Nem na reta final de campanha a coerência da gestão de Gaspar disfarça os erros, escolhas tortas e a arrogância - Jornal Cruzeiro do Vale

Nem na reta final de campanha a coerência da gestão de Gaspar disfarça os erros, escolhas tortas e a arrogância

30/10/2020

E o culpado sou eu que divulgo tudo isso...

 

Síndico x Candidato I

Antes de começar, quatro esclarecimentos: 1. Hoje eu não vou escrever sobre a tradicional pesquisa de intenções de votos do Cruzeiro do Vale; não quero competir no assunto; a estrela dele nesta edição é a tradição do jornal. 2. Depois eu não tive nada com a estratégia, o planejamento editorial e à contratação da pesquisa, ou obtive privilégios de ter os dados antes; segunda-feira, no Portal do Cruzeiro, comento aquilo que é público da pesquisa para todos. 3. A coluna deste sábado, feita para sexta-feira, já estava pronta; só mudei a abertura dela à transparência para os meus fiéis leitores e leitoras. 4. Para mim, esta eleição está encaixada naquilo que eu defino como “tempos estranhos”. 

Síndico x Candidato II

Os “çabios” da campanha à reeleição do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, estão super incomodados. Maquinam como calar redes sociais, aplicativos de mensagens e até a imprensa, principalmente, esta coluna - um calo de todos os poderosos de plantão há 16 anos. E qual a razão? Acham que o candidato Kleber devia estar imune às observações e críticas como prefeito, investido que está no cargo; ele pretende ficar por mais quatro anos com os votos da maioria dos gasparenses. Ora, se essa premissa – a de estar imune às críticas como prefeito - fosse verdadeira, a primeira coisa que Kleber deveria ter feito é a de te se licenciado e rejeitados os seus R$27.356,69, um dos mais altos salários de prefeito de Santa Catarina. Simples assim! Se ficou no cargo, é porque se arriscou. Vai colher as benesses dele para o bem, mas também para o mal – até mesmo naquilo que pode ser injusto e que atinge o candidato. Outra vez, simples, assim! 

Síndico x Candidato III

Um prefeito no fundo, é um síndico da cidade e como tal, não pode agradar a todos; por isso faz escolhas; estabelece prioridades. E por elas é bem ou mal avaliado. Um síndico de prédio não vive fazendo obras nele o tempo todo. Antes foca na harmonia mínima e no bem-estar das pessoas que moram e trabalham nele. As obras feitas no condomínio são para dar maior conforto, mais atualização tecnológica, mais segurança e consequentemente, valorização patrimonial. É assim também numa cidade. A prioridade não pode ser apenas obras físicas. Elas só são feitas em razão da necessidade das pessoas que devem estar em primeiro lugar. E a mobilidade, é uma delas. Um síndico capacitado não deveria emprestar o seu nome a outro que não possui votos na Assembleia, e deixa-lo atuar deliberadamente como se síndico fosse. Por que? Na hora da cobrança, é o síndico eleito é que leva a culpa dos erros feitos por quem o usa. Simples assim! 

Síndico x Candidato IV

Entre tantos exemplos em Gaspar que envolvem as pessoas, catei dois; só desta semana. O primeiro deles surgiu na segunda-feira. Ele se consumou no dia seguinte quando foi revogado um decreto. Ele anulou o ponto facultativo do Dia dos Servidores previsto para quarta-feira. Antes um parêntesis. Kleber quando assumiu em janeiro de 2017, eliminou os pontos facultativos. Eu aplaudi. Eu sou a favor de eliminá-los. Kleber, entretanto, manteve o dia 28 de outubro, o Dia dos Servidores; justo. Mas, retomando, pois não é esse o ponto fora da curva. Por causa desse calendário público conhecido desde o início deste 2020, os servidores de Gaspar fizeram as suas programações pessoais no dia de folga. E a quem os servidores estão, em tese, subordinados? À poderosa secretaria Fazenda e Gestão Administrativa tocada pelo prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira. Ele é presidente do MDB e foi o coordenador da campanha vencedora de Kleber em 2016. E quando se estabeleceu o escárnio? Quando a prefeitura – o prefeito não pode porque a lei não permite - e o secretário mandaram mensagens enaltecendo o Dia do Servidor. Uma convulsão entre os efetivos. Na quarta à tarde, ciente do estrago, o secretário fez uma “reunião virtual” para se explicar e tirar a responsabilidade do prefeito e dele, ou seja, do candidato, dos políticos. Perguntar não ofende: quem mesmo acredita? Mais duas: o prefeito na rede privada exaltou os servidores: silêncio sepulcral como resposta. O Sindicato da categoria veio a público confessar que nada sabia; Meu Deus! 

Síndico x Candidato V

O outro episódio retrata o desapego do síndico. Depois de Kleber – como prefeito - receber no seu gabinete um fazedor de embaixadinhas e torná-lo importante – como se coisa mais séria não tivesse para fazer -, a Ditran – aquela que não possui agentes para facilitar o trânsito caótico do Centro – resolveu piorá-lo ainda mais, naquilo já estava caótico. Início da tarde de terça-feira, sol a pino, beirando aos 35 graus, trânsito complicado, a Ditran interditou a ponte Hercílio Deecke – que liga a Margem Esquerda ao Centro – para o senhor das embaixadinhas fazer o seu ofício, e ser filmado na proeza com a nossa Igreja de São Pedro Apóstolo ao fundo. Senhor, tende piedade de nós! Ou seja, atendeu-se um e estranho em detrimento da comunidade. E a quem a Ditran está subordinada? Ao prefeito de fato, o homem forte do MDB, o secretário Carlos Roberto Pereira. A lista dos quatro anos é longa... E depois acusam esta coluna de perseguição. O que ela não é cega, medrosa e tola; só isso. Acorda, Gaspar! 

 

TRAPICHE 

O bicho está pegando. A Covid-19 está voltando. Basta dar um rolê pelo centro das cidades de Gaspar e Ilhota que o andar de máscaras faciais virou artigo de luxo. Até nas repartições públicas e interior de lojas, nada é observado e exigido. Depois vão reclamar do isolamento social, da UTI lotada, da falta de cloroquina, da sorte... e da morte. 

Sempre escrevi que a vice-governadora, Daniela Cristina Reinehr, sem partido, eleita pelo PSL, está marcada para “morrer” pelos políticos das oligarquias que perderam o governo do estado. Eles não a querem nem de santa. Preferem a volta de Carlos Moisés da Silva, PSL que querem impichar na marra. Manchetes nacionais já ligam Daniela ao nazismo e à negação do holocausto. Os tempos de tortura e explicações continuarão. 

Uma enquete armada na internet para votar em candidatos a prefeito e vereadores de Gaspar foi tirada do ar. Ufa! Era crime. Podia se votar até do exterior não tendo nada a ver com a cidade, os votantes estimulados pelas redes de contados dos candidatos. As enquetes estão proibidas e são consideradas propaganda de manipulação. 

Sintomas colaterais. Gente desacostumada a sair motorizada pela cidade no horário comercial e agora obrigada a fazer isso porque emprestou os espaços dos vidros dos seus carros para os políticos colarem propaganda, não passou nas blitzes da PM. Parte dos carros foi apreendida por falta ou documentação irregular. Um auê danado. 

Transparência zero I. Vergonha. Segundo o Ministério Público de Contas em Santa Catarina e da Controladoria Geral da União em Santa Catarina, 101 servidores municipais de Gaspar e que podem estar lotados na prefeitura (incluindo a FMEL e Samae) e na Câmara, receberam indevidamente, em algum momento, o auxílio emergencial do Bolsonaro. 

Transparência zero II. Os nomes até agora ninguém sabe. Vergonha. Os gestores públicos não conseguem separar o joio do trigo em favor da cidade. A prefeitura e a Câmara não negaram e também não disseram até agora aos cidadãos e cidadãs pagadores de pesados impostos o que está fazendo para punir quem agiu dessa forma escrota.  

Transparência zero III. Ora, se um servidor faz isso tendo emprego pleno, recebendo em dia, burlando às regras claras para acesso ao auxílio emergencial, feito exatamente para quem perdeu sustento e emprego, o que ele está fazendo com o dinheiro do povo?  

Transparência zero IV. Até mulher de gente graúda na prefeitura de Gaspar – e que não está nesta lista dos 101 – sabe-se que mentiu para pegar indevidamente a merreca de R$600,00. E todos estão pedindo votos como se santos fossem. Acorda, Gaspar! 

Contagem regressiva. Faltam exatamente 16 dias para as eleições e 21 para as minhas férias. 

 

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Edição 1975

Comentários

Herculano
03/11/2020 05:49
COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Hoje é dia da feita especialmente para o portal. Como prometi na sexta-feira, analiso a pesquisa do Cruzeiro do Vale, nos dados que foram publicados.

Daqui a pouco
Herculano
03/11/2020 05:47
Os valentões ou valentonas, mas anônimos

Alguém se dizendo ser Cristina Medeiros, mas com telefone e e.mail falsos, postou o seguinte nesta área de comentários do leitor:

"Gostaria de ver nesta coluna, pela qualidade e coragem de sempre, a publicação dos LINKs abaixo citados e também ler os proeminentes comentários do autor da coluna"

1. Pela qualidade e coragem gostaria que o autor ou autora do comentário fosse ao menos digno e minimamente honesto consigo próprio e pela lisura e respeito à coluna e ao colunista usasse a sua própria identificação, para casos como esses e que são públicos, mas do passado.

2. Pela qualidade e coragem, como bem atestou o autor ou autora num dos links, eu já fiz do fato comentário aqui há exatos nove anos. Então, não é fato novo, mas propositadamente trazer o cadáver para a exposição da decomposição dele.

3. Pela qualidade, sinceramente, não tenho que repeti-lo só para servir a interesses políticos-eleitorais que atingem indiretamente um parente do autor do fato lamentável, e que nunca concorreu para o resultado.

4. Há interesses particulares e até escusos nesta ligação. Pela coragem, por favor, coloque os dois links citados nas suas redes sociais e aplicativos de mensagens e assuma a responsabilidade pelo desenterro do cadáver.

5. Você pediu o meu "proeminente" comentário, então aí está ele: você está tentando gozar com o pau dos outros. Nem mais, nem menos. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
02/11/2020 22:55
Senhores,

Saideira

"Povo armado jamais será escravizado, afirma Bolsonaro" (Terra).

E eu, um dos "burros-de-cargas" afirmo:

"Povo instruído jamais será iludido"

Ou não:

1)eu já fui iludido pelos PeTralhas, que eram os guardiões da ética e da moralidade. No "pudê" saquearam e estupraram a Nação.

2) Para acabar com eles, iludi-me com o bolsonaro, que prometia acabar com a corrupção. No entanto, está implantando a Nação "amigos acima de tudo/Parentes acima de todos". Veja o recente caso do "senador rachadjinha", seu filho 01. Algum comentário dele sobre o assunto?

No entanto, resta-nos uma esperança: na próxima eleição presidencial, o defenestraremos. Caso o TSE não o faça antes!

Ah! E quanto a minha instrução: é diária. Com base no sólido Ginásio feito no Pedro II do Morro.
. . .
"Deixa meu cabelo em paz, seu diretor
Deixa meu cabelo em paz"
. . .
O Diretor de então, era o saudoso Joaquim Floriani, que, quando de bom humor, tocava esta música...

Ouça o clássico:

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=deixa+o+meu+cabelo+em+paz
Miguel José Teixeira
02/11/2020 20:01
Senhores,

Enquanto isso, nós "contribuintes". . .

"Escolta de Flávio Bolsonaro em Noronha custou R$ 17 mil ao Senado" (O Antagonista)

"A escolta de Flávio Bolsonaro em sua recente viagem a Fernando de Noronha custou R$ 17,7 mil ao Senado. As contas são da Gazeta do Povo."

"Dois policiais legislativos embarcaram na última quarta-feira (28) para Recife, de onde partiram no dia seguinte para Fernando de Noronha."

"Cada um dos policiais recebeu R$ 3.278 em diárias. O Senado pagou ainda R$ 11.160 pelas passagens. Na ponta do lápis, a proteção ao senador no arquipélago custou R$ 17,7 mil."

De "rachadjinha! em "rachadjinha" nós vamos tomando na ***dinha!

A frase do Jornalista Josias de Souza, abaixo replicada merece uma banner:

"No Brasil, o limite entre o que um político pode e o que não pode fazer é a capacidade da imprensa de descobrir os malfeitos."

E o que fará o carí$$imo, obsoleto e corruPTo senado federal?

Respostas para a Rádio Cercadinho que já está operando na 2ª onda. . .
Herculano
02/11/2020 15:11
FLÁVIO PEDE A BRASILEIROS QUE SE FAÇAM DE BOBOS, por Josias de Souza, no UOL.

No Brasil, o limite entre o que um político pode e o que não pode fazer é a capacidade da imprensa de descobrir os malfeitos. Flávio Bolsonaro passa o feriadão com sua mulher na ilha de Fernando de Noronha. Espetou a conta no bolso do contribuinte. Apanhado, atribuiu o escárnio a um equívoco da assessoria. Prometeu devolver o dinheiro.

O primogênito do presidente tenta fazer crer que Noronha é um ponto fora da curva. Não cola. A viagem à ilha é apenas mais uma rachadinha, agora em versão turística. Como se sabe, Jair Bolsonaro é um defensor fervoroso da pátria e da família. Ensinou aos seus garotos o valor do patriotismo. Adultos, os filhos seguiram o exemplo do pai. Casaram-se com a pátria e foram morar no déficit público.

Dias atrás, a Procuradoria abriu investigação preliminar sobre o vaivém da folha do gabinete do então deputado Jair Bolsonaro. Tenta-se descobrir por que assessores eram demitidos e recontratados no mesmo dia. Beliscavam 13º proporcional, indenização e férias. Da noite para o dia, remunerações dobravam, triplicavam e até quadruplicavam.

Transferidos de pai para filho, pelo menos nove auxiliares de Bolsonaro viraram assessores de Flávio na época em que o hoje senador dava expediente como deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio. Todos tiveram o sigilo bancário quebrado no caso da rachadinha, eufemismo para roubo de nacos de salários pagos pelo contribuinte.

No momento, além de Flávio, metido num escândalo multipartidário com outros 20 políticos do Rio, o vereador Carlos Bolsonaro encontra-se sob investigação por suspeita de empregar fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio. Desde a década de 90, engancharam-se nos mandatos do patriarca Jair e dos filhos Flávio, Eduardo e Carlos 102 pessoas com algum parentesco entre si, em 32 núcleos familiares.

As perversões se interconectam. Carlos, o primeiro vereador federal da história, empregou parentes da ex-mulher de Jair. Operador da rachadinha de Flávio, o amigo Fabrício Queiroz e sua mulher repassaram R$ 89 mil para a hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Quer dizer: os Bolsonaro não são pontos fora da curva. Eles são a própria curva. Se não tivesse virado notícia, o feriadão de Noronha - R$ 1.620,66 de passagens, noves fora o pedido de diárias - seria pago por você.

A alegação de que tudo não passou de um descuido da assessoria é apenas mais um pedido para que os brasileiros se finjam de bobos pelo bem da estabilidade da primeira-família. O senador "já fez a solicitação para cancelar o reembolso e para também cancelar os pedidos de diárias", informou o gabinete do Zero Um por meio de nota. Então, tá!.
Miguel José Teixeira
02/11/2020 14:18
Senhores,

Hic! Hic! Hic! Desce uma "mercedão" na "Moendinha"

"Com chapa única, cidade do Paraná terá prefeito do PT e vice do PSL"

... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2020/11/02/se-tiver-um-voto-cidade-do-parana-tera-prefeito-do-pt-e-vice-do-psl.htm?cmpid=copiaecola

Lá em Santana do Itararé, nada a ver com o "Barão de Itararé (Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro) o chefe da quadrilha continua sendo o ex e futuro presidiário lula.

Consequentemente, o sub-chefe da quadrilha é o capitão zero-zero, que elegeu-se pelo "pêsselê".
Miguel José Teixeira
02/11/2020 13:21
Senhores,

Neste "Dia dos Finados" vou acabar ressuscitando o Virgulino Lampião. .

"Viagens oficiais de Flávio Bolsonaro incluíram ateliê, cassino e estádio...

- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/rubens-valente/2020/11/02/viagem-flavio-bolsonaro-las-vegas-senado.htm?cmpid=copiaecola

Estava à me conter. Porém, desce a 3ª "Moendão" no "mercedinho".
Miguel José Teixeira
02/11/2020 13:12
Senhores,

Depois da 2ª "Moendão" no "mercedinho

Moro e Mourão!
Cuidado com o "cavalão".
Afável, ele é não!
Coiceador, ele é dos "bão". . .
Trairão, nem se fala não!

Brasil: "Amigos acima de tudo!Parentes acima de todos"
Miguel José Teixeira
02/11/2020 11:26
Senhores,

O "céunado" é o limite

Em função da cassação pelo TSE, repito, pelo TSE, do mandato da ex-senadora Juíza, repito Juíza, Selma Arruda (Podemos-MT), no Mato Grosso, junto com as eleições municipais haverá a eleição para uma vaga de senador.

Se dependesse do acovardado senado federal, a Juíza ainda estaria lá, livre, leve e solta, tal qual o "senador chico cuecão" e outros " senadores flávios rachadjinhas" que o compõem.

A coisa é tão boa que onze, repito, onze nobres cidadãos apresentaram sua candidatura àquela vaga.

Desce mais uma "Moendão" no "mercedinho", por favor!

Miguel José Teixeira
02/11/2020 10:59
Senhores,

Para não dizerem que não teclei sobre futebol:

No Maracanã, o São Paulo depenou o Urubú".

Também pudera!

Ontem foi o "Dia de Todos os Santos". . .

Desce uma "Moendão" no "mercedinho".
Herculano
02/11/2020 08:23
da série: essa tática já foi usada em Gaspar e não contra o poder de plantão, mas entre os da oposição a ele. Acorda, Gaspar!

QANON PODE AJUDAR TRUMP A VENCER, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo

Grupo, na prática, é uma rede articulada cuja estratégia é uma das mais sofisticadas evoluções dos métodos de propaganda

O QAnon é uma das mais bizarras estratégias políticas já colocadas em prática. Sua origem são os subterrâneos profundos da internet. Já suas raízes estão fincadas na linguagem dos videogames, do situacionismo e de como o espaço público da rede pode ser instrumentalizado com relativa facilidade por grupos coordenados e bem financiados.

A palavra QAnon é, na superfície, só uma teria da conspiração. Mas só na superfície. O personagem "Q" seria um agente federal nos EUA que possui o mais elevado acesso a informações confidenciais, o nível Q. Esse agente teria se rebelado e decidido contar a "verdade" publicamente. Essa verdade é que o mundo seria governado por uma cabala de pedófilos satanistas, que teriam como atividade principal gerir uma rede global de tráfico de crianças.

A única força que ameaça o poder do grupo seria Donald Trump.

Para quem lê essas palavras pela primeira vez, a conclusão é de insanidade. Apesar disso, essa tática tornou-se uma corrente forte no ciclo eleitoral. Há pelo menos 44 candidatos ao Congresso nos EUA que que assumem sua filiação ao "Q". Nos eventos públicos de campanha há grupos de pessoas usando camisetas com a letra "Q".

O próprio Trump já usou linguagem originada da teoria.

Na prática o QAnon é uma rede articulada de produção de propaganda. Em termos técnicos, é uma rede de Datti (Desinformação Adversarial, Táticas e Técnicas de Influência). Sua estratégia é uma das mais sofisticadas evoluções dos métodos de propaganda. Seu funcionamento ocorre por meio de um tripé de estratégias:

Primeiro, a coordenação entre pessoas anônimas pela rede, tática tornada famosa pelo grupo Anonymous (que o QAnon homenageia em seu nome).

Segundo, a exploração de técnicas psicológicas como a chamada fixação funcional, muito comum em videogames.

Terceiro, os métodos desenvolvidos pelos chamados jogos de realidade alternativa (Alternative Reality Games), iniciados nos anos 2000 e aplicados à vida real com o auxílio da internet.

Em resumo, o QAnon influencia porque incentiva as pessoas a se tornarem "detetives" na internet, em busca da "verdade". Para isso, os mantenedores da estratégia espalham pistas muito bem escondidas pela rede. Um vídeo ali, uma informação em um site aqui, uma frase de um discurso político acolá.

Ao não entregar a informação pronta, o QAnon dá às pessoas uma sensação de inteligência e satisfação ao permitir que descubram "por si mesmas" essa verdade oculta, cuidadosamente espalhada.

É a mesma sensação que vários videogames provocam nos seus jogadores ao criar quebra-cabeças que dependem de descobrir e juntar vários elementos separados dentro da estrutura do game para subverter sua fixação funcional. Quem quiser experimentar o prazer que esse tipo de estrutura provoca pode jogar o brilhante game Dandara, desenvolvido pela empresa de Belo Horizonte Longhat Studios, adquirido pela Nintendo.

Para replicar essa estratégia, o QAnon conta com grupos que investem tempo e dinheiro para manter essa tática tão sofisticada.

Várias redes sociais baniram nos últimos meses informações relacionadas ao QAnon. No entanto, devido a sua estrutura rizomática, esse banimento tem eficácia apenas parcial. É como se a extrema direita tivesse lido Guy Debord e Deleuze e entendido todas suas implicações para a internet.

READER

Já era
Brasil sem lei de proteção de dados pessoais

Já é
Lei Geral de Proteção de Dados em vigor

Já vem
Outra lei de proteção de dados específica para a área de segurança pública?
Herculano
02/11/2020 08:04
da série: este artigo não foi feito pensando em Gaspar, mas encaixa. Lei até o fim. O dinheiro dá risada para os concorrentes do poder de plantão. Simples assim. Ele compra tudo, mas não é tudo, felizmente.

O DINHEIRO DÁ RISADA DAS PESSSOAS QUE SE DIZEM CONTRA ELE, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

As escolas nada podem fazer além de se curvarem à falsa ideia de que devem servir ao mercado

O dinheiro ri da nossa cara do alto de sua condição de senhor absoluto do real.

Sua atitude é semelhante àquela da morte descrita por Joseph Conrad no seu clássico livro "Coração das Trevas": a morte é uma guerreira sem pressa, certa da sua vitória, nos aguarda com um sorriso na face, do alto da sua potência absoluta.

Blasée na sua condição de guerreira sempre vitoriosa. Daí sua ausência de pressa em vencer.

O dinheiro é um mestre blasé. Nós podemos ter pressa em acumulá-lo. Ele não tem nenhuma, uma vez que sabe do fato irredutível da nossa realidade: ele compra tudo, menos a eternidade. A morte ainda é a senhora absoluta. Ele compra tudo. Não da forma grosseira como se entende essa fórmula.

Sua vitória se dá mais dentro da filosofia dos afetos do grande Nelson Rodrigues: "Dinheiro compra até amor verdadeiro". Lugares lindos, lentidão dos gestos, poder da generosidade.

A capacidade de encantar é da natureza do dinheiro.

Sua delicadeza é tal que aqueles que se arremessam a buscá-lo de forma grosseira ou a ostentá-lo de forma abusiva acabam por perdê-lo - ou mesmo que consigam mantê-lo, o farão às custas da sua elegância.

E todos considerarão você um rico brega que nada merece, mesmo que tenha dinheiro. Este continuará a se multiplicar em seu negócio, mas o excluirá da comunidade de amados.

Durante a pandemia, o dinheiro nada de braçada.

Uma das suas formas menos discretas é o desejo de ser celebridade. Há pessoas por aí rezando por uma segunda onda avassaladora da Covid-19 a fim de manter seu avatar na mídia e, com isso, angariar patrocínios.

O dinheiro ri, desde o Hades, da miséria desses muitos, que como um Aquiles de bolso, sonham com a imortalidade miserável dada pelo algoritmo que mede a tração do tráfego nas redes.


O dinheiro ri da fé.

Os muitos dinheiros que são gastos em nome da grande obsessão espiritual que atravessa as fronteiras ideológicas - ou mesmo fronteiras de classe social - olham pra trás, num gesto de "longa duração", como dizia o historiador francês Fernand Braudel, e se reconhecem na pré-história: os picaretas que interpretam sonhos com os mortos o fazem desde antes da descoberta da técnica prometeica do fogo.

O dinheiro dado aos deuses, e seus burocratas, encanta o mundo porque este navega à deriva da contingência e esta é a mãe de todas as ansiedades.

O dinheiro ri do ridículo da educação.

Pressionada pelo inexorável avanço da vida como produto, as escolas nada podem fazer além de se curvarem à falsa ideia de que elas devem servir ao mercado. Tendo desistido da formação dos mais jovens, as escolas se fazem agências de inovação para gerações deprimidas.

Mesmo os professores, essa classe pobre e humilhada que, quanto mais velha, menos uso tem, caminha, se arrastando pelo mundo, como diria o filósofo Horkheimer, como uma espécie abandonada, à procura de alguns trocados ou restos das mesas dos ricos que os desprezam, apesar de dizerem o contrário.

Quem gostaria de ver sua filha casada com um professor?

Falando de jovens, falemos da juventude. Na mesma medida em que vivemos cada vez mais - em que falamos de novos idosos como um mercado emergente de consumo, aqueles entre 50 e 80 anos, felizes produtos do avanço médico e sanitário, este também uma dádiva do dinheiro-, os jovens biológicos vão descobrindo, assim como quem reconhece habitar um pesadelo, que a juventude passa cada vez mais rápido.

E mesmo você com 25 anos já sabe que não tem mais o corpinho que tinha aos 17.

Toda a história da cosmética e da estética dermatológica devora como uma moira grega as mulheres, cada vez mais empoderadas.

Enfim, o dinheiro ri daqueles que juram ser contra ele. Ou que supõem existir um dinheiro do bem ou do mal.

A afirmação de que no capitalismo tudo que é sólido desmancha no ar acaba por se constituir, ela mesma, num mercado, no qual o cinismo do dinheiro se faz um modelo de como ganhar mais dinheiro.

Entre todos, os mais baratos são aqueles que afirmam não ter preço. Melhor confiar nos mercenários confessos.

Hoje em dia, a graça da confissão comove.
Herculano
02/11/2020 07:36
COLUNA INDÉDITA

Aos leitores e leitoras pela transparência e respeito, um aviso:

A coluna inédita para o portal Cruzeiro do Vale já está pronta para ir ao ar, mas hoje é um dia de recolhimento e final de um feriadão.

Nela, faço paralelos entre "Esperando Godot" e "Dia da Marmota" com a corrida eleitoral gasparense. Acorda, Gaspar!
Herculano
02/11/2020 07:31
BOM DIA

Hoje é Dia de Finados (ou de memória aos mortos, anônimos e gente que fez diferença para que chegássemos até aqui, incluindo nossos pais)

Hoje é dia de lembrar que ultrapassamos 160 mil mortos pela Covid, aquela que é uma gripizinha, que pega só em bundões, que vacina boa é aquela que não é feita por chineses e que máscaras faciais e lavar as mãos é coisa para os fracos e boiolas.

O Dia de Finados, como é conhecido, foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos).

E para finalizar, há uma boa sequência. Dia 31 é o Dia das Bruxas, ontem dia primeiro de novembro foi o Dia de Todos os Santos e hoje o Dia dos Mortos.

A comemoração do Halloween, diferente do que muitos acreditam ser estadunidenses, ele surgiu na Irlanda a partir de um festival celta chamado Samhain. Esse festival comemorava o fim do verão, o começo do no novo celta e as colheitas.

Era uma homenagem ao rei dos mortos. Nessa ocasião, cuja festa durava 3 dias (com início no dia 31 de outubro), se agradecia a abundância das colheitas do ano.
Herculano
01/11/2020 18:59
UMA DÍVIDA FORAM DOS PADRõES, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Ministros brigam e o presidente brinca enquanto o mercado vê a dívida crescer

Dívida crescente e com prazo minguante é o novo normal das esburacadas finanças federais. O governo central enfrentará o vencimento de R$ 2,66 trilhões nos 12 meses a partir de 30 de setembro. Isso corresponde a 43,4% do total devido naquela data. No fim de 2019 os vencimentos previstos para este ano eram cerca de 30% do total. Depois vieram a pandemia e centenas de bilhões de gastos extraordinários. Para evitar juros maiores, o Tesouro Nacional vem aceitando redução de prazos para renegociar os títulos. Os R$ 6,13 trilhões de papéis federais em poder do mercado são 93,9% da dívida bruta do governo geral, formado pelos três níveis da administração mais o INSS. Esse valor global equivalia em setembro a 90,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Comparações internacionais são feitas normalmente com a dívida bruta do governo geral. No Brasil, essa dívida estará muito próxima de 100% do PIB no fim de 2020. Nos anos seguintes ficará pouco acima disso, devendo atingir 104,2% em 2024, pelas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Brasil está amplamente fora dos padrões, como estava nos anos anteriores. Também segundo o FMI, a dívida pública dos países emergentes e de renda média deve atingir 62,2% do PIB em 2020 e subir até 70,4% nos quatro anos seguintes. Na América Latina a média deve manter-se próxima de 80% nesse período, mas o número seria bem menor sem o peso do Brasil.

Antes da pandemia a equipe econômica havia planejado manter abaixo de 80% a relação dívida/PIB. Com a crise, a economia encolheu, a arrecadação diminuiu e os gastos cresceram de forma explosiva. Dívida bem maior seria um dos efeitos inevitáveis. Isso também ocorreu em outros países, de todos os níveis de desenvolvimento. Em dezenas de países de todos os continentes, o aumento de gastos só foi possível com a ajuda do FMI.

Em todo o mundo as despesas cresceram, assim como as dívidas, e o caso brasileiro só é excepcional por outros fatores. Em primeiro lugar, a relação dívida/PIB já era maior no Brasil que nos outros emergentes. Em segundo, as condições fiscais no País já eram muito precárias. Em terceiro, a economia brasileira estava emperrada antes da pandemia. Em quarto, o poder central, depois de ações positivas na pior fase da crise, parou de funcionar, enrolado em brigas e com o presidente concentrado em objetivos pessoais.

Diante da confusão em Brasília, as incertezas cresceram nos mercados. A confiança minguou, a instabilidade cambial aumentou e disparou a insegurança em relação à política fiscal e ao futuro da dívida. Nada mais natural que a dificuldade para renegociar os papéis do Tesouro.

Enquanto ministros e políticos trocam desaforos, as contas mostram os efeitos fiscais da pandemia e das ações emergenciais. Em setembro, o governo central teve déficit primário de R$ 76,2 bilhões, pelos cálculos do Tesouro, e de R$ 75,1 bilhões, pelo critério do Banco Central ?" BC (baseado na necessidade de financiamento). No ano, o Tesouro registrou saldo primário negativo de R$ 677,4 bilhões. Um ano antes o buraco havia sido de R$ 72,5 bilhões. O mesmo cenário indica um déficit de R$ 871 bilhões em 2020, cerca de 12,1% do PIB. Não se incluem juros nessas contas.

Um cenário mais amplo das finanças públicas aparece no relatório do BC. Somando-se os dados de todos os níveis de governo e das estatais (sem Petrobrás e Eletrobrás), chega-se ao total do setor público: déficit primário de R$ 635,9 bilhões no ano. Acrescentando-se os juros, obtém-se o resultado nominal, um déficit de R$ 888,5 bilhões em nove meses, valor correspondente a 16,7% do PIB. Um ano antes a proporção havia sido de 7,1%, já muito alta pelos padrões internacionais. Em 12 meses, o resultado nominal, um rombo de R$ 991 bilhões, bateu em 13,7% do PIB.

Qualquer governo com essas contas deveria cuidar muito seriamente de sua imagem perante o mercado. Um dia antes de sair o relatório do BC, ministros brigaram em Brasília, enquanto o presidente, no Maranhão, fazia piada homofóbica sobre um refrigerante local.
Miguel José Teixeira
01/11/2020 11:09
Senhores,

Finados (II)

"Canto para minha morte"
(Paulo Coelho e Raul Seixas)

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não o conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida
Existem tantas... Um acidente de carro
O coração que se recusa a bater no próximo minuto
A anestesia mal aplicada
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe
Um escorregão idiota, num dia de Sol, a cabeça no meio-fio

Oh morte, tu que és tão forte
Que matas o gato, o rato e o homem
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite

Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida"

Ouça em:

https://www.letras.mus.br/raul-seixas/48303/
Miguel José Teixeira
01/11/2020 11:04
Senhores,

Finados (I)

"O respeito à morte"
Por Ana Dubeux, hoje no Correio Braziliense

Faça um favor ao mundo: não mate a morte. Fale sobre ela; escreva sobre ela. Respeite a importância e o tamanho dela na vida de alguém. Tão viva quanto qualquer outra condição natural da existência humana, a morte é uma possibilidade real e concreta no amanhã de todos nós e de todos os que amamos. Por essa razão, havemos de aprender a lidar com os barulhos e os silêncios que a sucedem e que também a antecedem.

O medo do que virá, o pânico de perder um dos seus, o choro da saudade, o luto tão pouco compreendido e, às vezes, tão pouco respeitado... Todos esses sentimentos e emoções que cercam a morte nos colocam de joelhos perante ela. Não digo isso baseada nos meus próprios pensamentos. Reportagem da Revista do Correio de hoje mostra como enfrentar a etapa finda da vida humana é tarefa necessária. Sim, é preciso falar sobre a morte.

A psicóloga Cristiane Ferraz Prade, vice-presidente da Casa do Cuidar, organização social sem fins lucrativos que atua na prática e ensino de cuidados paliativos, conta na reportagem que as pessoas têm dificuldade de lidar com a morte e aí ficam sem saber o que fazer quando se deparam com ela. "Procuram qual a frase certa e acabam falando coisas que não ajudam. A gente se afasta desta angústia e não se permite elaborar a existência da finitude, que pode ser uma elaboração enriquecedora, que permite que se viva de forma autêntica e mais inteira. A morte é uma grande professora, mas a gente precisa ficar para ouvir a lição", recomenda.

Nosso silêncio também ensurdece e, com frequência, adoece. O momento da partida, com toda a dor que isso envolve, pode ser mais bem vivido e compreendido se a sociedade, todos nós pudermos entender melhor o fim. Talvez encarar a morte como um novo começo; talvez envolvê-la com sentimentos de ternura e amor por quem partiu; talvez abraçando as causas que o outro deixou; escrevendo suas lembranças ou apenas dando e recebendo ombros e abraços para amparar.

Conheço muitas pessoas que conseguiram lindamente ?" e não sem sofrimento ?" ressignificar um momento de despedida. A maioria não se prepara para isso e, de fato, não existe ensaio antes de as cortinas fecharem. Mas o espetáculo continua para quem segue. Porque cada um é o protagonista de sua própria vida. É preciso refazer os cenários, os atos, dar nova leitura aos fatos. É preciso mexer no roteiro que fugiu do previsível e adaptar o texto para encaixar a dor e a saudade. Na nossa biografia, sempre haverá perdas.

Neste feriado de Finados, convido a uma reflexão e reproduzo o que já ouvi de muitos pais órfãos e amores sofridos de uma falta eterna: não tente limitar ou abreviar o luto de alguém; não indique soluções fáceis para preencher vazios profundos; não procure as palavras certas na hora de consolar, procure, antes, entender que esse momento chega para todos nós e que é preciso falar sobre isso com mais naturalidade ao longo da vida. Não é um preparo antecipado, é apenas um esforço para ser o humano que somos em toda a sua dimensão.
Herculano
01/11/2020 10:51
Ao Miguel

Pois é.

Primeiro o PSDB de Santa Catarina colocou o Napoleão Bernardes, ex-prefeito de Blumenau numa fria. Talvez fosse até governador de Santa Catarina. Incrível! Dormiu rei e acordou como bobo da corte; e aceitou

Segundo, o MDB sepultou Napoleão que nem chegou no segundo turno com o espaçoso e vaidoso deputado Mauro Mariani.

Terceiro, Napoleão foi para o PSD e por detrás dos panos, virou o queridinho do doutor Jorge Bornhausen, ex-dono do finado PFL.

Quarto, Napoleão se tornou sócio e avalista de João Paulo Kleinübing a quem derrotou, e fez isso para ser contra o seu próprio vice Mário Hildebrandt, o "come quieto" e prático. Os resultados estão aí nas pesquisas.

Quinto, se não se cuidar, Napoleão vira sócio dos que armaram à derrubada do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, sem causa jurídica, mas apenas uma vingança política de maus perdedores.

É que MDB, PP, PSD, PSD e PT estão com as digitais bem impressas neste case onde o tiro foi dado nos próprios pés, fato que não tira a culpa de Carlos Moisés; ele não soube governar, preferiu cantarolar para os amigos do Sul na sala de jantar da Agronômica (que de palácio virou casa, na esperteza dos políticos e marqueteiros) ao invés de construir e produzir alianças, bem como divulgar seus feitos.
Miguel José Teixeira
01/11/2020 10:24
Senhores,

E o Napoleão, hein?

Meu BomJe! O quê fizeram com ele?

No mínimo, sofreu lavagem cerebral.

Ou está sob o efeito do excesso de pó-de-giz da furbone?
Miguel José Teixeira
01/11/2020 09:50
Senhores,

Verdade inconveniente

"Com frases bem articuladas, que agradam a imprensa, Mourão é usado para mostrar que o vice tem de sobra o que falta ao titular: bom senso." (CH, abaixo)

E mais, o vice-presidente, aparentemente:

a)não tem filho saindo para curtir o feriadão usando descaradamente passagens e diárias pagas pelo contribuinte;

b) não tem filho abestado falando como se ministro de relações exteriores o fosse;

c) não tem filho chefiando o gabinete do ódio;

d) não tem filho pedindo isenção de impostos para a importação de games;

e) não tem esposa recebendo 89mi de queiroz.

Penso que o General Mourão continua administrando tempos e movimentos. Já estamos em novembro. Se o outro dançar em 2021,como vem planejando e executando, ele assume com porte de Estadista!
Herculano
01/11/2020 06:30
PRECISAMOS FALAR DAS MILÍCIAS, por Flavia Lima, repórter especializada em economia, é formada em ciências sociais pela USP e em direito pelo Mackenzie. É ombudsman da Folha desde maio de 2019

Conivência estatal e desatenção da mídia alimentam domínio desses grupos

Em 19 de setembro, a Folha produziu uma boa reportagem sobre a atuação de milícias no Rio de Janeiro. A matéria indicava que esses grupos vêm adaptando comportamentos para atuar em áreas ricas do Rio e oferecer o que já fazem em bairros periféricos: "proteção".

Com o objetivo de comentar a reportagem em crítica interna, fiz uma busca rápida na internet e, curiosamente, o que apareceu primeiro foi outra matéria da Folha com título bastante semelhante ("Milícia de policiais assedia área nobre do Rio"), porém publicada em dezembro de 2006.

Foi então que me dei conta de que os jornais cobrem pontualmente a questão, muitas vezes tratando como novidade um fenômeno antigo, o que contribui para a invisibilidade da questão, seu fortalecimento e incompreensão.

Um mês depois daquela matéria, o tema foi recolocado nas manchetes de todos os jornais a propósito de uma operação feita pela polícia do Rio de Janeiro que resultou na morte de 17 supostos milicianos.

Dias depois, em 19 de outubro, estudo inédito feito por uma rede de pesquisadores deu novo impulso a reportagens, ao mostrar que as milícias controlam 41 dos 161 bairros do Rio de Janeiro, o que corresponde a 57,5% da superfície territorial da cidade e compreende mais de 2 milhões de moradores.

Formadas no início dos anos 2000, as milícias são grupos constituídos por agentes do Estado (policiais e bombeiros), ex-agentes e civis, que controlam territórios por meio de extorsão de todo tipo de taxa a moradores e comerciantes, além de fazerem negócios nas áreas de construção irregular, manejo de lixo, contrabando e tráfico de armas e de drogas.

O domínio das milícias, sobretudo nas comunidades mais pobres do Rio, é assunto tão importante quanto a violência policial ou o tráfico. Portanto, é evidente o interesse público em entender como operam e de que forma as autoridades constituídas lidam com a questão.

Não é de hoje que a imprensa tenta abordar o fenômeno, com jornalistas experientes dedicados ao tema, em especial no Rio de Janeiro.

As eleições municipais também costumam trazer o assunto de volta ao debate, dado que é cada vez mais evidente a influência dos grupos paramilitares sobre vereadores e prefeitos das regiões que controlam.

Muitas vezes, no entanto, essa cobertura é feita de forma intermitente e, pior, sob risco.

Em maio de 2008, repórteres do jornal O Dia foram mantidos em cárcere privado e torturados por mais de sete horas quando preparavam uma série de reportagens sobre a atuação de milicianos na favela do Batan, na zona oeste do Rio.

Dez anos depois, milicianos foram apontados como responsáveis por matar a vereadora Marielle Franco, em uma demonstração de que nem imprensa, nem governos, nem polícia e Forças Armadas são obstáculos para um grupo que só se expandiu e se fortaleceu.

Há inúmeros desafios nesse tipo de cobertura. Um deles é que, para levá-la adiante, jornalistas dependem das fontes da polícia, um complicador em casos que envolvem quadros da própria polícia.

É comum que repórteres acabem reproduzindo o olhar punitivo das suas fontes do Judiciário, do MP ou da polícia, sem muita reflexão.

Muitas vezes também, os jornais se deixam pautar por operações vistosas, que certamente rendem publicidade aos chefes de polícia de ocasião, mas não atingem os modelos de negócio desses grupos, fazendo apenas com que troquem de mãos.

Por fim, esse tipo de corrupção das forças do Estado (reforço aqui a palavra corrupção) não deveria ser assunto exclusivo das editorias policiais - mas também de política.

Em entrevista ao Globo, o jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso disse que é impossível pensar nos domínios exercidos por milicianos sem a conivência de batalhões, delegacias e políticos e, acrescento, a pouca atenção da mídia.

Paes Manso lembrou também, em artigo para a Folha, que o hoje presidente Jair Bolsonaro e seus filhos são defensores de longa data da violência fardada, inclusive da miliciana, próximos que sempre foram de figuras como o ex-PM Adriano da Nóbrega, que teve a mãe e a ex-mulher empregadas em gabinetes da família e que trabalhava, segundo depoimento, para um bicheiro quando foi homenageado por Bolsonaro.

Na leitura de Paes Manso, a eleição de Jair Bolsonaro marcou o fim da Nova República para inaugurar a imprevisível república das milícias.

Se isso é verdade, não dá para voltar a se dedicar ao tema daqui a outros dez anos, sob risco de nos depararmos sabe-se lá com que país.

É uma cobertura à qual a imprensa que se diz nacional precisa prestar mais atenção, dedicando mais tempo e investimento ao assunto, dando visibilidade a ele e fomentando o debate.
Herculano
01/11/2020 06:20
da série: quando o novo se torna um político profissional e gera dúvidas no eleitor. O eleitorado de Blumenau está respondendo inicialmente melhor nas pesquisas essas artimanhas e arranjos das velhas manhas do que os vizinhos de Gaspar e Ilhota.

JPK E NAPOLEÃO, por Cláudio Prisco Paraíso

A coluna já registrou as impressões acerca do possível erro político-eleitoral (as urnas vão mostrar a realidade daqui a 15 dias) envolvendo a união da família Amin e do senador Dário Berger em Florianópolis.

Em Blumenau, terceira maior cidade do estado, ocorre situação semelhante, embora a rivalidade que agora se desfez seja bem mais recente.

Estamos falando da candidatura do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) e o apoio que ele recebe do também ex-mandatário, Napoleão Bernardes (PSD).

O agora pessedista chegou ao Paço justamente na sucessão de JPK, em 2012, quando ele cumpriu o segundo mandato. E bateu o candidato apoio por Kleinübing, o ex-deputado Jean Kühlmann. Quatro anos depois, novamente o embate entre Napoleão e Kuhlmann, sempre respaldado por JPK. E reeleição do prefeito.

AMIGOS DE OCASIÃO

Outro fator neste contexto. O atual prefeito, Mario Hildebrandt (Podemos), que lidera as pesquisas este ano, foi o vice de Napoleão até 2018, quando ele, ainda alistado no PSDB, foi escolhido candidato a vice-governador e renunciou à prefeitura.

DOIS CONTRA UM

De volta a 2020, Hildebrandt concorre contra os dois ex-prefeitos mais recentes e que eram adversários até este ano: João Paulo Kleinübing, respaldado por Napoleão Bernardes.

O PADRINHO

Outro componente. JPK é pupilo de Esperidião Amin, que corre o risco de perder na Capital com a esposa e em Blumenau com o afilhado político, entre outras coisas, por esses arranjos difíceis de explicar para o distinto público eleitoral. Vale lembrar também que Kleinübing e Napoleão se enfrentaram nas eleições de 2018, os dois como vice [governador]. E, os dois derrotados.

LIDERANÇA

O senador Jorginho Mello (PL-SC) é o mais novo vice-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. A indicação foi feita no último dia 26 pelo líder do Governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, ao presidente da Casa, Daniel Alcolumbre. Com a entrada do senador catarinense, o governo federal passa a ter dez vice-líderes, escolhidos entre os partidos MDB, PL, Republicanos, MDB, PSD, PP, DEM e PROS na Câmara e no Senado.

DEFESA

Segundo o senador Jorginho Mello, sua maior missão é defender as políticas públicas do governo federal no Congresso. "Eu já era um dos que mais votavam com o governo, mas agora como vice-líder vou ter como tarefa ajudar com que matérias de interesse do Governo Bolsonaro sejam votadas e aprovadas. Estou chegando para contribuir ainda mais com esse projeto", explica Mello.

TURISMO

A defesa do transporte turístico no estado conta com novas lideranças, eleitas nesta semana, em assembleia on-line da associação e do sindicato empresarial do setor em Santa Catarina (Aettusc/Sinfrettusc). A equipe agora terá a interlocução junto aos órgãos reguladores, Governo Estadual, Federal e associados, encarando o desafio de auxiliar a retomada do segmento diante da crise decorrente da pandemia da Covid-19. Hermes Artur Klann será o novo presidente, assumindo o mandato no biênio 2020/2022. Seu antecessor, José Marciel Neis, deixa o cargo depois de presidir a associação entre 2018 e 2020.

PONTES

Nem bem tomou posse como governadora interina, Daniela Reinehr, já começou as agendas de contatos institucionais e políticos. Fez bem ao escolher a primeira reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júlio Garcia.

Na sequência, ela esteve com o presidente do TCE, Adircélio de Moraes. Em poucas horas, ela já demonstrou total disposição para o diálogo e a convivência institucional, algo que Moisés da Silva não parece apreciar nem um pouco.
Herculano
01/11/2020 06:09
DISFUNCIONAL, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005), no jornal Folha de S. Paulo

Nossa peculiar tributação discrimina as regras por produto, os que são isentos e os que têm base de cálculo reduzida (pagam menos do que os demais), assim como regimes específicos por setores.

Para se ter uma noção do grau de detalhamento da legislação, óleo combustível paga menos imposto, desde que seja destinado a navios pesqueiros. Esse benefício, porém, é limitado à quantidade de consumo para cada embarcação por dia efetivo de trabalho. Existe também uma regra que desonera cavalos puros-sangues, desde que não sejam do tipo inglês.

O estado de São Paulo publicou uma lei e quatro decretos que diminuem as isenções e desonerações tributárias a partir de 2021. São muitas as mudanças, porém seu escopo é limitado por normas mais gerais.

A legislação federal estabelece que benefícios fiscais do ICMS devem ser acordados, por unanimidade, pelo Confaz, órgão que reúne os secretários estaduais de Fazenda.

Desde 2016, o Confaz permite que cada estado possa reduzir os benefícios que concede. Com base nisso, São Paulo diminuiu os incentivos tributários para vários bens. Seguindo o regramento, o ajuste varia item a item.

A reforma de São Paulo reduz, por exemplo, os benefícios para a pedra britada, os moluscos e a pós-larva de camarão. Na maioria dos casos, porém, o auxílio cai apenas cerca de 20%. Outros produtos preservam seus privilégios. Algumas aeronaves continuam isentas, outras têm carga tributária de 4%.

A lei também aperfeiçoa os critérios para a concessão de alguns benefícios, como a isenção de IPVA para portadores de deficiência. A reforma parece fazer sentido, pois essas pessoas podem precisar de carros especiais para o transporte.

O diabo reside nos detalhes. Como definir uma deficiência? Precisar de cadeiras de rodas certamente qualifica. Mas e ter uma prótese no quadril que não afete a mobilidade? Nesse caso, não há dificuldade para dirigir um automóvel convencional.

Por meio de ações judiciais e leituras generosas da lei, pessoas são isentas do IPVA, mesmo que estejam no 1% mais rico da população e disputem provas de ciclismo. Um chefe de família pode não pagar o imposto caso seu filho seja diagnosticado com autismo leve. O percentual de novos automóveis isentos chega a 10% em alguns estados.

Nos países desenvolvidos, a tributação incide progressivamente sobre a renda e, com normas simples e gerais, sobre o consumo. Os programas de assistência pública, por outro lado, cuidam das famílias vulneráveis.

O regime tributário no Brasil, com suas regras específicas para cada tipo de bem e princípios vagos para a concessão de benefícios, resulta em um sistema caótico e disfuncional.
Herculano
01/11/2020 06:04
da série: o General Mourão está rifado se falar ou ficar calado. Ou alguém tem alguma dúvida disso? E cada vez mais os fardados de gemas e estrelas, sabem muito bem que foram usados para um discurso que na prática está deixando-os expostos, quando não humilhados. Quem viver, verá...

PALPITES DE MOURÃO O AFASTAM DA REELEIÇÃO DE 2022, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Hamilton Mourão contraria a tradição brasileira de vices discretos, que só se movem ou falam para ajudar o governo ou cumprir missão confiada pelo presidente da República. Ávido leitor de jornais, virou comentarista do cotidiano, do jogo do Flamengo no Brasileirão ao "anúncio" de que o governo pagará a conta da vacina de João Doria. Perguntou, respondeu, frequentemente causando embaraços ao governo. O que poucos sabem ou fingem não saber, é que ele não tem poder e nem fala pelo governo. E dificilmente vai compor a chapa de reeleição de Bolsonaro, em 2022.

PROFESSOR DE SENSATEZ

Com frases bem articuladas, que agradam a imprensa, Mourão é usado para mostrar que o vice tem de sobra o que falta ao titular: bom senso.

OCUPANDO O TEMPO

No Planalto, alguns militares influentes têm insistido para que Bolsonaro ocupe o tempo de Mourão com tarefas de governo.

ELE É INDEMISSÍVEL

Bolsonaro não gosta da ideia de ocupar o tempo de Mourão pela mesma razão que o vice fala sem medo de ser feliz: ele foi eleito, é indemissível.

VICES EXEMPLARES

O Brasil teve vices sempre elogiados pelos presidentes pela discrição e atitude colaborativa, como Marco Maciel, José Alencar e Michel Temer.

PRODUTORES DE ETANOL AJUÍZAM PROTESTO CONTRA ANP

Está na 8ª Vara Federal do Distrito Federal uma notificação judicial, na forma de Protesto, contra a Agência Nacional de Petróleo (ANP), que claramente a serviço das distribuidoras de combustíveis continua ignorando decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no sentido de normatizar a implantação da venda direta do produto aos postos de combustíveis, tornando-o mais barato para os consumidores. Cartório criado pela ANP só autoriza a venda por meio de distribuidoras.

CONSULTA MALANDRA

O objetivo da notificação judicial é fazer a ANP alterar o objeto de uma "consulta pública" malandra, para postergar a decisão da venda direta.

MAIS UM CARTóRIO

A ANP marcou "consulta pública" para desafiar o CNPE e criar um novo "cartório" para distribuidoras dedicadas apenas à venda de etanol.

BOLA COM A JUSTIÇA

O protesto judicial contra ANP foi ajuizado pelos Sindaçúcar de Alagoas e Pernambuco, entidades que representam produtores de etanol.

TREM PARADO

O governo tenta pautar no Congresso o novo marco das ferrovias. Mas não há acordo. O relator é o senador Jean Paul Prates (RN)... do PT. Ele é candidato a prefeito de Natal e integra frente em "defesa da Petrobras".

CORTINA DE FUMAÇA

A direção da federação dos bancos (Febraban) não afirma isso publicamente, mas desconfia que o ministro Paulo Guedes (Economia) atacou a entidade para desviar a atenção para algo muito grave. Talvez os números do desemprego divulgados sexta-feira (3), pelo IBGE.

MAIS IMPOSTO, NÃO

A Confederação Nacional do Transporte lançou o documento "Pilares para a Reforma Tributária", que define as prioridades para o projeto do governo. O primeiro pilar é o "não aumento da carga tributária e setorial".

O NOVO GARIMPA DINHEIRO

O Novo intensificou o envio de e-mails com ofertas de produtos ligados ao partido. Contrário ao uso de dinheiro do fundão eleitoral, o Novo usa dinheiro da venda de roupas, acessórios de escritório e até máscaras.

PREVISÃO

A Câmara Americana de Comércio (Amcham) lançou a 3ª edição do "Relatório Trump vs. Biden", que analisa os impactos da vitória de cada candidato. Diz ser "provável uma vitória de Biden", mas considera que "incertezas relacionadas a pesquisas" podem surpreender na reta final.

GRANDE MERCADO

O auxílio emergencial revelou dezenas de milhões de brasileiros sem conta em banco e chamou atenção das fintechs. Segundo um estudo do Instituto Locomotiva, eles movimentam mais de R$ 800 bilhões por ano.

PROGRESSO

As obras de três viadutos na entrada de Cuiabá seguem a todo vapor e, segundo o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), serão fundamentais na duplicação de 174km da BR163, ajudando a escoar a produção local.

NÚMEROS TAMBÉM MENTEM

Sindicalistas da Caixa espalham que o funcionalismo foi reduzido em 100 mil e a proporção de cidadãos por servidor subiu 50%, em 30 anos. É fake news: ignoraram os 10 milhões servidores estaduais e municipais, além de aposentados e pensionistas.

PENSANDO BEM...

...casamento de Ciro com Lula vai dar em "ciroula".
Herculano
01/11/2020 05:55
A INAÇÃO DO EXECUTIVO SAI CARO, por Samuel Pessôa, economista pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance, no jornal Folha de S. Paulo

É espantoso o comportamento do presidente e de seu ministro da Economia

Há duas semanas o IBGE divulgou a prévia da inflação de outubro, não muito superior ao que se esperava. A prévia foi de 0,94%, com inflação de preços livres de 1,19%. Mas começou a haver um processo de espalhamento da inflação.

Bens industriais subiram 0,88% em outubro, segundo a prévia. Deixou de ser somente um choque agrícola. Preocupa especialmente que os núcleos - índices da inflação que consideram os itens menos voláteis - tenham vindo mais fortes.

Tudo indica que 2020 fechará com inflação na casa de 3,5%. Para 2021, difícil saber. Se houver solução para nosso desequilíbrio fiscal, o câmbio deve se valorizar e as pressões inflacionárias diminuirão. A inflação em 2021 ficaria próxima de 3,5% ao ano.

Mas se uma solução para o desequilíbrio fiscal não for encaminhada pelo Congresso Nacional e tivermos nova rodada de desvalorização do câmbio em 2021 - para, por exemplo, R$ 6,5 -, a inflação sofrerá nova elevação para algo perto de 4,5%. Valor claramente superior à meta de inflação para 2021, de 3,75%.

O Banco Central terá que em algum momento iniciar um ciclo de elevação da taxa de juros. E, quando isso ocorrer, pesará o fato de uma parcela de 66% da dívida pública estar atrelada à taxa de juros de curto prazo. O custo da dívida pode ficar proibitivo.

Além da inflação, a não solução do problema fiscal dificulta a retomada da economia. O motivo é que a incerteza fiscal aumenta muito o risco inflacionário. E a elevação do risco inflacionário amplia os juros de prazos mais longos. Sobem os juros nominais, e também os juros reais. A retomada pode engasgar e podemos caminhar para um cenário de estagflação em 2021-2022: economia fraquejando e inflação em alta. Não seria a primeira vez.

Frente a esse quadro, é espantoso o comportamento do presidente e de seu ministro da Economia. Temos a impressão de que o Executivo deseja reproduzir a estratégia da reforma da Previdência. Naquela oportunidade, a liderança do processo ficou com o Congresso Nacional.

Há dois problemas com essa estratégia do Executivo. A reforma da Previdência havia sido longamente debatida no governo Temer. O tema estava maduro na sociedade. Não é o caso agora.

Segundo, a falta de ação do Executivo em um sistema presidencialista, com presidente institucionalmente forte, pode aumentar muito o custo fiscal da solução. Ocorreu assim em 2020. O fato de o Executivo ter deixado a liderança do processo de construção do pacote fiscal para enfrentar a epidemia a cargo do Congresso fez com que nosso conjunto de medidas fosse o mais caro entre os emergentes.

Por omissão do Executivo, comprometemos o futuro, dificultamos a situação das contas públicas, e jogaremos o país em risco fiscal irremediável se tivermos que enfrentar uma segunda onda da epidemia.

Cálculos do Ibre sugerem que cada 1 ponto percentual do PIB de pacote fiscal contribuiu para que a queda do PIB, em função da epidemia, fosse 0,25 pp menos intensa, o que é um multiplicador muito baixo.

Isso era esperado, já que o objetivo não foi estimular a economia, mas sim criar condições para que as pessoas pudessem ficar em casa se protegendo da epidemia. Mas é justamente por isso que era importante que a calibragem fosse a melhor possível.

Já temos um Estado de bem-estar social mais robusto do que os demais países emergentes. Não faz nenhum sentido que nosso pacote fiscal tenha sido o mais dispendioso.

O Congresso Nacional entende a situação. Mas deixado ao sabor dos acontecimentos, é difícil que haja coordenação.
Herculano
01/11/2020 05:49
da série: Carlos Brickman talvez nem ouviu falar de Gaspar e Ilhota, mas seus três primeiros comentários deles reproduzidos abaixo nesta área de leitura minhas parecem que as teve como inspiração

A ARTE DE EXIBIR O INÚTIL, por Carlos Brickmann

Sempre é hora de admitir o erro: passei a vida acreditando que, de eleição em eleição, os eleitores aprenderiam a separar os enganadores e, aos poucos, iriam reduzir seu número. Não seria questão ideológica: ficaria óbvio que, não importa o que o candidato prometesse, isso teria de estar a seu alcance.

Bobagem: nesta eleição, temos candidatos a prefeito propondo medidas que não estão ao alcance das prefeituras, e só poderiam ser realizadas pelo Governo Federal, ouvido o Banco Central. Em compensação, aquilo que é da competência das prefeituras, como cuidar dos problemas da cidade, está sendo solenemente esquecido. Coisas básicas, como garantir as verbas de manutenção para as obras municipais - quem, em que cidade, ousou propor?

Mas, com dezenas de partidos e bilhões de reais em dinheiro público para financiar as campanhas, os candidatos a vereador transformam os colegas prefeituráveis em estadistas. Há candidatos que se orgulham de ser donos de prostíbulos, ou de ter sobrenomes, reais ou não, que evocam aquilo que têm dentro da cabeça, ou que, lembrando atividades que desempenharam ou desempenham, ameaçam o eleitor com um "vote em mim senão eu conto".

Uma pena: aquela que deveria ser uma festa democrática virou proibidão e, se há algo que ensina, é a tratar como piada a escolha dos dirigentes das cidades. Claro que em seguida todos vão criticar as atitudes e as despesas dos vereadores e a incompetência do prefeito que elegeram. Como sair disso?

OS MAUS E OS BONS

Claro que, nessa mixórdia de dezenas de partidos, centenas de candidatos, verba pública à vontade nas mãos dos donos das legendas, há gente boa. Só que a gente boa, com competência, capaz de viver com o salário público sem buscar fontes ilegais de renda, é ocultada pela massa de pessoas que não têm a menor ideia do que faz um vereador, ou de quais prioridades urbanas que um prefeito tem de tratar.

Essa massa de candidatos aumenta muito se fizermos a conta dos que sabem o que querem fazer - enfiar a mão no pudim. Eleger alguém exige de cada eleitor muita dedicação: ouvir amigos confiáveis, nem pensar em eleger alguém só porque "é celebridade", dar uma pequena vista de olhos nas atividades de quem já exerce algum cargo e pretende voltar a ele. Dá trabalho, mas pode resultar numa cidade melhor.

ACREDITE SE QUISER

Houve casos em que fui pesquisar, saber se o que estava vendo como propaganda eleitoral não era apenas piada. Não, não era: vi gravações reais de candidatos que não sabiam o nome da cidade em que queriam eleger-se, e encontravam enormes dificuldades para dizer que, uma vez eleitos, iriam dar força à saúde, educação e segurança. O eleitor jamais o escolheria para qualquer emprego; mas alguns serão escolhidos para governar sua cidade.

TUDO TEM SAÍDA

De qualquer forma, não perca a esperança: hoje é Dia de Todos os Santos, dia propício a milagres. O Dia das Bruxas foi ontem. É festa americana, mas como Trump comemora Bolsonaro também deve tê-lo comemorado. E soube escapar das travessuras, oferecendo gostosuras ao Centrão.

ATENÇÃO: É AGORA

Depois de amanhã, os Estados Unidos elegem seu presidente. A eleição americana pode ter mais repercussão no Brasil que a brasileira. Se Trump for derrotado por Joe Biden, a diplomacia brasileira vai ter de trabalhar, já que o presidente e seus filhos deram apoio total a Trump. Depois de brigar com a União Europeia e a China, perder o apoio americano deixa o país isolado.

INACREDITÁVEL 1

Celso Russomano, candidato bolsonarista à Prefeitura de São Paulo, hoje em segundo lugar nas pesquisas (embora em queda), disse com todas as letras que o candidato favorito, Bruno Covas, pode morrer - é fato que vem há tempos se tratando de câncer. E, morrendo Covas, seu eleitor teria dado o voto não a ele, mas ao vice. Russomano tem razão: todos - todos - podem morrer de uma hora para outra. A doença de Tancredo, bem na véspera de tomar posse, foi inesperada, como inesperada foi a morte de Faria Lima, ex-prefeito de São Paulo, no momento em que os militares se uniam a seu redor para levá-lo à Presidência, no lugar do marechal Costa e Silva.

INACREDITÁVEL 2

Piadinha do presidente Bolsonaro, ao provar o Guaraná Jesus, um popular refrigerante maranhense: como o Guaraná Jesus (pronuncia-se Jésus) é cor de rosa, disse que ia ficar boiola como os maranhenses. Os bolsonaristas já lembraram que Lula fez algo semelhante numa conversa com o prefeito de Pelotas, ao dizer que a cidade era um polo exportador de veados. Isso quer dizer que, para Bolsonaro, Lula é um exemplo?

Bem, a neta do criador do Guaraná Jesus ficou furiosa. Contou que seu avô, lá pelos idos de 1920, era simpático ao comunismo. Errou o alvo: em 1920, o comunismo era coisa da União Soviética. Bolsonaro só ficaria com enjoo se fosse comunismo chinês.
Herculano
01/11/2020 05:37
A PRIVATARIA DA SAÚDE NÃO TOMA JEITO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Costuraram no escurinho de Brasília um avanço sobre as Unidades Básicas de Saúde do SUS

A turma da privataria da saúde desprezou um velho conselho de Tancredo Neves e deu-se mal: "Esperteza quando é muita come o dono".

Costuraram no escurinho de Brasília um avanço sobre as Unidades Básicas de Saúde do SUS, conseguiram um decreto, provocaram uma gritaria, tomaram um momentâneo contravapor de Bolsonaro e avacalharam o general Eduardo Pazuello. Seu ministério disse que a ideia veio da ekipekonômika. Já o doutor Guedes disse inicialmente que ela veio do ministério do general.

Em 2019 essa turma produziu em segredo um projeto que virava de cabeça para baixo a legislação que rege os planos de saúde. Tinha 89 artigos, nenhum a favor da clientela. A peça havia sido produzida num escritório de advocacia por um consórcio de entidades, seguradoras e operadoras e a consulta ao seu texto era sigilosa. Divulgada, a armação explodiu e ficou sem pai nem mãe. Covardemente, ninguém saiu em sua defesa, nem os autores.

De lá para cá veio uma pandemia, e roubalheiras público-privadas com a saúde foram expostas no Rio, Amazonas, Pará, Brasília e Santa Catarina. Três secretários de saúde passaram pela cadeia, e dois governadores estão com o mandato a perigo.

Individualmente, entre os çábios da privataria médica há renomados profissionais, ou respeitados gestores. Coletivamente, eles se misturam com larápios e operadores do escurinho de Brasília, incapazes de botar a cara na vitrine. Se praticassem esse tipo de promiscuidade no tratamento de seus pacientes privados, a medicina brasileira já teria migrado para Miami.

FIGUEIREDO, GENERAL DE VITRINE

Está chegando às livrarias "Me Esqueçam: Figueiredo - A Biografia de uma Presidência", de Bernardo Braga Pasqualette. Conta o governo do general João Baptista Figueiredo, o último governante do ciclo que foi de 1964 a 1985.

Estourado e vulgar (um lorde nos dias de hoje), deixou a Presidência pedindo para ser esquecido. Conseguiu, mas os tempos estranhos do século 21 pediam que seu caso fosse contado, e Pasqualette ralou, entrevistando centenas de sobreviventes do ocaso da ditadura.

Figueiredo foi um personagem trágico. É visto como o último presidente da ditadura, mas assinou a anistia de 1979, respeitou as regras do jogo e deixou o palácio por uma porta lateral para não passar a faixa a José Sarney, que assumiu por conta da doença de Tancredo Neves. Seria seu grande momento. Foi o retrato de um temperamental desorientado.

Sua administração foi errática e ruinosa, mas a ele também se deve o fecho da transição para um regime democrático.

Figueiredo era um general de vitrine, tríplice coroado nas escolas militares, fazia o gênero do cavalariano desbocado e atlético. Ali havia um cardiopata inseguro e dissimulado. Muita medalha e pouco mérito. Ele passou mais tempo no palácio do que em comandos de tropa e viveu parte da Segunda Guerra como instrutor da cavalaria na escola de Realengo.

FAIXAS

Ao tempo do general Figueiredo o governo tinha mania de condecorações. Ela voltou, com mais um penduricalho: as faixas. Esse adereço monárquico exige bons modos e elegância. Quando o uso de faixas era coisa de miss em concurso de beleza, as moças vestiam-nas como rainhas.

Bolsonaro veste suas faixas com tamanha desatenção que elas podem acabar virando cachecóis. Em seu benefício, diga-se que nunca usou faixa com o paletó aberto, coisa que pela menos um dos seus generais já fez.

O FUTURO DE SALLES

A segurança de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente tornou-se idêntica à de uma jazida em reserva indígena.

Quando o general da reserva Santos Cruz reclamou do "desrespeito geral, por despreparo, inconsequência e boçalidade" que envenenam o ar, não deu nome aos bois, mas passou sua boiada.

COM O PT A PÃO E ÁGUA NAS PESQUISAS, LULA CAIU NA REAL

Ex-presidente retomou diálogo com Ciro Gomes e fala em "ampla coalizão" em 2022 contra Bolsonaro

Com o PT a pão e água nas pesquisas para a eleição dos prefeitos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, Lula caiu na real.

Em junho ele se recusava a assinar manifestos que julgava poluídos por eventuais adesões como as de Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.

Nas suas palavras: "Eu não tenho mais idade para ser maria vai com as outras. O PT já tem história neste país, já tem administração exemplar neste país. Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas".

Passaram-se quatro meses e a "metamorfose ambulante" mudou, anunciando que "podemos ter uma ampla coalizão contra o Bolsonaro em 2022".

Graças a uma costura de Camilo Santana, o governador petista do Ceará, "Nosso Guia" restabeleceu a comunicação com Ciro Gomes, a quem ele e o comissariado petista maltratavam.

Quando os dois se estranhavam, Ciro disse, com razão, que "o PT se acha dono dos votos" e Lula "se acha o maioral".

WITZEL SAUDITA

O doutor Wilson Witzel (Harvard Fake '15) ameaça: "Se perceber que há perseguição política e cooptação das instituições contra mim e a minha família, pretendo pedir asilo político no Canadá".

Ex-juiz, Witzel deve procurar um advogado ou pensar num outro tipo de fuga. É improvável que a embaixada do Canadá dê asilo político a um cidadão acusado de improbidade que tenha sido afastado do governo num processo público e irretocável.

Isso, fazendo-se de conta que o governador do Rio defendia os direitos humanos quando dizia que "a polícia vai mirar na cabecinha e... fogo".

O Canadá tem uma tradição humanitária e recebeu dezenas de milhares de refugiados, quase todos do andar de baixo. Talvez Witzel possa tentar a Arábia Saudita, que em 1979 asilou o balofo ugandense Idi Amin Dada, ou o Marrocos, onde o larápio general congolês Mobutu terminou seus dias.

GUEDES X MARINHO

O doutor Paulo Guedes sempre soube que a Febraban opera a serviço dos bancos, até porque já esteve naquele lado do balcão. Como ministro, atacou a guilda acusando-a de financiar "estudos que não têm nada a ver com a atividade de defesa das transações bancárias, financiando ministro gastador para ver se fura o teto, para ver se derruba o outro lado".

A fala seria trivial, mas seu final ficou críptico. Pode-se deduzir que o "ministro gastador" é Rogério Marinho. Falta explicar o uso da palavra "financiando".

Pelo nível das cotoveladas que os dois trocam, poderiam ouvir o conselho de Djalma Marinho, avô de Rogério, em 1968, quando o governo armava o bote do AI-5: "Ao rei, tudo, menos a honra"
Miguel José Teixeira
31/10/2020 20:09
Herculano,

"Conhecer as manhas de Brasília" é missão impossível.

Para melhor ilustrar as nuances da Capital Federal, vou parafrasear o saudoso Magalhães Pinto:

Brasília é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.

Imóvel, apenas a sua majestosa arquitetura!
Herculano
31/10/2020 19:52
ENTRE CUECAS E VACINAS, por Eliane Costa Ribeiro, em Os Divergentes

O dinheiro encontrado nas partes íntimas de um senador recebeu várias versões sobre sua origem. Até mesmo que teria sido fruto de corrupção. Nada disto. A autora pesquisou e descobriu a verdadeira origem do inusitado incidente. Coisa de comunista

Colecionador Athos Camargo foi o primeiro brasileiro a possuir a nova nota de 200 reais - Foto Orlando Brito
Disposta a achar uma explicação convincente para o episódio dos trinta mil reais recentemente encontrados entre as nádegas de uma figura pública brasileira, fui buscar auxílio na literatura nacional, pois esse recurso quase nunca falha.

Desta vez, foi Lima Barreto quem veio ao meu auxílio. Eu sabia que o olhar atento e a ironia afiada e aguda de nosso querido escritor carioca não iriam me decepcionar.

Em seu famoso conto "A Nova Califórnia", o autor nos faz conhecer a história ocorrida num pequeno vilarejo brasileiro, que teria recebido um ilustre viajante estrangeiro. O visitante, contudo, vivia recluso em sua residência, o que despertava o interesse e a curiosidade dos habitantes daquele lugar.

Passado algum tempo de sua chegada, o forasteiro finalmente fez uma aparição, ao visitar um conhecido comerciante local. Naquela oportunidade, solicitou ao respeitável cidadão a sua participação, em segredo, de um importante experimento e pediu-lhe, ainda, a indicação de mais duas pessoas idôneas e discretas da cidade para também participarem como cobaias de sua incrível invenção.

Soube-se, posteriormente, que a o experimento realizado pelo forasteiro consistia numa fórmula química, que transformaria ossos humanos em ouro.

Para encurtar a história, adianto que, a partir de divulgação e da disseminação de tal boato, foi noticiada na imprensa local a violação de inúmeras sepulturas no cemitério daquela cidade...

Ilustração de "A Nova Califórnia", de Lima Barreto
Após a releitura desse conto, fiquei a especular se o pobre homem capturado pelas forças policiais brasileiras, no episódio a que me referi no início desta crônica, não teria sido presa fácil de algum estrangeiro mal intencionado, provavelmente de origem chinesa, mesma origem da vacina que tantos têm se negado a aceitar.

Era tão óbvio! Como alguém não teria pensado nisso antes? Seria tudo fruto de uma estratégia chinesa, de um plano comunista, tramado há tempos por Mao-Tsé-Tung em conluio com Guevara para desacreditar as instituições burguesas liberais! E também para arruinar a indústria têxtil brasileira.

O plano, neste caso, seria fazer o indivíduo acreditar na possibilidade de transformação química do PIB (produto interno bruto) em notas de 200 reais, quando a matéria orgânica entrasse em contato com um tecido específico e diferenciado, fabricado pelas indústrias chinesas e utilizado exatamente na confecção de cuecas.

Desavisado, o pobre homem teria sido atraído pelo amor desinteressado às verdadeiras descobertas científicas e concordado em participar dos primeiros ensaios científicos, colocando-se à disposição do empreendimento estrangeiro.

Mas o inesperado aconteceu. No dia exato da comprovação do sucesso de tal experimento, o indivíduo foi surpreendido pelos investigadores e policiais brasileiros, que pouco ou nada compreenderam da importância de tal experimento para o futuro da humanidade. O procedimento policial o impediu de alcançar o esperado estrelato, embora estivesse a poucos minutos de sua consagração para a humanidade.

Toda a celeuma que se seguiu seria fruto da imprensa marrom, que teria disseminado uma versão eivada de inverdades e marcada pela interpretação distorcida dos fatos.

O certo é que, a partir dali, cuecas e vacinas entraram na ordem do dia das conversas de botequim:

- Mas esse rapaz não sabia com quem estava se metendo? Quanta ingenuidade!

- Pois é. Só faltava ele também experimentar essa vacina chinesa. Eu não acredito em sua eficácia. Para mim, deve ser algum preparado químico que deverá nos transformar em comunistas inveterados.

- Talvez um alucinógeno que nos fará enxergar o que não queremos ver.

- E o tecido da cueca? Você sabe de que é feito?

- Não sei. Mas é chinês. Não presta. Procurei aqui no Google. No meu celular.

- Esse seu celular é chinês?

- Ah, é... - respondeu o interlocutor, meio sem graça.

Mas logo se recobrou:

- Assim como esse seu laptop aí...

- Suas cuecas são chinesas? - perguntou o outro.

- Não, não...

Um silêncio então se fez presente.

O fato, leitores, é que algum tempo depois, os dados estatísticos sobre a economia brasileira indicaram um surpreendente aumento da importação de produtos chineses para o território nacional. Não pensem vocês que eram computadores, celulares, componentes eletrônicos, insumos para indústria. Nada disso.

Apenas cuecas.
Herculano
31/10/2020 19:48
Ao leitor Miguel, que conhece como poucos as manhas de Brasília

É impressionante, como essa gente deu um chute no discurso em tão pouco tempo e provou que enganou meio Brasil. Vindo do Rio de Janeiro, já era de se desconfiar.

"Flávio Bolsonaro cita erro da equipe após pedir reembolso de voo a Noronha".

Erro porra nenhuma. É que pego pela impressa que quer vê-la morta, exatamente porque ela exerce o papel dela, o Senador especialista em rachadinhas e milícias, arrumou uma desculpa esfarrapada como se todos fossemos tolos, imbecis e beócios. Wake up, Brazil!
Miguel José Teixeira
31/10/2020 19:32
Senhores,

Será clePTomania?

"Flávio Bolsonaro cita erro da equipe após pedir reembolso de voo a Noronha".

"O Gabinete do Senador Flávio Bolsonaro informa que houve um equívoco da equipe que emitiu as passagens para Fernando de Noronha. As passagens foram pagas pelo próprio senador, mas a equipe, por engano, pediu reembolso. Ele já fez a solicitação para cancelar o reembolso e para também cancelar os pedidos de diárias", diz a nota enviada pela assessoria dele....

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/10/31/flavio-bolsonaro-viagem-senado-passagem-fernando-noronha.htm?cmpid=copiaecola

Pois é. . .a equipe do mestre das "rachadjinhas" já opera no modo automático"

Ladrão é ladrão, né capitão!
Miguel José Teixeira
31/10/2020 11:19
Senhores,

Essa extraí do blog do Cacau Menezes:

"Modéstia floripana"

"Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima.

Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão daquela ostentação.

O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares.

Fiquei tentado porém declinei da oferta.
Continuando a viagem pela Europa encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma:

Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.

Chegando ao Brasil, fui direto para Santa Catarina.
Ao visitar a nossa catedral, no centro da cidade de Floripa, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro.

Sob o telefone um cartaz que dizia: LINHA DIRETA COM O PARAÍSO ?" PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25(vinte e cinco centavos).

Não me aguentei, e perguntei ao pároco de plantão ?" eu disse - viajei por toda a Europa e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este, mas o preço da chamada era 100 euros.Por que aqui é somente R$ 25 centavos?

O Padre sorriu e disse. Meu amigo, você está em FLORIPA. Aqui a ligação é local."
Miguel José Teixeira
31/10/2020 10:22
Senhores,

Sean Connery, o imortal!

E o frade franciscano William de Baskerville, hein?

Deixou-nos em pleno "Dias das Bruxas" sem revelar "O Nome da Rosa" com a qual seu assessor, o noviço Adso de Melk, teria cometido o pecado da carne.
Miguel José Teixeira
31/10/2020 08:35
Senhores,

Monteiro Lobato: muito além do halloween

"Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Rios de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
No país da fantasia
Num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo"
(Gilberto Gil)

Ouça em:
https://www.letras.mus.br/sitio-do-picapau-amarelo/1432329/
Miguel José Teixeira
31/10/2020 08:26
Senhores,

O pulo do gato

"A partir de hoje, candidatos só podem ser presos em flagrante" (UOL).

Huuummm. . .será o "boom" das cuecas ilhotenses com o inovador bolso "naro"?
Herculano
31/10/2020 08:14
A PESQUISA DO CRUZEIRO. ALGUMAS OBSERVAÇõES E PÍLULAS ANTECIPADAS

Como escrevi na Coluna e acima, para mim, esta eleição está encaixada naquilo que eu defino como "tempos estranhos".

E esses "tempos estranhos" se revelaram nas eleições gerais de 2018. É um fenômeno ainda não conhecido ou entendido.

Como escrevi na Coluna e acima, o meu comentário sobre a primeira a pesquisa do Cruzeiro só na coluna de segunda-feira, ou terça, devido ao feriadão. Ainda vai se decidir sobre isso na Redação.

PÍLULA I

Está absolutamente claro que Kleber Edson Wan Dall, MDB, está na frente. Afinal, são oito anos de campanha, quatro deles com a máquina da prefeitura, e seus 170 comissionados, 100 cargos em confiança como cabos eleitorais, as igrejas evangélicas pentecostais, os maiores partidos da cidade e 95% dos empresários entre tantos apoiadores de peso...

PÍLULA II

Está claro que a estratégia e a narrativa montadas pelo MDB, PSD, PP, PSDB e PDT unidos num blocão para permanecer no poder de plantão, que a tal ameaça da volta do PT ao poder, para assim o blocão se tornar o voto útil, está cada vez mais afastada. O engenheiro e professor Rodrigo Boeing Althoff, PL, se consolida cada vez mais como adversário viável contra Kleber.

PÍLULA III

O que antes da pesquisa eu definia como "tempos estranhos", ela se consagrou na pesquisa do Cruzeiro. Ela está na pesquisa espontânea, a que retrata a cabeça do eleitor naquele momento e pode ser o que ele vai fazer atrás do biombo que protege a urna eletrônica.

Aliás, a pesquisa espontânea a maioria dos político a esconde, pois sabe o que ela representa. E é com ela que faz o trabalho de inteligência, se tiver capacidade, estrutura e dinheiro, muito dinheiro.

PÍLULA IV

Na pesquisa espontânea do Cruzeiro, Kleber tem 41,6% contra 10,44% do engenheiro Rodrigo e que está de certa forma há apenas 20 dias em uma campanha com elevado grau de desorganização pois lhe falta estrutura (só tem voluntários), sem dinheiro e pode-se dizer, num partido nanico, o PL, sozinho, sem nenhum coligado como possui Kleber.

A margem de erro é quatro por cento para mais ou menos

PÍLULA V

E o que chama a atenção nesta parte da pesquisa espontânea onde não são apresentados nenhum nome de candidatos a prefeito de Gaspar?

Dois fatos significativos. Um é que há 34,34% de indecisos (não sabe ou não respondeu), e o baixo desempenho dos outros três concorrentes de Rodrigo e Kleber: 7,11% (incluindo as citações que deram a Pedro Celso Zuchi que nem candidato é). Este percentual é quase igual aos que não querem nenhum dos cinco candidatos oficiais: 6,51%.

PÍLULA VI

As pesquisas provaram que o engenheiro Rodrigo. Vai depender dele querer ser um candidato viável. Ele tem exatamente 15 dias para mudar o panorama. E a comunicação e os relacionamentos serão fundamentais.

PÍLULA VI

O chororô é grande nos quatro comitês dos que não estão no primeiro lugar na pesquisa do Cruzeiro. Colocam defeitos nela. Até pode ter, mas é idônea, não é de partido. Então o alvo errado.

Todos têm a sua explicação e razão. A única coisa que não percebem é que estão falando sempre com suas bolhas - as que o apoiam incondicionalmente - e provam com desculpas esfarrapadas e até acusações, que não romperam ou não querem romper as suas próprias bolhas.

Então precisam trabalhar e mudar no método de trabalho, pois o usado não está dando certo.

Se não romperem a própria bolha, inclusive no time do Rodrigo, vão perder ou ficar limitados ao teto que as pesquisas mostram que são capazes de motivar e transformar em votos. Simples assim! Acorda, Gaspar!
Herculano
31/10/2020 07:05
FINADOS! FERIADÃO SôNIA ABRÃO!, por José Simão, no jornal Folha de S. Paulo

E a Damares pega a vassoura que é Dia das Bruxas! Rarará!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

Predestinado da semana: "Preso pede impeachment contra o Bolsonaro". Como é o nome dele? JOÃO B?"RIA! Rarará!

Sensacionalista: "Descobriram a senha do Twitter do Ricardo Salles: queima pantanal". O Salles parece boneca inflável de sex shop. Inflado, cor de plástico e bocona vermelha! A diferença é que boneca apaga o fogo e o Salles taca fogo!

E atenção! Halloween e Finados. Feriadão Sônia Abrão!

Damares pega a vassoura que é Dia das Bruxas! Halloween no Brasil não é com abóbora, é com laranja! E o centrão é como Halloween: se não der doces, comete travessuras! Trave$$uras! Halloween do Maia: doces ou gostosuras? Os dois! Aliás, o Maia parece uma abóbora. É só abrir a boca e botar uma vela acesa!

E o Temer foi comprar uma máscara de Halloween e só venderam o elástico. "O senhor só precisa do elástico." Rarará!

E o Serra se olhou no espelho e gritou: "Halloween de novo?".

Vacina News! Bolsonaro faz post com cão "vacina obrigatória só no Faísca". Concordo! Vai que ele morde o Faísca! O Faísca e o Fiasco! Rarará!

Piauí Herald: "Após polêmica com China, governo anuncia compra de vacina de Rio das Pedras". O berço das milícias. Vacina Rio da Pedras é tiro e queda. Rarará!

E o Bozo tá tomando muita cloroquina. Olha a declaração: "Pra que essa pressa com a vacina?". Porque eu quero ir pra rua! Quero aglomerar com as amigues! Quero dar um perdido! E a outra: "Não é melhor investir na cura que na vacina?". Não queremos vacina, já temos a cloroquina!

E estão investindo num vermífugo chamado Anitta! Você dá dez rebolados na frente do espelho e fica curado. CUrado! Funk-19. Vírus rebola! Rarará!

E segunda é Finados! Peguei uma foto do Maia, Bolsonaro e Alcolumbre e escrevi: FINADOS VIVOS! Rarará! E essa: "Viúvo manda esculpir a vagina da esposa na lápide". Cada um chora pelo que tem saudade.

Lápide do hipocondríaco: "Não falei que tava doente?". Esse sou eu! Lápide do Renan Calheiros: "Ainda tenho 15 mandatos pra cumprir". Lápide do Lula: "Aqui jazz um amigo". Lápide do Bozo: "Foi a cloroquina". Rarará! E a lápide do nerd: "Enfim offline". Lápide de toda humanidade! Lápide do Carluxo: "Nem morta".

Nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Herculano
31/10/2020 07:00
GOVERNO FARÁ AMPLA REFORMA MINISTERIAL EM JANEIRO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O presidente Jair Bolsonaro deve iniciar a segunda metade do seu mandato, em janeiro, com uma reforma que os líderes do governo já classificam de "ampla", a fim de contemplar uma nova realidade política à qual teve de se render: o apoio dos partidos do centrão, que o próprio governo classifica de "tranquilizador", e a eleição para renovar as mesas diretoras do Senado e da Câmara. A maioria dos ministros será trocada.

NOVO DESENHO

Até líderes governistas que não integram o centrão admitem ser preciso "ajustar" o ministério ao novo desenho da base parlamentar do governo.

COALIZÃO EM ESTUDO

Ainda não está claro se Bolsonaro vai ceder ao "presidencialismo de coalizão", adotado por todos os seus antecessores.

CONGRESSO ELEITOR

Os mesmos líderes dizem que a eleição para as presidências da Câmara e do Senado será considerada, na formação do novo ministério.

MINISTROS ESTÁVEIS

Ministros da Casa Civil, Economia, Agricultura, Infraestrutura, Defesa, GSI, Relações Exteriores e outros, do "núcleo duro", devem continuar.

MAIA SE DEU MAL AO CRIAR CASO COM SALLES E O BC

Levantamento ModalMais/AP Exata revelou que as "caneladas" que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, distribuiu esta semana só pegaram mal para ele próprio. O deputado foi às redes sociais acusar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de vazar informações sobre uma conversa privada entre os dois. Teve de pedir desculpas após ficar claro que estava desinformado. Maia saiu prejudicado também com a briga que arrumou com o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).

SEMPRE NO LADO ERRADO

"A esquerda o acusa de proteger Bolsonaro e a família, enquanto a direita o considera responsável por atrasos em votações", diz a pesquisa.

FATOR PARALISANTE

Pra apoiadores de Bolsonaro, Maia não toca "as reformas e privatizações com potencial de dinamizar a economia", diz o levantamento.

DADOS DA PESQUISA

A pesquisa ModalMais/AP Exata é realizada através de análise de comportamento nas redes sociais, com tecnologia de inteligência artificial.

TÁ TUDO DOMINADO

Grupo que diz "estudar novos ilegalismos", em universidade fluminense, reclama que há mais operações policiais contra traficantes do que contra milicianos. Ignora que 81% das cerca de 1.500 favelas cariocas estão sob controle do tráfico, contra 19% sob a mira das armas dos milicianos.

NEGLIGÊNCIA IMPERDOÁVEL

Ferida, a baiana Simone pediu ajuda a um restaurante próximo à basílica de Notre Dame, em Nice, e perdeu sangue até falecer, uma hora e meia depois. E nada de ambulância. Se uma francesa fosse vítima de idêntica negligência no Brasil, até Macron protestaria contra o governo brasileiro.

ALERGIA À RESPONSABILIDADE

Uma das medidas provisórias paradas na Câmara, na gaveta de Rodrigo Maia, cria incentivo para bancos concederem crédito a micro, pequenas e médias empresas, na pandemia. Demorou e teve de ser prorrogada.

PF AGE NO MARANHÃO

Um dia após a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Maranhão, a Polícia Federal deflagrou uma operação para prender autoridades locais enroladas no superfaturamento de compras para o combate ao covid.

MENOS COVID, MAIS ATRASO

Para "seguir a recomendação de infectologistas que prestam consultoria sanitária para as eleições", o Tribunal Superior Eleitoral eliminou a biometria. Na cabeça dessa gente, digitar urna eletrônica não tem risco.

Só SOMAR, NUNCA DIMINUIR

Federação de petroleiros foi contra regramento sobre a Participação nos Lucros e Resultados da Petrobras. Eles cobram piso para o pagamento do benefício, mas nada se fala de eventual "participação em prejuízos".

A FARRA CONTINUA

Depois que médicos peritos do INSS se negarem a voltar ao trabalho por "questões sanitárias", a defensoria do Rio viu brecha para manter na rua 3 mil presos. O "risco de pegar covid" garantiu mais 90 dias de liberdade.

RESULTADO EM BREVE

Na sexta-feira, o site americano Real Clear Politics, que acompanha em tempo real todas as pesquisas sobre a corrida presidencial dos EUA, apontava vitória do candidato de oposição Joe Biden, com 7,8%, em média, à frente do presidente Donald Trump. A eleição é nesta terça (3).

PENSANDO BEM...

...o vice Mourão ainda não percebeu que quem fala demais dá bom dia à imprensa.
Herculano
31/10/2020 06:51
INQUISIDORES DE QUARTERÃO, por Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminal, presidiu a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (2001-2004), no jornal Folha de S. Paulo.

Tribunal assume função eclesiástica e joga a Constituição na lata do lixo

A Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu a entidade "Católicas pelo direito de decidir" de usar a expressão "Católicas" em seu nome.

A decisão judicial (com mais de 60 laudas) pode ser reformada pelas instâncias superiores, mas é um pequeno escândalo político - outro retrato constrangedor de um país que se desmancha diante de nossos olhos.

Por defender a legalização do aborto, a ONG fundada em 1993 e presente em diversos países, deve "adequar" seus estatutos sociais, sob pena de multa diária de R$ 1.000.

Não se trata de um triunfo conservador legítimo. É abuso de poder. A liberdade de expressão e o direito de se associar são jogados na lata do lixo.

É como se o Poder Judiciário tivesse legitimidade de impor à pessoa (jurídica ou física, não importa) um mandamento religioso: Você não pode se declarar católico se você é a favor do aborto. Como assim? Você pode usar qualquer outra palavra (veja como sou liberal, desde que você não viole "direito de terceiros", evidentemente), mas você não pode tornar pública a sua crença.

O tribunal desenvolve um ensaio perigoso de tolerância fake no momento de sentenciar: Você pode dizer que é mulher, que é feminista, mas você não pode dizer que é também católica.

Não é relevante investigar o rigor teológico da entidade atingida pela decisão judicial: o gesto é autoritário. Decisão tomada por homens sobre o jeito de mulheres se definirem, o gesto é também essencialmente machista.

O Tribunal de Justiça fala em "moral", "bons costumes", "ordem pública", "boa-fé", "transparência" (termos mais adequados para, por exemplo, tratar do auxílio-moradia) quando declara a "notória ilicitude" do uso da expressão "católicas" por entidade que, por defender o direito da mulher interromper a gestação (ainda que nos casos já previstos no Código Penal, como o estupro), "combatem" dogmas católicos.

O autor do pedido da esdrúxula intervenção judicial é o "Centro Dom Bosco", entidade carola e arcaica, "defensora da fé", formada por "soldados de Cristo", inimiga declarada do Supremo Tribunal Federal e de pautas progressistas concebidas para destruir as famílias e a sacralidade da vida humana. No ano passado tentou obter a censura judicial do episódio de Natal do canal de humor Porta dos Fundos, construído em torno de um Jesus homossexual.

Ao acolher esta litigância de má-fé (no sentido religioso do termo), contrária à vigência plena das garantias asseguradas pela Constituição de 1988, os juízes agem como ridículos e extemporâneos inquisidores de quarteirão.

A Justiça de São Paulo, o mais rico e populoso estado da federação, nos remete para o século 19, quando a religião era matéria de Império e de Estado, sendo inaceitável negar dogmas da religião católica, zombar dos seus santos ou formular doutrinas para "destruir as verdades fundamentais da existência de Deus e da imortalidade da alma".

Além de usurparem uma suposta autoridade eclesiástica que a magistratura não lhes confere (a associação de pessoas católicas e favoráveis à tese do aborto seria contra o Direito Canônico), os desembargadores se arvoram em senhores do bem e do mal: não interessa "a quem quer que seja" a existência de grupo com nome que não corresponda a sua autêntica finalidade.

É mais um componente espantoso da distopia errante, obscurantista e mulambenta que o governo Bolsonaro faz emergir.
Miguel José Teixeira
30/10/2020 23:01
Senhores,

Um certo Professor Rodrigo

Há muito, trabalho com o universo de Professores e Profissionais da Engenharia.

Normalmente, Engenheiro é Professor.

Como já disse o Cartunista norte-americano Scott Adams, criador de Dilbert, "O Engenheiro adora resolver problemas".

Lembrem-se que a Teoria Geral da Administração foi criada por dois Engenheiros: Taylor e Fayol.

Portanto, se a candidatura do Engenheiro e Professor Rodrigo Boeing Althoff está em ascendência, não é por acaso!

Êle tem os pré-requisitos para a nobre e árdua função: projetar e executar uma Cidade para o futuro!
Herculano
30/10/2020 18:50
da série: calvário dos políticos das oligarquias tradicionais que não querem Carlos Moisés da Silva, PSL, e Daniela Cristina Reinher, sem partido, no governo do estado

DESEMBARGADORA ROSANE PORTELA É RELATORA DO 2º PEDIDO DE IMPEACHMENT, por Roberto Azevedo, no Making of

A desembargadora Rosane Portela foi sorteada como relatora do Tribunal Especial de Julgamento referente ao segundo pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva - este referente as ações durante a pandemia - compras dos respiradores e hospital de campanha em Itajaí. O tribunal foi instalado nesta sexta-feira, 30, em sessão que iniciou por volta das 10 horas, no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis.

A relatora será responsável por elaborar parecer no qual recomendará a admissibilidade ou não da denúncia. O relatório será apreciado pelos demais membros do tribunal. Se o parecer recomendar o acatamento da denúncia e for aprovado por maioria simples dos integrantes (seis votos), um segundo julgamento do governador por crime de responsabilidade terá início.

Sem os excessivos apartes e a espetacularização da primeira instalação, a sessão do Tribunal Especial de Julgamento durou só 50 minutos.

Os membros deste segundo tribunal são os deputados Laércio Schuster (PSB), Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz (PT), Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP); e os desembargadores Luiz Zanelato, Sônia Maria Schmidt, Rosane Portela Wolff (relatora), Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco.

Os trabalhos do colegiado serão presididos pelo desembargador Ricardo Roesler, presidente do Tribunal de Justiça (TJSC).
Herculano
30/10/2020 18:44
PELO EM OVO

Quando o MDB de Gaspar publicou a pesquisa dele que dava 58% de vantagem para o seu candidato, apenas gerou uma desconfiança coletiva e até entre os seus.

Nenhum concorrente ousou em ir a fundo buscar eventuais truques na metodologia aplicada na pesquisa.

Os adversários que sobraram e não se alinharam com o MDB estão sem dinheiro e desestruturados. Estão rezando por milagres.

Agora, bastou uma pesquisa sem a chancela partidária do MDB sair na praça e com números diferentes do que ele queria, principalmente no segundo lugar pois ele quer o PT para ser uma eleição mamão-com-açúcar, que o MDB de Gaspar acionou nos bastidores meio mundo para encontrar motivos para a impugnação dela na publicação por veículo de comunicação com credibilidade.

Para concluir. Basta lembrar, quem em 2012, o MDB de Gaspar censurou, no último dia possível antes da eleição daquele ano, uma publicação de pesquisa em jornal concorrente, sob a alegação que ela favorecia o PT e prejudicava o MDB que queria impedir a reeleição de Pedro Celso Zuchi.

Não adiantou nada à manobra. Por que? Na pesquisa que valia para eleger alguém, o PT ganhou naquele ano.
Herculano
30/10/2020 18:33
A QUEM INTERESSA ENTREVISTAS DE CANDIDATOS AO VIVO NO RÁDIO E NA TELEVISÃO?

Em primeiro lugar, deveria elas ser interessantes aos eleitores e eleitoras, mas nem sempre é assim.

Em segundo lugar, os bem situados nas pesquisas odeiam essas entrevistas - as vezes bem chatas e mal conduzidas. Por que? Porque ficam expostos e parecem que precisam do escurinho para se esconder de perguntas incômodas.
Herculano
30/10/2020 18:29
ILHOTA EM CHAMAS.

O prefeito Érico de Oliveira, MDB, de Ilhota, não tem planos e sem tem não quer dar transparência para eles. É outro que acha que está eleito.

Convidado a dar uma entrevista a veículo de comunicação de Gaspar, interessou-se, confirmou a presença e depois, na última hora correu do pau, dizendo que houve um mal entendido e conflito de agenda.

Virou meme nas redes sociais. E está reclamando.
Herculano
30/10/2020 18:25


COISAS DA PESQUISA DE GASPAR

Quando circulou a informação no final da tarde desta sexta-feira de que o engenheiro e professor Rodrigo Boeing Althoff, PL, estava em segundo na primeira pesquisa do Cruzeiro do Vale, pelo menos dois vices concorrentes se manifestaram.

Um reclamou que na pesquisa dele entregue na segunda-feira estava em segundo. Não contesto. É um claro indício de mudança do jogo

Ou seja, quem está subindo tende a subir ou estagnar. E quem está caindo, tem a cair mais até estagnar. Este fenômeno é conhecido e tem nome nos meios estatísticos.

Outro, viu coisa armada. Ele estava certamente falando das práticas do partido dele e que são bem conhecidas por aqui e alhures. Acorda, Gaspar!
Herculano
30/10/2020 18:18
da série: enquanto os brasileiros morrem de Covid ou de medo, os políticos e governantes morrem de rir animando seus circos de amestrados. Vergonha!

BOLSONARO REBATE MOURÃO SOBRE COMPRA DE VACINA CINHESA: "A CANETA BIC É MINHA"

Presidente sinaliza que não vai autorizar a compra de doses do imunizante contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan com empresa da China

Conteúdo do jornal Correio Braziliense. Texto de Augusto Fernandes. O presidente Jair Bolsonaro voltou a se colocar contra a aquisição de doses da Coronavac, vacina contra a covid-19 em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, e disse nesta sexta-feira (30/10) que a palavra final sobre o assunto cabe a ele.

"A caneta Bic é minha", afirmou o mandatário, ao portal R7. A declaração dele é uma resposta ao que foi dito mais cedo nesta sexta pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de que o governo federal vai ajudar na compra da Coronavac.

Em entrevista à revista Veja, o general reconheceu que Bolsonaro está reticente em usar recursos da União para adquirir doses da vacina por conta da "briga política" que ele tem com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Mesmo assim, Mourão afirmou que o Executivo não deixaria de contrbuir para a compra do imunizante.

"Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí", garantiu Mourão.

Bolsonaro x Doria

Na última semana, Bolsonaro desautorizou um acordo entre o Butantan, que é vinculado ao Governo de São Paulo, e o Ministério da Saúde que garantiria a compra de 46 milhões de doses da Coronavac menos de 24 horas depois de o documento ter sido assinado.

Desde então, o presidente tem dito que a sua gestão não vai colocar dinheiro em uma vacina que ainda não tem comprovação científica e alertado Doria para "procurar outro" que pague pelo imunizante.

O presidente e o governador paulista também estão em atrito por conta da aplicação da vacina. Enquanto Bolsonaro defende que os brasileiros não devem ser obrigados a se imunizarem, Doria é a favor de que a futura resposta contra o novo coronavírus seja aplicada de forma compulsória.

No início da tarde desta sexta, por exemplo, Bolsonaro comentou com apoiadores que Doria está se transformando em um "autoritário" por conta da sua postura.

"Está acabando a pandemia (no Brasil). Acho que (o Doria) quer vacinar o pessoal na marra, rapidinho, porque (a pandemia) vai acabar e daí ele fala: 'acabou por causa da minha vacina'. Quem está acabando é o governo dele, com toda certeza", disse o presidente.
Herculano
30/10/2020 18:10
ALVOROÇO E CHORORô, reeditado das 17h37min

Uma simples nota antecipada esta tarde da coluna Chumbo, do editor do jornal Cruzeiro da Vale, Gilberto Schmitt, sem números, apenas afirmando que o engenheiro e professor Rodrigo Boeing Althoff, PL, está em segundo lugar na competição contra a reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB, colocou em polvorosa candidatos, lideranças políticas e meia dúzia de apostadores.

Após alguns minutos a nota saiu do ar para só estar na edição impressa sem esta afirmação.

São oito anos de campanha e quatro deles, com a lubrificada máquina do governo municipal contra alguém que se tornou candidato há apenas 20 dias e não possui sequer recursos financeiros para montar estrutura competitiva mínima capaz tocar uma campanha competitiva.

Tem gente assustada. Por que? Porque mostra o resultado da pesquisa mostra um certo grau de insatisfação do eleitorado ao que está aí instalado com o MDB, PP e seus agregados de última hora, como o PSD, PSDB e PDT para que concorrentes competitivos não houvesse.

O medo que o MDB sempre pregou e usou aos que resistiam a se alinhar com ele é de que o PT poderia voltar a governa Gaspar, onde esteve por três mandados, dois deles seguidos.

Com o PT mal das pernas, devido principalmente a mancha nacional do partido, eis que o MDB se surpreende com o surgimento de uma alternativa. Tudo que não queria, não quer e fará de tudo para que não seja uma possibilidade real

A primeira pesquisa do Cruzeiro do Vale e que possui a fama de acertar na margem de erro - a desta é de quatro por cento -, sairá na edição impressa que circula excepcionalmente amanhã, sábado.

A coluna Olhando a Maré deste sábado e que estará disponível aos leitores do portal daqui a pouco, já estava pronta antecipadamente quando os números da pesquisa chegaram à Redação.

Por isso, e para não conflitar à manchete que trata deste assunto no jornal impresso, só me lançarei às análises na coluna de terça-feira, naquilo que é público. Ela como manda a tradição, será feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale. Acorda, Gaspar!
Herculano
30/10/2020 17:55
AVERSÃO DE BOLSONARO À VACINA É APOSTA DE RISCO, por Josias de Souza, no UOL

"Procura outro pra pagar a tua vacina", disse Jair Bolsonaro a João Doria na sua tradicional live das noites de quintas-feiras. Ao converter a testagem, a produção, a certificação e a distribuição de vacinas contra a Covid em controvérsia eleitoral, Bolsonaro migra da condição de presidente para a de apostador.

Bolsonaro precisa apostar na ineficácia da vacina a ser fabricada no Instituto Butantan. Se for eficaz, o imunizante chinês, como qualquer outra vacina que se revele capaz de deter o vírus, tende a se tornar um objeto de desejo, pois pesquisa feita pelo Datafolha em agosto revelou que 89% dos brasileiros querem se vacinar.

O presidente já destinou R$ 4,5 bilhões para o desenvolvimento das vacinas de Oxford e do consórcio da OMS. Ainda que todas sejam um sucesso, serão insuficientes para imunizar todos os brasileiros. E Bolsonaro talvez tenha de fazer por pressão o que não fez por opção.

É curioso que o mesmo presidente que pregava a volta a uma hipotética normalidade desde março, quando o coronavírus começou a matar no Brasil, agora se transforme em pregoeiro da não-vacinação, arauto do direito de infectar. Bolsonaro fornece material para que o Supremo lhe imponha uma derrota.
Herculano
30/10/2020 17:46
JORGINHO MELLO É O NOVO VICE-LÍDER DO GOVERNO NO SENADO

O senador Jorginho Mello, PL, foi escolhido pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, para ser o novo vice-líder do governo no Senado. Ele entra no lugar

Jorginho entra no lugar doo senador Chico Rodrigues, DEM-RR, e que se licenciou por 121 dias depois de ser pego no dia 14 de outubro com R$30 mil nas cuecas pela Polícia Federal em Boa Vista, Roraima, na operação Desvid 19.

Jorginho Mello já trabalhou em Gaspar como gerente da agência do antigo Besc

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