Governo em minoria na Câmara de Vereadores de Gaspar ´´planta´´ jabutis em projetos de lei de seu interesse. - Jornal Cruzeiro do Vale

Governo em minoria na Câmara de Vereadores de Gaspar ´´planta´´ jabutis em projetos de lei de seu interesse.

04/09/2018

Diante de uma emenda substitutiva geral da oposição afinada com os servidores, relatora retira o "jabuti", mas assessoria de imprensa se lança à propaganda enganosa no seu press release

 

Na segunda-feira lhes mostrei como todos os vereadores de Gaspar, infelizmente, lançaram-se à patetice aprovando um Projeto de Lei ilegal e inconstitucional e como o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, no desespero intencional ou mal orientado, passou a liderar uma onda “orquestrada” de comentários falsos favoráveis a si próprio, ou detonando adversários, críticos e este colunista.

E para que? Tudo para falsamente “melhorar” a sua imagem e camuflar, ou arrumar culpados, para aquilo que só ele e seu grupo falharam em dezembro do ano passado, quando perderam a justa maioria de apoio na Câmara de Gaspar.

Antes, todavia, um comentário paralelo.

Por alguns longos momentos, a coluna de segunda-feira foi a mais acessada no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota. Então, não faltou polêmica. E isso é bom!

No Facebook, onde o jornal mantém um link dele, o desencontro de opiniões também foi expressivo. E isso é bom quando a cidade debate seus problemas pois é assim que se avança na transparência, mesmo sabendo-se que estamos em tempo de campanha eleitoral, onde grupos se organizam para um Fla-Flu sem a racionalidade, diante de fatos tão claros e absurdos.

Em alguns comentários, houve gente insistindo que, ao invés da exposição dos fatos, que eu tomasse o lugar dos políticos e dos gestores públicos.

Repito, pela enésima vez. Nunca foi e nem será a minha pretensão. Os que defendiam o governo de Adilson Luiz Schmitt, nascido no MDB e hoje sem partido, diziam a mesma coisa. Os defensores de Pedro Celso Zuchi, PT, a mesma coisa. Irritados, até abriram processos para me calar, constranger e intimidar. Estou resistindo!

Penso que cada um deve estar no seu quadrado. Eu escolhi o de “olhar a maré”. É assim que contribuo. Se tivesse pretensões políticas, já teria feito isso há muito tempo. Oportunidade não me faltou. E arrisco a dizer que, as incoerências que mostro não seriam erros de prateleira. Lido com eles há várias décadas e foram com os meus erros e principalmente dos outros, que aprendi a dura lição para não tê-las que experimentá-las novamente.

Feito estas necessárias e repetidas observações, volto ao tema de hoje.

UM ACERTO E DOIS ERROS

O que acontece na Câmara, mostra que as coisas no governo de Kleber andam um tanto atrapalhadas, e que a turma de Kleber não percebeu que majoritária oposição não está dormindo de touca. Quem está alienado é o governo de Kleber. Ele permitiu que o governo ficasse em minoria na Câmara, naquela votação de Dezembro. Até festa e bolo se tinham para comemorar o que não se consumou, como planejou e anunciou como certo por meses afio no poder de plantão.

Vejam esta. Em abril governo mandou para a Câmara o Projeto de Lei Complementar 04/2018. Qual o título dele? “Altera e acrescenta dispositivos a Lei nº 1.305 de 9 de outubro de 1991”. Entenderam alguma coisa? E quando é com esses termos técnicos, pode esperar: é pegadinha. E não deu outra.

O objetivo era o de reduzir o tempo de espera no chamamento de concursados: de 30 dias, mais 30 dias. Uma medida saneadora do governo. Necessária. Correta. Apesar do Executivo ter pedido menos, ficou então 15 dias, mais 15 dias. Razoável!

Mas, estava “plantado” também nessa “árvore” do PLC um “jabuti”. E a oposição, com quatro servidores municipais, percebeu. O artigo terceiro, expressava isto:  “fica revogado, o parágrafo único do artigo 67, e o § 3º do artigo 80, da Lei nº 1.305 de 09 de outubro de 1991”. Sabem o que era isso? Era a retirada incorporação na remuneração dos servidores na proporção de 1/10 do adicional de insalubridade ou periculosidade pelo funcionário público quando na mesma função, como explicou o próprio Executivo. E atingia gente como os dentistas que as vezes fazem Raio-X, por exemplo.

A relatora geral, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, e da base do governo Kleber, não teve outra alternativa a não ser retirar esse ‘jabuti’ dali, o que não sobe em árvore, para assim salvar a essência do PLC 4/2018 naquilo que ele se propunha: encurtar os prazos de chamamentos dos concursados.

E para isso, ela acolheu uma emenda substitutiva global número dois dos vereadores Cícero Giovani Amaro, PSD, Roberto Procópio de Souza, PDT, Silvio Cleffi, PSC, Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps, ambos do PT. E o que ela trouxe literalmente e se aprovou por unanimidade?

“EMENDA SUBSTITUTIVA GERAL Nº 02/2018

Altera de forma global o Projeto de Lei Complementar nº 04/2018.

Art. 1º O Projeto de Lei Complementar nº 04/2018 passa a ter a seguinte redação:

Projeto de Lei Complementar nº 04/2018.

Altera dispositivo da Lei nº 1.305, de 9 de outubro de 1991.

O Prefeito do Município de Gaspar, nos termos do art. 72, inciso IV, da Lei Orgânica Municipal,

Faço saber que a Câmara Municipal de Gaspar aprovou o projeto, eu o sanciono e promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica alterado o § 1º do artigo 15 da Lei nº 1.305/1991, que passa a vigorar com a seguinte redação:

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de 15 (quinze) dias contados da publicação do ato de provimento, podendo ser prorrogada por mais 15 (quinze) dias, a requerimento do interessado.

Art. 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”.

 

A COMUNICAÇÃO OFICIAL TORTA PARA A PROPAGANDA CORPORATIVA

E qual foi título e o mote o press release que a assessoria de imprensa da Câmara, feita de jornalistas formados, orientada diretamente pelo presidente da Casa, Silvio Cleffi, PSC? “Câmara aprova emenda que mantém o direito à incorporação do adicional de insalubridade”

A vereadora Franciele, que é jornalista formada, poderia me dizer que emenda é essa? Que eu saiba o PLC foi aprovado com a supressão do artigo terceiro – que nem foi mencionado na tal emenda global - e sendo suprimido de votação, o tal artigo que o press release menciona, continuou intocável na Lei original, ficou mantido o parágrafo único do artigo 67, e o § 3º do artigo 80, da Lei nº 1.305 de 09 de outubro de 1991, que segundo ela própria justificou na apresentação oral do relatório, “ficará para ser discutido em outra oportunidade”.

O que a assessoria de imprensa está vendo e que não está disponível no portal da transparência da Câmara e naquilo que foi discutido nas Comissões, nas sessões, está estampado no relatório geral e foi aprovado como reproduzi acima?

Não vou ensinar, mas assessoria de imprensa de Câmara está obrigada eticamente a reportar fatos oficiais e não extrair, detalhes para fazer propaganda partidária ou corporativa, como se fosse um veículo da imprensa livre, de algum partido, de algum vereador ou do sindicato dos servidores.

O título correto deveria ser algo assim: “aprovados em concurso da prefeitura de Gaspar têm apenas 15 e não 30 dias para se efetivarem no cargo quando chamados, decidem vereadores”. Afinal não foi isso, e somente isso que se aprovou na Câmara do PLC 04/2018? Ah, e a outra pretensão marota do prefeito Kleber deve ser omitida? Não! Mas, não é a principal chamada: “proposta pelo governo, a retirada da insalubridade, saiu do texto do PLC por emenda substitutiva global dos vereadores oposicionistas. E o assunto quando vier à Câmara, será em projeto próprio do Executivo.

E o que está na abertura do press release da própria Câmara?

 O Plenário da Câmara aprovou na terça-feira (28) emenda que mantém o direito à incorporação proporcional do adicional de insalubridade e periculosidade à remuneração dos servidores públicos municipais. A proposta, que substituiu integralmente o Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2018 do Executivo, foi apresentada pelo presidente da Câmara, Dr. Silvio Cleffi (PSC), e os vereadores Cícero Giovane Amaro (PSD), Dionísio Luis Bertoldi (PT), Roberto Procópio de Souza (PDT) e Rui Carlos Deschamps (PT).

Isso é press release ou propaganda política falsa em tempo de campanha eleitoral com endereço certo para os servidores municipais? O que os vereadores aprovaram, como mostrei até aqui, foi o que está na emenda substitutiva global de número dois. E lá não há nada expresso ratificando, anunciando ou tratando, o que diz o press release. É fake news. E feita por agentes públicos pagos com o dinheiro do povo.

E depois sou eu quem sou o crítico e o inabilitado.  Meu Deus! Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Um aviso necessário. Nestes tempos de campanha eleitoral, nunca fui tão procurado por candidatos, assessores e amigos de candidatos, alguns deles, inclusive, com notórias restrições, até então, às minhas opiniões.

Querem a minha “boa vontade” para com eles. Reconhecem como “um formador de opinião e influente na comunidade”. Uau! Acho que esses candidatos, assessores e amigos cabo eleitorais dos políticos, no fundo, não me conhecem bem.

Esta coluna não vai abrir espaço para nenhum candidato, a não ser se houver fatos relevantes que deponham contra eles e que precisem ser reportados. Mentiras, exageros e falta de transparência, e algumas controvérsias, desde já estão perdoadas. Analfabetos e ignorantes que precisam ser esclarecidos e que são maioria, não sabem ler e nem refletir sobre esse árido assunto onde os políticos nadam de braçadas. Louvar candidatos, não é a minha praia neste espaço. Até aos que julgo merecedores e bons.

Aliás, eu estou pagando a campanha de todos eles. O meu, o seu dinheiro e que deveria estar na saúde, educação, segurança e obras, como a duplicação da BR 470, está nos bolsos deles e dos partidos. É R$1,7 bilhão, mais outros R$800 milhões do Fundo Partidário. E foram eles próprios que criaram e votaram nessa indecência. Incrível!

A exceção, ressalte-se por justiça e não por promoção, é o Partido Novo. Ele foi o único que não aceitou receber essas verbas públicas vindas dos nossos pesados impostos, as quais faltam em tudo e são roubadas por muitos.

Além disso, tem gente falando em “fazer” o que nunca fez – e foi até contra nos votos e atitudes - quando teve oportunidade a tese com a verdade. Há uma fila entre os políticos e a renovação é dificultada, de todas as formas, por todos os políticos e todos os partidos, cheios de donos e gente com muitas suspeitas.

Então, não contem comigo, a não ser o voto da cidadania, quase todos definidos e alguns deles, pesarosamente, por obrigação de eleitor. Publicação paga de santinho e dentro da lei em vigor? Negociem direto com o dono do jornal impresso Cruzeiro do Vale, o mais antigo, e o de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota.  Wake up, Brazil!

 

Edição:1867.

Comentários

Leitor
06/09/2018 16:54
BOLSONARO LEVA FACADA

https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2018/09/06/ato-de-campanha-de-bolsonaro-em-juiz-de-fora-e-interrompido-apos-tumulto.ghtml
Miguel José Teixeira
06/09/2018 14:36
Senhores,

1) Na mídia:

"Uruguai se dispõe a ajudar na reconstrução do Museu Nacional do Rio"

+em: https://diariodopoder.com.br/uruguai-se-dispoe-a-ajudar-na-reconstrucao-do-museu-nacional-do-rio/

2) No Senado:

"Senado aprova doação de tanques do Exército ao Uruguai"

+ em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/09/05/senado-aprova-doacao-de-tanques-do-exercito-ao-uruguai

Huuummm. . . .

"Decifra-me ou te devoro"

BRASIL 2018, à espera de um salvador, desde que não seja um presidiário!!!
Miguel José Teixeira
06/09/2018 14:24
Senhores,

Sobre a nota bem sacada pelo Jornalista Herculano, meu amigo desde os tempos dos "Marianinhos", replicada abaixo:

"REAÇÕES À DISTRIBUIÇÃO DO FUNDÃO EM SC, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC de Florianópolis SC",

digo e garanto que é fácil a resolução:

em outubro, não perca a peleja, NÃO REELEJA!

Muito menos, mande seu voto pra cadeia!
Herculano
06/09/2018 13:58
da série: a realidade da vergonha da máfia dos políticos que aprovaram para eles próprios R$1,7 bilhão para suas campanhas, praticamente para reelegê-los, dinheiro que está faltando nos postos de saúde, nas ausência de creches, na segurança, nas obras como a duplicação da BR 470...

REAÇÕES À DISTRIBUIÇÃO DO FUNDÃO EM SC, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC de Florianópolis SC

A concentração dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas mãos de poucos - e costumeiros - candidatos a deputado federal e estadual gerou reclamações internas nas principais siglas do Estado. A maioria das reclamações ainda se dão no âmbito interno, mas a há fortes contestações sobre os critérios adotados.

É flagrante o privilégio a quem já tem mandato. No MDB, os quatro atuais deputados federais e um suplente receberam R$ 1,3 milhão cada. Entre os petistas, quem tem mandato em Brasília ficou com R$ 450 mil contra menos da metade dos demais beneficiados. O PP deu R$ 1,5 milhão para uma ex-deputada e R$ 822 mil para outros dois ex-parlamentares federais. No PSD, quatro nomes foram escolhidos para receber R$ 200 mil cada. Esse cenário incomoda quem ficou à parte. No universo desses quatro partidos e do PSDB, os maiores e mais tradicionais do Estado, 43 candidatos a deputado federal correm sem apoio financeiro das legendas. Há fortes movimentações de questionamento interno.

O tucano Ralf Zimmer está reclamando publicamente do que considerou uma injustiça para aqueles estão estreando na vida pública e chama de deboche o privilégio a quem já tem mandato. Entre os 17 candidatos tucanos, por enquanto, apenas Geovânia de Sá (R$ 1 milhão) e Marco Tebaldi (R$ 500 mil) receberam recursos do PSDB nacional.

Defensor público estadual licenciado, ele diz que estuda medidas jurídicas sobre o assunto e encontrou eco em um cacique tucano. O deputado estadual Leonel Pavan, que não concorre este ano, declarou-se indignado - o filho dele, Junior Pavan, é candidato a deputado federal. Em conjunto, afirmam que não descartam acionar a justiça para "democratizar" os recursos.

Em junho, quando entrevistei o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), Ricardo Roesler, essa concentração de poder nas mãos dos caciques partidários para distribuição dos recursos do fundo eleitoral foi uma das perguntas que fiz. Atento à posição de magistrado - que não adianta posição sobre algo que futuramente poderá ter que julgar - Roesler deixou a questão em aberto.

- Vamos agir de acordo com as representações do Ministério Público Eleitoral, dos cidadãos e dos partidos. Na medida em que vierem até nós, vamos julgá-las. É possível que tudo aconteça.

Admitiu, no entanto, que "há um poder muito grande dos partidos políticos para distribuição desses valores" e que "cada candidato, cada partido, as agremiações, deverão fiscalizar essa distribuição". Na polêmica lei que criou o fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para as eleições deste ano, não havia nada que previsse que 30% fosse destinado a candidaturas femininas. Isso foi interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, após provocado.

Ao mesmo tempo, existem candidatos que preferem não se incomodar internamente e apostar no marketing oposto - o de quem anuncia não utilizar os recursos.

- Perco R$ 100 mil ou R$ 200 mil que não iam resolver nada e ganho um discurso bom de fazer - brinca um deputado.
Herculano
06/09/2018 08:07
IBOPE AINDA SEM EFEITO DO HORÁRIO ELEITORAL: NEUTRA PARA HADDAD; BOA PARA CIRO; RUIM PARA MARINA E ALCKMIN E PÉSSIMA PARA BOLSONARO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O Ibope acabou divulgando na noite deste quarta-feira, depois de uma trapalhada, a pesquisa eleitoral que fez para o Estadão e Globo. Para lembrar: o resultado deveria ter vindo a público nesta terça. Mas o instituto havia registrado um pedido que trazia, em um dos cenários, Lula como candidato. Dada a decisão do TSE, que considerou o petista inelegível, o instituto resolveu fazer a simulação ignorando o seu nome. Como estava em desacordo com o que havia sigo registrado, espero que o TSE autorizasse a divulgação dos números. O tribunal nem autorizou nem desautorizou. Disse que não lhe cabia cuidar da questão. E os números vieram a público, em levantamento realizado entre os dias 1 e 3. Síntese das sínteses? Ciro Gomes (PDT) pode comemorar os números; Jair Bolsonaro (PSL) tem mais a lamentar. O mesmo se diga do Geraldo Alckmin. Mas que se note: o levantamento não serve para medir o impacto do horário eleitora gratuito. Já digo por quê. Vamos lá.

Se a eleição fosse hoje, sem o nome de Lula - e não há simulação com o petista, reitere-se -, seria Jair Bolsonaro (PSL) a liderar a corrida, com 22% das intenções de voto - dois pontos a mais do que há duas semanas. Em segundo lugar, rigorosamente empatados, aparecem Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), com 12%. O pedetista oscilou três pontos para cima, e Marina manteve a mesma pontuação. Também o tucano Gerado Alckmin e o petista Fernando Haddad podem ter crescido, com variação de dois pontos para mais: Ackmin aparece com 9%, Haddad, com 6%.

Registre-se um dado importante a estar certo o Ibope: os dispostos a anular os votos caíram de 28% para 21%. Os indecisos variaram de 9% para 7%. Ainda assim, são 28% os que não escolheram ninguém. É um número considerável. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Cabe fazer aqui um registro importante: os questionários foram aplicados entre os dias 1º e 3 de setembro. O horário eleitoral começou no dia 31, mas o tempo reservado aos presidenciáveis estreou no dia 1º. Logo, os que responderam ao Ibope ficaram expostos a um único dia da propaganda. O efeito desta no resultado, pois, é muito pequeno. Se houve mudanças no quadro, ela se devem mesmo é às respectivas campanhas fora do rádio e da TV.

Nessa jornada ao menos, quem tem mais a comemorar é Ciro: aparece com um crescimento de três pontos: de 9% para 12%. Quando se consideram as respectivas margens de erro das duas pesquisas, ainda não se pode asseverar que houve crescimento. Tudo indica que sim. Há ainda um outro dado positivo para ele: sem Lula, as preferências por seu nome no Nordeste cresceram de 14% para 20%. Já a adesão a Marina caiu de 17% para 13%. Haddad melhorou um pouco: de 5% para 8%.

O ex-presidenter e os petistas podem estar brincando com fogo ao insistir numa candidatura que sabem inviável. O chefão petista tinha 60% das intenções de voto no Nordeste. Haddad está muito longe dessa marca.

Segundo turno
As simulações de segundo turno e a taxa de rejeição trazem más notícias para Bolsonaro. Ele lidera o ranking negativo: dizem que não votariam nele de jeito nenhum 44% dos entrevistados. Em duas semanas, houve um crescimento de 7 pontos percentuais. A de Marina também cresceu: de 23% para 26%. A de Ciro oscilou um ponto para baixo, ficando em 20%. Também Haddad viu crescer a recusa a seu nome: de 16% para 23%.

Num eventual segundo turno, Bolsonaro perderia para Ciro por 44% a 33%, para Marina, por 43% a 33% e para Alckmin, por 41% a 32%. Chegaria tecnicamente empatado com Haddad: 37% a 36%. Considere-se, no entanto, que o ex-prefeito de São Paulo ainda é desconhecido por parte considerável da população, especialmente no Nordeste, maior reduto lulista do país.

Bolsonaro obtém seus melhores resultados entre quem ganha mais de cinco salários mínimos (30%), evangélicos (29%), homens (28%), jovens de 16 a 24 anos (28%) e na faixa com curso superior (29%).

Datafolha
No dia 10, o Datafolha realiza uma nova pesquisa. O resultado será publicado no mesmo dia. Nesse caso, sim, já será possível medir o impacto do horário eleitoral, que estará no seu 11º dia - cinco deles voltados para os presidenciáveis. Alckmin ter se movido muito discretamente nos números de agora não deve deixar felizes os partidários de sua candidatura, mas ainda é cedo para apreensão. Se, no dia 10, ele ainda continuar patinando em um dígito, então é o caso de os tucanos começarem a se preocupar.

Para quem nem candidato ainda é, Haddad pode até se sentir confortável com seus 6% - tecnicamente empatado com Alckmin, que está na luta há bem mais tempo. No atual cenário, teria de ganhar mais seis pontos para empatar com Marina e Ciro. É coisa que o PT pode operar perfeitamente. Mas, por óbvio, os adversários também estão em movimento. A questão é saber se o PT vai mesmo comprar a sua candidatura e se Lula dirá sem ambiguidades que o candidato é o ex-prefeito.

Os partidários da candidatura de Bolsonaro devem, sim, se preocupar: o candidato está no patamar em que estava quando a pregação se resumia à Internet. Desde o início da campanha propriamente, sua exposição é bem maior: participou de debates, sabatinas e entrevistas. A adesão à sua candidatura continua no mesmo lugar, mas a rejeição cresceu bastante.

Os dados sugerem que seria preciso mudar um pouco o rumo da prosa. Mas parece que o candidato decidiu seguir fiel a seu estilo, que seus entusiastas consideram vencedor.

Essa pesquisa, reitere-se, não está sob o impacto do horário eleitoral, mas já reflete algumas escolhas feitas pelos candidatos.
Herculano
06/09/2018 08:01
ORIGEM

De Guilherme Fiuza, jornalista, no twitter

De onde vem a fabulosa fortuna queimada com a multidão de advogados milionários na defesa do indefensável Lula da Silva & meliantes associados? (fora a fábula enterrada em mensalinhos e demais delinquências propagandísticas)

Esta é a pergunta de um milhão de pixulecos.
Herculano
06/09/2018 07:57
BOLSONARO É ATINGIDO

Conteúdo de O Antagonista. A propaganda negativa funciona.

Ela funcionou em 2014, contra Marina Silva, e está funcionando mais uma vez agora, contra Jair Bolsonaro.

Os bolsonaristas podem espernear à vontade contra as pesquisas eleitorais, mas é uma estupidez ignorar que o jogo sujo aumentou sua rejeição.

Ele ainda é o favorito para uma vaga no segundo turno. Sem tempo de TV para responder aos ataques, porém, sua margem deve se estreitar até 7 de outubro.
Herculano
06/09/2018 07:55
A HORA DO PÂNICO ELEITORAL E O DóLAR, por Marcos Vinicius Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Por ora, não há sinal de tumulto como na eleição de 2002, mas há risco de incêndio
O acaso, o Sobrenatural de Almeida e a lei de Murphy castigam quem é dado a previsões e otimistas incautos.

Quem se arrisca a dizer que não há pânico financeiro motivado pela eleição destrambelhada pode passar vexame horas depois de fazer tal afirmação cândida.

Basta a publicação de uma pesquisa com resultados que atravessem a garganta dos donos do dinheiro grosso (ou nem isso) para haver sururu.

Ou não?

A memória brasileira de pânico financeiro eleitoral é a da primeira eleição de Lula da Silva (PT) em 2002. A medida mais "pop" da tensão é o preço do dólar, embora a taxa de câmbio no curto prazo dependa do comportamento de um saco de gatos, muitos fatores, em particular do gato gordo da economia internacional. O problema nem de longe é só na política.

Isto posto, como anda o preço do dólar, comparado às suas idas e vindas nas eleições desde 1998?

Em 1998, 2006, 2010 e 2014, a taxa de câmbio mal se moveu, seja a comparação feita com o dólar de um ano antes, de janeiro do ano da eleição ou de abril, quando há um quadro mais claro das pré-candidaturas. Neste aspecto, 2018 outra vez se presta a uma analogia com 2002.

Em 2002, o dólar ficou 37% mais caro entre o começo de setembro e o de abril; em 2018, 25%. Em relação a um ano antes, 34% em 2002; 28% neste 2018. Mas o dólar de agosto de 2002 andava pela casa do equivalente hoje a uns R$ 6. Por ora, estamos perto dos R$ 4.

Quais as diferenças em relação a 2002?

No pânico da eleição de Lula 1, que pegou fogo mesmo ao longo de setembro, havia fuga de capital. Agora, mesmo nesta crise rara, entra dinheiro para cobrir o déficit externo com sobras.

A dívida externa (em proporção do PIB) era então o triplo da registrada agora. As reservas internacionais (como parcela do PIB) eram menos da metade. Parte relevante da dívida pública era dolarizada. A desvalorização do real elevava muito o risco de calote externo (por isso o país vivia no FMI).

Mesmo o crédito do governo tendo sido classificado como abaixo da crítica em termos de segurança (perdeu o grau de investimento), o risco do país ainda está em nível historicamente baixo.

A baixa taxa de juros básica contribui para parte da desvalorização do real de agora. Mas, lá em torno do ano 2000, o país precisava de taxa de três a sete vezes maior a fim de evitar fuga de dinheiro e desvalorização. Por quê?

Em parte, porque desvalorizações descabeladas também são motivadas por descontrole das expectativas de inflação. Quanto maior a crença de inflação crescente, maior a possibilidade de alta do dólar. A inflação esperada está na meta até 2021. Por enquanto, ao menos.

É daí que podem vir os problemas, do outro lado da meia-noite dos nossos dramas financeiros, o doméstico. As expectativas em geral, não apenas de inflação, podem ir para o vinagre caso se confirme a perspectiva de descontrole da dívida pública. Isto é, de que não haverá controle do déficit.

Caso prevaleça a crença em um futuro imediato de baixo crescimento e dívida pública engordando, o dólar pode desembestar, pode minguar a entrada de capital. Os juros tenderiam a subir, o que elevaria ainda mais a dívida pública etc.

Não há sinal desse pânico, até o início da noite desta quarta-feira, quando são escritas essas linhas. Mas todo candidato a presidente tem de pensar no assunto desde já, se quiser assumir um governo minimamente viável.
Herculano
06/09/2018 07:51
HOJE, BOLSONORO ESTÁ COM DIFICULDADES REAIS PARA PASSAR NO SEGUNDO TURNO

PESQUISA DO IBOPE DE ONTEM É CLARA: NO SEGUNDO TURNO ALCKMIN,PSDB, CIRO, PDT E MARINA, DA REDE DERROTAM BOLSONARO. O ÚNICO QUE TEM CHANCES DE VENCER BOLSONARO NO SEGUNDO TURNO, É HADDAD, DO PT.

A REJEIÇÃO DE BOLSONARO É A MAIOR ENTRE TODOS OS CANDIDATOS
Herculano
06/09/2018 07:44
O VAZIO DA PROPAGANDA ELEITORAL MOSTRA A ALMA DO NEG?"CIO, por Roberto Dias, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Dinheiro encurtado para as campanhas deixou candidatos ainda mais pelados

De Eduardo Suplicy, o político que costumava ter uma ideia mínima, agora sabemos que gosta de coar café. Mas tudo pode dar errado. "Nem sempre as coisas saem como queremos", explica ele enquanto ajeita o filtro na garrafa térmica, no que parece mais um momento de autoajuda do que um pedido de voto.

Se o café sair redondo, seria boa ideia servir uma xícara ao candidato que fez anúncio dizendo dormir apenas quatro horas por noite. "Adivinha quem é?", questiona a propaganda. É João Doria, pois. Está aí um caso de dinheiro público sendo usado para enaltecer uma prática nociva à saúde de qualquer pessoa.

Os dois lideram as principais corridas eleitorais em SP, estado mais rico do país - Suplicy é candidato ao Senado pelo PT, e Doria, ao governo pelo PSDB. Não é preciso ir a nenhum rincão para encontrar propagandas cheias de falta do que falar.

O dinheiro encurtado para as campanhas deixou os candidatos ainda mais pelados. Os anúncios não dão mais conta de disfarçar a falta de conteúdo dos postulantes, numa brincadeira ainda bilionária e agora financiada quase inteiramente por dinheiro público (do fundo partidário e da renúncia fiscal para as emissoras).

O apagão de ideias é tão gritante que até o presidenciável com mais tempo na televisão e no rádio usou o copiar-e-colar. Geraldo Alckmin levou ao ar anúncios muito, digamos, inspirados em spots já mostrados nas TVs inglesa e brasileira.

O PT, por sua vez, ainda não mostrou ideia nenhuma. Transformou os espaços que a lei eleitoral lhe concede em um reality show curitibano, destinado a repetir até cansar que a solução para tudo é colocar um preso no Planalto. Não é o caso de discutir o cálculo eleitoral; trata-se, isso sim, de desrespeito aberto com a população e a ordem jurídica.

João Amoêdo achou que a opção da metalinguagem seria uma boa: o que ele faz em sua propaganda é prometer acabar com a propaganda. Sem querer, talvez tenha tido uma ideia aproveitável.
Herculano
06/09/2018 07:40
ANS RETOMA INICIATIVAS PARA BENEFICIAR OPERADORAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A agência de saúde suplementar (ANS) se aproveitou da paralisia do Congresso, em razão da campanha eleitoral, com o adiamento da CPI dos Planos de Saúde, para retomar a mais sórdida criação para beneficiar as empresas do setor: a "coparticipação" do cliente nos custos do tratamento, com um sistema de "franquia" semelhante ao de seguro de veículos. O projeto foi cancelado após a criação da CPI.

SAÚDE COMO NEGóCIO
A "coparticipação", com "franquia", assemelha-se ao seguro de carros, o que demonstra o desapreço do setor (e da ANS) à condição humana.

AUDIÊNCIA 'PÚBLICA'
A ANS atraiu para sua "audiência pública" 28 entidades, apenas seis ligadas à defesa do consumidor. As operadoras garantiram maioria.

CASO DE POLÍCIA
A "coparticipação" fará o consumidor pagar aos planos o dobro do valor atual. Os planos poderão cobrar por exames valor igual à mensalidade.

LOBBY É FORTE
A CPI sobre aumentos abusivos dos planos de saúde foi protocolada há dois meses, mas até agora o presidente do Senado não a criou.

LULA APOSTA QUE FACHIN VAI CHUTAR O BALDE POR ELE
A aposta do ex-presidente Lula, em sua chicana nos tribunais, é que na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal o ministro Edson Fachin vai ignorar a própria posição, favorável à prisão em 2ª instância, e também "chutar o balde" do colegiado do Tribunal Superior Eleitoral, onde foi voto vencido, para reverter a impugnação. Lula não conhece Fachin. No STF, a aposta é outra: a remessa do caso direto para o plenário.

DECISÃO COLETIVA
Apesar de surpresos com sua posição no TSE, observadores avaliam que Fachin não assumirá sozinho o ônus de uma decisão no caso.

RESPEITO AO COLEGIADO
O ministro Edson Fachin é admirado por sua coerência e pelo respeito às decisões tomadas pelos colegiados.

ABUSO DA CHICANA
Lula está fazendo uso abusivo de um "direito" que não existe: fazer chicana nos tribunais de Brasília. Pior é a Justiça se prestar a isso.

RACISMO UNILATERAL
A campanha eleitoral tem mostrado um fenômeno curioso, com muitos candidatos destacando a cor da pele como o principal atributo. Isso só não pode ser usado por branquelos: seriam tachados de racistas.

MAIOR VALOR DA HISTóRIA
Está nas livrarias "A Maior Ação do Mundo", sobre o processo de André Almeida contra a Petrobras na Justiça de Nova York. A "class action suit" rendeu US$2,95 bilhões em indenizações a acionistas da estatal.

CONCORRÊNCIA ENGAVETADA
O Congresso ainda não liberou companhias aéreas estrangeiras para atuar no Brasil, mas a chilena Sky Airline, outra empresa low cost, manifestou interesse. A primeira foi a norueguesa Norwegian Air.

POLÍTICA CRIMINALIZADA
A senadora Ana Amélia (PP-RS), candidate a vice de Geraldo Alckmin (PSDB), lamentou: "A política é a essência da democracia. E essa política no Brasil, está sendo criminalizada."

EX-PODEROSOS PRESOS
Além de Lula, o único outro ex-presidente que está condenado à cadeia é peruano: o ex-ditador Franciso Morales-Bermúdez, que foi sentenciado à prisão perpétua, mas não cumpre pena por ter 96 anos.

PARA SALÁRIOS HÁ DINHEIRO
Relatório da IFI, entidade ligada ao Senado, avalia que o aumento dos salários dos ministros do STF agrava a situação das contas públicas. Para a FGV, o teto de gastos públicos pode se ignorado já em 2020.

NOME ERRADO
O Programa Bicicleta Brasil, aprovado pelo Congresso nesta quarta (5), prevê ajuda a estados e municípios para fazer ciclovias, bicicletários e divulgar os benefícios. Mas não prevê financiamento popular para bike.

PERGUNTA NO MUSEU
Já que o reitor da UFRJ não pediu para sair, como deveria, após o Museu Nacional virar cinzas, quando Temer vai demiti-lo de uma vez?
Herculano
06/09/2018 07:34
BOLSONARO RESOLVEU TESTAR OS LIMITES DA FIDELIDADE DE SEU ELEITORADO, por Daniela Lima, da Coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Candidato quer se colocar como única alternativa para mudar as coisas no país

Especialistas em marketing político que acompanham a eleição presidencial à distância veem motivo, razão e circunstância para a mudança de tom que Jair Bolsonaro (PSL) empregou ao seu discurso nos últimos dias.

No Acre, o deputado federal falou em "fuzilar a petralhada"; no Distrito Federal, chutou um Pixuleco; ao comentar o incêndio no Museu Nacional, fugiu do figurino emocional que os outros candidatos vestiram: "Já pegou fogo. Quer que eu faça o quê?".

Bolsonaro resolveu testar os limites da fidelidade de seu eleitorado e parece ter concluído que o discurso radical, sem papas na língua, feito com o fígado, encontra ainda mais guarida entre os que, irritados com a política, enxergam nele alternativa a "tudo isso que está aí"

Publicitários que atuam na campanha eleitoral começam a desconfiar que o presidenciável do PSL cristalizou o voto de uma fatia significativa do eleitorado e decidiu falar apenas com esse grupo, para garantir seu ingresso no segundo turno.

É o que acha, por exemplo, a equipe que faz a campanha de Ciro Gomes (PDT). Os conselheiros do pedetista acreditam que, hoje, apenas uma vaga está em jogo na segunda etapa da disputa - e que a bola está no campo da centro-esquerda.

O único adversário que tem arsenal e interesse em fazer frente a Bolsonaro neste momento ainda tenta achar a embocadura de um ataque efetivo.

Geraldo Alckmin (PSDB), que diferentemente dos outros candidatos considerados competitivos, tem tempo de televisão suficiente para se apresentar e também atacar o capitão reformado do Exército, ainda não sabe se conseguiu dar um tiro que cause avarias significativas na armadura de Bolsonaro.

Nesses seis dias de horário eleitoral, o tucano tem investido num segmento que já é refratário ao candidato do PSL: as mulheres. Estreou a campanha na TV e no rádio com comerciais fortes. Um deles mostra o deputado xingando e empurrando uma adversária política.

O outro aponta o dedo à retórica armamentista de Bolsonaro ao filmar, em câmera lenta, uma bala prestes a acertar a cabeça de uma criança.

Quem trabalha com marketing eleitoral elogia a plasticidade e a edição dos dois comerciais. Mas os tempos são tão estranhos que, ainda assim, apontam fragilidades. Ao avaliar as peças, três publicitários disseram que o fato de a campanha tucana ter colocado uma criança negra no quadro final do filme sobre armas pode ter diminuído o impacto da peça entre bolsonaristas.

Outro porém: Maria do Rosário (PT-RS), a deputada que foi xingada de vagabunda por Bolsonaro, é uma das principais antagonistas que ele tem no cenário político. A cena, portanto, poderia não chocar a militância dele, que passou os últimos anos ouvindo-o despejar as mais diversas aleivosias à petista.

As peças da publicidade tucana, portanto, seriam eficazes para afastar de vez quem já não votaria em Bolsonaro, mas podem não surtir tanto efeito entre os que abraçaram a retórica dele.

Aliados de Alckmin vão esperar para ver o resultado nas pesquisas. Acham que com menos de dez dias de publicidade na TV não é possível medir a resiliência de Bolsonaro. Avisam que o arsenal apenas começou a circular e que há chumbo mais grosso a ser disparado.

Conhecido pelo comedimento, pelas declarações insossas, frias e calculadas, Alckmin também subiu o tom. Nesta quarta (5), declarou: "Não há ninguém tão despreparado quanto o Bolsonaro. Acho que o Brasil retrocederia, iríamos para um caos. Farei o possível para evitar que isso aconteça. Tenho responsabilidade para com meu país". É guerra.
Herculano
06/09/2018 07:30
TEMER GRUDA O SEU GOVERNO TóXICO EM ALCKMIN, por Josias de Souza

Os vídeos que ilustram foram gravados por Michel Temer para revidar os ataques que recebe da campanha de Geraldo Alckmin no horário eleitoral. Nas peças, o presidente mais impopular da história esclarece que a coligação de Alckmin está apinhada de partidos que apoiam o governo. Alguns permanecem aboletados em ministérios.

Como que decidido a demonstrar para Alckmin que não se deve confundir memória fraca com consciência limpa, Temer expôs recordações com potencial para carbonizar o plano do tucanato de passar a campanha se fingindo de oposicionista. Temer cuidou de recordar que o PSDB o "ajudou no governo". Enumerou os tucanos que passaram pelos ministérios: José Serra (Itamaraty), Bruno Araújo (Cidades) e Antonio Imbassahy (Coordenação Político). Absteve-se de mencionar Aloysio Nunes, que permanece no posto de ministro das Relações exteriores.
Herculano
06/09/2018 07:26
ANSIEDADE CONTAMINA PROMOTORES E JUÍZES SOB HOLOFOTE DA ELEIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Tribunais e investigadores apressam passo contra Bolsonaro, Haddad e Alckmin

Os filtros da máquina de depuração política lançada pela Lava Jato estão entupidos a 31 dias da eleição. Promotores, procuradores e juízes jogaram às pressas no aparelho tudo o que encontraram pela frente. Nem eles sabem ao certo o que sairá do outro lado da esteira.

Só nos últimos nove dias, desfilaram em passo apressado ministros do STF que decidiam se Jair Bolsonaro deveria se tornar réu por racismo, promotores que apresentaram duas denúncias contra Fernando Haddad e integrantes do Ministério Público que processaram Geraldo Alckmin por caixa dois.

A ansiedade contaminou o Ministério Público e o Judiciário na primeira disputa nas urnas desde que as duas instituições assumiram protagonismo na vida pública do país. Sob os holofotes da corrida presidencial, órgãos de investigação e julgamento se apressaram ainda mais para reagir a uma demanda sem precedentes por moralidade na classe política.

É difícil acreditar que promotores e juízes não mantivessem um calendário em seus gabinetes com um grande X no dia 7 de outubro.

O julgamento de Bolsonaro no Supremo antes da eleição contrariou alguns ministros e agora está à espera do voto final. As denúncias contra Haddad vieram em série assim que ele foi alçado a reserva de Lula. A acusação contra Alckmin chegou a ser acompanhada de uma convocação a todo o Ministério Público, em uma inusual demonstração de força.

Os responsáveis por investigações e julgamentos assumiram a tarefa de aplicar já uma marca àqueles que consideram inabilitados para cargos públicos ?"por suspeita de corrupção, por acusações de financiamento irregular de campanhas ou por declarações preconceituosas.

Nem tudo é complô ou conspiração, embora sinta-se cheiro de tratamento seletivo em alguns casos. Juízes e promotores só mergulharam num caldo institucional que os estimula a assumir a missão de tutelar os eleitores diante do caos político. Com movimentos afobados, faz-se um nado sincronizado meio errático.
Bestanaro
06/09/2018 06:51
Herculano,

O Krebs, com paca e contudo, costuram um acordao com Cleffi para o ano que vem e garantem a presidência e outros benefícios.
Este foi o cardápio e um jantar em Balneário Camboriú, e no último ano elegem a mais nova presidente no legislativo Valdemar, a jovensinha " Francineide". Tá dado o aviso.
Herculano
05/09/2018 21:37
IBOPE: BOLSONARO MANTÉM A LIDERANÇA COM 22%; CIRO E MARINA TÊM 12%, ALCKMIN 9%, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Depois de consulta ao TSE, segue nota do instituto Ibope sobre a pesquisa divulgada agora há pouco com números das intenções de voto à presidência da República.

"Como informado ontem, na pesquisa de intenção de votos realizada entre os dia 1 e 3 de setembro, para seguir as decisões decorrentes do indeferimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, que proibiram, entre outras coisas, que o ex-presidente participasse, como candidato, de atos de campanha, o Ibope deixou de aplicar o questionário em que o nome de Lula aparecia como postulante ao cargo de presidente da República, como constava do registro da pesquisa feito no TSE.

O instituto pesquisou apenas o cenário em que o nome de Fernando Haddad, candidato a vice-presidente pelo PT, aparecia juntamente com os candidatos que pediram registro, o Ibope indagou ao TSE se este procedimento estava correto.

Em sua decisão de hoje, o ministro Luiz Felipe Salomão explicou que, segundo a lei, o TSE está impedido de responder a consultas como essa durante o período eleitoral.

Diante disso, e convicto de que agiu de boa fé e dentro da lei, e, ainda, no intuito de não privar o eleitor de informações relevantes sobre a situação atual das intenções de voto na eleição presidencial, o Ibope, decidiu liberar os resultados da pesquisa para divulgação, decisão que contou com o apoio dos contratantes TV Globo e o 'Estado de S.Paulo'."

Seguem agora alguns dados da pesquisa, publicados no Estadão. Comento mais tarde.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) oscilou dois pontos porcentuais para cima em duas semanas e, com 22% das intenções de voto, segue na liderança da corrida presidencial, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta quarta-feira, 5. Ciro Gomes (PDT) subiu três pontos, de 9% para 12%, e empatou numericamente com Marina Silva (Rede), que manteve o patamar do levantamento anterior, divulgado no dia 20 de agosto.

A preferência pelo tucano Geraldo Alckmin, detentor de quase metade do tempo do horário eleitoral gratuito e representante da maior coligação da disputa, passou de 7% para 9%.

Na primeira pesquisa depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista Fernando Haddad aparece com 6%, dois pontos acima do registrado no levantamento anterior do Ibope. Inscrito originalmente como vice de Lula, Haddad deve assumir em breve o posto de titular da chapa. (...)
Herculano
05/09/2018 17:17
PASSADO ASSOMBRA CAMPANHAS DE PSDB E PT, por Josias de Souza

Num intervalo de 24 horas, o passado mal-assombrado de tucanos e petistas invadiu as campanhas de Geraldo Alckmin e de Fernando Haddad. Contra o presidenciável do PSDB, o Ministério Público de São Paulo ajuizou nesta quarta-feira uma ação de improbidade escorada em delações da Odebrecht. Contra o estepe de Lula, os promotores protocolaram na véspera uma denúncia criminal amparada em deduragem de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Alckmin e Haddad representam interesses políticos diferentes. Mas tornam-se seres indistinguíveis quando analisados apenas a partir das reações às encrencas judiciais. Jogados dentro do tanque de lama, os dois deslocam suas massas na mistura viscosa e esperneiam da mesma maneira que outros encrencados. Atribuem o mau jeito à perseguição política ou a tentativas espúrias de interferir na disputa eleitoral.

Alckmin é acusado de receber R$ 9,9 milhões do departamento de propinas da Odebrecht para sua campanha de 2014. Haddad é acusado de morder R$ 2,6 milhões da UTC em 2013, para tapar um buraco de sua campanha para prefeito. Não há nenhuma sentença. Mas, em condições normais, os dados seriam levados em conta no julgamento dos eleitores. O problema é que a sujeira generalizou-se de tal maneira que o brasileiro parece estar moralmente sedado.
Herculano
05/09/2018 11:34
Ao Miguel, meu leitor de Brasília

Bernardo de Mello Franco, colunista de O Globo, e que escreve ai de Brasília, saiu com essa no twitter dele para alancar a coluna dele no jornal carioca, origem do colunista.

"Um ministro admitiu que a tragédia "poderia ter sido evitada". Outro debochou do incêndio e ironizou as "viúvas" do Museu Nacional. Tente explicar a um estrangeiro como os dois ainda continuam no cargo"

Eu repliquei no mesmo twitter, depois que uma torrente de informações desmentiram as versões fantasiosas dos responsáveis - muitas delas estão postadas abaixo com substanciais provas, números e atitudes -, que no palanque eleitoral e politicamente encontraram outros culpados, que não eles próprios:

"Tente explicar a um estrangeiro como um gestor público do museu,uma universidade pública federal,aparelhada pelos radicais da esquerda do atraso e que possuem a bênção do colunista,inverteram as prioridades,não cuidaram da manutenção do museu,aumentaram os gastos com pessoal estável na crise" [econômica e que produz milhões de desempregados, que apesar disso, sustentam essa farra toda com seus impostos que pagam em tudo, até na água que bebem]
Miguel José Teixeira
05/09/2018 11:23
Senhores,

Sobre a matéria abaixo "RUÍNAS DO MUSEU NACIONAL NÃO ESTARÃO COMPLETAS SEM UM LOTE DE DEMISSõES, por Josias de Souza", vale registro:

Enquanto nós, eleitores/contribuintes, vistos por eles como "burros-de-cargas", não desaparelharmos a máquina pública e emparedarmos estes "CUmunistinhas", episódios lamentáveis sempre ocorrerão. . .
Herculano
05/09/2018 07:52
RUÍNAS DO MUSEU NACIONAL NÃO ESTARÃO COMPLETAS SEM UM LOTE DE DEMISSõES, por Josias de Souza

Nas horas que se seguiram ao incêndio, as autoridades com algum tipo de responsabilidade sobre os destinos do Museu Nacional revelaram-se capazes de tudo, menos de admitir que talvez tenham sido incapazes de todo. Falta algo ao enredo do historicídio cometido na Quinta da Boa Vista, no Rio.

Trinta e sete dias antes das labaredas, um arquiteto repassou ao Ministério Público Federal fotos que retratavam a degradação do museu mais antigo do país. Os problemas na fiação pareciam fumaça a prenunciar o fogo. Acionada para prestar esclarecimentos, a UFRJ, gestora do museu, pediu prazo. As chamas chegaram primeiro.

Dois dias antes, estiveram no museu ténicos encarregados de elaborar um orçamento para a reforma do teto. Tiraram fotos no depósito de museologia, no terceiro andar. A TV Globo exibiu as imagens. O teto estava forrado com plástico. Havia fios soltos.

No Museu Nacional, o valor atribuído à segurança era inversamente proporcional à relevância imensurável do acervo. Não havia um mísero laudo do Corpo de Bombeiros atestando a (in)segurança do palácio bicentenário.

Um detalhe adiciona ironia à inépcia. Informou-se que o BNDES despejaria R$ 21,7 milhões numa reforma do museu. Coisa a ser liberada em conta-gotas. O projeto consumiu três anos de debate. Uma das razões para a demora foi a necessidade de refazer o projeto. O BNDES diz ter exigido a inclusão de um sistema de combate a incêndios.

Retorne-se, por oportuno, ao primeiro parágrafo. Falta algo ao enredo do historicídio cometido na Quinta da Boa Vista. As ruínas do Museu Nacional não estarão completas enquanto não forem depositadas sobre elas um lote de cartas de demissão. A Polícia Federal começou a investigar as causas do acidente. A apuração será mambembe se não olhar para o alto.

Aos pouquinhos, vai ficando claro que a alegada falta de verba era apenas parte da encrenca. Falta contabilizar o refinamento, o zelo, o acabamento e, obviamente, o custo com que diretores, reitores, ministros e assemelhados exerceram sua incompetência no Museu Nacional. Em outras instituições análogas, os hipotéticos gestores também vêm fazendo o pior o melhor que podem.
Herculano
05/09/2018 07:50
PT ARRISCA CLASSE MÉDIA PARA RETER ELEITOR DE RENDA MAIS BAIXA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ao adiar troca de Lula, sigla amplia angústia de grupo que pode migrar para Ciro

O PT aceitou correr o risco de frustrar uma fatia de seu eleitorado ao esticar até o limite a substituição de Lula. Dirigentes argumentam que insistir na manutenção do ex-presidente na corrida é a melhor maneira de garantir a fidelidade de petistas de baixa renda - mesmo que a demora afaste a classe média.

A sigla acompanha o humor de seus eleitores com pesquisas periódicas. Os números, segundo integrantes do partido, mostram que a ansiedade pela substituição de Lula se concentra principalmente em segmentos intermediários de renda.

Estes eleitores têm mais acesso à informação, têm consciência de que são baixas as chances de o ex-presidente ser candidato, agem pelo chamado "voto de opinião" e já procuram alternativas por conta própria ?"antes, portanto, que Lula abençoe Fernando Haddad oficialmente.

Os números alarmaram parte da direção do PT ao indicarem sinais de uma migração de votos de Lula para Ciro Gomes (PDT). Ainda que Marina Silva (Rede) herde uma fatia maior de eleitores do petista, é o ex-governador cearense quem causa maior desconforto entre petistas que monitoram o fluxo na esquerda.

Apesar do risco, dirigentes petistas insistem que qualquer precipitação na troca de Lula por Haddad prejudicaria o partido em sua principal trincheira, que é a população de renda mais baixa. Esta, avaliam, não absorveria gestos que pudessem insinuar que o PT desistiu de Lula, rifando-o da corrida eleitoral.

Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, 58% dizem que votariam "com certeza" ou "talvez" no candidato de Lula. Em uma faixa de renda acima, de dois a cinco salários, esse índice cai para 43%.

Embora a lentidão da sigla para substituir seu candidato amplie as angústias do eleitor de classe média, o PT acredita que é preciso manter o holograma do "Lula candidato" aceso para reter o eleitorado mais pobre, base de suas forças.

Depois, caberá a Haddad a missão de recuperar a classe média que poderá migrar para Ciro e companhia.
Herculano
05/09/2018 07:46
"CIRINHO PAZ E AMOR" JÁ ERA. CANDIDATO DO PDT PARTE PRA CIMA DE ALCKMIN E BOLSONARO E, POR ORA AO MENOS, IGNORA HADDAD, O SUBSTITUTO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV


Que lugar sobrou para o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes? De um lado, assistiu à fuga dos partidos do "Centrão". Suas ideias foram consideradas "esquerdistas" demais para a turma, que migrou para a candidatura do tucano Geraldo Alckmin. Pelo flanco esquerdo, veio o ataque de Lula, que lhe retirou, na undécima hora, um apoio que se afigurava como certo: o do PSB. A Ciro restaram minguados 28 segundos em cada bloco de 12 minutos e meio no horário eleitoral. Terá direito no primeiro turno a 51 inserções apenas. A realidade objetiva o obrigou a rever um certo "Cirinho Paz e Amor" quer chegou a se esboçar.

O candidato vinha contendo a sua reconhecida, até por ele mesmo, incontinência verbal. Não mais. O elemento que desencadeou a mudança foi uma reportagem da revista "Veja" em que Niomar Calazans, ex-tesoureiro do Pros, afirma que Ciro "sabia e participava" de um esquema de extorsão no Ceará denunciado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, do qual Cid Gomes, seu irmão, também faria parte.

Na sabatina promovida pelo Estadão e pela Faap nesta terça, o candidato voltou aos velhos tempos. Reservou palavras nada gentis à revista e, sem apresentar evidências, acusou o tucano Geraldo Alckmin e o presidente Michel Temer de estarem por trás de uma espécie de complô envolvendo a publicação:
"Que tal vocês imaginarem que eles compraram uma matéria caluniosa na revista Veja? Foram os dois juntos, o Temer e o Alckmin, todo mundo está sabendo".

Pois é... Ninguém está sabendo, e o candidato poderia dar, então, a pista que levasse às evidências de algo tão grave. Para ele, a prova estaria num pedido de financiamento que o grupo Abril teria feito ao BNDES. Bem a ser assim, todo mundo que mantém algum contrato com o banco de fomento é, de saída, suspeito.

Confesso, senhores leitores, que já não tenho paciência para esses vazamentos do que chamo "lava-jatices". Parece-me evidente que o Partido da Polícia transforma em alvo todos aqueles que não rezam segundo os termos de sua cartilha. E a Família Gomes não escapou. Ocorre que adversários de Ciro são alvos dos mesmos expedientes. E, nesse ponto, ele volta a atravessar o samba. Referindo-se a Alckmin, afirmou:

"Ele próprio está respondendo a inquérito com delação premiada de ter participado do escândalo da Odebrecht. Toda a sociedade brasileira sabe do inquérito Alstom dos trens de São Paulo. Toda a sociedade brasileira ficou chocada com o escândalo da merenda escolar. Todo mundo já ouviu falar do Paulo Preto".

Para lembrar: o candidato do PSDB é investigado pela Justiça Eleitoral numa acusação de caixa dois. Mas não nos casos Alstom, Merenda e Paulo Preto.

Os ataques não se resumiram a Alckmin. Ciro também mirou em Jair Bolsonaro. Classificou a sua eventual eleição de "suicídio coletivo" e aproveitou para alfinetar as, digamos, elites:

"Lembre-se que quem está puxando o Bolsonaro são os ricos, os brancos e os machos - ou os homens -, e é basicamente esse lado mais truculento e mais egoísta da sociedade".

Há uma semana, ele já chamou o candidato do PSL de "projeto de Hitlerzinho tropical".

Qual é a estratégia?

Que estratégia ou que leitura da realidade determina essa guinada? Até a última rodada de pesquisas, Bolsonaro liderava a disputa quando Lula não aparecia entre os candidatos. O petista está fora. Fernando Haddad entrará em seu lugar. Sem Lula, é Marina (Rede) quem aparece em segundo. Ciro e Alckmin disputam o terceiro lugar. É de se notar que o candidato do PDT preservou Fernando Haddad de ataques. Parece apostar na possibilidade de que a transferência de votos de Lula para o ex-prefeito de São Paulo não aconteça. E aí estaria a sua chance de passar para o segundo turno. Para tanto, tem de acenar à esquerda com o viés anti-Bolsonaro - que, nesse arranjo, teria já um lugar garantido no segundo turno - e de vencer, numa primeira investida, seu antípoda no segundo lugar do pódio:

Alckmin. Ocorre que ainda existe a resiliente Marina.

As possibilidades de Ciro, pois, dependeriam da combinação de um conjunto de fatores que, à primeira vista, parece implausível. Ocorre que há momentos em que as pessoas não escolhem a estratégia, mas são escolhidas por ela. Ciro não tem como disputar influência com Lula - então é melhor deixar pra lá essa questão. Se a transferência de votos para Haddad se operar, há o risco de que arraste, inclusive parte do eleitorado do pedetista. Mas nada há a fazer a respeito. Não se bate boca com um preso.

Para sobreviver, na hipótese de o PT ficar fora da disputa, Ciro tem de distribuir bordoadas, apresentando-se como antitucano, anti-Temer e anti-Bolsonaro.
Herculano
05/09/2018 07:40
da série: quanto mais se mexe nesse caso, confirma-se aquilo que todos sabem de que as gestões de petistas, solistas, comunistas e outros da esquerda do atraso é um desastre. Não faltou dinheiro para empreguismo dos seus e aumentos dos vencimentos deles próprios com o dinheiro do povo

ENQUANTO ROMA ARDE, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central

Grupos de interesse estão nos levando a uma situação falimentar

Tudo bem, a hipocrisia pode ser mesmo a homenagem que o vício presta à virtude, mas há limites ao que o estômago humano pode suportar nesta área.

O festival de oportunismo que surgiu das cinzas do Museu Nacional é de causar engulhos a qualquer um que tenha um mínimo de honestidade intelectual, qualidade cada vez mais rara no país.

Sobraram políticos (e, lamento dizer, economistas ?"se bem que caberia aí mais de uma qualificação) que não hesitaram em inverter as leis da física, para não falar da história, com o objetivo de ganhar um trocado fácil no jogo eleitoral.

De maneira geral se buscou associar o desastre à austeridade fiscal, principalmente no que se refere ao teto de gastos públicos.

Ignora-se, intencionalmente, que o teto de gastos começou a vigorar em 2017, enquanto os relatos acerca do péssimo estado do museu datam de vários anos antes.

Em 2004, por exemplo, o então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Viter, afirmava: "O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, mal conservadas, alas com infiltrações, uma situação de total irresponsabilidade com o patrimônio histórico".

Já em 2015 o museu foi fechado por falta de verbas. Um esforço mínimo de pesquisa revela problemas ao longo dos últimos 20 anos, pelo menos.

A rigor a possibilidade de eventos presentes afetarem de alguma forma o passado, contrariando as leis da física, não é um argumento novo: não faltam economistas que atribuam a recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 à política econômica de Joaquim Levy, que assumiu o cargo de ministro da Fazenda no começo de 2015.

De que vale, porém, a lógica face à "narrativa"?

Também não é verdade que tenha havido uma redução generalizada de gastos públicos, muito pelo contrário.

Medida a preços de 2017 a despesa dos três níveis de governo subiu de R$ 2,7 trilhões em 2010 para R$ 3,1 trilhões em 2014 e R$ 3,2 trilhões no ano passado, aumento de R$ 520 bilhões. Já o investimento público caiu de R$ 180 bilhões em 2010 para R$ 175 bilhões em 2014 e meros R$ 80 bilhões em 2017.

O problema nunca foi falta de dinheiro, mas a definição de prioridades para seu uso.

Preferimos gastar R$ 112 bilhões a mais com a remuneração de empregados e R$ 294 bilhões a mais com benefícios sociais (dos quais 38% representam aposentadorias e pensões de servidores públicos, 54% são gastos previdenciários do INSS e apenas 8% representam benefícios de assistência social).

Apesar disso, os que hoje rasgam as vestes em público pela tragédia do museu são os primeiros na fila para manter o estado das coisas, seja se opondo à reforma da Previdência, seja no apoio a medidas como elevação de salários no setor público, seja, por fim, deixando claro em seu programa de governo ?"em direta contradição com a realidade?" que o remédio para o país consiste em... gastar mais!

A verdade é que estão matando a galinha dos ovos de ouro. Na busca insaciável para extrair renda do resto da sociedade os grupos de interesse, sobretudo do funcionalismo, estão nos levando a uma situação falimentar.

A defesa de novos impostos para acalmar sua fome já se mostrou equivocada: a história dos últimos 20 anos de gastos federais mostra que quanto mais se arrecada mais se gasta e mais se gasta mal.

Se não mudarmos esta história o desastre do domingo passado será apenas o alerta dos outros tantos que ainda haveremos de enfrentar.
Herculano
05/09/2018 07:35
A HISTóRIA POR TRÁS DO FOGO.por Carlos Brickmann

O mesmo fogo que queima também ilumina. O incêndio que destruiu o Museu Nacional iluminou histórias que viviam ocultas nas sombras.

A primeira: por que um museu deve depender de uma universidade? Nada contra as universidades, mas não é esse seu objetivo básico. Um museu exige muito - muita dedicação, muito estudo, muito dinheiro, administração própria. O Museu Nacional, sob a Universidade Federal do Rio de Janeiro, não tinha um contrato de manutenção elétrica ?" pelo menos não constava na prestação de contas da UFRJ. O Museu do Ipiranga faz parte da USP, Universidade de São Paulo. Seu prédio estava em condições tão precárias que foi fechado em 2013 para reformas, com reabertura prevista para 2022. Nove anos fechado.

Há pouco mais de 20 anos, o empresário Israel Klabin, ex-prefeito do Rio, conseguiu US$ 80 milhões do Banco Mundial para restaurar e modernizar o Museu Nacional. Só havia uma exigência: o Museu deveria ser autônomo. Ou fundação ou Organização Social, com conselho, compliance (compromisso de seguir as leis, com transparência) e governança. Um grupo de voluntários se formou para trabalhar num pré-projeto de reforma para apresentar ao Banco Mundial. Mas a UFRJ rejeitou a proposta: o Museu era dela e ponto final. Os R$ 600 mil anuais da manutenção foram sendo reduzidos desde 2014. A receita da UFRJ cresceu, a verba do Museu caiu. Detalhe: um secretário de Estado, Wagner Victer, previu em 2004 o incêndio, por falta de manutenção.

IDEOLOGIA

Não se trata, aqui, de apontar responsáveis pelo incêndio: isso é tarefa dos investigadores. Na nota acima, falou-se das estruturas administrativas inadequadas, que é preciso modificar. Aqui, sem culpar ninguém, o tema é outro: a unanimidade ideológica no comando de uma universidade pública.

O reitor, a vice-reitora, a pró-reitora de Extensão, o pró-reitor de Pessoal são simpáticos ao PSOL; o pró-reitor de Graduação é simpático ao PCB; o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças é simpático ao PCdoB. Não existirá nenhum professor capaz de exercer algum desses cargos e não seja simpatizante de algum partido de extrema esquerda?

Haveria a possibilidade de que a UFRJ tenha sido entregue a esses partidos em um "acordo de governabilidade" com os governadores Sérgio Cabral e Pezão?

CALA-TE, BOCA!

Este colunista ouviu, ninguém lhe disse: o ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, disse que a restauração do Museu se dará em várias fases, a última das quais é comprar o que for necessário para recompor o acervo que o fogo destruiu.

Claro, claro: é só ir às compras que, mesmo pagando mais caro, será simples comprar fósseis de plantas já extintas, o fóssil de Luzia - que, aliás, já estava velhinho, com 12 mil anos - e que levou o mundo inteiro a refazer as pesquisas sobre a chegada dos seres humanos à América; talvez, por que não?, outro trono, para substituir o perdido, do rei africano do Daomé, Adandozan, na hipótese ainda não comprovada de que ele tivesse duas bundas.

HÁ ESTOQUE

Já repor o acervo de múmias será simples. Basta promover um evento com determinadas autoridades e fechar as portas. A turma se sentirá em casa.

O INÍCIO DO FIM

"Para liquidar os povos, começa-se por lhes tirar a memória. Destroem-se seus livros, sua cultura, sua história. E uma outra pessoa lhes escreve outros livros, lhes dá outra cultura e lhes inventa outra História." Do escritor tcheco (naturalizado francês) Milan Kundera, O Livro do Riso e do Esquecimento.

FRASE

"Todos que por aqui passem protejam esta laje, pois ela guarda um documento que revela a cultura de uma geração e um marco na história de um povo que soube construir o seu próprio futuro". Era isso que estava escrito no chão, em frente ao Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

EXPORTADOR NO VERMELHO

Exportadores gaúchos informaram o deputado federal Jerônimo Goergen que o Governo cubano está atrasando os pagamentos - algo como 40 milhões de euros, equivalentes a uns R$ 200 milhões, há mais de 60 dias. Pode ser que haja atrasos no pagamento também a exportadores de outras regiões. Uma exportadora gaúcha de proteína animal já acumula cerca de R$ 5 milhões de prejuízos.

Goergen, da Frente Parlamentar da Agropecuária, lembra que o atraso atinge em cheio o agronegócio, exatamente o setor mais dinâmico da economia brasileira, na produção, industrialização e venda.

PERILLO RÉU

O ex-governador goiano Marconi Perillo é réu por corrupção e lavagem de dinheiro perante o juiz de primeira instância, em Goiânia. Com ele, estão sendo processados o empreiteiro Fernando Cavendish (da Delta) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Perillo só escapa da primeira instância se for eleito para o Senado (aí ganha foro privilegiado), mas corre risco de ser derrotado.
Herculano
05/09/2018 07:29
GUILHOTINA E DINHEIRO NO MUSEU, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Incêndio provoca guerra nas redes sociais a respeito dos culpados por gastos

A desgraça do Museu Nacional tornou-se motivo de guerra nas redes insociáveis, bidu. Temas centrais da discussão eram o gasto público e os responsáveis pela falta de dinheiro que teria levado parte da memória nacional à ruína.

A pindaíba terminal do governo tornou-se um debate "pop", tão disseminado quanto as ilusões sobre as despesas públicas e onde se pode arrumar dinheiro.

Na confusão do tiroteio, apareciam também bandeiras pedindo a cabeça de autoridades.

Um meme frequente mostrava um desenho do Congresso em chamas com a legenda "Sonho"; logo acima, a imagem do Museu queimando, com a legenda "Realidade". Noutros, "políticos" ou ministros do Supremo eram guilhotinados.

O incêndio motivou 1,6 milhão de publicações no Twitter entre a noite de domingo da tragédia e o começo da tarde de segunda-feira, segundo levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (FGV Dapp). Foi um frenesi de postagem similar ao de momentos como o assassinato de Marielle Franco, o julgamento de Lula no STF e a greve dos caminhoneiros.

Além de vexames e exorbitâncias dos anos recentes, o Supremo está com o filme queimado por causa dos penduricalhos e do reajuste dos seus salários. "O custo de um ministro do Supremo por ano pagaria a manutenção do Museu", lia-se. Mas há revolta contra "tudo o que está aí".

"Vermelhos" criticavam o teto de gastos, cortes de verbas para a cultura, congelamento de salários de servidores. Os "Azuis" atribuíam o incêndio a governos de esquerda, a corrupções, ao uso de dinheiro para "artistas ricos" da lei Rouanet e para exposições "LGBT" como a "Queermuseu".

Os que querem decapitar juízes e queimar o Congresso, além da maioria menos radical que critica os gastos de Judiciário e Legislativo, precisariam levar em conta o peso desses gastos no Orçamento.

Vários são francamente exorbitantes, como as aposentadorias de parlamentares e magistrados. Mas o Congresso leva 0,9% da despesa federal total (R$ 12,5 bilhões por ano, incluindo pessoal, encargos sociais e investimento).

Tribunais superiores e Justiça Federal levam 3,5% (sendo 43% disso gasto pela Justiça do Trabalho).

Há ineficiência, desperdício e fraude no governo, mesmo em áreas essenciais, hospital e escola. Qualquer dinheiro mais bem gasto faz diferença no país onde se morre de febre amarela e de outros horrores estúpidos, onde a escola pública fracassa e onde queima o Museu Nacional.

Mas, tanto para quem quer mais ou menos gasto ou imposto, é preciso entender as dimensões do problema.

O Orçamento federal para este ano é de R$ 1,35 trilhão. TRILHÃO. Essa conta não inclui despesa com juros. Nos últimos 12 meses, apenas a Previdência levou R$ 589 bilhões, cerca de R$ 30 bilhões a mais do que no ano passado (apenas INSS, não entra a Previdência dos servidores).

No momento, o gasto federal é maior do que no último ano de Dilma 1, antes da volta do "neoliberalismo". Mesmo assim, há déficit de uns R$ 100 bilhões (déficit primário, não leva em conta a despesa com juros).

Antes do "neoliberalismo", governos de esquerda deram subsídios de dezenas de bilhões de reais por ano a empresas grandes. Deram Refis, perdão de imposto para empresas, como estes que Michel Temer deu ou que o Congresso acabou de dar nesta semana, para ruralistas, que pode custar R$ 16 bilhões.

Antes de cortar gastos ou cabeças, enfim, é preciso fazer umas contas.
Herculano
05/09/2018 07:19
REITOR FAZ POSE DE QUEM NADA TEVE COM O INCÊNDIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O ativista Roberto Leher, reitor da Universidade Federal do Rio (UFRJ), reapareceu em Brasília, nesta terça (4), fazendo a melhor expressão de quem nada teve com a destruição do Museu Nacional. Só que não. Desde a posse, em julho de 2015, foi o terceiro incêndio sob a atual gestão na UFRJ. E as tragédias não ocorreram por acaso: essa turma tem se mostrado incapaz até de cumprir a recomendação legal de criar e manter um grupo de brigadistas para prevenção e combate ao fogo.

RASTRO DE FOGO

A atual gestão da UFRJ deixará a tristíssima memória dos incêndios na Reitoria, no dormitório dos alunos e no Museu que virou cinzas.

OMISSÃO FATAL
O reitor e seus prepostos foram incapazes até de articular convênio com os Bombeiros, sem custos, para proteger o Museu de incêndios.

MEU PIRÃO PRIMEIRO
De janeiro a julho deste ano, o reitor recebeu R$ 213 mil em salários, mais que o dobro dos R$ 98 mil repassados à manutenção do Museu.

TÁTICA ESPERTA
Antes que lembrassem sua responsabilidade na tragédia, o reitor partiu para o ataque ainda na noite do incêndio. Atacou até os bombeiros.

APóS O PONTO, DESAFIO É FAZER SERVIDOR TRABALHAR
A estabilidade, no serviço público, protege o funcionário de ingerências e perseguições políticas, mas também favorece o absenteísmo - o funcionário que falta ao trabalho sabendo que nada lhe acontecerá. No Instituto Hospital de Base, segundo levantamento da própria instituição, maior e mais movimentada unidade de urgência de Brasília, o absenteísmo chega a 8,4% dos cerca de 2 mil servidores estáveis, enquanto entre os celetistas, que não têm estabilidade e ganham em média quatro vezes menos, a ausência média é de 0,7%.

MELHOROU MUITO
Apesar do absenteísmo, o Instituto Hospital de Base, criado há oito meses ganhou mais 107 leitos e dobrou o número de salas de cirurgia.

TRATAMENTO DE CÂNCER
O Hospital oferecia antes apenas dez consultas de oncologia clínica ao mês, agora chegam a 195. As radioterapias passaram de 24 para 60.

USUÁRIO SATISFEITO
Agora, o Hospital de Base, onde faleceu Tancredo Neves, soma 66% de índice de satisfação. Antes de virar instituto, não passava de 30%.

ARTICULADOR NATO
Experiente e respeitado e deputado federal por três vezes, o ex- governador gaúcho Germano Rigotto já definiu o papel que gostaria de exercer em eventual governo Henrique Meirelles: articulador político.

OPORTUNISMO CHOCANTE
Petistas ilustres ficaram impressionados com o que encontraram em recente visita ao Nordeste: "aliados" que não se importam com a sorte do ex-presidente Lula, estão apenas interessados em seus votos.

DISPUTA ESQUENTOU
O enroladíssimo José Tadros (AM), candidato de situação, soltou os cachorros contra seu adversário Adelmir Santana (DF), na disputa pela presidência da Confederação Nacional do Comércio (CNC). À qual, aliás, Antonio Oliveira Santos se agarra como carrapato há 38 anos.

QUE PAPELÃO
Como em todas as eleições, setores da Justiça se prestam ao papel de censurar a imprensa, afrontando a Constituição para proteger políticos da pior espécie, com quase duas dezenas de investigações no STF.

ENQUETES CENSURADAS
Enquetes estão censuradas e podem render multa de até R$106 mil, mas apenas em relação ao processo eleitoral. Perguntar sobre a preferência entre um corrupto, um maluco e um chuchu pode.

ESPERANÇA VÃ
O governo somou receitas de R$1,5 trilhão em 8 meses, mas ainda espera atingir R$3,5 trilhões até dezembro. Se a meta ficar distante, que se dobre a meta, como dizia a ex-presidente amalucada.

BONÉS E ETC NÃO PODEM
Camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais estão legalmente proibidos, na campanha eleitoral desde ano, sob pena de candidatura impugnada.

SEMANA DA PÁTRIA
Cerca de 700 alunos de escolas de Brasília visitam nesta quarta o Estádio Mané Garrincha, como parte do programa Terracap Cidadã na Semana da Pátria. Com direito à Banda dos Fuzileiros Navais.

PENSANDO BEM...
...Lula insistir na lorota da sua "candidatura" é bom para todos os oportunistas que se dizem aliados, exceto para ele mesmo.
Herculano
05/09/2018 07:11
Só UMA GREVE SALVA OS MUSEUS DO BRASIL, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Há centenas de instituições inúteis, que servem apenas para publicidade e empreguismo

Aqui vai uma sugestão para os milhares de servidores públicos que trabalham em museus federais, estaduais e municipais: a partir de hoje, organizem comissões e peçam aos seus diretores que lhes mostrem o alvará do Corpo de Bombeiros que autoriza o funcionamento da instituição. Não tem? Venceu? Tudo bem, declarem-se em greve e só voltem ao trabalho quando vier o alvará.

O Museu Nacional havia sido inspecionado pelo Corpo de Bombeiros há dez anos. Diante do fogo, dos hidrantes não saia água.

É isso ou, infelizmente, todos os servidores serão cúmplices do próximo incêndio. O Museu Nacional estava vendido havia mais de uma década. Pegou fogo no ano do 40º aniversário do incêndio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, mantido pela elite carioca.

Em 1972 a ditadura desfilou os restos mortais de D. Pedro I pelo país, até que os colocou numa cripta no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Vinte anos depois, ela era mictório de mendigos. A instituição está fechada porque o prédio ameaçava desabar e a Universidade de São Paulo liberou apenas 3,2% da verba destinada à sua recuperação.

Quem viu as primeiras reações dos hierarcas da burocracia cultural diante da tragédia da Quinta da Boa Vista teve o sofrimento adicional de ser tratado como cretino. O incêndio foi um acidente previsível, mas ainda assim foi um acidente. A estupidificação oferecida pelos hierarcas foi empulhação deliberada.

Foram muitos os que seguiram uma linha de argumentação parecida com a do ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, queixando-se da falta de atenção "do conjunto da sociedade" para defender a cultura nacional. Outro hierarca disse que "faz parte da cultura brasileira um certo desprestígio" pela memória nacional.

Como diria a Baronesa Thatcher, esse negócio de sociedade não existe. Existem homens, mulheres e famílias. A "sociedade" nada teve a ver com o desastre. Também não existe uma vaga "cultura brasileira". Transferir a responsabilidade para a choldra que paga impostos é pura empulhação. Os responsáveis pela grandeza e a ruína do Museu Nacional foram seus diretores e os reitores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Podiam ter tomado uma atitude: pedir demissão denunciando os responsáveis pelo estrangulamento das instituições. Foi isso que o médico Adib Jatene fez quando viu que negavam recursos para o Ministério da Saúde.

Nos últimos anos o Rio de Janeiro inaugurou dois novos museus, o do Amanhã e o de Arte. Ambos foram festejados por servidores que sabiam o grau de degradação do Museu Nacional. Numa conta feita em 2003, no triângulo Rio-Niterói-Petrópolis existiam 108 museus. Roma tinha 104. Nova York e Washington, juntas, não somavam cem. Por quê? Porque quando se cria um museu, mesmo que ele não tenha acervo, nomeia-se um diretor. No século passado um ilustre romancista e acadêmico visitou o Museu Nacional de Belas Artes antes de assumir sua direção. Ao saber que não ganharia um carro oficial, desistiu do cargo.
Inaugurar museu dá prestígio e cria cargos. Conservá-los é outra história. O Brasil não tem dinheiro para sustentar milhares de museus e centenas deles funcionam em horários que afugentam visitantes.

No caso do Museu Nacional, construiu-se uma ladainha, segundo a qual, um patrocínio de R$ 21,6 milhões do BNDES poderia ter salvo o Museu Nacional. Lorota. Parte desse dinheiro, a ser ser liberado ao longo de anos, seria usado para um projeto de proteção contra incêndio. Projeto, nada a ver com obra.
Herculano
04/09/2018 20:41
SEM PESQUISA

Nesta quarta-feira o Ibope divulgaria a sua pesquisa.

Como Lula deixou de ser candidato, como decidiu o TSE, o nome dele não pode aparecer.

Mas, o Ibope, pelo sim, pelo não, resolveu consultar o TSE. Pode?

Como não recebeu resposta doTribunal, colocou o resultado na geladeira.

Vergonha.

O Datafolha também suspendeu a coleta de dados para a pesquisa que divulgaria nesta quinta-feira. Está refazendo-a sem Lula, para o final de semana.

Lula está parando até as pesquisas. Ele quer ser candidato contra a lei, contra a Justiça e com apoio da ONU.
Herculano
04/09/2018 19:01
AO QUE SE DIZ ZECA DO PP

Supondo que eu seja petista, você é um humorista sem graça. Pergunte ao pessoal do PT o que eles fizeram, fazem e pensam sobre este escriba. Eles desafiaram e perderam. Esta foi uma pequena minha vitória. Um raro caso do da andorinha que fez verão, para os outros.

Supondo que Gaspar seja mesmo um canteiro de obras, quem consegue desmontá-lo é a desorientação, a falta de estratégia e tática da comunicação de Kleber Edson Wan Dall, MDB e de Luiz Carlos Spengler Filho, do seu PP. Ela é feita com gente sem noção e nem sabe o que é isso para um gestor público.Incrível!

A última presepada de amadores relatei na coluna de segunda-feira. Avassaladora. Patéticos o quadro e as provas do amadorismo onde Kleber se tornou o chefe de uma rede de "fake coments".

O desastre do governo de Bernardo Leonardo Spenlger, o Nadinho, que nem terminou o mandato, elegeu Zuchi. O governo de Adilson Luiz Schmitt, boicotado pelo MDB e o seu PP, elegeu duas vezes Zuchi. O governo que nem começou de Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira, vão eleger outro, talvez o mesmo Zuchi.

Então quem é mesmo petista? Eu o MDB e gente do PP como você? Vocês estão perdendo até para o Silvio Cleffi, PSC, cria de vocês, que nunca foi político, que é de fora, logo vocês que se dizem espertos nesse tipo de assunto.

E é eu que preciso me ligar? Hum! Acorda, Gaspar!
Herculano
04/09/2018 18:40
ALCKMIN COMPARA BOLSONARO A... CHAVES

Conteúdo de O Antagonista. Deu a louca na campanha de Geraldo Alckmin.

Numa peça da sua propaganda, ele compara Jair Bolsonaro a Hugo Chávez?

"Votar em alguém só porque é militar deu ruim na Venezuela."

Já deu ruim para Alckmin.


BOLSONARO DIZ QUE "É UMA VERGONHA" ALCKMIN PERDER PARA ELE EM SP

Jair Bolsonaro chamou de "falácias" os ataques que vem sofrendo na propaganda na TV e no rádio da campanha de Geraldo Alckmin, informa O Globo.

"Ele [Alckmin] tem quatro delatores em cima dele. Quem tem um cunhado como ele tem, quem tem o Paulo Preto como sombra. E ele está perdendo para mim [nas pesquisas] em São Paulo, é uma vergonha", declarou o presidenciável do PSL.

CIRO GOMES CONTRA BOLSONARO E "OS MACHOS BRANCOS"

Ciro Gomes, agora há pouco, numa sabatina em São Paulo:

"Lembre-se que quem está puxando o Bolsonaro são os ricos, os brancos e os machos - ou os homens-, e é basicamente esse lado o mais truculento e mais egoísta da sociedade".
Herculano
04/09/2018 18:31
O QUE ACONTECERIA COM A ECONOMIA COM UMA NOVA GREVE DOS CAMINHONEIROS?

Conteúdo do Infomoney. No último fim de semana, uma nota distribuída por uma entidade de caminhoneiros convocando, por rede social e aplicativos de celular, uma nova greve para o dia 9 causou apreensão em consumidores e em investidores.

A convocação foi feita pela UDC (União dos Caminhoneiros do Brasil), mas não foi reconhecida por outras entidades representativas dos caminhoneiros, como a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que liderou a greve de maio - e sindicatos de diversas regiões do País. No entanto, o temor de um novo período de desabastecimento provocou filas em postos de gasolina em algumas regiões.

A greve de maio teve forte impacto na economia, pressionando os balanços do segundo trimestre de diversas empresas e fez com que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revisasse o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 0,4% para 0,1%. "A revisão foi maior porque o modelo não tem como prever a greve dos caminhoneiros", disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Mas o que aconteceria com a economia com uma nova greve de caminhoneiros neste ano? Os analistas Bruce Barbosa, Renato Breia e Marília Fontes responderam no programa "Analistas Sem Censura" desta terça-feira (4).

Barbosa avalia que algumas empresas sofreram mais, mas a maior parte das empresas conseguiu reverter os efeitos negativos ainda dentro do segundo trimestre. "O impacto no mercado foi bem maior do que na economia em si", disse. No entanto, Marília ponderou que a economia tende a suportar menos baques daqui em diante.

Os analistas também comentaram os possíveis efeitos da forte valorização recente do dólar na inflação deste e do próximo ano. Também foram citadas as ações que podem ser beneficiadas numa eventual queda do dólar, como Gol (GOLL4 -6,63%), Smiles (SMLS3 -3,2%), M.Dias Branco (MDIA3 -0,99%). Diante do cenário atual, em que a alta do dólar não tem correlação com fundamentos, mas com o receio pré-eleitoral, toda a Bolsa se beneficiaria com uma eventual desvalorização da moeda norte-americana, aponta Barbosa.
Herculano
04/09/2018 18:24
A HUMILHAÇÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA E ACEITA POR SEUS PR?"PRIOS MEMBROS, COMO O MINISTRO DO SUPREMO LUIZ FACHIN

DEFESA DEFESA DE LULA PEDE NOVA DECISÃO DO COMITÊ DA ONU SOBRE A SITUAÇÃO DO EX-PRESIDENTE

Conteúdo da Agência Reuters. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ingressou nesta terça-feira com pedido junto ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para que reitere a posição de que o Brasil deve assegurar a candidatura do petista à Presidência e a necessidade de o país cumprir tratados internacionais.

Segundo a defesa de Lula, o pedido é para que o comitê, formado por especialistas independentes e que trata de direitos civis e políticos, profira nova decisão reiterando a decisão de agosto, em que cobrou que os direitos políticos do ex-presidente sejam garantidos.

Na segunda-feira, depois de sair de uma conversa com Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o candidato a vice na chapa do PT, Fernando Haddad, informou que o partido vai recorrer também ao Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, para obter o registro da candidatura.

O registro de Lula foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente, preso em Curitiba há quase cinco meses, foi condenado em segunda instância por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Depois da decisão, o PT tem 10 dias para indicar um novo nome como cabeça de chapa, sob pena de perder o registro completo. O partido, no entanto, tem dito que irá recorrer até onde for possível.

Nesta terça-feira, a campanha de Lula também distribuiu um recado do ex-presidente sobre sua situação: "Não me conformo de ter sido condenado e estar na lei da Ficha Limpa por um crime que não existiu", disse, em nota divulgada por seus advogados.

"Os Tribunais Superiores, que poderiam reparar essa injustiça julgando o mérito do processo antes das eleições, não pautam a votação. Vão julgar quando eu já tiver sido alijado do processo eleitoral?", acrescentou.
Alaíde Andrada
04/09/2018 18:17
O que ocorre com a engenharia do Planejamento da PMG? Quem mais pode tirar licença pra ficar longe do Chapeleiro Louco! Um engenheiro fugiu pra educação, outro para o Obras, outro licença prêmio. Sobraram apenas 3 engenheiros para tocar todas as obras e projetos do governo. E eles não agüentam mais todas a semanas alterar os projetos, até os já prontos e licitados, porque o Chapeleiro quer. Será que o governo não percebe?
Herculano
04/09/2018 18:07
A BELEZA, segundo Luiz Felipe Pondé, filósofo, no twitter:

A beleza deixa o coração em brasa na mesma medida em que congela o olhar. O simples modo como submete aquele que a enxerga já deveria ser o suficiente para combatê-la em nome da paz.
Zeca do PP
04/09/2018 17:59
Herculano,

Acho que passou da hora de você sair do armário e assumir que és um petista de carteirinha, age como tal, enxerga defeitos onde não existem.
Será difícil de enxergar que em menos de 2 anos fizemos coisa que o teu partido nunca pensou? Exemplos poucos: a)reservatório ETA 1, b) máquinas, caminhões e veículos, c) ruas pavimendas, d) economia na prefeitura e no Samae, para a partir do ano que vem deixá-los incrédulos.
Acho tem gente que ainda não se curou da sopeira.
Gaspar, dentro m breve se transformará num verdadeiro canteiro de obras.
Acorda meu amigo
Herculano
04/09/2018 17:58
AMOÊDO LUTA PARA SER BOLSONARO NUTELLA. ONDE ESTAVA QUANDO BANQUEIROS IDOLATRAVAM LULA, EMBORA DESASTRE FOSSE CERTO? FICAVA MAIS RICO! por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Quem recorreu ao TSE contra a propagada do PT que promete "a volta do Brasil de Lula" foi o Partido Novo, de João Amoêdo, aquele que é favorável ao armamento, como Jair Bolsonaro, mas com um coldre chique, por favor! De couro de lontra da Polinésia. Coisa de gente ideologicamente limpinha. Do Novo!

Sei lá se existe lontra na Polinésia... Como diria Jair Bolsonaro, é uma figura de linguagem, pô!

Curioso! Amoêdo, da cúpula de um dos maiores e poucos bancos do país, jamais soltou um pio contra o petismo antes do desastre. E ele estava sendo fabricando enquanto os bancos aplaudiam o modelo.

Aliás, "a volta do Brasil de Lula", se fosse possível, seria um verdadeiro paraíso para esta categoria tão restrita de brasileiros. Eles adoravam o PT. Antonio Palocci era seu candidato a comandar o Brasil. O homem continuou influente mesmo depois de cair em desgraça pela segunda vez.

Eu não considerava o país uma maravilha. Basta ver tudo o que escrevi no período. Basta ver os livros que publiquei. Mas os banqueiros gostavam muito.

Não quero, "juros"!, chocar a turma do Partido Novo, que tem em Amoêdo o seu guia. Mas o que dizia o então chefão de banco (um deles) - dono de uma fortuna de meio bilhão de reais - sobre o regime da companheirada?

Antes de ser tomado por esse furor cívico, que põe seu partido na dianteira nas ações contra os programas do PT, o que dizia Amoêdo? Eu não me lembro de vê-lo na linha de frente da crítica ao modelo petista. Se, deixe-me ver, entre 2006 e 2012, eu tivesse ido procurá-lo para saber se o banco de que era capa-preta não queria patrocinar um blog liberal, levaria a porta na cara, creio. Com delicadeza. Nada de imitar uma arma com a mão. Isso é coisa de gente grossa, de "bolsonarismo raiz". Estamos no reino do "bolsonarismo Nutella".

Pronto! Comecem os xingamentos.

Um "Brasil de Lula" que fosse trazido de volta, vamos convir, seria aquele em que Amoêdo acumulou parte de sua invulgar fortuna.

É claro que isso se deu também em razão do seu talento. No mesmo Brasil lulista e com as mesmas oportunidades, outros não ficam tão ricos. O dono do Novo demonstrou que ele soube monetizar o petismo com mais talento do que seus pares ou concorrentes.

Continuem os xingamentos.

Nota: Se houver alguma manifestação do então cracaço do mercado alertando para o fato de que o país caminhava para o abismo fiscal, retiro este post, fecho o blog e tento arrumar uma vaga de faxineiro de banco.

Achou o post "meio esquerdista"? Quer me dar aula de liberalismo? Indicar uns livrinhos? Quem sabe me ensinar a enfrentar o PT, né?
Herculano
04/09/2018 17:35
FINALMENTE OS PETISTAS VÃO DESCOBRINDO QUE NÃO EXISTE PETISMO, MAS LULISMO

Esta observação é de Ricardo Noblat, de Veja, no twitter

O encarcerado de Curitiba perdeu de vez o juízo e atenta contra a democracia quando sabota o processo eleitoral. Conta com o apoio de um partido carente de votos e dependente dele.

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