Com 6,32% do número de exportações originadas em Santa Catarina, o Japão é o quarto maior parceiro comercial do Estado no exterior, perdendo apenas para os Estados Unidos, Holanda e Argentina. Desde o desastre ocorrido na última sexta-feira (11), além da tragédia no território e para a população, os investimentos e relações comerciais também podem ser abalados.
Em Santa Catarina as relações de exportação com o país são a que mais se destacam. Durante o ano de 2010, dos aproximadamente 7,5 bilhões de dólares originados de embarques no Estado, US$ 479.417.308 foram recebidos do Japão.
O principal produto enviado ao país pelas cidades catarinenses é o frango e suas miudezas, que no ano anterior atingiu o valor de US$ 426.733.542, ou seja, 89% do total embarcado. Em segundo lugar no ranking destes produtos estão os blocos de cilindro e cabeçotes para motores a diesel, que respondem a aproximadamente US$20 milhões do orçamento.
Reflexos no Estado
Para Santa Catarina, o desastre no Japão pode aparecer como uma oportunidade econômica. Para o setor alimentício o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Carnes & Derivados, Ricardo Gouvêa, acredita que o ocorrido não deve influenciar no montante das exportações. "Apesar da tragédia, a quantidade de exportações pode até aumentar, porque eles têm que se alimentar. Talvez até precisem de mais" complementa.
O presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, tem a mesma opinião que Gouvêa, e afirma que se preciso o governo definirá políticas de apoio com melhores condições de pagamento. "O Japão é um forte cliente do Estado há mais de 30 anos. Não será neste momento de tristeza que o Brasil deixará de atendê-lo" explica Barbieri.
Ele ainda avalia que o desastre no Japão deve causar maiores impactos na importação brasileira. A reposição de autopeças seria um exemplo disso.
Destruição de Portos
A destruição dos portos japoneses também parece não ser problema para as exportações. Além do possível envio por avião, entidades internacionais devem colaborar com a distribuição de alimentos. Barbieri não vê empecilhos para os navios brasileiros chegarem ao país, e afirma que a maior dificuldade será na logística interna de distribuição.
Fonte Adjori/SC
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