Temos um problema - Jornal Cruzeiro do Vale

Temos um problema

Uma mulher foi estuprada em praça pública. Alguém gravou todo o crime. As cenas que mostram o rosto da vítima, do abusador e, inclusive, do operador da câmera e de outras pessoas que passavam pelo local, foram compartilhadas nas redes sociais. Ao que se sabe, a vítima foi deixada às margens da rua, claramente abalada. Já o delinquente foi preso, dias depois, só quando o registro audiovisual viralizou. Essa é terceira vez que ele responde pelo mesmo crime. Enquanto isso, o autor das imagens segue solto.

Ou seja, nós temos um problema. Sim, nós! Enquanto sociedade, nós precisamos reconhecer a gravidade de tudo o que está acontecendo a nossa volta. A situação citada é doentia, escancara a violência sexual que sempre foi velada e agora está se tornando comum. Quando usamos o termo “comum”, não é para dizer que todo dia alguém é estuprado na rua, apesar de acontecer frequentemente às escuras, mas significa que quando as pessoas sabem de um absurdo desse preferem gravar do que chamar a polícia.

Para encerrar esse Editorial, adaptamos um ditado alemão: “Se há dez pessoas numa mesa, um estuprador chega e se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze estupradores numa mesa”. Sem mais.

 

Edição 1894

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