Os altos salários e mordomias dos políticos vão além da compreensão do povo sofrido - Jornal Cruzeiro do Vale

Os altos salários e mordomias dos políticos vão além da compreensão do povo sofrido

20/08/2020

Eles ultrapassam a mera compensação do que os políticos fazem por obrigação dos mandatos em favor desse mesmo povo que lhes sustenta em votos e pesados impostos sem retornos 

Dinheiro e o político I

Nenhum político – com ou sem mandato por aqui - com quem falei a respeito do tema quer que eu escreva sobre ele. “Prá que se queimar?”, perguntam-me, invariável e conclusivamente. “Você não vai consertar o mundo; só vai arrumar mais encrenca e inimigos”, advertem-me.  E foi exatamente aí que começou, há semanas, à minha determinação para escrever esta coluna. Esse negócio de mordomias, privilégios, salários milionários de políticos é manchete recorrente na mídia nacional. Ao mesmo tempo, tem-se a impressão que é algo tão distante de Gaspar e Ilhota. E proporcionalmente, não é! Os valores e as manchetes se escondem do debate público, exatamente, não apenas para não se arrumar encrencas. Então em nome do medo e do comodismo engana-se o eleitor, o pagador de impostos, desrespeita-se à cidadania, aumentam-se as desigualdades e alimenta-se à vulnerabilidade social. Só por isso, “vale a pena me queimar”, mais uma vez. 

Dinheiro e o político II

É doentio, sistemático e aético. É tão familiar que se acha natural. Também não sou nenhum ingênuo e incapaz de entender que o político deveria ser remunerado pela sociedade ao trabalhar pelo bem-estar dela. Contudo, isso deveria se estabelecer no equilíbrio dos assalariados, dos que vivem de bicos, ou os micros e empreendedores individuais, que sustentam os políticos com os seus pesados impostos, muitas vezes, sem retorno. Simples assim! Dou-lhes dois exemplos caseiros daqui de Gaspar. O alto salário de R$27.356,67 do prefeito Kleber Wan Dall, MDB. Ele é bem maior do que de muitas cidades maiores e complexas em nosso entorno, como Blumenau, por exemplo, onde durante a pandemia o próprio prefeito de lá, não só reduziu o salário dele, mas também dos seus secretários, como um sinal de compreensão do sacrifício do poder público diante da perda de empregos, queda de negócios e falências daqueles que lhes sustentam, em decorrência da Covid-19. Kleber fingiu que isso tudo não era com ele e os seus. Entre eles, armaram uma proteção com justificativas. Nem as promessas de não nomear substitutos às vagas de secretários que saíram para fazer campanha política, mais uma vez, foi capaz de cumpri-las. 

Dinheiro e o político III

Na Câmara de Gaspar o governista Roberto Procópio de Souza, PDT, tentou contrariar à insensibilidade dos que mandam e orientam Kleber. No dia sete de abril protocolou dois Projetos de Resolução. Um retirava apenas 20% e só por dois meses dos salários dos vereadores e os transferiam para o Fundo Municipal de Saúde para ajudar no combate à Covid. O outro, impedia os vereadores e funcionários acessarem as diárias até o final do ano. Mal-estar! Ora, se Kleber estava irredutível em não reduzir seu salário e de seus secretários, como um apoiador – de última hora e seu ex-ferrenho adversário - levaria uma ideia destas para a Câmara? É que se aprovada, obrigaria Kleber a rever os seus e ficaria mais exposto. Por outro lado, Procópio também descobriu que a má vontade estava entre os seus pares. Além da inveja por não terem esta iniciativa, eles não querem reduzir ou doar nada dos seus salários. “Não acho justo abrir mão de 20% para colocar esse dinheiro no FMS, onde há de tudo, inclusive falta de transparência”, disse-me um deles. Discordo. Se “há de tudo” e dúvidas, o vereador está falhando – e gravemente - no seu próprio papel. E não merece receber sequer o que está recebendo. “Se fosse para fazer uma ‘vaquinha’ para cobrir uma lista de necessitados, aí sim”, sugeriu. Errado mais uma vez. Isso é assistencialismo fora da lei. É compra de votos e não política pública. 

Dinheiro e o político IV

Então ficou assim. Prefeito continua com o seu alto salário. Os mesmos vereadores que em seis dias aprovaram cinco Projetos de Lei para reajustar os salários do prefeito, vice e vereadores e em ano de eleições, deram 1% de aumento real aos servidores em ano eleitoral, estão há 150 dias cozinhando os dois PRs que mexem nos seus bolsos. Agora, eles dizem serem inconstitucionais. Mas os PRS vieram de um advogado, que os alardeou quando os protocolou, que tem o voto decisivo na Comissão de Legislação para libera-los para a decisão em plenário ou engaveta-lo na Comissão, onde dormem. E sobre as diárias? Circula uma lista dos que mais acessaram nesta legislatura. E mais uma vez, o presidente Ciro André Quintino, MDB, lidera-a. E os memes solapam à sua imagem colocada a serviço de Kleber. “É inveja. Olha só a quantidade de verbas que eu trouxe para Gaspar?”, rebate nervosamente.  

Dinheiro e o político V

Errado! Isso não é justificativa. Ciro é cabo eleitoral. O deputado precisa mais do vereador, não o contrário. E o deputado de Ciro para ir ou voltar de Florianópolis, passa por fisicamente, por Gaspar todas as semanas. E no programa eleitoral de Ciro no rádio, ele aparece por telefone, não fisicamente. Então Ciro não precisa ir à Capital para falar com ele e seus assessores. Ciro desconhece o mundo ambiente digital? Não! Até sessões da Câmara que comanda, são realizadas desse modo. Os que lhes pagam nos impostos vendem, compram, ganham dinheiro e se reúnem pela internet. Tudo sem diárias, passagens, motoristas, restaurantes.... E para encerrar. Diária não é comissão ou taxa de sucesso ao político na obrigação do deputado e do vereador de verbas em favor da sua comunidade. E as altas diárias de Ciro – um direito dele e do vereador – não é um ponto fora da curva, mas uma rotina. Em tempos de eleições, explicar isso é se complicar com eleitores cada vez mais exigentes. E Ciro sabia dos riscos que corria há anos. Agora... Acorda, Gaspar! 

 

Bolsonaro será candidato a prefeito de Gaspar em 15 de novembro? Na quarta-feira um outdoor da esquerda apareceu espinafrando Bolsonaro. Sérgio Almeida, PSL, fez um vídeo “desmoralizando” os autores. Na mesma quarta, a turma do Aliança pelo Brasil, liderada pelo Demetrius Wolf, DEM, com vídeo comemorativo nas redes e aplicativos de mensagens emplacou outdoor endeusando Bolsonaro.

TRAPICHE 

O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, está atuando como poucos nos bastidores e a favor da reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB. 

Os conservadores que lideram ou estão de passagem PSL, Patriotas, DEM e PL em Gaspar ainda não perceberam que fazem o jogo da reeleição de Kleber e abrem espaços para o crescimento da candidatura do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, quando brigam entre eles próprios e por coisas comuns no campo ideológico da direita. Impressionante. 

Sempre escrevi: não há seis candidaturas. Extraoficialmente, o MDB anunciou em reunião por internet que o vice será Marcelo de Souza Brick, PSD. Então serão cinco. Com boa vontade serão quatro, quando o ideal seriam três para dar o mínimo respiro à tal terceira via.

Edição 1965
 

Comentários

Herculano
24/08/2020 08:51
HOJE É DIA DE MAIS UMA COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA. É DAQUI A POUCO
Herculano
24/08/2020 08:50
da série: política, religião, milícia e poder uma mistura cada vez mais comum e explosiva.

FLORDELIS É DENUNCIADA POR SUSPEITA DE SER MANDANTE DA MORTE DO PASTOR ANDERSON; POLÍCIA PRENDE CINCO FILHOS E UMA NETA

O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família. Com a Operação Lucas 12, chega a sete o número de filhos presos. O G1 ainda não fez contato com a deputada.

Conteúdo do portal G1 e TV Globo Rio de Janeiro. Texto e apuração de Bette Lucchese, Felipe Freire e Marco Antônio Martins, do Bom Dia Rio

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta segunda-feira nove pessoas pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019.

Segundo a força-tarefa da Operação Lucas 12, a viúva, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), é a mandante do crime. Ela não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar.

Com a Lucas 12, chega a sete o número de filhos presos no caso.

Nesta segunda, foram presos cinco filhos do casal (Adriano, André, Carlos, Marzy e Simone) e uma neta (Rayane).

A Justiça ainda emitiu mandados de prisão contra dois homens que já estavam na cadeia: o filho apontado como autor dos disparos (Flavio) e um ex-PM (Marcos).

Um sétimo filho (Lucas), que já tinha sido preso por conseguir a arma, foi denunciado na Lucas 12.

Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou matar o marido pelo menos quatro vezes - uma delas com veneno na comida.

O G1 ainda não fez contato com a deputada e com os envolvidos.

Resumo
O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família - o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis.

De acordo com as investigações, Flordelis já planejava desde 2018 o assassinato de Anderson.

Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo MPRJ

Após o crime, Flordelis relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.

A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio.

Os policiais saíram para cumprir 17 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.

Um dos endereços é a casa da deputada, local do crime, no bairro de Pendotiba, em Niterói, na Região Metropolitana do RJ.

O apartamento funcional da deputada, em Brasília, também foi alvo de buscas. Pouco antes das 7h, policiais civis do Distrito Federal deixaram o imóvel carregando malotes.
Miguel José Teixeira
23/08/2020 18:23
Senhores,

Cavalão pugilista

"Perguntado sobre cheques de Queiroz a Michelle, Bolsonaro diz ter vontade de dar porrada em repórter do GLOBO"(O Globo).

Pancrácio, cavalões não dão apenas coices?

Huuummm. . .cavalão adestrado pelos milicos. . .
Miguel José Teixeira
23/08/2020 12:36
Senhores,

A História se repete: "Tem que manter isso, viu?"

"JBS recebeu R$ 47 milhões do governo Bolsonaro para fornecer carne aos militares" (O Antagonista).

Será que JBS passou a significar Jair Bolsonaro Sócio?
Miguel José Teixeira
23/08/2020 12:26
Senhores,

Só para inticar (como diria o saudoso HB):

"Coquetel chinês contra covid-19 inclui Cloroquina, Lopinavir, Ritonavir e Interferon" (Coluna do CH)

E o "mestle weintlaub" matutanto em "mandalim" lá no tio sam:

. . ."e quem quisel ozônio no leto, que vá tomal em Itú". . .
Herculano
23/08/2020 10:29
EXEMPLO EMPREENDEDOR DIANTE DA OPORTUNIDADE

SACO DE LIXO DESENVOLVIDO POR EMPRESA BRASILEIRA CONSEGUE ELIMINAR CORONAVÍRUS, DIZ UNICAMP

Instituto de Biologia confirmou capacidade antiviral do produto que, segundo instituição, utiliza tecnologia inédita; material deve estar disponível no mercado nas próximas semanas.


Conteúdo do portal G1. Texto de Marcello Carvalho. A Unicamp comprovou a capacidade de um saco de lixo fabricado no Brasil capaz de eliminar o novo coronavírus. Testes realizados pelo Instituto de Biologia mostram que o produto removeu 99,9% dos vírus. Segundo a Universidade Estadual de Campinas (SP), a tecnologia é inédita e a previsão da companhia é distribuir o item no mercado "nas próximas semanas".

O laudo elaborado pela instituição apontou que três amostras diferentes do saco de lixo foram colocadas em contato com o vírus da Covid-19 em diferentes tempos de exposição. De acordo com a virologista e professora titular do Instituto de Biologia de Unicamp, Clarice Weis Arns, o vírus foi totalmente inativado durante todos os intervalos, que variaram entre uma, seis, 24 e 72 horas.

O teste considerou a tecnologia, incorporada ao plástico durante a fabricação, uma potencial agente para destruir vírus dos grupos dos coronavírus. Os experimentos foram feitos com coronavírus, H1N1 e adenovírus.

"É um projeto muito interessante. A tecnologia é brasileira e foi incrível observar a capacidade antiviral que o produto tem. O maior benefício disso é para nós, usuários, que podemos levar o saco de um lugar para outro sem risco. O vírus foi totalmente inativado e a contaminação entre a embalagem e o usuário é eliminada. Outra contribuição é que o produto usado para remover o vírus fica no plástico de maneira permanente", disse a professora ao G1.

Como é feita a remoção do vírus?
O procedimento da empresa, que tem plantas em Hortolândia (SP) e Manaus (SP), consiste em adicionar ao plástico, já no momento da fabricação, uma espécie de aditivo antisséptico. O composto age diretamente na membrana do saco de lixo e envolve o material.

A partir disso, o produto inativa as proteínas e as gorduras, e quebra toda a estrutura genética do vírus, o que impede a transição para as células humanas e, consequentemente, a contaminação.

Todos os sacos de lixo produzidos com essa tecnologia terão coloração cinza, para facilitar o consumidor a identificar o produto. Segundo a companhia, eles serão distribuídos em toda a rede varejista do país e cada estabelecimento vai colocar no mercado com uma margem diferente de preço, por isso ainda não é possível especificar o valor.

Novos produtos
Após os sacos de lixo entrarem no mercado, a Unicamp e a empresa já preparam novos testes em outros produtos, desenvolvidos com o mesmo processo, como aventais que serão usados por profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19.
Herculano
23/08/2020 10:22
RESPONSABILIDADE FISCAL X POPULISMO.

OU A DIFERENÇA ENTRE PAULO GUEDES E O PRESIDENTE DA ARGENTINA

De Paulo Mathias, do Morning Show, no twitter:

Pra quem ainda não sabe a diferença entre responsabilidade fiscal e populismo: a primeira é quando o governo congela o salário dos servidores; o segundo é quando congela os preços de serviços privados.
Herculano
23/08/2020 10:13
A COVID-19 FOI MAIS FORTE

Claudenir Sachetti, 41 anos, mais conhecido como Alemão do Estação Restaurante, liderou um movimento em Gaspar para que pizzaria, restaurantes e bares tivessem as mesmas condições de funcionamento do que outros similares nos decretos municipais. Eles eram obrigados a fechar as 18h naquela época.

E foi a Covid-19 que calou esta madrugada a sua liderança e voz do setor, que alegava que não era ouvida na prefeitura. Morreu no Hospital de Gaspar.

Como sempre escrevi: ela não é uma gripezinha. E o novo normal, é saber dribla-la minimamente, e com regras simples de prevenção: máscara facial em quase todas as circunstâncias, higiene das mãos, distanciamento social e cuidados redobrados aos que estão no grupo de risco.

Tudo até que a vacina, com comprovada eficácia na proteção chegar. Depois, é se preparar para outro vírus devastador que segundo alguns estudos científicos, será o nosso novo normal a cada década. Acorda, Gaspar!
Herculano
23/08/2020 08:39
da série: os políticos fingem de santos, mas são máquinas de em brechas para enriquecimento com dinheiro público, dos pesados impostos de todos.

MAIS DE R$ 440 mil EM AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PARA QUEIROZ E FAMILIARES DO MILICIANO ADRIANO

Conteúdo de O Antagonista. O antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj destinou ao menos R$ 442,8 mil em auxílio-alimentação para Fabrício Queiroz, sua família, a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega e sua ex-mulher, publica O Globo.

O benefício é depositado diretamente na conta do servidor, sem registro ou desconto nos contracheques, e não aparece no setor de transparência da Assembleia do Rio de Janeiro.


"Além de Queiroz, receberam auxílio-alimentação sua mulher, Márcia Aguiar, suas filhas, Nathália e Evelyn, e a enteada, Evelyn Mayara. Eles receberam ao menos R$ 338.172,80, mas o valor pode ser maior porque a Alerj só tem informações sobre o benefício por pessoa a partir de 2011."

Já a ex-mulher de Adriano, Danielle Mendonça, e a mãe, Raimunda Veras, receberam R$ 104,7 mil em auxílio-alimentação. O valor, diz o jornal carioca, é ainda maior porque Danielle foi nomeada em setembro de 2007, e o levantamento foi feito a partir de 2011.
Herculano
23/08/2020 08:35
BOLSONARO SOMA VITóRIAS E SE REVIGORA NO CAOS QUE CRIOU, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Tolhido pelo que resta de razão no país, presidente se revigora no caos que cria

Jair Bolsonaro lembra um daqueles monstros ou vilões de filmes juvenis de ação, que se fortalecem quanto mais tiros levam, que se revigoram no caos e na destruição e assim se reerguem das ruínas. Parece a mão do morto-vivo que rebrota da terra na madrugada do cemitério nevoento.

Seus adversários e inimigos têm ficado pelo caminho: os panelaços, os manifestos dos letrados, a "frente ampla", as torcidas de futebol nas ruas, os pedintes de impeachment, os cientistas, os ambientalistas, Luiz Mandeta, Sergio Moro, os indignados com o morticínio.

Quem impõe limites a Bolsonaro e impede seus atos maiores de desgoverno acaba por ajudá-lo. Em meados de junho, no pico da sua impopularidade e da onda de comícios golpistas, prenderam o gerente da boca de rachadinha da família, Fabrício Queiroz. Acabou por ser uma vitória acidental.

O caladão que lhe foi em parte imposto pelo que resta de República, os dinheiros dos auxílios emergenciais e a reabertura avacalhada da economia recuperaram Bolsonaro. Além da complacência de Justiça e polícia, apareceram mais boas notícias.

O emprego formal está no nível mais baixo desde que se tem registro, desde 2013, mas voltou a subir em julho. A massa (soma) de salários também. Quanto mais aumentar, menos notável e dramático será o fim do auxílio emergencial, lá pelo fim do ano. Nesta segunda-feira, todos os shoppings do país estarão reabertos.

A semana que passou começara com o que parecia uma derrota no Senado. Mas a Câmara ratificou a decisão do presidente de vetar qualquer reajuste de servidores até o final de 2021. Deu-lhe 316 votos, quase o bastante para aprovar um remendo da Constituição. Ou seja, "o sistema" quer governar para Bolsonaro, tocar esse programa reformista do establishment. O presidente atrapalha, mas se beneficia.

O governo era contra auxílios emergenciais em geral (dizia que a economia decolaria contra o vento contrário cheio de vírus do mundo). Bolsonaro queria liberar reajustes para certos servidores, em particular policiais. Jamais defendeu ou entendeu controle de gastos; na miúda, tenta burlá-lo.

O país se acostumou aos mil mortos por dia. Até pela natureza bárbara das epidemias duradouras, o número de doentes e mortes deve diminuir a partir de setembro. A doença comprida terá prejudicado a retomada mais precoce da economia, mas isso é uma abstração para o povo na rua. Daqui em diante, a carnificina será cada vez menos notada, embora atroz. O Brasil voltará a sua rotina de violência aberrante, com uma causa mortis a mais, apenas. A indiferença ao morticínio é uma vitória da mentalidade bolsonariana.

O juro baixo do mundo rico nos ajuda. Na média, o comércio volta ao azul, apesar da destruição imensa em vários setores. O real desvalorizado faz o progresso de regiões exportadoras. Até o gasto menor em viagens internacionais ajuda a movimentar partes da economia.

Sim, estamos na pior recessão da história, a convalescença terá sequelas e ninguém sabe dizer como reagirá a economia a um ajuste fiscal abrupto em 2021. Mas centenas de bilhões de reais e auxílios, cortesia de sociedade, atenuaram e atenuarão dores e horrores. Ponto, porém, para Bolsonaro.

O presidente já foi descrito como um parasita político pelo filósofo Marcos Nobre, nas páginas desta Folha. Quer destruir o "sistema", a "velha política" e a "esquerda", todos que discordam dele, a quem atribui as desgraças do país. Mas se vale do "sistema" que resiste e funciona, apesar do seu desgoverno.
Herculano
23/08/2020 08:32
COVID: 'COQUETEL' CHINÊS VAI ALÉM DA CLOROQUINA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A Comissão Nacional de Saúde da China, órgão responsável pelas diretrizes da saúde pública do país, atualizou a política de combate ao novo coronavírus e passou a recomendar, esta semana, o uso da cloroquina, remédio amplamente defendido pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro e contestado pelos opositores. O governo chinês também recomenda medicamentos como Lopinavir, Ritonavir e Interferon. A notícia foi praticamente ignorada pela imprensa brasileira.

AMERICANO, NÃO

Remdesivir, um remédio antiviral desenvolvido pela norte-americana Gilead Sciences, foi testado e rejeitado pelos chineses.

REMÉDIO-POLÊMICA

Estados Unidos, Europa e Hong Kong recomendam o uso de Remdesivir, mas a China não encontrou evidências positivas do remédio.

ESTEROIDES NA LISTA

Os hormônios esteroides glicocorticoides foram mantidos na lista de medicamentos recomendados pela comissão de saúde chinesa.

NEM SIM, NEM NÃO

Os chineses não mencionam o esteroide dexametasona, recomendado por estudo realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

MINISTÉRIO APROVOU 'MOTEL' PARA PRESOS NO MARANHÃO

O Ministério da Justiça confirmou que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) repassou R$1,4 milhão para construção dos quartos para as visitas íntimas nos presídios do Maranhão, em plena pandemia. Segundo o ministério, o governo de Flávio Dino (PCdoB) pediu o dinheiro e o gasto foi considerado legal por se tratar de "construção, reforma, ampliação e aprimoramento de estabelecimentos penais."

TEM MAIS ENVOLVIDOS

O ministério explicou que o gasto segue também "as recomendações do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União".

DO BOM E MELHOR

Os locais para visitas íntimas e dos familiares serão separados e terão instalações autônomas, com direito até a pátios cobertos e descobertos.

DIREITOS DOS BANDIDOS

O governo de Flávio Dino vai construir 22 quartos em 11 presídios para "atender os direitos dos presos". Já o direito das vítimas...

PERDA DE CONFIANÇA

Apesar dos esforços de conciliação do Líder do Governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), no Planalto o clima é de quebra de confiança nos senadores que traíram o governo para derrubar o veto.

CHUPA, PANDEMIA

Após a confirmação dos 131 mil empregos gerados em julho, Paulo Guedes (Economia) se empolgou. Disse que o Brasil irá surpreender o mundo com recuperação rápida. "É o Brasil voltando à normalidade".

NINGUÉM MERECE

Além do comportamento criminoso dos que perseguiram a criança de 10 anos estuprada pelo tio, tem sido repugnante o oportunismo dos que tentam atribuir coloração política ao comportamento abusivo.

CONCORRÊNCIA FORTE

Lula disse ter lido levantamento de que Trump "mente 11 vezes ao dia". O ex-presidiário já mente quando diz ter lido, coisa de que até petistas religiosos duvidam. Após afirmar que é o homem "mais honesto", não leu o levantamento das próprias mentiras. Está reclamando da competição.

ATIVISMO COBRA SEU PREÇO

Alguns jornais se negaram a admitir que a pandemia recuava no Rio de Janeiro e criou um escândalo quando o governo quis fechar o hospital de campanha do Maracanã. Que continua aberto, mas sem doentes.

FAZER O POSSÍVEL

Para o economista Ricardo Balistiero, o auxílio emergencial é essencial para a popularidade de Bolsonaro e a redução de R$600 era esperada. "O presidente percebeu que não é possível continuar com o atual valor".

TRIBUTAÇÃO ESPECIAL

Grupo de advogados agiu rápido e garantiu que a "tributação especial" da categoria será aplicada para pagar menos imposto sobre ganhos na prestação de serviços que não são exclusivos da advocacia.

PRIVADOS SÃO MELHORES

Portos privados movimentaram 65,3% das quase 540 milhões de toneladas de cargas este ano, enquanto os públicos foram responsáveis por 34,7%, aponta o painel CNT de transporte aquaviário.

PENSANDO BEM...

...pandemia, nuvem de gafanhotos, neve no Brasil e a grande surpresa de 2020 foi a Câmara negar aumento a servidores públicos.
Herculano
23/08/2020 08:26
AVALIAÇÃO DO MINHA CASA MINHA VIDA, por Samuel Pessôa, economista, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance, no jornal Folha de S. Paulo

De 1,8 milhão de unidades entregues , houve desperdício de 1,2 milhão delas

Há pressão para que o investimento público se eleve. Há algumas semanas resenhando o livro "As políticas da política", anotei que o maior problema dele era a baixa preocupação em avaliar os impactos das políticas públicas. O volume tinha um quê de "gasto é vida".

Resolvi olhar com um pouco mais de cuidado os dados do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). De 2009 a 2015, foram gastos com subsídios R$ 106 bilhões. No mesmo período foram entregues 1,8 milhão de novas unidades para a baixa renda.

Houve expressiva redução do déficit habitacional? Segundo os relatórios da fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, o déficit em 2009 era de 5,1 milhões de unidades. Segundo a mesma fundação o déficit em 2015 se elevou para 5,5 milhões! Ou seja, apesar de enorme expansão de novas unidades, houve elevação do déficit habitacional em 0,5 milhão de unidades.

Vista aérea de casas padronizadas do programa Minha Casa Minha Vida, no bairro Vida Nova Manacá II, no distrito de Padre Nóbrega, na periferia de Marília, região centro-oeste do estado São Paulo
Vista aérea de casas padronizadas do programa Minha

É possível que, no intervalo de seis anos entre 2015 e 2009, a quantidade de famílias vivendo em condições precárias tenha crescido tanto que o esforço da política pública não tenha sido suficiente. Mas não deve ter sido o caso, pois a série histórica da fundação João Pinheiro, que vai de 2000 até 2015, não apresenta nenhuma mudança de comportamento após a criação do programa MCMV.

Mesmo assim, suponhamos que, entre os seis anos de 2009 a 2015, teria havido, na ausência do programa, um crescimento do déficit habitacional em 1,0 milhão de unidades, por volta de 1/5 do déficit total em 2000.

Essa hipótese já é extremamente forçada, porque supõe um ritmo pelo qual todo o nosso déficit habitacional teria sido construído nos últimos 30 anos.

Basta ler o clássico "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, para saber que isso é implausível.

De qualquer forma, nesse caso, o déficit em 2015 teria sido de 6,1 milhões (5,1+1,0). Como o déficit observado foi de 5,5 milhões, o programa MVMC teria contribuído para reduzir o déficit em 600 mil unidades. Ou seja, das 1,8 milhão de unidades entregues, houve desperdício de 1,2 milhão de unidades, perda de 2/3!

No esforço de enfrentar difícil situação fiscal no orçamento de 2021, o governador João Doria enviou para a Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) o Projeto de Lei 529. No 14º artigo, o PL transfere ao Tesouro Estadual o superávit financeiro das Universidades e da Fapesp.

Não parece ser uma boa ideia. As universidades e a Fapesp, por terem sua receita vinculada do ICMS, estão sofrendo todos os efeitos da crise e da queda de receita.

Por outro lado, o superávit financeiro é o instrumento para garantir a autonomia financeira dessas importantes instituições da ciência brasileira. Em particular, a Fapesp deve ser o exemplo para uma futura reforma administrativa: somente 5% de seu orçamento é gasto com atividade-meio.

Em momentos de dificuldades como o atual é necessário apertar o cinto. Todos têm que dar a sua contribuição. Até uma possível redução temporária de salários de servidores pode ser pensada. Não faz sentido, no entanto, mudar a organização do Estado naquelas estruturas que têm dado bons resultados.

Silvio Almeida e Paulo Rossi apresentaram uma leitura crítica à forma pela qual a escola ortodoxa de economia trata o tema do racismo. Uma perspectiva bem diferente, contudo, emerge da leitura do artigo de revisão publicado recentemente no Journal of Economic Perspective: "Race discrimination: an economic perspective" (volume 34, número 2).
Herculano
23/08/2020 08:21
OS AMIGOS DO PRESIDENTE, por Carlos Brickmann

Na época da ditadura que dizem que não houve, contava-se esta piada: quem denunciasse um comunista ganharia um Fusca; quem denunciasse dois comunistas ganharia um Fusca e um apartamento; quem denunciasse três comunistas iria em cana, porque conhecia comunistas demais.

E como a família Bolsonaro conhece gente que tem problemas, digamos, éticos! É o Queiroz, são aqueles milicianos que têm foto com alguém da família, é aquela tropa de gente empregada em seus gabinetes parlamentares e que mora a horas e horas de distância, tendo ainda de ocupar parte de seu tempo em outros trabalhos remunerados! E esse tipo de amigos e conhecidos agora se internacionalizou: Steve Bannon, guru de Olavo de Carvalho, talvez o maior ideólogo do bolsonarismo, foi preso nos Estados Unidos. Problema político? Não: a acusação é mesmo a de ter enfiado a mão no pudim.

Bannon sentou-se ao lado de Bolsonaro no jantar da Embaixada brasileira em Washington (do outro lado, Olavo de Carvalho). Ali estavam sete ministros, inclusive o Imposto Ipiranga Paulo Guedes, mas Bannon era o astro. Já ídolo e amigo de Eduardo Bolsonaro, defendeu publicamente sua nomeação para embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Eduardo o chamou de ícone da luta contra o marxismo cultural. Bannon o escolheu como seu representante no Brasil, chefiando a seção brasileira do Movimento, grupo empenhado em lutar internacionalmente contra o comunismo.

Bannon foi guru de Trump, que o demitiu: nem ele o aguentou.

DEIXA COMIGO

Bannon foi um dos criadores da ideia de separar Estados Unidos e México por um grande muro. Para ajudar a pagá-lo, promoveu grande campanha de doações; foi preso pela acusação de desviar boa parte das doações. Quanto? Não se sabe: mas, pelo tamanho da fiança que tem de pagar para defender-se em liberdade, dá para imaginar. São cinco milhões de dólares. Ele topou.

DIMINUIR AUMENTA

Lembra-se do compromisso de Paulo Guedes de privatizar rapidamente quatro grandes empresas? Pois é: para privatizar a Eletrobras, o Governo reserva, no Orçamento de 2021, R$ 4 bilhões para criar uma nova estatal, que ficaria com parte da operação da empresa a ser vendida. Algo, digamos, como jogar fora os documentos velhos para poupar espaço, mas não sem antes copiá-los para guardar. Quais as operações que não seriam vendidas com a Eletrobras (isso se a Eletrobrás for mesmo vendida)? As três usinas nucleares de Angra dos Reis (a terceira não foi concluída e está parada desde 2015) e a parte brasileira em Itaipu. Usinas nucleares da Europa e EUA são privadas. Mas Itaipu não tem jeito: não sendo estatal, como nomear gente com salário mensal de uns R$ 30 mil para ir a seis reuniões por ano?

A PROBABILIDADE E O RISCO

O Governo queria dar R$ 200,00 mensais para quem tivesse perdido sua fonte de renda na pandemia. O Congresso, para criar-lhe dificuldades, votou R$ 600,00. O objetivo era derrotá-lo, mas quem ganhou foi Bolsonaro, cuja popularidade voltou a crescer. A promessa do presidente, de manter a ajuda até o fim do ano, tem tudo para ser cumprida, e o dinheiro vai surgir.

Só há um risco: Paulo Guedes prometeu enviar ao Congresso, na terça, o projeto da Renda Brasil, uma Bolsa Família ampliada e melhorada. Promessa de Guedes para depois de amanhã sabe-se lá quando chega. E, claro, se chegar.

BOA NOTÍCIA

Em julho, foram criados no Brasil 131 mil empregos formais, daqueles de carteira assinada e tudo. Sim, é pouco. Mas não houve estagnação nem queda. E se interrompe uma terrível série de quatro meses em que só houve redução do número de empregos formais. Pode ser - vamos torcer - o início da retomada do nível de emprego, indicando alguma recuperação econômica.

OS CENSORES

O ministro da Justiça, André Mendonça, pediu que seja aberto processo pela Lei de Segurança Nacional contra o jornalista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo, por ter dito, quando o presidente Bolsonaro foi contaminado pelo coronavírus, que torcia para que ele morresse.

Detalhe: o jornalista não pediu a ninguém que o matasse, nem tomou qualquer medida para que isso ocorresse. Apenas manifestou sua opinião de que, morrendo o presidente, o Brasil ficaria melhor. Mendonça pediu o processo com base no artigo 26 da Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de reclusão a quem caluniar ou difamar o presidente da República, do Senado, da Câmara ou do Supremo, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação. E em que momento Schwartsman caluniou ou difamou quem quer que seja? Não concordo com Schwartsman, acho impiedoso desejar a morte de alguém, mas ele tem direito a expressar sua opinião.

Acho que Mendonça não deveria ser ministro, acho também que não deveria ser nomeado para o Supremo Tribunal Federal. Questão de opinião. Opinião é crime?
Herculano
23/08/2020 08:03
LIVRO MOSTRA COMO ARTISTAS CONSTRUÍRAM O ROSTO DE TIRADENTES, por leio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Obra de André Figueiredo Rodrigues e Maria Alda Barbosa Cabreira é resultado de sete anos de pesquisas com a consulta de 300 imagens
Quando a vida voltar ao normal chegará às livrarias "Em Busca de um Rosto - A República e a Representação de Tiradentes", de André Figueiredo Rodrigues e Maria Alda Barbosa Cabreira.

É uma valiosa pesquisa histórica, verdadeira viagem pela criação dos artistas que desenharam ou esculpiram o alferes e pela cabeça das épocas em que ele foi retratado.

Ninguém sabe como era o rosto de Joaquim José da Silva Xavier. Vai daí, construiu-se uma imagem e, dependendo da época, ela muda. O Tiradentes mais conhecido está de bata, com os cabelos e a barba compridos. É uma licença poética, pois ele foi da cadeia ao patíbulo com a cabeça raspada.

Sete anos de pesquisas, com a consulta de 300 imagens, permitiram mostrar como foi construído o rosto que está em monumentos, quadros, cédulas, moedas e selos.

O primeiro Tiradentes, com barba, apareceu num busto de 1881, mas ele se perdeu. Um ano depois o abolicionista republicano Luiz Gama comparou-o a Jesus Cristo.

Os martírios fundiram-se em 1890, num desenho de Décio Villares e no traço do grande jornalista Angelo Agostini, pai da Revista Ilustrada. O Tiradentes de Agostini ecoa o "Cristo Carregando a Cruz" do pintor Van Dyck (1599-1641). No desenho aparece, anexa, uma corda. E há ainda um corpo sem cabeça.

Visto que nada se sabe da fisionomia do alferes, a corda passa a ser um elemento revelador na construção de sua imagem. Com ela, é um revolucionário, sem ela, pode ser um mártir, ou até um militar fardado.

O traço de Agostini inspirou o escultor italiano Virgilio Cestari para esculpir o Tiradentes que desde 1894 está na praça de Ouro Preto, com 2,85 metros de altura e corda no pescoço.

Noutra fusão, Pedro Américo pintou em Florença, em 1893, o seu magnífico "Tiradentes Supliciado", lá estão a corda, seu corpo esquartejado e, ao lado da cabeça, um crucifixo.

Em 1926, Francisco Andrade fez o monumento que está em frente ao Palácio Tiradentes, no Rio. A corda sumiu e o condenado está numa posição quase penitente, com as mãos sobre o peito.

Em 1963 a fisionomia do Tiradentes de Agostini foi para a cédula de cinco mil cruzeiros (sem corda), mas no verso o condenado está diante do carrasco Capitania. Hoje ele aparece na moeda de cinco centavos, sem corda, com a barba que não tinha quando foi enforcado.

O historiador André Figueiredo Rodrigues já publicou um minucioso trabalho sobre o patrimônio dos inconfidentes. Nos próximos anos publicará o resultado de suas pesquisas sobre Joaquim Silvério dos Reis. Vale a pena esperar, pois tudo indica que a República, tendo criado um Cristo (Tiradentes), precisou criar um Judas: Silvério, como se ele tivesse sido delator da conspiração. Não foi bem assim.

MAIA DEU UM BASTA AOS PLANOS DE SAÚDE

Operadoras tentavam aumentar as suas mensalidades em até 20%

Deve-se ao deputado Rodrigo Maia a trava imposta aos planos de saúde que tentavam aumentar as suas mensalidades em até 20% num país onde uma pandemia já matou mais de 110 mil pessoas.

Algum dia será contada direito a voracidade das operadoras. Começaram recusando-se a refrescar a vida dos inadimplentes, vá lá.

Em seguida, tentaram negar cobertura para testes sorológicos e livraram-se dessa despesa por alguns meses. Tudo isso movendo-se no escurinho de Brasília.

Na semana passada elas começaram a cobrar reajustes de até 25%. Com a crise, essas empresas perderam 400 mil clientes, mas uma série de circunstâncias permitiu que aumentassem seus lucros.

Uma grande operadora lucrou 150% acima do mesmo período do ano anterior. A essa bonança somou-se uma queda da inadimplência. Mesmo assim, tiveram autorização da Agência Nacional de Saúde para empurrar os reajustes.

Maia travou a tunga com um basta: "Aumentar um plano em 25% é um desrespeito com a sociedade".

Ameaçou votar na terça-feira um projeto que proíbe a tasca. Numa época em que o Legislativo está debaixo de chumbo, o presidente da Câmara mostrou que às vezes ele é a última trincheira para a defesa dos interesses da sociedade.

Com suas complexas e astutas conexões, as operadoras de planos de saúde sempre mostram que podem muito. Felizmente, não podem sempre.

DOSSIÊS DE MENDONÇA PRECISAM SER EXPOSTOS À LUZ DO SOL

Revelação do conteúdo permitirá que se avalie a qualidade de suas informações

O melhor que pode acontecer com os dossiês do ministro André Mendonça é a sua exposição à luz do sol, o melhor dos detergentes.

Noves fora as questões legais, a exposição do conteúdo dessas arapongagens permitirá que se avalie a qualidade de suas informações.

Quem apostar que reúnem banalidades temperadas com insinuações e comentários destinados a agradar as chefias ganhará um dinheiro fácil.

Em 1975, os serviços de inteligência resolveram estudar o livro "Autoritarismo e Democratização", do professor Fernando Henrique Cardoso, "reconhecidamente comunista", segundo um dossiê do Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa). Até aí, tudo bem, pois até hoje há pelo menos um general (da reserva) que garante isso.

O livro de FHC foi analisado por quatro braços da inteligência da ditadura: a Secretaria de Segurança de São Paulo, o Cisa, o Serviço Nacional de Informações e a Polícia Federal. Todos acusavam FHC de "instigar a violência".

O exame desses pareceres permite afirmar que o SNI, o Cisa e a Federal fizeram um trabalhoso "copia e cola" em cima do texto da secretaria paulista.

BANNON SUPEROU OS LARÁPIOS LATINO-AMERICANOS E OS SOBAS DA ÁFRICA

O guru de Donald Trump e inspirador dos Bolsonaro foi preso e acusado de ter metido a mão no dinheiro de doadores

Steve Bannon, o guru de Donald Trump e inspirador dos Bolsonaro foi preso, acusado de ter metido a mão no dinheiro de doadores que colaboraram para a campanha pela construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.

Bannon superou os larápios latino-americanos e os sobas da África. Nesses casos, avançam sobre dinheiro do Erário. O ideólogo da Nova Direita avançava sobre doações de gente que pensa como ele. Bem feito.

ZONA DE PERIGO
Não é só o governador Wilson Witzel (Rio) quem está com a cabeça a prêmio.

Ele rala um processo de impedimento e pode vir a ser assombrado por novas revelação e diligências.

Os governadores Carlos Moisés (Santa Catarina) e Wilson Lima (Amazonas) precisam de bons advogados para defendê-los no Superior Tribunal de Justiça.

Nos três casos, as administrações dos doutores estão metidas em malfeitorias relacionadas com o dinheiro que deveria ter ido para o combate à pandemia e pode ter ido para os bolsos de espertalhões.

PETROBRÁS TUCANA

Na sua 72ª fase, a Lava Jato voltou às malfeitorias praticadas na Petrobras.

Nas 71 fases anteriores ela se concentrou nas atividades do comissariado petista. Desta vez, estão diante de uma oportunidade para conhecer o que acontecia por lá durante uma parte do mandarinato tucano.

O jogo de licitações viciadas e aditivos milionários começou bem antes. A escala era menor, mas a metodologia era a mesma.
Herculano
22/08/2020 17:13
Só OS SENADORES QUEREM TRANSFERIR ESTA CONTA PARA OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS MESMO ELES ESTANDO DESEMPREGADOS OU FALIDOS

De João Amoedo, presidente do Novo, no twitter:

A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que estados devem gastar até 60% das receitas com servidores. Dos 26 estados + DF:

12 gastam mais que 60%
13 gastam entre 50% e 60%
2 gastam menos que 50%

O problema fiscal dos estados é grave e não pode ser resolvido com mais impostos
Herculano
22/08/2020 17:11
MANCHETE: GOVERNO ARGENTINO CONGELA TARIFAS DE INTERNET, TELEFONE, TV A CABO...

Meu comentário:

Os políticos populistas não conseguem evoluir, não aprendem com os seus próprios erros e dos outros no passado e presente, impondo sacrifícios à sociedade no presente, mas principalmente no futuro

É a Argentina se alinhando ao caos econômico e social da Venezuela

Isso não é bom para o Brasil e que tem na Argentina um mercado para os nossos produtos e cada vez fica mais pobre e desequilibra o interesses de investidores na América do Sul, sendo o Brasil um destino preferencial e que nos trará mais problemas com os vizinhos no futuro devido a esta concentração econômica.
Herculano
22/08/2020 17:04
JAIR ROUSSEFF, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Quebra do teto seria contratar crise futura em que pobres e presidente perderiam

Jair Bolsonaro decerto não é o primeiro presidente a flertar com a elevação sem limites do gasto público por acreditar que, mais adiante, a gastança possa pavimentar um caminho seguro à reeleição.

Essa, de fato, tem sido a praxe nacional desde o restabelecimento da democracia, estimulada pelas normas constitucionais que fixam despesas obrigatórias e explicitada desde que o controle da inflação deu clareza ao Orçamento.

Bolsonaro, no entanto, tem o azar e a sorte de suceder à petista Dilma Rousseff, que levou a fórmula aos limites da capacidade do Tesouro e da lei - o que resultou na maior crise econômica em gerações e lhe custou o segundo mandato.

Azar por ter herdado um governo deficitário e excessivamente endividado, com poucas opções de políticas públicas à disposição; sorte por contar com um debate mais amadurecido em torno do controle fiscal e um mecanismo de ajuste - o teto de gastos inscrito na Constituição - já em vigor.

O fracasso da última administração petista deveria bastar para que ensaios de programas redentores de obras públicas e de assistência social, sempre frequentes nas especulações brasilienses, fossem deixados de lado. Infelizmente, é fantasia um Tesouro que possa financiar um déficit sem limites e permanentemente crescente.

Na ilusão de que estimularia a economia, Dilma elevou a despesa federal não financeira de 16,8% do Produto Interno Bruto, em 2011, a 19,4% em 2015. Gerou alta da inflação, do câmbio e dos juros, uma profunda crise de confiança e um desemprego recorde.

Bolsonaro, tudo indica, sonha com o propósito de driblar o teto dos gastos - que desde 2016 os mantém entre 19,4% e 19,9% do PIB, num ajuste relativamente suave.

Abriria caminho, assim, para uma ampliação dos investimentos em infraestrutura e de programas sociais para agradar o eleitorado pobre do Nordeste e de outras regiões, além dos novos aliados do centrão e da ala militar do governo.

Não se discute a importância de reforçar a seguridade, ainda mais depois do impacto devastador da pandemia. Mas derrubar o teto, por motivo supostamente social ou desenvolvimentista, será manobra insensata mesmo sob a lógica eleitoral mais desavergonhada.

A mais de dois anos da disputa presidencial, o presidente estaria contratando uma crise futura e colocando em risco até mesmo a estabilidade econômica, duramente conquistada pela sociedade brasileira nas últimas décadas.

Gastar mais, a esta altura, significa elevar uma dívida pública que ruma a mais de 90% do PIB, criar desconfiança no mercado sobre a solvência nacional, pressionar inflação e juros e solapar o tão almejado crescimento sustentável, única forma efetiva de atenuar as históricas mazelas sociais do país.

Ao final, os mais prejudicados serão, como de hábito, os pobres e miseráveis, que por inconveniência política constituem também a parcela mais decisiva do eleitorado.
Herculano
22/08/2020 09:42
da série: teve tempo para consertar e não fez, ou seja, sempre agiu deliberadamente para proteger os esquerdistas, mesmos os criminosos comuns

LULA DIZ QUE ERROU AO NEGAR EXTRADIÇÃO DE BATTISTI E CULPA TARSO GENRO

Conteúdo de O Antagonista. Quase dez anos depois de negar a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti no apagar das luzes de seu governo, Lula agora admite que errou ao impedir que ele fosse enviado à Itália em 2010.

Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos na década de 1970, quando integrava um grupo de extrema esquerda, Battisti conseguiu refúgio no Brasil por quase uma década.

O terrorista só admitiu envolvimento nos crimes após fugir da extradição e ser preso na Bolívia, já em 2019.

"Acho que, como eu, todo mundo da esquerda que defendeu o Cesare Battisti ficou frustrado. Ficou decepcionado, sabe? E eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana, de pedir desculpas à família do Cesare Battisti, por ele ter praticado o crime que cometeu e ter enganado muita gente no Brasil", disse Lula em debate pela internet ontem (20), sem fazer nenhuma menção à família das vítimas de Battisti.

O ex-presidiário aproveitou para culpar Tarso Genro por sua decisão de manter o terrorista no Brasil. Em 2009, o então ministro da Justiça concedeu o status de refugiado ao italiano, com base em alegações de perseguição política.

"Você percebe que não foi uma decisão fácil. O Tarso Genro me disse: 'olha, não dá pra gente mandar ele embora porque ele pode ser detonado na Itália, e ele é inocente'. Toda a esquerda brasileira [...] todo mundo defendia que o Battisti ficasse aqui", afirmou Lula.
Herculano
22/08/2020 09:33
AOS QUE NÃO GANHARAM PAGOS PELA CÂMARA DE GASPAR - DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO - CURSO SOBRE O QUE PODE E NÃO SE PODE FAZER NAS ELEIÇõES DE 15 DE NOVEMBRO, RECOMENDO O "XIV CONGRESSO BRTASILEIRO DE ESTRATÉGIAS E MARKETING POLÍTICO"

ESTÁ SE REALIZANDO NESTE SÁBADO. NESTE LINK

https://youtu.be/--7SGNUflvk
Herculano
22/08/2020 09:19
da série: desmanchando mitos que espertos usam para manipularem analfabetos, igorantes, desinformados e fanáticos


O MITO DOS GESTORES MILITARES, por Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ, no jornal Folha de S. Paulo.

Encher de militares o governo e elevar o orçamento das Forças Armadas vai acabar mal, de novo

Treinados para a guerra, os militares vão conseguir derrotar seus inimigos na batalha pelo Orçamento: a população brasileira.

Hoje, o capitão está para continuar nossa grande tradição de ignorar os problemas reais e inventar inimigos imaginários, propondo um orçamento para a Defesa maior que para a educação.

Em 2018, o orçamento para a Defesa totalizou R$ 77 bilhões, dos quais R$ 67 bilhões foram executados. O governo de extrema direita não se fez de rogado, e, em 2019, com a economia crescendo 1% e a inflação baixíssima, o orçamento saltou para R$ 85 bilhões, dos quais R$ 75 bilhões foram executados, aumento de mais de 10%.

Pior: gastamos em tecnologia, manutenção e pesquisa? Não, 92% dos gastos são com pessoal da ativa e da reserva.

Tanto na época do golpe quanto no governo do capitão não há preocupação com a melhoria da economia ou real defesa do país, mas simplesmente uma busca por maiores soldos.

Durante as três primeiras décadas do século passado, as Forças Armadas representavam 22% das despesas públicas. Obviamente, esse percentual aumentou durante a Segunda Guerra Mundial, com pico de 37% em 1942.

Em 1963, sem inimigos externos (a não ser imaginários), gastávamos 16% do orçamento dos ministérios com defesa nacional. Mas a ditadura avançou sobre os cofres públicos. Em 1965, os gastos com as Forças Armadas já tinham saltado para 22% do Orçamento total. Oito anos depois, no auge da megalonamia do "milagre econômico", as Forças Armadas recebiam 44% do total despendido pelo governo federal; o Ministério da Educação ficava com 10%.

Infelizmente, como os militares saíram pela porta da frente e parte do governo coincidiu com o ciclo natural do processo de industrialização, inventou-se por essas bandas a ideia de um "milagre econômico", de 1968-1973, no qual a economia brasileira teria crescido a 11% ao ano. Cresceu mesmo, mas no contexto do maior crescimento da história do sistema capitalista no mundo (8% ao ano) e através da formação da dívida externa, que afundaria o país por quase 20 anos.

Os militares nunca foram bons gestores da economia. Surfaram a onda do crescimento mundial, enquanto gastavam como bem entediam. E isso sem nenhuma preocupação com pobreza ou desigualdade social.

A dívida externa começou a crescer a 20% ao ano já em 1964. Pegaram um país com dívida de US$ 3 bilhões (14% do PIB e dois anos de exportações) e entregaram algo impagável (mais de US$ 100 bilhões, 45% do PIB e quatro anos de exportações). O golpe de mestre foi culpar a crise externa e o FMI (Fundo Monetário Internacional), empurrando a conta para os governos seguintes.

Mas a realidade é que os militares lideraram processo de crescimento baseado em pirâmide financeira ?"pegavam novas dívidas para pagar os juros das anteriores, até que, em 1980, o choque Volcker acabou com a farra.

Paul Volcker, chefe do Fed, decidiu, numa tacada, acabar com a inflação americana jogando os juros nas alturas (a taxa básica chegou a 20%). O Brasil foi pego com as calças arriadas. Sem crédito, não tinha como pagar os juros da dívida. Logo vieram o calote e a hiperinflação.

Infelizmente, não aprendemos com a história. Encher de militares, mesmo que da reserva, o governo e validar o aumento do orçamento das Forças Armadas vai acabar mal, de novo.

É hora de abandonar o mito: os generais não conduziram bem a economia no passado e nem hoje saberiam fazê-lo
Herculano
22/08/2020 09:13
GOVERNO CONVERSARÁ COM SENADORES QUE O TRAÍRAM, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Líder do Governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), rejeita qualquer retaliação a senadores aliados que irresponsavelmente tentaram derrubar o veto presidencial à farra que pretendia transformar em reajuste salarial o dinheiro contra pandemia. "Quando a gente perde uma votação por apenas dois votos, só se pode ter duas reações: revolta ou humildade para fazer a reflexão", disse ele, "e eu fico com a segunda."

LÍDER CONCILIADOR

"Se depender de mim, não tem negócio de tirar fulano ou sicrano", afirma Eduardo Gomes sobre a eventual substituição do vice-líder Izalci Lucas.

RETALIAÇÃO PESSOAL

Izalci Lucas (PSDB-DF) ajudou a derrubar o veto, segundo acreditam no Planalto, por não haver substituído Abraham Weintraub no MEC.

TRAIR E COÇAR...

...é só começar: senadores do MDB, Republicanos e PL, que usufruem da condição de governistas, também ajudaram a derrubar o veto.

SENADORES INIMPUTÁVEIS

Conciliador, Eduardo Gomes tem dito que "voto de senador é inimputável", como forma de manter o diálogo aberto com os "traidores".

NANOBRA ILEGAL AUMENTA SALÁRIOS NO MP DO TC/DF

O governo do Distrito Federal ajuizou ação de inconstitucionalidade contra resolução do Tribunal de Contas do DF (TC/DF) que faz cortesia com dinheiro alheio para aumentar ilegalmente a remuneração de procuradores do Ministério Público junto ao TCDF, equiparando-os a integrantes do Ministério Público da União (MPU). Procuradores, aliás, que vivem cobrando "moralidade". Com a manobra, eles fazem de conta que são do MPU para receberem o mesmo. O relator é o desembargador Arnaldo Camanho, do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).

RESTOU A POSE

Decisão recente do Supremo definiu que, apesar da denominação e da pose, o MP junto ao Tribunal de Contas não integra o MPU.

OFENSA À LEI ORGÂNICA

A ação do governo Ibaneis Rocha mostrou que a resolução beneficiando os procuradores ofende a Lei Orgânica do Distrito Federal.

RESOLUÇÃO NÃO VALE

O Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento sobre a necessidade de vigência de lei formal para tratar da remuneração dos servidores.

É Só FINGIMENTO

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), cobrou o PSD de Gilberto Kassab, durante entrevista Rádio Bandeirantes, pelo apoio à derrubada do veto. Seis dos dez senadores votaram contra o governo, depois de ganhar, por exemplo, o Ministério das Comunicações.

PROFUNDIDADE RASTEIRA

Análise rasteira recorre a uma velha expressão para definir até a decisão irresponsável de 42 senadores de derrubar o veto à farra bilionária de reajustes em ano eleitoral: o Senado "deu um recado", dizem, profundos.

INGRATIDÃO EN ESPA?'OL

Sempre tão bem tratada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que passam suas demandas à frente de milhares, até alterando entendimento para favorecer a soltura de Lula, a defesa do ex-presidente lançou livro loroteiro, em espanhol, sobre "perseguição" do Judiciário.

BRIGA INTESTINA

Apesar do encontro recente, segue estranho o clima entre Paulo Guedes e Rogério Marinho. Na Economia, acham o chefe do Desenvolvimento Regional "alinhado demais" à Câmara dos Deputados, onde atuou.

BOA NOVA NÃO PODE

É até engraçado observar comentaristas econômicos tentando minimizar a geração de 131 mil empregos com carteira assinada no País em um mês. Os que recuperaram o emprego preferem celebrar.

ELEITORAL DE OLHO

O TSE está atento para os "deep fakes", vídeos que usam recursos tecnológicos avançados, como Inteligência Artificial e video mapping, para produzir clipes realistas de políticos e candidatos. Classifica como "método de desinformação sofisticado e convincente".

HERMANOS ALIADOS

O ministro Ernesto Araújo (Itamaraty) recebeu o novo embaixador da Argentina para traçar estratégias de cooperação nas áreas de energia, infraestrutura, segurança e tecnologia. A divergência é só no futebol.

GASTAR É A ORDEM

No ócio há meses, a Câmara resolveu ocupar o tempo gastando dinheiro do pagador de impostos, claro. Inventou obra de impermeabilização da garagem do Anexo IV que vai durar 6 meses, já o custo não foi revelado.

PERGUNTA NA FARMÁCIA

Assim como usou cloroquina para se recuperar da covid-19, o médico David Uip terá prescrito o mesmo para seu paciente João Doria?
Herculano
22/08/2020 08:53
A TERCEIRA PONTE, por Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal do jornal Folha de S. Paulo

Aumento para servidores na pandemia seria ato covarde

Na fatídica reunião de 22 de abril, Paulo Guedes (Economia) elencou a Jair Bolsonaro e seu gabinete ministerial as torres do inimigo que o governo tinha por objetivo derrubar. A primeira era o que chamou de excesso de gastos na Previdência. Jaz tombada, na avaliação do ministro. A segunda: os juros altos -missão, por ora, cumprida.

"Todo mundo tá achando que tão distraído, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário. Era a terceira torre que pedimos pra derrubar. Vamos derrubar agora. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas."

Guedes referia-se às despesas com o funcionalismo e ao congelamento de salários dos servidores, dispositivo enxertado no socorro a estados e municípios em crise. Vangloriava-se por barrar aumentos até 2021, camuflando a inépcia em entregar a esperada reforma do Estado, apesar de suas festejadas credenciais econômicas.

Na articulação pelo congelamento, o ministro levou uma rasteira do chefe, que avalizou uma lista de exceções à regra antiaumento e depois viu-se obrigado a vetar tal lista.

Nesta semana, a bazuca contra a terceira torre voltou-se na direção de Guedes. O Senado derrubou o veto de Bolsonaro - ato covarde perante um país de 12,3 milhões de desempregados e com 46% da população afetada pela redução de renda na pandemia.

De memória curta, o presidente incorporou o discurso da austeridade. Guedes acusou o Senado de cometer crime e pediu colo a Rodrigo Maia (Câmara) e ao centrão. Na cooptação, valeu-se das moedas de troca usuais: emendas parlamentares e dinheiro para socorrer setores com poder de lobby. Estratégia exitosa e veto mantido. À espreita, o Senado promete dar o troco pelo selo de Casa da temeridade fiscal, impondo derrotas em pautas caras ao governo.

Para acalmar o comichão da gastança eleitoral, o Planalto acena com pacote de bondades na próxima semana. O Renda Brasil desencantará.
Miguel José Teixeira
21/08/2020 20:40
Senhores,

Lobo-guará ou cacau?

Segundo especialistas, a nota de R$ 200,00 que está prestes à ser lançada, será extremamente útil para os corruPTos em geral. Reduzirá e muito o volume da dinheirama, normalmente surrupiada dos cofres públicos. Ela deverá vir estampada com o lobo-guará.

Matutando bem. . .não seria mais adequado substituir o lobo-guará pelo cacaueiro e seus frutos, o cacau?

Em tempos de fantásticas lojas de chocolates. . .
Miguel José Teixeira
21/08/2020 17:07
Senhores,

No Diário do Poder:

"Bolsonaro exalta time com sócios no Congresso, ao entregar casas e ações no RN""

Huuummm. . . finalmente os compositores da canção "Brasil mostra tua cara", Agenor De Miranda Araujo Neto, George Alberto Heilborn Israel e Nilo Romero, interpretada magnificamente pela Gal Costa, obtiveram sua resposta:

. . .
"Brasil, qual é teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim"
. . .
Miguel José Teixeira
21/08/2020 15:17
Senhores,

"A memória curta de Flávio Bolsonaro sobre sua loja de chocolates" (Bela Megale, em O globo).

Huuummm. . .ministério da çaúde adverte: lavar dinheiro em loja de chocolates causa amnésia!
Miguel José Teixeira
21/08/2020 10:23
Senhores,

A fantástica loja de chocolates do zero 1

"A Crusoé teve acesso, com exclusividade, à quebra do sigilo bancário de Flávio Bolsonaro e de sua loja de chocolates. O extratos mostram que muitos saques efetuados por Fabrício Queiroz coincidem com depósitos em dinheiro vivo nas contas do 01".

Lei + em: https://www.oantagonista.com/brasil/na-conta-de-flavio/?utm_source=oa-email&utm_medium=news&utm_campaign=NEWS-OA-2020-08-21-TARDE&utm_content=link-0&oa_seg=66990e42d71a38f7088b4a8ac444bdb0e23b1e4d9b4cb45f9e4557ea089e92a0&oa_umh=d904f255b1ecfe099d6bdecbe552b3b3&oa_news=related

Parafraseando o saudoso Sebastião Rodrigues Maia, o síndico Tim Maia:

. . .
Chocolate! Chocolate! Chocolate!
Eu só quero chocolate
Só quero chocolate
Não adianta vir com guaraná
Pra mim é chocolate
O que eu quero "vender"
. . .
Miguel José Teixeira
21/08/2020 10:00
Senhores,

"JBS diz que contratou Wassef para inquéritos na esfera policial, mas não para atuar na PGR" (O Antagonista)

Huuummm. . .tudo a ver! O PGR é realmente um caso de polícia ou quiçá de psiquiatria.
Miguel José Teixeira
21/08/2020 09:44
Senhores,

Sobre a nota abaixo, da Coluna do CH:

"CONTRA DIREÇÃO ATUAL, VOTO DIRETO AVANÇA NA OAB

A comissão de Avaliação do Sistema Eleitoral da OAB aprovou voto direto para eleição do presidente e dirigentes da entidade, acolhendo proposta da OAB do Mato Grosso do Sul. Ainda há um longo caminho pela frente, até porque o grupo que controla a entidade, liderado pelo ex-presidente Marcus Vinícius Furtado Coelho, deve manobrar para impedir a alteração do Estatuto da OAB, reconhecendo o direito de eleger pelo voto seus representantes aos mais de 1 milhão de advogados inscritos."
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Vale registro, que a Deputada Federal do PSL-SC, Caroline de Toni, acabou de apresentar o Projeto de Lei - PL 3612/2020, que altera o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para estabelecer eleição direta para presidente e demais membros da diretoria do Conselho Federal da entidade ?" vice-presidente, secretário-geral, secretário-geral adjunto e tesoureiro e altera também a sua representatividade.

Leia mais em: https://www.camara.leg.br/noticias/680174-projeto-define-eleicao-direta-para-presidencia-da-oab-e-candidaturas-avulsas-para-conselhos/

Penso, no entanto, que é uma matéria natimorta, por vícios em sua origem. Com a palavra, os doutos.
Herculano
21/08/2020 07:17
da série: a vergonhosa distância dos políticos da realidade brasileira, que se elegem com a maioria dos votos dos trabalhadores, desempregados e empreendedores e não se cansam de criar privilégios para quem já está empregado no serviço público e principalmente as castas dessa pirâmide indecorosa.

QUASE A METADE DOS BRASILEIROS VIU A RENDA FAMILIAR DIMINUIR NA PANDEMIA, DIZ DATAFOLHA

Entre informais, autônomos e empresários, perda de renda atingiu 62% dos entrevistados
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thais Carrança. Quase metade dos brasileiros viu sua renda familiar diminuir com a pandemia do coronavírus, aponta pesquisa Datafolha. Entre informais, autônomos e empresários, a perda de renda atingiu dois de cada três entrevistados.

Segundo o Datafolha, 46% dos brasileiros constataram redução de sua renda familiar devido à pandemia. Outros 45% dizem que a renda de sua família ficou igual e 9% tiveram aumento do rendimento familiar, mesmo em meio à crise.

O instituto ouviu 2.065 pessoas por telefone em 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Por faixa de renda, os trabalhadores com renda familiar até dois salários mínimos são os que mais relatam perda de rendimento (48%). O percentual diminui para 46% entre trabalhadores com renda familiar entre dois e cinco salários, a 36% para aqueles com renda entre cinco e dez salários e a 34% para os profissionais cujas famílias ganham mais de dez mínimos.

Por tipo de ocupação, assalariados sem registro são os que mais relatam perda de renda familiar (61%), seguidos por empresários (56%) e autônomos (54%).

Já por tipo de isolamento na pandemia, 48% dos que estão saindo de casa só quando inevitável relatam perda de renda familiar, comparado a 30% dos que dizem que estão vivendo normalmente.

Considerando a avaliação do governo, 52% do que acham o governo Bolsonaro ruim ou péssimo relatam perda de renda da família, comparado a 39% dos que consideram o governo ótimo ou bom.

Entre os entrevistados que dizem que a renda de sua família aumentou na pandemia, o maior percentual é registrado no Nordeste (15%) e Centro-Oeste e Norte (12%). Por cor, pretos (11%) e pardos (10%) sentiram mais esse efeito do que brancos (7%) e amarelos (5%).

O auxílio emergencial provavelmente explica em parte esse aumento de renda em meio à crise.

Segundo dados do IBGE, as regiões Nordeste e Norte concentravam maior proporção de pessoas em extrema pobreza antes da pandemia - aquelas com renda inferior a R$ 145 por pessoa por mês. A baixíssima renda também era mais prevalente entre pretos e pardos.

Com o auxílio emergencial, algumas dessas pessoas muito pobres passaram a ter renda maior do que antes da crise, já que o valor do benefício pode chegar a R$ 1.200 por família, contra média de R$ 190 do Bolsa Família. Conforme estudo recente da FGV, o auxílio levou o número de brasileiros em extrema pobreza ao menor patamar em 40 anos.?

Ainda segundo o Datafolha, entre os entrevistados que receberam pelo menos uma parcela do auxílio, 60% relatam perda de renda familiar devido à pandemia, outros 27% dizem que a renda de sua família ficou igual e 13% relatam que a renda da família aumentou. Entre os que não pediram o auxílio, os percentuais são de 36%, 55% e 8% respectivamente.

OCUPAÇÃO
O coronavírus também mexeu com o perfil da ocupação no país, mostra o Datafolha. Dos entrevistados, 28% dizem que eram assalariados registrados antes da pandemia, percentual que caiu a 21% no momento atual.

Já os desempregados em busca ativa por trabalho eram 4% antes da pandemia e chegaram a 12% atualmente. Ao mesmo tempo, os desocupados que não estavam procurando trabalho subiram de 1% para 5%.

Assim, chegam a 17% os sem emprego, somando aqueles que estão procurando e os que não estão buscando oportunidades de trabalho.

As mulheres que se identificam como donas de casa passaram de 6% antes da pandemia para 9% atualmente, aponta ainda a pesquisa.

REDUÇÃO DE JORNADAS E SALÁRIOS
Entre assalariados registrados e funcionários públicos, 39% dizem que tiveram sua jornada de trabalho reduzida devido à pandemia. O percentual é significativamente maior entre as mulheres (46%) do que entre os homens (33%).

Por idade, os com 60 anos ou mais, grupo de alto risco para o coronavírus, são os que mais relatam redução de jornada devido à pandemia (54%).

A redução de jornada também afetou mais os trabalhadores de baixa renda do que os de alta renda. Enquanto 42% dos com renda familiar até dois salários mínimos dizem que tiveram suas horas de trabalho reduzidas, esse percentual cai a 16% entre aqueles com renda familiar acima de dez salários.

A maior possibilidade de fazer home office entre os trabalhadores mais bem remunerados provavelmente explica a discrepância.

Segundo dados da pesquisa Pnad Covid-19 do IBGE, em junho, 37% das pessoas com ensino superior ou pós-graduação estavam trabalhando remotamente, comparado a 0,6% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto, 1,4% das pessoas com fundamental completo ou ensino médio incompleto e 7,3% das com médio completo ou superior incompleto.?

Ainda entre assalariados registrados e funcionários públicos, 23% relatam ter sofrido redução de salário devido à pandemia, mostra o Datafolha. Aqui novamente, há discrepância entre homens e mulheres, com 29% delas relatando perda salarial, contra 19% deles.

Entre informais, autônomos e empresários, 62% relatam perda de rendimentos devido à pandemia. Mas, nesse universo, há menor disparidade entre homens (63%) e mulheres (60%).

APOSENTADORIA E BOLSA FAMÍLIA
Cerca de 30% dos entrevistados relatam receber ou ter alguém da família recebendo aposentadoria do INSS. Nesse grupo, 56% relatam que a aposentadoria é a principal fonte de renda da família.

O percentual dos que tem na aposentadoria a maior parcela da renda do lar chega a 71% entre os entrevistados com renda familiar até dois salários mínimos que recebem ou tem algum familiar recebendo o benefício.

Por regiões, o percentual dos que tem na aposentadoria a maior parcela da renda da família é mais elevado no Nordeste (64%) e no Sul (63%). E por tipo de ocupação, entre desempregados (86%), donas de casa (68%), aposentados (67%) e autônomos (52%).

Dos entrevistados, 16% recebem ou alguém de sua casa recebe Bolsa Família. O percentual é maior entre aqueles com ensino fundamental (22%), com renda familiar até dois salários mínimos (26%), entre moradores do Nordeste (26%) e entre pretos e pardos (23% e 19%).
Herculano
21/08/2020 07:08
CENTRO E CHOQUE DE REALIDADE SALVARAM O VETO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A manutenção do veto a reajustes para servidores públicos pelo placar de 316x165 votos mostrou a força do "centrão", na base de apoio ao governo, e reafirma o tamanho real da oposição. Mas também mostrou a força da sociedade, que se manifestou rapidamente contra a decisão irresponsável de 42 senadores, na quarta (19), aplicando um "choque de realidade" na Câmara em relação ao esfolado pagador de impostos, que perdeu o emprego, a empresa ou teve salário e o faturamento reduzido.

SEM CHANTAGEM

Mantido o veto, os governadores e prefeitos não poderão fazer farra com o dinheiro da Saúde, mas eles se livraram da pressão de sindicalistas.

MENTIRA DE SEMPRE

A pelegada, que vive de garimpar penduricalhos, enviou mensagem aos deputados alegando uma surrada mentira: o veto "prejudica o pequeno".

VOZES DA INDIGNAÇÃO

A fala de Bolsonaro de que seria "impossível governar" e o alerta de Paulo Guedes sobre o impacto de R$130 bilhões foram fundamentais.

A VOZ DA SOCIEDADE

O duro editorial do Grupo Bandeirantes, apontando a irresponsabilidade do Senado, calou fundo e foi decisivo na decisão da Câmara pró-veto.

CONTRA DIREÇÃO ATUAL, VOTO DIRETO AVANÇA NA OAB

A comissão de Avaliação do Sistema Eleitoral da OAB aprovou voto direto para eleição do presidente e dirigentes da entidade, acolhendo proposta da OAB do Mato Grosso do Sul. Ainda há um longo caminho pela frente, até porque o grupo que controla a entidade, liderado pelo ex-presidente Marcus Vinícius Furtado Coelho, deve manobrar para impedir a alteração do Estatuto da OAB, reconhecendo o direito de eleger pelo voto seus representantes aos mais de 1 milhão de advogados inscritos.

RITO PROCESSUAL

A proposta do voto direto será levada ao pleno do conselho federal da OAB. Se os conselheiros aprovarem, inicia-se o processo legislativo.

BIôNICO NO CF, NUNCA MAIS

A implantação do sistema de voto direto vai permitir a escolha dos integrantes da diretoria do conselho federal, incluindo o presidente.

PLENITUDE DEMOCRÁTICA

Para o presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche, autor da proposta, o voto direto vai conferir "plenitude da democracia em nossa instituição".

PAUPERISMO JURÍDICO

O ministro Gilmar Mendes disse que o número recorde de ações que o partido Rede emplacou no STF "diz bem dos argumentos de sua área jurídica". Este é o ponto: juristas observam que, apesar do pauperismo das alegações, o Rede consegue o que quer. O buraco é mais em cima.

STF ADORA SER USADO

O ministro Marco Aurélio expõe o esquema estabelecido no STF: "O Supremo está sendo utilizado pelos partidos de oposição para fustigar o governo. Isso não é sadio. Não sei qual será o limite". Tiro certeiro.

OPOSICIONISMO CEGO

O prefeito Rui Palmeira executa grande obra de saneamento em Maceió, beneficiando 30 mil pessoas, a maioria pobre, mas um loteamento de gente rica tenta impedir a obra. A asneira é liderada por uma moradora, vereadora de oposição Katia Born, ex-prefeita que não deixou saudades.

OPS, FOI MAL

Rodrigo Maia fez mea culpa ontem por haver colaborado para aprovar o truque que transformava em salário o dinheiro para Saúde, vetado pelo presidente. Ele diz que "não fazia ideia" da gravidade da medida.

A VOLTA DE DACIOLO

Cabo Daciolo, quem se lembra?, deve virar o fenômeno eleitoral na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro. Ele se beneficia do "recall" da eleição presidencial e do senso de humor do carioca.

TABULEIRO DE XADREZ

Ao apresentar credenciais, esta semana, o embaixador Daniel Scioli presenteou o presidente a Jair Bolsonaro com um tabuleiro de xadrez cujas peças foram esculpidas por artesãos argentinos.

PRECISA DE OPOSIÇÃO?

Apesar de o MDB orientar senadores a votarem a favor do veto ao aumento a servidores, Jarbas Vasconcelos (PE) José Maranhão (PB), Renan Calheiros (AL) e Simone Tebet (MS) votaram contra o governo.

NOTÍCIA BOA

O número de casos simultâneos de coronavírus no Brasil continua em tendência de queda e chegou a 736.264 ontem. A queda já chegou a 10,1% em relação ao pico de 818.533, registrado em 8 de agosto. Nos EUA, o número de casos ativos subiu 5,3% no mesmo período.

PENSANDO BEM...

...o Congresso manter a proibição a aumento de servidores é tão raro quanto neve no Brasil.
Herculano
21/08/2020 07:00
da série: depois do estrado, a direita desinformada está livrando de gente doida, que o "serviço de inteligência" particular do Planalto barrado no STF não detectou enquanto ela servia à causa

BOLSONARISTA DIZ QUE SARA WINTER É ESQUERDA "INFILTRADA NA DIREITA"

Conteúdo de O Antagonista. Soraya Manato, do PSL-ES, afirmou nesta quinta-feira, 20, que a extremista Sara Winter é uma ativista "de esquerda" que está "infiltrada na direita".

A deputada bolsonarista disse ainda que irá ao Conselho de Ética contra uma deputada federal "do PC do B de São Paulo" por tê-la acusado de vazar os dados da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio e passou por um aborto. O PC do B não tem deputada federal eleita por SP.
Herculano
21/08/2020 06:53
SUPREMO ESCANCARA AÇÃO DO GOVERNO CONTRA OPOSITORES DE BOLSONARO

Presidente blinda extremistas enquanto ministério monitora policiais críticos ao Planalto

Quando o STF mandou bloquear páginas de bolsonaristas que espalhavam mensagens de ódio e defendiam um golpe de Estado, em julho, o governo se apressou para socorrer os acusados. O próprio presidente acionou o tribunal e pediu que fossem reativadas as contas dos militantes - incluindo uma extremista que usa a rede para praticar crimes.

Jair Bolsonaro mobilizou a Advocacia-Geral da União em defesa daquela tropa. Nenhum dos alvos era agente público, mas o presidente cobrou a suspensão da medida e tentou blindar o grupo que fazia um trabalho sujo a seu favor.

Esse mesmo governo moveu sua máquina para cercar um conjunto de seus críticos. A produção do dossiê do Ministério da Justiça que fichou professores e 579 policiais identificados como antifascistas foi suspensa nesta quinta (20) pelo Supremo. No julgamento, os ministros do tribunal escancararam o monitoramento de opositores de Bolsonaro.

Os autores do documento diziam que as informações coletadas eram todas públicas, mas tentaram camuflar o objetivo da papelada. O tribunal mostrou que o problema era o critério de escolha dos alvos.

"Uma coisa são relatórios para verificar eventuais manifestações que possam interromper, como houve com a greve dos caminhoneiros, o abastecimento. Outra coisa é começar a planilhar, estado por estado, policiais que são lideranças contra o governo. Qual é o interesse disso?", perguntou Alexandre de Moraes.

Luís Roberto Barroso lembrou que a exploração política de órgãos de segurança remete a regimes autoritários. Ele disse que a bisbilhotagem de adversários é "completamente incompatível com a democracia" e sugeriu que os alvos deveriam ser os fascistas e não os antifascistas.

Os integrantes do tribunal ressaltaram que o trabalho de inteligência é fundamental, mas apontaram que investigações do tipo devem ser direcionadas, por exemplo, àqueles que tramam contra as instituições. Até aqui, no entanto, o governo preferiu proteger alguns deles.
Herculano
21/08/2020 06:49
da série: quebra de contrato. Governo, governadores, representantes de federações de municípios e parlamentares negociaram com o governo um acordo. Os senadores (42 a 30) roeram a corda depois que Bolsonaro e a equipe econômica já tinha cumprido a parte dele. A Câmara "consertou".

CONGRESSO: CÂMARA REVERTE VOTAÇÃO DO SENADO E MANTÉM VETO A REAJUSTE DE SERVIDORES

Bolsonaro vetou dispositivo que autorizava dar aumento a servidores envolvidos no combate à Covid-19. Senado tentou restaurar possibilidade; veto foi contrapartida a pacote de R$ 60 bilhões.


Conteúdo do portal G1 e TV Globo, Brasília. Texto e apuração de Fernanda Calgaro e Elisa Clavery

A Câmara dos Deputados manteve, nesta quinta-feira (20), o veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão, até 2021, de reajustes salariais a servidores públicos que estão na linha de frente no combate ao coronavírus.

Na quarta (19), o Senado tinha votado pela derrubada do veto. Para que o trecho fosse restaurado, no entanto, era preciso que as duas Casas do Congresso votassem nesse sentido.

Com a manutenção do veto, fica proibido, até o fim do ano que vem dar aumento salarial para qualquer categoria do serviço público no âmbito federal, estadual e municipal.

O placar foi de 316 votos sim (pela manutenção do veto), 165 votos não (pela derrubada) e duas abstenções.

A proibição de reajuste para o funcionalismo público foi uma contrapartida do governo federal para repassar R$ 60 bilhões aos estados e municípios, em maio, como forma de diminuir o impacto da crise gerada pela pandemia no país.

No entanto, durante a tramitação do projeto de lei, o Congresso abriu exceção para categorias que estivessem trabalhando diretamente no enfrentamento a doença no país, como os profissionais de saúde, segurança pública, educação pública, limpeza urbana, serviços funerários e assistência social.

O texto especificava que os recursos para bancar esse reajuste não poderiam vir da União. Na prática, governos estaduais e prefeituras que quisessem dar aumento teriam de usar dinheiro próprio.

O projeto não concedia reajuste automaticamente ?" apenas autorizava estados e municípios a fazê-lo caso quisessem. Seria preciso que cada Legislativo local aprovasse textos específicos.

O trecho vetado também permitia que, para essas categorias, continuasse a contagem do tempo de serviço para o recebimento de gratificações como anuênios, triênios, quinquênios e licenças-prêmio.

Com a manutenção do veto, esses profissionais estarão sujeitos à mesma regra dos demais servidores, que terão a contagem de vantagens e gratificações suspensa até o fim de 2021.

Ao deixar o prédio, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou as declarações dadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em reação à decisão do Senado. Guedes classificou a decisão como um "crime contra o país".

"Ficar atacando uma Casa em que o resultado não foi aquilo que ele esperava é muito ruim. Da mesma forma que fizeram com a Câmara antes, como eu disse no meu discurso, ontem fizeram com o Senado. O resultado de votação é um resultado daquilo que é construído, daquilo que a nossa democracia nos dá. Câmara e Senado têm trabalhado. Quando uma vai numa linha que a sociedade mesmo está contra, a outra Casa conserta, e vai assim. A Casa revisora serve pra isso", disse Maia.
Herculano
21/08/2020 06:34
MINISTÉRIO DA ECONOMIA AGRADECE POR MANUTENÇÃO DE VETO A REAJUSTE DE SERVIDORES

O Ministério da Economia divulgou [noite de ontem] uma nota parabenizando os deputados que votaram pela manutenção do veto de Jair Bolsonaro à concessão de reajustes aos servidores públicos.

"A possível derrubada traria graves consequências para as contas públicas, em especial de estados e municípios", afirma a nota da pasta.

"Neste momento importante da democracia, é preciso elogiar, da mesma forma, os senadores que votaram favoravelmente à manutenção do veto, apesar do resultado negativo", acrescenta o comunicado.


Ontem (19), depois da derrota do governo no Senado, Paulo Guedes chamou o resultado de "desastre" e "sinal muito ruim". Também afirmou que "pegar dinheiro da saúde e permitir que vire aumento de salário do funcionalismo é um crime contra o país".

Em resposta, senadores preparam um convite para que o ministro da Economia participe de uma audiência e esclareça os ataques.
Herculano
21/08/2020 06:31
Nota do colunista:

Até o momento, a coluna neste portal, está diferente e incompleta em relação ao que está publicada na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, que traz duas fotos de pró e a favor de Bolsonaro, em Gaspar
Herculano
21/08/2020 06:29
NEM REMOTAMENTE UM SENADOR, EM MATÉRIA TÃO RELEVANTE, CONSEGUE ESTAR PRESENTE E VOTAR? DÁRIO BERGER, COMO O MDB, FUGIU DESSA RESPONSABILIDADE AO SE AUSENTAR E NÃO SE ALINHAR TÃO EXPLICITAMENTE CONTRA O DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO DESEMPREGADO E FALIDO, COMO FIZERAM DE CARA LIMPA OS SENADORES ESPERIDIÃO AMIM HELOU FILHO, PP, JORGINHO MELO, PL, CONHECIDOS POR PROTEGER CORPORAÇõES DE SERVIDORES, AS QUE FICARAM LIVRES DE QUALQUER DANO ADVINDOS DA CRISE ECONôMICA DA PANDEMIA DO COVID-19
Herculano
21/08/2020 06:26
da série: o tamanho da irresponsabilidade de três senadores catarinenses contra os pesados impostos do povo e na exigência de mais dinheiro deles para manter quem já está com o emprego garantido em plena crise econômica

RRETROCESSO EVITADO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Sustado pela Câmara, reajuste para os servidores seria inaceitável e desastroso

Como ocorreu com a crise global de 2008 e 2009, o choque econômico provocado pela pandemia de coronavírus dá pretexto a decisões políticas que engendram futuros desastres para as finanças públicas.

Uma coisa é admitir a necessidade de socorrer temporariamente cidadãos cuja renda foi fortemente reduzida pelo mergulho da atividade e evitar que serviços públicos colapsem. Outra, muito diferente, é sancionar tentativas oportunistas de um punhado de corporações bem posicionadas de obter vantagens duradouras com a crise.

Essa distinção aparece no embate em torno do veto do presidente Jair Bolsonaro a dispositivos da medida provisória da ajuda a estados e municípios que possibilitavam a categorias de servidores terem promoções salariais em meio à emergência, à custa da União.

Na quarta (19), 42 senadores votaram para derrubar o veto. A maioria absoluta abriu a porta para que um auxílio de R$ 60 bilhões, destinado a manter operantes as máquinas estaduais e municipais na pandemia, possa subsidiar melhorias na remuneração de servidores.

Se a Câmara tivesse seguido o mesmo caminho, policiais, militares, professores, profissionais da saúde, entre outros, desfrutariam não só da manutenção de empregos e vencimentos, na contramão do que ocorreu com dezenas de milhões no setor privado. Poderiam sair da crise ganhando mais.

Ficaria conspurcada a razão moral e fiscal da medida, de gastar o possível exclusivamente em ações emergenciais, que deveriam se encerrar com o fim da calamidade. Seria corroída, além disso, a sustentação financeira do setor público.

Estados e municípios, com exceções, nem sequer têm condições de prolongar seu status quo orçamentário por alguns poucos anos. O estrangulamento do caixa tem sido a regra, e os calotes em fornecedores e nos próprios servidores, que acabam tendo salários atrasados e parcelados, vão ficando frequentes.

Os socorros da União e as decisões paternalistas do Judiciário em favor de entes subnacionais irresponsáveis, também cada vez mais recorrentes, equivalem a enxugar gelo diante do desequilíbrio crônico entre receitas e despesas.

Não há canetada que dê conta de fazer brotar recursos para a cascata de despesas duradouras a jorrar de decisões políticas amesquinhadas pela visão de curto prazo e deferentes a lobbies corporativistas.

A conta é paga em juros altos, erosão da confiança nos negócios, produtividade deprimida - tudo o que deságua na reles taxa de crescimento da renda per capita ao longo das últimas quatro décadas.

Em boa hora, os deputados federais corrigiram o erro do Senado e mantiveram o veto presidencial. Evitou-se um retrocesso.
Herculano
20/08/2020 18:42
da série: em Santa Catarina, isto tem nome e sobrenome: Esperidião Amim Helou Filho, PP, Jorginho Mello, PL, e Dário Berger, MDB, este ausente

SENADO SE COMPORTA COMO PEDRA EM AVALANCHE, por Josias de Souza

Ao restabelecer um reajuste salarial que Jair Bolsonaro vetara, o Senado agiu com a sensibilidade de uma pedra. Nenhuma pedra, em meio a uma avalanche, se sente responsável. Mas não precisava ser tão irresponsável. Se não for barrado pela Câmara nesta quinta-feira, o afago no bolso de servidores públicos pode custar até R$ 130 bilhões. Um acinte.

Rompeu-se um acordo celebrado em maio entre Bolsonaro e os 27 governadores. O Congresso havia aprovado o tônico salarial junto com um pacote de socorro financeiro da União aos estados e municípios, que tiveram a arrecadação de impostos mastigada pelo coronavírus.

Embora tivesse avalizado a aprovação do aumento, Bolsonaro foi convencido por Paulo Guedes a vetá-lo. Prevaleceu o entendimento segundo o qual o dinheiro reservado para o combate à pandemia não poderia ser usado para fornir o bolso de servidores. Em videoconferência com 27 governadores, o presidente combinara que a proibição de reajustes vigoraria até o final de 2021.

Ao roer a corda, os senadores escancararam dois fenômenos: a fragilidade do bloco que dá suporte ao governo no Senado e a falta de miolos dos senadores que ignoram a crise ao redor. A encrenca vai a voto na Câmara. Deveria ter sido analisada na noite passada. Mas a sessão foi adiada, de modo a dar tempo para a ação dos bombeiros. O governo está nas mãos do centrão. Se os deputados não se renderem ao bom senso, ficará demonstrado que a sanidade passou a ser uma qualidade facilmente contornável no Brasil.
Herculano
20/08/2020 18:32
O VOTO DO SENADOR JORGINHO MELO, PL E ESPERIDIÃO AMIM HELOU FILHO, PP, CONTRA O VETO DE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, QUE IMPEDIA AUMENTOS DO FUNCIONALISMO EM TEMPOS DE PANDEMIA NÃO Só QUEBROU SEUS PARTIDÁRIOS POR AQUI, COMO ARRUMOU ENCRENCAS COM ESTADOS E MUNICÍPIOS. O VETO - PELO ACORDO - IMPLICARIA EM DINHEIRO PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS QUE SE DIZEM QUEBRADO PELA PANDEMIA.

GASPAR É EXCEÇÃO. ESTÁ COM DINHEIROI SOBRANDO, SEGUNDO OS SEUS PORTAVOZES. ACORDA, GASPAR!
Herculano
20/08/2020 18:29
CAÇA AS BRUXAS

Na secretaria de Assistência Social, a ordem é correr atrás dos que estão repassando para esta coluna e inundando os aplicativos de mensagens sobre o ativismo da pasta em favor da reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB.

1. É perda de tempo.

2. Esta preocupação demonstra que se quer realmente esconder o que está errado.

3. Deveria tomar o rumo da correção

4. E um desses rumos é verdadeiramente nomear um técnico, e não uma dublê de garota-propaganda flagrada no seu momento promocional político em redes sociais e que providencial e tardiamente mandou apagar. Como isso, não é de todo possível...
Herculano
20/08/2020 18:24
Republicado às 11.17 com correções do original das 10.41 deste 20.08

IMPRUDÊNCIA, FALTA DE MANUTENÇÃO, INSEGURANÇA NO TRABALHO E HEORÍSMO VOLUNTÁRIO, QUASE LEVAM OCASIONAM UMA FATALIDADE NO SAMAE DE GASPAR

O fato aconteceu na bomba flutuante que suga a água do Rio Itajaí Açú, para a estação de Tratamento do bairro Bela Vista. E este fato envolveu, vejam só, Gilberto Goedert, que é presidente da Cipa - Comissão Interna de Prevenção a Acidentes. Ele é quem deveria dar o bom exemplo. O outro envolvido foi Márcio Pereira, ambos do Samae de Gaspar.

Com as chuvas, o nível do rio subiu um pouco, mas o suficiente para comprometer a utilidade e a performance da referida bomba flutuante.

E por que disso? Falta de manutenção planejada, monitoramento e até prevenção. Os dois cabos que a seguravam estavam rompidos e o mangote atolado no lodo do rio. Para a bomba não afundar, era preciso soltá-la do mangote, pois senão ela desceria o rio e o bairro Bela Vista, ficaria uns três dias sem água.

O que aconteceu? Operação emergência. Foram para lá os heróis Gilberto Goedert e Márcio Pereira. Gilberto, sem colete, sem saber nadar caiu na água, e na tentativa de se salvar, com a foice que tinha na mão, atingiu levemente Mário. Bafafá do abafa no Samae, na prefeitura e nos políticos do governo. E Márcio, avaliado por leigos, foi para casa. Meu Deeus!

MACUCOS

Enquanto isso, no, apesar da estiagem que se tinha até poucos dias atrás há quase um mês, jorra água por um dos "ladrões" do sistema do reservatório da localidade de Macucos.

O porquê disso? A bomba está ligada 24 horas. Um sensor resolveria isso facilmente.

Resultado? Desperdício de água, de energia o que bem demonstra a falta de planejamento, operação e comprometimento na autarquia. Acorda, Gaspar!
Herculano
20/08/2020 18:21
da série: os alienados. Só três senadores catarinense, Jorginho Mello, PL, Esperidião Amim Helou Filho, PP e Sário Berger, MDB, este ausente - que ajudaram a formar a maioria de 42 a 39 votos - para derrubar o veto do presidente que impedia reajustes e aumentos ao funcionalismo durante a pandemia, não conseguiram enxergar a realidade da maioria de seus eleitores, os que verdadeiramente sustentam a máquina pública e a irracionalidade entre o setor privado e o público. E fizeram este atentado em nome dos seus eleitores sob sacrifício de desemprego, perda de renda, salários achatados, comprometimento de negócios e falência de empresas. Vergonha.

Ah, mas isto é da ilha da fantasia chamada Brasília. Não é, somente. A coluna desta sexta-feira trata exatamente de algo semelhante, reiterado, e de Gaspar. Então... É coisa da política, do político contra seus eleitores que os sustenta com votos e dinheiro dos pesados impostos.

QUASE METADE DOS BRASILEIROS VIU RENDA FAMIIAR DIMINUIR NA PANDEMIA, DIZ DATA FOLHA

Entre informais, autônomos e empresários, perda de renda atingiu 62% dos entrevistados
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thais Carrança. Quase metade dos brasileiros viu sua renda familiar diminuir com a pandemia do coronavírus, aponta pesquisa Datafolha. Entre informais, autônomos e empresários, a perda de renda atingiu dois de cada três entrevistados.

Segundo o Datafolha, 46% dos brasileiros constataram redução de sua renda familiar devido à pandemia. Outros 45% dizem que a renda de sua família ficou igual e 9% tiveram aumento do rendimento familiar, mesmo em meio à crise.

O instituto ouviu 2.065 pessoas por telefone em 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Por faixa de renda, os trabalhadores com renda familiar até dois salários mínimos são os que mais relatam perda de rendimento (48%). O percentual diminui para 46% entre trabalhadores com renda familiar entre dois e cinco salários, a 36% para aqueles com renda entre cinco e dez salários e a 34% para os profissionais cujas famílias ganham mais de dez mínimos.

Por tipo de ocupação, assalariados sem registro são os que mais relatam perda de renda familiar (61%), seguidos por empresários (56%) e autônomos (54%).

Já por tipo de isolamento na pandemia, 48% dos que estão saindo de casa só quando inevitável relatam perda de renda familiar, comparado a 30% dos que dizem que estão vivendo normalmente.

Considerando a avaliação do governo, 52% do que acham o governo Bolsonaro ruim ou péssimo relatam perda de renda da família, comparado a 39% dos que consideram o governo ótimo ou bom.

Entre os entrevistados que dizem que a renda de sua família aumentou na pandemia, o maior percentual é registrado no Nordeste (15%) e Centro-Oeste e Norte (12%). Por cor, pretos (11%) e pardos (10%) sentiram mais esse efeito do que brancos (7%) e amarelos (5%).

O auxílio emergencial provavelmente explica em parte esse aumento de renda em meio à crise.

Segundo dados do IBGE, as regiões Nordeste e Norte concentravam maior proporção de pessoas em extrema pobreza antes da pandemia ?"aquelas com renda inferior a R$ 145 por pessoa por mês. A baixíssima renda também era mais prevalente entre pretos e pardos.

Com o auxílio emergencial, algumas dessas pessoas muito pobres passaram a ter renda maior do que antes da crise, já que o valor do benefício pode chegar a R$ 1.200 por família, contra média de R$ 190 do Bolsa Família. Conforme estudo recente da FGV, o auxílio levou o número de brasileiros em extrema pobreza ao menor patamar em 40 anos.?

Ainda segundo o Datafolha, entre os entrevistados que receberam pelo menos uma parcela do auxílio, 60% relatam perda de renda familiar devido à pandemia, outros 27% dizem que a renda de sua família ficou igual e 13% relatam que a renda da família aumentou. Entre os que não pediram o auxílio, os percentuais são de 36%, 55% e 8% respectivamente.


O coronavírus também mexeu com o perfil da ocupação no país, mostra o Datafolha. Dos entrevistados, 28% dizem que eram assalariados registrados antes da pandemia, percentual que caiu a 21% no momento atual.

Já os desempregados em busca ativa por trabalho eram 4% antes da pandemia e chegaram a 12% atualmente. Ao mesmo tempo, os desocupados que não estavam procurando trabalho subiram de 1% para 5%.

Assim, chegam a 17% os sem emprego, somando aqueles que estão procurando e os que não estão buscando oportunidades de trabalho.

As mulheres que se identificam como donas de casa passaram de 6% antes da pandemia para 9% atualmente, aponta ainda a pesquisa.

REDUÇÃO DE JORNADAS E SALÁRIOS
Entre assalariados registrados e funcionários públicos, 39% dizem que tiveram sua jornada de trabalho reduzida devido à pandemia. O percentual é significativamente maior entre as mulheres (46%) do que entre os homens (33%).

Por idade, os com 60 anos ou mais, grupo de alto risco para o coronavírus, são os que mais relatam redução de jornada devido à pandemia (54%).

A redução de jornada também afetou mais os trabalhadores de baixa renda do que os de alta renda. Enquanto 42% dos com renda familiar até dois salários mínimos dizem que tiveram suas horas de trabalho reduzidas, esse percentual cai a 16% entre aqueles com renda familiar acima de dez salários.

A maior possibilidade de fazer home office entre os trabalhadores mais bem remunerados provavelmente explica a discrepância.

Segundo dados da pesquisa Pnad Covid-19 do IBGE, em junho, 37% das pessoas com ensino superior ou pós-graduação estavam trabalhando remotamente, comparado a 0,6% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto, 1,4% das pessoas com fundamental completo ou ensino médio incompleto e 7,3% das com médio completo ou superior incompleto.?

Ainda entre assalariados registrados e funcionários públicos, 23% relatam ter sofrido redução de salário devido à pandemia, mostra o Datafolha. Aqui novamente, há discrepância entre homens e mulheres, com 29% delas relatando perda salarial, contra 19% deles.

Entre informais, autônomos e empresários, 62% relatam perda de rendimentos devido à pandemia. Mas, nesse universo, há menor disparidade entre homens (63%) e mulheres (60%).

APOSENTADORIA E BOLSA FAMÍLIA
Cerca de 30% dos entrevistados relatam receber ou ter alguém da família recebendo aposentadoria do INSS. Nesse grupo, 56% relatam que a aposentadoria é a principal fonte de renda da família.

O percentual dos que tem na aposentadoria a maior parcela da renda do lar chega a 71% entre os entrevistados com renda familiar até dois salários mínimos que recebem ou tem algum familiar recebendo o benefício.

Por regiões, o percentual dos que tem na aposentadoria a maior parcela da renda da família é mais elevado no Nordeste (64%) e no Sul (63%). E por tipo de ocupação, entre desempregados (86%), donas de casa (68%), aposentados (67%) e autônomos (52%).

Dos entrevistados, 16% recebem ou alguém de sua casa recebe Bolsa Família. O percentual é maior entre aqueles com ensino fundamental (22%), com renda familiar até dois salários mínimos (26%), entre moradores do Nordeste (26%) e entre pretos e pardos (23% e 19%).

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