Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Aumentão I
Perguntei ao prefeito Celso Zuchi o porquê do aumento de mais de dez por cento nos impostos em Gaspar em 2011 quando em todos os municípios da região foi a metade disso. Ele me respondeu (está na entrevista) que não houve nenhum e sim, um simples reajuste, pelo IGP-M, como prevê o Código Tributário do município. Hum! Busquei socorro de especialistas.

Aumentão II
Jogo de palavras. Não foi reajuste, foi aumento sim. Os outros municípios é que reajustaram  pois continuaram com o mesmo índice. Gaspar trocou. O prefeito foi mal orientado ou quis passar a perna em mim achando que sou ruim de números. Como foi a jogada? Primeiro Zuchi assinou dois decretos 4.116 e 4.117 no dia 19 de Dezembro e os publicou no dia 23, nas férias da prefeitura e de quase todos nós (menos o do colunista ai debaixo e que primeiro viu a jogada).

Aumentão III
O que dizem os decretos? Que o IGP-M da FGV, um índice que não é do governo, vai orientar os tributos (todos), os preços dos serviços públicos e as multas dos gasparenses com a prefeitura. E que o reajuste da Unidade Fiscal do Município, a UFM, por isso será de 10,2717%. Assim, por estes decretos e manobras, a UFM ficou fixada em R$ 69,20 a partir deste primeiro de Janeiro de 2011. É lei do prefeito e vamos ter que cumpri-la.

Aumentão IV
Seria reajuste senhor prefeito se o IGP-M/FGV (usado para reajuste de aluguéis e energia elétrica) fosse o índice usado nos anos anteriores por Gaspar. E não era até 31 de Dezembro de 2010. Era o IPC-A/IBGE, que é o índice oficial de inflação do governo brasileiro. Resumindo: se o IPC-A  ainda continuasse a valer por aqui, ai sim seria reajuste, e os nossos impostos subiriam apenas de 5,2460% no acumulado do ano de 2010 ou de 5,6354% no acumulado de últimos 12 meses. Senhor prefeito: houve ou não aumento? Nas minhas contas, por artifícios espertos, praticamente o dobrou o que o senhor chama de reajuste. Nenhum prefeito da região fez esta jogada, que eu saiba, contra seus munícipes sem esclarecer, explicar e convencer os pagadores.

Aumentão V
Outra, senhor prefeito. Eu posso não entender bem de economia e índices, mas de palavras eu entendo. Houve aumento sim e ele é real como demonstrei. Houve esperteza também, pois se no ano passado o senhor usasse esse mesmo índice que está usando agora para dar este aumento absurdo, o  senhor teria que nos devolver dinheiro: o IGP-M era negativo 1,71%. Então para 2010 o senhor preferiu o IPCA que era positivo e o maior de todos ? além dele ser oficial em Gaspar por anos.

Aumentão VI
Além do mais este aumento é injusto. O senhor sabe quanto o trabalhador que vai pagar os impostos com este aumentão de 10,2717 terá de reajuste no mesmo período? Só 5,38%. É isso o que nos revela o INPC/IBGE, o índice que orienta o reajuste dos salários dos trabalhadores, inclusive os dos funcionários da prefeitura e autarquias. Perguntar  mais uma vez não ofende. É ou não é aumento real de impostos? O senhor tem a segunda chance pare responder certo aos gasparenses.

Férias I
Nenhuma prefeitura da região teve ou tem férias tão prolongadas quanto a de Gaspar: 33 dias (do dia 21 de Dezembro até o dia 23 de Janeiro). Ela contrastou com Rio do Sul, governada por um empresário de reconhecido sucesso, Milton Hobus, DEM. A prefeitura de lá fechou apenas no Natal e Ano Novo e foi notícia nacional pelo exemplo. Entre os dias 27 e 30 de Dezembro o expediente foi normal.

Férias II
A tese defendida por Gaspar é que as férias daqui aconteceram após estudos sérios para gerar economia, ainda não especificada, aos cofres públicos que estão combalidos. Mas, esta tese não encontra defensores entre os próprios administradores públicos. Eles provam que sob a desculpa de férias e economia, o cidadão e a cidadã são os mais prejudicados, pois ficam privados de informações e serviços, alguns deles, essenciais e que foram pagos pelos impostos arrecadados para esta finalidade: funcionar e atender pela máquina pública. Estas férias prolongadas são escapes recorrentes a municípios muito pobres, pequenos e dominado pelo coronelismo político do Norte e Nordeste.

Férias III
Se Rio do Sul é um exemplo extremo e Gaspar no contraste, veja o que aconteceu com os nossos vizinhos para a comparação. Ilhota as férias são do dia 20 de Dezembro até o dia 17 de Janeiro. Ficarão de férias de 20 de Dezembro a 9 de Janeiro:  Apiúna, Brusque (esta governada por Paulo Eccel, do PT e que já assessorou Celso Zuchi no primeiro governo), Gabiriuba, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó. De 20 de Dezembro a 10 de Janeiro:  Ascurra e Indaial. E houve quem preferisse um tempo menor ainda do que os demais, ou seja, 23 de Dezembro a  9 de Janeiro: Blumenau, Benedito Novo, Botuverá e Doutor Pedrinho.

edição 1258