Por um grito de basta - Jornal Cruzeiro do Vale

Neste final de semana mais duas vidas tiveram seu ponto final escritos nas rodovias do Vale do Itajaí. No sábado, uma colisão entre dois automóveis na rodovia Jorge Lacerda tirou a vida de Djalmo Paulo de Oliveira, que não resistiu aos ferimentos. Já na tarde de domingo, foi a vez de Solange Raquel Fetch, de apenas 19 anos, ver a trajetória interrompida por um acidente na já famosa BR-470.

O amplo saldo de vítimas fatais que nossas rodovias contabilizam abrem margem para que a população aumente o nível de cobrança sobre os governantes. O caso da BR-470, por exemplo, é emblemático. O processo de duplicação precisa urgentemente ser tratado com mais eficiência e celeridade. Uma região próspera como o Vale do Itajaí não pode ficar de joelhos durante anos por uma obra em um trajeto relativamente pequeno, de 74 quilômetros, mas que já levou embora tantas vidas e tantos corações de famílias catarinenses.

Diante deste cenário, em um momento marcado pelo retorno das manifestações populares no país, convém incluir na conta mais seriedade e rapidez nas ações ligadas à malha viária catarinense e nacional. Ações paralelas como a Lei Seca ajudam muito, mas não bastam. É mais que necessário investir em infraestrutura, seja para alavancar o crescimento econômico do país ou mesmo para poupar vidas que trafegam diariamente pelas principais rodovias do Estado.

Se os brasileiros estão dispostos a cobrar dos governantes uma lista de condutas mais condizentes com o investimento que o país faz em forma de impostos, este é um tema que, juntamente com segurança, saúde, educação e transparência, merece uma boa dose de atenção.

Edição 1498