As campanhas de conscientização contra o excesso de bebida entre a juventude são inofensivas diante da publicidade que se faz legalmente no país. Fatia considerável do bolo publicitário, os anúncios de cerveja chegam a um público imaturo, pouco preparado para a vida e sem uma maior noção de responsabilidade. E o resultado não poderia ser outro: jovens começam a beber cada vez mais cedo e, em contrapartida, cresce o número de mortes no trânisto em acidentes provocados por motoristas embriagados.
O problema não é, com certeza, a propaganda de cerveja e outras bebidas - largamente utilizada no Brasil com o apelo à juventude - mas seus efeitos na sociedade. Como falta diálogo nas famílias, e também falta o exemplo dos pais, os jovens crescem com pouca ou nenhuma noção de limites, e a bebida "liberada" é apenas uma das estatísticas que apontam uma população cada vez mais dependente de álcool e drogas.
A exigência da inserção da frase "beba com moderação" em todas as peças publicitárias de bebidas alcoólicas soa como um band-aid em uma ferida que não tem a menor chance cicatrização. Trata-se de uma ferida que precisa de tratamento urgente, mas que vão além de curativos de emergência: é preciso planejamento, ação de longo prazo e medidas sócio-educativas.
Uma outra alternativa é o rigor da lei, que deve ser aplicada em casos de violência no trânsito, crimes e assassinatos quando em conseqüência dos excessos de bebida e uso de outras drogas.
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