03/11/2020
É que só agora uma pesquisa com senso de neutralidade mostrou o que todos já sabiam: o PT não está em segundo lugar
O PT foi o adversário criado pela narrativa do MDB no poder de plantão para a coligação do MDB, PSD, PP, PSDB E PDT se tornar o voto útil no ‘nós contra eles’
E nem tão poucos dias, com a oposição conservadora se estapeando entre ela, a virada que projetaram e sonharam os adversários de Kleber será algo quase improvável. Entretanto, possível.
Você gosta de esperar? Nem eu, nem você, certamente. Mas e quando todos nós estamos numa espera à qual não tem fim, como vivemos? É assim a provocativa peça do dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett (1906/89) “Esperando Godot”. Ela revolucionou à linguagem do teatro moderno (escrita em 1952 e encenada em 1953) e encaminhou Prêmio Nobel de Literatura em 1969 para Samuel.
E o "Dia da Marmota" você sabe do que se trata?
Da repetição, da fantasia, da crendice, daquilo que está na cara de todos, mas não para àquele que a vivencia na sua própria realidade.
Isto está retratado no filme “O Feitiço do Tempo” (1993). Diz a lenda que as “centenárias” (de verdade elas só vivem de oito a dez anos no ambiente natural), marmotas de Punxsutawney, a 120 quilômetros a nordeste de Pittsburgh, nos Estados Unidos, pelos hábitos, têm condições de revelarem aos humanos à duração do inverno naquela região. E no dia dois de fevereiro de lá, é o “Dia da Marmota”. O filme mostra o personagem meteorologista Phil Connors, acordando todos os dias, no mesmo Dia da Marmota, em Punxsutawney e se repetindo na busca da previsão da marmota
Gaspar está dessa forma em relação às expectativas sobre as eleições municipais deste ano.
De um lado esperando por um desfecho que parece não chegar como os adversários de Kleber Edson Wan Dall, MDB projetaram e do outro lado, o “Feitiço do Tempo” parece ser tão real, que muitos não se deram conta dele ainda. E por que? Porque ao invés de acreditarem na ciência (meteorologia), estão repetindo o que já aconteceu - ou se faz tão mecanicamente -, que não são capazes de compreender à ineficácia desse gesto repetitivo.
A PESQUISA DO CRUZEIRO
Vamos adiante. A primeira pesquisa de intenções de votos do jornal Cruzeiro do Vale, o que tem a fama de acertar dentro da margem de erro, o que carrega consigo a isenção e que lhe dá credibilidade nos seus 30 anos de liderança de circulação em Gaspar e Ilhota, foi um marco para diminuir as dúvidas e lendas até então existentes sobre as intenções de votos dos eleitores gasparenses nesta eleição.
Antes de prosseguir, quero declarar como já escrevi anteriormente, que não tive nada a ver com a escolha do instituto, contratação, planejamento e textos editoriais sobre as pesquisas publicadas no sábado. Nem ao menos acesso antecipado aos números dela. Então quem se queixa, para mim, sobre possíveis erros de metodologia, coleta de dados de campo, processamento e resultado final da pesquisa, deve se dirigir diretamente ao editor do jornal e do portal, Gilberto Schmitt.
De verdade? Este chororô todo e tão comum depois que se divulgam pesquisas eleitorais pois mexem com interesses, pressentimentos, jogos, apreensões e sentimentos, é muito do que escrevi na abertura deste comentário: há quem esteja “Esperando Godot” ou encenando o “Dia da Marmota” retratado no filme “O Feitiço do Tempo”. Resumindo: vive à sua própria realidade.
Eu sou um profissional que pautei e ainda pauto às minhas decisões no ambiente empresarial e de consultoria – em diversos campos - em pesquisas. Conheço como pouco essa ferramenta. E me surpreendo com que elas revelam ou sinalizam, mas principalmente com a reação dos que mandam fazer e pagam pesquisas, principalmente os que se dizem abertos a oportunidades ou juram que estão em busca de inovações.
Esses mandatários na hora do vamos ver, só acreditam naquilo que estavam esperando e como no filme “O Feitiço do Tempo”, repetem-se na esperança de que tudo mude como numa mágica para aquilo que queriam que fosse mudado e da forma como moldaram essa mudança. Ficam automaticamente anestesiados na necessidade de reagir e encontrar soluções novas ou diferentes diante de novas realidades. Espantoso!
Agora, como escrevi na coluna de sábado feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale e como repeti na área de comentários da coluna no portal no mesmo dia, estamos em “tempos estranhos”.
Esses “tempos estranhos” nos deram uma canseira nas eleições gerais de 2018. Foi o ano em que as pesquisas eleitorais – e os institutos famosos, tidos como sérios - foram desmoralizadas como nunca se teve conhecimento antes por aqui e até mesmo em outros eventos mundo afora.
Então, todo cuidado é pouco e por que? Quase nada se sabe desse novo fenômeno do eleitor, não só daqui ou do Brasil, mas globalmente, com viradas históricas e desmoralizantes ao apurado previamente pelos institutos de pesquisas.
Basta olhar à cautela que estão tendo os institutos que trabalham para diagnosticar – e explicar - a corrida eleitoral norte-americana e que se encerra hoje. Quase todos cravam o democrata Joe Biden, mas fazem uma série de ressalvas. E desde sexta-feira, também quase todos os institutos estão trabalhando com números muitos próximos e dentro das margens de erros.
No Brasil, até agora, saliento, todavia, as pesquisas eleitorais conhecidas até hoje, 12 dias antes das eleições, não apontaram para viradas históricas ou fora da curva de previsibilidade.
Retomando. Dois fenômenos são estudados. O primeiro é a aversão dos pesquisados às pesquisas eleitorais, falseando intencionalmente às suas intenções; a segunda é a influência de último momento das mídias digitais.
Antes da existência das redes sociais e aplicativos de mensagens como as conhecemos hoje, todos os números dos grandes institutos eram duradouros e quase certos. Eram até uma amostra de uma eleição antecipada.
UMA FERRAMENTA DE TRABALHO E COMUNICAÇÃO, OU DE PROPAGANDA, OU DE MANIPULAÇÃO, OU DE INTIMIDAÇÃO
Uma pesquisa em mãos e mentes hábeis é uma ferramenta de trabalho e comunicação para corrigir erros, enxergar oportunidades e produzir resultados diferenciais e que favorecem ao detentor dos dados.
Entretanto, uma pesquisa eleitoral em mãos e mentes hábeis é também um instrumento para propaganda, ou manipulação de lideranças, liderados, consumidores, massa popular desinformada e fanática.
Mais do que isso e especificamente. Uma pesquisa eleitoral em mãos e mentes hábeis pode ser também uma peça de intimidação contra os concorrentes e adversários. Por isso, não vou me alongar nos detalhes, pois há literatura fundamentada em diversos campos e cases sobre este assunto razoavelmente moderno, científico, cheio de nuances e possibilidades.
O que a pesquisa do Cruzeiro do Vale mostrou? Tudo aquilo que o MDB, PSD, PP, PDT e PSDB não queriam que fosse mostrado até então, ou seja, alguém fora do PT em segundo lugar. Seja na estimulada onde os nomes dos candidatos são apresentados, seja na espontânea onde o nome do candidato já está na cabeça do eleitor e pode em tese, mais facilmente, ser confirmado nas urnas.
UMA BOA SACADA ESTRATÉGICA
E por que colocar o PT em segundo lugar era vital para os que estão no poder de plantão e querem continuar nele? Porque há uma inteligência nessa formulação. Porque nesta narrativa que se insiste e que a pesquisa privada do MDB feita como propaganda – ou seja, pagou para que se divulgasse com esses números -, o PT manchado nacionalmente, representado a esquerda do atraso, vira o bicho papão dos gasparenses e o inimigo a ser batido.
Dessa forma, a poderosa coligação liderada pelo MDB de Gaspar com o PSD, PP, PSDB e PDT, passa ser a “salvadora da pátria”. Bem bolada. É do jogo jogado, mas que o próprio MDB não quer ver esclarecido, como eu esclareço.
E se a pesquisa do próprio MDB o coloca em segundo lugar, ela tem a intenção de cria terror e fazer os eleitores escolherem entre o PT e o que está aí, sem discutir a gestão do candidato que está buscando a reeleição. Também simples assim. É do jogo jogado. Cria vantagens e ao mesmo tempo mostra perigos.
O MDB não queria que PSL/Patriotas com o sindicalista e funcionário público municipal Sérgio Luiz Batista de Almeida, ou DEM com Vanderlei Rogério Knopp, ou o PL com o engenheiro e professor Rodrigo Boeing Althoff, aparecessem em segundo.
Entretanto, a pesquisa do Cruzeiro do Vale teve o mérito de desvendar este mistério e colocou Rodrigo em segundo lugar, tanto na estimulada como espontânea, o que se estabelece na coerência.
A pergunta derradeira desta descoberta tardia é: ainda há tempo para difundir e tentar uma virada?
Historicamente é difícil. Só o petista Pedro Celso Zuchi, em 2000, conseguiu isso, com Gaspar muito dividida. Nestas eleições, esta divisão não há, e a equipe de Rodrigo, sem dinheiro, sem organização, sem comunicação, vem batendo cabeça.
Até sábado – quando saiu a pesquisa - ela não possuía mãos e mentes hábeis fazer, bem como dinheiro para fazer uma pesquisa interna, muito menos dela e até a deste Cruzeiro do Vale uma ferramenta de trabalho. Já no MDB, PSD, PP, PDT, PSDB tudo abunda e nem precisam sair da prefeitura para fazer a máquina eleitoral funcionar.
A pesquisa feita pela Exitus, de Itajaí para o jornal Cruzeiro do Vale, ouviu 661 eleitores gasparenses durante os dias 28 e 29 de outubro e que dizem estar dispostos a votarem daqui a 12 dias.
Nesta terça-feira, dia da coluna, a situação já pode ser diferente como foi para a pesquisa-propaganda do MDB e cuja metodologias – para a do MDB e a do Cruzeiro do Vale - não podem ser comparadas. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SC-04251/2020. A margem de erro é de quatro por cento para mais ou menos
Se não houver um grande acontecimento que vá influenciar os resultados das eleições em Gaspar nestes últimos 12 dias ela já está definida. A única parte da pesquisa que sinaliza a possibilidade de problemas para Kleber é a espontânea, aquela em que não se apresenta os nomes dos candidatos, e só pesquisa aquilo que está consolidado na cabeça do eleitor e eleitora.
Mesmo assim, será preciso um trabalho inteligência de marketing e comunicação. Mas, nenhum adversário de Kleber possui essa ferramenta estruturada em suas campanhas.
Nesta parte da pesquisa do Cruzeiro do Vale, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSDB, PP, PSDB e PDT lidera com 41,6%; Rodrigo Boeing Althoff, PL, está em segundo com 10,44%; seguindo por Amarildo Rampelotti, PT, com 4,39%; Wanderlei Rogério Knopp, DEM, com 1,66% e Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, Patriotas, com 0,91%.
Tudo normal, se no outro lado a cabeça dos eleitores e eleitoras entrevistados não dessem três dicas fundamentais e um recado ao MDB.
A primeira e mais importante é que 34,34% não tinha ainda os seus candidatos – mesmo a 20 dias do pleito - e outros 6,51% não querem nenhum deles.
A segunda dica está na rejeição. A menor rejeição é exatamente do segundo colocado Rodrigo Boeing Althoff, PL, 2,27%. O que significa isso? Tudo e nada. Tudo se a campanha de Rodrigo souber aproveitar essa informação para produzir resultados emergenciais.
Nada, se a campanha de Rodrigo não souber o que fazer com informação revelada pela pesquisa. E por quê? Como ele se estabeleceu no segundo lugar, virou vidraça, virou competidor, virou problema para os demais e a rejeição dele vai aumentar. É também do jogo jogado.
Como há pouco tempo para virar o jogo, também há pouco tempo para ser marcado, manchado e perder tempo em explicações. Entretanto, em um ambiente de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, essa premissa da falta de tempo para colar alguma coisa ruim no candidato – e já se tentou na semana passada por duas vezes, exatamente quando se fazia a pesquisa -, mesmo que falsa, não se sustenta também. É a dos “tempos estranhos”.
Também deve-se considerar que os demais concorrentes tiveram uma rejeição relativamente baixa para os padrões deste tipo de pesquisa. Ela foi liderada pelo candidato do PT, José Amarildo Rampelotti, com 18, 61%, segunda pelos 13,62% de Kleber Edson Wan Dall, MDB; 5,30% de Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, Patriotas; e os 2,72% conferidos a Wanderlei Rogério Knopp, DEM.
A terceira dica é: os chamados candidatos e partidos da direita e do conservadorismo em Gaspar tiveram baixo desempenho na pesquisa do Cruzeiro do Vale. Esses eleitores estão na sua maioria com Kleber Edson Wan Dall, MDB, no núcleo das igrejas evangélicas pentecostais e que fechou as portas dos templos para Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, que pretendia dividir esse eleitorado.
E o recado é para a pesquisa-propaganda e estratégia do poderoso blocão MDB, PSD, PP, PSDB e PDT.
Trata-se da citação de 0,15% dos pesquisados que preferiam ter o ex-prefeito petista por três mandatos, Pedro Celso Zuchi como candidato.
Era o que queria o MDB como adversário para derrota-lo e reafirmar o discurso que criou há oito anos e não mudou o disco até agora. Zuchi não veio para o embate e mudar a sua biografia.
O MDB até chegou a comemorar até o possível impedimento de Amarildo, achando que Zuchi cairia na arapuca. Não caiu. O MDB perdeu parte do discurso. A sorte do MDB é que esse discurso do medo, “o nós contra eles”, do voto útil, foi desmascarado apenas duas semanas antes das eleições. E para encerrar a análise. Citei Rodrigo, mas poderia citar outros concorrentes de Kleber que estivessem em segundo lugar. A análise não seria muito diferente no contexto onde estão situados seus adversários, a exceção do PT, mas por outros fatores externos e que danificam a sua imagem do passado por aqui. Acorda, Gaspar!
É absolutamente claro que Kleber Edson Wan Dall, MDB, está na frente. Afinal, são oito anos de campanha, quatro deles com a máquina da prefeitura que além do normal, faz favores, emprega 170 comissionados, 100 cargos em confiança e automaticamente, todos viram cabos eleitorais dos patrões.
Se isso tudo fosse pouco, as igrejas evangélicas pentecostais de onde Kleber é oriundo, os maiores partidos da cidade (PP, PSD, PSDB e PDT) e 95% dos empresários entre tantos apoiadores de peso, ou ricos, estão reunidos para reeleger Kleber.
E se isso ainda fosse insuficiente, o MDB não teve nenhum pudor em tirar a vice-prefeitura do PP e cooptar para essa vaga estratégica o dono do PSD gasparense, Marcelo de Souza Brick até então assessor do presidente da Assembleia, Júlio Garcia, PSD.
Em 2016 Brick enfrentou o próprio Kleber e fez sombra. O MDB não quis saber de concorrentes: mesmo sob o protesto do PP. Escanteado, traído, o PP não arredou pé do grupo que quer permanecer nos cargos na prefeitura. Até fez chantagens, mas não deu certo.
Por outro lado, Brick que era um crítico contumaz do suposto toma-lá-dá-cá, do dinheiro que segundo em vídeos gravados se esparrama do poder de plantão, crítico dos poderosos como declarava em entrevistas gravadas que circulam aos quatro cantos da cidade, fez isso de caso pensado para se dar bem e se aliou a Kleber e a tudo que falsamente condenava.
O chororô foi e ainda está grande nos quatro comitês dos que não estão no primeiro lugar na pesquisa do Cruzeiro do Vale. Colocam defeitos nela. Até pode ter, mas é idônea, não é de nenhum partido. Não foi feita para servir de propaganda política ou enganar eleitores desavisados. Então o alvo dos queixosos está errado.
Todos os candidatos, apoiadores e metidos a coordenadores têm a sua explicação e sua razão para os números das pesquisas que não lhes cai bem. A única coisa que não perceberam é que ainda estão falando para e com suas bolhas - as que o apoiam incondicionalmente - e provam com desculpas esfarrapadas e até acusações, que não romperam ou não querem romper essas bolhas. Os votos que não têm, estão fora das suas bolhas.
Então candidatos, os abnegados de sempre da política ou da causa, os apoiadores dos candidatos, precisam trabalhar mais e mudar no método de trabalho, pois o usado não está dando certo. Simples assim. Tem gente ainda no tempo do santinho, quando a internet está na palma dos smartphones de todos nós a qualquer momento e lugar. Ela atinge milhares ao mesmo tempo contra a limitação do santinho.
Se não romperem a própria bolha de verdades como nos ensina há milênios Platão no seu Mito da Caverna e conhecer o que há fora dela, inclusive no time do candidato Rodrigo Boeing Althoff, vão perder ou ficar limitados ao teto que as pesquisas mostram e duvidam. As pesquisas são capazes de dar luz. Mas quem motiva e transforma essas intenções em votos são pessoas, lideranças, instrumentos e argumentos. Simples assim!
Leitores e leitoras querem ver como a guerra é uma desigual e para a qual todos os adversários do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não se prepararam? Nenhum chororô vai mudar o panorama de tudo isso e que a pesquisa traduziu em números. E para exemplificar, vou me ater ao Rodrigo que está em segundo lugar na pesquisa do Cruzeiro do Vale. E que por isso, vai ser alvo, não apenas de Kleber, mas dos adversários menores.
Até há dois meses atrás o PL de Gaspar não tinha a configuração como Comissão Partidária Municipal como possui hoje. Estava adormecido. Quantos anos ou décadas o MDB e PP principalmente, PSD, PSDB e PDT são ativos por aqui? Até um mês atrás, ainda não se sabia direito quem seria o candidato do PL. Quantos anos o MDB de Gaspar decidiu pelo Kleber como candidato a prefeito de Gaspar? Mais de dez anos! Uau!
Até este sábado, o PL não tinha formalmente um coordenador de campanha. O MDB tem o dele há pelo menos nove anos. Ele está desgastado por ser o prefeito de fato. Então esconderam ele para não complicar a eleição de quem vai lhe permitir continuar a governar Gaspar. Ou seja, há um processo crítico interno no MDB bem apurado para não perder o poder na cidade.
E a comunicação de campanha de Rodrigo? Até este domingo o pessoal do Rodrigo discutia entre eles se era necessário um profissional da área. Já do outro lado, Kleber fez da comunicação da prefeitura um bunker. Há anos mentes e corações são sensibilizadas para o resultado das reeleições. Há ligações diretas entre o marketing da campanha e o que se produz na comunicação da prefeitura. Não precisa contratar ninguém externo.
Outro ponto vulnerável de Rodrigo – o que está em segundo lugar nas pesquisas do Cruzeiro do Vale - é a estrutura. Tudo custa e ele não tem dinheiro. Empresário de Gaspar não o querem por perto para não entisicar e se ver perseguido pelo poder de plantão. Há gente que diz apoia-lo, mas no escurinho. Então um segredo que só a urna revelará. Reina o medo de se expor.
E para complicar, Rodrigo caiu numa falsa armadilha montada pelo próprio, poderoso, matreiro e rico MDB de Gaspar: o não uso do Fundão Eleitoral feito pelos políticos contra nossas necessidades, exatamente com a desculpa para que não houvesse o uso caixa dois. Mas, na prática, os bilhões dos nossos pesados impostos estão indo pelo ralo da política, e o caixa dois rola solto nos esquemas estruturados de campanha.
Ora, o MDB de Gaspar com a máquina de votos que criou devido à exposição natural, aos relacionamentos de poder e ter a prefeitura na mão, precisa de recursos públicos? Não! Seria legal, mas indecente diante de tudo que montou para se beneficiar eleitoralmente.
Então, o MDB, inteligentemente, induz os seus concorrentes à prefeitura de Gaspar nestas eleições a terem o mesmo procedimento “ético” que ele diz ter. Chama os outros para serem decentes num baile de putas velhas no assunto.
E os concorrentes do MDB em clara desvantagens econômicas e estruturais aceitaram as regras do MDB. Por isso, PL, PSL, Patriotas e DEM se tornaram mais pobres, nanicos, limitados e mendigos rejeitados pelos ricos. Na verdade, ficaram sem condições de participar de verdade do baile. E ele está acabando. Incrível!
Quer ver outro exemplo, daqueles óbvios e simples que mostram à falta de foco, estratégia, o senso de guerrilha, coordenação, organização e aproveitamento das oportunidades lícitas?
Todos os partidos sabiam antecipadamente que o Cruzeiro do Vale iria publicar a pesquisa na edição de sábado passado. Quais dos candidatos a prefeito de Gaspar publicaram seus santinhos na edição que está nas mãos de todos os gasparenses? Só Kleber! E fez errado. Deveria ter publicado a pesquisa deles e que ninguém acredita para diminuir o impacto da do Cruzeiro do Vale. Agora, ela ficou velhíssima.
É muito desigual a competição eleitoral em Gaspar neste ano. Contudo, no fundo, os adversários de Kleber são também culpados. Não se prepararam adequadamente. Às vezes, ao meu ver, pelo que vejo, ouço e percebo, fica a impressão que, de verdade, não querem ganhar, ou não contavam com essa possibilidade e até tem medo da vitória.
E isso não é de hoje. Os partidos e concorrentes ao cargo de prefeito e vice ficaram ausentes durante quatro anos dos supostos erros do governo Kleber. Um deles até deu CPI. Kleber teve que abafar na Câmara, coisa que vai render no Ministério Público, polícia e Tribunal de Contas. Resumindo: os adversários do MDB, PSD, PP, PSDB e PDT estão apenas colhendo nesta eleição os resultados da omissão deles.
Retiro desta crítica o PT e pontualmente um ou outro vereador, mas incluo nela a imprensa de uma maneira em geral e os barulhentos das redes sociais, também com as ressalvas pontuais.
O PT, por sua vez, está colhendo não a omissão crítica ao governo Kleber, mas a autoridade que lhe retirou para tal. O PT de Gaspar carrega a mancha das mazelas de seus líderes no ambiente de corrupção e má gestão dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff.
Nesta eleição ainda, sabe-se da desigualdade de competitiva entre o que está no poder e os que supostamente querem o poder. E muito disso, está claro nas manobras que ferem a lei ou restrições impostas pela legislação eleitoral. Quem está concorrendo está reclamando, mas não está agindo. Então merece perder.
Numa cidade onde o pobre precisa pagar duas passagens para se deslocar de um bairro a outro, quando isso já estava resolvido e o governo está focado em construir um parque náutico num rio poluído para os barcos dos seus ricos que o apoiam, é algo espantoso no deboche da prioridade governamental.
Mas, os pobres, na sua maioria, pela pesquisa eleitoral, concordam em desembolsar mais para ir trabalhar ou procurar emprego usando o sistema de transporte coletivo urbano de Gaspar. E segundo a prefeitura, por que por outro modelo, a empresa teria prejuízo. Sim, ela não deve ter prejuízo num serviço público que a prefeitura precisa dar aos seus cidadãos e cidadãs. A prefeitura é que precisa provar e cobrir esse prejuízo.
Nos grupos partidários dos aplicativos de mensagens, vazam lavação de roupa suja. Ao invés desses grupos aumentarem no número de participantes, para suposto “apaziguamento”, estão minguando. E por conta disso, duas coisas estão prometidas: forra depois da eleição e traição nas urnas.
Duas constatações. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, DEM, ex-MDB, foi pego em ato sexual nas dependências da prefeitura de lá. Coisa velha, mas reprovável no que toca o uso da repartição pública. Como estava na frente na corrida eleitoral, armaram e os adversários anonimamente tornaram o fato público. Está em todos os celulares.
Pesquisa divulgada ontem pelo Ibope revelou que Gean cresceu tal qual no seu apetite sexual e a pudica Ângela Amim, PP, mulher do que se acha centro de tudo, o senador Esperidião Amim Helou Filho, apoiada pelo vingativo MDB, do poderoso e também senador Dario Berger caiu a um dígito.
Ou seja, o eleitorado entendeu a armação. Escrevi aqui, quando o escândalo foi revelado, de que a Ilha da Magia não é nenhuma Sodoma e Gomorra, mas não é tão mais carola assim. A verdade, revelada na pesquisa é que MDB e PP, só conseguem sobreviver em grotões de desinformados. O que é mesmo feito desses dois velhos e “poderosos” partidos em Blumenau, por exemplo?
A outra constatação é que o PSL não conseguiu deslanchar em Santa Catarina por conta da falta de identidade própria. O PSL da raiz bolsonarista e que não conseguiu fazer o “Aliança pelo Brasil” rodar está em campanhas solos em partidos emprestados. O PSL de Carlos Moisés da Silva não o defendeu e não quis associar a sua imagem. Então ficou menor do que era até o fenômeno Jair Messias Bolsonaro.
Faltam 12 dias para as eleições. E 17 dias para as minhas primeiras férias em 16 anos
Encontrei no twitter: “Político não é autoridade. É servidor público. Trabalha para você e é pago com o seu dinheiro. Não bajule, cobre serviço”
Candidato a vereador percorrendo a cidade e constatado à qualidade do serviço do Samae na distribuição de água encanada. Mangueiras substituem canos. Dúvidas? Confira as fotos abaixo.
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