Quem viu o inglês Rowan Atkinson interpretar o atrapalhado Mr. Bean, imagina que ele tenha tido uma ampla formação como ator de comédias. Afinal, ele consegue transmitir várias emoções sem dizer praticamente nenhuma palavra! Mas a história de como o personagem surgiu é bem distinta: quando Atkinson o inventou, em 1976, ele não tinha nenhuma experiência em interpretação. Ainda estava na Universidade de Oxford, graduando em… engenharia elétrica! Seus colegas o chamaram para participar de um show teatral amador e Atkinson tinha menos de 48 horas para criar seu esquete. Foi para o espelho, começou a brincar com a própria cara e assim surgiu Mr. Bean.
Cheio de caras e bocas e de atitudes infantis, o personagem bombou no show e Atkinson passou os próximos anos desenvolvendo-o. Até para batizá-lo levou tempo. Ele queria um nome de vegetal e quase ficou com “Mr. Zucchini” (“Senhor Abobrinha”), “Mr. Potato” (“Senhor Batata”), “Mr. Cabbage” (“Senhor Repolho”) ou “Mr. Cauliflower” (“Senhor Couve-Flor”). Segundo o comediante, “Mr. Bean” (“Senhor Feijão”) foi escolhido por ser “curto e bobo”.
Em 1987, veio a prova do apelo universal de Mr. Bean: mesmo sem saber uma palavra de francês, Atkinson foi um hit num festival de comédia em Montreal, no Canadá. Era sinal de que seu humor silencioso, reminiscente de astros do cinema mudo, como Charles Chaplin e Buster Keaton, funcionaria em qualquer cultura. Três anos depois, Mr. Bean chegou à TV, em um especial da emissora ITV. Foi um sucesso e gerou a série que se popularizou no mundo todo, em 1995.
Olha que chocante: a série oficial só teve 14 episódios de meia hora. Parece mais, né? É porque cada capítulo tinha várias esquetes curtas, de cerca de 5 minutos, que foram exibidas individualmente aqui no Brasil, no Fantástico, da Rede Globo. Hoje, Atkinson, com 61 anos, aposentou o personagem. Só fez uma apresentação especial em 2015, para comemorar os 25 anos de sua estreia oficial na TV. Apropriadamente, o vídeo se chamava “Mr. Bean: O Funeral”.
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