09/11/2020
Já escrevi sobre o primeiro “debate” virtual dos candidatos a prefeito em Gaspar e promovido pelo campus local do Instituto Federal de Santa Catarina que o foco da campanha eleitoral tinha mudado. Foi na área de comentários da coluna às 7:28 do dia quatro de novembro: “o primeiro debate dos prefeituráveis de Gaspar mostrou gente despreparada”.
Apesar dos problemas tecnológicos na transmissão do evento, ele foi fundamental para mostrar a qualidade dos candidatos concorrentes e a vidraça que se tornou o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, na busca da sua reeleição com a poderosa coligação que criou com o PSD, PP, PSDB e PDT.
Fragilizados organicamente e sem dinheiro nos seus pequenos partidos – a exceção é o PT, mas que sofre por conta da sua má imagem nacional – os candidatos adversários à reeleição de Kleber, deixaram seus padrinhos estrelas de lado – bengala muito usada no passado - e partiram para desnudar a realidade local.
Os concorrentes mostraram que o prefeito falhou naquilo que é prático para a cidade e o cidadão, o de ser síndico de um ambiente em crescimento. E a insatisfação das pessoas passaram ser o foco dos questionamentos como saúde, educação, creches, mobilidade urbana etc.
Num modelo diferente e numa transmissão mais limpa, os candidatos José Amarildo Rampelotti, PT; Rodrigo Boeing Althoff, PL; Sergio Luiz Batista de Almeida, PSL e Patriotas; e Wanderlei Rogério Knopp, DEM, ampliaram suas diferenças entre si. Por outro lado, de forma diferente, incrivelmente estão muito próximos em pontos comuns sobre o que falhou o governo Kleber e o que precisa ser revisto, na opinião deles. Foi isso que ficou bem claro no debate de sábado promovido pela TV Gaspar, via as mídias sociais e o youtube.
Nos dois debates até aqui, a audiência ao vivo foi baixa, ainda mais num sábado pela manhã – como foi a da TV Gaspar – um sábado especial feito para lazer e compras numa semana de pagamentos. Contudo, isso não é tão importante assim no mundo virtual.
Por que? Primeiro porque o conteúdo é portável e está lá gravado para ser acessado por qualquer um, a qualquer momento e em qualquer lugar; segundo porque as campanhas estruturadas na comunicação, fazem do conteúdo uma máquina de interesse próprios e lançam-no aos seus públicos explicitando as diferenças e vantagens obtidas no debate. É o tal jogo, jogado.
Para quem quiser conferir os conteúdos, e me desmentir naquilo que escrevo, estes são os links dos dois eventos:
https://www.youtube.com/watch?v=rW8QzR9QxRQ&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=wnk9Dl2eo9E&feature=emb_logo
A MÁQUINA DE VOTOS
Todos os candidatos concorrentes ao lugar de Kleber estão fragilizados por algo que eles próprios permitiram durante quatro anos de governo do atual prefeito: a ocupação despudorada da máquina pública por 170 cargos comissionados e outras 100 funções gratificadas e que permitiu solidificar uma aliança política teoricamente imbatível.
Reclamam, mas tardiamente e sem razão. O silêncio e a omissão cobram caro aos que dizem defender o certo, o cidadão e à transparência.
Esse empreguismo blindou e transformou o poder de plantão num “exército” de cabos eleitorais. Se bem que ele já faltou e falhou na eleição de 2018 e se pressupõe que os erros tenham sido corrigidos.
É uma hábil gestão de interesses políticos e de poder. Ela foi usada exaustivamente para se construir a nova aliança de poder que se estabeleceu em Gaspar para disputar o pleito de domingo que vem.
Quer um exemplo desse poder de estrutura para a cabala de votos? Ao se ver ameaçada por suposto avanço dos votos indecisos para os adversários, a coligação MDB, PSD, PP, PSDB e PDT resolveu mostrar a sua musculatura no próprio sábado à tarde para mandar recados e desencorajar os adversários.
Reuniu duas centenas de carros para um comício em local de obras recém-entregues do Anel de Contorno. A obrigação era que cada vereador da coligação levasse ao menos 30 carros ao evento. E quem tem quase uma centena de candidatos, esta conta é fácil para ser alcançada.
Retomo. Kleber que em 2016 abandonou o parceiro nanico PV de 2012, avançou e se associou ao PP – repetindo à aliança do sapo com a cobra que se iniciou em 2004 para vencer o PT com Adilson Luiz Schmitt, MDB. Kleber somava ainda naquele 2016, os nanicos PSC, PSDC e PTB. Eleito e instalado no poder, fê-los sumir do mapa e trouxe para si o PSDB, PDT pela tal governabilidade na Câmara.
Mais: ameaçado e pelo sim e pelo não, Kleber anulou o seu maior concorrente, Marcelo de Souza Brick, PSD e o fez seu vice, ousando dispensar o PP que ocupa a vice com o ex-vereador e agente de trânsito, Luiz Carlos Spengler Filho, cujo pai – já falecido - foi ex-vice-prefeito, vereador e presidente do Samae. Se vivo, não ousariam transformar o PP em mera decoração da coligação.
Resumindo: faltou a quase todos adversários de Kleber na eleição deste domingo viver a cidade durante quatro anos e melhor vigiar os que querem continuar no poder de plantão.
Agora os pretendentes ao paço municipal reclamam da desigualdade das condições competitivas e acertadamente apontam o fato – o inchaço da máquina pública - como uma distorção administrativa e eleitoral.
Enxergaram uma oportunidade de convencimento. Tardiamente, prometem reverter esta anomalia e profissionalizar a gestão municipal em favor dos pagadores de pesados impostos.
Estão correndo atrás dos prejuízos que dizem ser contra a cidade e os cidadãos, mas estão correndo atrás dos prejuízos que criaram contra eles mesmos como candidatos que são. E todos os adversários de Kleber estão conscientes disso. Se não conseguem dele uma declaração de culpa, ao menos causam estragos contra a imagem do gestor nos debates públicos e diretos que foram feitos até aqui.
O ILUSIONISMO CONTÁBIL
Diretamente, Kleber não ousa defender o modelo que usa e solapa os pesados impostos destinados prioritariamente à saúde, educação, assistência social e obras. Parte desses impostos está sendo empregada para o sustento de comissionados E a qualificação para a função – como já demonstrei aqui várias vezes nesses quatro anos - não é à essência do nomeado ou critério de avaliação da nomeação.
No sábado, apertado, Kleber tergiversou. Limitou-se a dizer que quando assumiu se gastava mais “percentualmente” com folha de pagamento do que com ele hoje na prefeitura.
Essa conta comparativa usando percentuais é esperta e marota. Ela escamoteia o verdadeiro problema aos que não sabem ou não querem fazer contas.
Por que? Ora, se a receita do município aumentou como o próprio Kleber propaga como promotora de avanços econômicos e de gestão, uma folha inchada mantida no mesmo nível anterior – padrão da comparação de Kleber no debate – este percentual na participação sobre o todo diminui naturalmente, sem, todavia, diminuir o número de comissionados. Simples assim!
Políticos tratam seus eleitores e eleitoras como analfabetos, ignorantes, desenformados e trouxas. Espertos, só eles. E quando alguém esclarece, vira inimigo da causa deles, mesmo que a cidade pague a conta do jogo mal jogado.
Esta explicação marota do poder de plantão é muito semelhante ao que sempre se alega quando alguém lhe acusa de não ter criado vagas novas de creches, ou suficientes à demanda e principalmente às promessas que o candidato fez em 2016 para acabar as filas de gente humilde e com isso se eleger.
Como prefeito, Kleber usou a lei e cortou o período integral para meio período. Com isso, ampliou falsamente as vagas e se estabeleceu na desculpa e discurso. O que se escamoteia? De que a trabalhadora ou a desempregada à procura de colocação, só trabalhasse meio-período.
É tão crítico este assunto, que só Kleber não tem explicitamente a solução, porque a teve nas mãos durante o seu mandato inteiro, mas porque foi salvo neste debate pela Covid-19. Ela fechou compulsoriamente as creches, inclusive às particulares, por decisão do governo do estado.
Por que os quatro candidatos da suposta oposição partidária e de aparente ideologia diferente entre si, possuem um discurso tão igual entre eles contra a gestão de Kleber?
Primeiro, porque faz parte do jogo propor fazer diferente e incomodar o que está no poder de plantão. Segundo, porque está na cara de todos na cidade. Só os “çabios” do poder de plantão não enxergam esses óbvios ou se enxergam, estão confiando na poderosa estrutura política de alianças que montaram para que o problema não tenha danos eleitorais.
É o que se deduz desta cegueira: a força da coligação para eliminar a exposição dos erros. Também tão simples assim!
O empreguismo na prefeitura de Gaspar é tão óbvio, que nenhum candidato opositor a Kleber não ousou se meter na discussão sobre as supostas dúvidas administrativas. Elas até geraram uma CPI na Câmara e se está prestes a se estabelecer outro escândalo oriundo da reurbanização da Rua Barão do Rio Branco, tão alarmante quanto foi a da Rua Frei Solano. Mas, isso não aparece.
Não vou me alongar. Deixei acima os links dos debates, um tem duas horas, outro uma hora e quarenta e cinco minutos. Assistam. Ouçam. Concluam.
CAPACIDADE DE EXECUÇÃO
Se os quatro candidatos de oposição a Kleber possuem propostas semelhantes para mudar em diagnóstico e necessidade urgentes e óbvias, o eleitorado acaba fazendo também escolhas naturais baseadas na capacidade executiva dos candidatos para a cidade, os cidadãos e cidadãs.
Kleber está pedindo mais quatro anos para cumprir muitas promessas de 2016.
O debate e a pesquisa (do Cruzeiro do Vale – a única não partidária ou peça de propaganda publicada até aqui) vai apontando naturalmente esse nome: o engenheiro, o professor universitário, o empreendedor e jovem Rodrigo Boeing Althoff, PL. É difícil contestar o currículo, seu cartão. Por outro lado, no uso prático do seu currículo, mostra evidências de resultados por onde passou.
Ao mesmo tempo que se tornou a possibilidade mínima de enfrentar os mais de dez anos de campanha de Kleber e quatro anos de mandato dele, Rodrigo se tornou vidraça não só do poder de plantão, mas também dos outros seus três “adversários”, mesmo todos os quatro serem convergentes em propostas e diagnósticos.
Dos concorrentes, pelo conhecimento e também por ter sido vereador e ser professor, Rodrigo ganhou desenvoltura nos debates; saiu-se melhor na exposição de suas ideias, na minha avaliação.
Mas, aquilo que parecia ser uma conquista, tornou-se mais uma adversidade a ser considerada seriamente nesta reta final de campanha pelo candidato. Não há moleza. Bons tempos era quando os debates se davam no Salão Cristo Rei, sob vaias, aplausos, bandeiras partidárias, muitos santinhos e olhos agudos entre os adversários.
A internet – e a pandemia – tirou o contato pessoal de todos, a necessária discussão, a paixão que cega os partidários, a transparência exigência dos críticos e adversários, bem como à avaliação pessoal do eleitor. Acorda, Gaspar!
Flagrado pela própria Vigilância Sanitária da prefeitura, caminhões sem provas de higienização e que transportavam improvisadamente água para o reservatório do Samae na Bateias já foram interditados
Sempre escrevi aqui: quando aparece um Projeto de Lei no Legislativo de qualquer município, estado e união, com este título “autoriza o executivo a anular e suplementar saldos de dotações orçamentárias no orçamento vigente da administração direta e indireta”, prepare-se: olhe bem porque aí tem e em coisa contábil corriqueira.
Bingo. Foi isso que aconteceu com o PL 34/2020 distribuído no dia 15 de setembro às comissões e carimbado como sendo de urgência – que a oposição no primeiro embate sobre esta matéria em busca de mais informações, tentou quebrar e não conseguiu. O PL foi votado na terça-feira passada; gerou o maior quiproquó na sessão que prometia ser rápida e calma.
O que o referido PL propôs e o governo de Kleber Edson Wan Dall conseguiu? Transferir R$500 mil para suplementar o orçamento do serviço de coleta de lixo, gerenciado pelo Samae. Ele está em mais um novo contrato emergencial.
De onde vieram esses recursos que foram parar na rubrica lixo? R$200 mil da compra de veículos que o Samae diz que não vai mais adquirir este ano e R$300 mil destinados à construção do novo e suplementar reservatório de água tratada do Bateias. O Samae de Gaspar diz agora ter desistido de erguê-lo para mitigar o grave problema de abastecimento de água à região Sul da cidade.
E foi o dinheiro separado para a construção do reservatório suplementar no Bateias a razão da polêmica durante a sessão. A fragilizada, oposição esperneou e expôs mais uma vez a incoerência e à falta de planejamento do governo. Mas, ele, com maioria, aprovou a matéria por oito votos a quatro. E a vida seguiu; os estragos na imagem do vereadores governistas – todos em campanha de reeleição - ficaram.
PLANILHA DESMENTE GOVERNO
O embate na sessão foi liderado pelo vereador Rui Carlos Deschamps, PT, funcionário aposentado, ex-diretor do Samae e ex-superintendente do Distrito do Belchior. Cito ele, porque Rui não é candidato à reeleição.
Para poder contestar o governo, o líder do governo e os vereadores governistas, Rui pediu esclarecimentos ao Samae, via a prefeitura. Pediu detalhes sobre as operações e os custos da coleta de lixo em Gaspar. E por que?
Porque na justificativa do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, sustentou no PL enviado à Câmara que “o valor está sendo suplementado para que a Autarquia possa manter a coleta de resíduos no presente exercício, isto porque o contrato com a empresa responsável pela coleta está próximo da extinção e será necessária a realização de novo processo emergencial”.
Frágil ou incoerente? O próprio Samae informou oficialmente ao vereador Rui que a operação de lixo em Gaspar é lucrativa e está sobrando dinheiro entre o que se cobra dos gasparenses e se paga a empresa coletora, mesmo em caráter emergencial.
A arrecadação desse serviço é em média, tomando-se agosto como base, R$494.629,60 e a despesa para a realização da coleta e destinação do lixo é em média, comparado com o mesmo período de agosto, R$304.050,00. Ou seja, o lucro nesta operação para o Samae é em média em torno de R$180 mil, por mês, segundo documento expedido pelo próprio Samae.
Resumindo: a afirmação do prefeito Kleber no PL de que a transferência de R$500 mil de uma conta para a outra dentro do Samae para manter a coleta não se sustenta, ainda mais faltando dois meses para terminar o ano e a validade do orçamento que foi mexido pelos vereadores governistas. Incrível!
ALMA LAVADA
Até os vereadores do Barracão, Bateias e Óleo Grande, por fidelidade e dever de ofício acompanharam o governo Kleber nesta votação, relatada por representante do outro bairro bem distante da zona Sul.
Um deles, confuso no discurso que fez, disse estar pedindo soluções ao gabinete e a presidência do Samae há anos e não a consegue. Irritado e a favor da retirada da verba do reservatório para cobrir suposto buraco no lixo, o vereador daquela região chegou a pedir a presidência da autarquia por seis meses. Segundo ele, esse seria tempo que ele promoveria a solução do abastecimento de água para a sua região de influência eleitoral.
No plenário, assistindo a tudo e silencioso, estava o ex-presidente do Samae, cuja base eleitoral é também da região onde está o problema de abastecimento pela insuficiência do atual reservatório da Bateias. Impressionante!
Projetado, o novo reservatório da Bateiais não foi erguido para ao menos mitigar o grave problema da região. Ele é provocado pela expansão residencial, comercial e industrial – tudo aprovado pela própria prefeitura - e à falta de fontes de água capazes de suprir à demanda de abastecimento de água tratada na região Sul.
A solução seria a integração da rede e o sistema do Samae do Centro com o da Zona Sul. Esta expansão integrada, todavia, não foi feita e até combatida tecnicamente pelo ex-presidente do Samae de Gaspar e que está de volta à Câmara. Tudo sob a aprovação do prefeito Kleber.
Agora, sem alternativas e a situação se agravando, tardiamente, o governo Kleber se dobrou as evidências técnicas, e contratou um estudo para conhecer as implicações e a viabilidade desta interligação.
Está gastando só no estudo algo em torno de R$200 mil. Mesmo que fique pronto a curto prazo o estudo, a obra em si, não estará pronta antes deste verão, época mais crítica no abastecimento de água no Bateias, Barracão e Óleo Grande.
Enquanto isso, o atual reservatório continuará, na emergência, sendo abastecido de forma improvisada por caminhões pipas, uma operação cara, condenada pela vigilância sanitária e ineficaz porque não dá conta de atender a demanda do consumo daquela região. Acorda, Gaspar!
Sem votos, candidatos a prefeito em Gaspar preferem contestar na Justiça as pesquisas independentes. Tudo para preservar as deles feitas nas bolhas, para alimentar a militância. “Pesquisa” com 200 telefonemas aos amigos engana quem mesmo a não ser quem a faz?.
Esse modo de agir pode ser uma amostra torta antecipada de como vão governar se tivessem votos de verdade e fossem eleitos. Como são manjados na prática, a rejeição e eliminação se dá de forma natural.
Vem aí a nova pesquisa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais acreditado. Quem tem medo dela?
Ilhota em chamas. O prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, MDB, não quis saber de debate e até de entrevistas ao vivo. Correu delas, como o diabo da cruz. Tudo para não ser questionado e se proteger à reeleição. Deixou o seu único adversário Luiz Gustavo Fidel dos Santos, PP, falando sozinho. Érico diz que a reeleição está no papo e não quer correr riscos com o desenterro de coisas mal explicadas.
As contas dos candidatos de Gaspar I. Até este domingo, a contabilidade de José Amarildo Rampelotti, PT, mostrava que entrou no caixa da campanha R$43.453,00. Já as despesas somavam R$63.645,29.
As contas dos candidatos de Gaspar II. O engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, exibia uma receita de R$43.172,00 e uma despesa total registrada de R$28.056,15.
As contas dos candidatos de Gaspar III. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSD, PP, PSDB e PDT, já arrecadou R$106.000,00 dos R$153.401,24 permitidos pela legislação. As despesas somavam R$79.597,55.
As contas dos candidatos de Gaspar IV. Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL/Patriotas já arrecadou R$71.045,00, sendo que R$70.000,00 vem do Fundo Eleitoral. Por outro lado, as despesas registradas somavam R$22.346,00.
As contas dos candidatos de Gaspar V. Wanderlei Rogério Knopp, DEM, registrou no caixa da campanha R$25.800,00 de receitas e R$22.334,50 de despesas.
As contas dos candidatos de Ilhota I. O prefeito Érico Oliveira MDB/PSL registrou até agora R$53.500,00 de receitas, sendo que R$33.500,00 vieram do Fundo Eleitoral. Já as despesas estão em R$40.121.60, cujo limite máximo permitido para as campanhas de prefeito em Ilhota é de R$123.077,41.
As contas dos candidatos de Ilhota II. O candidato Luiz Gustavo Fidel dos Santos, PP, PT, PSDB apurou R$21.000,00 em receitas, sendo que R$20.000,00 vieram do Fundo Eleitoral. Já as despesas registradas estão em R$750,00.
De um meme: “Catarata é a terceira maior causa de cegueira mundial. Perde apenas para a religião e política”. E eu completo, quando as duas se juntam, as trevas se estabelecem.
A Covid-19 se alastra assustadoramente em Santa Catarina e exatamente na reta final da campanha eleitoral. Em Gaspar, os números da contaminação não fogem à regra regional e estadual. E o novo ciclo da pandemia está sendo alimentada pela falta de exemplos e cuidados dos próprios políticos, candidatos, autoridades e gestores públicos em campanha.
O que vai acontecer? Depois de domingo que vem, essas mesmas autoridades que fecharam o olho para o perigo, deram as costas para as estatísticas e à prevenção mínima evitando aglomerações, comícios, almoços de amigos e carreatas, vão pedir sacrifícios, fechar parcialmente o comércio, isolamento à população além de prejudicar à mobilidade com o discurso de salvar vidas. Acorda, Gaspar!
A Câmara de vereadores de Gaspar vem aprovando matérias do Executivo e dela própria que se mostraram inconstitucionais conforme denúncias do próprio Ministério Público ou contestações na Justiça.
É algo assustador se considerando que ambos possuem corpos técnicos especializado s- e caros pagos com os pesados impostos do povo - para evitar estas situações contra a cidade e os cidadãos. Já escrevi sobre isso.
Outra prática é a da chantagem. Ela virou rotina na chamada “Casa de Leis” ou “Casa do Povo”. E é realizada pela majoritária bancada governista. Visa unicamente intimidar à minoritária oposição. Ela está sem votos para se contrapor seus desejos, à transparência ou se estabelecer sequer na obstrução consciente.
Como funciona? O Executivo ou um vereador, coloca uma matéria de interesse social ou populista. Se ela começa a ser questionada, a música do disco se repete: “os vereadores da oposição estão atrapalhando o crescimento de Gaspar”. Paralelamente, coloca-se terceiros interessados nas redes sociais, plenário e envio de mensagens culpando os vereadores oposicionistas por querer simples explicações.
Na última sessão, o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, que não está concorrendo à reeleição, acusou membros da bancada do governo de lavadeiras. E ai começou a lavação de roupa suja entre eles.
É que um deles, contrariado em matéria de resultado eleitoral que queria ver aprovada a jato na Câmara por seus pares, não teve dúvidas em apontar os possíveis culpados pela não aprovação a toque de caixa de seus projetos populistas.
Parte é do jogo jogado num ambiente aberto e democrático. A outra é a forma como a maioria governista defende os seus interesses políticos que nem sempre são constitucionais e causa desconfianças generalizadas na oposição.
A simples conta de chegada da carreata de sábado e comício drive-in do MDB, PSD, PP, PSDB e PDT. Quantos comissionados? Perto de 170. Quantos candidatos a vereadores na coligação? Quase 100.
Só os vereadores tinham a obrigação de mobilizar cada um, 30 simpatizantes ou cabos eleitorais. Ou seja, deveriam estar lá perto de 500 veículos. Pergunta que não quer calar: as fotos que se espalham nas redes sociais e aplicativos de mensagens mostram isso?
Autoridades sem autoridade. O prefeito – chefe funcional da Ditran - desfilando em pé num utilitário contrariando às normas de segurança e o Código Nacional de Trânsito. Pior, seu atual vice, um agente de trânsito, fazendo o mesmo.
Este é o retrato perfeito de como a lei é morta para os poderosos no poder de plantão. Eles a exigem com todas as letras – e acertadamente – dos outros. No exemplo, todavia, falham com os cidadãos e zombam da legislação. Ou seja, nada vai mudar.
Comemorem. Faltam seis dias para a eleição e onze dias para as minhas férias em 16 anos de coluna.
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