01/04/2011
Cedo o espaço do Chumbo para publicar este manifesto de repúdio assinado pelos professores da escola Norma Mônica Sabel, que estão indignados com a situação do reajuste salarial dos servidores:
Manifesto de repúdio
Nós, professores e funcionários da E.E.B. Norma Mônica Sabel, que participamos da última paralisação ocorrida no dia 24/03/11, vimos por meio desta manifestar o nosso total repúdio para com a forma desrespeitosa e de descaso com a qual fomos tratados na Praça Getúlio Vargas, sem sequer ter a presença de qualquer representante do poder público para que, de forma esclarecedora, pudesse dialogar com os presentes.
É lamentável que aquela manifestação tenha se transformado em um palco de insultos politiqueiros, uma vez que nós, professores e funcionários estávamos ali apenas para reivindicar um salário digno para nossa categoria, que tem sido tão desvalorizada.
Não estávamos lá, de forma alguma, para sermos figurantes de uma guerra política e pessoal entre o sindicato e a administração municipal. O fato de representantes do sindicato estarem lá se deu porque este órgão ainda é nossa única forma legalizada de luta, logo, não temos culpa das divergências políticas ali apresentadas de modo tão inflamado por alguns dos que ali se encontravam.
Causou-nos tristeza a forma fingida, prepotente e autoritária com a qual a comissão deliberativa foi tratada pelos senhores Michael Zimmermann, Doraci Vanz e Mário Mesquita, uma vez que, ao ser solicitada uma audiência com o nosso prefeito, houve uma série de contradições a respeito de sua real localização, configurando na falta de disposição do mesmo em conversar com a comissão, embora já soubesse da paralisação com antecedência. Em vez de estar lá pessoalmente, delegou a negociação aos seus correligionários.
E no momento em que nosso prefeito afirma que a maioria das pessoas que lá estavam não sabia porque estava lá, fica subentendido que está desqualificando a capacidade racional dos professores e funcionários se manifestarem, tratando-nos como se fôssemos ignorantes, marionetes sem cérebro, enfim, sem o discernimento necessário para agirmos como cidadãos que exigem seus direitos.
Que tipo de professores seríamos nós se estivéssemos ali sem saber o que estávamos fazendo? Que alunos quer esta administração que formemos? Alienados? Os que, no futuro, irão dizer ?amém? para desmandos públicos?
Não nos importa a rivalidade política tão declarada e que tanto atrasa esta cidade, tampouco nos importam as rixas pessoais. O que de fato nos importa é que se cumpra o nosso direito e que se respeite o ?trabalhador? independente do cargo que ele ocupe.
O trabalhador e seus direitos sempre foi o foco do partido vigente, uma vez que, no ABC Paulista, o principal líder das greves era o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, um dos principais líderes do PT.
O dito desconto no salário mencionado na imprensa local é quase nada diante do tamanho da frustração dos professores e funcionários, dentre os quais há muitos que votaram no Sr. Pedro Celso Zuchi.
Protestar pacificamente é direito de qualquer cidadão que viva em um país democrático como o Brasil. Ou será que estamos retornando aos velhos tempos da ditadura?!
Grupo de Professores e Funcionários da Escola Norma Mônica Sabel
edição 1279
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