Muita luta contra o preconceito. Busca incansável pela conscientização. Grande empenho para obter apoio. Força extraordinária para vencer obstáculos. Fazer de tudo e mais um pouco com o objetivo de oferecer aos filhos mais qualidade de vida, respeito perante a sociedade e tratamentos médicos adequados. Ser mãe e pai de autista é carregar no peito determinação suficiente para quebrar tabus e tornar a trajetória dos seus mais saudável.
Na sexta-feira, 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Cruzeiro do Vale publicou, mais uma vez, a história de Maria Silva, mulher que fez história em Gaspar ao tomar frente da causa em um tempo que a informação sobre o assunto era escassa.
Ativista e engajada. Assim se descreve Maria Silva, moradora do bairro Bateias, mãe de três crianças autistas: Nicoly, Amanda e Lorenzo. Ela se dedica integralmente aos filhos e ajuda muitas famílias que ainda desconhecem o transtorno de desenvolvimento. “Quando minha primeira filha nasceu, nem se ouvia falar sobre autismo por aqui. Foi a partir da reportagem que o Cruzeiro do Vale publicou na época que rompemos barreiras a respeito do assunto. E deu certo”.
Com o nascimento dos filhos, nasceu a luta pela conscientização. “Em Gaspar, busco pelo atendimento de qualidade e por mais políticas públicas dentro da causa. Sempre tive o apoio do poder público. Hoje, meu plano é ultrapassar a cobertura municipal e estadual. Almejo engajar a população a nível nacional. Mas, em virtude da pandemia, muitos projetos ainda estão no papel”.
Maria foi essencial na fundação da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), em 2017. “No início, erámos em aproximadamente dez pais em um grupo do WhatsApp. Até que nos unimos ainda mais para estender a mão a tantas famílias que precisam de apoio. Juntos somos mais fortes”. Atualmente, ela não faz parte da diretoria da entidade, mas segue como membro ativo.
O autismo é um transtorno que reúne desordens no desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. No caso dos três filhos de Maria, cada um possui um diagnóstico e, consequentemente, uma forma de tratamento. Isso significa que, no dia a dia, a mãe lida com características únicas e delicadas, que merecem atenção, paciência e afeto. Aliás, amor é o que não falta nessa linda família.
Seu grau de autismo é severo não-verbal, com síndrome de Rett. Ela frequenta a Apae, onde faz terapia, fisioterapia e fonoaudióloga. Ela não consegue frequentar a escola por conta de agravantes. Em momentos de crise, pode ser agressiva consigo mesma.
Seu grau de autismo é leve. Super inteligente, tem limitações em lidar, por exemplo, com muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Além disso, é muito organizada, ama os animais incondicionalmente e frequenta a Escola Luiz Franzói.
Seu grau de autismo é moderado, com dislexia. Meigo, carinho e sociável, tem dificuldades de aprendizado. Ele está matriculado na Escola Luiz Franzói e conta com o apoio de um segundo professor nas atividades.
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