Thiago Burckart
Estudante de Direito
Inicio este artigo com uma indagação de um dos mais respeitados pensadores da história da humanidade: Friedrich Nietzsche, na qual questiona ?qual a relação da arte com a vida??. Pensando no mundo de hoje, pode-se afirmar que a arte ganha cada vez mais relevância, por não ser mais algo elitizado, sendo possível de encontrá-la nas ruas, bem como na rede de computadores, a internet, que de certo modo democratiza o acesso à arte e à cultura em todo o planeta.
Diversos críticos questionam-se se esse novo movimento artístico que desloca o espaço da arte para as ruas e para as característica da vida em suas diversas manifestações não seria uma crise da arte pós-moderna, a decadência da mesma. Não penso que estamos a decair artisticamente falando, mas que esta é uma nova maneira de identidade artística de nosso tempo, a arte sem regras e sem limites, que permite sua democratização e autonomia. O domínio da técnica artística hoje não é mais um requisito para fazer arte, basta pensar e inovar.
É nesse sentido que a arte se relaciona com o pensamento crítico, com a perspectiva de indagação e de produção de novos paradoxos. O pensamento crítico deve obedecer a dois princípios basilares, como bem enuncia o filósofo Marcos Nobre, deve ter uma orientação para a emancipação da sociedade e deve visar à manutenção desse mesmo pensamento crítico. Dessa forma, a arte pode ser um retrato da realidade, mas possui uma conotação de mudança da mesma através do pensamento crítico.
Assim, a arte é por si só emancipatória e não há nada de errado em concebê-la como sendo sem limites e sem regras, pois dessa forma podemos imaginar a arte em todo o lugar, como diz a famosa frase: arte em tudo e mais um pouco.
Respondendo a questão que deixei no início do artigo, penso que a arte se relaciona diretamente com a vida humana, pois é fruto de uma construção cultural e visa a retratar e criticá-la, sempre sob o horizonte da mudança e da emancipação social. Encerro com uma frase de Leonardo da Vinci: a arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível.
Edição 1519
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