Gaspar atende 241 pessoas infectadas com o vírus HIV - Jornal Cruzeiro do Vale

Gaspar atende 241 pessoas infectadas com o vírus HIV

16/02/2018

O Carnaval acabou e chegou a hora de contabilizar os números da maior festa popular do Brasil. Saem no lucro as cidades que receberam turistas e as pessoas que se divertiram com responsabilidade. E arcam com as consequências aqueles que não pensaram no dia seguinte.

Neste sentido, o pensamento que paira sobre a cabeça da maioria das pessoas é o aumento no número de casos de infecção pelo vírus HIV nesta época festiva. Porém, ao contrário do que diz o senso comum, o aumento de casos de HIV no Brasil não é resultado do Carnaval e sim da baixa adesão dos jovens ao preservativo. Isso porque dados apontam que a cada dez jovens, seis afirmam não utilizar camisinha no momento da relação.

De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados no ano passado, entre o ano de 1980, quando a doença se tornou popular, até junho de 2017, foram identificados no Brasil 882.810 casos de HIV. Nos últimos cinco anos, 40 mil novos casos foram registrados a cada ano.

Entre 2007 e junho de 2017, 194.217 casos de infecção pelo vírus HIV foram notificados. Destes, 30.297 são no Sul do país. Santa Catarina é o segundo Estado do Brasil com mais casos da doença, com 31,9 %, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, com 34,7%. Além disso, a pesquisa aponta dois dados importantes: os homens têm mais que o dobro de casos, com um total de 131.962 contra 62.198 casos em mulheres. A faixa etária com mais infecções fica entre os 20 e 34 anos.

Em Gaspar

Em Gaspar, a Secretaria de Saúde atende 241 pessoas portadoras do vírus HIV, sendo uma criança; 29 idosos; 25 pessoas até 30 anos e 168 adultos com idades entre 30 a 59 anos. A Diretora Geral de Vigilância em Saúde, Jiceli Petró, demonstra preocupação principalmente com os casos em idosos. “Esse ano, estamos pensando em fazer orientações dos bailes da terceira idade porque muitos idosos ficam viúvos ou se separam e, aí, vão curtir a vida. Mas, curtem de uma forma que do nada se descobrem contaminados, porque nunca foram orientados e hoje a gente está vendo um crescimento da contaminação nessa fase adulta”.

Campanhas de conscientização são feitas com certa frequência em Gaspar. Além disso, a Secretaria de Saúde possui um setor que cuida apenas dessas doenças: é o Serviço de Atenção Especializada (SAE), que disponibiliza os testes rápidos. “Esses testes estão disponíveis para todo e qualquer indivíduo, até para menores de 18 anos”.

O teste diagnostica quatro doenças sexualmente transmissíveis: a hepatite C, hepatite B, Sífilis e o HIV. Quando um teste rápido tem resultado positivo para o HIV, um contra teste é feito. “Se mesmo assim ele continuar dando positivo, a gente já faz um encaminhamento pra coletar a carga viral e CD4 e a partir daí a infectologista vai começar a fazer o acompanhamento”, explica Jiceli. O SAE atende duas vezes por semana e, nesses dias, fez uma média de dez testes rápidos.

O que é o HIV?

HIV é a sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana, o vírus que pode levar à Aids. Diferente do que acontece com outros vírus, o corpo humano não consegue eliminar o HIV. Ou seja, uma vez adquirido, ele permanecerá no organismo por toda a vida. Porém, ao contrário do que muitos imaginam, ser HIV positivo não significa ter Aids, já que a doença é o estágio mais avançado do vírus. O tratamento apropriado pode evitar o desenvolvimento da Aids. 

Prevenção e tratamento

Apesar do trabalho árduo de médicos e cientistas, ainda não existe cura para o vírus, por isso a prevenção é tão importante. O único jeito de não contrair o vírus HIV é fazendo o uso de preservativos e não compartilhando agulhas, seringas ou objetos perfurantes que não foram devidamente esterilizados. Além disso, o uso do preservativo previne outras doenças sexualmente transmissíveis como a sífilis, hepatite, gonorreia, herpes, entre muitas outras. A Diretora de Vigilância lembra que o município faz a distribuição gratuita de preservativos masculinos, femininos e para adolescentes, além de lubrificantes.

Medicação

Fazendo o uso do medicamento apropriado, a doença pode ser controlada. O remédio conhecido popularmente como “coquetel” prolonga a vida da maioria dos pacientes com HIV. A diretora de vigilância em saúde destaca que os pacientes com o vírus levam uma vida normal. “A vida que eles levam é normal desde que façam o tratamento indicado pela infectologista de maneira adequada, não esqueçam de tomar a medicação, se cuidem e passem a se amar”, destaca. 

 

Edição 1838

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