28/01/2011
Berreiro
Literalmente Gaspar está um caos. O prefeito não deveria ter decretado situação de emergência, e sim, de calamidade pública. É inadmissível a situação caótica que se tornou o município. As reclamações da comunidade são quilométricas. Em cada rua, beco, bairro e localidade o berreiro é grande. E o povo está botando a boca no trombone.
Desespero
A situação começou a piorar quando a prefeitura concedeu férias coletivas para os servidores. É que durante 33 dias nada foi feito no município. Tudo parado. Os problemas se acumularam e a enxurrada anunciada pela Defesa Civil do Estado causou fortes danos por todos os cantos da cidade. Agora, a prefeitura está desesperada. Não sabe quem atender direito. É só circular pelos bairros para se ver o acumulo de problemas para serem resolvidos.
Na praia
Se contar ninguém acredita. Mas só em Gaspar isso acontece. Enquanto todo o estado de Santa Catarina estava em alerta para os temporais, a coordenadora da Defesa Civil do município, Mari Inês Testoni, estava na praia. Nem deu bola para a situação. Quando a cidade estava toda alagada e os moradores clamando por ajuda, a coordenadora, pressionada, veio correndo da praia para analisar os estragos, já tarde da noite. Não preveniu em nada. Bem que podia ter deixado os caminhões da prefeitura com seus respectivos motoristas à disposição da comunidade alagada. O maquinário pesado também deveria assessorar os moradores. E infelizmente nada disso tinha a disposição. Ficaram mais perdidos do que cachorro de pobre em procissão.
Para Decoração
Na verdade a Defesa Civil de Gaspar é uma peça decorativa. Está deixando em muito a desejar. Não possui nenhum plano de prevenção. Está inoperante. Deixa simplesmente as coisas acontecerem para mais tarde fazer relatórios e mais relatórios que não resolvem os problemas. Além do mais, a coordenadora não conhece direito as áreas problemáticas de Gaspar. Quando fala em público ou concede uma entrevista para a imprensa, é superficial e se percebe que não tem conhecimento da área e dos problemas.
12 mil afetados
A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um relatório ontem à tarde, dia 27, relatando os números oficiais do Estado após as enxurradas. O relatório diz que Gaspar tem 2.081 desalojados, 12 pessoas desabrigadas, 12.013 afetados e 600 residências com danos materiais. Eu gostaria de saber de onde a coordenadora tirou esses números. Eu não acredito nesses números e muito menos na agilidade da Defesa Civil em levantá-los com precisão. Houve sim um chutomêtro que passou longe do gol. E tenho dito.
Quase fervendo
Diante das adversidades a comunidade não aguenta mais. Os moradores do bairro Sete de Setembro se reuniram e pediram socorro. Reunião quente, quase fervendo. O Secretário de Obras, Soly Waltrick, esteve presente. Enrolou, engasgou e arrumou mil desculpas para os problemas. Como sempre faz, disse que quando o maquinário ficar livre vai atender alguns pedidos do bairro. É que o Sete de Setembro, a tubulação está toda entupida. A água não corre mais pelos tubos e o caminho são as ruas e as casas. E aí vem os estragos.
Culpa da Fatma
No Sertão Verde o problema é maior. A reunião foi numa cancha de bocha. Mais de cem moradores presentes. Na face deles percebia-se que é um povo sofrido, desprezado e que não recebe as atenções devidas. O prefeito tomou coragem e foi. Fez um discurso demagogo e jogou toda a culpa na FATMA. Diz que não dá para fazer nada porque a FATMA é exigente e tudo tem que ter autorização dela. E se comprometeu em limpar uma vala mestre que corta o bairro e que faz muitos anos que não é limpa. Os moradores, já desacreditados com tantas promessas, prometeram fechar a BR-470 ou a prefeitura de Gaspar se Celso Zuchi não der a atenção que eles tanto necessitam. E para isso eles têm coragem. E eu apoio.
Sem Rumo
Diante de tantos problemas de nosso município, o prefeito está sem rumo, sem leme. Não sabe onde atacar primeiro. A máquina administrativa está inchada. O salário dos servidores consome mais da metade da arrecadação. Ele tem pouco dinheiro no caixa. Qualquer verba mais significativa para uma obra diz que tem que buscar em Brasília, e o dinheiro não chega. Onde vamos parar? Não sei. Nosso futuro é incerto.
IPTU
A Prefeitura acabou de abrir as portas e já começou com a publicidade do IPTU 2011. Um outdoor na Praça da prefeitura já anuncia o imposto para pagar. Desta vez vai vir com mais de 10% de aumento. Não tem cristão que aguente.
Edição: 1261
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