22/10/2020
Os ditados populares nos revelam muito do que somos ou não queremos ser. Um deles diz textualmente “há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Eu mesmo já me vi refém desta obviedade. Contudo, nunca pedi votos. Hoje, pela incoerência ou sinceridade, duas coisas delas infernizam à vida do novo vice na reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Marcelo de Souza Brick, PSD, era uma natural concorrência – e das boas - contra Kleber de acordo com as pesquisas dele e da poderosa coligação onde ele está inserido agora. Mas, na última hora, surpreendendo o seu eleitorado, sem muitas explicações, Brick se tornou o vice e Kleber. Ambos deviam explodir nas preferências e pesquisas. Esta “união”, todavia, até aqui, não agregou dizem as pesquisas reflexo das ruas. Talvez a intenção de quem articulou tudo isso não fosse mesmo a de agregar, e sim a de inviabilizar o voo solo de Brick e assim ameaçar a reeleição fácil e certa de Kleber. Os eleitores de Brick estão em “fuga”. Nas redes sociais e aplicativos de mensagens estão fulos. Brick, por sua vez, está se explicando. Resumindo: foram para o beleléu a flecha, a palavra e a oportunidade de Brick.
O que circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens? Uma entrevista de áudio e vídeo de Brick com o então repórter Rudinei Cavalheiro. É recente. Era para demarcar território quando Brick se preparava para ser o candidato da sua turma. Brick foi o que fez sombra séria na eleição de Kleber em 2016. É um minuto e 54 segundos demolidores. A coligação MDB, PSD, PP, PSDB e PDT onde Brick está vice de Kleber, está tonta até agora. E ponderável parte dos seguidores de Brick de alma lavada e livre para retirar o apoio que tinha como incondicional até então. “A Política com “P” maiúsculo é boa para a cidade; a politicagem é que é ruim”, clareou Brick no vídeo que emulava seus apoiadores a buscar no novo. E a partir daí a coisa entorna. E por que? O discurso não bate com a prática do próprio Brick. “Mas teria que ser a nova política? Sem aquele toma-lá-dá-cá...”, interrompeu o entrevistador colocando a isca que Brick a engoliu sem pudor e agora na campanha se transformou num alimento podre na aliança que fez. Brick está na farmácia atrás de um remédio e não o encontra para anular o que disse sobre Kleber, o MDB, o ajuntamento de interesses que tanto condenava.
“Quando eu falo de jovens na política, não quer dizer idade, mas pessoas que estão entrando na política agora, e tem os mesmos costumes, a mesma postura dos velhos, né, do jeitinho, da corrupção, do toma-la-dá-cá, do cargo...”, explicou com aparente conhecimento de causa o político Marcelo de Souza Brick, o que até aqui viveu pendurado em cargos em comissão por onde passou, incluindo o último de assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, PSD. “Qual é o partido que está fora do governo prefeito Kelber Wan Dall? São poucos”, perguntou e esclareceu ao mesmo tempo Brick. E quem fez o que ele próprio condena na política e em Kleber no vídeo que roda a cidade? O próprio Brick que se tornou vice de Kleber. “Então, quer dizer o que tem de diferente, né? Por que tem que ser assim? Por que o dinheiro na hora da campanha faz a diferença? Por que é montado. Não estou dizendo que vai ser feito dessa maneira. O que não dá é para que as velhas práticas estarem prevalecendo agora”, radiografou com perfeição Brick para pouco tempo depois desta entrevista, repetir o ditado das três coisas que não voltam atrás: a flecha disparada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
- É possível governar sem tanto cargo comissionado, Marcelo?”, questionou o repórter. “É possível”, respondeu na lata Brick. Não pestanejou. E estava certo. A entrevista completa amplia as incoerências de Brick. Impressionante! É a prova de que a campanha política é um jogo vale tudo. Os analfabetos, ignorantes, desinformados, ajudados por fanáticos e interesses que não se explicam, são manipulados, feitos de bobos, bonecos e trouxas. “Não adianta tirar dos servidores aquele valor do Vale Alimentação daquela maneira. Imagine aqueles servidores que ganham um salário e meio, dois salários mínimos e aí você tira uma metade de um valor desse, como o servidor vai trabalhar contente? Se a pergunta for direta [referindo-se a do repórter]: é possível fazer uma administração mais enxuta”. Ora, se é mesmo possível fazer uma “administração mais enxuta” Brick como vice de Kleber é a negação do que fala. E para se eleger com Kleber, Brick está usando a estrutura inchada com 170 cargos comissionados e 100 outros em funções gratificadas feitas para catar votos, tudo pago com dinheiro dos pesados impostos. E enxergando ela como uma “máquina,” Brick desistiu de enfrenta-la. Ele não quer perder a eleição e o emprego público. Acorda, Gaspar!
Só para esclarecer e para que não haja nenhuma dúvida. Quem paga o sindicalista afastado do seu posto de trabalho no serviço público? Os pagadores de pesados impostos. O sindicalista no sindicado ou na Federação continua na folha de pagamento mesmo não estando trabalhando para a repartição pública para a qual prestou concurso.
Sai satanás! Um governador que teve 71% dos votos dos catarinenses nas urnas há dois anos, não consegue ter candidatos a prefeito em Gaspar, Ilhota e em Blumenau e do mesmo partido que o defenda? Hum! Político é um bicho-grude, mas em coisas que lhe convém. O eleitor não é mais bobo. As pesquisas publicadas em Blumenau esclarecem bem isso ao campeão de votos de lá.
Faltam 21 dias para as eleições do domingo dia 15. Em Gaspar, há candidato que começou a campanha há mais de oito anos. Outros, há dez dias, sem dinheiro, sem máquina pública, sem organização e até sem esperanças. Então se o que faz campanha há mais de oito anos com estrutura de arromba, eventualmente perder, será um feito que terá que ir para o livro dos recordes.
Com pandemia que limita o contato físico tradicional, com restrições financeiras e mesmo se apresentando como jovem, tem candidato em Gaspar que ainda não sabe o que é campanha eleitoral digital. Um comício reúne dez pessoas. Uma aparição digital, até milhares. Incrível!
Aviso antecipado. Depois de 15 anos, marquei as minhas primeiras férias. Vou estar ausente a partir da coluna do dia 23 de novembro. Os editores Gilberto e Indianara Schmitt, concordaram. Muitos políticos de Gaspar Ilhota acham que eu deveria estar em férias já e para sempre.
Como funciona. No dia 21 de agosto Felipe José da Costa foi nomeado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, assessor de Desenvolvimento Econômico. A obrigatória publicidade disso só aconteceu no dia 16 de outubro no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet. Ai, ai, ai
Tem gente nas redes sociais jurando que a campanha do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, está usando depoimentos sem o consentimento. E bom esclarecer isso logo.
E o PSDB de Gaspar está na Justiça para ter seus candidatos homologados. Os tucanos dizem que é carma. Na verdade, é desorganização e irresponsabilidade, fruto de vingança mal arquitetada.
Faltam vagas nas creches e para diminui-las, inventou-se o tal meio período. Como estamos em campanha, o governo para calar os adversários que tomam conta do tema, diz que vai dar creche integral. Só depois de quatro anos percebeu isso?
Em Gaspar, desconhecido vereador sem votos e propostas está pedindo aos seus clientes nas redes sociais compartilhamentos para projetá-lo e elegê-lo. E os que mais fizerem isso, serão assessores dele na Câmara. Além de prometer empregar gente sem qualificação é compra de voto. A justiça é cega.
Vaidade. Marcelo de Souza Brick, PSD, está inconformado. Sua foto não aparece nos santinhos dos vereadores de Gaspar.
Gente poderosa em Gaspar acha que há um clima generalizado de traição silenciosa e de voto útil.
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