WILSON LUIZ LENFERS, PSD, COLOCOU ÁGUA NO CHOPE. INCHAMENTO PRETENDIDO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR SILVIO CLEFFI, PSC, SOFREU O PRIMEIRO REVÉS - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

WILSON LUIZ LENFERS, PSD, COLOCOU ÁGUA NO CHOPE. INCHAMENTO PRETENDIDO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR SILVIO CLEFFI, PSC, SOFREU O PRIMEIRO REVÉS - Por Herculano Domício

17/04/2018

Os políticos são incoerentes por natureza e tratam os eleitores pagadores de pesados impostos como imbecis. Quando o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, propôs a Reforma Administrativa no ano passado, a então dita oposição, acertadamente, fez palanque porque a “Reforma” fazia crescer em R$600 mil por ano as despesas da prefeitura com comissionados e funções gratificadas. Em maioria, Kleber ganhou; ficou marcado e se desgastou perante à comunidade pela insistência dessa “reforma”.

Agora, essa mesma oposição, em maioria na Câmara com a traição de Silvio Cleffi, PSC, está inventando cargos comissionados de altos vencimentos no Legislativo para o todo sempre e de livre nomeação de quem for o presidente de plantão da Casa, a começar pelo próprio Silvio. E bota alto nisso, tudo para uso político – disfarçado de técnico - para empregar os seus desempregados. E a desculpa? Que o presidente precisa de assessoramento próprio de confiança pois, supostamente, não “confia” para suas artimanhas nos concursados e contratados efetivos.

O que a dita oposição – PT, PDT, PSD e Silvio - não contava, é que o relator sorteado para a matéria, e vejam só, da própria oposição, o vereador de primeira viagem, Wilson Luiz Lenfers,PSD,  aguasse a farra pretendida. Wilson fez o papel de relator. Apontou o erro e deixou para os vereadores com os votos decidirem se querem ou não o aumento do quadro comissionado de alto vencimento. Em resumo: lavou as mãos.

Como na lenda do escorpião, o presidente da Câmara de Gaspar, o médico Silvio Cleffi, acaba de experimentar um pouco seu próprio veneno. E ainda sob o efeito do veneno e da dor, reage e arruma culpados dentro e fora da própria Câmara, incluindo quem divulga algo público que queria vê-lo como segredo na população. Mas, como a oposição está em maioria, ela e Cleffi prometem enfrentar o desgaste público. Por consequência, nos bastidores há uma “intensa negociação” para aprovar esta matéria. Lenfers está pressionado, super-pressionado por todos os lados!

Vamos aos fatos.

Na sessão de hoje aconteceria uma “troca de favores”. Deveria ir à pauta de votação depois de tramitar, a jato, dentro da Casa, o Projeto de Lei 20/2018 da Mesa Diretora e o 103/2017 do prefeito Kleber para obter financiamentos na Caixa. A troca foi retardada. Vai somente um: o 103/2017 com recomendação de aprovação pelo relator Cicero Giovane Amaro, PSD, da oposição e que fez de tudo para retardá-lo.

A “troca” esbarrou no parecer com advertência aos demais do vereador relator matéria controversa e impopular que cria mais um cargo comissionado e caríssimas despesas para os gasparenses, o de “procurador geral” da Câmara, no PL 20/2018.

O QUE “ENTRAVA” A ESPERTEZA

Wilson, da própria base que apoia e elegeu Silvio presidente -e o sustenta como o mais novo opositor do prefeito Kleber, o seu criador político -, enxergou “desproporcionalidade” entre efetivos e comissionados. A Câmara de Gaspar tem mais comissionados do que efetivos. E este assunto, aliás, rondou o Ministério Público e os ex-presidentes José Hilário Melato, PP – o que iniciou essa farra dos assessores comissionado e teve que fazer concursos para equilibrar essa proporção -, bem como Marcelo de Souza Brick, PSD, Giovânio Borges, PSB e Ciro André Quintino, MDB, que queriam criar mais cargos.

É claro que Lenfers não possui esse conhecimento jurídico para o parecer que deixam expostas a Câmara e as pretensões de Silvio. Como acontece com todos os vereadores, o parecer foi montado pela equipe técnica, e especialmente pelo “procurador jurídico”, concursado e efetivo recente, e por isso, supostamente livre de pressões partidárias ou interesses do poder de plantão na Câmara, Marcos Alexandre Klitzke, e a quem Silvio quer conflitar.

Cabe a cada vereador aceitar e assumir, ou não, as consequências. É um jogo político contra a evidência técnica, administrativa e jurídica. E, por enquanto, Wilson, não está confortável em assumir esse risco e já o assinou no dia cinco de abril o seu parecer. Vapt-vupt.

O parecer não é impeditivo ao voto em plenário. A advertência técnica de Wilson, entretanto, é um sinalizador de que cada um venha a assumir o risco e o desgaste. Sem o voto de Wilson, - pois seria incoerente dar um parecer e votar contra o seu próprio parecer - em teoria, se não houver uma pré-disposição de alguém da minoritária bancada governista para inchar a Câmara, a matéria não passa. Serão necessários no mínimo seis votos dos 13 vereadores. Quem estaria disposto a esta traição? Este é o dilema.

E é aí exatamente que mora o perigo. Silvio Cleffi, um político novo age como os velhos. Quer criar uma equipe cara, só sua, para sustentar as suas próprias realidades, com dinheiro dos gasparenses e como neste caso, enfrentar à própria equipe técnica da Casa.

E para complicar, o líder do MDB, Francisco Solano Anhaia, pediu vistas, ou seja, quer olhar o parecer, interrompendo o seu prosseguimento antes dele ser levado a voto no plenário, se não arquivado antes, se eventualmente constatada a possível de falta de voto para aprova-lo.

Assim, só ficará para hoje, o PL 103/2017.Ele autoriza o governo Kleber ir à Caixa obter R$20 milhões para obras viárias, no programa Avançar Cidades. Nas mãos do relator Cícero Giovane Amaro, PSD, oposição, teve o “regime de urgência” quebrado e se enrolou por mais de meses para o parecer – contrastando com o projeto para inchar a Câmara. Esse deu entrada no dia 27 de março e teria prazo até 11 de maio para sair das comissões. Em tese já está pronto para ser votado desde o dia cinco deste mês. Uau!


O QUE LASTREIA O PARECER TÉCNICO?

Quase tudo está certo no PL 20/2018. O presidente da Câmara pode propor o Projeto como propôs; a Lei Orgânica permite o inchamento, mas desde que se obedeça a tal proporcionalidade entre servidores efetivos e comissionados na Câmara. É a tal probidade administrativa.

É isto que está acentuado no parecer do relator Wilson Luiz Lenfers.

“Quanto a parte material do Projeto de Lei 20/2018, ou seja, criação de cargo de provimento em comissão, a Câmara de Vereadores de Gaspar deve zelar pela proporcionalidade entre o número de servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo e o número de servidores ocupantes de cargos em comissão, lembrando a Decisão do Supremo Tribunal Federal no RE 365368-7, na qual a Câmara de Vereadores de Blumenau teve que adequar o quadro justamente por ter muito mais servidores em cargos de provimento em comissão do que em cargos de provimento efetivo. Decisão de 25 de novembro de 2005. Hoje, a Câmara Municipal de Gaspar possui o seguinte quadro funcional: 13 (treze) cargos em provimento efetivo e 15 (quinze) cargos em provimento em comissão. Caso o Projeto de Lei nº 020/2018 seja transformado em Lei, serão 16 (dezesseis) em cargos de provimento em comissão. Fica o alerta à Edilidade”.

Não será apenas um cargo em comissão. Será o de mais alto vencimento. E não será o único, virá mais: Silvio quer criar o tal “Diretor Geral da Câmara”, também comissionado e de valor ainda mais alto do que o de “procurador geral”.

No dia três de abril escrevi: “Silvio Cleffi quer criar mais um cargo comissionado para si e inchar a Câmara”. Fui o primeiro e quase o único a tocar neste assunto. Repercutiu muito nas redes sociais. A intenção de Cleffi foi unanimemente condenada. Então ele praguejou à exploração de um assunto público e importante para a comunidade que banca tudo isso. Todos os políticos – sejam eles de situação ou oposição e pisando em ovos – estão na muda.

Na edição impressa de sexta-feira, dia 13, o jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, estampou: “Câmara de Vereadores quer criar novo cargo com salário de R$8,8 mil”. É nessa reportagem que Silvio dá mais uma pista: quer criar outro cargo comissionado de alto salário além do de “procurador geral”: o de “diretor geral”. Uau!

Essa gente – mesmo os que se dizem novos na política e fazem por aí discursos de falsa austeridade - perdeu a total noção da realidade. O dinheiro não é deles. É dos gasparenses pagadores de pesados impostos e cada vez de menor retorno deles.


A INCOERÊNCIA DA AUSTERIDADE

Ah, Herculano, mas esses recursos já não estão garantidos no Duodécimo – a parte do Orçamento Municipal na qual a Constituição garante uma fatia da arrecadação de Gaspar para sustentar a Câmara? Estão!

Entretanto, informo que as “sobras” desses recursos voltam no fim do ano para o Orçamento do Município. E o doutor Silvio, que é médico, dono do “pacto unindo Gaspar pela Saúde” no Legislativo, não deveria, por coerência, ser o primeiro a economizar nas despesas da Câmara, criar um projeto e com ajuda de todos os vereadores – ou ao menos da sua majoritária oposição - rubricar essa sobra para a Saúde?

Só esse cargo vai tirar mais de R$100 mil por ano da Câmara. E se vier o tal “diretor geral” comissionado, serão algo em torno de R$300 mil por ano para os dois. E quem garante que vai parar por ai? Melato por exemplo, para diminuir a desproporcionalidade, salvar os assessores comissionados que criou para cada vereador, ver-se livre do bafo do MP, fez a segunda parte: inchou com efetivos. E são essas contas e números que todos querem esconder do debate e da população pagadora de impostos.

É desmoralizante. E até a economia neste sentido proposta pelo vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, diante dos altos gastos propostos por Silvio, soa ridícula. Anhaia, propôs cortar as garrafas de água de 500ml e usar só as que vem das bombonas. E disso ele entende, pois é empresário do ramo.

O PL 20/2018 é de autoria não apenas do presidente da Casa, mas também de Mariluci Deschamps Rosa, PT, Roberto Procópio de Souza, PDT, todos da dita majoritária oposição, e Evandro Carlos Andrietti, MDB. O cargo que Silvio cria custará R$8.884,00 por mês, sem o reajuste de 2% e o Vale Alimentação. Mas, este cargo já existe, que é o de Klitzke e que vejam só, ganha bem menos do que ganhará o comissionado: R$6.600,00 também sem o reajuste e o vale (R$430,00 por mês).

Em menos de três meses, o novo presidente Silvio propôs um “pacto fake” pela Saúde, está propondo altas despesas com assessoramento, naquilo que a Câmara, em tese, já possui.

No fundo, Silvio está retirando o foco e vai ofuscar uma de suas bandeiras que é a de iniciar a construção do prédio da Câmara. Ela, sim, poderia marcar à oportunidade que teve graças a uma traição que fez à uma coligação de governo que pertencia e ao seu próprio criador político, o prefeito Kleber. Acorda, Gaspar!

CÂMARA VAI TROCAR O HORÁRIO DAS SESSÕES: DAS 15H30MIN PARA AS 18H30MIN

Um Projeto de Resolução de autoria de 12 dos 13 vereadores de Gaspar – só o vereador Ciro André Quintino, MDB, não assinou – propõe mudar os horários das sessões ordinárias da Câmara. O dia e a duração continuarão os mesmos: terça-feira e por três horas.

Espera-se que não reivindiquem o adicional noturno.

Com esta mudança, o servidor público municipal lotado no Samae, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, voltará a trabalhar lá e acumular os dois vencimentos. A contragosto, ele teve que se afastar e optar por um dos ganhos.

A tentativa de fazer as sessões no período noturno, é uma reivindicação antiga de entidades – principalmente o Sintraspug – pois a mobilização dos servidores no horário do expediente da prefeitura e órgãos da administração municipal, implicava cerceamento, possibilidade de punição e até descontos das horas não trabalhadas. Aumenta a oportunidade de participação popular nas sessões, para assuntos polêmicos e para partidos organizados nas bases com sua militância como é o caso do PT, além, é claro, de resolver casos como o do Cícero.

Hoje a Câmara possui quatro vereadores funcionários municipais todos da majoritária oposição: Rui Carlos Deschamps, PT (aposentado no Samae), Mariluci Deschamps Rosa, PT (berçarista lotada na secretaria de Educação), Silvio Cleffi, PSC (médico clínico geral do posto do Bela Vista – se desligou da especialidade cardiologia da Policlínica, lotado na secretaria da Saúde) e Cícero.

A oposição, em minoria, até tentou mudar esse horário das 15h30min. Na época, a base do prefeito Kleber e que incluía o atual presidente Silvio Celffi, PSC, em maioria, impediu. A Câmara de Gaspar já teve até duas sessões semanais regulares e à noite, quando o “staff” de assessoramento administrativo e para os vereadores se resumia ao máximo de quatro pessoas, incluindo o motorista. Hoje, são quase 30! Acorda, Gaspar!

 

Edição 1847

Comentários

Paulo
18/04/2018 21:59
Eita, Tenho orgulho de dizer que ajudei a eleger o vereador Wilson Lenfers, aliás posso estar enganado ? mas acho que é o único que presta nessa câmera de vereadores? Não Áfrouxa Wilson o povo está contigo, agora pergunto ao eleitor desse Silvio Cleffi vocês tem orgulho? Ou vergonha? até quando este monte de.... vai guir com seus desmandos?.
Miguel José Teixeira
18/04/2018 09:57
Senhores,

Da série "os doze condenados":

Atentem para a "categoria" dos 11 senadores que visitaram o "reeducando lula ?" Cadastro Nacional de Presidiários: 700.004.553.820".

O "melhorinho" deles é o Senador Gaúcho Paulo Paim, que ocupa a posição 440.

Segurando a "lanterninha", o paraibano adotado pelos cariocas, vulgo "lindinho", classificado em 591.

Notem que são 594 parlamentares da atual legislatura, que felizmente está chegando ao seu fim:

Paulo Paim ?" PT/RS ?" 440
João Capiberibe ?" PT/CE ?" 457
Regina Sousa ?" PT/PI - 491
Paulo rocha ?" PT/PA ?" 492
Fátima Bezerra ?" PSB/BA ?" 501
Vanessa Grazziotin (Catarinense adotada pelos Amazonenses) ?" PcdoB/AM - 508
Gleisi Hoffmann ?" PT/PR ?" 510
Humberto Costa ?" PT/PE ?" 511
Fátima Bezerra ?" PT/RN ?" 520
João Capiberibe ?" PSB/AP ?" 546
Lindbergh Farias ?" PR/RJ ?" 591

Portanto, em 2018 não perca a peleja: não reeleja!!!
André
18/04/2018 08:29
Começou a caça as bruxas.

PORTARIA Nº. 28, DE 10 DE ABRIL DE 2018.
DETERMINA a instauração de procedimento administrativo de SIN
-
DICÂNCIA para apurar a autoria pelo furto e disponibilização à terceiro de documento público na sede do SAMAE.

Essa portaria é pra apurar quem vazou o documento da ordem do prefeito de fazer a coisa errada lá na margem esquerda.
Herculano
17/04/2018 22:34
EM SUA MAIOR CRISE, O PSDB DERRETE COM AÉCIO, por Josias de Souza

O PSDB vive uma crise. É a pior crise da história da legenda. A conversão de Aécio Neves em réu aprofunda a encrenca. Mas não é sua única causa. Em termos monetários há coisa até pior. Afora o que está por vir em outros oito processos, Aécio é acusado de extorquir R$ 2 milhões da JBS. Menos do que os R$ 10 milhões que a Odebrecht diz ter borrifado na caixa das campanhas de Geraldo Alckmin. Muito menos do que os R$ 23 milhões que a empreiteira de Emílio e Marcelo Odebrecht sustenta ter despejado nas arcas eleitorais de José Serra.

Com tudo isso e algo mais, o tucanato perdeu a aura de diferente. Ficou muito parecido com o PMDB, a legenda gelatinosa da qual Franco Montoro, Mario Covas e Fernando Henrique Cardoso bateram em retirada no ano de 1988 para fundar um partido limpo e arejado. Hoje, o que está estampado na vitrine do PSDB é algo que em linguagem aeronáutica seria chamado de cansaço de materiais. Nada que é associado ao ninho decola.

O que há de mais saudável no Brasil dos dias que correm é que pela primeira vez desde a chegada das caravelas o Estado investiga e pune a oligarquia político-empresarial. Diante dessa novidade, o PSDB decidiu ficar do lado do atraso. Fez isso ao proteger seus encrencados. A prisão de Lula elevou o patamar de exigência da sociedade, empurrando o Judiciário para novas fronteiras. A invulnerabilidade do tucanato tornou-se um escárnio. E o envio de Aécio para o banco dos réus é pouco para saciar a fome de limpeza que está no ar.

Enquanto as punições judiciais não chegam, o eleitor emite os primeiros sinais de intolerância. Aécio tem enorme dificuldade para colocar em pé uma candidatura à reeleição para o Senado. A nova condição de réu deve condená-lo a ser candidato a deputado federal. Quanto a Geraldo Alckmin, o presidenciável do PSDB, os humores detectados pelo Datafolha indicam que o eleitorado resiste em retirá-lo da frigideira onde ardem os sub-Bolsonaros, candidatos com índices de intenção de voto abaixo dos dois dígitos.
Mardição
17/04/2018 20:15
Roubaram o passaporte do Lula. Já sei. O PT vai colocar a culpa no japonês da federal.
Herculano
17/04/2018 20:00
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ATUALIZADO E ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
17/04/2018 18:03
AO QUE DISSE SER AGUINELLO

O vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, é aquele que queria fazer ganhar por todo custo uma diretora de escola, candidata sua (a lurdinha) e não conseguindo isso no voto, quis a indicação dela no canetaço pelo prefeito, contrariando a regra do jogo? É aquele que foi relator do PL da própria rua? É aquele que disse que a Saúde Pública está as mil maravilhas, e que quem mostra os defeitos (o povo doente mal atendido, políticos da oposição e jornalistas) é hipócrita? É aquele que... é aquele que acaba de assinar o PL como autor com outros três da oposição para inchar a Câmara em mais um assessor de alto vencimento?

Andrietti, eleito pela primeira vez, já é um político de mão cheia. Então ele está perdoado... Só tem que tomar cuidado com os cupins. Acorda, Gaspar!
Aguinello Fagundes
17/04/2018 17:19
Sr. Herculano

toma cuidado "icilintissimimo"- vereador Wando está com muita raiva sua. Disse para o senhor falar cara a cara dele.Que é mais ppossível suportar sua ilações e falsidades. É um idiota esse vereador.
Miguel José Teixeira
17/04/2018 16:55
Senhores,

Dêem uma olhadinha no ranking dos Políticos:

www.politicos.org.br

o tal déciolimalula, ocupa a estonteante posição 590 entre os 594.

Está à frente apenas de dois PeTralhas, um do PSD e outro do MDB.

Em 2018, não perca a peleja: não reeleja!
Herculano
17/04/2018 16:45
AÉCIO NEVES VIRA RÉU NO STF POR CORRUPÇÃO E OBSTRUÇÃO DA LAVA JATO

Conteúdo do site Jota, especializado na área jurídica. Texto de Luiz Orlando Carneiro e Matheus Teixeira, de Brasília. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal recebeu, nesta terça-feira (17/4), denúncia e transformou em réu o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva - ao solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, oferecendo como contrapartida atuação parlamentar em favor do Grupo J&F, - e também por tentativa de obstrução de investigações pela Operação Lava Jato.

A maioria dos ministros seguiu o voto do relator, Marco Aurélio. A única divergência no caso foi parte do voto de Alexandre de Moraes, que votou pela rejeição da parte da denúncia sobre embaraço da Lava Jato por tratar-se de uma "imputação genérica", ficando vencido.

Também são réus por corrupção passiva a irmã do senador, Andréa Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella. O tucano é o 12º congressista réu no Supremo em casos da Lava Jato ou em desdobramentos da operação.

A situação do senador já ficou complicada no início do julgamento, quando o tucano teve rejeitadas as questões processuais levantadas por sua defesa para tentar derrubar as acusações ainda nas preliminares. Foram enfrentadas questões como a nulidade do processo devido à participação de Marcelo Miller na negociação da delação da JBS; a contaminação da colaboraçao da JBS diante da rescisão do acordo pela PGR; que o caso deveria ser julgado pelo plenário porque a matéria envolve "nulidades ante a relação com gravações envolvendo presidente da República", entre outras.

Próximos passos

A abertura da ação penal é o caminho para o Supremo decidir se condena ou absolve o réu.

Depois do recebimento da denúncia, o Supremo começa a fase de instrução processual, com a apresentação de testemunhas de defesa e acusação.

Na sequência, uma nova etapa de coletas de provas e questionamentos dos elementos do processo. O réu também será interrogado e, depois, o Ministério Público e fará suas alegações finais, repassando o caso para o ministro Edson Fachin, nos casos ligados ao esquema de corrupção na Petrobras, fechar seu voto. Decano, Celso de Mello é o encarregado de revisar o processo liberando o caso para votação.

Não há prazo para um desfecho. Nos casos de Gleisi Hoffmann e Nelson Meurer, o ministro está na fase de revisão das ações penais há mais de dois meses.
Há expectativa de que Celso de Mello libere, nos próximos dias, a ação penal de Nelson Meurer para julgamento final. O caso será analisado pela 2ª Turma da Corte, formada ainda por Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Na sequência, deve ser analisada a ação penal de Gleisi, presidente do PT. Essas são as duas apurações mais avançadas.

O caso de Aécio foi parar na 1ª Turma porque não tem conexão direta com o suposto esquema na Petrobras. Julgam Aécio os ministros Marco Aurélio (relator), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

Na denúncia do tucano, a PGR afirma que partiu de Andréa Neves ( irmã de Aécio) o pedido da ajuda financeira ao empresário da JBS. Em 18 de fevereiro de 2017, Andréa procurou Joesley e fez a solicitação do dinheiro "a pretexto de pagar honorários advocatícios". Pouco mais de um mês depois, em 24 de março, o empresário e o senador se encontraram em um hotel em São Paulo, quando Joesley gravou a conversa, que, posteriormente foi entregue à PGR como parte do acordo de colaboração.

A Procuradoria entregou ao Supremo relatório com análise sobre acerto dos detalhes para a entrega do dinheiro em espécie, na articulação para esconder a operação, e a suposta contrapartida oferecida pelo senador.

Na conversa, os dois falam sobre como Aécio poderia usar a sua influência para assegurar a indicação de pessoas para cargos públicos de interesse do Grupo J&F.
Sidnei Luis Reinert
17/04/2018 15:04
O próximo golpe da social-demo-cracia


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Qual o legado criminoso das gestões petralhas e tucanalhas que agora começam a ter seus líderes denunciados ou condenados por corrupção? A ação desastrosa da social-democracia na política econômica gerou uma dívida pública bruta de R$ 4 trilhões 957 trilhões. Isto equivale a 75,1% do Produto Interno Bruto.

Já a dívida líquida do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais chega atinge R$ 3 Trilhões 431 milhões. O rombo é de 52% do PIB. Você e eu perdemos com tamanha aberração. Os banqueiros ganham rolando esse endividamento, e por isso eles não querem mudanças estruturais. Para os rentistas, viva a Social-Democracia no poder...

Assim a galinha não decola... Na teoria, se o crescimento econômico nominal for superior a taxa de juros nominais, daria para reduzir o estoque dessa dívida pública, com o passar do tempo. Outro jeitinho para reduzir o rombo é criar inflação alta, para depreciar a moeda e a dívida do País. A social-democracia tupiniquim já está pronta para adotar essa "solução mandrake", caso continue comandando o Palácio do Planalto. Desvalorizar o irreal Real parece mais fácil...

Já se especula sobre taxa básica de juros a 5% ao ano. Acontece que os bancos não praticam isso no cheque especial, nem nos empréstimos pessoais ?" onde a maioria dos brasileiros vive pendurada pelo bolso furado. Nada garante que o Brasil possa crescer tanto, seguindo a atual receita de mesmice, com alta gastança e roubalheira pública favorável aos donos do poder, enquanto tal putaria é sustentada por impostos que roubam o cidadão e inviabilizam quem ousa produzir.

A tragédia brasileira é: os donos do poder preferem mudar nada. Acontece que a situação está tensa e tende a ficar pior ainda. A maioria cansou de ser feita de otária. Não dá para ficar apenas pagando a conta e se endividando para sobreviver. Os milagres na economia informal têm limites. Grande parte do empresariado está quebrada, ou rumo à falência. Se os empregos desaparecem, o País perde potencial de crescimento. "Bicos" não patrocinam nem o pequeno vôo da galinha.

Na véspera de mais uma eleição, existe uma pequena ameaça de rebeldia contra esse modelo social-democrata de Capimunismo. Acontece que a pequena revolta tem tudo para dar em nada, conforme acontece a cada dois anos que somos obrigados a dar a dedada na urna eletrônica de resultado final inconfiável. Sem dúvida, no atual modelo, eleição é um golpe baixo. Você sabe em quem vota, porém é o mecanismo do Crime Institucionalizado quem sabe o bandido que será eleito para nos "representar".

A social-democracia, mesmo desmoralizada por denúncias de corrupção e algumas prisões espetaculosas, prepara mais um golpe para continuar no poder da Nova República de 1985 e seu regime Capimunista Rentista. O jogo de cartas marcadas interessa aos controladores globalitários da grande colônia brasileira. O plano é trocar um ladrão por outro com a ficha menos suja. Assim, é mais fácil manter o regime na mesmice. Toda oposição tende a ser esmagada. Eis a realidade. O resto é estorinha do Boi Tatá.

A única saída para enfrentar o pesadelo é alimentar uma fé verdadeira de que o Brasil tem potencial para mudar. Agora, já ajuda muito a atitude prioritária de não permitir que seu voto dê emprego para ladrão. Outra atitude que ajuda muito é pressionar quem tem poder e legitimidade para ajudar o povo a exercer seu originário Poder Instituinte. A terceira saída, junto com as outras duas, é insistir no milagre de trabalhar, estudar, sobreviver, resistir e reagir contra o regime criminoso.
Mardição
17/04/2018 14:05
Vão mudar a sessão da câmara pras 18:30h. Então finalmente os vereadores vão trabalhar, porque as 15:30h ninguém sabia se eles estavam trabalhando.
Demorou pra criar vergonha.
Herculano
17/04/2018 10:29
MOLECAGEM LULOPETISTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O baderneiro Guilherme Boulos mandou comparsas do MTST ocuparem o triplex que Lula da Silva ganhou como propina da OAS

O baderneiro profissional e candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, mandou seus comparsas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparem por algumas horas o apartamento triplex que Lula da Silva ganhou como propina da empreiteira OAS. Enquanto a tigrada invadia o condomínio, no Guarujá, levando terror aos moradores, Boulos divulgava um vídeo em que esclarecia que aquela ação visava a "revelar a farsa judicial" que condenou Lula. "Se o triplex é do Lula, o povo foi convidado (pelo ex-presidente) e pode ficar lá; se não é do Lula, o Judiciário vai ter que explicar por que prendeu o Lula por conta desse triplex", disse Boulos, expondo, entre sorrisos irônicos, um "raciocínio" que faria feio até em assembleia estudantil, tamanha a molecagem.

Deveria ser ocioso ter que explicar que Lula foi condenado, entre outros crimes, por ocultação de patrimônio. Ou seja, ele é o verdadeiro dono do tal apartamento, mas essa propriedade foi dissimulada. O fato de o nome de Lula não aparecer na escritura, contudo, é o suficiente para que os traquejados especialistas em confusão tentem emplacar a versão segundo a qual o chefão petista foi condenado sem provas, por questões meramente políticas. Daí derivou o repto de Boulos, que, como sempre, se consumou na forma de crime contra a propriedade.

O desembaraço do MTST e de Boulos resulta da conhecida omissão do poder público na defesa da propriedade privada, sistematicamente vilipendiada por esses arruaceiros. Raras são as vezes em que essa turma tem de enfrentar os rigores da lei quando decide invadir este ou aquele imóvel, ao sabor de suas conveniências.

Os discípulos de Lula comportam-se como se naturalmente tivessem mais direitos do que todos os outros cidadãos, por se considerarem a encarnação do "povo". Foi o que aconteceu em Curitiba, quando a Justiça mandou desmontar o acampamento petista que faz "vigília" pela liberdade do ex-presidente, porque a algazarra está infernizando a vida dos moradores da região. Para o PT e a CUT, contudo, essa decisão judicial foi um claro atentado a seu direito de manifestação, como se esse direito estivesse acima de qualquer outra consideração. A mesma reação se deu quando a Polícia Militar chegou para desocupar o triplex no Guarujá ?" ação qualificada de "totalmente arbitrária" pelo senador petista Lindbergh Faria.

A tibieza do Estado para lidar com esses arruaceiros e impor a ordem como mandam os diversos códigos judiciais deu-lhes a certeza da impunidade. Como resultado, o cidadão que paga seus impostos e confia na manutenção de seus direitos, como o de propriedade, acaba ficando à mercê do gangsterismo travestido de "movimento social". "Estou com medo dentro da minha própria casa", desabafou uma moradora do prédio em que fica o triplex de Lula, referindo-se à invasão. "Eles invadiram um condomínio que é de várias pessoas."

Tudo isso, é bom que se diga, está sendo liderado por um agitador que pretende governar o Brasil. Boulos é candidato à Presidência da República com a bênção do próprio Lula, dada no último comício antes da prisão do ex-presidente, que se referiu ao líder do MTST como "meu irmão". Não à toa, Boulos disse que foi "convidado" por Lula a invadir o triplex. Esse "convite" foi formalizado pelo ex-presidente num discurso em janeiro passado: "Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem".

Tem-se aí um sodalício de liberticidas liderados por Lula, que dizem agir em nome da democracia. Há décadas, esses "democratas" petistas e seus associados proclamam ser os únicos autorizados a falar em nome dos brasileiros e se consideram absolutamente virtuosos, enquanto todos os que ousam não votar no PT constituem a "elite" insensível aos pobres. Assim, toda vez que se invoca a necessidade de cumprir a lei para punir os delitos cometidos pelos lulopetistas, estes se consideram vítimas do "arbítrio" dos "golpistas" - epíteto que eles reservam aos cidadãos que teimam em não aceitar a "democracia" à moda do PT.
Herculano
17/04/2018 10:27
DOIS SÉCULOS SE CONFRONTAM, por Cora Rónai, no jornal O Globo

No Congresso, Zuckerberg tentou esclarecer parlamentares alheios à tecnologia. Mas uma coisa eles sabem: o acordo de usuário do Facebook é uma droga

A semana passada foi marcada pelo depoimento de Mark Zuckerberg ao Congresso dos Estados Unidos. Nenhuma novidade bombástica, nenhuma bola levantada, nada que a rigor já não se soubesse; mas ainda assim, o seu significado simbólico foi imenso, e fez com que usuários e analistas parassem para discutir o Facebook com a seriedade que ele merece. Nunca houve nada na História sequer remotamente parecido com o Facebook, com 2,2 bilhões de usuários (130 milhões no Brasil), muitos deles convencidos de que a rede é a internet e vice-versa. A verdade é que ninguém sabe para onde isso vai, ou como vai, e o que acontece na sua inimaginável amplidão. Estamos descobrindo juntos, à medida em que novos fatos vêm à luz; a empresa está poucos passos à nossa frente.

ZUCKERBERG APRENDEU com os erros de Bill Gates, que, na mesma situação, há exatos 20 anos, deu um show de arrogância e antipatia. Zuck, ao contrário, foi humilde e paciente, como tinha mesmo de ser. Tentou explicar os princípios básicos da coisa a alguns parlamentares que, obviamente, não tinham a menor ideia do que estavam falando e, na medida do possível, esclarecer o que outros, mais preparados, queriam saber. Para mim, a essência do momento histórico era clara: ali estava o século XXI prestando contas ao século XX.

Zuckerberg assumiu os erros do Facebook pessoalmente, como faz qualquer líder com um mínimo de caráter. No mais, todo e qualquer erro crucial da rede é de fato dele, já que a sua cadeia de comando não é suficientemente diluída para que responsabilidades sérias possam ser compartilhadas. E essa talvez seja a grande questão a se enfrentar: uma empresa dessas dimensões pode continuar livre, leve e solta no espaço, sem um mínimo de regulamentação? Por outro lado, usa o Facebook quem quer. O serviço é gratuito. Será que o governo tem mesmo que se meter em tudo?

Quem acha - ou achou - que seus dados estão em segurança na rede foi ingênuo. Dados nunca estão em segurança, ou só estão em segurança até uma nova falha do sistema ser descoberta. Sempre há novas falhas. É preciso, porém, que haja transparência na relação com os usuários, e nesse ponto o Facebook ainda tem que melhorar muito. Para mim, uma das melhores intervenções foi a do senador John Kennedy, um republicano da Louisiana:

- O que todo mundo está tentando dizer a você hoje, e eu vou tentar colocar de uma forma gentil, é que o seu acordo de usuário é uma droga (your user agreement sucks). O objetivo dele é defender o traseiro do Facebook, não informar aos usuários sobre os seus direitos. Sugiro que você volte para casa e reescreva esse troço, e diga aos seus advogados de US$ 1,2 mil por hora que você quer o texto em inglês, e não em suaíli, para que o americano médio possa entender. (...) Eu não quero ter de votar para regulamentar o Facebook, mas, por Deus, eu vou. Isso depende de você. O seu acordo de usuário é uma droga.

O senador lavou a alma não só dos americanos, mas de todo mundo que aceita esses acordos sem ler, pela pura impossibilidade de entender o que eles dizem, seja em suaíli ou em qualquer outra língua - ou seja, por baixo, uns 2,2 bilhões de usuários.
Herculano
17/04/2018 10:25
O QUE AS ELITES POLÍTICAS ESTÃO FAZENDO DO PAÍS, DE SORTE QUE UM PRESIDIÁRIO SE TORNA A FIGURA CENTRAL DA DISPUTA PRESIDENCIAL? por Reinaldo Azevedo, na Rede TV
Por: Reinaldo Azevedo

"Ouvi os recados e as músicas que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido.
Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado. Grande abraço e muito obrigado. Luiz Inácio Lula da Silva"

As palavras acima são atribuídas a Luiz Inácio Lula da Silva. Note-se, de saída, que os coordenadores do dito acampamento em apoio à Lula estão negociando com o governo do Paraná uma forma de diminuir os transtornos causados aos moradores das imediações. Parece que a coisa caminha para uma solução pacífica. É o certo. A alternativa é a porrada. Se alguém achar que ajuda, pode sugerir...

Há, obviamente, uma dimensão dramática nas palavras de Lula da qual nem ele próprio e seus partidários se dão conta. Muito menos o antipetismo delirante. A propósito: eu sou antipetista, mas procuro pensar em vez de babar. Aquele que fala seria eleito presidente se pudesse concorrer.

É como ter parte considerável da política encarcerada.

"Ah, você está defendendo a liberdade de Lula?" Não neste texto. Eu estou me ocupando de outra coisa, bem mais sutil, importante e perigosa do que "prende ou solta" o ex-presidente. Já chego lá. Antes, algumas considerações sobre o conteúdo da mensagem.

Essa fala de Lula é exercida na Terra do Nunca. No caso do tal tríplex de Guarujá, não é segredo para ninguém que considero que o petista foi condenado sem provas. Uma leitura isenta dos autos vai indica-lo. E todos sabem que o TRF-4 deu um encaminhamento de exceção ao processo. Ocorre que considero inferior a zero a chance de o STJ, quando chegar a hora, analisando as chamadas questões de direito do processo, sem reexame de provas, inocentá-lo. Quando se der, deve ser depois das eleições ou num prazo em que Lula já terá tido rejeitada a sua candidatura pelo TSE ?" logo, candidato também não será.

A esperança que vaza do bilhete de Lula serve para alimentar a resistência e a militância, mas ela é vã. Não vai dar em nada. A chance de sair da cadeia em prazo curto está na votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade. Ainda que volte a prevalecer o que está na Constituição - cumprimento da pena só depois do trânsito em julgado -, em algum momento, à cadeia ele voltaria. E há os outros processos.

E, agora, chego ao ponto que realmente me interessa.

Que diabos as elites brasileiras estão fazendo com o país, de sorte que será um presidiário o elemento a definir nosso destino político? Observem que minha pergunta tem validade pouco importa o que pense você sobre a condenação; pouco importa o que pense você sobre a prisão. Como foi que chegamos a isso?

E incluo nesse grupo que chamei "elite" os políticos e partidos de todas as tendências, os movimentos de rua, o Ministério Público Federal, o Poder Judiciário? Mas chamo a atenção muito especialmente das forças que se opõem ao PT: como é que elas conseguiram se descolar de parcela tão considerável da população que metade dos eleitores sufragaria um nome contra quem pesam graves acusações?

"Ah, é que o povo está desinformado..." Bem, abstenho-me de contestar tal tolice porque faria supor que o único voto informado e de qualidade é o que se dá contra o PT...

O bom para o país seria o PT ser exorcizado pelas urnas - e, reitero, neste momento, não estou debatendo a condenação de Lula - não pela Polícia e pelo Judiciário, mesmo num julgamento que fosse impecável. Em vez disso, essas forças é que tiram o líder petista do jogo, ou as tais urnas, em vez de exorcizá-lo, o consagrariam, apesar de todos crimes que lhe são imputados.

Quem não entender que vai aí a história de um divórcio entre as forças do antipetismo e parcelas consideráveis do povo brasileiro não está entendendo nada.

Comemorar o que está em curso como se fosse simples exercício de profilaxia é de uma burrice sem limites. Os anos vindouros não serão tranquilos. Quando um presidiário se torna o principal elemento de uma eleição, fiquem certos, o mal é mais profundo do que se imagina. E cobrará o seu preço.

A direita, como de hábito, está cega pra isso. E a esquerda aproveita esse divórcio para questionar o valor da própria democracia.
Herculano
17/04/2018 10:22
ESTAVA NA CARA DE TODOS A INDECÊNCIA, APESAR DE CONSTITUCIONAL. NINGUÉM AGUENTA MAIS OS ENDINHEIRADOS ZOMBANDO DE TODOS OS BRASILEIROS A ESPERA DO "TRÂNSITO EM JULGADO" PODE DEMORAR DÉCADAS E QUANDO ENFIM NÃO HÁ MAIS RECURSO, FINGEM OU ESTÃO DOENTES DEVIDO A AVANÇADA IDADE E QUEREM - E CONSEGUEM - A MISERIC?"RDIA DA JUSTIÇA

SE A CONSTITUIÇÃO É A CARTA DO POVO, É PRECISO MUDÁ-LA. AFINAL ESTA É A VOZ DA MAIORIA DOS CIDADÃOS QUE SUSTENTAM ESSA FARRA INOMINÁVEL, SEGUNDO A PESQUISA.

BANDIDO SOLTO Só PARA POLÍTICOS COM CAROS ADVOGADOS PAGOS COM DINHEIRO ROUBADO DO POVO, AOS MINISTROS DO SUPREMO, AOS ADVOGADOS QUE VIVEM RECURSOS CAROS, AOS LADrÕES DO ESTADO, AOS INTELECTUAIS, MILITÂNCIA E JORNALISTAS DA ESQUERDA DO ATRASO E PARTIDOS DE TODOS OS MATIZES IDEOLóGICOS.

MAIORIA APOIA PRISÃO PRISÃO DE CONDENADOS EM SEGUNDA INSTÂNCIA, DIZ DATAFOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Felipe Bächtold. A maior parte dos brasileiros apoia a prisão de réus condenados em segunda instância, de acordo com pesquisa do Datafolha. Caiu, porém, o número de pessoas que acreditam que a corrupção irá diminuir no país com a Operação Lava Jato.

Pesquisa feita pelo instituto dos dias 11 a 13 deste mês mostra que 57% dos entrevistados consideram justo que um acusado seja detido após ter sua condenação confirmada em segundo grau, ainda que possa recorrer a instâncias superiores.

O tema voltou a gerar polêmica antes da prisão do ex-presidente Lula, no último dia 7. A defesa de Lula, que já foi julgado em segunda instância em janeiro, pediu um habeas corpus preventivo no STF (Supremo Tribunal Federal) argumentando que ele ainda poderia reverter sua condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP) no Superior Tribunal de Justiça ou na própria corte suprema.

Em sessão no último dia 4, porém, o STF rejeitou o pedido, mantendo entendimento estabelecido desde 2016 de que a prisão pode ocorrer já nessa fase. Um grupo de ministros do tribunal ainda tenta mudar esse critério.

Segundo o Datafolha, 36% dos entrevistados acreditam que é mais justo que uma pessoa vá para a prisão somente após seu processo passar por todas as instâncias judiciais possíveis. Não souberam responder 6%.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha ouviu 4.194 pessoas em 227 municípios do país.

O apoio ao entendimento da prisão a condenados em segunda instância é maior nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Entre pessoas que declararam o PT como partido de preferência, a tese é vencida: chega a ser rejeitada por 57% dos eleitores do ex-presidente detido no Paraná .

O Datafolha também questionou os entrevistados sobre a corrupção no Brasil após a Lava Jato. Disseram que ela irá diminuir 37% dos entrevistados, ante 44% em levantamento feito em setembro do ano passado.
Para 51% a corrupção continuará na mesma proporção de sempre ?"eram 44% na pesquisa anterior. Para 10%, ela irá aumentar.

Eleitores que declaram o PSDB como partido de preferência são os que mais acreditam na influência da operação para diminuir a corrupção: 54% deles disseram concordar com essa afirmação.

APOIO À LAVA JATO
A corrupção voltou a ser apontada pelos entrevistados como o principal problema do país ?"é citada por 21%. Em situação de empate técnico, a saúde foi apontada por 19% dos eleitores ouvidos ?"em novembro do ano passado era o primeiro item na lista.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se a Operação Lava Jato já cumpriu o seu objetivo e deve acabar ou se ela deve continuar.

Entendem que a operação deve continuar 84%, enquanto 12% consideram que ela deve ser encerrada. Não souberam responder 4%.

O apoio à investigação se mantém alto entre eleitores de Lula, com índice de 77%.

Em outro item, o instituto informou aos entrevistados que mais de cem políticos foram citados em delações premiadas e perguntou quantos deles serão presos. Disseram que a maioria não será detida 68%, uma queda de quatro pontos percentuais em relação ao levantamento feito um ano atrás.

Afirmam que a maioria será presa 16%, e 11% acreditam que todos serão detidos.
Herculano
17/04/2018 10:09
AÉCIO, TEMER E LULA ESPERNEIAM DO MESMO JEITO, por Josias de Souza

Como se distingue um social-democrata de um direitista e de um esquerdista? Até outro dia era fácil. Bastava verificar o comportamento de cada um. Mas na fase atual ?"pós-ideológica e pré-falimentar?" a maneira de proceder não quer dizer mais nada. Atirados num tanque com lama, Aécio Neves, Michel Temer e Lula deslocam suas massas na mistura viscosa e esperneiam da mesma maneira.

Os três exibem manias de perseguição e alegações esfarrapadas muito parecidas. Não há como diferenciá-los estatisticamente. O quase-réu, o denunciado e o condenado fervem à mesma temperatura. Quando estão fora de si, exibem com mais nitidez o que têm por dentro. A velha lenda segundo a qual o direitista e o esquerdista são mais cínicos do que o social-democrata está inteiramente desacreditada.

Se as manifestações mais recentes de Aécio serviram para alguma coisa foi para demonstrar que, ao virar sapo, o príncipe do tucanato não aumenta nem diminui a taxa de cinismo do seu discurso - conserva nos mesmos 100%. Como já fizeram Temer e Lula, o tucano apresentou-se como uma vítima inocente das mentiras da Procuradoria e de uma armação do delator com os investigadores. Disse Aécio aos jornalistas na véspera de viar réu:

"Se a Procuradoria-Geral da República tem conhecimento prévio das gravações, essas são nulas. E a PGR tinha ciência prévia. Joesley Batista saiu de uma reunião de várias horas com a PGR para fazer comigo a gravação. Não estamos falando de um cidadão exemplar, mas de um criminoso, réu confesso de mais de 250 crimes, que vai gravar alguém para transformar a conversa em algo comprometedor e receber benefício pela colaboração, como aconteceu".

O senador tucano revelou-se capaz de tudo, menos de providenciar uma explicação razoável para o fato de sua voz ter soado na fita que captou o diálogo vadio que ele manteve, gostosamente, com um criminoso. Vai abaixo um trecho, para refrescar a memória:

Joesley: É... A tua irmã teve lá.
Aécio: Obrigado por ter recebido ela lá.
Joesley: está... Ela me falou, me falou de fazer R$ 2 milhões pra tratar de advogado. Primeira coisa, num dá pra ser isso mais. Tem que ser...
Aécio: É?
Joesley: Tem que ser. Eu acho que pelo que a gente tá vendo tudo, pra mim e pra você? vai ser, a primeira coisa.
Aécio: Porque os dois que eu tava pensando era trabalhar no processo.
Joesley: Eu sei, aí é que tá. Assim, ó?acabou. Não tem e pronto. Primeira coisa: eu consigo? que é pouco, mas é das minhas, é das minhas lojinhas, que eu tenho, que caiu a venda?

Nesse aponto, o senador pergunta ao benemérito da da JBS como seria a entrega do dinheiro.

Aécio: Como é que a gente combina?
Joesley: Tem que ver. Vai lá em casa, ou?
Aécio: O Fred.
Joesley: Se for o Fred, eu ponho um menino meu pra ir. Se for você, sou eu. Só pra ...
Aécio: Pode ser desse jeito...
Joesley: Entendeu? Tem que ser entre dois, não dá pra ser...
Aécio: Tem que ser um que a gente mata ele antes dele fazer delação.

Frederico Pacheco, eis o nome do primo que Aécio escalou para apanhar o dinheiro. A entrega das cédulas foi feita na sede da JBS, pelo executivo Ricardo Saud, em parcelas de R$ 500 mil. Tudo transportada em mochilas, como se não existisses bancos nem remessas bancárias.

O que distinguia Aécio de outros políticos encrencados era a falta de punição. Mas num instante em que até o senador tucano parece se encaminhar para um cadafalso, não dá mais para distingui-lo dos demais. Talvez nem com teste de DNA.
Herculano
17/04/2018 10:06
POR QUE O CASO DE AÉCIO DEVE ASSUSTAR OS OUTROS POLÍTICOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Aécio Neves (PSDB) não é o único político apreensivo com a votação em que o STF decidirá se abre um processo contra ele. Vários figurões temem que o caso alimente o entusiasmo do tribunal em mirar personagens de outros partidos e consolide um entendimento mais rigoroso sobre a corrupção.

Ao denunciar o senador, a procuradora-geral Raquel Dodge reforçou a linha de acusação estabelecida por Rodrigo Janot. Afirmou que Aécio deve ser processado por ter recebido R$ 2 milhões da JBS mesmo se não tiver realizado nada em troca.

Para Dodge, basta o "ato de ofício em potencial" ?"ou seja, a mera possibilidade de o senador usar seu poder para beneficiar Joesley Batista. A procuradora diz que a relação entre agentes públicos e empresários nunca é pontual e que as trocas de favores se espraiam ao longo do tempo.

Os poderosos consideram o caso emblemático porque o Supremo discutirá a denúncia contra Aécio apenas dez dias após a prisão do ex-presidente Lula. Sob essa ótica, o tucano seria transformado em réu para compensar o encarceramento do petista. A partir daí, argumentam, nenhum político estaria a salvo.

Mesmo que a denúncia seja rejeitada, o caso reforça o caminho da Procuradoria para sedimentar uma interpretação severa sobre o que pode ser classificado como corrupção.

Em 1994, Fernando Collor foi absolvido porque o STF entendeu que ele não tomou nenhuma decisão como presidente em troca da reforma da Casa da Dinda e do Fiat Elba que recebeu. De lá para cá, inclusive no mensalão, a corte passou a condenar acusados mesmo na ausência de atos de ofício concretizados.

Os partidos reclamam que essa interpretação intensifica o que chamam de "criminalização da política". Michel Temer pode ser o próximo alvo. O presidente diz que seu decreto dos portos não favoreceu empresas investigadas, mas esse benefício pode se tornar dispensável se Dodge denunciá-lo por corrupção.
Herculano
17/04/2018 10:04
AO DEUS DARÁ, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

Alckmin está espremido entre Joaquim, a novidade, e Bolsonaro, que bate no teto

Todo dia aparece um presidenciável novo, Henrique Meirelles, João Amoêdo, Flávio Rocha, Guilherme Boulos, Manuela d'Ávila... Mas nenhum deles embaralhou o tabuleiro da eleição como o recém-chegado Joaquim Barbosa. O foco está nele.

Mas, afinal, que apito Joaquim toca? Ele é de esquerda, direita ou centro? Está preparado para combater a crise fiscal? Na verdade, ninguém sabe, ele continua calado, longe da campanha e contando com uma aura que anima amplos setores da classe média escolarizada e pode vir a encantar a baixa renda.

O PSB, já tão rachado, tem de correr atrás de recursos, tempo de TV e palanques estaduais. A questão é saber de onde virão esses reforços, já que Joaquim não é político, nunca teve partido nem fez campanha e não se sabe o que pensa. Esses fatores atraem eleitores, mas afastam aliados políticos.

A história de Joaquim é tão emocionante quanto a de Lula, de menino negro que saiu de um lar modesto, estudou, passou em concursos de ponta e virou ministro e presidente do Supremo. Mas que chance ele tem de levar o apoio do PT e de Lula? Joaquim presidiu a fase final do julgamento do mensalão, que expôs as entranhas do governo Lula e levou o mito petista José Dirceu à prisão.

Para o eleitorado, Joaquim é um símbolo do combate à corrupção e abriu caminho para o juiz Sérgio Moro e a Lava Jato. Para o PT, que um dia monopolizou a bandeira da ética na política, ele é o algoz do partido. Sem o PT, ele não levaria, ou não levará, PCdoB, PSOL e os aliados MST e MTST. E quem à direita ou ao centro lhe daria base e sustentação?

A direita está com Bolsonaro, que bateu no teto de 17% no Datafolha, e o centro vai de mal a pior, com muitos nomes lançados e nenhum convincente. Basta olhar para Geraldo Alckmin: governador do principal Estado, candidato de um dos três maiores partidos, com recall da eleição de 2006, mas não sai do lugar. Ou não empolga.

Como é possível que Alckmin, com todos esses fatores a seu favor, esteja embolado com Joaquim, que nem assumiu ainda a candidatura? E com Ciro Gomes, que já começou com "pescotapas" antes mesmo de entrar na campanha? E os espaços de crescimento para o tucano parecem bloqueados.

No Norte, Alckmin enfrenta uma resistência ao PSDB que vem desde as sistemáticas críticas tucanas à Zona Franca de Manaus. No Nordeste, bate de frente numa muralha petista que não cede nem com a prisão de Lula. No máximo, o eleitor subiu no muro e os índices de brancos e nulos dispararam para em torno de 35%.

E as regiões mais simpáticas e acessíveis ao PSDB não são mais as mesmas. No Sul, o paranaense Álvaro Dias, ex-tucano, capitaliza a decepção com Aécio Neves, que deve se tornar réu hoje no STF. No Centro-Oeste, Bolsonaro tem não apenas intenção de votos como até um exército voluntário financiando e distribuindo outdoors e adesivos de carros. Uma campanha de geração espontânea.

Resta a Alckmin o Sudeste, onde Joaquim vai crescer. Rio é bagunça. São Paulo, que deu 66% de aprovação ao tucano em 2006, agora dá 36%. E Minas derrotou o mineiro Aécio no primeiro e no segundo turnos de 2014 e é outro Estado onde Bolsonaro chegou para ficar. Ou seja, Alckmin está espremido entre Bolsonaro e Joaquim. E, se não for ele, quem capitaneará o "centro"? Até agora, ninguém sabe, ninguém viu.

Odebrecht. Em mensagem à coluna, a defesa de Marcelo Odebrecht nega que ele tenha dito que transformou a empreiteira em "banco de operações estruturadas". Sim, mas é o que se deduziu quando ele disse ao juiz Sérgio Moro que a Odebrecht mantinha uma conta exclusiva para Lula. Quem mantém conta para cliente não é banco?
Herculano
17/04/2018 10:02
GOVERNADOR ACUSA PROCURADORA DE PERSEGUIÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, e o seu secretário de Saúde, Humberto Fonseca, ingressaram com reclamação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público acusando de "perseguição pessoal e política" e abuso de autoridade a procuradora Marisa Isar, do Ministério Público do DF (MPDFT). Afirmam que Isar usa o cargo para intimidar e constranger integrantes da gestão até com ações de improbidade por situações de 2008, sete anos antes da posse do atual governo.

AINDA SEM SABER
A reclamação contra a procuradora é de 14 de fevereiro, mas o MPDFT informou que ela ainda não tomou conhecimento do seu teor.

LISTA DE CASOS
Na reclamação ao CNMP, órgão de controle do Ministério Público, o governador e o secretário alegam fatos envolvendo a procuradora.

ESCOLHENDO JUIZ
A reclamação diz que a procuradora Marisa moveu uma ação e depois criou outra, idêntica, por não gostar do juiz sorteado para a primeira.

BRIGA ANTIGA
Há anos Marisa vê irregularidades no modelo de gestão do Hospital da Criança, apesar do sucesso e aprovação de 98% dos pacientes, inclusive do SUS.

MARIA HELENA VENCE O EGO PARA CONTINUAR NO MEC
A secretaria-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães, do PSDB, esperava substituir o ex-ministro Mendonça Filho, mas prevaleceu a vontade do DEM, que bancou o ex-secretário nacional de Educação Básica, Rossieli Soares. O presidente Michel Temer pediu que ela continuasse, para não perder o tucanato de vista, e Maria Helena acabou superando o próprio ego, aceitou ficar no cargo.

NÃO COLOU
Maria Helena indicou para seu lugar, na secretaria-executiva, o diretor de Educação à Distância da Capes, Carlos Lenuzza. Não colou.

JOGADA POLÍTICA
A indicação frustrada de Lenuzza para nº 2 do MEC foi uma jogada política: ele é ligado ao poderoso ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

RESPEITADA
Apesar desses problemas, a secretária-executiva do MEC é considerada uma das maiores especialistas em educação do País.

VAI FICAR PIOR
O acordo de leniência da agência de propaganda Borghi Lowe (atual Mullen Lowe) deve complicar a situação do ex-deputado petista André Vargas, cumprindo pena por receber comissão do contrato dessa empresa com a Caixa. E implicar de vez os executivos do banco.

DÉFICIT DE VISITAS
Após a visita à sala com banho quente e TV de Lula, os senadores ficam devendo explicar por que nada fizeram para acabar as condições carcerárias degradantes de presídios como Pedrinhas (Maranhão).

NO CAMINHO DE LULA
Os novos presidente e vice, desembargadores Carlos Eduardo Moreira Alves e Kassio Nunes Marques, vão comandar o TRF-1 por dois anos e devem julgar ao menos um processo envolvendo Lula.

SENADOR POLICE
O vereador paulistano José Police Neto (PSD) vai dar um salto maior que o habitual, na carreira. Ele é candidato ao Senado, em outubro, nada diferente disso. Nem mesmo ser vice de Dória (PSDB).

VIGARICE PATROCINADA
Arapucas de telemarketing continuam atormentando os brasileiros, sob a omissão da Anatel, com ligações que desligam quando atendidas. Elas simulam a ligação para fazer "prova", junto às empresas que as contrataram do "grande número" de ligações para vender produtos.

TEATRO DE 'GUERRA'
O ataque dos EUA, França e Reino Unido à Síria foi tão estranho que até parece combinado com a Rússia, que, aliás, nem reagiu. Isso sem citar a história, ainda não comprovada, do uso de armas químicas.

LICITAÇõES E LAVA JATO
A comissão que analisa a "nova" Lei de Licitações realiza encontros esta semana, incluindo o seminário "Propostas para Evitar Graves Retrocessos na Lei de Licitações que Levaram à Lava-Jato".

CUMPLICIDADE
O MTST se apresenta como defensor dos direitos dos sem-teto, mas reclama da Justiça em vez de denunciar a corrupção do ex-presidente que esteve tanto tempo no poder e não resolveu o problema dos que não têm moradia. A não ser o dele mesmo, com o tríplex do Guarujá.

PENSANDO BEM...
...sem prender nenhum dos invasores do edifício Solaris, no Guarujá, a polícia paulista sinalizou que esse tipo de violência é permitido.
Herculano
17/04/2018 10:00
RIR OU GRITAR? por João Pereira Coutinho, escritor e sociólogo português, no jornal Folha de S. Paulo

Melhor forma de retratar o horror extremo é a hilaridade extrema: só o absurdo faz jus ao absurdo

Minha oposição ao autoritarismo começa por ser estética. Sempre foi. Teria uns 13 ou 14 anos quando despertei para o mundo sórdido da política. E as minhas perguntas eram recorrentemente as mesmas: como é possível que um povo inteiro possa aplaudir e admirar palhaços torpes como Hitler ou Mussolini? Como levar a sério os seus gestos, as suas poses? Será que as pessoas não veem o ridículo que existe nesses líderes, antes mesmo de escutarmos as suas ideias?

Charles Chaplin tratou do assunto em "O Grande Ditador", filmando o nosso Adolf e o nosso Benito em competição fálica. O filme, mais que uma sátira fantasiosa, era profundamente realista aos meus olhos.

Como seria realista uma sátira igual sobre o pequeno Kim da Coreia do Norte ou até sobre o Maduro venezuelano. Antes de serem antidemocratas, todos eles são personagens grotescos que divertem e horrorizam em partes iguais.

Moral da história: há diretores que procuram retratar a psicopatia política recriando esse estado de medo e desumanidade por artifício artístico. Nunca assisto a esses filmes "sérios" porque existe algo de ofensivo neles: qualquer tentativa de aproximação à verdade é sempre uma confissão de impossibilidade. O "kitsch" é o destino mais comum.

Só aguento filmes sobre a natureza do totalitarismo em tom pícaro. Primeiro, porque a melhor forma de retratar o horror extremo é pela hilaridade extrema: só o absurdo faz justiça ao absurdo. Segundo, porque uma sátira é sempre mais eficaz como denúncia desse horror do que qualquer sermão solene.

"A Morte de Stálin", disponível em DVD pela Amazon britânica, é o melhor exemplo dessa eficácia. Como o título indica, o filme escrito e dirigido pelo impagável Armando Iannucci (o criador de "The Thick of It" e "Veep") apresenta-nos a morte do "Pai dos Povos" e a luta pela sua sucessão.

Corria 1953. O grande camarada tombava, inanimado, nos seus aposentos reais. O comité central reúne-se de emergência e, a medo, sugere que alguém chame um médico. Só existe um problema: os melhores médicos do país foram fuzilados ou estão no gulag. Que fazer?

Arranjam-se clínicos de segunda categoria que atestam o derrame cerebral e, dias depois, a morte de Stálin. O comitê chora (de alegria, obviamente). E começa a luta pela sucessão. Quem será o próximo timoneiro? Beria? Nikita Khrushchov? Malenkov?

A ambição reina, incontrolável. E, com a ambição, vêm novos complôs: para afastar Beria e Malenkov ?"e para colocar no trono Khrushchov.

Armando Iannucci começa por acertar no respeito pelos fatos: não existe boa sátira sem um contato firme com a realidade.

Em "A Morte de Stálin", é possível assistir ao vaudeville e encontrar um país devastado pelo medo; pelo terror arbitrário; por filhos que denunciam os próprios pais; por uma população que chora voluntariamente a morte de Stálin, mesmo que Stálin seja o responsável último por haver membros da família fuzilados ou enviados para o Gulag.

A grande diferença é que Iannucci filma tudo isso sem nunca "embelezar" esteticamente os fatos com pretensão pedagógica.

Pelo contrário: como qualquer grande satirista, ele limita-se a deixar o absurdo respirar, levando o caos da situação até aos limites mais cômicos e insuportáveis.

O mesmo acontece com os personagens centrais: Stálin, na sua vulgaridade de delinquente georgiano; Beria, o afamado torturador e pedófilo que chefiava a polícia política; Malenkov, figura patética e covarde, que reinou brevemente depois da morte de Stálin; e, claro, Khrushchov, um pragmatista e conspirador grosseiro. Todos eles são simultaneamente assustadores e hilariantes porque assustadora e hilariante era a realidade paralela em que viviam.

Como o próprio diretor explicou à revista "Prospect", só temos duas soluções perante o regime comunista: rir ou gritar.

Ou, então, censurar: na Rússia de Putin, o filme foi proibido pelo governo depois de vários artistas terem pedido intervenção do ministério da Cultura. A obra, nas palavras da "intelligentsia", ofende a história da Mãe Rússia e alguns dos seus "heróis". O ministério agiu em conformidade.

Confere. Anos atrás, Vladimir Putin declarou que o fim da União Soviética foi a maior tragédia do século 20. Para que essa mentira e esse mito sobrevivam, é preciso não ter sentido do ridículo.
Herculano
17/04/2018 09:59
A PRUDÊNCIA EMPÍRICA, por Carlos Andreazza, editor de livros, para o jornal O Globo

A maestria de Lula sobre a cancha eleitoral é consequência de um raro olhar para vida pública brasileira e do mais sofisticado entendimento do que seja o establishment político.

O Datafolha divulgou nova pesquisa de intenção de voto a presidente, lançada à rua logo após a prisão de Lula. Li de tudo a respeito, inclusive que os números extraídos do levantamento seriam negativos a ele, condenado e preso, e ainda assim com o dobro do segundo colocado e vencedor em todas as hipóteses de segundo turno. Se é mesmo impossível aprofundar comparações com os cenários da pesquisa de janeiro, uma vez que nenhum deles se repetiu em abril, uma coisa é certa: Lula ?" um presidiário ?" lidera, com 30%, apesar da percepção dos eleitores, objetiva, de que não poderá disputar, ao que se seguem as constatações, casadas, de que sua capacidade de transmitir votos não apenas se manteve, mas ainda avançou, e de que a rejeição à sua candidatura diminuiu.

O resultado é confirmação de meu artigo anterior, cuja tese posso atualizar assim: graças ao palanque com hora marcada inventado por Moro, em seguida transformado em rave pela Polícia Federal, Lula foi o maior beneficiário eleitoral da própria prisão. Fato ante o qual só se surpreende quem ignora as consequências de tratar como exceção aquele que estofou para si, com método, o trono de vítima, segundo a própria narrativa, de um processo de... exceção.

Lula é o pauteiro-mor do debate público relativo às eleições - e nesse lugar tem estado desde que o justiçamento da Lava-Jato, sobretudo com o jacobinismo de Janot e a obra ficção em que consistiu a delação dos donos da JBS, anulou gradações criminosas para dar às práticas de caixa 2 e propina a mesma natureza do assalto autoritário ao Estado, um projeto com lastro ideológico, por meio do qual um partido pretendeu, de modo sem precedente, financiar a própria permanência no poder.

Desde então, Lula é o senhor do tabuleiro eleitoral, condição em que permaneceu mesmo depois de condenado em segunda instância ?" resiliência jogadora a respeito de cuja queda, concretizada a prisão, a história recente sugere menos confiança e torcida, e mais prudência: preso, tudo indica que leva o xadrez para o xadrez, desde onde continuará a mexer as peças, ditar o ritmo da corrida e a pista em que terá lugar.

Questão fundamental: a lógica de quem escolheu para si ?" como programa de defesa - politizar radicalmente todos os processos judiciais é dinâmica, móvel, e não distingue, para efeito persuasivo, a prisão virtual em que se propagandeava, a partir da condição autoatribuída de perseguido político, da detenção finalmente cumprida, donde nasce, claro, o preso político.

Narrador, Lula controla o jogo, de quase todos, ao mesmo tempo em que fala consciente e estritamente aos 20%, talvez mesmo aos 30% captados pela pesquisa, que o mantêm competitivo - e que bastariam para alçar o candidato petista (sendo ou não ele, ele será) ao segundo turno. Não se precisará de mais, porque vitória já seria. Ou não nos deveria colapsar moralmente a reafirmação disfuncional de que um homem preso, condenado em segunda instância, lidera, com sobras e estabilidade, todas as pesquisas? Ou não nos deveria implodir moralmente a revalidação da perspectiva anômala segundo a qual esse homem poderia, livre para disputá-la, vencer a eleição?

O que isso quererá dizer, senão que parcela significativa do eleitorado não acredita no sistema judicial e se dispõe a reprová-lo por meio do voto, em simbiose, pois, com a narrativa lulista? O que isso quererá dizer, para além de lançar luz sobre a minha tese de que a disputa presidencial de 2018 terá um componente plebiscitário por meio do qual volume representativo de cidadãos votará sobre se o ex-presidente é ou não um injustiçado?

A maestria de Lula sobre a cancha eleitoral é consequência de um raro olhar pragmático para a vida pública brasileira e do mais sofisticado entendimento do que seja o establishment político nacional. Não foi por acaso que concebeu e aplica, com sucesso, estratégia que condiciona, ao menos em parte, o futuro do sistema a seu futuro, e que tem enredado quase todo o status quo, armadilha a que, de Marco Aurélio Mello a Michel Temer, passando por Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia, todos aderiram, uns como expressão de incultura política, outros como cálculo de sobrevivência ?" e que se pode resumir na sentença segundo a qual, também desprezando a Justiça, seria melhor que Lula fosse julgado pelas urnas.

A exceção é Jair Bolsonaro. Não à toa, deveria ser o outro beneficiário maior da prisão do ex-presidente; colheita então favorecida pelo modo como se deu "a resistência" lulista. Assim, porém, não foi ?" daí por que talvez convenha aos apoiadores do deputado pensar sobre a ideia de teto. Mas isso será matéria para um próximo artigo, ao que se somará outro, sobre Joaquim Barbosa, cujo perfil autoritário, com boas condições de vender um outsider, ademais valorizado pela imagem de ator no combate à corrupção, compõe com o ambiente jacobino corrente e com o jeitão do que seria o candidato do partido do sistema judicial.
Herculano
17/04/2018 09:56
A POLARIZAÇÃO É UM SUBPRODUTO DE UM INSTINTO TRIBAL, Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia, para o jornal Folha de S. Paulo

A polarização política e ideológica, isto é, a crescente divisão da sociedade em grupos bem delimitados e que não se toleram, é negativa para a ordem social. Em uma sociedade polarizada, o governo carece da cooperação interna necessária para funcionar direito, e sabotar o lado contrário se torna mais importante do que agir em conjunto para atingir um objetivo partilhado.

Cada lado se fecha em suas posições, ficando assim imune a correções e sujeito a exageros e erros; a confiança de que depende a ordem institucional é colocada em risco conforme cada lado viola as regras do jogo tanto quanto possível, na expectativa de que o outro lado fará a mesma coisa; abole-se a concepção de bem comum, substituído pela guerra de uns contra outros; e, por fim, a própria convivência entre as pessoas se degenera, com discussões, brigas e maus sentimentos tomando uma parte maior do nosso tempo.

A polarização é um subproduto de nosso instinto tribal. Somos, na maior parte do tempo, animais individualistas. Em certos contextos, no entanto, priorizamos o coletivo e objetivos comuns. Essa capacidade coletiva (que não está presente em nenhum outro primata) é o que permite cooperação em larga escala, mesmo entre pessoas sem nenhum parentesco, e que nos dá um sentido de comunidade.

Por outro lado, a manutenção da identidade coletiva exige a identificação de um grupo inimigo contra o qual se contrapor, seja uma torcida de futebol, seja uma militância partidária. Estamos na mentalidade da tribo.

A política desperta em nós esse mecanismo, que acaba sendo usado por líderes dos diferentes campos para levá-los ao poder. Nesse jogo, nossas crenças, valores e propostas, em vez de estarem sujeitos à reflexão individual, buscam apenas reproduzir nossa identidade tribal.

Além disso, ser um expoente purista e total dos símbolos da tribo confere status dentro dela. Apresentar uma visão matizada e mesmo com alguma crítica gerará má vontade do grupo e tende a isolar o sujeito.

Isso tudo sempre existiu, mas parece estar piorando. Um vilão comumente citado são as redes sociais, e não duvido que elas turbinem nossa tendência gregária ao mesmo tempo em que fragmentam as referências. Mais do que nunca, cabe a cada um limitar suas piores tendências.

Um passo decisivo se dá no momento em que a polarização blinda a mente do indivíduo desqualificando fontes de informação contrárias ("mídia golpista", "fake news") e justificando moralmente a intransigência.

Daí ela deixa de ser algo a se lutar contra e se torna um dever e até um motivo de orgulho. Quem vota no PT gosta de bandido. Quem vota no PSDB odeia os pobres. Em ambos os casos, demoniza-se a essência do interlocutor, que deixa de ser um interlocutor legítimo. A partir daí, a coisa só pode piorar.

Não dominamos ainda mecanismos sociais para frear a polarização (e provavelmente em pequenas doses ela seja positiva). Do ponto de vista individual, vale sempre reforçar algumas atitudes básicas: lembrar que os grupos humanos, ainda que ideologicamente antagônicos, se comportam de maneiras similares: o outro lado não é maléfico e nem o seu concentra todo o bem. Provavelmente há o que aprender com eles.

E, por fim, quando você está mais convicto de que sua atuação política é uma guerra do bem contra o mal, é aí que você se presta de degrau voluntário à ascensão de lideranças inescrupulosas a ponto de jogar o bem comum ao fogo para garantir seu próprio sucesso.

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