SC tem falta de penitenciária com regime diferenciado no combate a grupos criminosos - Jornal Cruzeiro do Vale

SC tem falta de penitenciária com regime diferenciado no combate a grupos criminosos

25/04/2017

A investigação que resultou na operação que cumpriu 91 mandados de prisão contra um grupo criminoso que age em Santa Catarina apontou que o comando da organização fica dentro das cadeias catarinenses. O estado, porém, segue com uma penitenciária com regime diferenciado fechada e falta de bloqueadores para sinal de celular.

O Departamento de Administração Prisional (Deap) afirmou que faltam obras na penitenciária de São Cristóvão do Sul, na Serra, e que intensificou revistas como forma de combate aos grupos criminosos.

Comunicação do grupo

Dos 91 mandados cumpridos na operação da Polícia Civil, 68 eram de pessoas que já estavam presas. O fato desses suspeitos estarem no sistema prisional não evitou que os crimes fossem cometidos. O delegado Antônio Cláudio Seixas Joca, um dos responsáveis pela operação, afirmou que a polícia vai avaliar a necessidade de transferência de detentos.

"A gente vai representar pela preventiva deles ao final. E a gente, em um grupo, em conjunto, que a gente tem um grupo de inteligência, a gente vai avaliar pontualmente a necessidade de cada um deles de serem transferidos para um presídio federal, para um RDD [Regime Disciplinar Diferenciado], para a gente cessar, fazer cessar a cadeia de comando", disse o delegado.

Ele afirmou ainda que o comando do grupo criminoso está nas cadeias. "A perda de uma arma da facção na rua é repassada até chegar na liderança, que está dentro do presídio. O caminho inverso também é feito. Uma ordem para um determinado ataque, como foi o caso das delegacias, vem de forma compartimentada até chegar na ponta, que são os executores que estão na rua".

O delegado afirmou que a comunicação ocorre com telefones que chegam até as celas por parentes e advogados. Segundo ele, nas unidades com regime disciplinar diferenciado isso seria mais difícil. "Vai ter bloqueador de celular, vai ter restrição de visita, vão ter várias restrições que em um presídio, uma penitenciária comum não têm".

Promessas

Pelo menos desde 2013, o governo promete a instalação de bloqueadores de sinal de celular e a construção de uma unidade de segurança máxima.

A Penitenciária de São Cristóvão do Sul custou R$ 15 milhões, está pronta e fechada desde agosto do ano passado. O Deap disse que ainda faltam obras finais e agentes penitenciários para trabalhar. "Agora a gente aguarda a análise do grupo gestor, tendo em vista que envolve questões financeiras, para consequente aprovação do concurso para agente penitenciário", afirmou o diretor do Deap, Deiveison Querino Batista.

O Departamento ainda está elaborando uma licitação para os bloqueadores de sinal de celular. Desde 2014 há promessas. O assunto ficou de lado até o Supremo Tribunal Federal decidir que não é obrigação das operadoras de telefonia a instalação desses equipamentos. O julgamento foi em agosto do ano passado, mas o Deap não tem prazo para instalação.

Como forma de combate aos grupos criminosos, o Deap fala em revistas e transferências. "O Departamento tem intensificado os procedimentos de revista nas unidades como um todo ou em galerias, ou em celas. Buscado a transferência de presos de uma unidade para outra. Quando necessária, a transferência de presos para o sistema penitenciário federal. Mas a gente tem que ter claro que a gente tem que seguir o que a lei estabelece. E a lei permite a visitação", afirmou o diretor.

 

Fonte G1

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