30/05/2008
Parar? - Na coluna Chumbo da edição de terça-feira passada, o editor Gilberto Schmitt, afirmou em uma das notas que Gaspar vai parar neste sábado, dia 31, com a realização do Stammtisch. Perdoe-me o reparo. A realização do Stammtisch, espero que mostre aos céticos de todos os matizes e aos ultrapassados políticos, uma Gaspar viva e livre das trevas, as quais ainda teimam em amordaçá-la pela inveja, incompetência e a incapacidade de dar felicidade à cidade, a seus cidadãos e cidadãs. Acorda e comemora Gaspar. Anime-se. Não deixe ninguém pará-la.
Terreno - Aquele terreno defronte a Igreja Matriz e que faz fundos para o Rio Itajaí, onde estão os camelôs e que a prefeitura quer leiloá-lo para fazer caixa, pode se tornar um problema para o futuro dono que vier arrematá-lo. O edital deveria observar que, o Município não se responsabiliza pelas licenças ambientais necessárias para as novas construções, as quais devem ser regidas pelo Conama. Esta legislação federal impede qualquer nova construção a 100 metros da margem do rio e 30 metros dos ribeirões. Se esta exigência for obedecida, restará uma área pequena à edificação no citado terreno e que pode não ser rentável ou interessante ao novo dono. Um empreendimento no centro da cidade que tentou contrariar essa legislação está parado. O assunto está na Justiça.
Hospital I - Na semana passada, dia 22, foi a data objetivo dada pelo grupo gestor das obras do novo Hospital de Gaspar para o término da reforma. Os trabalhos estão atrasados devido a refação dos projetos para atender as exigências dos órgãos públicos, à modernidade e à sustentabilidade que se quer dar ao Hospital. Estão atrasadas também porque choveu demais nos últimos quatro meses e se impediu com isto, as grandes obras externas e de infra-estrutura. Estão atrasadas porque há falta de dinheiro. Os principais recursos têm vindo da Bunge; falta uma parcela de R$250 mil do governo do Estado; os políticos que prometerem - a exceção do médico e deputado, Serafim Venzon, PSDB - também não compareceram; e só a partir de junho, finalmente e se tudo der certo, a prefeitura vai começar contribuir.
Hospital II - Para arrecadar mais recursos, a Associação Empresarial de Gaspar - a ACIG - liderada pelo seu presidente recém reeleito, Samir Buhatem, lançou uma corajosa campanha entre os seus associados. Se a campanha vingar, será um marco na cidade e entre os empresários. Também em junho, está previsto mais um bazar com mercadorias apreendidas pela Receita Federal. O sinal verde já foi dado pela própria Receita ao presidente do Conselho do Hospital, Celso de Oliveira. Agora, escolhe-se o local do evento.
Ilhota - Até sexta-feira passada, 945 dos 5122 municípios que receberam verbas em 2007 do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar, vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, não tinham prestado contas de como gastaram esse dinheiro no ano passado. O prazo para fazer isto terminou no dia 15 de abril quando o número de adimplentes estava de 1032. Algumas prefeituras fizeram horas extras e regularizaram a situação. O site do Ministério da Educação, na sexta-feira, mostrava que Ilhota ainda não tinha prestado contas e era um sério candidato a perder esse tipo de verba no ano que vem.
Fegatex - Uma idéia muito boa. Vai depender de como ela vai ser planejada, estruturada e realizada. O público da Texfair é profissional e exigente. Tem gente por aqui pensando em sacoleiros. Aí é bom nem começar. Desmancha-se uma oportunidade de ouro para o setor produtivo de Gaspar se destacar.
Desabrigados I - Desumana ou correta e corajosa a decisão que tomou o Município de Gaspar ao cortar água e luz de três famílias (com 13 crianças) na quinta-feira da semana retrasada e que se abrigavam na escola desativada, Intendente José Spengler, ali na Rua Itajaí? Eu ficaria com as três. E condeno os que usam o caso apenas pelo lado da pretensa desumanidade ou fazem dele, uma bandeira de votos. Nojento. Acorda Gaspar.
Desabrigados II - Vamos por partes. Em 2005 essas três famílias foram removidas de uma área de risco (?). O poder público, assumindo uma responsabilidade que não é sua, garantiu aos desabrigados que em 60 dias teriam um lugar novo, sem risco. Se assumiu, tem que concretizar. Nada aconteceu. Só promessas, como sempre. As famílias se acomodaram. Estavam num mundo melhor. Adquiriram direitos e poupança. Trabalhando, não pagavam mais luz, água e aluguel. Ficaram quietas. Ninguém reclamou. Agora, o Município resolveu agir. Do jeito dele. Ele está certo a princípio, mas convenhamos, têm formas mais humanas e principalmente legais para fazer isso.
Desabrigados III - Como eu lhes disse, vamos por partes. Quando essas famílias foram para as áreas consideradas de risco, foram para um lugar errado, onde não podiam morar: era de risco. Exatamente, ali ou nesse momento, o Município deveria ter agido de duas formas: impedindo via Lei restritiva e à busca do Judiciário interditar os atos praticados por essas famílias. Não agiu. Foi complacente e talvez os agentes públicos da época, atenderam a interesses políticos, partidários e eleitorais, muito comuns nesses casos. Se não agiu, assumiu as responsabilidades e os custos que passaram a ser divididos com todos nós que respeitamos as leis, pagamos os impostos e ficamos diante dessas barbaridades. Acorda Gaspar.
Desabrigados IV - Leitor! Você conhece inúmeros casos parecidos no nosso município, ou não? De gente pobre, mal orientada e de gente rica, bem esclarecida. De uns, o voto, a ideologização, a partidarização, o uso da miséria para vantagens, a paparicação social; e de outros, a fama, as alianças e o exercício do poder entre os amigos da hora (sim, porque de vez em quando há rachas e ai...). Invasões, loteamentos irregulares, avanço das construções sobre passeios e ruas, "autorizações provisórias" que se regularizam na irreversibilidade das situações criadas, isto sem falar nos flagrantes abusos contra o Plano Diretor recém aprovado e que se ensaia a toda hora mudá-lo para atender situações particulares. Tudo farinha do mesmo saco em prejuízo dos que respeitam a Lei e dos que querem um futuro mais justo e com qualidade de vida para todos. Acorda Gaspar.
Desabrigados V - Voltemos então à vaca fria. Depois de três anos sem tocar no assunto, o Município, o tal Samusa (outra vez o mesmo dos buracos?) e esse Conselho de Habitação descobriram que as famílias estavam ultrapassando, digamos assim, os limites da ajuda oficial? Penso que no cerne, estavam e estão certos. Erraram na dose e na forma, mais uma vez. Talvez isso fosse aceitável numa Sucupira de Dias Gomes, ou então numa Gaspar do início do século 20. Gente! Estamos no século 21.
Desabrigados VI - Primeiro isto é assunto para a secretaria que cuida da Assistência Social. Não da Habitação ou do Samusa. Faz-se um levantamento. Envolve-se o Ministério Público (há menores na história). Talvez o juizado da Infância e Adolescência. Recomenda-se uma ação. Dialoga-se com as famílias. Dá-se um prazo. Vai à Justiça. Compõe-se. Infrutíferas, estruturam-se medidas coercitivas, de força legal e até policial etc e tal. Do jeito que fizeram, pegou mal, muito mal. E vão pagar por isso.
Desabrigados VII - Mas para finalizar e motivo deste comentário. Estamos numa época pré-eleitoral. E há quem já tomou as dores deste assunto com as cores partidárias. Usam a miséria alheia, a ignorância, a ingenuidade, o erro e o abuso dos outros para se projetarem. Abram os olhos, gasparenses. Partidos e políticos que fornicam nesse tipo de expediente, que se alavancam com pobres ou pretensos pobres, fragilizados, mal informados, ávidos por ajuda, desamparados ou desabrigados para terem uma bandeira para aparecer entre a maioria dos eleitores, normalmente não têm planos, idéias, projetos, dignidade (e prá que, não é?) e capacidade de realização. Espertos, instruídos, se aparelham e ocupam espaços apenas. São abutres sociais. Precisam de carniça para sobreviver, se banquetear e comemorar entre nós. Acorda Gaspar.
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