Nesta eleição, Gaspar se insere nos dilemas da peça - Jornal Cruzeiro do Vale

Nesta eleição, Gaspar se insere nos dilemas da peça

03/11/2020

As pesquisas mostram que a 12 dias das eleições, só milagres podem mudar o curso dos resultados previsíveis. E qual a razão?

É que só agora uma pesquisa com senso de neutralidade mostrou o que todos já sabiam: o PT não está em segundo lugar
O PT foi o adversário criado pela narrativa do MDB no poder de plantão para a coligação do MDB, PSD, PP, PSDB E PDT se tornar o voto útil no ‘nós contra eles’

E nem tão poucos dias, com a oposição conservadora se estapeando entre ela, a virada que projetaram e sonharam os adversários de Kleber será algo quase improvável. Entretanto, possível.

Você gosta de esperar? Nem eu, nem você, certamente. Mas e quando todos nós estamos numa espera à qual não tem fim, como vivemos? É assim a provocativa peça do dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett (1906/89) “Esperando Godot”. Ela revolucionou à linguagem do teatro moderno (escrita em 1952 e encenada em 1953) e encaminhou Prêmio Nobel de Literatura em 1969 para Samuel.

E o "Dia da Marmota" você sabe do que se trata?

Da repetição, da fantasia, da crendice, daquilo que está na cara de todos, mas não para àquele que a vivencia na sua própria realidade.

Isto está retratado no filme “O Feitiço do Tempo” (1993). Diz a lenda que as “centenárias” (de verdade elas só vivem de oito a dez anos no ambiente natural), marmotas de Punxsutawney, a 120 quilômetros a nordeste de Pittsburgh, nos Estados Unidos, pelos hábitos, têm condições de revelarem aos humanos à duração do inverno naquela região. E no dia dois de fevereiro de lá, é o “Dia da Marmota”. O filme mostra o personagem meteorologista Phil Connors, acordando todos os dias, no mesmo Dia da Marmota, em Punxsutawney e se repetindo na busca da previsão da marmota

Gaspar está dessa forma em relação às expectativas sobre as eleições municipais deste ano.

De um lado esperando por um desfecho que parece não chegar como os adversários de Kleber Edson Wan Dall, MDB projetaram e do outro lado, o “Feitiço do Tempo” parece ser tão real, que muitos não se deram conta dele ainda. E por que? Porque ao invés de acreditarem na ciência (meteorologia), estão repetindo o que já aconteceu - ou se faz tão mecanicamente -, que não são capazes de compreender à ineficácia desse gesto repetitivo.

A PESQUISA DO CRUZEIRO

Vamos adiante. A primeira pesquisa de intenções de votos do jornal Cruzeiro do Vale, o que tem a fama de acertar dentro da margem de erro, o que carrega consigo a isenção e que lhe dá credibilidade nos seus 30 anos de liderança de circulação em Gaspar e Ilhota, foi um marco para diminuir as dúvidas e lendas até então existentes sobre as intenções de votos dos eleitores gasparenses nesta eleição.

Antes de prosseguir, quero declarar como já escrevi anteriormente, que não tive nada a ver com a escolha do instituto, contratação, planejamento e textos editoriais sobre as pesquisas publicadas no sábado. Nem ao menos acesso antecipado aos números dela. Então quem se queixa, para mim, sobre possíveis erros de metodologia, coleta de dados de campo, processamento e resultado final da pesquisa, deve se dirigir diretamente ao editor do jornal e do portal, Gilberto Schmitt.

De verdade? Este chororô todo e tão comum depois que se divulgam pesquisas eleitorais pois mexem com interesses, pressentimentos, jogos, apreensões e sentimentos, é muito do que escrevi na abertura deste comentário: há quem esteja “Esperando Godot” ou encenando o “Dia da Marmota” retratado no filme “O Feitiço do Tempo”. Resumindo: vive à sua própria realidade.

Eu sou um profissional que pautei e ainda pauto às minhas decisões no ambiente empresarial e de consultoria – em diversos campos - em pesquisas. Conheço como pouco essa ferramenta. E me surpreendo com que elas revelam ou sinalizam, mas principalmente com a reação dos que mandam fazer e pagam pesquisas, principalmente os que se dizem abertos a oportunidades ou juram que estão em busca de inovações.

Esses mandatários na hora do vamos ver, só acreditam naquilo que estavam esperando e como no filme “O Feitiço do Tempo”, repetem-se na esperança de que tudo mude como numa mágica para aquilo que queriam que fosse mudado e da forma como moldaram essa mudança. Ficam automaticamente anestesiados na necessidade de reagir e encontrar soluções novas ou diferentes diante de novas realidades. Espantoso!

Agora, como escrevi na coluna de sábado feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale e como repeti na área de comentários da coluna no portal no mesmo dia, estamos em “tempos estranhos”.

Esses “tempos estranhos” nos deram uma canseira nas eleições gerais de 2018. Foi o ano em que as pesquisas eleitorais – e os institutos famosos, tidos como sérios - foram desmoralizadas como nunca se teve conhecimento antes por aqui e até mesmo em outros eventos mundo afora.

Então, todo cuidado é pouco e por que? Quase nada se sabe desse novo fenômeno do eleitor, não só daqui ou do Brasil, mas globalmente, com viradas históricas e desmoralizantes ao apurado previamente pelos institutos de pesquisas.

Basta olhar à cautela que estão tendo os institutos que trabalham para diagnosticar – e explicar - a corrida eleitoral norte-americana e que se encerra hoje. Quase todos cravam o democrata Joe Biden, mas fazem uma série de ressalvas. E desde sexta-feira, também quase todos os institutos estão trabalhando com números muitos próximos e dentro das margens de erros.

No Brasil, até agora, saliento, todavia, as pesquisas eleitorais conhecidas até hoje, 12 dias antes das eleições, não apontaram para viradas históricas ou fora da curva de previsibilidade.

Retomando. Dois fenômenos são estudados. O primeiro é a aversão dos pesquisados às pesquisas eleitorais, falseando intencionalmente às suas intenções; a segunda é a influência de último momento das mídias digitais.

Antes da existência das redes sociais e aplicativos de mensagens como as conhecemos hoje, todos os números dos grandes institutos eram duradouros e quase certos. Eram até uma amostra de uma eleição antecipada.

UMA FERRAMENTA DE TRABALHO E COMUNICAÇÃO, OU DE PROPAGANDA, OU DE MANIPULAÇÃO, OU DE INTIMIDAÇÃO

Uma pesquisa em mãos e mentes hábeis é uma ferramenta de trabalho e comunicação para corrigir erros, enxergar oportunidades e produzir resultados diferenciais e que favorecem ao detentor dos dados.

Entretanto, uma pesquisa eleitoral em mãos e mentes hábeis é também um instrumento para propaganda, ou manipulação de lideranças, liderados, consumidores, massa popular desinformada e fanática.

Mais do que isso e especificamente. Uma pesquisa eleitoral em mãos e mentes hábeis pode ser também uma peça de intimidação contra os concorrentes e adversários. Por isso, não vou me alongar nos detalhes, pois há literatura fundamentada em diversos campos e cases sobre este assunto razoavelmente moderno, científico, cheio de nuances e possibilidades.

O que a pesquisa do Cruzeiro do Vale mostrou? Tudo aquilo que o MDB, PSD, PP, PDT e PSDB não queriam que fosse mostrado até então, ou seja, alguém fora do PT em segundo lugar. Seja na estimulada onde os nomes dos candidatos são apresentados, seja na espontânea onde o nome do candidato já está na cabeça do eleitor e pode em tese, mais facilmente, ser confirmado nas urnas.

UMA BOA SACADA ESTRATÉGICA

E por que colocar o PT em segundo lugar era vital para os que estão no poder de plantão e querem continuar nele? Porque há uma inteligência nessa formulação. Porque nesta narrativa que se insiste e que a pesquisa privada do MDB feita como propaganda – ou seja, pagou para que se divulgasse com esses números -, o PT manchado nacionalmente, representado a esquerda do atraso, vira o bicho papão dos gasparenses e o inimigo a ser batido.

Dessa forma, a poderosa coligação liderada pelo MDB de Gaspar com o PSD, PP, PSDB e PDT, passa ser a “salvadora da pátria”. Bem bolada. É do jogo jogado, mas que o próprio MDB não quer ver esclarecido, como eu esclareço.

E se a pesquisa do próprio MDB o coloca em segundo lugar, ela tem a intenção de cria terror e fazer os eleitores escolherem entre o PT e o que está aí, sem discutir a gestão do candidato que está buscando a reeleição. Também simples assim. É do jogo jogado. Cria vantagens e ao mesmo tempo mostra perigos.

O MDB não queria que PSL/Patriotas com o sindicalista e funcionário público municipal Sérgio Luiz Batista de Almeida, ou DEM com Vanderlei Rogério Knopp, ou o PL com o engenheiro e professor Rodrigo Boeing Althoff, aparecessem em segundo.

Entretanto, a pesquisa do Cruzeiro do Vale teve o mérito de desvendar este mistério e colocou Rodrigo em segundo lugar, tanto na estimulada como espontânea, o que se estabelece na coerência.

A pergunta derradeira desta descoberta tardia é: ainda há tempo para difundir e tentar uma virada?

Historicamente é difícil. Só o petista Pedro Celso Zuchi, em 2000, conseguiu isso, com Gaspar muito dividida. Nestas eleições, esta divisão não há, e a equipe de Rodrigo, sem dinheiro, sem organização, sem comunicação, vem batendo cabeça.

Até sábado – quando saiu a pesquisa - ela não possuía mãos e mentes hábeis fazer, bem como dinheiro para fazer uma pesquisa interna, muito menos dela e até a deste Cruzeiro do Vale uma ferramenta de trabalho. Já no MDB, PSD, PP, PDT, PSDB tudo abunda e nem precisam sair da prefeitura para fazer a máquina eleitoral funcionar.

Contra o tempo, a falta de dinheiro e estrutura, a tênue possibilidade está na dica do recorte da espontânea e no levantamento da rejeição dos candidatos

A pesquisa feita pela Exitus, de Itajaí para o jornal Cruzeiro do Vale, ouviu 661 eleitores gasparenses durante os dias 28 e 29 de outubro e que dizem estar dispostos a votarem daqui a 12 dias.

Nesta terça-feira, dia da coluna, a situação já pode ser diferente como foi para a pesquisa-propaganda do MDB e cuja metodologias – para a do MDB e a do Cruzeiro do Vale - não podem ser comparadas. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SC-04251/2020. A margem de erro é de quatro por cento para mais ou menos

Se não houver um grande acontecimento que vá influenciar os resultados das eleições em Gaspar nestes últimos 12 dias ela já está definida. A única parte da pesquisa que sinaliza a possibilidade de problemas para Kleber é a espontânea, aquela em que não se apresenta os nomes dos candidatos, e só pesquisa aquilo que está consolidado na cabeça do eleitor e eleitora.

Mesmo assim, será preciso um trabalho inteligência de marketing e comunicação. Mas, nenhum adversário de Kleber possui essa ferramenta estruturada em suas campanhas.

Nesta parte da pesquisa do Cruzeiro do Vale, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSDB, PP, PSDB e PDT lidera com 41,6%; Rodrigo Boeing Althoff, PL, está em segundo com 10,44%; seguindo por Amarildo Rampelotti, PT, com 4,39%; Wanderlei Rogério Knopp, DEM, com 1,66% e Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, Patriotas, com 0,91%.

Tudo normal, se no outro lado a cabeça dos eleitores e eleitoras entrevistados não dessem três dicas fundamentais e um recado ao MDB.

A primeira e mais importante é que 34,34% não tinha ainda os seus candidatos – mesmo a 20 dias do pleito - e outros 6,51% não querem nenhum deles.

A segunda dica está na rejeição. A menor rejeição é exatamente do segundo colocado Rodrigo Boeing Althoff, PL, 2,27%. O que significa isso? Tudo e nada. Tudo se a campanha de Rodrigo souber aproveitar essa informação para produzir resultados emergenciais.

Nada, se a campanha de Rodrigo não souber o que fazer com informação revelada pela pesquisa. E por quê? Como ele se estabeleceu no segundo lugar, virou vidraça, virou competidor, virou problema para os demais e a rejeição dele vai aumentar. É também do jogo jogado.

Como há pouco tempo para virar o jogo, também há pouco tempo para ser marcado, manchado e perder tempo em explicações. Entretanto, em um ambiente de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, essa premissa da falta de tempo para colar alguma coisa ruim no candidato – e já se tentou na semana passada por duas vezes, exatamente quando se fazia a pesquisa -, mesmo que falsa, não se sustenta também. É a dos “tempos estranhos”.

Também deve-se considerar que os demais concorrentes tiveram uma rejeição relativamente baixa para os padrões deste tipo de pesquisa. Ela foi liderada pelo candidato do PT, José Amarildo Rampelotti, com 18, 61%, segunda pelos 13,62% de Kleber Edson Wan Dall, MDB; 5,30% de Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, Patriotas; e os 2,72% conferidos a Wanderlei Rogério Knopp, DEM.

A terceira dica é: os chamados candidatos e partidos da direita e do conservadorismo em Gaspar tiveram baixo desempenho na pesquisa do Cruzeiro do Vale. Esses eleitores estão na sua maioria com Kleber Edson Wan Dall, MDB, no núcleo das igrejas evangélicas pentecostais e que fechou as portas dos templos para Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, que pretendia dividir esse eleitorado.

E o recado é para a pesquisa-propaganda e estratégia do poderoso blocão MDB, PSD, PP, PSDB e PDT.

Trata-se da citação de 0,15% dos pesquisados que preferiam ter o ex-prefeito petista por três mandatos, Pedro Celso Zuchi como candidato.

Era o que queria o MDB como adversário para derrota-lo e reafirmar o discurso que criou há oito anos e não mudou o disco até agora. Zuchi não veio para o embate e mudar a sua biografia.

O MDB até chegou a comemorar até o possível impedimento de Amarildo, achando que Zuchi cairia na arapuca. Não caiu. O MDB perdeu parte do discurso. A sorte do MDB é que esse discurso do medo, “o nós contra eles”, do voto útil, foi desmascarado apenas duas semanas antes das eleições. E para encerrar a análise. Citei Rodrigo, mas poderia citar outros concorrentes de Kleber que estivessem em segundo lugar. A análise não seria muito diferente no contexto onde estão situados seus adversários, a exceção do PT, mas por outros fatores externos e que danificam a sua imagem do passado por aqui. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

É absolutamente claro que Kleber Edson Wan Dall, MDB, está na frente. Afinal, são oito anos de campanha, quatro deles com a máquina da prefeitura que além do normal, faz favores, emprega 170 comissionados, 100 cargos em confiança e automaticamente, todos viram cabos eleitorais dos patrões.

Se isso tudo fosse pouco, as igrejas evangélicas pentecostais de onde Kleber é oriundo, os maiores partidos da cidade (PP, PSD, PSDB e PDT) e 95% dos empresários entre tantos apoiadores de peso, ou ricos, estão reunidos para reeleger Kleber.

E se isso ainda fosse insuficiente, o MDB não teve nenhum pudor em tirar a vice-prefeitura do PP e cooptar para essa vaga estratégica o dono do PSD gasparense, Marcelo de Souza Brick até então assessor do presidente da Assembleia, Júlio Garcia, PSD.

Em 2016 Brick enfrentou o próprio Kleber e fez sombra. O MDB não quis saber de concorrentes: mesmo sob o protesto do PP. Escanteado, traído, o PP não arredou pé do grupo que quer permanecer nos cargos na prefeitura. Até fez chantagens, mas não deu certo.

Por outro lado, Brick que era um crítico contumaz do suposto toma-lá-dá-cá, do dinheiro que segundo em vídeos gravados se esparrama do poder de plantão, crítico dos poderosos como declarava em entrevistas gravadas que circulam aos quatro cantos da cidade, fez isso de caso pensado para se dar bem e se aliou a Kleber e a tudo que falsamente condenava.

O chororô foi e ainda está grande nos quatro comitês dos que não estão no primeiro lugar na pesquisa do Cruzeiro do Vale. Colocam defeitos nela. Até pode ter, mas é idônea, não é de nenhum partido. Não foi feita para servir de propaganda política ou enganar eleitores desavisados. Então o alvo dos queixosos está errado.

Todos os candidatos, apoiadores e metidos a coordenadores têm a sua explicação e sua razão para os números das pesquisas que não lhes cai bem. A única coisa que não perceberam é que ainda estão falando para e com suas bolhas - as que o apoiam incondicionalmente - e provam com desculpas esfarrapadas e até acusações, que não romperam ou não querem romper essas bolhas. Os votos que não têm, estão fora das suas bolhas.

Então candidatos, os abnegados de sempre da política ou da causa, os apoiadores dos candidatos, precisam trabalhar mais e mudar no método de trabalho, pois o usado não está dando certo. Simples assim. Tem gente ainda no tempo do santinho, quando a internet está na palma dos smartphones de todos nós a qualquer momento e lugar. Ela atinge milhares ao mesmo tempo contra a limitação do santinho.

Se não romperem a própria bolha de verdades como nos ensina há milênios Platão no seu Mito da Caverna e conhecer o que há fora dela, inclusive no time do candidato Rodrigo Boeing Althoff, vão perder ou ficar limitados ao teto que as pesquisas mostram e duvidam. As pesquisas são capazes de dar luz. Mas quem motiva e transforma essas intenções em votos são pessoas, lideranças, instrumentos e argumentos. Simples assim!

Leitores e leitoras querem ver como a guerra é uma desigual e para a qual todos os adversários do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não se prepararam? Nenhum chororô vai mudar o panorama de tudo isso e que a pesquisa traduziu em números. E para exemplificar, vou me ater ao Rodrigo que está em segundo lugar na pesquisa do Cruzeiro do Vale. E que por isso, vai ser alvo, não apenas de Kleber, mas dos adversários menores.

Até há dois meses atrás o PL de Gaspar não tinha a configuração como Comissão Partidária Municipal como possui hoje. Estava adormecido. Quantos anos ou décadas o MDB e PP principalmente, PSD, PSDB e PDT são ativos por aqui? Até um mês atrás, ainda não se sabia direito quem seria o candidato do PL. Quantos anos o MDB de Gaspar decidiu pelo Kleber como candidato a prefeito de Gaspar? Mais de dez anos! Uau!

Até este sábado, o PL não tinha formalmente um coordenador de campanha. O MDB tem o dele há pelo menos nove anos. Ele está desgastado por ser o prefeito de fato. Então esconderam ele para não complicar a eleição de quem vai lhe permitir continuar a governar Gaspar. Ou seja, há um processo crítico interno no MDB bem apurado para não perder o poder na cidade.

E a comunicação de campanha de Rodrigo? Até este domingo o pessoal do Rodrigo discutia entre eles se era necessário um profissional da área. Já do outro lado, Kleber fez da comunicação da prefeitura um bunker. Há anos mentes e corações são sensibilizadas para o resultado das reeleições. Há ligações diretas entre o marketing da campanha e o que se produz na comunicação da prefeitura. Não precisa contratar ninguém externo.

Outro ponto vulnerável de Rodrigo – o que está em segundo lugar nas pesquisas do Cruzeiro do Vale - é a estrutura. Tudo custa e ele não tem dinheiro. Empresário de Gaspar não o querem por perto para não entisicar e se ver perseguido pelo poder de plantão. Há gente que diz apoia-lo, mas no escurinho. Então um segredo que só a urna revelará. Reina o medo de se expor.

E para complicar, Rodrigo caiu numa falsa armadilha montada pelo próprio, poderoso, matreiro e rico MDB de Gaspar: o não uso do Fundão Eleitoral feito pelos políticos contra nossas necessidades, exatamente com a desculpa para que não houvesse o uso caixa dois. Mas, na prática, os bilhões dos nossos pesados impostos estão indo pelo ralo da política, e o caixa dois rola solto nos esquemas estruturados de campanha.

Ora, o MDB de Gaspar com a máquina de votos que criou devido à exposição natural, aos relacionamentos de poder e ter a prefeitura na mão, precisa de recursos públicos? Não! Seria legal, mas indecente diante de tudo que montou para se beneficiar eleitoralmente.

Então, o MDB, inteligentemente, induz os seus concorrentes à prefeitura de Gaspar nestas eleições a terem o mesmo procedimento “ético” que ele diz ter. Chama os outros para serem decentes num baile de putas velhas no assunto.

E os concorrentes do MDB em clara desvantagens econômicas e estruturais aceitaram as regras do MDB. Por isso, PL, PSL, Patriotas e DEM se tornaram mais pobres, nanicos, limitados e mendigos rejeitados pelos ricos. Na verdade, ficaram sem condições de participar de verdade do baile. E ele está acabando. Incrível!

Quer ver outro exemplo, daqueles óbvios e simples que mostram à falta de foco, estratégia, o senso de guerrilha, coordenação, organização e aproveitamento das oportunidades lícitas?

Todos os partidos sabiam antecipadamente que o Cruzeiro do Vale iria publicar a pesquisa na edição de sábado passado. Quais dos candidatos a prefeito de Gaspar publicaram seus santinhos na edição que está nas mãos de todos os gasparenses? Só Kleber! E fez errado. Deveria ter publicado a pesquisa deles e que ninguém acredita para diminuir o impacto da do Cruzeiro do Vale. Agora, ela ficou velhíssima.

É muito desigual a competição eleitoral em Gaspar neste ano. Contudo, no fundo, os adversários de Kleber são também culpados. Não se prepararam adequadamente. Às vezes, ao meu ver, pelo que vejo, ouço e percebo, fica a impressão que, de verdade, não querem ganhar, ou não contavam com essa possibilidade e até tem medo da vitória.

E isso não é de hoje. Os partidos e concorrentes ao cargo de prefeito e vice ficaram ausentes durante quatro anos dos supostos erros do governo Kleber. Um deles até deu CPI. Kleber teve que abafar na Câmara, coisa que vai render no Ministério Público, polícia e Tribunal de Contas. Resumindo: os adversários do MDB, PSD, PP, PSDB e PDT estão apenas colhendo nesta eleição os resultados da omissão deles.

Retiro desta crítica o PT e pontualmente um ou outro vereador, mas incluo nela a imprensa de uma maneira em geral e os barulhentos das redes sociais, também com as ressalvas pontuais.

O PT, por sua vez, está colhendo não a omissão crítica ao governo Kleber, mas a autoridade que lhe retirou para tal. O PT de Gaspar carrega a mancha das mazelas de seus líderes no ambiente de corrupção e má gestão dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff.

Nesta eleição ainda, sabe-se da desigualdade de competitiva entre o que está no poder e os que supostamente querem o poder. E muito disso, está claro nas manobras que ferem a lei ou restrições impostas pela legislação eleitoral. Quem está concorrendo está reclamando, mas não está agindo. Então merece perder.

Numa cidade onde o pobre precisa pagar duas passagens para se deslocar de um bairro a outro, quando isso já estava resolvido e o governo está focado em construir um parque náutico num rio poluído para os barcos dos seus ricos que o apoiam, é algo espantoso no deboche da prioridade governamental.

Mas, os pobres, na sua maioria, pela pesquisa eleitoral, concordam em desembolsar mais para ir trabalhar ou procurar emprego usando o sistema de transporte coletivo urbano de Gaspar. E segundo a prefeitura, por que por outro modelo, a empresa teria prejuízo. Sim, ela não deve ter prejuízo num serviço público que a prefeitura precisa dar aos seus cidadãos e cidadãs. A prefeitura é que precisa provar e cobrir esse prejuízo.

Nos grupos partidários dos aplicativos de mensagens, vazam lavação de roupa suja. Ao invés desses grupos aumentarem no número de participantes, para suposto “apaziguamento”, estão minguando. E por conta disso, duas coisas estão prometidas: forra depois da eleição e traição nas urnas.

Duas constatações. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, DEM, ex-MDB, foi pego em ato sexual nas dependências da prefeitura de lá. Coisa velha, mas reprovável no que toca o uso da repartição pública. Como estava na frente na corrida eleitoral, armaram e os adversários anonimamente tornaram o fato público. Está em todos os celulares.

Pesquisa divulgada ontem pelo Ibope revelou que Gean cresceu tal qual no seu apetite sexual e a pudica Ângela Amim, PP, mulher do que se acha centro de tudo, o senador Esperidião Amim Helou Filho, apoiada pelo vingativo MDB, do poderoso e também senador Dario Berger caiu a um dígito.

Ou seja, o eleitorado entendeu a armação. Escrevi aqui, quando o escândalo foi revelado, de que a Ilha da Magia não é nenhuma Sodoma e Gomorra, mas não é tão mais carola assim. A verdade, revelada na pesquisa é que MDB e PP, só conseguem sobreviver em grotões de desinformados. O que é mesmo feito desses dois velhos e “poderosos” partidos em Blumenau, por exemplo?

A outra constatação é que o PSL não conseguiu deslanchar em Santa Catarina por conta da falta de identidade própria. O PSL da raiz bolsonarista e que não conseguiu fazer o “Aliança pelo Brasil” rodar está em campanhas solos em partidos emprestados. O PSL de Carlos Moisés da Silva não o defendeu e não quis associar a sua imagem. Então ficou menor do que era até o fenômeno Jair Messias Bolsonaro.

Faltam 12 dias para as eleições. E 17 dias para as minhas primeiras férias em 16 anos

Encontrei no twitter: “Político não é autoridade. É servidor público. Trabalha para você e é pago com o seu dinheiro. Não bajule, cobre serviço”

Candidato a vereador percorrendo a cidade e constatado à qualidade do serviço do Samae na distribuição de água encanada. Mangueiras substituem canos. Dúvidas? Confira as fotos abaixo.

 

 

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Comentários

Herculano
05/11/2020 17:46
NÃO PODE SER SÉRIO

Hoje, todos os candidatos a prefeito assinaram a Carta da OAB/Gaspar. Excelente iniciativa, mas pode ser uma propaganda enganosa.

Entre vários pontos, há um compromisso para se ter ao mínimo o número de cargos em comissão na administração municipal.

Quem assinou a tal carta da OAB e posou para as fotos? O atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que fez da prefeitura um ninho de 170 comissionados sem olhar a qualificação alguma na maioria dos cargos e funções ocupadas - afora os 100 efetivos em cargos gratificados.

Essa gente toda, paga pelos pesados impostos dos gasparenses, agora impulsiona a candidatura a reeleição de Kleber e a nova poderosa coligação que precisará abrir por conta disso novas indicações.

Pasmem! Quem estava junto na assinatura do referido documento? O novo vice de Kleber, Marcelo de Souza Brick, PSD, que como político profissional, viveu de cargos comissionados em quase toda a sua vida, igual a Kleber quando não teve mandato. Meu Deus!

E eles ainda acham que eu não posso explicar isso aos analfabetos, ignorantes e desinformados porque atrapalha a campanha. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
05/11/2020 16:35
Senhores,

Gozando com a genitália de outrem

1) Tela 1

"Câmara confirma cassação de mandato do deputado Manuel Marcos"

2) Tela 2

"A cassação foi determinada pela Justiça Eleitoral após processo que começou no Tribunal Regional Eleitoral do Acre e chegou ao  Tribunal Superior Eleitoral (TSE)."

Fonte: (https://www.camara.leg.br/noticias/705251-camara-confirma-cassacao-de-mandato-do-deputado-manuel-marcos/)

Já que perguntar não ofende:

Se dependesse dos nobres parlamentares, será que o tal larápio teria sido cassado?
Herculano
05/11/2020 15:11
INACREDITÁVEL POLÍTICO CLUBE

Quanto mais eu ouço o debate promovido pelo campus de Gaspar do Instituto Federal de Santa Catarina com os candidatos a prefeito, e fiz por ofício duas vezes, fico estarrecido com o que vejo e principalmente ouço. Acorda, Gaspar!

Você pode acessar em

https://www.youtube.com/watch?v=rW8QzR9QxRQ&feature=youtu.be
Herculano
05/11/2020 15:01
A COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA

A coluna Olhando a Maré inédita e feita especialmente para a edição impressa de amanhã do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota já foi editada e está no processo industrial.

Nela defendo mais Freis Godofredos realizadores com desprendimentos para a comunidade e menos políticos cheios de promessas e que apenas fortalecem seus grupos de interesse e poder. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
05/11/2020 14:34
Senhores,

Primo rico & primo pobre

Do excelente texto abaixo, sobre as eleições, na ainda maior potência mundial, pincei dois ganchos:

1) "Há um total de 435 representantes na chamada Câmara Baixa (House of Representatives) do Capitólio americano, com mandato de dois anos."

- Aqui em Pindorama, são 513, com mandato de 4 anos.

2) "No Senado, a Câmara Alta, cada estado tem dois representantes, independentemente do tamanho de sua população, totalizando 100 senadores, com mandato de seis anos."

- Aqui em Pindorama, são 3 por Unidade da Federação, com mandato de 8 anos.

"A vitória de Biden"
(Por Luiz Carlos Azedo, hoje, nas "Entrelinhas" do Correio Braziliense)

"Ao contrário do republicano Donald Trump, que se declarou reeleito e prometeu contestar o resultado da apuração das eleições à Presidência dos Estados Unidos na Suprema Corte, o candidato democrata Joe Biden não cantou vitória antes da hora. Aguarda a conclusão da apuração dos votos em todos os estados, embora Arizona, Nevada e Wisconsin, desde a tarde de ontem, e Michigan, no começo da noite, já sinalizassem a vitória democrata, que ainda podem virar o resultado na Pensilvânia e ampliar a margem sobre os republicanos. Trump, porém, não quer deixar a Casa Branca, está fazendo tudo para melar a apuração dos votos e pode levar os Estados Unidos à inédita crise institucional, o que torna o pleito ainda mais paradigmático.


O sistema eleitoral norte-americano é complicado, difere de todos os demais países democráticos. As eleições nacionais são para a Câmara dos Deputados, o Senado e a Presidência. Há um total de 435 representantes na chamada Câmara Baixa (House of Representatives) do Capitólio americano, com mandato de dois anos. A cada 10 anos, um censo é realizado para contabilizar a população e dividir essas cadeiras. No Senado, a Câmara Alta, cada estado tem dois representantes, independentemente do tamanho de sua população, totalizando 100 senadores, com mandato de seis anos.


Há somente dois partidos grandes, o Partido Republicano e o Partido Democrata; os pequenos só têm abrangência estadual ou local. O sistema eleitoral foi criado em 1787, pela Constituinte, fruto da Revolução Americana. O pacto da Independência firmado pelos estados e as colônias, que se relacionavam diretamente com a administração britânica ?" o nome já diz, Estados Unidos da América ?", estabeleceu um sistema que lhes garantisse a maior autonomia possível em relação à União. Por isso, o presidente não é eleito pelo voto popular direto, como ocorre no Congresso (Câmara e Senado). A instituição que escolhe o presidente é o Colégio Eleitoral, que tem previsão constitucional, formado por delegados indicados pelos estados. Foi a maneira encontrada para manter a influência dos estados e, assim, mitigar a decisão da maioria dos eleitores.

Realinhamento
Por isso, é possível que um candidato ganhe pelo voto popular, mas perca no Colégio Eleitoral. Foi o que ocorreu nas eleições de 2016 com Hilary Clinton e Donald Trump, e em 2000, quando o democrata e então vice-presidente Al Gore perdeu as eleições para George W. Bush. Antes, isso só havia ocorrido em 1876 e 1888. A quantidade de delegados dos estados é igual ao número de senadores e deputados. A Califórnia tem 55 delegados no Colégio Eleitoral porque tem 53 representantes na Câmara mais dois senadores. Montana, Wyoming, North Dakota, South Dakota, Alasca têm três delegados, que incluem seu único representante na Câmara e os dois senadores. Washington, DC, tem três delegados, mesmo sem representantes no Congresso Nacional. Há 538 delegados no total, vence quem obtiver maioria simples: 270 votos. Com 70 milhões de votos, Biden tinha 248 delegados no momento em que Trump, que contabilizava 214 delegados, tentava paralisar a apuração.


O mundo acompanha as eleições norte-americanas porque sabe que os Estados Unidos são a principal potência mundial em termos econômicos, tecnológicos, científicos e militares. A política de Trump, nacionalista e reacionária, teve muito mais impacto nas democracias do Ocidente do que no Oriente, embora o eixo de sua confrontação fosse com a China, um regime comunista, e o Irã, um Estado teológico. A presença de Trump na Casa Branca foi disruptiva até mesmo em relação ao chamado "sonho americano". A gravidade do que está fazendo agora, ao tentar melar as eleições, é a ruptura com a própria ordem democrática dos Estados Unidos, pois isso servirá de exemplo para outros governantes com mentalidade autoritária, em momentos de apuros eleitorais. Apesar do anacronismo do seu sistema de votação, a democracia americana é o regime republicano mais antigo e estável do planeta.


O presidente Jair Bolsonaro é sócio da derrota de Trump, no qual apostou suas fichas como um jogador compulsivo na política. O estrago pode ser ainda maior se insistir na narrativa de que houve fraude na apuração, porque isso significaria questionar a legitimidade do futuro presidente dos Estados Unidos. Com a vitória de Biden, haverá um grande realinhamento na política mundial, na qual estaremos na contramão. A não ser que o governo Bolsonaro faça uma revisão das políticas externa, ambiental e de direitos humanos."
Miguel José Teixeira
05/11/2020 14:20
Senhores,

Dimensão & gramatura

À julgar pela dimensão da cédula e sua aparente volumosa gramatura, todo voto no Tio Sam é bem pesado!
Herculano
05/11/2020 13:18
CLAUDIO BARBOSA FONTES MORREU

O gasparense Cláudio Barbosa Fontes morreu esta manhã ao 68 anos de idade, em Florianópolis onde residia. Ele era diretor do SC Saúde do governo do Estado. A família informou que foi em decorrência de um mal súbito e o enterro será na Capital catarinense, amanhã pela manhã.

Ele era filho de Carlos Barbosa Fontes, já falecido e um dos fundados do Tupi. A mãe de Cláudio, Ruth Wehmuth Fontes, morreu há poucos dias aos 95 anos
Miguel José Teixeira
05/11/2020 12:10
Senhores,

Elefantes X Burros

Já repararam que nesta disPuTa no Tio Sam, o vermelho representa a direita e o azul a esquerda?

Por aqui, o vermelho representava a esquerda que desbotou graças ao ex e futuro presidiário (não vou citar seu nome, para não alegarem perseguição).
Herculano
05/11/2020 11:51
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Prefeito deve trabalhar na hora do expediente ou andar pela cidade pendido votos com candidatos a vereadores e ganhando salário milionário como se estivesse na prefeitura fazendo a cidade avançar?

Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
05/11/2020 11:14
Senhores,

"Biden presidente não altera relações bilaterais com o Brasil" (Diário do Poder).

Lógico que não!

A única relação que será abalada, é a promíscua entre a famiglia bolsonaro e o fanfarrão que está à espera de um milagre!
Miguel José Teixeira
05/11/2020 10:47
Senhores,

Enquanto isso na "Pátria Armada" e seu povo ludibriado pelos vendilhões de palavras bíblicas:

"Congresso aprova projeto do governo de tirar R$ 6,1 bi da educação para outras áreas"

Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/11/05/congresso-aprova-r-27-bi-para-orcamento.htm?cmpid=copiaecola

Brasil: "Amigos acima de tudo/Parentes acima de todos"
Miguel José Teixeira
05/11/2020 10:29
Senhores,

Cuidado. Muito cuidado!

"Bancada feminina da Câmara cobra ações sobre caso Mariana Ferrer"

(Fonte: Agência Câmara de Notícias)

Deputadas cobraram, nesta quarta-feira (4), um posicionamento oficial do Congresso Nacional sobre as cenas do julgamento do caso Mariana Ferrer, divulgadas no início da semana. A primeira-secretária da Câmara dos Deputados, Soraya Santos (PL-RJ), pediu que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, acione os órgãos de controle.

"Estamos aqui para denunciar a revolta que nos causa a forma de tratamento que foi dada à Mariana Ferrer, mas também a necessidade de proteção institucional das vítimas. O Congresso deve oficiar o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil para acompanhar esse caso e ver os responsáveis punidos exemplarmente", disse a deputada durante a sessão do Congresso para votar os vetos presidenciais.

No julgamento, em que Ferrer acusa o empresário André Aranha de estupro, a vítima foi humilhada pelo advogado de defesa diante do juiz. Em certo momento, Ferrer pede respeito e aponta que estava sendo tratada como acusada, não como vítima. Aranha foi inocentado e prevaleceu a tese de "estupro sem intenção", em que o empresário não teria como saber da falta de consentimento da vitima, fato que também gerou revolta.

As críticas motivaram a abertura de procedimento disciplinar pelo Conselho Nacional de Justiça para apurar a conduta do juiz Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no decorrer da audiência. Senadores também representaram contra a omissão do juiz na defesa da vitima contra os ataques do advogado de defesa.

Projeto
Soraya Santos cobrou ainda a aprovação do projeto de lei 5091/20 para punir quem comete violência institucional contra vitimas de violência doméstica ou sexual. "Pessoas que deveriam estar protegendo as pessoas e usam o cargo para abuso do poder deveriam ser punidas", defendeu.

Críticas em julho
A deputada Margarete Coelho (PP-PI) ressaltou que a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados e a Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados já tinham notificado as autoridades contra a condução da audiência, realizada em julho.

"Já tínhamos notificado, mas só vimos providências quando o caso veio a público e a omissão ficou gritante", afirmou. Ela destacou que é preciso avançar no tratamento institucional dado a vítimas de violência sexual.

"Este não é só o caso da Mariana, mas de milhares de mulheres e meninos que são estuprados no Brasil. O Estado não pode se calar", disse.

Machismo e violência
Para a deputada Flávia Morais (PDT-GO), as cenas despertaram um sentimento de indignação que merece resposta institucional. "Em uma audiência, todos devem ter os direitos resguardados, mas assistimos a falas machistas e preconceituosas julgando uma mulher", criticou.

A deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) também se pronunciou no Plenário. "Esse caso demonstra o quanto as mulheres sofrem violência e têm direitos negados pela Justiça. Todo tipo de estupro é crime".

Omissão do juiz
A líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), também cobrou a punição dos envolvidos na audiência. "Mesmo chorando, Mariana Ferrer pedia ao juiz que fizesse o papel dele, e ele não o fez. É preciso reafirmar que essa tortura aconteceu em frente a um juiz", condenou.

Em sua conta no Twitter, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) afirmou que subscreveu à Reclamação Disciplinar no CNJ, de autoria do senador Alessandro Vilela, "para que seja analisada a omissão do juiz que atuou no caso da Mari Ferrer. É revoltante uma mulher estuprada ainda ser violentada moral e psicologicamente durante sua audiência."

Apoio
O deputado Claudio Cajado (PP-BA) declarou apoio à bancada feminina. "Toda solidariedade à bancada feminina. Temos que banir, de uma vez por todas, a violência contra as mulheres e o preconceito machista da sociedade", afirmou.

Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Ana Chalub
Miguel José Teixeira
05/11/2020 10:23
Senhores,

Ái, ái, ái! Começou. . .

"Projeto proíbe discriminação ao uso de banheiros públicos de acordo com a identidade de gênero".

(Fonte: Agência Câmara de Notícias)

E se, um tarado, bêbado, drogado ou algo semelhante disfarçado de trans-sexual ou algo semelhante, entrar no banheiro feminino e abusar de um ente querido seu, em meu Nobre?

Lembrem-se: nada tenho contra a opção sexual de cada um.
Claudio
05/11/2020 09:50
Será que a carreata de sábado do MDB vai ter autorização da DITRAN e ainda vai poder andar em cima dos carros?

Que ver a autorização da DITRAN?
Herculano
05/11/2020 08:28
A PODEROSA COLIGAÇÃO E O AZARÃO I

A coligação do MDB, PSD, PP, PSDB e PDT está em campo com nova pesquisa. Desta vez parece que a ficha caiu depois da publicação da pesquisa do Cruzeiro do Vale e dos meus comentários sobre este assunto.

Como já é notório e não podem colocar o bicho papão do PT que criaram na marquetagem barata em segundo lugar, a pesquisa do MDB quer saber se o eleitor do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, há mais de dez anos em campanha, seria capaz de traí-lo e votar no engenheiro, professor, empreendedor e ex-vereador Rodrigo Boeing Althoff, PL, e que está em campanha há apenas um mês.

Importante e interessante pergunta. Mas, pode ser tarde... A arrogância não permitiu essa cautela permanente e antecipada entre os "çabios" do poder de plantão.

A PODEROSA COLIGAÇÃO E O AZARÃO II

Um conhecido empresário, forte e incondicional apoiador de Kleber e do atual poder de plantão, manda-me de madrugada no meu aplicativo privado de mensagens um meme com a foto do ditador coreano, com a seguinte frase: "é o que sempre digo. Essas eleições com mais de um candidato sempre dá problema".

Pois é! E dá problema quando se está muito confiante e na frente, quando os problemas do passado são desprezados, mas começam a vir a tona.

A PODEROSA COLIGAÇÃO E O AZARÃO III

Coçar e trair é só começar. O então poderoso PP já se coçou quando lhe tiraram a vice-prefeitura que estava com Luiz Carlos Spengler Filho, sucessor do ex-vereador, vice-prefeito e presidente do Samae, Luiz Carlos Spengler, o Cuca.

O inconformismo ronda o partido que já foi o maior rival do MDB gasparense. Não engoliram à traição do rival MDB e que está transformando o PP de Gaspar de protagonista em nanico, em um ente de segunda linha e lateral da política gasparense.

O PP de Gaspar começa a movimentar as suas peças de vingança contra o MDB, nesta ferida aberta e que o sal a faz rever impiedosamente. Mais uma para a conta dos "çabios" do poder de plantão a qualquer custo. Acorda, Gaspar!

A PODEROSA COLIGAÇÃO E O AZARÃO IV

Titulo do artigo de Maurício Stycer, especialista em televisão, no jornal Folha de S. Paulo. "Debates eleitorais são cancelados, e só líderes em pesquisas não lamentam. Tradição no Brasil desde a redemocratização, esses eventos informam e esclarecem o eleitor"

O debate do IFSC em Gaspar na terça-feira à noite mostrou que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não tinha respostas, mas justificativas.

As propostas ficaram com os opositores. Por isso, debate não é bom e quem está na frente ou no poder o enxerga como um problema: é que fica exposto e não faz da exposição uma oportunidade.
Herculano
05/11/2020 07:58
IMPASSE, PREDSIDENTE FRACO E ALUCINóGENOS ANIMAM DONOS DO DINHEIRO NOS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Congresso e país divididos animaram os negócios nos mercados financeiros dos EUA

No estado do Oregon, aquele logo ao norte da Califórnia, ter pequenas quantidades de ecstasy, cocaína, LSD, metanfetamina e cogumelos alucinógenos ou seus derivados deixa de ser crime, decidiram os eleitores na terça-feira (4) de eleições e de outras votações americanas. Mais quatro estados legalizaram a maconha - agora são 15.

Na Flórida, aumentaram o valor do salário mínimo. Na Califórnia, o lobby das empresas de aplicativos de transporte e entregas convenceu o eleitorado a derrubar a decisão da Suprema Corte estadual que obrigava essas firmas a tratar motoristas e entregadores como empregados, não como terceirizados sem vínculo e direitos trabalhistas.

Mas o decisivo mesmo, como vai se vendo, é que os Estados Unidos continuam divididos até a medula, que o presidente não terá maioria no Congresso e que políticas públicas fundamentais podem não avançar por causa de impasses e desacordo partidário incontornável.

Os donos do dinheiro grosso tomaram conhecimento dessas fissuras fundas e acharam isso bom.

Até o momento em que se escreviam estas linhas, noite de quarta-feira, não se sabia quem fora eleito presidente dos Estados Unidos. Aparentemente o Partido Democrata não seria majoritário no Senado, mantendo a Câmara por maioria pequena. A possibilidade de "onda azul" (ampla vitória dos democratas) morreu na praia como marolinha, se tanto.

E daí?

Pelos "votos" nos ativos financeiros nos mercados e nas opiniões que os ilustravam pela mídia econômica, dá para ter uma ideia do que o povo do dinheiro estava pensando. Joe Biden, caso eleito, não terá votos para passar aumentos de impostos sobre empresas; talvez nem mesmo sobre cidadãos mais ricos.

Será improvável regulação mais pesada sobre as firmas, as "Big Techs" em particular, ou sobre setores como saúde. O Partido Republicado no Senado teria capacidade de barrar ou enrolar tais iniciativas.

Seria menos provável a aprovação de um plano amplo de despesas do governo federal com o objetivo de tirar a economia da recessão, de resto por meio de um programa de "obras verdes". A contenção do aumento do gasto implica menos emissão de dívida pública, juros mais baixos e (é a mesma coisa) desvalorização menor dos títulos da dívida pública americana). O povo do dinheiro então comprou títulos da dívida.

A perspectiva de um governo em certo aspecto (econômico) fraco animou os donos do dinheiro e orientou decisões de investimento. Esses movimentos podem durar menos que dias, por vezes horas. Mas era assim que investidores "votavam" no mercado, olhando os resultados parciais da eleição para o Congresso e Casa Branca.

Sem um pacote de gastos federais gordo, não haveria risco de a economia americana perder fôlego, ao menos no curto prazo? Talvez. Os donos do dinheiro acham então que o Banco Central dos Estados Unidos, o Fed, vai dar conta do problema, embora o próprio comando do Fed diga que mais estímulo fiscal (gasto do governo) seja necessário. Os donos do dinheiro acham que haverá mais intervenções monetárias (em última análise, crédito de graça) e juros baixos por mais tempo. O Fed, como tanto Banco Central do mundo rico, teria ainda de fazer também o papel de banco comercial muito mal disfarçado.

Paralisia decisória e risco de polarização política ainda mais acentuada, talvez entrincheirada, não eram aflições. Na quarta-feira, os donos do dinheiro se animavam com o impasse político mais geral nos Estados Unidos.?
Herculano
05/11/2020 07:53
da série: o serviço público é uma mãe, e tem gente que possui a coragem de defender publicamente isso... e usando na falta de argumentos, a piedade.

CONAB PRESSIONA PARA DEMITIR SERVIDORES IDOSOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Soria Bastos Filho, decidiu demitir 63 funcionários com mais de 75 anos e que recebem aposentadoria do INSS. Apesar de não haver qualquer justificativa para extinguir contratos de trabalho, ele se apoiou na regra da aposentadoria compulsória de servidores e deixou explícita a crueldade já no primeiro item da sua resolução, ao avisar que não haverá pagamento de multas rescisórias como 40% do FGTS e aviso prévio.

Só UM ACRÉSCIMO

A resolução mantém empregados apenas quem tem mais de 75 anos e não têm o mínimo de contribuição. Assim que atingirem, é olho da rua.

NÃO É O CASO

Juristas explicam que uma Ação Direta de Inconstitucionalidade abordou o tema e não pagar as verbas só vale para aposentadorias espontâneas.

EQUIPARAÇÃO PARA O PIOR

Ao equiparar funcionários da Conab a servidores, Bastos culpa a reforma da Previdência, mas ignora proibição legal de demissões durante eleição.

DIAS CONTADOS

O empregado tem 15 dias para se apresentar para demissão e os futuros aposentados serão demitidos assim que o INSS conceder o benefício.

PELEGADA TENTA CRIAR PENDURICALHO 'AUXÍLIO-SOLIDÃO'

Incansável na criação de truques que tornam mais caro o emprego no Brasil, um sindicato tentou emplacar na Justiça do Trabalho, em Minas e Espírito Santo, mais um penduricalho para se juntar no anedotário nacional ao "auxílio-babá", o "auxílio-peru": pretendia a criação de um "auxílio-solidão". A ideia da pelegada era garantir o pagamento de adicional de 18% do salário para maquinistas ferroviários.

PRECEDENTE ESPERTO

O "auxílio-solidão" foi invenção de um sindicato que atua em empresas ferroviárias. A ideia era criar precedente a ser adotado em todo o País.

EMPREGO MAIS DIFÍCIL

Se a moda pega, o "auxílio-solidão" tornaria mais caro empregar sentinelas, vigilantes, motoristas profissionais, porteiros etc.

VÍTIMAS SÃO PRIORIDADE

A ação foi movida contra a Vale, empresa que deveria ser obrigada a indenizar decentemente suas vítimas, e não penduricalhos malandros.

NÃO COLOU

O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, "cozinhou" por três meses a votação da derrubada do veto à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores. E ainda tentou "faturar" o acordo pela derrubada.

PROTAGONISTA

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), em nome do Palácio do Planalto, comandou as negociações para viabilizar a derrubada do veto presidencial à desoneração da folha.

VITóRIA FAKE

O deputado petista Paulo Teixeira (SP) contou como vitória da oposição brasileira a derrubada do veto à extensão da desoneração em folha. Fake news. Tudo aconteceu por iniciativa e ajuda do governo.

MANOBRA MALANDRA

As eleições americanas retiraram atenção outra derrota de Lula, corrupto transitado em julgado. Ele queria protelar sua condenação no caso do tríplex alegando que a sessão do STJ foi por videoconferência. Malandro.

SOCORRO, POLÍCIA

Merece virar caso de polícia o assédio agressivo de motoristas de aplicativos, avulsos e taxistas no desembarque do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Até para apurar a omissão da Infraero.

FOI UMA VERGONHA

Ex-presidente da OAB de Alagoas e da Associação Nacional dos Procuradores de Estado, Omar Coêlho reagiu à tortura contra a influenciadora digital Mariana Ferrer, vítima de estupro, em audiência judicial de Florianópolis: "fiquei envergonhado, na verdade indignado".

PESO E BALANÇA

As empresas donas das redes sociais e dos veículos de imprensa proibiram Donald Trump de falar que venceu, antes de a eleição acabar, sob ameaça de censura. Joe Biden, fez pronunciamento oficial sobre como "ganhou, mas não ganhou ainda", sem qualquer repreensão.

PASSOU VERGONHA

Entrevistada durante protesto contra Trump, uma brasileira explicou bem o que era feijoada, mas indagada sobre o conservadorismo no Brasil, a porralouca deu vexame: "Bolsonaro é racista porque é amigo do Trump".

PENSANDO BEM...

...a urna eletrônica brasileira teria poupado muita gente de quase morrer do coração no EUA.
Herculano
05/11/2020 07:21
ESTUPRO CULPOSO, PALAVRAS DOLOSAS, por Sérgio Rodrigues, no jornal Folha de S. Paulo

Expressão funciona como uma paródia sucinta da misoginia brasileira

"Estupro culposo: quando não há intenção de condenar o estuprador." Não sei se a frase tem autor definido ou se deve ser classificada naquilo que se chama de sabedoria coletiva, mas é uma pequena joia.

Trata-se da melhor e mais concisa entre as manifestações indignadas que circulam pelas redes sociais desde que o site The Intercept expôs na terça (3) os detalhes de uma vergonha nacional.

A repulsa ao julgamento em que o empresário André de Camargo Aranha foi absolvido pela Justiça catarinense da acusação de estuprar Mariana Ferrer tem tudo para se tornar um marco na luta inglória para transformar o Brasil num país menos escroto.

O vídeo do julgamento revela Mariana sendo submetida a um estupro moral coletivo (aquilo não tem outro nome, e foi doloso) pelos homens engravatados que a cercam, cada um em seu quadrado virtual, até começar a chorar e implorar respeito.

A cena é forte em si, mas também por sua representatividade. O que Mariana passou na 3ª Vara Criminal de Florianópolis, diante de um advogado truculento e de um juiz aparentemente omisso, é o que passam incontáveis mulheres brasileiras que procuram o Estado como vítimas e acabam no papel de acusadas.

Diante do ritual de humilhação, motivo de vergonha para todos os brasileiros do sexo masculino, a figura juridicamente inexistente do "estupro culposo" provocou uma confusão inicial, antes de se revelar esclarecedora.

Correu a versão de que teria sido invocada pelo promotor. Na verdade, o que este alegou foi que o acusado não tivera a intenção de estuprar. A expressão foi criada pelo próprio Intercept para resumir o caso.

Colou porque faz uma paródia sucinta da misoginia estrutural brasileira. Se tivesse sido usado no julgamento, "estupro culposo" seria parente da "legítima defesa da honra" que absolveu Doca Street do assassinato de Ângela Diniz - como, em boa hora, tem lembrado ao país o brilhante podcast "Praia dos Ossos".

É por isso que a frase do primeiro parágrafo é potente. Ao escancarar a sordidez por baixo da fórmula burocrático-pedante ("quando não há intenção de condenar o estuprador"), lembra os achados que o americano Ambrose Bierce reuniu em seu "The Devil's Dictionary" (O Dicionário do Diabo).

Essa pequena obra-prima do humor foi lançada em 1911. Veterano da Guerra Civil, Bierce (1842-1914?) era um jornalista influente e um ficcionista de talento. Mistura de homem de letras e de ação, tinha 71 anos quando decidiu cobrir a quente a Revolução Mexicana e desapareceu sem deixar traço.

Intitulado "The Cynic's Word Book" (O Glossário do Cínico) em sua primeira edição incompleta, "O Dicionário do Diabo" é uma coletânea das tiradas mordazes que seu autor tinha publicado de forma avulsa ao longo dos anos em jornais e revistas.

Em seus melhores verbetes, o livro concentra crítica de costumes e sátira política em definições cortantes: "Egoísta: pessoa de mau gosto, mais interessada em si mesma do que em mim"; "Cleptomaníaco: ladrão rico"; "Trabalho: um dos processos pelo qual A acumula riquezas para B".

Uma das definições de Bierce é especialmente relevante no caso Mari Ferrer: "Advogado: especialista em contornar as leis".

Como as outras, trata-se de uma formulação que contorna a verdade superficial (dicionários sérios dizem algo bem diferente sobre advogados) para revelar uma verdade profunda. Exatamente o que faz a frase que abre esta coluna.
Miguel José Teixeira
04/11/2020 17:26
Senhores,

Biden é comunista

"Deputado Eduardo Bolsonaro questiona apuração das eleições nos EUA " (O Globo).

Agora fedeu! Vai voar hamburgueres para todo o lado!

O império zero-zero contra-ataca. . .
Diogo Seramim
04/11/2020 13:38
Herculano,

O "doutor" Renato é engraçado, o que vale é a sua própria opinião, no entanto em suas escritas, demonstra ser um ignorante jurídico. A soberba sempre esteve em seus atos e palavras. Abaixo a este juiz permissivo e a este promotor omisso e ao advogado Gastão, que ofendeu a vítima em nome do exorbitância que recebeu.
Herculano
04/11/2020 12:10
SUCESSÃO AMERICANA JÁ TEM UM VITORIOSO: O CAOS, por Josias de Souza

A democracia começa na hora de votar. E termina na hora de contar. Não é a eleição que coroa o processo democrático. É a apuração. O que está acontecendo nos Estados Unidos é a transformação da contagem dos votos de uma eleição presidencial num processo de estilhaçamento de um sistema democrático. Quem apostou na confusão não se decepcionou.

A eleição de 2020 é marcada pelo ineditismo. Graças ao coronavírus, 101 milhões de americanos votaram antecipadamente, 60 milhões dos quais pelo Correio. Coisa jamais vista. Num país em que o voto é facultativo, algo como 67% do eleitorado votou. Nos últimos 100 anos, não há vestígio de semelhante adesão.

Foi como se a sociedade americana, sabendo que vive uma epidemia de polarização, buscasse na democracia uma vacina. Por mal dos pecados, as urnas não trouxeram a perspectiva de cura. Ao contrário, aprofundaram a doença.

Frustraram-se os partidários do desafiante Joe Biden. Imaginou-se que o democrata abriria vantagem segura. Mas dobrou os joelhos na largada, ao perder a Florida. Animaram-se os devotos do republicano Donald Trump, que se manteve vivo na disputa.

Alta madrugada, verificou-se que o cenário é de uma eleição apertada. Podendo prevalecer nas urnas, Trump preferiu autoproclamar-se vitorioso na marra. "Estão tentando roubar a eleição. Nunca vamos deixar", anotou o presidente no Twitter.

Trump foi além: "Nós estamos muito por cima, mas eles estão tentando roubar a eleição. Nós nunca vamos deixar eles fazerem isso. Votos não podem ser depositados depois que as urnas são fechadas!".

Não há notícia de votos enfiados em urnas lacradas. O que ocorre é que parte dos votos enviados pelo Correio no tempo regulamentar serão computados ao longo dos próximos dias.

Antevendo os movimentos do adversário, Biden fez uma declaração pública antes dos tuítes tóxicos. "A eleição não estará terminada até que todas as cédulas sejam contadas", disse ele de madrugada a um grupo de apoiadores. Trump não se deu por achado.

"Eles sabiam que não poderiam vencer e disseram 'Vamos à Suprema Corte'", disse o presidente, insinuando que o rival levaria a eleição para o tapetão do Judiciário. "Isso é uma fraude. É uma vergonha para o nosso país. Francamente, nós ganhamos esta eleição. Nós vamos à Suprema Corte."

Estima-se que a decisão da encrenca sairá das urnas de estados do meio-oeste: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, por exemplo. Trump saiu na frente. Mas é justamente nesses pedaços do mapa onde é maior a quantidade de votos enviados pelo Correio, cuja contabilização é mais lenta.

Numa situação convencional, eleições servem para curar feridas. Abertas as urnas, o vencido cumprimenta o vencedor, que governa para o bem de todos. O diabo é que os Estados Unidos são guiados pela anormalidade. É impossível observar o país sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica.

O mundo está testemunhando a decomposição de um Estado que, dissessem o que dissessem os detratores, mantinha pelo menos a aparência de ser civilizado. A polarização aguda realçou todos os defeitos do modelo - da multiplicidade de regras entre os estados ao colégio eleitoral.

A apuração dos votos será lenta. Mas já é possível proclamar o grande vencedor da disputa presidencial americana. Nem Biden nem Trump. Prevaleceu o caos. A democracia dos Estados Unidos sai do processo eleitoral mais doente do que entrou.
Herculano
04/11/2020 12:09
Ao Renato Luiz Nicoletti, advogado.

Obrigado pela leitura, entretanto, em nenhum momento da minha postagem onde a minha opinião foi expressa neste espaço e sobre este assunto específico, tratei do tal estupro culposo, inexistente na legislação em vigor. N

Sugiro, reler os meus comentários pois ele nem aparece como suposta figura de linguagem para compreensão leiga.

Tratei apenas da permissão do magistrado do caso para que o advogado da parte contrária enxovalhasse, em outro abuso, a parte contrária. De que devo tomar cuidado? Da perseguição corporativa do judiciário, da OAB, do Ministério Público? Não entendi!

Sobre as abordagens em que aparecem à "nova" figura do tal estupro culposo, todas elas são de terceiros, amplamente divulgadas na mídia nacional e cito-as claramente essas fontes para exatamente serem conferidas. Então...
Renato Luiz Nicoletti
04/11/2020 11:39
Sobre o caso da vítima do estupro, sugiro que vc leia a sentença. É longa, mas fundamentada. Intercept desvirtuando pra faturar. Cuidado.
Miguel José Teixeira
04/11/2020 10:59
Senhores,

"Flávio Bolsonaro vê falta de provas e diz que denúncia é crônica macabra"

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/11/04/flavio-bolsonaro-diz-que-denuncia-por-rachadinha-nao-tem-prova.htm?cmpid=copiaecola

Huuummm. . .Se o senador "rachadjinha" "vê falta de provas", isso significa que elas existem. Portanto. . .

"Crônica macabra" é ir ao encontro do ministro boiadeiro em Fernando de Noronha e levar dois seguranças pagos com o erário.

Pelo visto, o senador "rachadjinha" conhece bem o naipe do reles ministro boiadeiro. Daí sua precaução. Porém, poderia tê-la feito com recursos financeiros próprios.

O clã bolsonaro "et caterva" tem feito na sua vida pública o que mesmo que fazem na sua privada!
Herculano
04/11/2020 08:34
SOBRE O CASO DA MODELO MARIANA FERRER, QUE GRAÇAS A IMPRENSA LIVRE TOMOU CONTA DO BRASIL, MOSTROU AS VÍSCERAS DE COMO OS PODEROSOS SUBVERTEM A LEI PARA SUBJUGAR AS VÍTIMAS

A notícia do caso está em comentário de ontem e abaixo. E a imprensa foi decisiva depois que nos canais institucionais de correições o fato foi ignorado.

Tudo é humilhante, não só para a vítima, como para a própria Justiça, o Ministério Público, a Lei e a sociedade.

Como a vítima do estupro bem acentuou nas súplicas, repito, suplicas educadas, que fez durante a audiência virtual, mesmo que ela fosse a pior das bandidas - e não era, era duplamente vítima da defesa do estuprador e o silêncio do julgados - não poderia ter sido exposta como foi, sob a insuportável aquiescência do magistrado que presidia o encontro.

Podia até o advogado tentar exagerar, o Ministério Público lavar as mãos, mas nunca o juiz. Ele deveria, no mínimo, colocar decência jurisdicional na sua própria Casa.

Já fui testemunha presencial, onde numa audiência, o juiz da causa, amigo de infância do autor, com ligações partidárias, fingiu o tempo todo ser um desconhecido e até representou uma auto-apresentação entre ambos, como se o passado dos dois nunca tivesse acontecido e próximos.

Impressionante como os poderosos se encontram e dominam os ambientes institucionais. E depois eles dizem não entender a indignação e a ira popular
Herculano
04/11/2020 07:28
O PRIMEIRO DEBATE DOS PREFEITURÁVEIS DE GASPAR MOSTROU GENTE DESPREPARADA

Ontem à noite aconteceu o primeiro debate entre os candidatos que buscam quatro anos como novos donos da cadeira de prefeito de Gaspar a partir de primeiro de janeiro de 2020, e por quatro anos.

Ele foi promovido por iniciativa do Instituto Federal de Santa Catarina, campus de Gaspar. Por conta da pandemia - e eu diria por conta da nova realidade das pessoas -, o debate deixou a praça, o Salão Cristo Rei, as torcidas pagas e embandeiradas, e foi parar na internet. E com os mesmos torcedores. Ela foi necessária e boa, na minha avaliação.

Se o debate de ontem a noite vai influenciar a corrida eleitoral? Sinceramente? É difícil de se imaginar isso diante do pouco tempo (dez dias) que se tem para isso e a audiência que atinge quase as mesmas bolhas já decididas pelos seus preferidos e por razões que não são os da competência, mas do interesse, da ideologia, do empreguismo....

Entretanto, o debate pode solidificar algumas boas e más impressões que correm soltas pela cidade e ampliar a mensagem, facilitando as escolhas com mais qualidade.

Tudo vai depender como os comunicadores da campanha vão trabalhar virtualmente o desempenho - e diferenças - dos seus candidatos e adversários.

A primeira impressão é de que a tecnologia atrapalhou uns e favoreceu outros. E a única mulher a vice, não estava entre os homens. Uma pena. Simbólico.

A segunda impressão, é de que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, está com o mesmo e por isso, pelo menos com oito anos de atraso no discurso; e por ser prefeito, ou seja, com o suposto domínio da rinha, está com dificuldades para explicar o que fez, o que não fez e que fará. Depende do prefeito de fato? É isso?

A terceira impressão é que quanto mais batem em Rodrigo Boeing Althoff, PL, que está em segundo lugar segundo a pesquisa de intenções de votos do Cruzeiro do Vale na sexta-feira, mais ele cresce no domínio dos assuntos, das ideias e principalmente de não comer a isca da provocação marota, gratuita e intencional dos adversários.

A quarta impressão é de que o engenheiro, professor universitário, empreendedor Rodrigo que não depende de política para sobreviver virou vidraça. E nem tanto pelo próprio governo que teme fazer escada para Rodrigo sobre as possíveis fragilidades do governo de plantão. Estranhamente, outros candidatos estão fazendo este serviço sem disfarces.

E por derradeiro. Você acha que estou exagerando? Então pega o link e assista
https://www.youtube.com/watch?v=rW8QzR9QxRQ&feature=youtu.be

Acorda, Gaspar!
Herculano
04/11/2020 06:48
da série: um retrato bem preocupante da política econômica do governo.

AGRICULTURA PERDE FôLEGO, EXPORTA MENOS E IMPORTA MAIS, por Mauro Zafalon, da coluna Vaivém das Commodities, no jornal Folha de S. Paulo

Exportações médias recuam 21% no mês passado; importações, puxadas por soja e arroz, aumentam 3%

As exportações agropecuárias perdem fôlego neste início do quarto trimestre do ano. As vendas externas médias de outubro - consideradas as receitas obtidas por dia útil?" - ficaram 21% inferiores às de igual mês de 2019.

Já as importações, devido à aceleração nas compras externas de produtos básicos neste segundo semestre, aumentaram 3% no período.

A agricultura, assim, inverte o comportamento que vinha obtendo neste ano. Foi o único setor a aumentar as importações e a registrar queda nas exportações, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Os gastos com o aumento das importações têm como base soja e arroz, produtos que foram isentados de tarifa de importação recentemente. Essas importações, porém, não têm muita relação com essa liberação de importação, mas com o volume de produto já exportado, facilitado pela taxa de câmbio.

As compras externas de soja somaram 71 mil toneladas no mês passado. No mesmo mês de 2019, eram apenas 1.380. Com isso, as importações acumuladas neste ano já somam 599 mil toneladas, 379% mais do que em 2019.

Essas compras externas são necessárias porque o país já colocou 82 milhões de toneladas de soja no mercado externo até o final de outubro, 24% mais do que em 2019. As receitas deste ano somam US$ 28,1 bilhões, apenas com as vendas da soja em grão.

As exportações favoráveis ao arroz neste ano, devido ao real fraco, também forçam o país a aumentar as importações nessa reta final de ano. A partir de janeiro começa a chegar ao mercado a safra 2020/21.

Em outubro foram importadas 81 mil toneladas do cereal sem casca, 15% mais do que em igual mês de 2019.

Apesar da necessidade de importações, as empresas continuam cumprindo contratos de exportações. No mês passado, saíram 90 mil toneladas do cereal industrializado pelas fronteiras do Brasil, 59% mais do que em outubro de 2019.

Milho e trigo não apresentaram evolução de compras no mês passado. Ambos tiveram reduções também nas importações acumuladas no ano.

A importação de trigo recuou para 5,37 milhões de toneladas de janeiro a outubro, enquanto a de milho caiu para 876 mil no mesmo período.

As carnes bovina e de frango também ajudaram a enfraquecer as exportações de outubro. Ambas tiveram redução no volume comercializado no mercado externo. A suína, devido à persistente demanda chinesa, mantém ritmo forte de exportação, segundo a Secex.

EMPREGO VOLTA AO NORMAL NO CAMPO

Pela primeira vez, desde o trimestre encerrado em maio, o número de ocupados na agropecuária está dentro do normal, segundo estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

Para os técnicos do Cepea, o impacto da Covid-19 sobre o número de pessoas ocupadas na agropecuária pode estar se dissipando.

No trimestre móvel encerrado em agosto (de junho a agosto), 8,2 milhões de pessoas estavam ocupadas na agropecuária, apenas 1,5% abaixo do esperado para esse período do ano, conforme modelo criado pelo órgão.
Herculano
04/11/2020 06:43
VITóRIA DE BIDEN NÃO AFETA AS RELAÇõES BILATERAIS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nesta quarta-feira nos jornais brasileiros

No caso de vitória do democrata sorvetão Joe Biden, o governo brasileiro já não terá o tratamento especial concedido pelo republicano Donald Trump ao colega brasileiro, que foi recebido no Salão Oval e depois homenageado em jantar, na Flórida, em março. No mais, as relações históricas de amizade entre Brasil e Estados Unidos não devem sofrer alterações, até porque há interesses comerciais que devem prevalecer sobre discursos eleitorais a respeito da questão ambiental na Amazônia.

A VEZ DOS DIPLOMATAS

Definida a eleição, a hábil diplomacia brasileira buscará o entendimento, priorizando o que aproxima e não o que separa os dois países.

O CASO ARGENTINO

Os presidentes do Brasil e Argentina não se suportam, mas a diplomacia deu um jeito de normalizar as relações. Ambos são parceiros históricos.

MAIS O QUE FAZER

O comentarista Hamilton Mourão, vice-presidente nas horas vagas, lembrou ontem que eventual governo Biden terá muito mais o que fazer.

PAUTA INDIGESTA

Os EUA precisam ajustar suas relações com organizações multilaterais, a Europa e a Rússia e definir suas disputas comerciais com a China.

AINDA SEM VACINA, MUNDO APRENDE A COMBATER COVID

O mundo foi surpreendido pelo coronavírus e, sem saber como lidar com vários sintomas, viu a média diária de mortes disparar até 7.027, cerca de 10% da média de 70 mil casos. A proliferação da doença e o aumento da testagem levaram a média a subir 564%, superando 500 mil casos diários, mas a experiência adquirida por profissionais de saúde no combate à pandemia e a busca incansável por novos tratamentos dos sintomas reduziram a mortalidade a 1,32% enquanto a vacina não chega.

CURAS EM ALTA

Segundo o Worldometer, a taxa de recuperados em abril chegou a 77,5% e só subiu desde então, atingindo o máximo de 96,56% nesta segunda.

TRISTE MARCA

Apesar da alta exponencial no número de casos no segundo semestre, o dia 17 de abril ainda detém recorde de óbitos com 8.514 vidas ceifadas.

AQUI CONTINUA CAINDO

No Brasil, a maior média de casos foi de 46.263 e óbitos 1.097, ambas no fim de julho. Atualmente caíram para 20.379 e 360, respectivamente.

BRASIL VENCE A COVID

A média móvel de mortes segue a tendência de baixa no Brasil e caiu para 360, segundo dados do Worldometer. É a primeira vez que fica abaixo de 400 e é a menor média em mais de seis meses.

PLANOS MUDAM

A dupla do DEM Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, já aposta suas fichas em eventual permissão do Supremo para se reelegerem. A PEC da reeleição se inviabilizou e só restou a interferência do Judiciário.

MORAL BAIXÍSSIMA

A tentativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de impor pauta de votações em sessão extraordinária foi por água abaixo. Em outra mostra da perda de poder de Maia, a sessão foi cancelada por falta de quórum.

CENSURADO HÁ 54 DIAS

Está fora do ar há 54 dias o site e-Cidadania, do Senado, e junto com ele a ferramenta de avaliação popular dos projetos de lei. O sistema "caiu" após a PEC da reeleição Maia/Alcolumbre receber 99% de rejeição.

CHOQUE DE REALIDADE

A convite do governo, o encarregado de negócios da Embaixada da França fará uma turnê do Amazonas. A ideia é "conhecer melhor os compromissos do governo com o desenvolvimento sustentável".

CONFUSÃO AGENDADA

A Guarda Nacional dos Estados Unidos foi acionada em 16 dos 50 estados norte-americanos. Serão distribuídas mais de 3,6 mil tropas em todo o país para garantir a lei e ordem, após a eleição desta terça (3).

ALGUNS DIAS

O governador do Illinois, JB Pritzker, um dos chefes de governos estaduais nos EUA que pediu auxílio da Guarda Nacional, que é uma força de segurança federal, aposta que a apuração "pode levar dias".

VALE A INTENÇÃO

Sem a menor expectativa de shoppings e comércios lotados para vendas de fim de ano, empresas apostam em vales-presentes. A ValeCard prevê alta de 15% no uso dos vales para substituir os presentes de Natal.

PENSANDO BEM...

...nos EUA, como no Brasil, os institutos de pesquisa se utilizam de uma velha malandragem: na véspera da eleição, "ajustaram" seus números.
Herculano
04/11/2020 06:35
O EXTREMISMO ODIENDO, COM OU SEM TRUMP, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Polarizações socioeconômicas e ódios diversos não vão passar tão cedo nos EUA

Donald Trump é uma doença ou sintoma de um mal pior? Derrotado ou vitorioso, já terá deixado sequelas, de qualquer modo. Trump inspirou, incentivou ou legitimou supremacistas brancos, a xenofobia, a desconfiança na razão, em instituições que promovem o debate público esclarecido e que arbitram conflitos de modo democrático, promoveu a mentira sistemática e a disseminação da paranoia. Avacalhou tudo isso que faz parte do pacote básico da democracia liberal.

Há surtos de paranoia ou ressentimento reacionários que causam comoção e sofrimento, mas passam. Ao menos, acabam não tendo força bastante para abalar pilares dessas democracias liberais.

Não foi o caso nem com o macarthismo dos Estados Unidos dos anos 1950, por exemplo. Deixou marcas, destruiu vidas e inoculou para sempre na política americana a rejeição mesmo a ideias sociais-democratas e o delírio anticomunista, mas não produziu instituições autoritárias.

Um movimento contemporâneo, na França, o poujadismo, agregou o ressentimento da pequena burguesia reacionária, corporativista, revoltada com a modernização do país e com instituições da democracia francesa da época, que funcionavam muito mal, aliás, tanto que acabaram em um golpe militar disfarçado, em 1958. Mas a democracia francesa progrediu e o poujadismo é uma nota de rodapé, embora uma de suas crias, Jean-Marie Le Pen, tenha dado brotos depois de quatro décadas dormente.

Trump muita vez é explicado pelo ressentimento dos trabalhadores largados nas regiões decadentes da indústria, pela revolta das comunidades do interior, dos desconfiados da civilização dos costumes e dos direitos de minorias ou discriminados quaisquer, contra as "elites" ilustradas e a indiferença dos tecnocratas econômicos.

A desigualdade de renda e de educação teria sido um fator também, assim como, contraditoriamente, o ressentimento contra programas sociais que justamente atenuam tais iniquidades (de modo diminuto, nos EUA).

Mas mesmo tais ressentimentos não bastam para explicar a força renovada do racismo, das milícias armadas ou o descaramento neonazista. Um grande, embora controverso, sociólogo americano, Richard Sennett escreveu nesta semana no jornal britânico "The Guardian" que o ressentimento seria mais profundo. Reflete uma degradação civilizacional mais séria e que seria a atitude de uns 30% dos americanos.

Trata-se de pessoas para quem a vida socioeconômica é um jogo de soma zero: reconhecer direitos de outros por si só implica a perda dos próprios direitos; rebaixar outrem é um progresso para si. Seria assim parte dos brancos americanos, diz Sennett, um pessimista a respeito da vida pública, do sentimento do propósito da vida ou da situação do trabalho contemporâneo.

Parte da base trumpista de 2016 desertou o presidente agora, acredita Sennett (aposentados, trabalhadores da indústria, pequenos empresários, classe média alta dos subúrbios e parte dos evangélicos). Restaria um núcleo fanático, mas imenso, que tende se tornar ainda mais extremista em caso de Trump: viriam a se sentir mais abandonados e, agora, traídos por outros eleitores e pelo "sistema" em geral.

As feridas americanas não serão curadas tão cedo, conclui Sennett. É difícil captar de modo mais preciso esse ressentimento branco entranhado. Mas decerto tão cedo, no mínimo, não vai se dar um jeito nas polarizações de cor, renda, educação, poder e da falta de entendimento básico do que sejam razão e terreno comum de diálogo.
Herculano
04/11/2020 06:31
MUITO TROVÃO, POUCA CHUVA, por Carlos Brickmann

Nestas eleições, uma antiga definição de Republicanos e Democratas (de quem será? Não consegui localizá-la) deixa de ter valor: a de que os dois partidos são como garrafas iguais, com rótulos diferentes, ambas vazias. Trump é diferente dos democratas (e, embora hoje os lidere, também de boa parte dos republicanos). Trump governa por conflito, adora ter inimigos, não sonha com união nacional. Mas, ganhe Biden ou Trump, não haverá grandes mudanças mundiais. Há pesos e contrapesos no governo americano. Como um enorme porta-aviões atômico, o país é grande demais para manobrar bruscamente. Cada presidente influi na rota, mas só um pouquinho.

Trump fez muito barulho, confrontou a China, ameaçou a Coreia do Norte com armas atômicas, prometeu um muro entre EUA e México, a ser pago pelo México, negou a pandemia e pregou a cloroquina. Mas, quando se viu doente, não falou mais em cloroquina, e mandou milhões de comprimidos de presente para quem acreditava nela. Negou a pandemia, mas fechou as fronteiras dos EUA. Fez um pedaço do muro e convenceu o México a bloquear a passagem de centro-americanos. Ameaçou a Coreia do Norte, mas foi o primeiro presidente americano a pisar lá. Movendo todo o aparato militar, está terminando seu mandato sem guerras. Biden sempre foi mais guerreiro do que ele. Enfim, o eleitor americano já decidiu e falta apenas saber quem é o eleito.

Seja qual for, fiquemos frios: a vida continua.

E?

Trump foi um bom presidente? Na minha opinião (de longe, sem contato com a realidade americana), não. Mesmo medidas corretas como a de fechar fronteiras, da maneira como foram tomadas, apresentaram amplo grau de ineficiência. Estimular movimentos alucinados como os que acreditam numa conspiração internacional de banqueiros comunistas, com apoio do papa e de uma rede mundial de pedófilos satanistas, visando criar um governo único para todos os países, com apoio chinês e sob o comando direto do Camarada Belzebu, definitivamente não é coisa que se faça. Ameaça desafiar a lei se perder. Mas sua eventual reeleição não provocará nenhum cataclisma.

O BRASIL?

Para o Brasil, a eleição de Joe Biden não deverá criar tantos problemas, apesar de Bolsonaro ter declarado apoio à reeleição de Trump (o que deve ter provocado uma sacudida nas Bolsas, de tanto rir), Biden é um político profissional, hábil, que costuma (em geral, com êxito) criar consensos. Sabe que um país não tem amigos nem inimigos, tem interesses. É interesse americano ter boas relações com seu maior concorrente na produção de alimentos. Haverá, sem dúvida, jogo para a torcida, sobre o meio-ambiente - Pantanal e Amazônia, aquecimento global, Acordo de Paris sobre redução de carbono na atmosfera. O Brasil pode lucrar com isso: venda de créditos de carbono, exportações de produtos sustentáveis, venda de etanol para substituir em parte o petróleo. E, especialmente, preservar a "rainforest" tem um custo: a não-exploração de jazidas minerais (inclusive uma grande, de bauxita, dos noruegueses).

O Brasil pode faturar para não tocar nesses recursos. Biden falou em US$ 20 bilhões. Até onde pode chegar? E haverá um extraordinário ganho para o Brasil: com Biden, sem Trump, ninguém mais pensará no Bananinha como embaixador do Brasil em Washington.

A NOSSA POLÍTICA

O vice-presidente general Mourão fez seguidas declarações desmentindo o presidente Bolsonaro. Primeiro, disse que o Governo iria comprar a vacina Coronavac, desenvolvida pelos chineses da Sinovac e o Instituto Butantan, o que Bolsonaro tinha descartado. Depois, ao criticar a decisão de fazer despesas adiáveis, foi atacado por Bolsonaro, que o acusou de desconhecer a Constituição. Agora, embora tenha declarado que seu preferido nos EUA é Trump, disse que se Biden ganhar, Brasília e Washington continuarão a se entender do mesmo jeito.

Anote: talvez esteja em gestação uma nova crise.

BOA NOTÍCIA

Num ano ruim para o investimento estrangeiro, em que R$ 84,5 bilhões deixaram o Brasil, algo de bom: outubro foi positivo em movimentação de investimentos, com entrada líquida de R$ 3,1 bilhões. Operadores dizem que, com a desvalorização do real, os papéis brasileiros ficaram baratos. Mas ninguém garante que essa entrada de dinheiro tenha tendência a se repetir.

EXPLICANDO AS NOVAS NOTAS

Terminado o temporal do senador do cofrinho, torna-se possível mostrar detalhes da nova nota de R$ 200,00, a do lobo-guará. A nota tem foco na sensibilidade: marcas táteis no canto inferior direito, tamanho que facilita a identificação por quem tenha problemas visuais. Segundo a especialista Mariana Chaimovich, era preciso criar a nova nota, por causa da pandemia: ficou mais fácil fazer com que o dinheiro chegasse a todos, em todo o país.
Herculano
04/11/2020 06:23
OS MALES DO GOVERNO BOLSONARO SÃO MUITA BRIGA E POUCOS OBJETIVOS, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Talvez nem se possa dizer que o presidente embaralha as cartas; ele as rasga

Às segundas, quartas e sextas o ministro Paulo Guedes briga com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Às terças, quintas e sábados, fazem as pazes.

Todo dia, Guedes briga com Rogério Marinho, seu colega do Desenvolvimento Regional. Insatisfeito com as brigas que arrumou, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, insulta o chefe da Secretaria de Governo, general da reserva Luiz Eduardo Ramos. Do alto de sua erudição, num discurso em que se disse poeta e falou até em grego, o chanceler Ernesto Araújo disse ao mundo que "o Brasil hoje fala em liberdade através do mundo, se isso faz de nós um pária internacional, então que sejamos esse pária". (Se o Brasil virou pária, isso nada tem a ver com o discurso da liberdade.)

Bolsonaro, o maestro dessa banda de música briga com governadores, vacinas e colaboradores.

Faz tempo, diante da anarquia do fim do governo de João Figueiredo, o general Golbery do Couto e Silva dizia que uma pessoa pode ir para a rodoviária parando em todos os guichês, pedindo um desconto na passagem. Podia até conseguir, mas não podia deixar de dizer para onde queria ir. Olhando o mesmo quadro, Tancredo Neves queixava-se: "Ninguém joga só embaralhando. Tem que dar carta a alguém, e o Figueiredo não está dando carta alguma. Está com todas na mão". (O tempo mostrou que o general não tinha mais carta e Tancredo foi eleito presidente em 1985.)

Ganha uma viagem à Pensilvânia quem souber que cartas Bolsonaro tem. Talvez nem se possa dizer que embaralha as cartas. Ele as rasga. Rasgou Gustavo Bebianno, Sergio Moro, Santos Cruz e Luiz Henrique Mandetta. Marcou a do general Eduardo Pazuello.

Admita-se que o capitão tem o objetivo de se reeleger, com o apoio do centrão e dos auxílios emergenciais. Para isso, precisaria que a eleição presidencial viesse rapidinho. Ela não virá, quem está a caminho é uma insegurança econômica bafejada pelo desequilíbrio fiscal. Com o emagrecimento da mística eleitoral que acompanhou sua vitória de 2018 resta-lhe a fidelidade do centrão. Se ele pudesse, deveria marcar um jantar com Dilma Rousseff, ela acreditou nessa fidelidade.

Muita briga e poucos objetivos, os males do governo Bolsonaro são. Quem sabe onde foi parar aquele programa Pró-Brasil? Era pó e ao pó reverteu. Durante seu governo, o país foi infelicitado por uma pandemia que matou mais de 160 mil pessoas. Não foi ele quem trouxe o coronavírus, mas em oito meses de angústia dele não partiu uma só ação ou fala que contribuísse para a boa ordem sanitária. Ressalvem-se a rapidez e o alcance dos R$ 600 mensais que tiraram milhões de pessoas do caminho da fome. Essas medidas, contudo, não deram eficácia à cloroquina no combate à "gripezinha".

Amanhã completam-se 116 anos da criação, no Rio, da Liga contra a Vacina Obrigatória. Pelo andar da carruagem, Bolsonaro quer liderar movimento parecido. Em 1904, muita gente boa, como Rui Barbosa, combatia a vacinação contra a varíola, que naquele ano mataria 4.000 pessoas na cidade. Em 1980 a OMS certificou a erradicação da doença. No governo de Rodrigues Alves o Brasil andou para a frente.
Herculano
04/11/2020 06:11
ATUALIZAÇÃO DA CONTAGEM DA CORRIDA ELEITORAL AMERICANA ÀS 6H

Joe Biden, Democrata tinha 238 delegados e Donald Trump, 213. O vencedor precisa no mínimo 270 delegados para ser considerar eleito
Herculano
04/11/2020 06:06
da série: um mau competidor

SEM RESULTADO FINAL, TRUMP SE DECLARA VENCEDOR E REPETE QUE VAI À SUPREMA CORTE

Vitória autodeclarada, porém, não tem validade legal, e a disputa à Casa Branca permanece indefinida
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, de Wilmington, estado de Delaware, Estados Unidos. O presidente Donald Trump se declarou vencedor da eleição americana na madrugada desta quarta (4), mesmo antes do encerramento da apuração dos votos, e voltou a afrontar a democracia dos EUA.

Em discurso dentro da Casa Branca, sede do governo americano, o presidente repetiu que levaria a disputa à Justiça e afirmou que a contagem dos votos deveria parar.

"Eles sabiam que não poderiam vencer e disseram 'Vamos à Suprema Corte'", disse o republicando em referência aos opositores democratas. A tese de Trump é que os adversários tentam fraudar a eleição com o estímulo ao voto por correio, que bateu recorde neste ano por causa da pandemia.

"Isso é uma enorme fraude. É uma vergonha para o nosso país. Francamente, nós ganhamos esta eleição."

"Nós vamos à Suprema Corte, queremos que todos os votos parem, não queremos que os votos sejam encontrados até as 4 da manhã. É um momento triste"?, completou, insistindo na narrativa que vinha apresentando nas últimas semanas", completou, insistindo na narrativa que vinha apresentando nas últimas semanas.

O presidente fez um discurso em que foi escalando o tom. Primeiro, comemorou a vitória em estados como Flórida, Ohio e Texas, onde as projeções já mostram que o republicano venceu.

Depois, disse que ganhou na Geórgia e na Carolina do Norte, onde os resultados ainda não haviam sido confirmados, e disse que estava ganhando na Pensilvânia, estado que deve decidir a eleição, mas onde os votos por correspondência podem ser contados até o fim da semana.

Por fim, alegou que havia vencido - ainda que a apuração não tenha sido finalizada.

"Isso é uma fraude, uma vergonha para o nosso país", afirmou o presidente sobre a contagem de votos que envolve as cédulas enviadas por correio.

A vitória autodeclarada, porém, não tem validade legal, e a disputa à Casa Branca permanece indefinida, com votos ainda sendo contados na maior parte dos estados.

Os primeiros resultados da noite desta terça-feira (3) pareciam abrir caminho para Trump seguir na disputa à reeleição e mostravam que a corrida não teria ampla vantagem para Biden, ao contrário do que mostravam as pesquisas.

Entre os estados considerados mais competitivos, Trump ganhou Flórida, Ohio, Texas e Iowa, segundo as projeções. Biden, por sua vez, levou Arizona, Minnesota e New Hempshire, e a disputa virou, mais uma vez para o Meio-Oeste, onde há muitos votos por correio que ainda não foram contados.

Até 5h desta quarta (hora de Brasília), com as primeiras projeções, o democrata Biden acumulava, segundo o jornal New York Times e a agência de notícias Associated Press, 225 dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral americano.

O republicano Trump, por sua vez, somava 213 pontos. E continuavam indefinidos 9 dos 50 estados.

O movimento de Trump era esperado como um novo recurso de sua cruzada que, há meses, tenta minar a confiança no pleito e fazer da eleição uma batalha na Justiça.

Quase nove pontos atrás de Joe Biden na média das pesquisas nacionais, o presidente lançava dúvidas sobre a integridade do processo, afirmando, sem provas, que a votação por correio levaria a fraudes.

Trump se aproveitou dos esperados atrasos e distorções iniciais que o recorde de votos pelo sistema postal causou para manobrar na saída na apuração.

Isso porque estados que começam a contagem pelo voto presencial, como a decisiva Pensilvânia, poderiam colocar Trump na frente no começo da apuração, já que essa é a forma de votar preferida dos republicanos. O cenário, porém, estava sujeito a mudanças conforme fossem contados os votos por correio, opção feita por mais democratas.

Muitos prognósticos já diziam, como acontecia na madrugada, que Trump apareceria provavelmente à frente na Pensilvânia, que tem até sexta-feira (6) para apurar votos enviados pelos correios - o que poderia mudar substancialmente o quadro em favor de Biden mais a frente na disputa.

Historicamente, a apuração não é concluída de maneira oficial na noite da eleição americana, mas projeções feitas sobre resultados parciais, na maioria das vezes, permitem indicar o vencedor horas após o fechamento das urnas. Com o recorde de votos por correio neste ano, porém, isso não aconteceu.

Com baixos índices de irregularidades, a prática do voto postal é muito comum nos EUA e foi intensificada neste ano em razão da pandemia, principalmente entre democratas. Por isso, virou alvo de Trump.

Para analistas, o questionamento jurídico dos resultados poderia ocorrer se a disputa fosse muito apertada no voto popular ou no Colégio Eleitoral ?"sistema indireto que escolhe o presidente nos EUA.

A manobra de Trump antes mesmo do fim da contagem de votos é mais um movimento na enxurrada de contestações legais que ele sinalizou fazer após o fechamento das urnas.

O principal argumento do presidente é contestar a contagem de votos por correio feita depois do dia da eleição, o que é permitido por lei em muitos estados. De acordo com a imprensa americana, a equipe do presidente se preparava para alegar, sem fundamento, que essas mudanças de cenário, causadas pela ordem na contagem de votos presenciais e por correio, eram fraudulentas.

Trump também se recusou a dizer se aceitaria uma derrota a Biden e, a dois dias da eleição, foi ainda mais explícito sobre a empreitada jurídica que travaria a partir de terça.

Em conversa com jornalistas no domingo (1º), o presidente negou que se autodeclararia vencedor, mas disse que não achava justo ter que esperar "um longo período de tempo" pelo resultado da apuração.

"Assim que a eleição acabar, vamos acionar os nossos advogados", disse Trump.

O objetivo do republicano em caso de derrota é levar a disputa à Suprema Corte, instância na qual conseguiu cristalizar uma ampla maioria conservadora às vésperas do pleito, com a indicação da juíza Amy Coney Barrett para a cadeira da progressista Ruth Bader Ginsburg, que morreu em setembro.

As manobras e as contestações legais em diversas regiões poderiam atrasar a confirmação do resultado e, caso a definição não ocorra até 8 de dezembro, data limite para chancelar os delegados do Colégio Eleitoral, a legislatura do estado poderia indicar os representantes.

No caso de Pensilvânia, Carolina do Norte, Michigan e Wisconsin, cujas legislaturas são controladas por republicanos, os votos certamente iriam para Trump, mesmo que Biden tenha vencido no voto popular naquele estado em questão. Acontece que, ao fim da contagem total, o governador também pode fazer essas indicações. Nos quatro estados, os governadores são democratas.

A Constituição americana não atribui nenhum papel à Suprema Corte na determinação do resultado da eleição presidencial, mas a disputa pode ser definida no tribunal se o resultado for contestado em um ou mais estados, e os candidatos pedirem que a instância máxima da Justiça resolva o impasse.

Em 2000, no ano da eleição entre George W. Bush e Al Gore, a Suprema Corte foi acionada e suspendeu a recontagem dos votos na Flórida, dando a vitória ao republicano.

No domingo, Trump afirmou que a Suprema Corte americana já deveria ter ordenado que todos os votos fossem contados já no dia da eleição, rejeitando a possibilidade de apuração das cédulas que chegarão pelo correio depois desta terça.
Miguel José Teixeira
03/11/2020 21:07
Senhores,

Meu saudoso Irmão José Alíssio, Ilhotense, sempre dizia:

"percebe-se a fase negativa de alguém, quando se vê que o urubú debaixo está cagando no de cima"

"Lula grava vídeo para candidato adversário do PT em João Pessoa".

(Natalia Portinari e Gabriel Monteiro / Agência O Globo)
Miguel José Teixeira
03/11/2020 20:13
Herculano,

Vamos matutar juntos:

Se,

101 funcionários públicos municipais ou da Câmara, receberam os R$ 600,00 destinados à quem não tinha onde nem como obtê-los (o que não era o caso deles);

Então,

juntos, somaram R$ 60.600,00 nas primeira parcela.

Caso,

esses 101 CANALHAS tenham recebido as 3 parcelas;

Então,

abocanharam, indevidamente, R$ 181.800,00.

Já que perguntar não ofende, e os nomes dos PicareTas estão sob sigilo do Executivo Municipal,

será que os quase 182 mil foram para o "caixinha" da campanha?

Respostas para o candidato a vereador "Zaca" de Joinville que é do ramo!
Herculano
03/11/2020 17:28
da série: depois do caso ganhar as manchetes da comoção nacional e só porque a imprensa se interessou, apareceram os salvadores da pátria se disfarçando de protetores das instituições.

CONSELHEIRO DO CNJ PEDE INVESTIGAÇÃO DO JUIZ DO CASO "ESTUPRO CULPOSO"

Conteúdo de O Antagonista. O conselheiro do CNJ Henrique Ávila pediu que a Corregedoria Nacional de Justiça investigue se houve omissão do juiz Rudson Marcos na condução da audiência do caso da modelo Mariana Ferrer.

Ela acusou o empresário André de Camargo Aranha de estuprá-la enquanto ela estava sob efeito de drogas, mas o juiz absolveu o réu por entender não haver provas no caso de que a modelo não tivesse discernimento para decidir sobre o ato. A sentença seguiu a tese do promotor Thiago Carriço de Oliveira, segundo a qual Aranha não teve intenção de cometer o crime e o caso teria tratado de um "estupro culposo", sem intenção.

Um vídeo da audiência do caso divulgado hoje mostra o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defende André Aranha, tentando desqualificar a modelo, insinuando que ela fez a denúncia por estupro para ganhar dinheiro.


No pedido de investigação do juiz, Henrique Ávila afirma que a falta de intervenção do juiz durante a audiência pode ser uma falta disciplinar, já que a própria Mariana Ferrer pediu que o magistrado tomasse providências em relação ao que o advogado dizia.

"Causa-nos espécie que a humilhação a que a vítima é submetida pelo advogado do réu ocorre sem que o juiz que preside o ato tome qualquer providência para cessar as investidas contra a depoente. O magistrado, ao não intervir, aquiesce com a violência cometida contra quem já teria sofrido repugnante abuso sexual. A vítima, ao clamar pela intervenção do magistrado, afirma, com razão, que o tratamento a ela oferecido não é digno nem aos acusados de crimes hediondos", escreveu Ávila, no pedido encaminhado à corregedora do CNJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Herculano
03/11/2020 17:22
da série: cenas do estupro das evidências para deslegitimá-las em favor dos poderosos e endinheirados que mandam e desmandam na Justiça.

"CENAS ESTARRECEDORAS", DIZ GILMAR SOBRE CASO o "ESTUPRO CULPOSO"

Conteúdo de O Antagonista. O ministro Gilmar Mendes disse hoje que "as cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras" e que "os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram".

Ele comentou o caso da absolvição do empresário André de Camargo Aranha do estupro da modelo Mariana Ferrer, em Santa Catarina. Durante a audiência do caso, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defende Aranha, mostrou fotos da modelo para tentar desqualificá-la, dizendo coisas como "não tenho filha do teu nível" e insinuando que ela acusou o empresário para ganhar dinheiro, por ter perdido o emprego. "Tu vive disso", disse o advogado durante a audiência, conforme vídeo divulgado hoje pelo site The Intercept.

É o processo que ficou famoso como o caso do "estupro culposo".

O termo foi usado pelo promotor Thiago Carriço de Oliveira, do MP catarinense, para pedir a absolvição do empresário. O argumento, segundo informações do portal ND Mais, era o de que o réu não tinha como saber que Mariana Ferrer estava sob efeito de drogas e não tinha "o necessário discernimento para a prática do ato", conforme escreveu o promotor que assinou a denúncia, Alexandre Piazza - que deixou o caso para assumir outra Promotoria.

Segundo a tese do promotor Thiago de Oliveira, portanto, André de Camargo Aranha não teve a intenção de cometer o crime porque não teve como perceber que a vítima estava indefesa.

O juiz do caso, Rudson Marcos, concordou com os argumentos. Segundo o magistrado, não foram apresentadas provas no caso de que a vítima estivesse incapaz.
Herculano
03/11/2020 17:07
URNAS DOS ESTADOS UNIDOS MOLDARÃO PRESIDÊNCIA DE BOLSONARO SEJA QUAL FOR O RESULTADO, por Josias de Souza, no Uol.

"Respeitaremos o resultado das urnas. Mas acredito piamente na reeleição de Donald Trump." A frase é de Jair Bolsonaro. Foi pronunciada nos jardins da Casa Branca, em março de 2019, na primeira visita do presidente brasileiro a Washington. Postado ao lado do visitante, numa entrevista conjunta, Trump interveio com um sorriso maroto nos lábios: "Muito obrigado, eu concordo."

Um ano e sete meses depois, às voltas com o risco de ser derrotado pelo rival Joe Biden, Trump ameaça questionar na Justiça o resultado das urnas. Mas Bolsonaro não se deu por achado. Na noite de segunda-feira, véspera do dia da eleição, ele continuava se comportando não como presidente do Brasil, mas como um apostador.

"Não tentei contato com o candidato Biden, tampouco pedi ao nosso embaixador para fazê-lo", escreveu Bolsonaro no Twitter. "Quanto às eleições, todos sabem do respeito que tenho pelos Estados Unidos, bem como do bom relacionamento com o presidente Trump." É como se o tuiteiro do Planalto dobrasse a aposta. Não é que Bolsonaro não tenha um Plano B. A questão é que ele considera desnecessário elaborar um plano de contingência.

Bolsonaro vive a ilusão de ter estabelecido um sólido relacionamento entre Brasil e Estados Unidos. Engano. Na verdade, ele firmou uma aliança pessoal com Trump, não uma parceria institucional com a maior potência do planeta. Brasília foi convertida numa espécie de Washington hipertrofiada. O resultado da disputa eleitoral americana, seja qual for, vai moldar os dois anos finais da Presidência de Bolsonaro.

Salvando-se Trump, Bolsonaro estufará o peito como uma segunda barriga e dará mão forte à ala apocalíptica do seu governo, personificada no chanceler Ernesto Araújo e no ministro das queimadas Ricardo Salles.

Prevalecendo Biden, Bolsonaro terá de optar por um de dois caminhos: ou ignora a novidade, tentando se firmar como novo herói da resistência dos líderes populistas de direita que vicejam no mundo, ou troca a ideologia pelo pragmatismo, aproximando sua pauta conservadora da agenda de Biden.

Isso incluiria combater o aquecimento global, valorizar instituições como ONU e OMS, contemporizar com a ideologia de gênero e defender nos foros internacionais os direitos da comunidade LGBT. Ou seja: para manter de pé os seus planos de aprofundar a cooperação militar e firmar um amplo acordo comercial com os Estados Unidos, Bolsonaro teria de rever seus valores mais tradicionais.

Quando Joe Biden mencionou num debate a ideia de criar um fundo internacional de US$ 20 bilhões para ajudar o Brasil a preservar a floresta amazônica, sob pena de sofrer sanções comerciais, Bolsonaro fez pose de ofendido: "O Brasil mudou e não aceita subornos." Se perder a aposta que fez em Trump, o o presidente brasileiro talvez prefira ladrilhar seu próprio caminho para o inferno a ter que dar o braço a torcer. O problema é que Bolsonaro não descerá às profundezas sozinho. Levará o Brasil junto.

No momento, a antidiplomacia brasileira coleciona desafetos na América Latina; já se indispôs com países europeus do porte de Alemanha, França e Noruega; e trata a China aos pontapés. Nesse ritmo, se perder a escora representada por Trump, o Brasil vai acabar realizando o sonho idealizado pelo chanceler Ernesto Araújo de se consolidar como um "pária" mundial. Bolsonaro olha para as urnas da Flórida e da Pensilvânia como se enxergasse nelas uma prévia de 2022.
Herculano
03/11/2020 16:55
ESCONDIDOS

Miguel, Em Gaspar há 101 funcionários públicos municipais ou da Câmara identificados nestas condições pela Controladoria Geral da União

E todos quietinhos. Ninguém sabe quem são, se são candidatos, se são cabos eleitorais e de quem. Uma vergonha. Transparência da prefeitura e da Câmara, zeros.
Miguel José Teixeira
03/11/2020 16:40
Senhores,

O CANALHA de Joinville

"Candidato com patrimônio de R$ 26 milhões recebeu auxílio"

"Em disputa por uma vaga na Câmara de Joinville, em Santa Catarina, o candidato a vereador Zacarias Libório de Jesus, o Zaca, do Republicanos, declarou R$ 26 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar do patrimônio milionário, que inclui imóveis, terrenos e empresa, ele recebeu pelo menos três parcelas do auxílio emergencial, que somam R$ 1,8 mil. Os valores foram depositados nos meses de maio, junho e julho, conforme consta no Portal da Transparência da Controladoria Geral da União (CGU)." (Terra)

Se os Joinvillenses o elegerem, eles merecem o quê?
Miguel José Teixeira
03/11/2020 16:32
Senhores,

CâmaraTur

"Com pandemia, Câmara economiza R$ 20 milhões em passagens" (Isto É)

Já que perguntar não ofende:

Quanto será que a Câmara economizou com as polpudas diárias?
Herculano
03/11/2020 12:33
O JOGO E A JOGADA

O Agente Silva, da Ditran - ligada funcionalmente ao prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira via a secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa e presidente do partido, não se alinhou incondicionalmente com o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Ficou chupando o dedo. Foi remanejado para o pátio de carros apreendidos. E está respondendo a processos administrativos.

Quem apareceu no portão da casa do Agente Silva neste final de semana para pedir votos? Kleber.

Educado, o Agente Silva o atendeu.

E o que apareceu nas redes sociais da campanha a reeleição do prefeito? O registro do encontro de ambos, sem que o Agente Silva soubesse que se tinha tirado fotos do encontro e sem que ele tivesse autorizado tal uso da imagem de forma indevida para a campanha.

O Agente Silva pediu e a foto foi retirada do ar. Acorda, Gaspar!
Herculano
03/11/2020 12:26
TEMPOS ESTRANHOS I

Sempre escrevi aqui que a então vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, sem partido, mas eleita pelo PSL, estava na alça de mira dos políticos tradicionais muito mais que o governador afastado Carlos Moisés da Silva, PSL.

Em uma semana ela vem confirmando com exuberância essa tese e que não é minha.

Vai chegar o dia em que os políticos que colocaram Moisés no cadafalso, farão procissão para adorá-lo só para tirar do altar a Daniela.

TEMPOS ESTRANHOS II

Que coisa sem nexo essa da governadora em exercício escrever uma coisa e depois apagá-la sem dar explicação à sociedade. Que não escreva nada. Fica melhor. Bem melhor.

TEMPOS ESTRANHOS III

Finalmente o jornalismo catarinense vai reocupando o lugar que ele teve antes da RBS tomar de assalto os veículos de Santa Catarina para fazer do jornalismo, apenas um negócio entre os poderosos.

A NSC - com os novos - está se saindo melhor que a encomenda. Ganham todos
Herculano
03/11/2020 12:03
HÁ UMA BATALHA NADA SILENCIOSA NOS BASTIDORES, por Roberto Azevedo, no Making of

O advogado do governador afastado Carlos Moisés da Silva, Marcos Fey Probst, quer que o julgamento do primeiro pedido de impeachment seja marcado antes que o outro tribunal especial decida sobre o prosseguimento ou não do segundo processo, e, pra tanto, manterá a decisão de não produzir provas na próxima fase da análise sobre o alegado crime de responsabilidade na equiparação dos salários entre procuradores do Executivo e da Assembleia.

Na outra trincheira, os advogados de Ralf Zimmer Júnior, defensor público e proponente do pedido de impeachment, querem que sejam feitas 11 diligências e ouvidas oito testemunhas: o procurador-geral de Justiça (chefe do Ministério Público Estadual), Fernando da Silva Comin; o promotor de Justiça Afonso Ghizzo Neto; o auditor-fiscal e chefe da Divisão de Controle Externo do TCE, Raphael Perico Dutra; o corregedor-geral da Defensoria Pública Estadual, Adauto Colombo; o jornalista investigativo Lúcio Lambranho; o procurador de Justiça Newton Henrique Trennephol; o conselheiro de Contas Wilson Wan-Dall; e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Adircélio de Moraes Ferreira Júnior.

Diante das duas teses, a possibilidade de levar o julgamento para o fim deste mês ou protelar a análise com entrada no ano que vem.

Probst e Zimmer Júnior estão de olho no julgamento do segundo impeachment, o que trata do pagamento antecipada de R$ 33 milhões por 200 respiradores, sem a garantia de entrega, o Hospital de Campanha que não saiu do papel e a falta de medidas administrativas contra os ex-secretários da Saúde e da Casa Civil, que tem potencial de aumentar a probabilidade de devolver Moisés ao cargo, caso seja arquivado, ou esticar a agonia da espera se for empurrado para a frente.

PROVOCATIVO

A peça do libelo acusatório de Zimmer Júnior traz um tom de criticidade elevado, uma linha tênue com o desrespeito, principalmente quando faz referência aos votos dos desembargadores que atuaram na primeira parte da admissibilidade.

E chega a dizer, em certa parte, sobre o legado para as próximas gerações, que estaremos diante "De um tribunal que julgou de óculos escuros, de costas à legalidade, aos auto e aos anseios da sociais de justiça, legalidade, moralidade e probidade, aos legítimos anseios do parlamento que representa nossa gente, nosso povo barriga verde, ou de um Tribunal que julgou cumprindo com o seu dever de bem aplicar as leis da República, independente de características pessoais dos envolvidos!"

CONTRAPONTO

Para Fey Probst, não há porque se prolongar a análise do fato inserido no pedido de impeachment.

E sentencia que: "Antes de impugnar-se o rol de testemunhas apresentado pelo Denunciante, é imperioso reconhecer-se que o presente processo de impeachment se encontra pronto para julgamento, carecendo de instrução probatória adicional àquela já constante dos autos, por tratar-se de matéria eminentemente de Direito."

DUPLA JORNADA

Assim como outros integrantes do Tribunal Especial de Julgamento do segundo pedido de impeachment contra o governador, o deputado José Milton Scheffer (PP) terá que dividir a atuação na Assembleia, com a da análise ao lado de desembargadores do Tribunal de Justiça e deputados, além da campanha eleitoral.

Zé Milton tem forte influência em 42 municípios do Sul do Estado, 31 deles com candidaturas do PP à prefeitura. Precisa ter fôlego.

SEM MATCH

Não só pela exclusão de posts nas redes sociais por parte de Daniela Reinehr, que recomendavam o uso de máscaras para se proteger contra a Covid-19, resume-se as diferenças entre a governadora em exercício e o secretário estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, o que indica para saída nos próximos dias.

Servidor de carreira, o secretário já avisou que, enquanto estiver no cargo, não alterará as portarias que tratam do combate à doença e já teria dito não a um pedido vindo da Casa Civil do governo para a adoção de medicamentos do protocolo contra o Coronavírus. Todos os materiais do governo que recomendavam a proteção também foram retirados do ar.

QUAL A NOVIDADE?

O deputado estadual Jessé Lopes (PSL), ávido por uma polêmica, entrou na mira do Ministério Público pro fazer apologia aos desrespeito às normas de convívio em tempos de pandemia e sugerir, nas redes sociais, que as pessoas saíssem à rua, frequentassem lugares fora dos permitidos por portarias e não usassem máscara.

Jessé age assim, basta vê-lo em plenário, o que o transformou em referência para quem não se preocupa com medidas de prevenção, fica em risco e coloca os demais que o cercam na mesma situação delicada. O MP promete analisar o fato sob o aspecto criminal, mas o deputado sustenta que se manifesta com base na imunidade parlamentar.

VIA REDES SOCIAIS

A governadora em exercício fez, via Instagram, o anúncio da troca na Secretaria Executiva da Casa Militar. Daniela saudou a chegada do coronel PM Sinval Santos da Silveira Júnior, que, entre outros pontos no currículo, tem o comando do Batalhão do Norte da Ilha de Santa Catarina e a chefia da Agência Central de Inteligência da corporação. O coronel também já havia passado pela Casa Militar, no início dos anos 2000. A mudança é estratégica, pois uma das atribuições do setor é atender aos pedidos de audiência com a governadora e organizar as agendas oficiais. Só depois de horas que a governadora divulgou a informação nas redes sociais é que saiu a nota oficial do governo, via Secom.

TERCEIRO

O coronel Sinval Santos da Silveira Júnior é o terceiro a ocupar o cargo, até então comandado pelo tenente-coronel André Alves.

Antes dele, o coronel João Carlos Neves Júnior chefiava a Casa Militar, da qual pediu exoneração em junho deste ano.

ENTÃO!

Daniela esteve reunida com o futuro procurador-geral do Estado, Dagoberto Brião.

O conteúdo ainda é tratado em sigilo.

MAIS UM

Juliano Chiodelli, secretário adjunto da Casa Civil, testou positivo para o Coronavírus.

Se juntar aos outros 18 integrantes do governo que souberam do resultado detectado na semana passada, depois da coletiva de Daniela, ao assumir o governo, o quadro é preocupante.

POR FALAR

A jornalista Julia Pitthan deixou a coordenação de Imprensa da Secom do governo do Estado.

Foi para a iniciativa privada depois da chegada de Daniela ao governo.

SEM EFEITO, POR ORA!

Quem esperava a perda de votos de Gean Loureiro (DEM) na corrida à prefeitura de Florianópolis por conta do episódio onde foi acusado de estupro, ficou assustado.

Gean lidera com folga, segundo o Ibope, a disputa, com 58%, enquanto Elson Pereira (PSOL) aparece com 13%, Angela (PP) está com 9% e Pedro Silvestre, o Pedrão (PL), tem 6%. Detalhe: só Gean e Elson cresceram,um alerta para os demais postulantes.
Herculano
03/11/2020 11:46
NAS URNAS, A VITóRIA É BRASILEIRA, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo.

Em termos de mecânica democrática, o Brasil dá de 7x1 nos EUA; nossa urna eletrônica é simples, segura e rápida na apuração

Aguardamos ansiosos o início da apuração americana na noite desta terça-feira (3). Muitos brasileiros torcem por Biden, que as pesquisas dão como favorito. Só não abra o champanhe ainda. Ninguém ganha eleição de véspera. E, além disso, o gás já vai ter acabado quando o resultado definitivo for finalmente computado e oficializado.

Em termos de mecânica democrática, o Brasil dá de 7x1 nos EUA. Nossa urna eletrônica é simples, segura e rápida na apuração. A Justiça Eleitoral garante que a organização e contagem dos votos fique acima das disputas políticas.

Assim que se contabilizam os resultados, resta aos candidatos apenas aceitar. Bolsonaro bem que tentou atacá-las, mas até agora o populismo brasileiro foi inócuo contra a confiança nas urnas.

Nos EUA, a coisa é diferente. O sistema eleitoral descentralizado, com regras do século 18 e que fica nas mãos da política local é prato cheio para o populismo. As dificuldades impostas para se registrar como eleitor e o fato de se ter que votar em dia de semana - sem justificar a falta no trabalho - dificultam o voto para os mais pobres (não raro, negros) em muitos estados.

A cédula em papel torna tudo muito mais demorado, sem falar na maior probabilidade de erro na hora de preenchê-las. O resultado é menos abrangente, menos representativo e mais sujeito a erros.

Até o nosso voto obrigatório cumpre uma função positiva: temos participação altíssima da população para padrões globais (lembrando que a "punição" para quem não vota é quase inexistente, uma multa de poucos reais). Não duvido que a ideia da obrigatoriedade, somada ao bom funcionamento dos dias de votação, serviu para incutir uma cultura de voto.

O domingo de eleição tem uma solenidade própria, e nosso ritual cívico não pesa quase nada sobre a população. E enfraquece o peso do eleitorado mais fanatizado, que faria questão de votar com ou sem obrigatoriedade e seria mais disposto a aceitar os arroubos populistas do seu político de estimação.

A relutância faceira de Trump em dizer se aceitaria ou não uma derrota nas urnas desmoraliza o sistema. Se no topo da hierarquia reside um desprezo tão aberto pelas regras que garantem seu funcionamento, o que dizer das engrenagens humildes que o operam no dia a dia, compostas também de pessoas dotadas de ideologia e ambições pessoais?

As imperfeições do sistema eleitoral nem de longe justificam sua atitude, mas alimentam o ceticismo generalizado de que ele depende.

Zonas cinzentas são terreno fértil para o populismo. Há alguma falha? Então tudo pode ser melado. Os republicanos querem até mesmo invalidar a totalidade dos votos por correio. Tudo que puder ser judicializado, será. Em alguns casos, a tática pode funcionar.

Mesmo que Biden vença, se o resultado das urnas lhe der uma vantagem muito magrinha, o presidente fará de tudo para melar o jogo. Especificamente, se Trump ganhar no voto presencial, mas a soma com os votos por correio der a vitória a Biden, ninguém sabe o que acontecerá; apenas que a briga será muito suja.

Apesar de tudo, acredito na resiliência da democracia americana. Se Biden vencer nos votos de delegados, não há manobra judicial que mantenha Trump no poder. Há de haver algum senso cívico acima de paixões faccionalistas no Judiciário. Mas ele não é eterno.

Por isso mesmo a vitória de Biden seria importante. Ele não encanta muita gente, mas é o que o país precisa: decência no debate público, espírito cívico. Nem a democracia mais antiga do mundo aguenta os ataques histriônicos de um líder populista indefinidamente.?
Herculano
03/11/2020 11:42
MINISTRO É CASO RARO NO GOVERNO 'GENI' DE BOLSONARO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta terça-feira nos jornais brasileiros.

No governo "Geni" de Bolsonaro, criticado por seus desacertos e crises desnecessárias, a exceção é o Ministério das Comunicações chefiado por Fábio Farias desde 17 de junho. Sua atuação agrada ao presidente e Congresso, por se empenhar no entendimento entre os dois poderes, e arranca elogios até do setor privado. "Finalmente o País tem um ministro das Comunicações", diz Flávio Lara Resende, presidente da prestigiosa Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

DIÁLOGO PRODUTIVO

O ministro domina os aspectos mais técnicos da área, explica Flávio Lara Resende, o que torna mais produtivo o diálogo com as emissoras.

NEM TUDO SÃO FLORES

Além da radiodifusão e das telecomunicações, a comunicação institucional também foi confiada por Bolsonaro a Fábio Farias.

MORTE POR INANIÇÃO

Sem ajudar na melhoria da imagem do governo, a antiga Secretaria de Comunicação Social (Secom) perdeu relevância e foi extinta.

JÁ FOI TARDE

No governo em que cada decisão gera protestos, ninguém reclamou da decisão de Bolsonaro de extinguir a Secom.

HISTóRIA AVALIA SARNEY EM DOIS LIVROS OBRIGATóRIOS

Dois livros precipitaram o encontro do ex-presidente José Sarney com a História. "José Sarney 60 anos de política", do brasilianista americano Ronald M. Schneider (ed. Krauss) e "Democracia ?" Sarney e o desafio da transição", do historiador José Augusto Ribeiro (ed. Martins Fontes), examinam com profundidade e riqueza de detalhes a trajetória do político, que se confunde com a História recente da política brasileira.

ESTUDO METICULOSO

Ronald Schneider considera a redemocratização no Brasil a mais exitosa no continente. Estudou meticulosamente o percurso político de Sarney.

NÃO FOI TAREFA FÁCIL

José Augusto Ribeiro mostra como Sarney superou o desastre econômico do governo Figueiredo e afastou a ameaça do autoritarismo.

MUITOS OBSTÁCULOS

O Serviço Nacional de Informações (SNI) teve a ousadia de monitorar Sarney, mesmo ele presidente, como mostram mais de 10 mil "informes".

VETO 'DESINTELIGENTE'

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, alertou que os custos do governo com demissões são maiores que a renúncia fiscal decorrente da desoneração da folha de pagamento.

PROJETOS NA PANDEMIA

Há 23 projetos para ajudar no combate à pandemia, já aprovados na Câmara, mas que ainda aguardam análise do Senado para virar lei. Há outros 62 que já viraram lei, metade deles proposta pelo governo.

FRANKENSTEIN LEGAL

O governo pediu ao Congresso um crédito suplementar de quase R$6,12 bilhões para oito ministérios. A porteira aberta para gastança inspirou a apresentação de 214 emendas só na Câmara dos Deputados.

VALE-TUDO ELEITORAL

A imprensa americana e os correspondentes brasileiros escondem dos leitores os vários vídeos que mostram seu candidato preferido, Joe Biden, falando coisas sem sentido, voz engrolada, palavras inexistentes, sugerindo dúvidas sobre sua perfeita saúde neurológica.

ELEITORADO CATIVO

O diplomata e ex-ministro Rubens Ricúpero afirmou nesta segunda-feira (2) que se fosse eleitor nos Estados Unidos o seu voto seria de Joe Biden. O ex-ministro Delfim Netto também seria eleitor democrata.

FUNCIONA?

Segundo Osmar Terra (MDB-RS), "se isolamento mais radical diminuísse o número de casos e mortes, a Argentina não seria o país onde mais cresce o número de mortes. E São Paulo não teria uma das maiores mortalidades do mundo", observou o deputado, que também é médico.

MUDANÇA CONVENIENTE

O senador Humberto Costa (PT-PE) quer alterar regras para escolha de diretores de agências reguladoras, exigindo a formação de "lista tríplice". A ideia nunca ocorreu ao senador nos 15 anos de governo petista.

MUITO EM JOGO

As eleições desta terça, nos EUA, terão grande efetivo de fiscais para evitar abusos. Só o Comitê Nacional Republicano tem 50 mil funcionários e voluntários para checar aplicação de regras e contagem das cédulas.

PENSANDO BEM...

...pesquisas mostram que a pandemia só favoreceu a velha política.
Herculano
03/11/2020 11:34
A GUERRA CONTRA A VERDADE CHEGA AO CLIMAX NOS EUA, por Paul Krugman, economista, prêmio Nobel, para o The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci para o jornal Folha de S. Paulo

Caso Trump perca, nossa direita, sempre adepta de teorias da conspiração, reagirá com choque e ira

Comecei a escrever minha coluna para o The New York Times em 2000. Meu tema deveria supostamente ser economia e negócios. Mas não consegui deixar de perceber que um dos candidatos à presidência na eleição daquele ano fazia afirmações sistematicamente falsas sobre suas propostas de políticas públicas.

George W. Bush continuava a insistir em que seus cortes de impostos favoráveis ao 1% tinham por objetivo beneficiar a classe média, e seu plano de privatizar a Previdência Social era simplesmente um sonho de abandonar as obrigações do governo para com os cidadãos americanos mais velhos.

Na época, meus editores disseram que não era aceitável usar a palavra "mentira" com relação a candidatos à presidência.

Agora, porém, a maioria dos observadores informados decidiu enfim que é aceitável reportar o fato de que o presidente Donald Trump mente constantemente.

Muitas das mentiras são triviais, em muitos casos bizarramente triviais, como as afirmações repetidas de Trump de que recebeu um prêmio que nem mesmo existe. Mas o presidente encerrou sua campanha deste ano com duas grandes e perigosas mentiras - e há todo motivo para temer que esta semana ele virá a disparar uma terceira grande mentira, ainda mais perigosa do que as duas primeiras.

A primeira grande mentira é a de que os Estados Unidos estão sob a ameaça de hordas de "desordeiros, saqueadores, incendiários, ladrões de armas, queimadores de bandeiras, marxistas".

Qualquer um que caminhe pelas "jurisdições anarquistas" de Nova York ou Seattle pode determinar com seus próprios olhos que nada desse tipo está acontecendo. E os dados confirmam o óbvio. Um estudo sistemático constatou que os protestos do movimento Black Lives Matter no trimestre passado foram pacíficos, em sua maioria esmagadora, e que "a maior parte da violência que ocorreu na verdade foi dirigida contra os manifestantes do BLM".

Oh, e Trump continua a afirmar que Joe Biden se recusa a criticar os poucos casos de violência que de fato aconteceram - quando Biden fez exatamente isso.

Assim, Trump deseja que os americanos se sintam aterrorizados diante de uma ameaça que só existe em sua imaginação. Ao mesmo tempo, deseja que o país ignore a ameaça da Covid-19, que é muito real.

Nos últimos meses, Trump para todos os efeitos abandonou qualquer esforço de para limitar a difusão do coronavírus. Um estudo confiável, pela Universidade Stanford, estimou que os comícios de Trump, que envolvem grande número de pessoas, todas gritando e aglomeradas na proximidade das demais, quase todas sem máscara, causaram o contágio de cerca de 30 mil participantes, e 700 mortes.

Mas Trump deseja que os americanos acreditem que a pandemia - que matou mais cidadãos no mês passado do que o número típico de homicídios que acontece anualmente no país - é "fake news".

Estamos "saindo da crise", ele insiste, ainda que o número de contágios e de hospitalizações continue a crescer em ritmo terrível. A mídia noticiosa fala sem parar sobre "Covid, Covid, Covid" só porque deseja prejudicar o presidente. Os médicos inflacionam a contagem de mortos porque querem mais dinheiro.

Essas grandes mentiras são imensamente destrutivas, e não só porque conduzem a más políticas. Quer gostemos disso, quer não, a retórica do presidente afeta a maneira pela qual milhões de americanos se comportam.

As mentiras de Trump sobre a ameaça anarquista encorajou os defensores da supremacia branca, entre os quais terroristas locais. Seu desdém quanto à ameaça da pandemia, suas zombarias sobre medidas de precaução como o uso de máscaras, fizeram muito para ajudar o coronavírus a se espalhar.

Mas o pior pode estar por vir.

É possível - embora não muito provável - que Trump conquiste a reeleição legitimamente, ainda que isso requeira que as pesquisas de opinião pública estejam ainda mais erradas este ano do que estiveram em 2016. Caso isso não aconteça, porém, existe a quase certeza de que ele se recusará a aceitar a derrota em silêncio.

A menos que perca por maioria esmagadora, Trump já indicou que tentará roubar a eleição ao impedir a contagem de votos em favor de Biden, com a ajuda de juízes parciais. Não acredito que ele terá sucesso, mas preferiria ter certeza disso.

E o que acontece caso ele não consiga se manter no cargo? Todos nós sabemos o que provavelmente acontecerá a seguir: afirmações de que foi roubado. Trump vai afirmar que milhões de pessoas votaram ilegalmente - afinal, já o fez em 2016, para negar que tinha sido derrotado no voto popular. É provável que afirme também que milhões de votos em seu favor foram descartados, de alguma maneira - afinal, ele já vem acusando que cédulas foram "despejadas em rios".

E encontrará uma audiência receptiva. Os analistas profissionais de pesquisas eleitorais consideram Biden como franco favorito já há muito tempo, mas de acordo com uma pesquisa Gallup no final de setembro, 90% dos republicanos antecipam que Trump vencerá. Caso perca, nossa direita, sempre adepta de teorias da conspiração, reagirá com choque e ira.

O resultado imediato bem pode ser uma onda de violência e destruição de propriedades - ou seja, partidários de Trump praticando o comportamento que atribuem falsamente aos manifestantes do Black Live Matters. Mas essa é a parte que na verdade me preocupa menos.

Não, o perigo realmente sério é que milhões de nossos cidadãos provavelmente aceitarão uma versão americana do mito da "punhalada nas costas" que ganhou ampla circulação na Alemanha depois da derrota do país na Primeira Guerra Mundial, com acusações de que os militares haviam sido traídos pelo governo civil. E pode bem ser que esses eleitores terminem votando no próximo candidato presidencial do Partido Republicano.

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