Um caminhão sem identificação foi flagrado por um morador do Belchior Baixo despejando restos de dejetos em um ribeirão da localidade. Indignado com a falta de respeito com o meio ambiente, o morador Antônio Carlos Pereira, 55, fotografou o flagrante e apresentou uma denúncia junto à Polícia Civil, que instaurou inquérito para investigar o caso.
Paulo Koerich, delegado de polícia da Comarca de Gaspar, revela que a empresa proprietária do caminhão já foi identificada e que foi instaurado o procedimento policial próprio para responsabilizar a empresa e o funcionário pelo crime. ?Se as pessoas fossem como Antônio e denunciassem, os crimes ambientais iriam diminuir consideravelmente?, destaca o delegado.
Segundo Antônio, o líquido despejado era marrom e fétido e seria composto por fezes. ?Estes crimes acontecem direto e não é exclusividade do Belchior. Na cidade inteira acontece todo o tipo de descarte: malhas, geladeira, lixo, sofá... E as pessoas fazem isso na maior cara de pau?. Ele afirma que há falta de fiscalização e isso faz o cidadão se sentir livre para praticar estes crimes ambientais. O empresário acredita que campanhas de conscientização e fiscalização mais efetiva reduziriam o problema. Na prefeitura de Gaspar, quem coordena o trabalho de fiscalização é Jadson Fernandes, assessor administrativo do Meio Ambiente, cuja equipe é formada por seis pessoas. ?A fiscalização é muito complexa e árdua, mesmo com 100 pessoas trabalhando, não há olhos para tudo?.
Jadson explica que além das fiscalizações, notificações e multas são lavradas em caso de crimes, o departamento trabalha com educação ambiental nas escolas, para que cuidar do meio ambiente seja um hábito criado desde pequeno.
Edição 1320
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Crime ambiental ocorre no bairro Belchior Baixo
Uma carta e uma foto enviadas pelo leitor Antônio Carlos Pereira para o Jornal Cruzeiro do Vale e também ao Delegado Paulo Koerich foram suficientes para abrir inquérito de crime ambiental.
O caminhão, de placas LZE 9016, que aparece na foto, estava despejando um líquido marrom em um ribeirão do Belchior Baixo, segundo Antônio.
Mediante a carta encaminhada, o delegado fez um levantamento e identificou a empresa pela placa do caminhão. ?Instauramos um procedimento policial próprio para responsabilizar a empresa e o funcionário pelo crime ambiental. Também entramos em contato com o departamento do Meio Ambiente?, contou o delegado.
A carta publicada e a foto serão encaminhados ao departamento para que sejam feitas as autuações administrativas ? multas. O próximo passo é verificar se a empresa e o caminhão possuem licença ambiental. Se não possuírem, será configurado mais um crime ambiental. Então a providência será enquadrar a empresa no que determina a legislação vigente. ?Se as pessoas fossem como Antônio e denunciassem, os crimes ambientais iriam diminuir consideravelmente?, finaliza o delegado.
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