Senador Bauer discorda do MEC sobre ensinar a partir do erro - Jornal Cruzeiro do Vale

Adjori/SC

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) reafirmou a sua discordância com o MEC no caso do livro ?Por Uma Vida Melhor?, distribuído para jovens e adultos de todo o Brasil. ?O programa do ministério que distribui livros didáticos é exemplar para o mundo. Mas, apesar disso, não concordo com a decisão de se utilizar uma obra que parta da premissa de que se deva citar no livro formas de comunicação verbal erradas para, a partir delas, ensinar a gramática correta?, citou o parlamentar. Ele fez o comentário ao final da manhã desta terça-feira (31), após a reunião da Comissão de Educação no Senado com o ministro Fernando Haddad.

Bauer entende que o ensino da língua deve começar do certo, sem dar nenhuma importância ao que se pratica de forma errada, mesmo que por força do hábito ou vício da linguagem. Quanto à questão dos livros de história que destacam de modo ideológico os feitos positivos do governo do ex-presidente Lula e que maximizam períodos difíceis da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador considera que o tema exige uma revisão séria e imediata. ?Isso precisa ser evitado nas próximas edições sob a pena de que, no futuro, com a alternância de poder, se torne uam prática habitual a depreciação de gestões governamentais anteriores e a valorização das ações de quem tiver vínculo com os administradores do momento. Algo que será extremamente prejudicial para a sociedade?, argumentou.

O parlamentar também criticou o fato de países da língua portuguesa não estarem homologando o novo acordo ortográfico. ?Estamos sendo excessivamente zelosos na prática do que foi acordado, enquanto outros sequer firmaram o compromisso de fazê-lo, isso é desrespeitoso para um País como o nosso, é uma política equivocada no âmbito internacional?, reiterou. Quando secretário da Educação em Santa Catarina, Bauer fez um trabalho de promoção da leitura e da inserção da nova ortografia em todo o material escolar usado na rede estadual de ensino, incluindo a distribuição de dicionários atualizados com as regras para as famílias dos estudantes. O senador pediu ao ministro Fernando Haddad que procure avaliar nos demais países lusófonos se efetivamente estão sendo usadas as novas regras. ?Portugal, por exemplo, não mudou nada. Isso demonstra que o Brasil foi, no mínimo, apressado e não soube conduzir adequadamente as negociações no período do presidente Lula?, completou.