Doar ou não doar? - Jornal Cruzeiro do Vale

Alvaro Correia

Ex-parlamentar

Com o titulo acima comentamos neste espaço a anos passados, o fato de Blumenau não contar com hospitais preparados para fazer transplantes de órgãos. 

E contamos o caso de duas pessoas falecidas em acidentes e que quando em vida haviam manifestado desejo de doar os seus órgãos. A doação entretanto, não foi possível quando morreram por falta de um hospital preparado para a realização de transplantes.

Hoje felizmente Blumenau é referencia nesse setor. Revivemos esse fato, depois de assistirmos quarta-feira ultima, o programa ?Encontro com Fátima Bernardes?, da Rede Globo, o qual se traduziu numa verdadeira aula de apoio e incentivo a doação de órgãos e das tantas formas e ocasiões de faze-lo para salvar vidas através de transplantes.

O magnifico programa, todo ele dedicado ao palpitante assunto, foi marcado por muitos choros e emoções, ante o desfile de comoventes historias relatadas por pessoas e famílias que já viveram e ainda vivem o drama dos transplantes. Muitas foram as historias contadas com emoção por quem as viveu, como o pai que se preparou 4 anos para doar um órgão ao filho e também o da enfermeira que tanto se apiedou do jovem internado de quem cuidava no hospital, que acabou doando a ele um de seus rins para transplanta-lo. Depois, casou-se com ele com quem vive hoje.

O medico Raimundo Parana, da Bahia, especializado sobre o assunto abrilhantou o programa com valiosas informações sobre doações de órgãos e transplantes, informando o quanto o Brasil já progrediu nesse setor. E a proposito, queremos dar como exemplo frisante e recente, o caso de um transplante de coração realizado segunda-feira ultima no Hospital Santa Isabel, quando um cidadão que ali se encontrava na fila de espera foi transplantado recebendo o coração de um jovem de Berchiol, município de Gaspar e de nome Marcelo Vitor Schnaeder que morreu domingo ultimo de acidente de moto. Além de seu coração que já pulsa noutro corpo, a família do jovem doou também todos os demais órgãos que foram transplantados e estão dando vida a outras pessoas.

Este fato revela o quanto devemos estar preparados e alertas para um caso de doação se quisermos salvar vidas através de transplante. Mas é interessante observar que a doação deve representar a vontade expressa do doador, embora a decisão final seja sempre da família na hora de doar.

Edição 1487