Saúde divulga novo mapa do mosquito da dengue no Brasil - Jornal Cruzeiro do Vale

Saúde divulga novo mapa do mosquito da dengue no Brasil

24/11/2009

Nova avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, revela que 10 cidades estão em situação de risco de surto da doença no Brasil (veja abaixo). Isso significa que mais de 3,9% dos imóveis pesquisados nesses municípios apresentaram larvas. Outras 102 cidades no país estão em situação de alerta: nelas, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados registram infestação. É o que revela o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2009, realizado entre outubro e novembro em 163 cidades de todas as regiões, e apresentado nesta terça-feira (24) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Dessas cidades, 157 enviaram informações até o momento.

 O LIRAa permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada cidade. Para o ministro, os dados indicam a necessidade de reforço na mobilização nacional para o controle da dengue. "Não podemos baixar guarda. Precisamos - governos, profissionais de saúde e sociedade - reforçar as medidas de prevenção e assistência para que tenhamos nova redução de casos em 2010", ressaltou. "O que foi feito com o LIRAa é um retrato no tempo. Ele é muito importante porque nos permite, a partir do conhecimento da realidade, traçar a estratégia de ação para este período de chuvas e de aumento de temperaturas em todo o país".

 Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de casos de dengue notificados em todo o país caiu 46,3% entre 1º de janeiro e 1º de agosto deste ano, ante o mesmo período de 2008. Houve também queda proporcional no número de casos graves (79,2%) e de mortes causadas pela doença (63,2%).

 O LIRAa conclui que cresceu o número de municípios em estado de alerta e com risco de surto, em comparação com os dados do ano passado. Em 2008, cinco municípios estavam com risco de surto e 71 em situação de alerta. O número de municípios com índices satisfatórios caiu de 83 para 42.

Diversos fatores podem ter contribuído para o aumento dos índices de infestação nas cidades pesquisadas, entre os quais a antecipação das chuvas com índices pluviométricos acima do normal em algumas regiões e as altas temperaturas. Porém, até o momento, não é possível correlacionar o aumento somente a estas variáveis climáticas. "Nesta doença, pela complexidade dela, você não pode apenas isolar um fator. Ficou bastante evidente aqui, com o LIRAa. Se você não tem a oferta da água regular, tem potencialmente um problema, porque as pessoas vão estocar água de qualquer maneira. As pessoas tem de viver, de cozinhar, de lavar roupa, de se alimentar", ponderou Temporão, chamando a atenção para a necessidade de manutenção, pela própria população, das residências livres de focos potenciais da doença.

 Outros fatores cruciais apontados pelo ministro: a limpeza urbana, a atuação dos agentes de saúde e da mídia para informar a população, além da capacitação dos profissionais de saúde. "Se você deixa de fazer alguma ação, ou reduz a intensidade de alguma das ações que compõem o conjunto de iniciativas integradas e articuladas, surge um risco. Você não pode descuidar de nenhum dos pontos dessa cadeia. Então, estamos mostrando ao país e dando este alerta sobre este retrato que fizemos com o LIRAa. Para que a gente consiga possa, no ano que vem, estar aqui apresentando a redução dos casos no ritmo que a doença se deu de 2008 para 2009", acrescentou.

 Dos dez municípios com risco de surto no novo levantamento, quatro estão no Nordeste - Camaçari, Ilhéus e Itabuna (BA) e Mossoró (RN); e outros quatro no Sudeste - Governador Valadares e Ipatinga (MG) e Barretos e Presidente Prudente (SP). Palmas (TO), na região Norte, e Cáceres (MT), no Centro Oeste, completam a lista. Três destas cidades já estavam em situação de risco de surto em 2008 (Camaçari, Itabuna e Mossoró).

 Entre os 102 municípios em alerta, 17 são capitais (veja quadro no fim do texto). Todas essas cidades merecem total atenção, pois qualquer descontinuidade nas ações de controle pode alterar o quadro para situação de risco. Os resultados dos municípios que realizaram o levantamento estão disponíveis em www.saude.gov.br e www.combatadengue.com.br.

 O Ministério da Saúde recomenda fortemente que as prefeituras, estados e os meios de comunicação dêem ampla publicidade aos resultados do LIRAa, como forma de alerta para o reforço da mobilização no combate aos criadouros do mosquito. Temporão ressalta a necessidade de envolvimento de todo o País no combate à dengue. "O trabalho de acabar com os criadouros do mosquito é uma responsabilidade tanto do poder público como de cada cidadão ou empresa. Além disso, o sistema público de saúde deve estar comprometido com o reforço na assistência à saúde dos pacientes, para tratar bem os eventuais casos graves e evitar mortes".

 

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