15/02/2018
SAÚDE DOENTE I
Os políticos e gestores públicos de Gaspar (e Ilhota) não têm jeito. Viram e mexem lavam a alma deste colunista; tentam-me desacreditar de todas as formas, a todo momento. Mas, o tempo é o senhor da razão. Eles não conseguem é lidar com o óbvio, aquilo que não é invenção deste espaço – de quem querem o silêncio - ou dos opositores - agora vestidos de fiscais, mas que exibiam o mesmo defeito de origem quando no poder. Esse óbvio é ouvido nas ruas, testemunhado nas redes sociais e que os próprios políticos no poder de plantão conhecem-no muito bem, tanto que na campanha eleitoral, diziam ter e prometiam soluções, também óbvias. A demissão da então secretária tampão de Saúde colocada lá para atender as demandas corporativas e politiqueiras, Maria Bernadete Tomazini, é mais um capítulo dessa triste história de erros, teimosias e “acertos” de bastidores com aquilo que não se brinca: a saúde pública, que trata dos doentes, fracos e pobres.
SAÚDE DOENTE II
A ex-secretária Dilene Jahn Mello dos Santos, técnica, e de fora, foi defenestrada em junho, porque segundo o prefeito eleito, Kleber Edson Wan Dall, MDB, era a culpada pela crise na saúde Pública em Gaspar. Não era. Escrevi várias vezes sobre isso. Prova disso? A crise desde então só piorou. E a nova secretária - do meio corporativo e politicagem daqui -, acaba de ser trocada sete meses da posse por um advogado e presidente do MDB de Gaspar, o prefeito de fato, o que fundiu duas secretarias para ser o titular da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Se tivesse ouvido Dilene, os postinhos, a policlínica e a farmácia básica estariam melhores e o Hospital, sob intervenção – inventada pelo PT - e sugadouro sem fim de recursos públicos, teria encontrado o seu caminho próprio de sobrevivência. Estão atrasados 14 meses nesse assunto. Só faltam errar novamente com tanta chicotada no lombo. Acorda, Gaspar!
A OUTRA FACE DA MOEDA I
Estas duas fotos ilustram como os vereadores se perdem e se contradizem no óbvio, no simples, no necessário para a massa que os elege e dizem defende-las. Francisco Solano Anhaia, MDB, tem a Margem Esquerda como seu reduto eleitoral. Logo que chegou à Câmara nesta legislatura, uma das suas primeiras indicações, foi pedir à prefeitura um atracadouro público de barcos e motolanchas. Coisa para ricos, registrei. No final do ano passado a rampa apareceu lá. E questionado, Anhaia me respondeu que a prefeitura não “gastou nada”. É o tal “almoço grátis”: o material foi da Britagem Barracão e o maquinário, dos amigos do vereador. Mais. Assinalou que o atracadouro será utilizado pelo Corpo de Bombeiros para salvamento e treinamento, além da população em geral. Escape para não ser malhado. Para Anhaia falta terminar a “obra”: colocação de iluminação e lixeiras.
A OUTRA FACE DA MOEDA II
Não conferi se a prefeitura gastou ou não nesse atracadouro. Defendo-o; confiei no que o vereador me informou. Esse também não era o objetivo do meu questionamento, mas à miopia das prioridades. A ponte do Vale está aberta à passagem de pedestres há pelo menos sete meses. Como o povo que anda a pé Margem Esquerda, principalmente os que vêm da Lagoa, faz para acessá-la? Os próprios passantes cavocaram e fizeram uma escada na barranca debaixo da ponte. É algo barato, necessário e óbvio para o pobre, o simples, o que não tem barco, nem motolancha, nem padrinhos ricos. Nem a prefeitura fez, nem o vereador do bairro viu para interceder ou tomou a iniciativa com os seus amigos, para se fazer ali um projeto e uma escadaria descente. E olha que este assunto é antigo. Vem desde a reiterada teimosa negativa do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, para dar segurança na construção de uma alça de acesso à veículos da Margem Esquerda. Faz quase quatro anos que se realizou aquela audiência pública.
Ilhota em chamas I. Depois de demitir a secretária de Saúde, a enfermeira Jocelene da Silveira, mulher do médico Lucas Gonçalves e presidente do MDB, o prefeito Érico de Oliveira, escolheu o seu vice Joel José Soares, DEM, para substituí-la.
Ilhota em chamas II. O que ele entende de Saúde Pública? A princípio, nada. Empresário, pode entender de gestão e negócios. Gestão é algo importante. Entretanto, transformar a Saúde num negócio, tem se tornado um problema para muitos gestores públicos.
Ilhota em chamas III. Joel é ligado à área imobiliária, exatamente a que passa por forte questionamento nos procedimentos de regularização, legais e ambientais pelo Ministério Público.
Ilhota em chamas IV. No dia 23 de janeiro deste ano, por exemplo, foi instaurado um inquérito pelo MP da Comarca, o que cuida da Moralidade Pública. Ele quer saber se realmente houve a doação pela prefeitura de áreas públicas.
Ilhota em chamas V. Paga. José Carlos Macedo, o assessor de comunicação que foi escalado pelo prefeito Érico de Oliveira, MDB, para espionar a secretária da Saúde e arrumar provas para retirá-la de lá – conforme áudio que se tornou público -, foi indicado, vejam só, membro suplente representante do governo no “novo” Conselho Municipal de Saúde.
Ilhota em chamas VI. Coincidência e prenúncio. A portaria que exonerou a secretária de Saúde tinha o número 11. Este é o número do PP, ex-partido do prefeito Érico de Oliveira, MDB.
Sinais de desespero. Os vereadores da base do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, de Gaspar, transformados em cabos eleitorais neste outubro, e vendo que o governo não “construiu” ainda uma grande bandeira de realização, estão trabalhando no varejinho.
Estão usando as suas redes sociais, para mostrar individualmente aos dos seus currais eleitorais como eles “conseguiram” na prefeitura, soluções (com fotos do antes e depois) para pequenas e obrigatórias obras de manutenção.
A lista de “realizações” inclui desentupimento de bueiros, pintura de meio fio, refação de defeitos de pavimentação, capinação, troca de lâmpadas etc. Acorda, Gaspar!
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