26/02/2018
Não tem jeito. A gestão pública em Gaspar – e em quase todo lugar do Brasil – só é eficiente na propaganda; na forma como se espalha essa propaganda torta e no emprego de gente manca e incapaz na produção e administração dessa propaganda enganosa. É cara porque no fundo, trabalha contra ela própria e se ridiculariza.
Gaspar vendeu a folha de pagamento ao Bradesco e deixou o funcionalismo lidar com as dúvidas e o poder do banco.
Faltou comunicação, sensibilização, adequação e fiscalização no cumprimento da lei por parte da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, a que vendeu a folha, ainda tocada pelo prefeito de fato e presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira. Estão deixando os funcionários públicos municipais de Gaspar desorientados e descontentes com o governo e com à gestão. Tudo devido um negócio bom, até agora, apenas para a prefeitura: à implantação oficial de um banco para gerir e pagar os vencimentos municipais.
Há coisas que estão vindo goela abaixo e até contra a orientação da legislação trabalhista e do Banco Central para esse assunto, ainda mais sendo o secretário, um advogado, ou seja, conhecedor dessa matéria. Estranho é a omissão do Procon, dos vereadores, incluindo os que são ou foram servidores. Na mídia, igualmente. O Sintraspug - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar - ensaiou um panfleto.
NEM AÍ...
O governo do prefeito eleito, Kleber Edson Wan Dall, MDB, arruma problemas onde se sabe que eles virão. E como a área de comunicação da prefeitura não é estratégica e pró-ativa, mas fazedora de “press release” (aliás, neste assunto, ficou quietinha e nem comunicou o vencedor da licitação, pois sabia que estava mexendo num vespeiro) ela não se antecipou, mais uma vez, em ser parte da solução. Então não mitigou, não ajudou a si, a administração municipal, nem aos próprios servidores e até mesmo o banco vencedor que está ficando como o lobo mau da história.
Já passei por isso na iniciativa privada. Lá, nas grandes empresas, é rotina se vender a folha de pagamento à uma instituição financeira. E por conveniências, exclusivamente, da empresa troca-se de uma hora para outra de banco. E sei como e quanto essa mudança impacta na vida de cada um, no desconforto e no novo hábito.
Sabedoras e respeitando, numa parceria com o próprio banco, a maioria dessas empresas negociam e investem para se diminuir os transtornos para os seus empregados (e parceiros), a empresa e até mesmo a nova instituição financeira.
Já no serviço público daqui...
A prefeitura de Gaspar, depois de duas tentativas frustradas (julho e setembro quando queria R$2,5 milhões) “vendeu” ao Bradesco. O Bradesco, no pregão do dia 17 de novembro do ano passado, “concorreu” com o Santander e obteve o processamento, gerenciamento e pagamento dos servidores ativos, inativos, estatutários, celetistas e contratados da administração direta, autárquica e fundacional.
A prefeitura de Gaspar (Ilhota também tentou e não conseguiu vender a sua folha) teve que baixar o pedido mínimo para R$1,8 milhão. Mas, a ata dos lances do pregão não está disponível no Portal da Transparência. Ao final, o Bradesco ganhou o direito de exploração desse serviço. Dinheiro no caixa da prefeitura. Entretanto, os problemas ficaram para os funcionários resolverem entre eles.
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, MDB, tentou vender e não conseguiu. O PT não fez isso. E hoje os funcionários da prefeitura, cada um, por conta disso, escolheram o seu próprio banco para trabalhar.
OLHO FECHADO
Com a venda da folha, os funcionários da prefeitura de Gaspar que não possuem contas no Bradesco, sairão da rotina, da vidinha, do conforto nos seus controles e se obrigarão abrir nova conta ou migrar uma de suas contas para o recebimento do salário e até ampliar as transações bancárias. É do jogo. É assim mesmo.
Entretanto, há regras claras para isso. E elas não estão sendo respeitas segundo as queixas de muitos deles, principalmente os mais esclarecidos. “Há um conluio entre o Bradesco e a prefeitura”, concluem.
De acordo com a Resolução Nº 3402 do Banco Central, "§ 2º: Para efeito do disposto no caput, inciso II, a indicação da conta de depósitos a ser creditada deve ser objeto de comunicação pelo beneficiário à instituição financeira contratada, em caráter de instrução permanente, por escrito ou mediante a utilização de meio eletrônico legalmente aceito como instrumento de relacionamento formal, observada a obrigatoriedade de aceitação pela instituição no prazo máximo de cinco dias úteis, contados da data do recebimento da referida comunicação."
E isso inclui, as centenas de servidores que já eram correntistas do Bradesco e que passam, então, a ter contas correntes como contas salários se assim quiserem, diminuindo alguns custos.
E mesmo assim, o Bradesco, com o aval da prefeitura segundo os relatos, tem se recusado a receber as portabilidades, que são um direito de qualquer cidadão quando há essa mudança compulsória decorrente a troca ou da implantação, com o é o caso, da gestão financeira da folha de pagamento. A portabilidade, segundo a atendente do Bradesco que fazia o serviço até sexta-feira, “só será possível” no dia nove de março quando a um posto físico de atendimento do Bradesco – que fez parte do negócio - estiver instalado no prédio da prefeitura.
Ora, quem não tem competência não se estabelece.
DIFERENTE AQUI?
Afinal, o que faz o Bradesco de Gaspar, tradicional por décadas aqui, e reconhecido na competência nacionalmente, trabalhar no improviso? Onde está o Procon ligado à procuradoria geral do município, informalmente tocada pelo secretário da Fazenda e Gestão Administrativa? O Procon não age a favor da comunidade, dos funcionários, dos mais fracos nessa relação e os protege dos mais fortes como a prefeitura e o Bradesco? Hum! Casa de ferreiro, o espeto é providencialmente, neste caso, de pau.
Oferece-se conta corrente no lugar da conta salário. É esperteza. É crime. Por que tudo na gestão pública e entre políticos tem que parar no Ministério Público para ser restabelecido ao mínimo do senso comum, dos tratados e da lei?
As queixas se ampliam no atendimento e relacionamento. Os funcionários da prefeitura estão sendo todos obrigados a se deslocarem para o prédio da prefeitura para a abertura de contas. Perde-se tempo. Alguns só recebem senhas. Não foi montado nenhum esquema facilitador para horários, principalmente para se evitar esses deslocamentos, se esclarecer às dúvidas ou se ir até os locais de trabalho dos funcionários, além dos dois prédios da prefeitura.
A própria administração municipal que recebeu a montanha de dinheiro e se livrou de parte do serviço, deveria ser esse elo facilitador. Mas, não! Deixou todos os seus aos leões. Gente graúda, está sendo atendida como graúda, já a maioria... coitada! Eficiência? Só na propaganda aos amigos do rei nú. E depois sou eu quem exagera. Como podem deixar algo tão simples e óbvio se transformar num problema e na insatisfação de uma classe? Acorda, Gaspar!
Estranho. Muito estranho e rápidos. O vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, fez um requerimento há dias pedindo fiscalização e apuração das concessões de extração de areia, que supostamente causam o desbarrancamento das margens do Rio Itajaí Açú, em Gaspar, prejudicando os ribeirinhos.
Esse assunto foi até tema de uma coluna por aqui: “A estranha extração de areia em Gaspar”, no dia seis de fevereiro.
Menos de um mês depois do requerimento e da coluna, um encontro em Gaspar reuniu a Geotécnica responsável pelos projetos dos extratores, o presidente do sindicato dos extratores, representantes da prefeitura de Gaspar e Ilhota, vereadores de Gaspar, o gerente regional da Fatma e moradores que se dizem prejudicados.
Para os técnicos, tudo está normal. Há fiscalização rigorosa e tudo que foi pactuado está sendo cumprido pelos extratores de areia. Para eles, as queixas são pontuais e vêm de gente que não quer a extração, sob qualquer pretexto ou mesmo com todos os cuidados e menos danos possíveis. Os moradores ribeirinhos contestaram esse posicionamento no próprio encontro e continuam denunciando. Então...
E tem vereador como Rui Carlos Deschamps, PT, que ficou vivamente impressionando com a conversa dos técnicos. A iniciativa foi boa. A rapidez na reação também. Louvável. Mas, ela pode sugerir como o setor está organizado e sabe que pode se fragilizar se esse assunto continuar na pauta de políticos, da imprensa e dos ribeirinhos organizados.
Teoria é uma coisa. Papo de técnico com conhecimento e habilidade de comunicação, ajuda. A realidade que come as próprias propriedades, causa medo e até põe a vida dos ribeirinhos em perigo, todavia, é outra. Os técnicos também sabem que não estão mais na era da palavra contra palavra. Os smartphones dos ribeirinhos são os vigias permanentes “policiando” as irregularidades. Ai, ai, ai.
É impressionante como o PT de Gaspar é igualzinho ao PT nacional. A vereadora Mariluci Deschamps Rosa, por exemplo, ex-vice-prefeita de Pedro Celso Zuchi, se assemelha no discurso a Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido.
É divertido vê-la, a culta, sendo desmontada a cada sessão, na Câmara, pelo vereador Francisco Solano Anhaia (que ela chama de Anaia), o ogro, ex-petista e hoje no MDB. Anhaia é direto e conhecedor do discurso oportunista do PT e da esquerda do atraso, os quais já usou quando um deles. O desmonte que fez na sessão passada dos discursos petistas contra a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, foi impagável.
Voltando. Para Mariluci, Michel Temer, MDB, é golpista. Mas, quem o escolheu e elegeu ele vice de Dilma Vana Rousseff, PT, a gestora incompetente que quebrou o Brasil, desempregou 14 milhões de trabalhadores e subiu a inflação nas alturas? O próprio PT, foi Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva e a própria Mariluci, Zuchi, Décio Neri de Lima, Ana Paula Lima... “Eu não votei nele [Temer]”, rebateu Anhaia. Hum!
Quer mais? Mariluci desanca contra os corruptos nos outros partidos. Ela faz certo. Entretanto, esquece que o núcleo do Crime Organizado que se desmantela na Lava Jato e se escondeu no mensalão, que move o STF no escurinho para vergonhoso perdão fora da Constituição, é todo ele orquestrado no PT, que fez isso para ser poder, enfraquecer as instituições e anular a cidadania. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, está condenado em segunda instância e caminha celeremente para outras.
Qual é mesmo a diferença em não ser corrupto, mas defender ou ter como líderes marginais condenados? Hipocrisia é pouco para qualificar esse tipo de incoerência.
Não é à toa que a esquerda do atraso prefere sempre os analfabetos, os ignorantes e desinformados como seus cativos. Primeiro porque essa é maioria, então sabe o que está fazendo com ela; segundo: porque essa massa é manipulável de todas as formas, ou seja, também sabe o que está fazendo para o resultado.
O vereador Rui Carlos Deschamps, PT, quer o desassoreamento urgente do Ribeirão Belchior, desde o Belchior Alto até a foz, no Belchior Baixo. Diz que o assoreamento está comprometendo a vazão e facilitando as cheias nos dias de chuvas fortes.
Isso se deve, principalmente à falta de fiscalização nas terraplanagens. Ele que foi superintendente do distrito do Belchior conhece bem este assunto.
O PT, o PDT e o PSD de Gaspar estão comemoração nos discursos Câmara e entrevistas nas rádios o “adiamento” da votação da Reforma da Previdência. Foram à praça “conscientizar” os cidadãos de algo que já tinha ido para o brejo com a intervenção Federal na segurança do Rio de Janeiro e que impede as mudanças na Constituição, que é o caso da PEC da Previdência.
O vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, que é bem sabido, chegou ao desplante de afirmar que com o adiamento, ganharam os trabalhadores das indústrias pois assim, insinuou, não teriam mais suas aposentadorias ameaçadas (?).
Ele não é capaz de apontar quais os direitos dos trabalhadores das indústrias que estariam sendo afetados pela Reforma. Ela saiu de pauta no Congresso, exatamente porque mexeria nos direitos futuros dos políticos e principalmente dos servidores públicos, o público que essa gente de verdade defende. Os direitos adquiridos estavam preservados.
A Reforma da Previdência igualaria as aposentadorias dos marajás do funcionalismo público com máximo possível para os “operários” pagos pelo INSS hoje no Brasil (pouco mais de R$5.578,00). E isso essa gente como o vereador Roberto não quer. Mas, com os votos desses marajás (como os de Gaspar mostrados pelo Cruzeiro do Vale) ele não se elege.
Roberto, Mariluci e outros da esquerda do atraso, precisam do funcionalismo que ganha pouco, como os professores, mas principalmente dos muitos operários das indústrias que eles destruíram no sindicalismo sem noção. Nesse universo da maioria dos seus eleitores, 63% deles só se aposentam em média aos 66 anos e vergonhosamente com apenas um salário mínimo.
O engavetamento da Reforma da Previdência no Congresso, exigirá que os trabalhadores e mesmo os desempregados, pois o déficit é coberto pelo Tesouro mantido pelos pesados impostos de todos os brasileiros, continuem a sustentar uma casta de servidores públicos e políticos que se aposentam cedo, cedíssimo, aos 45/50 anos de idade, com salários e penduricalhos integrais de R$20, 30, 40 e até 100 mil por mês, impossíveis aos operários de verdade, sejam nas indústrias ou aos trabalhadores de todos os tipos em outros ramos de atividades.
É isto que o PT, PSOL, PSTU, PCO, MST, PDT, Rede, PCdoB, MTST, CUT, UNE, CNBB e políticos atrelados à casta do funcionalismo público defendem.
Esta doentia defesa para poucos que ganham muito, vai exigir mais impostos, ameaçar as pequenas aposentadorias dos verdadeiros operários da indústria, aumentar a inflação, desempregar milhões e destruir o país como fez o governo de Dilma Vana Rousseff, PT, apoiada pela esquerda do atraso e que um golpista, seu vice, Michel Temer, MDB, estancou parcialmente.
Curioso, é ver a vereadora Mariluce Deschamps Rosa, PT, citar, a falsa conclusão CPI da Previdência no Senado como se fosse uma verdade para a defesa dessa bandeira que levará à falência da Previdência para todos. O relatório (Ousadia e Verdade) do senador Paulo Paim, PT-RS, conclui não haver déficit nenhum e que, portanto, a Reforma proposta por Temer seria desnecessária.
Estranha credibilidade da CPI e sua conclusão. Esse relatório não causou nenhum impacto de credibilidade na sociedade. Na mídia, sempre favorável à esquerda pois as redações são enclaves predominantes dessa gente, sempre foi nota de rodapé. No meio acadêmico foi ridicularizado e desmoralizado, não apenas no Brasil.
Ou seja, nem como peça de propaganda popular diante de tantas fragilidades técnicas, serviu. Mas, se tornou uma escora ou bíblia dos espertos e sabidos nos partidos da esquerda do atraso e nas corporações de funcionários públicos privilegiados de altos vencimentos para preservar o que é impossível de se sustentar, inclusive na moralidade. Tudo para enganar plateias de analfabetos, ignorantes e desinformados.
Para terminar. Entre as alegações e recomendações fugazes da CPI do Senado de conclusão fake sobre esse assunto, está a cobrança de devedores como se isso fosse suficiente - apesar de necessário e obrigatório -, e permitisse a sustentabilidade ao sistema. Ele vai exigir uma permanente e regular fluidez de recursos. A cobrança de atrasado é algo excepcional.
Mariluci citou isso na Tribuna da Câmara de Gaspar. Ela, bem esclarecida que é, como ex-vice-prefeita e quando no poder não conseguiu cobrar dos contumazes devedores do município. Mariluci não deve desconhecer, que muitas empresas nem existem mais, nem há bens para transformar dinheiro disponível à liquidez do passivo fiscal.
Mas, o PT, recentemente, foi listado como um dos maiores devedores da Previdência. Quem sabe o exemplo do pagamento do que o PT deve à Previdência comece pelo próprio PT de Mariluci e assim elimine essa incoerência recheada de hipocrisia que escondem do povo.
Também não custa lembrar que o PT nos governos de Lula e Dilma já propôs a Reformas da Previdência. Agora, expurgado do poder, vai à praça dizer que é contra a Reforma. Entre outras coisas, quer antes, a cobrança dos devedores, pois segundo ele e outros da esquerda do atraso, como o PDT do vereador Roberto, resolveria o problema. Pimenta nos olhos dos outros, é refresco. Acorda, Gaspar!
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