06/08/2020
Blitz da “Lei Seca” contra a circulação e “aglomeros” feita no último final de semana com a participação do próprio prefeito Kleber. Ele foi às redes sociais reclamar da “desobediência” das pessoas, mas...
A pandemia é coisa de Satanás. E essa descoberta poderá ser tardia para os políticos profissionais, os ditos “campões” de votos e marquetagem. Sentem a temperatura aumentando e cheiro de enxofre no ar. Então ainda há tempo para se arrepender, orar e pagar penitências. Os políticos tradicionais e de métodos do século 20 já foram derrubados nas eleições de outubro de 2018. Todavia, parece que ainda não assimilaram o aviso daqueles dias de espanto. Estão confiantes no adágio popular – e falso – de que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não só cai, como mata os incrédulos, terraplanistas e teimosos em ditos que não possuem consistência lógica ou científica. A máquina de votos do poder de plantão na prefeitura em Gaspar foi às redes sociais oficial e de seus apoiadores incondicionais – muitos deles pendurados nas tetas públicas -, reclamar do comportamento dos gasparenses, diante do que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu denominar de “aglomero” nos finais de semana.
Kleber e os seus “çabios” estão colhendo o que plantaram pelo menos em três frentes. Há outras e fora de controle deles. Mas, quem de fato deu o mau exemplo de “aglomero” em Gaspar? Como mostraram de forma contundente e a cântaros as redes sociais de seus próprios apoiadores, foi o próprio Kleber e os cabos eleitorais da máquina de votos que montaram no seu entorno. Temendo o pior, eles não pararam a pré-campanha eleitoral e se isolaram socialmente como marotamente pedem aos adversários. Registraram e postaram como troféus e intimidação, encontros, reuniões, almoços e jantares de cooptação de simpatizantes. Tão logo, a nanica oposição denunciou, e a Covid-19 se agravou entre nós, essas imagens foram providencialmente “apagadas” na internet. Já era tarde! Agora, quando Kleber fala, pede, implora naquilo que é necessário, não é ouvido e recebe o troco. Restou a blitz, um ato de força quando não se é líder. Ela atiça e coloca mais lenha na fogueira. Pior, alimenta os adversários e que se autoexplica nas outras duas frentes a que Kleber está exposto.
A segunda frente que desqualifica e enfraquece Kleber e os seus é o sacrifício que ele impõe aos gasparenses sem à devida contrapartida. Teimosia pura. Imposição. Kleber fez da prefeitura uma cara máquina de catar votos abrigando não só gente do seu MDB e do interesseiro parceiro de vitória, o PP, como também arrumou espaços para o então arquirrival na Câmara, o PDT, bem como ao murista PSDB, além do PSC e outros nanicos. O salário de Kleber de R$26.356,69 está intacto. Enquanto os que verdadeiramente sustentam a máquina de comissionados e cargos em confiança estão perdendo empregos, falindo suas empresas, comprometendo seus negócios e não podem se “aglomerar”. Até uma simples sugestão – aplicada em outros municípios vizinhos – mas vinda do adversário e funcionário público – Samae –, o vereador Cícero Giovane Amaro, PL, para subsidiar os juros de empréstimos em dia de microempresários – os mais afetados pela crise econômica-, foi rejeitada de pronto. Alegou-se queda de 60% na arrecadação. Poucos dias depois, a verdade na voz do prefeito de fato, com a autoridade de quem cuida do cofre da prefeitura, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira e presidente do MDB: não só não tinha caído 60% a arrecadação de Gaspar, como no mês de junho ela tinha crescido 1,8%. Em julho avançou para um crescimento real de 5%, em plena pandemia. É ou não provocação e incoerência?
A terceira frente, é a que mais está minando o governo e a imagem de Kleber: a comunicação. Ele e sua turma de “çabios” apostaram nos veículos tradicionais e estão perdendo para uma rádio comunitária e este colunista. Então resolveu jogar duro incluindo processos para calá-los. Ainda não deu certo. Apostaram nas reses sociais. Deram-se mal! Fizeram de Kleber o garoto propaganda de si mesmo. Retiraram dele a autenticidade, e por conseguinte, a credibilidade e autoridade. Nas redes sociais – que é uma terra de ninguém -, foram surpreendidos por questionamentos. Desacostumados, novamente, partiram para o jogo duro com processos. Uma temeridade, pela impossibilidade de se controlar essa máquina pessoal de opiniões tão distintas. Pelo sim, pelo não e para não ficar expostos os valentes das redes sociais migraram para o anonimato dos aplicativos de mensagens. E os memes, os comentários de terceiros, inclusive deste colunista, viraram hits. Kleber e os seus reclamam, culpam e ameaçam o povo que não os “obedece”. Mas, deviam antes, ver o que disseram, prometeram e fizeram ontem. Afinal, quem criou o inferno para Satanás morar? Certamente, não foi o pessoal do “aglomero” que está cansado de ver que os quer dispersá-los, se aglomerar. Orai nestes dias estranhos! Acorda, Gaspar!
O impeachment de Carlos Moisés da Silva e de sua vice, Daniela Cristina Reinehr, ambos do PSL, mas “inimigos” entre si – a vice é parte estruturante do “Aliança pelo Brasil” no estado e trata Moisés como traidor da “causa” -, embaralhou o jogo eleitoral de Gaspar, exatamente no momento em que se distribuía as cartas.
O MDB de Kleber Edson Wan Dall, MDB, aguarda o sinal do MDB de Florianópolis e dos deputados Ricardo Alba, PSL, e Ismael dos Santos, PSD, ambos de Blumenau, para colocar o evangélico, sindicalista e ex-funcionário público municipal Sérgio Luiz Batista de Almeida, no seu bonde, junto com o bolsonarista de carteirinha Marciano Silva, do Patriotas.
Político sabe como explorar analfabetos, ignorantes e desinformados. O médico e atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, MDB, onde está o segundo maior número de mortos por Covid-19 em Santa Catarina, anunciou um novo tratamento para quem já está com a doença instalada: dez sessões de ozônio no reto, com um cateter “bem fininho”.
Morastoni conseguiu o que queria: virou instantaneamente chacota internacional. Contra si trouxe à unanimidade da classe médica e científica. Os marqueteiros dele e que se espalham por aqui, acham que esse vale tudo para aparecer é bom para a reeleição.
Morastoni com a ideia e da qual não ainda desistiu, apenas provou que os pagadores de pesados impostos, os que verdadeiramente sustentam à máquina pública, os políticos, os desperdícios e as mordomias, sempre entra com o reto. Pior, descobriu-se que o Ministério da Saúde do General Eduardo Pazuello e do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, avalia tal experimento heterodoxo.
Qual é a dificuldade do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, engavetar definitivamente os seus próprios Projeto de Resolução, ou então mandá-los para plenário e ver quem tem café no bule.
Os projetos se enrolam há mais de três meses na Comissão de Legislação, presidida por Procópio. Eles cortam 20% dos salários dos vereadores por apenas dois meses em favor da economia, além de impedir o uso das diárias até o fim do ano?
Era 1º de abril? O que diz textualmente o “press release” de 31 de março da prefeitura de Gaspar?
“Cinco secretarias municipais de Gaspar passam por mudanças nesta quarta-feira, dia 1º de abril. Atendendo à legislação eleitoral, os titulares das pastas de Agricultura, Assistência Social, Educação, Saúde e Samae não fazem mais parte do primeiro escalão. Por conta da pandemia do Coronavírus e visando economia de receita, os secretários que permanecem em seus cargos devem aglutinar estas pastas, sem acumulação de salários. Essa medida deve gerar cerca de R$68 mil reais por mês em economia aos cofres públicos”.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, respondia assim aos questionamentos comunitários sobre a falta de contrapartida do governo enquanto se perdia empregos, renda, empresas e negócios. Fez bem, mas...
Apostei que era mais uma jogada marqueteira do governo, para entrevistas sem perguntas e vídeos. Nesta segunda-feira, dia três de julho, Kleber anunciou a nova titularidade da única secretaria que ainda restava com interino: a da Educação. O tempo é o senhor da razão e sempre contra os políticos vivaldinos.
O salário básico de cada titular da pasta é R$12.795,81. E então a anunciada economia de R$68 mil por mês, já foi para o saco mais uma vez. Nas redes sociais e aplicativos de mensagens, o “estado de incoerência do governo Kleber” se espalhou. E esta coluna, mais uma vez, não é a culpada. Acorda, Gaspar!
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