Investimento para recuperar solo na região serrana terá de ser muito alto - Jornal Cruzeiro do Vale

Equipes da secretaria estadual de Agricultura, lideradas pelo secretário de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, Christino Áureo, e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estão percorrendo as zonas rurais das cidades atingidas pelas enchentes e deslizamentos de terra na região serrana para criar técnicas para recuperar a fertilidade do solo nas comunidades dos municípios.

No entanto, de acordo com geólogos do Instituto Geológico, ligado à secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, recuperar solos degradados após desastres naturais é um investimento muito caro.

- O custo seria bastante elevado para a recuperação total do solo na região serrana.

Segundo os órgãos que estão analisando a viabilidade de restaurar as condições iniciais do terreno, a erosão superficial no solo, cobertura de áreas de lavouras com areia, barro e pedras, e a alteração de cursos de rios e córregos, com afloramento rochoso, comprometeram a capacidade produtiva dessas terras, em muitos casos, tornaram a atividade agrícola infrutífera.

? Em algumas situações, o cenário é de completa devastação. O apoio e assessoramento técnico da Embrapa, que após contato com seu presidente, Pedro Arraes, disponibilizou a estrutura da instituição para colaborar, são extremamente importantes para recuperar em menor tempo as áreas de produção.

Apesar das questões acima apontadas, o geólogo Jair Santoro, do Instituto Geológico, afirma que em áreas onde a degradação foi menor é possível realizar técnicas simples que permitem o retorno da viabilidade técnica e econômica do solo.

Segundo ele, para a melhoria da estabilidade do solo, é possível utilizar fertilizantes (após estudo que aponte quais os insumos que faltam), e o plantio obedecendo às curvas de níveis (inclinações do terreno) ? técnica que não só permite a produção agrícola como também evita que em caso de chuva haja fluxo contínuo e, consequentemente, erosão, que vai levar consigo os nutrientes presentes no terreno.

Além da técnica das curvas de níveis, é preciso tomar outras medidas que controlem o escoamento das águas pluviais (águas das chuvas).

A região serrana fluminense caracteriza-se pela produção de hortaliças e flores, culturas de ciclos curtos, que exigem alta fertilidade orgânica e permanente rotação de lavouras.

Na quinta-feira (27), as equipes vistoriaram as comunidades rurais de Sebastiana e Vieira, em Teresópolis, e Conquista e Salinas, em Nova Friburgo.

? A região somente ressurgirá através do trabalho árduo de todos e também de muita tecnologia. O desafio é monumental. No Brasil, há mais de 60 milhões de hectares de áreas degradadas. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são as mais afetadas. No entanto, há poucas áreas em que a devastação ocorreu por desastres naturais. A maioria maciça dos casos ocorreu devido ao desmatamento e a práticas de pecuária predatórias ao meio ambiente.

Fonte: R7.com

Edição: 1261