Dive alerta que macacos são vítimas, e não transmissores da febre amarela - Jornal Cruzeiro do Vale

Dive alerta que macacos são vítimas, e não transmissores da febre amarela

21/03/2017
Dive alerta que macacos são vítimas, e não transmissores da febre amarela

Casos de febre amarela em macacos e humanos registrados recentemente no Brasil têm causado confusão a respeito da transmissão da doença. Embora Santa Catarina não tenha registro de casos desde 1966, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) esclarece que esses animais não são transmissores da doença, e sim vítimas. A diretoria lançou há poucos dias materiais informativos para esclarecer a população sobre o assunto.

A doença, em sua forma silvestre, é transmitida pelas fêmeas de mosquitos como Haemagogus e Sabethes. Os macacos funcionam como "sentinelas": por viverem no mesmo ambiente que os mosquitos transmissores em área silvestre (restrito às matas), os macacos são os primeiros a adoecer, explica a Dive. Os casos podem indicar que a população está em risco.

"Uma das primeiras maneiras de saber que há desequilibrio é a morte dos primatas", diz o veterinário João Vitor Roeder, da R3 Animal. "Há a desinformação de que o bugio transmite a febre amarela, mas ele é um dos mais suscetíveis", explica o especialista.

Sem casos desde 1966

Santa Catarina não registra casos de febre amarela em humanos há mais de 50 anos. Desde 1º de janeiro deste ano até 16 de março, foram notificados 11 casos suspeitos da doença em humanos no estado. Desses, nove foram descartados e dois, com históricos de viagens para fora do estado e do país, aguardam análise laboratorial.

No mesmo período, foram coletadas amostras de oito macacos que morreram, com seis casos descartados para febre amarela e dois à espera de análise.

Possível extermínio

As autoridades também chamam a atenção para casos de macacos que têm aparecido mortos com sinais de violência e envenenamento. Na semana passada, na cidade baiana de Alagoinhas, 16 animais foram achados mortos, e a suspeita é de que moradores matem os animais com medo da doença.

Segundo a Polícia Militar Ambiental, não há casos s atuais envolvento mortes de macacos por violência ou febre amarela. "Não registramos problemas com primatas e a população, apenas acidentes comuns como choque elétrico e ataque de cachorros. Mas a preocupação existe para as pessoas associarem a febre amarela ao mosquito e não ao primatas", disse o subtenente Marcelo Verondino Duarte.

O que fazer

A R3 Animal também não tem informações sobre casos de febre amarela envolvendo macacos no estado, mas alerta que, caso estejam doentes, eles não conseguem ficar de pé e ativos, por exemplo. Nesses casos, é importante acionar a Polícia Militar Ambiental e unidade de saúde mais próxima.

"Nunca se deve matar, é totalmente errado. Além disso, é crime ambiental, passível de punição", alerta o veterinário João Vitor Roeder, da R3 Animal.

A orientação da Dive é não se aproximar do macaco doente ou morto, e impedir a circulação de outros animais por perto. A diretoria lançou nesta semana materiais informativos para esclarecer a população sobre o assunto.

Vacinação

Após notificações de casos e mortes suspeitas de febre amarela em municípios de Minas Gerais, o governo reforçou o incentivo à vacinação contra a doença em Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Saúde indica a imunização para 100% da população dos 162 municípios que integram a Área com Recomendação de Vacina contra Febre Amarela (ACRV). Confira a lista de cidades.

 

Fonte G1

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