Histórias de amor por fuscas contadas por gasparenses - Jornal Cruzeiro do Vale

Histórias de amor por fuscas contadas por gasparenses

18/01/2019

Na Alemanha, chamam de ‘Besouro’. Os sul-africanos denominaram ‘Volla’. Para quem vive nos Estados Unidos é ‘Beetle’. Em Portugal, ‘Carocha’. Apelidam de ‘Buba’, na Croácia. Mas, no imenso Brasil, o primeiro e mais charmoso carro da Volkswagen carrega o nome de ‘Fusca’.

Apesar de já circular no país desde 1950, com componentes importados da Alemanha, só nove anos mais tarde, no dia 3 de janeiro, o Fusca passou a ser oficialmente produzido no Brasil. A novidade carregou mudanças significativas no carro, entre elas o volante cálice, as maçanetas externas com botão de acionamento, o para sol emborrachado e o dínamo de 160watts. Portanto, o primeiro fusquinha brasileiro completa 60 anos de uma história marcada por sua originalidade.

Além disso, neste domingo, 20 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional do Fusca, data em que foi realizado o primeiro encontro entre apaixonados pela marca no Brasil, no ano de 1989. Mas, passadas seis décadas do início da produção brasileira e três décadas de reuniões entre fãs, será que o Fusca ainda faz sucesso? Na cidade Coração do Vale, com certeza!

 

Os fuscas do Raul

O primeiro carro do gasparense Raul Borghezan foi um Fusca 1961, com motor 1200. A estética e manutenção barata foram as primeiras características que o atraíram na compra do veículo. Desde então, a paixão por carros deste modelo só cresceu. “Tive muitos fuscas na minha vida. hoje, estou com quatro: um 1966, um 1971, um 1972 e um 1996. Este último foi fabricado no Brasil”, conta ele, que adora participar de exposições de carros antigos e, especialmente, fuscas.

 


Fusca azul-pavão, modelo Canela Seca

A saudade da infância, quando os fuscas circulavam em maior quantidade pelas ruas de Gaspar, fez com que Evandro Coradini, de 39 anos, comprasse um veículo de 1972. Seu amado Fusca azul-pavão, modelo Canela Seca, é utilizado para viagens de longas distâncias. “Nostalgia. Me traz paz e proporciona aventuras ao mesmo tempo”, garante. No Dia Nacional do Fusca, Evandro passear com seu amado carro por alguma serra catarinense.

Evandro afirma que toda sua família já teve pelo menos um fusca na vida. Ou seja, o amor por esse carro charmoso vem de berço. Para registrar seu carinho pelo veículo, ele coleciona miniaturas de fuscas.


De avô para neto

A paixão por fuscas surgiu na vida de Matheus Deschamps, de 20 anos, em 2012, quando seu avô adquiriu um modelo 1985. “É um veículo extremamente confiável e resiste. Além disso, com ele podemos unir pessoas e criar amizades com quem compartilha do mesmo gosto”. Exemplos disso são os grupos Volksfriends, de Pomerode; Sul Brasileiro de Fuscas e Derivados, de Blumenau; e Volks Beach de Itapema, dos quais o jovem faz parte.

 

Cores e modelos que chamam a atenção

Aos 42 anos, Evandro Didomenico possui dois fuscas. “Na minha infância, meu pai tinha um fusca amarelo. Cresci e tive a ideia de comprar um igual. Depois, adquiri outro. Restaurei os carros e cuido muito bem deles”. Segundo ele, o que mais chama a atenção nesses carros são as cores e modelos diferentes. Evandro faz parte do grupo VolksGaspar.

 

Ano 1972, vermelho-montada

Os passeios de fusca na infância estão guardados com muito carinho na memória de Jean Carlos dos Santos, de 31 anos. “Minha tia me buscava perto da Linhas Círculo e eu adorava andar de fusca. Quando fiquei mais jovem, minha intenção era comprar aquele carro. Mas acabei esperando mais e adquiri outro, um 1972, vermelho-montana, com interior Jacarandá”, conta.

 


“Fui criado andando de fusca”

“Fui criado andando de Fusca e Kombi. Ia para a escola de carona neles e, depois de adulto, passei a usar eles para trabalhar também. Hoje, continuo utilizando para passear com o meu filho”. A fala é do gasparense Guga Spengler, que tem um Fusca 1985, que foi de seu avô. O que ele mais gosta nesses carros é a simplicidade, o seu funcionamento e a reação das pessoas aos verem um exemplar em bom estado.

 

Paixão que resulta em grandes amizades

Se você é gasparense e também apaixonado por fuscas ou carros da Volkswagen, uma boa ideia é conhecer o grupo VolksGaspar. A iniciativa conta com cerca de 30 membros que se reúnem mensalmente para trocar ideias, organizar passeios e encontros. Os integrantes já viajaram para o Rio Grande do Sul e Paraná, além de Santa Catarina com os seus fusquinhas.


Curiosidades

O primeiro Fusca produzido no Brasil foi arrematado pelo empresário paulistano Eduardo Andrea Matarazzo pelo valor de Cr$ 471,2 mil. Ao longo do tempo, mais de três milhões de unidades foram vendidas no país. Além disso, algumas séries especiais foram projetas aqui: Ouro (1996), Verde Cristalino (1985), Love (1984), GL (1983) e Prata (1980).

 

 

 

Edição 1884
 

 

 

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