Júri popular de acusado de matar menino indígena começa em Imbituba - Jornal Cruzeiro do Vale

Júri popular de acusado de matar menino indígena começa em Imbituba

14/03/2017
Júri popular de acusado de matar menino indígena começa em Imbituba

Começou pouco antes das 10h desta terça-feira (14) na Câmara de Vereadores de Imbituba, no Sul catarinense, o júri popular do acusado de matar o menino indígena Vitor Pinto. Matheus de Ávila Silveira, de 24 anos, confessou ter matado a criança em 30 de dezembro de 2015.

Vitor tinha dois anos quando foi assassinado com um corte no pescoço em frente à rodoviária da cidade, no momento em que era alimentado pela mãe.

Cinco testemunhas da defesa de Matheus e cinco da acusação foram convocadas para o júri. Ao todo, 25 jurados foram intimados para a sessão, mas apenas sete serão sorteados para decidir o futuro do reú.

Uma representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) está em Imbituba para acompanhar o julgamento. A mãe e o pai do menino também estão presentes na sessão.

A acusação, representada pelo Ministério Público, informou à RBS TV que descarta a possibilidade de um crime étnico. O réu teria escolhido Vitor aleatoriamente para matar. A expectativa deles é de que Matheus cumpra pena em um presídio, já que há a possibilidade de que ele permaneça em um hospital de custódia.

A defesa de Matheus informou que, por se tratar de um réu confesso, tentará diminuir a pena do jovem. Ele foi denunciado pelo MPSC por homicídio duplamente qualificado. Caso seja condenado, pode ser sentenciado de 12 a 30 anos de prisão.

Matheus foi preso inicialmente na Unidade Prisional de Imbituba e depois transferido para o Hospital de Custódia de Florianópolis. O rapaz foi diagnosticado com uma síndrome que causa transtorno de personalidade.

Influências de espírito

O jovem chegou a alegar à polícia ter matado a criança "por influências de uma religião". De acordo com os policiais, ao ser interrogado, afirmou que "segundo promessas de espíritos, se ele matasse uma criança poderia alcançar seus anseios profissionais e se impor perante a sociedade".

Durante o inquérito policial, o suspeito negou ter escolhido a vítima pelo fato de ela ser indígena. “O suspeito disse que a matou porque criança é um ser sensível e a sociedade ficaria mais chocada e seria mais impactante", declarou o delegado Raphael Giordani, responsável pela investigação na época. O rapaz disse que não estava "lúcido" quando matou, segundo a polícia.

 

Fonte G1

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