá ficar sob as rédeas curtas, como está agora.
Querem mais uma do jogo político, onde a Saúde pública é parte desse jogo? Recentemente, Silvio propôs que o desconto do IPTU de Gaspar para os que pagam à vista, fosse revertido para um fundo municipal. Era para se montar uma UTI no Hospital. Os dois projetos se enrolaram na Câmara, onde a oposição e apoio a Silvio não era mais a maioria.
Depois de cozinhar o assunto e quando ele começava a ganhar conotações contra o governo, esses projetos foram aprovados pela unanimidade dos vereadores. Entretanto, com a ressalva de que os recursos obtidos para esse “fundo”, antes deveriam ir para o Pronto Atendimento.
Quando veio o IPTU deste ano, a prefeitura de Gaspar “esqueceu” que essa possibilidade de doação dos gasparenses para o seu Hospital era possível. Não fez nenhuma campanha num governo movido pelo marketing e a propaganda política; não fez nenhum esclarecimento; não estimulou e não fez nenhuma facilitação à doação. Mais do que isso: até hoje não se sabe quanto se arrecadou e quanto está nesse fundo. Vergonha!
E por que disso? Porque o sucesso da arrecadação não seria da cidade, de Kleber para usar em vídeos e na campanha eleitoral, mas de Silvio. Simples assim! E por que? Porque o governo Kleber é uma cara máquina eleitoral de reeleição.
Agora UTI – um patinho feito do governo Kleber - nasceu do dia para a noite.
E a desculpa é a Covid-19. Kleber mudou de ideia? Mudou! E por que? Porque a UTI terá outra paternidade (a Covid e não a ideia de Sílvio que até ajudou na montagem e está escondido); porque se o governo de Gaspar não corresse atrás desse assunto, perderia à janela de oportunidade permitido pela calamidade; pior, na campanha eleitoral, no discurso oposicionista, Kleber poderia sobrar, mais uma vez, como inepto e insensível, como se indica o que se ouve pela cidade.
Antes de prosseguir, uma pergunta que não quer calar: se o Pronto Atendimento do Hospital era o foco de problemas e exigia soluções antes da UTI, por que agora, isso deixou de ser prioridade no discurso, na desculpa e na ação?
É que no ambiente político também houve mudanças. Silvio não resistiu na sua aventura oposicionista e foi enquadrado pelo poder de plantão.
Concluindo: o político Silvio Cleffi está de volta ao ninho que o embalou na política. Mais do que isso: está contido, cumprindo a quarentena do castigo. Resignado, o evangélico de mesmo templo de Kleber e entendeu melhor o que é ser filho pródigo.
Silvio se desfiliou do nanico PSC e foi parar no PP do vice-prefeito e do mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, que na coligação – permitida, então - só se elegeu graças aos votos de Silvio. Sílvio se diz decepcionado com a política, mas é um servo. Como cardiologista deu pitacos na montagem da UTI e vai trabalhar nela. Como político, está de novo nas mãos de Kleber, de Carlos Roberto Pereira, de Melato...
E se não fizer o que eles quiserem, vai perder as oportunidades políticas e profissionais como já aconteceu anteriormente. Acorda, Gaspar!
LIVE DO BEM EM ALGUMAS NOTAS
1. A “Live do Bem” realizada no dia Primeiro de Maio para o Hospital de Gaspar arrecadou em torno de R$530 mil. Um sucesso para algo desacreditado, sem transparência e em ambiente em crise econômica. É para comemorar. E muito.
2. Mais uma vez, a metade desse total, veio da Bunge e do ex-prefeito e empresário Osvaldo Schneider (que doou um terreno) arrematado por Carlos Schmitt (Ceramifix). E olhando a lista de doadores, parece que eles são os mesmos ontem e hoje. Quando faltarem, será temerária promoções idênticas.
3. Arrecadou-se mais cinco barris de chope, comes e local para os organizadores comemorarem. Como estamos em Covid-19, por que não converter isso em doação para o próprio Hospital? Esta é a causa.
4. O sucesso de verdade dessa promoção não é apenas a divulgação do resultado do que foi arrecadado, um ato elogiável de transparência, mas como foi de fato será aplicado cada centavo doado. Isso não é transparência, mas respeito à comunidade. É o gesto da credibilidade para outras promoções desse tipo.
5. O arrecadado foi para uma conta da Acig. Estranho? É que se fosse para a conta do Hospital, tudo iria direto para os credores e gente que processa o Hospital– e que não são poucos cobrando tudo na Justiça. Só este fato, por si só, mostra à fragilidade do Hospital e a má gestão que o compromete. Que fase!
6. E o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, apareceu nas redes sociais como repórter de si mesmo agradecendo aos doadores, dando a entender que teve alguma coisa a ver com esta boa iniciativa e que agora tem muitos pais, engravatados. Meu Deus!
7. O que Kleber não fez? Foi o de anunciar quanto os gasparenses que pagaram IPTU a vista, ao invés de ficarem com o desconto, doaram para o Hospital. Esta informação ele e sua equipe na secretaria da Fazenda, cujo titular é interino da Saúde, Carlos Roberto Pereira, escondem da cidade há quase dois meses. Então... Acorda, Gaspar!
Será mais fácil aumentar os salários deles para a partir do ano que vem
O autor da ideia e presidente da Comissão de Legislação, Roberto Procópio de Souza, PDT (a esquerda) estão em conflito diante da constitucionalidade da proposta. O Relator Geral Dionísio Luiz Bertoldi, PT (ao centro) já deu parecer favorável e provocou saia justa. O presidente da casa, Ciro André Quintino, MDB, (a direita) assiste o debate.
Eu já tinha antecipado na coluna de segunda-feira passada a estrovenga e o desconforto dos políticos o que se escondia nos bastidores no artigo sob o título: “para aumentar os seus ganhos, vereadores são rápidos. Já para diminuí-los e contribuir simbolicamente para atenuar a crise...”
O vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, colocou na Câmara dois Projetos de Resolução: um para diminuir apenas 20%, por apenas dois meses os salários dos vereadores de Gaspar como parte do sacrifício para a crise econômica provocada pelo novo coronavírus. Outro impede o pagamento de diárias para servidores e vereadores até 31 de dezembro.
Para reajustar os mesmos salários, a matéria foi aceita, tramitou e foi aprovada em seis dias nas comissões e plenário na última sessão antes da Covid-19.
Para diminuir, mesmo que temporariamente, as propostas estão se enrolando há quase um mês, e só agora foi parar na Comissão de Constituição e Justiça, porque em um deles, que possui o vereador, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, como relator geral, deu parecer favorável e botou lenha nessa fogueira do faz de conta entre os vereadores.
E por que? No artigo da semana passada, contei-lhes que os demais vereadores da base governamental estavam enciumados com a atitude isolada de Roberto.
Neste eu lhes relato que é muito mais do que isso, além do que a base – onde está atualmente o próprio Roberto - pensa que nesta história quem está exposto é o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele, está sendo aconselhado por seus “çabios” a relutar em baixar simbolicamente o seu salário de R$27.356,69 – um dos mais altos de Santa Catarina. E se os vereadores baixarem, Kleber estaria exposto.
DOIS PROJETOS SÃO INCONSTITUCIONAIS E COM VÍCIOS DE ORIGEM?
É que um parecer da assessoria jurídica da Câmara diz que ambos os projetos são inconstitucionais. Primeiro, quem deveria propor era a mesa da Câmara. Ou seja, se a mesa da Câmara quisesse realmente corrigir este erro de procedimento, já teria feito. O presidente Ciro André Quintino, MDB, e os demais membros estão assistindo. Esperam uma acomodação e que esta coluna se canse dele.
E depois o parecer diz que é inconstitucional. Mais uma vez, o gesto unânime dos vereadores venceria esta barreira formal. Se ela persiste, é porque tem vereador que não quer diminuir o seu salário, ou quer usar as verbas de diárias, principalmente quem vai todas as semanas a Florianópolis. Quer se escudar na lei para não avançar no gesto do sacrifício.
Depois da coluna de segunda-feira, forçadamente, o assunto foi parar na Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação e que é presidida nada mais, nada menos do que o autor das propostas, o vereador Roberto.
Ele é advogado, teria feito algo sem olhar adequadamente à constitucionalidade da proposta e só para aparecer, como acusam parte do governo Kleber e alguns de seus colegas na Câmara? Pelo sim, pelo não, Roberto levou serviço para casa neste final de semana, depois do parecer favorável provocativo de Dionísio e que fez o assunto andar no Legislativo.
Estão na comissão de Legislação, além de Roberto e Dionísio, Rui Carlos Deschamps, PT, Franciele Daine Back, PSDB e Francisco Hostins Júnior, MDB. O que se reluta não é bem pela inconstitucionalidade do projeto, que a unanimidade da iniciativa referendaria tal iniciativa, mas um jogo político para blindar o prefeito a não diminuir temporariamente o salário dele e dos vereadores da base de Kleber.
E para encerrar. É inconstitucional para a Câmara de Gaspar? Em outros municípios, poucos é verdade, porque os políticos lutam contra, não. Mas, em São Paulo, a Assembleia Legislativa, avançou muito mais do que a simples redução de salários e restrições temporárias para diária
Segundo texto do jornal Folha de S. Paulo.
1. A Assembleia também doará ao Poder Executivo 80% do seu fundo de despesa, cerca de R$ 55 milhões, e revisará seus contratos e outras despesas administrativas em até 40%. Além disso, a Casa já havia devolvido ao governo João Doria (PSDB) 7% do seu Orçamento de 2020, o que equivale a R$ 89 milhões.
2. Em relação aos funcionários da Casa, fica suspenso o pagamento da licença prêmio em dinheiro e há redução de salário para parte dos comissionados (que são 2.561 no total). O sindicato dos servidores da Assembleia (Sindalesp) já indicou que vai à Justiça contra esse corte no salário.
3. A versão do projeto aprovada nesta quinta não prevê cortes para quem recebe abaixo do teto do INSS (R$ 6,1 mil). Aqueles que recebem mais do que isso e até 10 salários mínimos (R$ 10,5 mil) terão corte de 10%. Os que ganham ainda acima disso, de 20%.
4. O texto aprovado, determina que o salário dos deputados, de cerca de R$ 25 mil, seja reduzido em 30%. Também corta a verba de gabinete dos parlamentares (de R$ 34,5 mil, usada para passagens, hospedagem, gráficas, aluguel de imóveis e de veículos, consultorias) em 40%.
Ou seja, a suposta inconstitucionalidade de lá foi superada em nome de uma nova situação econômica crítica que é sustentada pelos pagadores de pesados impostos que estão perdendo empregos, falindo e até não tendo como ganhar qualquer tipo de provendo na informalidade.
É de se lembrar que neste ano, os vereadores podem propor aumento dos salários na Câmara para a próxima legislatura. No momento é um assunto proibido, mas que circula.
Ninguém quer se rotular. Depois das eleições, com tudo resolvido, e conhecido os resultados das urnas de outubro, ele será posto e todos enfrentarão à indignação popular. Também simples, assim. Acorda, Gaspar!
Não tem jeito.
Virá só perto das eleições
A Vidal Flávio Dias é usada não só pelos moradores e empresas da região, mas para desvio da BR-470 quando ela está interditada
"Estamos rezando para chover", diz uma mensagem no aplicativo de mensagens acompanhada de filmes e fotos desoladores que dizem mais do que os relatos. A mensagem indignada e desesperada é de um morador da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, em Gaspar. Talvez São Pedro atenda a partir de hoje, se a previsão meteorológica estiver certa.
É que há 15 dias, o carro-pipa que deveria passar por lá, no mínimo duas vezes por dia, não faz mais esse itinerário. E a poeira come solta. E não é pouca.
Depois de falarem por dias com a Superintendência do Distrito do Belchior, governada pelo PSDB com Anderson Reinert, os moradores de lá descobriram que o contrato que a prefeitura mantinha com um terceiro para se fazer este serviço, foi encerrado. Agora, depois de pressão, só na terça-feira, depois da chuva é que, possivelmente, a prefeitura e a superintendência vão montar uma nova solução provisória.
Ela, de verdade, só virá às vésperas da eleição. É sempre assim. A Vidal Flávio Dias já deveria estar asfaltada, e com a ajuda dos empresários que transformaram a região num distrito logístico em função dessa promessa.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, depois de prometê-la, esperou os empresários investirem lá e mudou a prioridade. E por vingança as atitudes dos vereadores da oposição, como revelou em discursos na Câmara, o próprio líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB. Nem mais, nem menos. Acorda, Gaspar!
Se a Câmara Federal aprovar hoje, ou amanhã, e se o Brasil não pegar fogo antes, o que o Senado decidiu no sábado à noite, Gaspar vai ter em seu caixa mais R$9.470.773,87 e Ilhota R$1.928.997,50 como compensação pela perda de arrecadação e para investir no combate a Covid-19. Ulalá.
O empresário Osnildo Moreira, está colocando o dedo na ferida com seus micro-vídeos de dúvidas daquilo que se faz em Gaspar. Eles valem e são muito mais eficazes do que os meus longos textões explicativos desta coluna.
Quando as coisas pegam, não há marqueteiro que dê conta, nem mesmo esses tabuladores de pesquisas que inventam remédios contra a Covid-19 para político aplicar em analfabetos, ignorantes e desinformados.
Os bolsonaristas de Gaspar e Ilhota estão apreensivos. Mandetta era um fanfarrão e as mortes pela Covid-19 aumentaram depois dele; Moro é um traidor, só porque não quer ser chamado de mentiroso e ficar calado com a acusação infantil; e para completar, o Centrão o que mais roubou com o PT será o suporte do presidente.
Uma verdade inconveniente e que mostra a necessidade de se fiscalizar e denunciar: circula um meme nas redes sociais e aplicativos de mensagens com a seguinte reflexão: “o pico da corrupção será entre os dias 10 de abril e 31 de maio, compras sem licitações e farra dos preços abusivos. Depois a curva se achata e volta a corrupção normal”
Depois das obras, a corrupção que mais some com os pesados impostos dos brasileiros é na área de saúde. Ela usa a emergência e a especificidade de remédios, procedimentos e materiais para camuflar o roubo. Isso quando diz ter uma qualidade e vem outra bem aquém. E não é de hoje.
Coisa triste. O ex-secretário de Assistência Social de Gaspar, Santiago Martin Navia – do MDB ele saiu – acaba de dizer que o gasparense está sem transporte coletivo porque o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, estendeu o decreto que proíbe a circulação de ônibus.
Navia, que fez uma administração política e desastrada na sua secretaria, trata todos os gasparenses como tolos. Tudo para defender o seu chefe Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Ambos deveriam agradecer ao governador pela ampliação do decreto. É que se hoje o decreto perdesse a validade, os trabalhadores, desempregados e estudantes gasparenses não teriam transporte coletivo.
A empresa que fazia isso precariamente por aqui, a Caturani, desempregou todo mundo e foi embora. E na licitação do ano passado, cheia de exigências malucas como revelei aqui – o único -, ninguém apareceu. Era uma licitação do século 20, em pleno 21. Esclarecido? A prefeitura queria um monte de dinheiro para ela. Agora, vai ter que meter a mão no bolso para fazer o serviço.
Navia deveria ir ao apartamento de Marlei Correia de Lima, envolvida em problemas sociais, saúde e de vulnerabilidade graves de toda a ordem. É só olhar nas suas fichas na secretaria. Ela mora no residencial Milano. O caso Marlei é resultado do trabalho de Navia na secretaria. Ele a esquece porque ela não serve para ser cabo eleitoral.
No dia dois de maio do ano passado, repito, ano passado, Marlei procurou a Assistência Social. No dia sete foi beneficiada – porque supostamente teria direito e depois de análise criteriosa para esses casos - com o cartão R$150,00. Relatou que estava sem comida, sem remédios obrigatórios que usa, com luz e água cortados. Em 15 de agosto, os problemas eram os mesmos. Foi se virando, por esmola e pidedade, nos problemas e na sobrevivência.
No dia 18 de fevereiro deste ano, Marlei pediu o “auxilio cidadão”. É informada que ele já tinha acabado. Em 26 de março, ela pediu e recebeu R$90,00. Foi para a comida, remédios, luz, água... segundo ela. Esses R$90 são para 30 dias. E a visita agendada no passado pela Assistência Social para o CRAS ir à casa de Marlei e diagnosticá-la, tecnicamente? Até hoje não aconteceu.
Marlei é o retrato daquilo que Navia chama de ponto fora da curva da sua a administração exemplar na secretaria de Assistência Social e que pensa em transformar em votos. Talvez, agora, diante de dilemas, ele possa resolver o que não fez quando titular da secretaria. Meu Deus!
A deputada Federal Carmem Zanotto, do Cidadania, foi convidada pelo governador Carlos Moisés da Silva, PSL, para assumir à titularidade da secretaria de Saúde. Interessante. Carmem Zanotto é cria do ajuste de proteção do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, MDB. Uma pergunta que não quer calar: Moisés não foi eleito, para mudar tudo isso?
E tem mais. Ser policial não é um atestado de idoneidade. Ser militar não é certeza de incorruptível. Ser bombeiro não significa ser um gestor público, apesar de entender e ser treinado para a gestão de situações emergenciais, crises e calamidade.
Mas, ser médico, pode sinalizar entender minimante do assunto no ambiente de secretaria estadual de Saúde para não ser enganado. Então...E ainda mais quando se diz entender administrativamente desse riscado. Agora policial, militar e bombeiro em política e poder corre alto risco de manchar a instituição. É histórico. E não é de hoje. Homens erram e contrariam regras institucionais. Simples assim!
Em Santa Catarina, o oficialato dos Bombeiros Militares saiu em socorro da imagem não da corporação a que deveria estar protegida por seus membros ativos e da reserva, mas de um coronel da reserva, o governador Carlos Moisés da Silvas, PSL, e do seu ex-secretário da Saúde, o coronel da ativa e médico, Helton de Souza Zeferino.
Eles estão super-enrolados e devendo explicações aos catarinenses. E não é de hoje. Que fase!
Vamos combinar. O Jornal Nacional e outros mancheteiam que o Brasil possui mais mortos que a China e o Irã. Isso é um desrespeito não aos telespectadores, mas ao jornalismo. A China e Irã são autoritários e controlam as informações, estatísticas e impedem as checagens. Então não servem para comparação a ninguém.
Um hospital público não é um local de lucro, mas também não é um local de desperdício, má gestão, falta de transparência e palanque político. É um local para dar vida aos que estão fragilizados. Acorda, Gaspar!
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