A DEMAGOGIA DOS POLÍTICOS. TRATAM-NOS COMO ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS OU BEÓCIOS. VEREADORES DE GASPAR AINDA NÃO SE DERAM CONTA DA PERMANENTE CONTRADIÇÃO QUE MOVE SEUS DISCURSOS PARA E CONTRA SEUS PRÓPRIOS ELEITORES - Jornal Cruzeiro do Vale

A DEMAGOGIA DOS POLÍTICOS. TRATAM-NOS COMO ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS OU BEÓCIOS. VEREADORES DE GASPAR AINDA NÃO SE DERAM CONTA DA PERMANENTE CONTRADIÇÃO QUE MOVE SEUS DISCURSOS PARA E CONTRA SEUS PRÓPRIOS ELEITORES

12/06/2018

Vou me restringir a três fatos da última sessão, e um de sessão anterior. E com isso mostrar que essas incoerências são permanentes. A lista é longa e mais crítica. Mas, fica para outro momento. E o problema sou eu que exponho a realidade.

O primeiro argumento desta coluna foi dado pelo do vereador Cicero Giovani Amaro, PSD, funcionário público lotado no Samae, firme defensor da classe dos servidores e alinhado na oposição com o PT e o PDT da esquerda do atraso.

Depois da demagógica sessão onde todos eram caminhoneiros, e que se prova cada vez mais que quem “organizou” o bloqueio foram as empresas transportadoras, com apoio político dos intervencionistas na busca de imposições diante de um governo fraco, refém de políticos corruptos e corporações na defesa de privilégios, os distintos vereadores de Gaspar “descobriram” que o preço dos combustíveis no Brasil é alto demais por conta dos impostos.

Não deixam de ter razão. Entretanto, não é tudo. Ou escondem a ordem das coisas num mercado livre, ou estão desinformados o que também é grave para quem quer abordar o tema com seriedade.

E para demonstrar o alto peso dos impostos sobre os combustíveis, o vereador Cícero puxou a ladainha com um exemplo, onde um posto de São Paulo vendeu gasolina por R$1,96 o litro, sem impostos – uma promoção de conscientização de jovens empreendedores do Mises Brasil, Instituto de Formação de Líderes, Movimento Endireita Brasil e Ranking dos Políticos. Depois dos bloqueios, a média subiu de R$4,00 para R$4,30, incluindo naturalmente todos os tributos.

Em média os impostos incidentes sobre os combustíveis no Brasil é é 43% na gasolina, 27% no diesel e 26% no etanol (fonte: Sindicato das Distribuidoras).

Fato 1: O discurso é bonito, é demagógico e até irresponsável. Se tudo o que consumíssemos estivesse livre de imposto, o vereador Cícero estaria – como outros - desempregado no Samae e na Câmara não receberia nada. Tudo o que ele ganha e sustenta a família dele vem de impostos que nós pagamos. Não é uma questão de moralismo, mas de coerência do discurso. Cuidado, vereador.

Sem impostos, não haveria polícia, estradas, SUS, professores, aposentadorias e até governo nesse trilhonário orçamento público totalmente dependente de impostos.

Fato 2: no Reino Unido, por exemplo, os tributos incidentes sobre os combustíveis são bem mais altos do que no Brasil! Em média são 68,9% (Itália 66%, França 63%, Alemanha 60%, fonte Opep). E o sistema de reajuste se dá pelo preço praticado no mercado, ou seja, igual ao que a Petrobrás monopolista exercia até o bloqueio e lá não houve nenhuma greve de caminhoneiros. O mercado teve que absorver as mudanças dos preços diários.

E por que na Inglaterra os impostos sobre os combustíveis são mais altos do que no Brasil e a reclamação, que existe, é mínima? Por um fato muito simples: a corrupção é bem menor, a transparência bem maior, melhor: os retornos desses impostos são evidentes para o cidadão, há governo, há equilíbrios na regra dos pesos e contrapesos, bem como a conservadora Margareth Tatcher acabou com a ditadura dos sindicatos e do funcionalismo improdutivos, dominados pelos Trabalhistas.

No Brasil é diferente. O imposto é alto e o retorno é mínimo; a corrupção é avassaladora e a transparência é nula, além das corporações e políticos descomprometidos chantagearem o governo para obter cada vez mais privilégios e fatias desse imposto para si, ou subsídios, isenções, desonerações, renúncias etc, passando a sua parte para os outros.

Nem vou me estender, para não ficar entediante, o caso que ele mencionou do aço, que entra na mesma dança do petróleo, da soja, do milho, do açúcar, café, algodão, trigo cuja cotação em dólar dessas e outras commodities, estão na Bolsa de Chicago e influenciam os preços aqui no Brasil (e no mundo).

Então, vereador Cicero, o problema não é exatamente o alto imposto, mas como ele é mau usado contra a sociedade e principalmente o futuro dela. Está na hora de discutir os privilégios – incluindo dos políticos - e a máquina paquidérmica do governo que empobrece a população.

Está na hora de discutir a razão do monopólio da Petrobrás sobre os combustíveis fósseis brasileiros, a cartelização das distribuidoras sobre o álcool e principalmente, a mudança progressiva da matriz energética para os veículos, bem como o equilíbrio dos modais rodoviários, ferroviário e aquaviário. Uma menor pressão sobre os combustíveis fosseis, ajudariam o meio ambiente e o equilíbrio dos preços.

Sobre os impostos, vereador Cicero: é hora de discutir os privilégios, o tamanho e o retorno da máquina pública, além de impedir a corrupção endêmica e parte da cultura no ambiente público brasileiro. Se isso acontecer, esses impostos poderiam diminuir, serem mais justos ou então produzir mais efeito para a população, como na Inglaterra, por exemplo.

ROUBARAM TANTO A PETROBRÁS E CORAJOSAMENTE AINDA TÊM LIÇÕES A DAR?

Lá pelas tantas na mesma sessão, a líder do PT na Câmara e ex-vice-prefeita, Mariluci Deschamps Rosa entrou na dança como se tivesse lições a dar nesse assunto. Ainda bem que ela não respondeu ao questionamento de Cicero: “onde estava a governança dessa empresa?”, referindo à Petrobrás aos tempos em que ela foi roubada.

Primeiro a Petrobrás tem o quadruplo, repito o quadruplo de empregados do que a média das empresas de petróleo no mundo e do tamanho ou maior do que ela. Isto é um custo no combustível que pagamos, isto é ineficiência, isto é produtividade comprometida. Soma-se a esse quadruplo, os salários, benefícios e privilégios dos funcionários da Petrobrás são bem maiores que nas suas concorrentes. E por que esse descalabro? Porque é uma empresa estatal, monopolista, uma teta, um reduto sindical corporativo e até ideológico.

Então os combustíveis na Petrobrás são caros, e além da cotação internacional, porque o custo para produzi-lo (pesquisar, extrair, refinar e distribuir) da empresa é alto em comparação às concorrentes.

E a Petrobrás nunca foi tão usada para o aparelhamento, para a corrupção e poder político, como nos governos do PT de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. Quebraram a Petrobrás para comprar o MDB, PP e outros para ter sustentabilidade parlamentar, poder permanente e num ciclo vicioso, se roubar mais, os pesados impostos dos brasileiros para os seus e suas causas.

Não vou me estender sobre os bilhões de dólares (não de reais) e as Passadenas, ou Abreu e Limas da vida, todas angustiantemente registradas nos diversos inquéritos em curso, ações e condenações pelos tribunais brasileiros em diversas instâncias. Vou apenas me ater a uma reportagem de Thiago Cordeiro, no site Gazeta do Povo, de Curitiba, no dia 25.08.2017, ou seja, com dados hoje defasados, onde se afirmou: Roubo na Petrobras custou mais ao Brasil que ouro levado por Portugal”.

Estima-se que entre 1690 e 1750 Portugal levou do Brasil em ouro, prata e pedras preciosas algo em torno de R$48 bilhões a preço de hoje, enquanto isso o rombo do governo petista (com MDB e PP) na Petrobrás, em apenas 13 anos foi, segundo a CPI da Câmara dos Deputados e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras de R$ 52 bilhões. E quem paga isso se não for na bomba de combustíveis ou nos pesados impostos que está em tudo? O povo 

Quer outro exemplo desse desastre de gestão contra a estatal e monopolista Petrobrás pelo governo petista?  Em 2010, ela valia o equivalente hoje a R$ 608 bilhões. Mas, em dado momento em 2015, somadas as suas ações valiam apenas R$101,3 bilhões. É preciso ir adiante nesse retrato de incoerência dos nossos vereadores?

Então o preço da gasolina é caro, primeiro por que seu custo é bem maior como tudo que é estatal e especialmente na Petrobrás; o preço da gasolina é caro porque estamos pagando o rombo de gestões não apenas incapazes, mas intencionalmente fraudulentas; estamos pagando caro porque ela é uma empresa estatal e quando ela precisa de dinheiro para o seu caixa, sem concorrentes, faz isso vendendo combustíveis com preços mais alto, ou com mais impostos.

Estamos pagando mais caro os combustíveis, porque os políticos fazem os eleitores e consumidores de idiotas nos seus discursos.

Mas, para quem defende um réu condenado e preso como candidato a presidente do Brasil, tudo isso não é crime, é exemplo de gestão, honestidade e perpetuação daquilo que quebrou a economia, aumentou a inflação e desempregou mais de 13 milhões de pessoas e que não conseguiram os seus empregos de volta diante da resistente dos políticos do congresso pelas mudanças.

Então pagaremos ainda mais impostos, inclusive para sustentar os políticos nos seus privilégios, estrutura e natureza dos desperdícios. Só nesta campanha, os políticos estão tirando da saúde, segurança, educação, obras, no mínimo R$2 bilhões para distribuir entre eles para sustentar as suas campanhas. E vamos votar neles.

E esta legenda Da esquerda para a direita: o suplente Moura, o titular Melato e o assessor José Carlos

A VOLTA DA DITADURA MILITAR

Mas, nada se compara ao que fez o suplente de vereador José Ademir de Moura, PSC. Ele até agora, não explicou como seu assessor parlamentar José Carlos Spengler, em pleno trabalho, gazeteou três semanas por aqui no recém “emprego” – pago com os impostos dos gasparenses e arrumado pelo presidente do Samae e titular da vaga, José Hilário Melato, PP - e viajou com os amigos para Terra Santa e Roma. De lá, nas redes sociais, exibiu-se e humilhou aos que tinham que dar duro na Câmara em Gaspar.

Voltando. Como não é de falar e ler ao mínimo corretamente, ou articular alguma ideia, Moura, preferiu um filminho de gente defendendo à intervenção e à volta dos militares ao poder. Uau!

Primeiro Moura não tem idade – como a maioria que a defende - para saber o que é ditadura militar. Eu experimentei parte dela e dentro de redações. Segundo, intervenção substitui eleições livres, diretas e gerais do povo por seus representantes, bons ou ruins. Terceiro, a intervenção elimina a pluralidade e nega a diversidade de vontades. Quarto: na ditadura, todas as instituições incluindo o parlamento, quando existem são decorativas. Então, o político Moura poderia estar ameaçado de não ter mais palanque, emprego de suplente e voz – inclusive a religiosa -, ou todos nós, estaríamos sujeitos à multiplicidade de Mouras da vida nas Câmaras, Assembleias e Congresso.

Na ditadura, a polícia não investiga, persegue, quando não mata e as provas somem. Justiça não julga, serve ao poder da tirania de plantão...

O que faz um político enxergar algo de bom para a sociedade uma intervenção militar ou uma ditadura e ainda quando não provou desse remédio? É, penso, a sua própria confissão de incapacidade de ser político, de dialogar, de construir saídas em ambientes de pensamentos hostis e renegar à própria essência do parlamento, ou seja, de parlar, conversar, convergir, entender e principalmente a de respeitar à divergência. É, ao final, a rendição.

E é exatamente por existirem políticos frouxos que não enfrentam as gangues organizadas que tomaram conta do ambiente administrativo, político, partidário e do aparelho do estado, que faz gente como Moura, pedir o caminho mais curto e uma solução torta e de força: o da violência institucional, via intervencionismo, discursos radicais e soluções heterodoxas. Vergonhoso.

Ainda bem que foi rebatido, mas de forma tímida. Há gente em cima do muro, querendo agradar a Deus e ao Diabo, ou seja, os intervencionistas. E por que? Para não perder os votos deles, ou serem hostilizados por eles. Não vai dar certo.

Outra. Perigosa é essa nova mania de defender pessoas e não partidos. Não há políticos fora dos partidos. Não há representação avulsa na legislação eleitoral brasileira atual. Quando o partido está por cima, todos sugam e louvam ele. Quando o partido está por baixo, por causa de seus líderes, todos se escondem.

Na última sessão da Câmara, Michel Temer, MDB, foi o boneco malhado da vez até pelos próprios vereadores do partido. Todos querendo se livrar da associação com ele. Antes comemoraram, depois sugaram o quanto puderam e enfraqueceram-no. Agora, por pura oportunidade, lançam-no aos leões. Gente esperta demais...

A TERCEIRIZAÇÃO SÓ É BOA PARA OS OUTROS

E por último e não o primeiro e o último, como escrevi no início desse artigo.

O vereador Wilson Luiz Lenfers já está licenciado, no rodízio do seu partido do seu PSD e cedeu a vaga para Marisa Isabel Tonet Beretta. Entretanto, antes de sair fez o seu protesto contra o Projeto de Lei 29/2018 que eliminava os cargos de merendeiras, porque em Gaspar, parte desse serviço é feito por uma empresa terceirizada contratada para oferecer refeições aos alunos das creches e das escolas públicas municipais.

O projeto 29/2018 já foi retirado oficialmente, segundo a pauta da sessão de hoje. E voltarei ao tema mais tarde.

Retomando. Wilson é empregado da Bunge Alimentos onde está há décadas. Ali, a terceirização, não está apenas no refeitório, mas em vários segmentos administrativos, controles e de produção. É algo da cultura. É normal. Então não é nada desconhecido do vereador Wilson. Ele entende desse assunto como poucos, inclusive no seu resultado. E sabe muito bem, que a terceirização depende da gestão. Quando não se produz os resultados pactuados contratualmente, sejam na qualidade, pontualidade e quantidade, ou não apresenta inovações e melhorias para a produtividade, o terceirizado (empresa e individual) está ameaçado, quando não é trocado.

Wilson entrou na pilha do PT, do PDT estatais, comedores de impostos, por convicção e ideologia, bem como do PSD que está alinhado com o sindicato defendendo, no papel dele, servidores com as super-proteções impossíveis num ambiente competitivo. Wilson argumentou no seu curto discurso que a terceirização é um problema. Contudo, não apontou quais.

Então, vindo da iniciativa privada, onde se pratica intensivamente a terceirização e que paga a máquina pública, o político e vereador Wilson concluiu que a terceirização não é um bom caminho no caso das merendas para Gaspar e por suposição, qualquer outra iniciativa neste sentido. 

Bom mesmo, é contratar a fornecedora de merenda que inclui as merendeiras e o cidadão pagador de imposto além de bancar esse fornecimento (com merendeiras), ter que bancar as merendeiras contratadas pelo município sem que elas façam nada nesse ambiente. Bonito isso, né? Numa empresa séria, num ambiente público sério, esse desperdício não seria permitido. Em Gaspar, sim. E por quem vem da iniciativa privada.

Outra. A prefeitura precisa de uma estrutura para comprar produtos, armazena-los em condições higiênicas e temperaturas adequadas, transportar e suprir cozinhas com outros materiais como gás, materiais de limpeza e preparar as refeições, além de lidar com padrões. Com a terceirização, ela compra o prato pronto e apenas fiscaliza. Será que isso não é suficiente? Não se tem capacidade de fiscalização ou não que quer exercer esses pressupostos legislativo? Para o vereador deixou transparecer no seu discurso, há possibilidade de fraudes, jogos etc.

De duas uma. Ou o Wilson na sua experiência na iniciativa privada sabe de alguma coisa e está escondendo de seus patrões, ou não percebeu que as janelas de fraudes, interesses e jogos diminui bastante ao se fechar a cadeia para um único fornecedor, que pode ser mais facilmente fiscalizado, exigido e até ser trocado, se não cumprir o contrato como ele foi pactuado.

A política faz coisas e se estabelece nas incoerências permanentes, como se todos os eleitores fossem beócios, idiotas, analfabetos, ignorantes, desinformados e obrigados a bancar com cada vez mais pesados impostos, suas farras e ideias populistas e do atraso. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1855 - terça-feira

Comentários

Daniel
13/06/2018 08:43
Bom dia Herculano.
Estou decepcionado com o posicionamento do vereador Wilson Luiz Lenfers. Poxa Wilson, você sabe mais do que ninguém que muitas vezes a terceirização é necessária para gerar menos encargos a empresa contratante e nesse caso prefeitura, como também poder contratar uma empresa especializada no fornecimento de merendas. A prefeitura não tem que ficar administrando esse tipo de coisa, deixa que uma empresa que conhece do assunto fazer isso, a prefeitura tem que se preocupar em ser eficiente na saúde, obras, educação, etc.
Não caia na furada desse pessoal sindicalista de esquerda que freiam o crescimento do país.
Como o Herculano colocou bem no seu texto, olha a empresa que você trabalha a muitos anos e que completa 200 anos de história, por que será que ela terceiriza alguns serviços? Por que é sustentável e necessário para ser competitiva e eficiente.
Abre o olho meu amigo.
Herculano
13/06/2018 07:36
BAIXA EXPECTATIVA É A MELHOR ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA A COPA, por Michele Oliveira, no jornal Folha de S. Paulo

Esqueçamos as previsões, já que a melhor saída é se livrar de todas as esperanças

A baixa expectativa é a melhor estratégia de sobrevivência que o brasileiro pode ter. E estamos no caminho certo. Nunca a Copa do Mundo foi tão esnobada por nós como esta que começa nesta quinta (14). O Datafolha mostrou: 53% da população diz ter zero interesse pelo torneio, um recorde desde quando a pergunta começou a ser feita pelo instituto, em 1994.

Metade (48%) do país acredita que a seleção vai ganhar a competição na Rússia. Antes do Mundial anterior, esse número era 68%.

Nunca um presidente foi tão rejeitado (82%) como Michel Temer. Há quatro anos, na véspera da Copa no Brasil, Dilma Rousseff, a anfitriã, era reprovada por 28% - praticamente uma querida pela população.

Comparando com a depressão coletiva de hoje, em 2014 parecíamos estar animadíssimos com a Copa, com o governo, com o Supremo, com tudo. O que aconteceu depois de toda essa euforia? O 7 a 1, a reeleição, o Romero Jucá de amarelo fazendo um coração com a mão da mulher, o impeachment e todos esses números tristes da economia.

Esqueçamos a previsão do banco Goldman Sachs, que coloca o Brasil conquistando o hexa em cima da Alemanha. Tá na cara que a melhor saída é se livrar de todas as esperanças. De quebra, quem sabe uma coisa boa acontece? Uma simples ida às oitavas de final já soa, nos dias de hoje, como um bom motivo para comemorar. Sugiro a mesma tática para a eleição. Não deveríamos esperar nada e, se ganhar alguém comprometido com a democracia, já vai ser bom.

Pessoalmente, sei que não preciso de muito para me animar. O que me liga às Copas é a sua imprevisibilidade --um evento que dura um mês e é 100% "ao vivo". Tudo pode acontecer bem aos nossos olhos e, a cada dia, surge um mar de assuntos que duram para sempre nas conversas.

Tudo vira notícia: a escalação (Ronaldo, 1998), o penteado (Ronaldo, 2002), os meiões (Roberto Carlos, 2006), a análise ("a África é logo ali", 2006), a bola (Jabulani, 2010) e, de vez em quando, até o gol (ou sete, 2014).

Nesta, ainda terei uma razão especial para ligar a TV mesmo na partida entre Senegal e Polônia: será a primeira Copa da minha filha. E quero que ela possa lembrar das próximas semanas como um momento de bandeiras e nomes de países, amigos juntos às 9h de uma sexta-feira, hino nacional, disputas por pênaltis, Galvão Bueno e Canarinho Pistola. Uma ótima oportunidade de ensiná-la sobre o poder das baixas expectativas.
Herculano
13/06/2018 07:28
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, MAIS ATUALIZADO E O MAIS ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
12/06/2018 15:24
Ao observador

Então, é bem diferente da sua primeira observação e esclarecida por mim. A prefeitura, segundo você, decidiu pagar duas vezes, por algo que estava funcionando e que os servidores não desejam ver trocado.

E a maioria oposicionista na Câmara foi quem colocou essa despesas dupla para os gasparenses pagarem. Então não fui eu que não estava entendendo direito o que se pactuou, como você escreveu

Concordo que foi falta de planejamento da prefeitura e falo disso na sexta-feira. O que esperar de políticos que se orgulham de espetar despesas duas vezes aos pagadores de pesados impostos e de gestores que não se incomodam com isso? Acorda, Gaspar!
Observador
12/06/2018 13:50
Colunista, a prefeitura preferiu pagar duas vezes quando resolveu terceirizar algo com uma estrutura pronta e que estava funcionando.
Se os servidores estão ociosos é por culpa deles que não fizeram um planejamento correto.
Em Gaspar é sempre assim, o planejamento nunca ocorre e quem paga a conta é o contribuinte.
Herculano
12/06/2018 13:33
MORRE UM SÍMBOLO DA VELHA UDN E DA OLIGARQUIA POLÍTICA CATARINENSE, O EX-GOVERNADOR E SENADOR ANTONIO CARLOS KONDER REIS

Morreu hoje, aos 94 anos, o ex-governador de Santa Catarina, Antônio Carlos Konder Reis.

Seu corpo será velado a partir da tarde de hoje na Câmara Municipal de Itajai.

Filho de uma família de políticos, filho de Oswaldo dos Reis e Elisabeth Konder Reis, irmão do poeta Marcos Konder Reis e sobrinho de Adolfo Konder, Arno Konder, Vítor Konder e Marcos Konder. Ele e Lauro Müller são os itajaienses que mais serviram em cargos públicos.

Participou, em 1946, do Congresso Nacional dos Estudantes, sendo eleito secretário de intercâmbio da UNE.

Foi deputado à Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 1ª legislatura (1947 - 1951)e na 2ª legislatura (1951 - 1955), eleito pela União Democrática Nacional (UDN).

Foi deputado à Câmara dos Deputados por Santa Catarina na 40ª legislatura (1955 - 1959)e na 51ª legislatura (1999 - 2003), senador(1963 - 1975), vice-governador (1991 - 1995) e governador de Santa Catarina (1975 - 1979). Em 1979 foi sucedido pelo seu primo Jorge Bornhausen no governo de Santa Catarina.

Exerceu o cargo pela segunda vez em 1994 sucedendo o governador Vilson Kleinubing.

Era membro da Academia Catarinense de Letras, empossado na cadeira 22 em 30 de março de 1983.

Residiu na praia da Armação do Itapocorói, no balneário de Penha.
Herculano
12/06/2018 12:45
da série: não tem jeito, faz-se de tudo para engabelar os analfabetos, ignorantes e desinformados, usando inclusive a religião, a fé.

VATICANO DESMENTE PT E DIZ QUE PAPA FRANCISCO NÃO ENVIOU TERÇO A LULA

Conteúdo da revista Veja. Texto de João Pedroso de Campos. O Vaticano desmentiu nesta terça-feira, 12, a informação publicada pelo PT e pelas redes sociais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 11, de que o papa Francisco enviou um terço ao petista e que o emissário do Santo Padre, o argentino Juan Gabrois, foi impedido de visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso há mais de dois meses.

Apresentado no site e nas redes sociais de Lula como "assessor do Papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz", Gabrois é, na verdade, "ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz", conforme o Vatican News, portal de informações oficial da Santa Sé.

"O advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, deu uma entrevista em sua tentativa de visitar o ex-presidente Lula na prisão de Curitiba, onde está detido há mais de dois anos meses. Grabois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula", diz nota do Vatican News.

A Santa Sé ressalta que Juan Gabrois "nunca declarou que foi o papa a enviar o Terço, mas simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido 'abençoado' pelo Papa". Ainda segundo a nota de esclarecimento, "terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares".

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diz desconhecer o envio do rosário a Lula.

Na noite desta segunda-feira, o perfil do ex-presidente no Twitter havia publicado que "o papa Francisco enviou um rosário ao presidente Lula, preso político há 67 dias. O presidente recebeu o terço na sede da Polícia Federal em Curitiba".

Já o PT, também em sua conta na rede social, escreveu: "Papa Francisco envia rosário a Lula, mas emissário é barrado na PF". "Funcionário do Vaticano denuncia caráter 'estritamente político' de decisão da PF de impedir que ele visitasse Lula e desse recado enviado pelo papa", tuitou o partido.
Herculano
12/06/2018 12:19
Ao que se diz observador:

Você escreve: Caro colunista, acredito que o senhor quando fala sobre a terceirização não está bem inteirado sobre como a coisa funciona em Gaspar.

Respondo: penso que estou

Você escreve: O senhor diz: "Com a terceirização, ela compra o prato pronto e apenas fiscaliza." Não é assim que funciona, aqui a empresa contratada se utiliza de toda estrutura física das escolas ou cdi´s, a empresa apenas fornece os produtos e mão de obra, ficando a cargo da prefeitura os gastos de energia e agua utilizados pela empresa, além de outras coisa menores.
Ou seja, paga-se duas vezes.

Respondo: você está certo quando diz que é obrigação da empresa fornecer os produtos, a mão de obra e a refeição pronta. Está no contrato. Então se ela fornece a mão de obra, o duplo que o gasparense paga aqui, é a mão de obra que são as merendeiras e serventes municipais, que ficam a disposição sem fazer nada.

Está a cargo da prefeitura o fornecimento - devido principalmente de separação - água, a luz e a cessão do local na escola ou na creche para a preparação ou finalização das refeições. Mas, isso está no contrato, de forma clara e estaria diminuído do custo - ao menos da negociação. Então não se paga em duplicidade, como você afirma.

O que diz no contrato, é que o gás é por conta da empresa fornecedora de refeições. Se eventualmente, ele for fornecido pela prefeitura, ai sim, seria um pagamento em duplicidade. E não há notícia disso.
Observador
12/06/2018 11:11
Caro colunista, acredito que o senhor quando fala sobre a terceirização não está bem inteirado sobre como a coisa funciona em Gaspar. O senhor diz: "Com a terceirização, ela compra o prato pronto e apenas fiscaliza." Não é assim que funciona, aqui a empresa contratada se utiliza de toda estrutura física das escolas ou cdi´s, a empresa apenas fornece os produtos e mão de obra, ficando a cargo da prefeitura os gastos de energia e agua utilizados pela empresa, além de outras coisa menores.
Ou seja, paga-se duas vezes.
Herculano
12/06/2018 10:39
O FUTEBOL NÃO É PARA PRINCIPIANTES, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, para o jornal Folha de S. Paulo

Um gênio como Cristiano Ronaldo deve ser também uma madre Teresa de Calcutá?

1. Lisboa, final da tarde. Entro no táxi, a viagem começa, no rádio alguém fala sobre futebol. Ou sobre Cristiano Ronaldo, o que é a mesma coisa. Eu, para matar o tempo, meto conversa com o motorista (são o melhor dos táxis, as conversas): "Grande gol de bicicleta do Ronaldo ontem. O senhor viu?"

O motorista concede: "Sim, ele é bom". Pausa. Cinco segundos de pausa. Finalmente, a sentença inevitável: "Mas um pouco de humildade não lhe ficava nada mal".

É um clássico. Cristiano Ronaldo pode ser o melhor do mundo. Ou um dos melhores, tanto faz, com uma lista de prêmios e feitos só acessível aos extraterrestres.

Mas não existe motorista de táxi ou intelectual sofisticado que não lamente a falta de humildade do craque. Se ele fosse um gênio da bola e, ao mesmo tempo, a última encarnação do Dalai Lama, aí sim, a admiração seria limpa e incondicional.

Não é. É uma admiração magoada, contrariada, condicional: quando Ronaldo faz gol, ele nem deveria festejar. Deveria retirar-se do campo, enojado com seu próprio talento, esbofeteando seu rosto e pedindo desculpa à torcida adversária.

Ponto prévio: nunca perdi muito tempo avaliando a arrogância de Cristiano Ronaldo. Prefiro vê-lo jogar. Mas pergunto de onde vem essa ideia meio retardada de que um gênio deve ser também uma madre Teresa de Calcutá.

Não falo apenas de futebol. Falo de qualquer arte onde existe talento humano. Imagino a cena: alguém termina de ler Kafka. Confessa admiração pela prosa. Depois acrescenta, com cara torcida: "Não sei, não: esse Franz aí me parece pouco social".

Infelizmente, essas cenas são cada vez mais verossímeis na era do patrulhamento. O assunto pode ser Picasso. Ou Woody Allen. Ou Philip Roth. O ressentido, ainda que admirando a obra dos três, tem a mesma inteligência que o motorista de táxi.

"Picasso era um gênio da pintura, mas ele tratava mal as amantes." "Woody Allen tem grandes filmes, mas casou com a filha da ex-mulher." "Philip Roth foi um dos maiores escritores da América, mas seus personagens eram misóginos."

Existe sempre um "mas" para tornar o gênio menos perfeito. Ou, melhor dizendo, para tornar o gênio mais como nós. As razões são filosóficas: vivemos na "ditadura da igualdade".

O Estado distribui renda, cotas, direitos e privilégios. Mas o Estado não é capaz de "democratizar" o talento, fazendo de cada cidadão um virtuoso em potência.

O ressentido sabe disso. Ele sabe que nunca jogará como Ronaldo. Nunca pintará como Picasso. Nunca fará filmes como Woody Allen.

Nunca escreverá um romance, um conto, um parágrafo, uma só linha como Philip Roth. O que lhe resta?

Manchar o objeto da sua inveja com defeitos que são exteriores ao essencial. Sim, Kant escreveu a "Crítica da Razão Pura". Mas ele cheirava mal dos pés e roncava como um suíno.

Ironia: o ressentido, que critica os outros pela falta de humildade e humanidade, não tem a humildade e a humanidade suficientes para simplesmente admirar o que é admirável.

Pelo contrário: se ele pudesse, seria o primeiro a proibir qualquer manifestação de talento por ser ofensiva para gente sem talento.

2. Alguém dizia que o futebol são 11 contra 11 - e no final vence a Alemanha. Lamento. Dessa vez não será assim.

Olhando para o calendário da Copa; aplicando meus conhecimentos profundos sobre futebol; e confessando aqui um interesse especial pelas seleções do Brasil e de Portugal, sinto-me como um daqueles bichos aquáticos que conseguem facilmente traçar o destino das duas equipas antes dos jogos começarem. Sou uma lula profética, uma tartaruga sábia, um bacalhau erudito. Não acredita?

Então pode anotar: Portugal, campeão da Europa, vence o Grupo B e depois elimina a Rússia (oitavas), a Argentina (quartas), a Alemanha (semifinal) e chega na final. E o Brasil?

Boas notícias: o Brasil vence o Grupo E e depois elimina o México (oitavas), a Bélgica (quartas), a Espanha (semifinal) e também chega na final.

Nesse memorável Brasil x Portugal, é evidente que o vencedor será...

[por problemas técnicos não foi possível imprimir o final da coluna; as nossas desculpas ao leitor]
Miguel José Teixeira
12/06/2018 10:35
Senhores,

"Gato escaldado tem medo de água fria"

Datafolha: Pela primeira vez, maioria não tem interesse na Copa.

O desinteresse dos brasileiros com a Copa disparou às vésperas do início da disputa na Rússia, marcado para esta quinta-feira (14). O primeiro jogo do Brasil será domingo (17), contra a Suíça, às 15h (horário de Brasília). . .

+ em:
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/06/desinteresse-com-a-copa-bate-recorde-e-atinge-53-no-pais-mostra-datafolha.shtml

Também pudera!

O 7 X 1 foi fichinha perto da roubalheira da corja vermelha nas construções das obras da Copa no Brasil. . .
Herculano
12/06/2018 10:32
De J.R. Guzzo, de Veja, no Twitter

Manter o nome de Lula nas pesquisas eleitorais não tem nada a ver com o direito de informar e ser informado. É uma tentativa de dizer que as eleições de outubro não são válidas - pois Lula, que "está na frente" e cumpre pena de 12 anos por corrupção, não poderá ser votado.
Herculano
12/06/2018 10:28
TCU VAI APROVAR CONTAS DO GOVERNO 'COM RESSALVAS', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Tribunal de Contas da União (TCU) deve aprovar "com ressalvas" as contas do governo Michel Temer de 2017, nesta quarta-feira (13). Ministros no TCU acusam o governo Temer de total descontrole nas isenções fiscais, que custaram ao País R$ 354 bilhões, considerados apenas os tributos federais. Isso corresponde a quase o PIB (Produto Interno Bruto) do Uruguai e a mais de 5,4% do PIB brasileiro.

ROMBO ESPANTOSO
O de?ficit prima?rio de 2017 foi a R$119,4 bilho?es: privile?gios tributa?rios e crediti?cios foram 3 vezes maiores que o rombo nas contas pu?blicas.

PT E TEMER
O País quebrou, mas alguns privilegiados nadam em benefícios concedidos pelo governo do PT, agora mantidos no governo Temer.

TOM DIFERENTE
Os ministros do TCU devem subir o tom na sessão de julgamentos sobre o descontrole de programas de isenção fiscal do governo.

O CALDO VAI ENTORNAR
O governo Temer tem ignorado as advertências dos ministros do TCU sobre esse descontrole nas isenções fiscais. O caldo vai entornar.

PESQUISA POR TELEFONE DEIXA POLÍTICO COM PÉ-ATRÁS
Antiga regra não escrita de campanha política recomenda não levar a sério as pesquisas eleitorais por telefone. É como se o contato pessoal com o entrevistado assegurasse a confiança ao levantamento. Marcel Leal, jornalista de Ilhéus (BA), constatou isso. Ligaram para ele do celular (11) 95142-3909 em que uma mulher se disse pesquisadora de intenção de voto para presidente. Perguntou a cidade, idade e Marcel revelou sua escolha. A entrevistadora demonstrou estar desapontada.

NÃO CASOU, DANÇOU
"Ela titubeou, desconversou e desligou", conta Marcel, para quem foi caso clássico "de resposta que não 'casa' com o interesse do cliente".

IDEIA POR TELEFONE
Antes de desligar abruptamente a ligação da coluna, a pesquisadora disse atuar no "Instituto Ideia", de São Paulo, como o DDD indica.

ATITUDE ESTRANHA
A Ideia Big Data admite fazer pesquisas por telefone, mas estranha a atitude da entrevistadora, que também citou o nome de chefe: Ana.

FAZENDO HISTóRIA
Pela primeira vez em sua história, o Superior Tribunal de Justiça será dirigido, a partir de agosto, por ministros indicados pela OAB: João Otávio de Noronha, presidente, e Maria Thereza de Assis Moura, vice.

GRUPO DO DINHEIRO
O que muitos fazem por mera diversão, é negócio lucrativo para outros. O governo de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, vai pagar R$820 mil para uma empresa administrar o atendimento da Secom via WhatsApp.

CAMPANHA NA RUA
A campanha já começou. Servidores da Câmara chegaram recebendo um "quase-santinho" do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) com a tabela da Copa do Mundo. Sem número, mas com nome e cargo.

CARTEL VAI DAR CADEIA
A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara aprovou projeto que aumenta a pena do crime de cartel, inclusive nos postos de combustíveis. A pena máxima passou de 4 a 8 anos de reclusão.
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MEMóRIAS DE 1978
O ministro do STF Luis Roberto Barroso era editor do Andaime, jornal do curso de Direito na UERJ. Em entrevista, o jurista Sobral Pinto criticou a mulher trabalhadora e a igreja progressista. A redação quis censurar, mas Barroso publicou e guarda um exemplar há 40 anos.

FIM DO FORO EM PAUTA
Realiza audiência pública nesta quarta (13) a comissão da Câmara que analisa a PEC acabando o foro privilegiado de autoridades. O ministro aposentado do STF Carlos Ayres Britto participará dos debates.

SERIA VALORIZAR
Após a privatização da Eletrobrás perder importância na Câmara e no Senado, o valor das ações da estatal brasileira de eletricidade atingiu o menor valor desde 17 de junho de 2016: R$ 15,38.

VÍTIMAS FATAIS
Segundo o Centro de Pesquisa e Economia da Escola Nacional de Seguros, houve "aumento expressivo" no número de vítimas fatais ou com invalidez em Sergipe: 717 em 2016 para 1255 em 2017.

PENSANDO BEM...
...não é estranho um presidiário liderar pesquisa para presidente de País onde deputados legislam durante o dia e dormem na cadeia.
Herculano
12/06/2018 10:18
DEUS NÃO É MAIS BRASILEIRO, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, no jornal Folha de S. Paulo

Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar

A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é - e sempre será - brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).

Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.

A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas, que não por acaso também recebe letras maiúsculas.

Não é um caso isolado. Da direita à esquerda, todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.

Os liberais sabem muito bem que tudo isso se traduz em mais impostos. E por isso a principal bandeira liberal no Brasil, o corte de impostos, ressoa cada vez mais.

Só que um corte de impostos também precisa ser pago, na forma de corte de gastos; e quem vai sofrer esse corte? Isso a gente vê depois, o Estado dá "um jeito" de se tornar mais eficiente. Há quem diga, inclusive, que o corte de impostos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos peixes.

Até mesmo nosso controle fiscal opera na lógica do milagre. A Presidência e o Congresso suaram para passar a PEC do Teto em 2016, que impôs limites severos ao gasto público. No agregado. E sobre que área específica cairá o ajuste? Em ninguém; fica nas mãos do alguém difuso que vive num futuro abstrato. É promessa que vale para todos coletivamente e para ninguém em particular.

Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do "fiat" divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade - alguém?" - terá de dar algum jeito de cumprir.

O problema é que acabou o "milagre econômico" - um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. O Deus parece ter conseguido o green card e nos abandonou.

Na falta de um novo milagre, o juízo final se aproxima. O Estado brasileiro tem mais de 90% de seus gastos engessados. Pelas leis vigentes, não tem espaço para cortar. A população deixou claro que não tolera mais impostos, o que ademais iria sufocar a economia. E seria talvez até mais desastroso acabar com a estabilidade monetária e cobrir o rombo fiscal com a volta da inflação.

O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando que o ajuste a deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de ateu.

Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem? O funcionário público ou o desempregado? O estudante ou o aposentado? O pobre ou o rico?

O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
Herculano
12/06/2018 10:14
Aos que defendem o intervencionismo

Esta é a fala de uma palestra que o ministro Edson Fachin, do Supremo fez na Universidade de Londrina, no Paraná, neste final de semana.

"Parlamentares erram e por isso devem responder. Mas o parlamento é essencial à vida democrática.Juízes também erram e por isso o estado deve responder, mas o judiciário é essencial à vida democrática. No estado, a administração também se comete erro. Desde o funcionário mais humilde ao mais gabaritado da nação quem errou deve responder"
Herculano
12/06/2018 10:09
O SIGNIFICADO POLÍTICO DO APOIO AOS CAMINHONEIROS

Conteúdo de O Antagonista. O apoio à greve dos caminhoneiros, mesmo à custa dos próprios bolsos, indica que os brasileiros estão mesmo propensos a votar em candidatos que se posicionam nos extremos.

O "polo democrático e reformista" não convence ninguém até o momento, inclusive porque não tem candidato que não pareça ser mais do mesmo.

Serão longos meses até outubro.
Herculano
12/06/2018 10:05
O CANDIDATO CENTRISTA MORREU? Por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Apostaria apenas somas modestas num segundo turno ortodoxo

Parte do mau humor nos mercados se deve ao fato de que os postulantes vistos como mais comprometidos com a agenda de reformas de que o país precisa aparecem mal nas pesquisas. O mais bem posicionado deles é Geraldo Alckmin (PSDB), que, no último Datafolha, amargou um quarto lugar, com 7% das preferências do eleitorado.

Até que ponto devemos considerar pesquisas feitas meses antes do pleito? Essa é uma daquelas perguntas que divide em dois o mundo dos profissionais que respiram política.

De um lado, estão marqueteiros, jornalistas e os próprios candidatos, que tendem a valorizar os últimos acontecimentos políticos, que teriam o dom de ir moldando as preferências do eleitorado. Para eles, são as pesquisas que captam essas movimentações, convertendo-se assim na melhor régua disponível para prognosticar resultados.

Do outro, temos os cientistas políticos que trabalham com dados, que afirmam que pesquisas feitas com muita antecedência são péssimos guias. Para eles, o comportamento do eleitorado é mais fixo do que se supõe, e os mapas de eleições anteriores somados a fatores como a situação econômica são bem mais úteis do que as sondagens para tentar antecipar o futuro. A própria campanha, dizem, teria importância marginal, fazendo diferença só em pleitos muito disputados.

Um bom exemplar dessa linha é o sociólogo Alberto Carlos Almeida, que acaba de lançar "O Voto do Brasileiro", no qual sustenta que o mais provável é que tenhamos no fim de outubro um segundo turno entre os candidatos do PT e do PSDB.

De minha parte, penso que são os cientistas políticos que estão mais próximos da verdade. O processo eleitoral revela mais ruído do que sinais. Mas, diferentemente de Almeida, apostaria apenas somas modestas num segundo turno ortodoxo. A série histórica na qual ele baseia sua previsão, afinal, tem apenas 12 anos, o que me parece pouco para autorizar juízos muito definitivos.
Herculano
12/06/2018 10:02
PGR PEDE NO STF VOLTA DE PAULO PRETO À PRISÃO, por Josias de Souza

A procuradora-geral da República Raquel Dodge protocolou nesta segunda-feira no Supremo recurso contra a decisão do ministro Gilmar Mendes que libertou Paulo Vieria de Souza. Na petição, chamada tecnicamente de "agravo regimental", Dodge pede a Gilmar que restabeleça a prisão preventiva de Paulo Preto, como é conhecido o personagem apontado como operador de propinas do PSDB paulista. Se a resposta for negativa, Dodge pede que a decisão de Gilmar seja submetida ao crivo da Segunda Turma do Supremo. Há no colegiado outros quatro ministros além de Gilmar.

Dodge encaminhou ao Supremo um segundo "agravo". Nele, pede a volta para a cadeia de outro personagem libertado por Gilmar Mendes: Orlando Diniz, ex-diretor da Federação do Comércio do Rio de Janeiro. Ele é acusado de lavar R$ 3 milhões em verbas sujas desviadas pela quadrilha do ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Em ambos os casos a procuradora-geral sustenta que as prisões preventivas são legais e necessárias. Por duas razões: manter a ordem pública e garantir o bom andamento da instrução processual.

Para Raquel Dodge, Gilmar não poderia nem mesmo analisar os pedidos de habeas corpus da dupla. Ela citou vedação prevista na súmula 691 do Supremo. Prevê que, nos casos em que há apenas pronunciamento liminar [provisório] de outro tribunal superior, sem decisão definitiva, a Suprema Corte não pode conceder habeas corpus ?"a menos que se trate de situação claramente abusiva, ilegal ou teratológica.

A teratologia é uma especialidade médica. Cuida das chamadas monstruosidades e malformações orgânicas do corpo humano. Na metáfora dos tribunais, uma decisão é chamada de teratológica quando, sob a ótica do Direito, ela é tão monstruosa que a necessidade de revisão revela-se incontroversa. Algo que não se verifica nos processos de Paulo Preto e Orlando Diniz, sustenta Raquel Dodge.

Na petição em que trata de Orlando Diniz, a procuradora-geral realça que o pedido de liberdade fora negado três vezes: pelo juiz Marcelo Bretas, que cuida da Lava Jato no Rio, pelo TRF-2 e pelo STJ. Dodge anotou que, ao contrário do que sustentou Gilmar Mendes, "não há, sob qualquer aspecto, como tachar de ilegais, abusivas e muito menos teratológicas as sucessivas decisões. Todas elas se encontram fundamentadas e apoiadas por farto material probatório, o qual demonstra a presença dos requisitos autorizadores da segregação cautelar previstos no Artigo 312 do Código de Processo Penal."

Em relação a Paulo Preto, Raquel Dodge afirma que o processo desceu à mesa de Gilmar Mendes de forma indevida. A investigação que corre na Justiça Federal de São Paulo trata da remoção de moradores de áreas onde foram realizadas obras viárias - entre elas o Rodoanel. Ex-diretor de engenharia da Dersa, estatal paulista que cuida das estradas, o operador do tucanato foi acusado de receber propinas durante o processo de transferência dos moradores para outras localidades.

Paulo Preto é coadjuvante noutro processo, uma ação penal protagonizada pelo senador tucano José Serra. Nascida da delação da Odebrecht, essa ação corre no Supremo. Gilmar Mendes é o relator. Sob o argumento de que haveria uma conexão entre os dois casos, a defesa de Paulo Preto pediu habeas corpus diretamente a Gilmar Mendes. Raquel Dodge sustenta que uma investigação não tem nada a ver com a outra. Por isso, o relator deveria ter sido escolhido por sorteio.

"Além de forçar a conexão entre fatos distintos e inteiramente autônomos entre si, o paciente [Paulo Preto] pretende usar este argumento para injustificadamente evitar a distribuição aleatória desse pedido de Habeas Corpus", escreveu a procuradora-geral no recurso.

O desarranjo do Supremo aguça a esperteza dos advogados. Na sua composição atual, a Corte tornou-se uma instituição lotérica. Na prática, não há um Supremo, mas 11 supremos. Aplicando a mesma legislação, uma ala do Supremo prestigia a tranca. A outra banda implementa a política de celas vazias. Hoje, o sonho de todo advogado é ter os pedidos de habeas corpus de sua clientela julgados por Gilmar Mendes, o libertador.

É improvável que Gilmar volte atrás em suas decisões. Resta saber se atenderá ao segundo pedido de Raquel Dodge, submetendo seus despachos liminares (provisórios) à apreciação da Segunda Turma.
Herculano
12/06/2018 09:59
GILMAR LIDERA DEBATE NO STF QUE LIMITA FERRAMENTAS DA LAVA JATO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ministro revoga 21 prisões, veta conduções coercitivas e critica entrevistas

"É um festival de abusos!", exclamou Gilmar Mendes. Na sessão da última quinta (7) no STF, o ministro chamou juiz, delegado e procuradores da Operação Carne Fraca de ineptos. Classificou como enganadores os responsáveis pela investigação contra Luiz Carlos Cancellier, reitor da UFSC que se suicidou.

Por mais de uma hora, em seu voto para barrar conduções coercitivas, Gilmar criticou a Polícia Federal e o Ministério Público por erros e excessos. Debruçou-se sobre casos pontuais, mas o alvo era amplo.
Quatro anos após o início da era de operações em série inaugurada pela Lava Jato, Gilmar lidera uma força-tarefa para estabelecer limites ao emprego de ferramentas que turbinaram as ações anticorrupção.

Em 2017, o ministro já havia se insurgido contra as "alongadas prisões" preventivas da operação. Comparou-as à tortura para obter confissões e delações. Em poucos dias, José Dirceu e outros dois acusados foram soltos pela segunda turma do STF, que o ministro integra.

Agora, o movimento ganhou velocidade. Em 30 dias, Gilmar revogou 21 prisões decretadas pelo juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio. O ministro argumenta que os acusados devem ficar em liberdade, pois os crimes aconteceram anos antes das investigações, sem violência física.

Bretas retrucou. Declarou que a "corrupção e delitos relacionados não podem ser tratados como crimes menores". Ficou por isso mesmo.

Na quarta (13), o STF deve decidir se libera a condução à força de acusados para interrogatórios. Gilmar vetou esse método e disse que, nesses casos, o conduzido é tratado como culpado. Também atacou entrevistas coletivas de investigadores durante as operações, obtendo apoio de Dias Toffoli e Cármen Lúcia.

Embora o debate sobre prisões em segunda instância tenha mobilizado o país, a espinha dorsal da Lava Jato é outra. Após 114 prisões preventivas, 227 mandados de condução coercitiva e dezenas de entrevistas só em Curitiba, o STF pode impor restrições à operação.

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