Arte sem regras, sem limites - Jornal Cruzeiro do Vale

Arte sem regras, sem limites

30/08/2013 03:48

Thiago Burckart

Estudante de Direito

 

Inicio este artigo com uma indagação de um dos mais respeitados pensadores da história da humanidade: Friedrich Nietzsche, na qual questiona ?qual a relação da arte com a vida??. Pensando no mundo de hoje, pode-se afirmar que a arte ganha cada vez mais relevância, por não ser mais algo elitizado, sendo possível de encontrá-la nas ruas, bem como na rede de computadores, a internet, que de certo modo democratiza o acesso à arte e à cultura em todo o planeta.

Diversos críticos questionam-se se esse novo movimento artístico que desloca o espaço da arte para as ruas e para as característica da vida em suas diversas manifestações não seria uma crise da arte pós-moderna, a decadência da mesma. Não penso que estamos a decair artisticamente falando, mas que esta é uma nova maneira de identidade artística de nosso tempo, a arte sem regras e sem limites, que permite sua democratização e autonomia. O domínio da técnica artística hoje não é mais um requisito para fazer arte, basta pensar e inovar.

É nesse sentido que a arte se relaciona com o pensamento crítico, com a perspectiva de indagação e de produção de novos paradoxos. O pensamento crítico deve obedecer a dois princípios basilares, como bem enuncia o filósofo Marcos Nobre, deve ter uma orientação para a emancipação da sociedade e deve visar à manutenção desse mesmo pensamento crítico. Dessa forma, a arte pode ser um retrato da realidade, mas possui uma conotação de mudança da mesma através do pensamento crítico.

Assim, a arte é por si só emancipatória e não há nada de errado em concebê-la como sendo sem limites e sem regras, pois dessa forma podemos imaginar a arte em todo o lugar, como diz a famosa frase: arte em tudo e mais um pouco. 

Respondendo a questão que deixei no início do artigo, penso que a arte se relaciona diretamente com a vida humana, pois é fruto de uma construção cultural e visa a retratar e criticá-la, sempre sob o horizonte da mudança e da emancipação social. Encerro com uma frase de Leonardo da Vinci: a arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível.

 

 

Edição 1519

Comentários

Júlio César Cardoso
02/09/2013 23:21
Leis municipais proibindo isso e aquilo

Começam a prosperar, em municípios brasileiros, leis disciplinando o cumprimento de regras de conduta social. Em 21/08/2013, começou a viger, no Rio de janeiro, lei municipal que pune quem jogar lixo na rua. Pior do que a inexistência de lei para reger a vida social é a sua existência sendo desrespeitada à vista de nossas autoridades, que não fazem cumprir as proibições convencionadas.

Sem educação no berço familiar e nas escolas não conseguiremos corrigir os nossos longevos vícios comportamentais. Em países de cultura social consolidada essas regras funcionam, mas no Brasil, dificilmente. Talvez, em cidades de menor densidade populacional, essas normas tenham efeitos.

Aqui, em Balneário Camboriú, por exemplo, existe lei municipal que proíbe passear com cachorro pelas areias da praia. Pois bem, à vista de todos e da Guarda Municipal algumas pessoas teimam em conduzir seus animaizinhos pela praia sem serem admoestados ou multados por quem de direito.

A propósito, não é de competência da Guarda Municipal fiscalizar e autuar os usuários de cachorros nas areias da praia? Se for de sua competência, por que se omitem? Se não for, a quem compete a fiscalização? O município deveria se manifestar!

E por falar em Guarda Municipal, logo que ela foi instituída, notava-se, a qualquer hora, a sua presença marcante ao longo da Avenida Atlântica, bem como na passarela de madeira do pontal Norte, o que transmitia à população uma sensação agradável de segurança.

Agora, os guardas municipais concentram-se, principalmente, na Praça Almirante Tamandaré, conversando ou fazendo blitz em motoqueiros, e nem se preocupam com o seu entorno para saber se não estão pichando prédio particular, como denuncia a fachada pichada da casa de eventos ex-Rei Club.

O cidadão percorre toda a calçada da Avenida Atlântica, diuturnamente, e não encontra um só guarda municipal senão nas proximidades da Praça Almirante Tamandaré. Igualmente, no começo do deck do Pontal Norte só se vê guarda jogando conversa fora ou com ar de sono dentro da nova base da Guarda Municipal, sem vigiar ou monitorizar toda a extensão da passarela.

Afinal, quem é o responsável pela fiscalização dos serviços da Guarda Municipal, bem como pelo cumprimento das normas municipais que proíbem o trânsito de cachorros nas areias da praia?

Júlio César Cardoso

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