Os políticos profissionais estão desconfiados de que seus eleitores fiéis se tornaram hereges; e já começaram a orar por proteção - Jornal Cruzeiro do Vale

Os políticos profissionais estão desconfiados de que seus eleitores fiéis se tornaram hereges; e já começaram a orar por proteção

06/08/2020

Blitz da “Lei Seca” contra a circulação e “aglomeros” feita no último final de semana com a participação do próprio prefeito Kleber. Ele foi às redes sociais reclamar da “desobediência” das pessoas, mas...

 

Dias estranhos I

A pandemia é coisa de Satanás. E essa descoberta poderá ser tardia para os políticos profissionais, os ditos “campões” de votos e marquetagem. Sentem a temperatura aumentando e cheiro de enxofre no ar. Então ainda há tempo para se arrepender, orar e pagar penitências. Os políticos tradicionais e de métodos do século 20 já foram derrubados nas eleições de outubro de 2018. Todavia, parece que ainda não assimilaram o aviso daqueles dias de espanto. Estão confiantes no adágio popular – e falso – de que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não só cai, como mata os incrédulos, terraplanistas e teimosos em ditos que não possuem consistência lógica ou científica. A máquina de votos do poder de plantão na prefeitura em Gaspar foi às redes sociais oficial e de seus apoiadores incondicionais – muitos deles pendurados nas tetas públicas -, reclamar do comportamento dos gasparenses, diante do que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu denominar de “aglomero” nos finais de semana. 

Dias estranhos II

Kleber e os seus “çabios” estão colhendo o que plantaram pelo menos em três frentes. Há outras e fora de controle deles. Mas, quem de fato deu o mau exemplo de “aglomero” em Gaspar? Como mostraram de forma contundente e a cântaros as redes sociais de seus próprios apoiadores, foi o próprio Kleber e os cabos eleitorais da máquina de votos que montaram no seu entorno. Temendo o pior, eles não pararam a pré-campanha eleitoral e se isolaram socialmente como marotamente pedem aos adversários. Registraram e postaram como troféus e intimidação, encontros, reuniões, almoços e jantares de cooptação de simpatizantes. Tão logo, a nanica oposição denunciou, e a Covid-19 se agravou entre nós, essas imagens foram providencialmente “apagadas” na internet. Já era tarde! Agora, quando Kleber fala, pede, implora naquilo que é necessário, não é ouvido e recebe o troco. Restou a blitz, um ato de força quando não se é líder. Ela atiça e coloca mais lenha na fogueira. Pior, alimenta os adversários e que se autoexplica nas outras duas frentes a que Kleber está exposto. 

Dias estranhos III

A segunda frente que desqualifica e enfraquece Kleber e os seus é o sacrifício que ele impõe aos gasparenses sem à devida contrapartida. Teimosia pura. Imposição. Kleber fez da prefeitura uma cara máquina de catar votos abrigando não só gente do seu MDB e do interesseiro parceiro de vitória, o PP, como também arrumou espaços para o então arquirrival na Câmara, o PDT, bem como ao murista PSDB, além do PSC e outros nanicos. O salário de Kleber de R$26.356,69 está intacto. Enquanto os que verdadeiramente sustentam a máquina de comissionados e cargos em confiança estão perdendo empregos, falindo suas empresas, comprometendo seus negócios e não podem se “aglomerar”. Até uma simples sugestão – aplicada em outros municípios vizinhos – mas vinda do adversário e funcionário público – Samae –, o vereador Cícero Giovane Amaro, PL, para subsidiar os juros de empréstimos em dia de microempresários – os mais afetados pela crise econômica-, foi rejeitada de pronto. Alegou-se queda de 60% na arrecadação. Poucos dias depois, a verdade na voz do prefeito de fato, com a autoridade de quem cuida do cofre da prefeitura, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira e presidente do MDB: não só não tinha caído 60% a arrecadação de Gaspar, como no mês de junho ela tinha crescido 1,8%. Em julho avançou para um crescimento real de 5%, em plena pandemia. É ou não provocação e incoerência? 

Dias estranhos IV

A terceira frente, é a que mais está minando o governo e a imagem de Kleber: a comunicação. Ele e sua turma de “çabios” apostaram nos veículos tradicionais e estão perdendo para uma rádio comunitária e este colunista. Então resolveu jogar duro incluindo processos para calá-los. Ainda não deu certo. Apostaram nas reses sociais. Deram-se mal! Fizeram de Kleber o garoto propaganda de si mesmo. Retiraram dele a autenticidade, e por conseguinte, a credibilidade e autoridade. Nas redes sociais – que é uma terra de ninguém -, foram surpreendidos por questionamentos. Desacostumados, novamente, partiram para o jogo duro com processos. Uma temeridade, pela impossibilidade de se controlar essa máquina pessoal de opiniões tão distintas. Pelo sim, pelo não e para não ficar expostos os valentes das redes sociais migraram para o anonimato dos aplicativos de mensagens. E os memes, os comentários de terceiros, inclusive deste colunista, viraram hits. Kleber e os seus reclamam, culpam e ameaçam o povo que não os “obedece”. Mas, deviam antes, ver o que disseram, prometeram e fizeram ontem. Afinal, quem criou o inferno para Satanás morar? Certamente, não foi o pessoal do “aglomero” que está cansado de ver que os quer dispersá-los, se aglomerar.  Orai nestes dias estranhos! Acorda, Gaspar! 

 

TRAPICHE 

O impeachment de Carlos Moisés da Silva e de sua vice, Daniela Cristina Reinehr, ambos do PSL, mas “inimigos” entre si – a vice é parte estruturante do “Aliança pelo Brasil” no estado e trata Moisés como traidor da “causa” -, embaralhou o jogo eleitoral de Gaspar, exatamente no momento em que se distribuía as cartas. 

O MDB de Kleber Edson Wan Dall, MDB, aguarda o sinal do MDB de Florianópolis e dos deputados Ricardo Alba, PSL, e Ismael dos Santos, PSD, ambos de Blumenau, para colocar o evangélico, sindicalista e ex-funcionário público municipal Sérgio Luiz Batista de Almeida, no seu bonde, junto com o bolsonarista de carteirinha Marciano Silva, do Patriotas. 

Político sabe como explorar analfabetos, ignorantes e desinformados. O médico e atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, MDB, onde está o segundo maior número de mortos por Covid-19 em Santa Catarina, anunciou um novo tratamento para quem já está com a doença instalada: dez sessões de ozônio no reto, com um cateter “bem fininho”. 

Morastoni conseguiu o que queria: virou instantaneamente chacota internacional. Contra si trouxe à unanimidade da classe médica e científica. Os marqueteiros dele e que se espalham por aqui, acham que esse vale tudo para aparecer é bom para a reeleição.  

Morastoni com a ideia e da qual não ainda desistiu, apenas provou que os pagadores de pesados impostos, os que verdadeiramente sustentam à máquina pública, os políticos, os desperdícios e as mordomias, sempre entra com o reto. Pior, descobriu-se que o Ministério da Saúde do General Eduardo Pazuello e do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, avalia tal experimento heterodoxo. 

Qual é a dificuldade do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, engavetar definitivamente os seus próprios Projeto de Resolução, ou então mandá-los para plenário e ver quem tem café no bule.  

Os projetos se enrolam há mais de três meses na Comissão de Legislação, presidida por Procópio.  Eles cortam 20% dos salários dos vereadores por apenas dois meses em favor da economia, além de impedir o uso das diárias até o fim do ano? 

Era 1º de abril? O que diz textualmente o “press release” de 31 de março da prefeitura de Gaspar?  

“Cinco secretarias municipais de Gaspar passam por mudanças nesta quarta-feira, dia 1º de abril. Atendendo à legislação eleitoral, os titulares das pastas de Agricultura, Assistência Social, Educação, Saúde e Samae não fazem mais parte do primeiro escalão. Por conta da pandemia do Coronavírus e visando economia de receita, os secretários que permanecem em seus cargos devem aglutinar estas pastas, sem acumulação de salários. Essa medida deve gerar cerca de R$68 mil reais por mês em economia aos cofres públicos”. 

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, respondia assim aos questionamentos comunitários sobre a falta de contrapartida do governo enquanto se perdia empregos, renda, empresas e negócios. Fez bem, mas... 

Apostei que era mais uma jogada marqueteira do governo, para entrevistas sem perguntas e vídeos. Nesta segunda-feira, dia três de julho, Kleber anunciou a nova titularidade da única secretaria que ainda restava com interino: a da Educação. O tempo é o senhor da razão e sempre contra os políticos vivaldinos. 

O salário básico de cada titular da pasta é R$12.795,81. E então a anunciada economia de R$68 mil por mês, já foi para o saco mais uma vez. Nas redes sociais e aplicativos de mensagens, o “estado de incoerência do governo Kleber” se espalhou. E esta coluna, mais uma vez, não é a culpada. Acorda, Gaspar! 

 

Edição 1963

Comentários

Herculano
10/08/2020 09:13
COLUNA INÉDITA

Daqui a pouco, estará disponível a tradicional edição das segundas-feiras da coluna Olhando a Maré

São sete artigos, mais a seção Trapiche. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
09/08/2020 18:50
Senhores,

"Impeachment em SC: "É crueldade com o povo que isso seja prioridade do parlamento", diz senador Amin"
(NSC) em discurso contrário à defenestração do "governadorzinho".

Para quem o conhece e acompanha sua carreira política desde os tempos que tinha barba e cabelo e foi prefeito biônico de Floripa, podemos afirmar:

Se é bom para o Amin é ruim para para nós "catarin". . .

Como já dizia o "brimo Maluf", o mega-ladrão, o amin tem a cabeça brilhante apenas por fora. . .
Herculano
09/08/2020 15:34
A LUTA DO NOSSO BRAVO JAIR CONTRA OS MOINHOS DE VENTO, por Bolívar Lamounier, sociólogo, no jornal O Estado de S. Paulo

Tão inútil quanto combater a esquerda marxista, a esta altura do campeonato


Na última terça-feira, 4/8, o presidente Jair Bolsonaro declarou que seu sonho é livrar o Brasil da esquerda. Minha primeira reação foi tentar saber o que ele entende por esquerda.

Nas redes sociais, a resposta mais comum, quase única, foi a de que esquerdistas são os adeptos do marxismo. Ora, se é isso, o presidente não terá muito trabalho. Comecemos com uma distinção: os marxistas que pegaram em armas e os que vêm os escritos de Karl Marx como uma filosofia, uma teoria da História ou mesmo uma teoria econômica rigorosa. No Brasil, grupos comunistas pegaram em armas duas vezes, evidenciando em ambas uma patética fragilidade. Nos anos 1930, quando o Partido Comunista era dirigido por Luís Carlos Prestes, o levante que se tornou conhecido como a Intentona, anterior à implantação da ditadura getulista, facilmente desbaratado pelo governo da época. Depois de 1964, a luta armada encetada contra o regime militar por Lamarca e Marighella, principalmente. Teve consequências mais profundas, levando os militares a arrochar ainda mais o regime, notadamente no período que ficou conhecido como os "anos de chumbo".

Atualmente, nada faz crer que existam grupos comunistas inclinados a pegar em armas. Lula e alguns satélites de seu PT, o melhor exemplo sendo João Pedro Stédile, recorreram ocasionalmente a uma retórica beligerante, apresentaram-se como admiradores do chavismo e do regime cubano, mas não foram além disso. Aliás, definir o lulismo não é tarefa para principiantes. Para mim, Lula é uma variante do nosso velho populismo, uma cepa de políticos que acreditam mais no gogó social, prometendo paraísos terrestres (e de vez em quando metendo a mão em algum, que ninguém é de ferro), do que em aprimorar a economia e a administração pública. Aprimorar a economia, nem pensar; o próprio Lula declarou diversas vezes (talvez invocando Noel Rosa) que bons governos nascem é do coração. Esse singelo aparato é suficiente para enganar os incautos ?" acenando-lhes com um "socialismo por construir" ?" que proliferam nas universidades, no clero e até certo ponto na imprensa e nos corpos legislativos.

Voltar um pouco no tempo pode tornar mais proveitosa esta nossa inquirição. Jair Bolsonaro estaria empenhado em "livrar o Brasil da esquerda" quando alguns dos maiores símbolos dela desfrutavam imenso prestígio nacional. Oscar Niemeyer, por exemplo, morreu aos 103 anos sem jamais abdicar de sua devoção ao tirano russo Joseph Stalin. Foi, como todos sabemos, o arquiteto de Brasília e quem lhe conferiu tal encargo foi o mineiríssimo e conservadoríssimo presidente Juscelino Kubitschek. Bolsonaro incluiria JK em sua lista dos que, ao ver dele, precisam ser afastados? E Jorge Amado, o grande escritor baiano, consagrado e cultuado em todo o mundo como um de nossos maiores romancistas?

Os casos citados devem ser suficientes para evidenciar que combater a esquerda marxista, a esta altura do campeonato, é uma atividade quase tão inútil quanto arremessar o bravo corcel do Estado contra algum moinho de vento. O enredo melhora bastante se, em vez de circunscrever o conceito de esquerda ao marxismo, fizermos dele uma base mais ampla para um reexame sério dos programas de crescimento econômico que pusemos em prática desde a 2.ª Guerra Mundial. Aqui estaremos falando do nacional-desenvolvimentismo, do horror à economia de mercado, da burocracia pública e da inflação como demiurgos do progresso, da resistência ao investimento estrangeiro, e por aí afora. Ou seja, estaremos nos referindo ao modelo que se tornou conhecido como ISI ?" de industrialização por substituição de importações ?", que de fato acelerou o crescimento enquanto era fácil fazê-lo e depois nos legou a prolongada estagnação de que, salvo melhor juízo, tão cedo não nos conseguiremos livrar. Livrar o Brasil dessa linha de esquerda seria uma excelente ideia, mas salta aos olhos que o presidente Bolsonaro dificilmente conseguirá fazê-lo. Embora se tenha afastado do Exército no posto de capitão, Jair Bolsonaro deve ter ciência de que o modelo a que me refiro sempre contou com ampla simpatia no meio militar. No vídeo da reunião ministerial realizada no Planalto em 22 de abril, vimos o ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, sugerindo um retorno ao nacional-estatismo, no que foi prontamente contestado pelo ministro da Fazenda, que parece ser no atual governo o único consciente da arapuca em que a ISI nos meteu.

A visão do futuro brasileiro corporificada no nacional-desenvolvimentismo remonta, como sabemos, ao debate de 1944 entre o economista Eugênio Gudin, favorável a uma economia balanceada, com maior atenção à agricultura, e o historiador Roberto Simonsen, adepto da industrialização a qualquer preço. Decorridos três quartos de século, o panorama é meridianamente claro: temos uma agricultura moderna, pujante, internacionalmente competitiva, e um setor industrial em escombros, não obstante todas as "bondades" de que se beneficiou durante quase todo esse período.
Herculano
09/08/2020 08:31
da série: um retrato de governo

TEICH: "EU NÃO TINHA AUTONOMIA"

Conteúdo de O Antagonista. No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortes por Covid-19, Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, lamentou os óbitos e disse à GloboNews que Jair Bolsonaro erra ao tentar mostrar que a doença não é grave.

"Quando ele passa por isso [pela doença], passando uma tranquilidade, ele reforça essa ideia. E, ao mostrar a cloroquina, reforça a ideia de que a cloroquina funciona."

"Quando aceitei o convite ao ministério, tinha muito claro o que queria fazer. Eu aceitaria novamente. Agora, lá dentro você avalia a capacidade do que pode fazer. E, na prática, eu vi que não tinha autonomia. A cloroquina era o problema do momento, mas o que eu via era uma falta de como implementar uma autonomia."
Herculano
09/08/2020 08:24
da série: depende como você olha o copo e a água que está nele. E mais: ao mesmo tempo Bolsonaro enxergou Sérgio Moro como adversário possível e viável, e muito antes da hora certa.

GOVERNO COMEMORA "INDICE DE óBITOS POR MILHÃO"

Conteúdo de O Antagonista. No dia em que o Brasil atingiu a marca de 100 mil mortes por Covid-19, a Secom publicou uma série de postagens sobre ações do governo durante a pandemia.

Em resposta ao tuíte de Sergio Moro sobre a trágica marca atingida hoje, a secretaria de comunicação afirmou que "cada vida importa".

"Todas as vidas importam. Lamentamos cada uma das vítimas da Covid-19, e de todas as outras doenças."

A Secom ainda comemorou o número de recuperados pela doença:

"São muitos os números que merecem ser divulgados: quase 3 milhões de vidas salvas ou em recuperação - um dos menores índices de óbitos por milhão entre grandes nações - um dos países que mais recupera infectados, sempre com índice de recuperação acima dos 95%.

Segundo a Universidade de Oxford, porém, o Brasil está em 10º lugar no mundo entre os países com o maior número de mortes por milhão: 468,44 por milhão de habitantes.

Já de acordo com a Johns Hopkins, o Brasil é o 11º país com a pior taxa de mortalidade do mundo: 47,5 por 100 mil habitantes.
Herculano
09/08/2020 08:19
MAIA: "NÃO ACHO QUE PAZUELLO TENHA SIDO A MELHOR ESCOLHA"

Conteúdo de O Antagonista. Em entrevista ao Estadão, Rodrigo Maia criticou o enfrentamento do governo em meio à pandemia, mas disse que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, não é inteiramente responsável pelas mais de 100 mil mortes por Covid-19 no país.

"Eu não acho que o Pazuello tenha sido a melhor escolha, mas não podemos culpá-lo também pelas 100 mil mortes. É claro que há falta de articulação com os governadores e conflitos por causa de posicionamentos equivocados. Isso pode ter prejudicado, certamente, mas transferir 100% dessa responsabilidade para o ministro está errado. O problema é ter um vírus que vai tirar vidas de brasileiros e que vai derrubar a economia. E a economia vai cair porque na hora em que começa a morrer gente próxima, a pessoa deixa de consumir, deixa de ir à rua, querendo o governo ou não."
Herculano
09/08/2020 08:14
da série: não bastavam políticos e gestores públicos corruptos, agora precisaremos conviver com milícias trogloditas e de extorsão dos políticos e poder de plantão nos cobrando o terceiro imposto - um é o oficial, o outro é daquilo que o imposto não faz porque é desviado e este que vai para grupos particulares se esbaldarem, deixando-nos reféns do poder parelelo.

MILITARES, MENSALÃO, MICHELLE E MILÍCIAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Entre o cinismo terminal e o desvario, Brasil se acomoda à companhia de milicianos

Um agregado das milícias, se não ele mesmo miliciano, pagava contas dos Bolsonaros e punha ainda mais dinheiro na conta de Michelle Bolsonaro, como mostrou a revista Crusoé nesta sexta-feira (7).

O senador Flávio, o filho 01, enrola-se a cada vez que fala do seu caso com Fabrício Queiroz, motorista, segurança e contato da família com pistoleiros e milicianos, elogiados em público e condecorados pelos Bolsonaros.

Parece tudo tão velho e sabido desde pelo menos 2018. Portanto, é cada vez mais impressionante que o país se acomode a uma família presidencial relacionada com o crime organizado e acusada de fazer seu pé de meia com o furto de dinheiro público à boca pequena, pois sempre foi marginal na política, sem acesso à roubança em grande escala.

Acomodar-se é a palavra a que se deve prestar atenção.

A ameaça hoje mais direta à sobrevivência política de Jair Bolsonaro vem do Supremo Tribunal Federal. Mas no conjunto do Judiciário há um jogo de morde e assopra, de sufoco e alívio. Manipula-se um cabresto para manter o presidente na raia que fica entre o golpe e o impeachment.

Os generais, por sua vez, não têm pudor algum de apoiar uma família presidencial associada a agregados da milícia, no mínimo, além de se juntarem às ameaças golpistas do presidente e lançarem manifestos subversivos oficiais.

Negociam eles mesmos o arreglo de Bolsonaro pai com presidiários do centrão, de que faziam troça ainda na campanha de 2018.

Agora mais abertamente do que qualquer casta da alta burocracia, buscam salários maiores, prebendas, aposentadorias gordas, boquinhas para amigos e parentes ou verbas para suas armas. Buscam também reconhecimento, iniciativa que morre mesmo antes mesmo de sair da lama das trincheiras, dados o desastre administrativo, vide o caso do almoxarifado da Saúde, e a apologia de ignorância ou de barbaridades como a tortura.

Parece agora claro que não se pode ter ilusão alguma a respeito do governo militar, do sentido do que fazem os generais do Exército e seus comandados.

Seja pela popularidade restante de Bolsonaro, seja pela possibilidade de cavar rendas, verbas e cargos, "business as usual", o Congresso acomoda-se ao governo. A cabeça dos lava-jatistas é servida como acompanhamento desse acordão.

Causa cada vez menos escândalo a intervenção de Bolsonaro nos órgãos de controle, que começou no falecido Coaf, passou pela Polícia Federal, estabeleceu-se na Procuradoria-Geral da República e agora pode ser minada de dentro, com a renovação dos órgãos de espionagem.

Rasgou-se a fantasia grotesca de moralidade. Fizeram picadinho do lacerdismo tardio da Lava Jato, o morismo. Tão ao gosto dos Bolsonaros e Queiroz, agora faz-se um rolo a fim de dar um jeito no teto de gastos, teto que era a justificativa limpinha restante daquelas que o establishment e tantos de seus economistas deram para se associar a Bolsonaro.

O presidente precisa de um Bolsa Família para chamar de seu; parte de seus ministros e do centrão quer dinheiro para investimento em obras. Nada disso é possível sem que ao menos se abra um buraco no teto de gastos ou, muitíssimo improvável, se dê um talho imenso no salário dos servidores ("não passará!").

É a isso que as elites brasileiras se prendem? Uma promessa fiscal precária vale uma sociedade com golpistas, milícia, rachadonas, razia no ambiente e na educação, inércia criminosa na saúde, disseminação da ignorância, de ódio, mentiras sórdidas e vexame diplomático?
Herculano
09/08/2020 07:42
da série: não há previsão legal, a tese no âmbito do TSE não deve prosperar, mas o gato subiu no telhado. A Igreja Católica criou e usou como aparelho para a esquerda do atraso, as pastorais, as comunidades eclesiais de base, a Teologia da Libertação. Os evangélicos tem nos seus fieis, pela fé, o núcleo comunitário e a ignorância na busca de milagres sociais e econômicos, um explícita campanha eleitoral para políticos e poder.

ENTENDA A PUNIÇÃO ELEITORAL POR ABUSO DE PODER RELIGIOSO QUE DIVIDE O TSE

Evangélicos tiveram reunião tensa com Fachin, e resultado do julgamento, marcado para quinta (13), é incerto
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto por Matheus Teixeira, da sucursal de Brasília. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julga na próxima quinta-feira (13) se é possível caracterizar o abuso de poder religioso durante o processo eleitoral.

A discussão foi levantada pelo ministro do TSE e do STF (Supremo tribunal Federal) Edson Fachin e prevê punição, que pode chegar à cassação de mandato, para candidatos que se aproveitarem da religião a que pertencem para influenciar o voto de fiéis.

A proposta, no entanto, enfrenta resistência dentro do próprio TSE, além de ter criado desgaste na relação com o Congresso a poucos meses das eleições municipais.

No último dia 5, Fachin teve uma reunião tensa por videoconferência com líderes da bancada evangélica e representantes da Associação Nacional de Juristas Evangélicos.

O magistrado ouviu as ponderações e pouco falou durante o encontro, mas os deputados e advogados presentes fizeram duras crítica ao voto do ministro.

Segundo eles, a iniciativa de Fachin viola pactos internacionais de direitos humanos por desrespeitar a liberdade religiosa e caracteriza ativismo judicial por não haver uma lei que preveja o abuso de poder religioso.

O voto de Fachin foi dado em 25 de junho, e o julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Tarcísio Vieira de Carvalho. Na data, porém, já ficou claro que o tema enfrentará resistência no TSE.

Mesmo após Carvalho ter solicitado mais tempo para analisar o caso, o ministro Alexandre de Moraes pediu para antecipar seu voto e divergiu de Fachin.

"Não se pode transformar religiões em movimentos absolutamente neutros sem participação política e sem legítimos interesses políticos na defesa de seus interesses assim como os demais grupos que atuam nas eleições", disse o magistrado.

Qual é o placar atual e a tendência de resultado final?
Fachin votou para criação do abuso de poder religioso, e Alexandre de Moraes divergiu. Ainda faltam cinco votos e o resultado é considerado imprevisível.

Parlamentares com força religiosa, porém, estão confiantes e acreditam que a pressão imposta aos magistrados que ainda não se posicionaram pode fazer prevalecer uma divergência em relação a Fachin. Deputados lembram da vinculação da bancada evangélica com o governo Jair Bolsonaro e apostam as fichas nos votos dos dois ministros do TSE oriundos da advocacia e os dois do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que dependem de Bolsonaro para alçar voos maiores nos tribunais de Brasília.

Como o caso chegou ao TSE?
O caso concreto trata de uma vereadora de Luziânia (GO). Pastora da Assembleia de Deus, Valdirene Tavares dos Santos é acusada de usar sua posição na igreja para promover sua candidatura e influenciar o voto de fiéis.

Fachin votou para absolver a vereadora por considerar que não há elementos suficientes para cassá-la. No entanto, o magistrado defendeu que a corte deve criar um precedente que autorize a cassação por abuso de poder religioso no âmbito das Ações de Investigação Judicial Eleitoral.

Qual o argumento de Fachin?
Para o ministro, o respeito ao princípio da liberdade de escolha e a preservação da igualdade de oportunidades entre os candidatos "deve incidir sobre qualquer pessoa ou entidade que se encontre em situação de exercer influência sobre o eleitorado".

Assim, Fachin defendeu que a influência de associações religiosas no processo eleitoral deve ser observada com atenção, "tendo em consideração que as igrejas e seus dirigentes ostentam um poder com aptidão para amainar a liberdade para o exercício de sufrágio e debilitar o equilíbrio entre as chances das forças em disputa".

Se for criado, o abuso de poder religioso já valeria para o pleito deste ano?
Caso prevaleça o voto de Fachin, o precedente pode ser aplicado no pleito deste ano. O ministro, porém, ressaltou que a regra não valeria para anos anteriores "devido ao caráter inovador da compreensão".

?O que está na lei atualmente?
Hoje, há dois tipos de ação que podem levar à cassação da chapa: as Ações de Investigação Judicial Eleitoral e as Ações de Impugnação de Mandato Eletivo. Ambas tipificam apenas crimes de abuso de poder econômico e político.

O TSE extrapolaria seus poderes se criasse o abuso de poder religioso?
Esta é a tese central de líderes do Congresso contrários à tipificação do abuso de poder religioso nas eleições.

Para a bancada evangélica, como não há na lei previsão para punições desta natureza, uma decisão do TSE nesse sentido caracterizaria ativismo judicial, nome dado às situações em que o Judiciário invade as competências do Congresso para legislar. Esta visão, inclusive, foi exposta por Alexandre de Moraes ao divergir de Fachin.

Há especialistas, no entanto, que divergem dessa tese. O professor e doutor em direito constitucional Ademar Borges, por exemplo, lembra que o TSE impõe inúmeras outras restrições às campanhas que não foram aprovadas pelo Congresso.

"O número de restrições legais é pequeno em comparação com a quantidade de restrições às campanhas criadas pelo próprio TSE. No geral, é preciso que tenha lei, mas o aspecto da legalidade estrita já é relativizado na Justiça Eleitoral pela quantidade enorme de resoluções que determinam regras para o pleito."
Herculano
09/08/2020 07:30
DE VOLTA À LIDERANÇA, por Carlos Brickmann

Com pandemia e tudo, Bolsonaro parou de cair nas pesquisas, recuperou intenções de voto e hoje, de acordo com pesquisa Poder 360, seria o primeiro colocado no primeiro turno. No segundo, empataria com Sérgio Moro.

Pesquisa é retrato do dia. Dois anos antes das eleições, não significa nada. Mas, para os adversários, é melhor não subestimar Bolsonaro: tem um núcleo fiel de eleitores, que por ele sentem saudades até de Weintraub, manteve sua popularidade mesmo depois de declarações que indicavam pouco caso pelas vítimas da Covid, sustenta-se até com novos recordes de desmatamento e de queimadas na Amazônia, que já provocam reações de clientes internacionais.

Ainda é cedo, mas qual, de seus possíveis adversários, vem-se tornando uma alternativa viável? O governador do Rio, candidato declarado, tem de lutar para evitar o impeachment. O governador João Doria tem boa avaliação, deve sair candidato, comanda o PSDB, partido bem estruturado em todo o país, mas isso ainda não se refletiu em índices nacionais. Sempre se considerou que um governador de São Paulo é candidato forte, pelo cargo que ocupa, mas Geraldo Alckmin em duas ocasiões desmoralizou essa tese. E o PT - bem, esperava-se que Lula, ao sair da prisão, liderasse seu partido numa campanha nacional de oposição, apresentando-se como perseguido político, vítima de um sistema que deturpou a Justiça para afastá-lo do poder. Esperava-se. Mas o novo Lula parece muito diferente do Lula de sempre.

QUEM SOBRA?

Lula se recolheu, raramente fala, parece ter perdido o gás. Continua a liderar políticos como Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad, Washington Quaquá. Mas sua fraqueza atual já foi percebida por aliados que até agora eram incondicionais: já apoiam Manuela d'Ávila em Porto Alegre, pensam em lançar um candidato a presidente saído do PCdoB, eventualmente podem flertar até com Ciro Gomes. Nada impede que o realismo político predomine e haja quem possa esquecer o passado e aliar-se a Sérgio Moro. Mas Moro, que acumulou amplo capital político, nem escolheu um partido. E será que, daqui a dois anos, não terá sido esquecido por muitos que hoje o apoiam?

SOZINHO NA RAIA

Em dois anos muita coisa pode mudar. Haverá os descontentes com o alto desemprego, haverá quem lembre as mortes da pandemia, haverá até mesmo empresários hoje simpáticos a Bolsonaro que correrão riscos pela compulsão do presidente em brigar com a China, por ideologia, e com a União Europeia, por demonstrar pouco caso com o desmatamento e os incêndios da Amazônia e com os problemas indígenas. Mas haverá também quem goste dos R$ 600,00 mensais, que de alguma forma se eternizarão na Renda Brasil. Lembre-se: o Nordeste por muito tempo foi reduto do PFL/DEM. A Bolsa Família levou o eleitorado a votar sistematicamente no PT. Em resumo, se a oposição quiser chegar ao poder, tem de montar sua estratégia, em vez de só confiar em novos erros de Bolsonaro. Ele erra, sim, e muito. Mas está na frente.

AS RACHADINHAS

Há incômodos no caminho de Bolsonaro - investigações sobre seu filho Flávio, pressão sobre divulgadores de notícias falsas, cerco ao Gabinete do ?"dio. Há o Queiroz, com os depósitos na conta da mulher do presidente. Mas Lula, com todo o caso Mensalão/Petrolão, seria um candidato forte se não tivesse sido condenado e impedido de disputar pela Lei da Ficha Limpa.

TODOS QUIETOS

Lembra do ministro Osmar Terra Plana, dizendo que a Covid iria matar menos gente que as gripes de inverno? E do general Luiz Eduardo Ramos, o coordenador político do Governo, dizendo que o trânsito também mata muita gente e não provoca pânico? Com cem mil mortos no Brasil, silenciaram. Pena que o preço por esse bem-vindo silêncio tenha sido tão alto. Bolsonaro não se calou: "A gente lamenta todas as mortes. Mas vamos tocar a vida".

POIS É

Todos os dias, aqui no Brasil, morre nove vezes o número de vítimas da explosão de Beirute, que abalou o mundo. E nosso Governo não se abala.

PROCUTANDO BRIGA

Bolsonaro briga com a China por ideologia, com os europeus porque condenam suas teses sobre Amazônia e meio ambiente, com vizinhos porque não gosta de seus dirigentes. O ministro Paulo Guedes vai mais longe: foi puxar briga com os principais aliados de Bolsonaro, os EUA.

Motivo: empresários questionaram a política ambiental do Brasil. O Imposto Ipiranga acusou os americanos por desmatar suas florestas, pela escravidão, pelas guerras civis, pela morte de índios. É verdade: também dizimaram rebanhos de bisões, muitas vezes só para praticar tiro ao alvo. Claro que conhecemos um outro país que desmatou muito, teve escravidão, enfrentou guerras civis, matou índios. Paulo Guedes, que já disse que leu três vezes as obras de Keynes em inglês, talvez não se preocupe tanto com História em português
Herculano
09/08/2020 07:20
Se fosse ano de eleições, o comportamento sobre este assunto seria outro, como é com Donald Trump, nos Estados Unidos. Entretanto, é uma equação difícil, conter a doença, doentes, sentimentos, empregos, economia, as receitas ideológicas e o debate científico sem uma unanimidade, a não ser, o parar tudo

COM 100 MIL MORTOS, BOLSONARO QUER IMUNIDADE NA CATÁSTROFE DO CORONAVÍRUS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente só está preocupado em se livrar dos custos políticos do desastre do governo

A conta ainda supera a média de 1.000 mortes por dia, mas Jair Bolsonaro quer "tocar a vida". Na semana em que o país bateu as 100 mil vítimas do coronavírus, o presidente ainda estava preocupado em se livrar dos custos políticos de sua própria gestão catastrófica da crise.

Ao lado do general que escalou para ocupar a cadeira vazia do Ministério da Saúde, o chefe do Executivo não deu muita bola para a marca que seria atingida dias depois.

"A gente lamenta todas as mortes. Já está chegando ao número de 100 mil. Mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema", disse Bolsonaro em sua transmissão nas redes, na quinta (6).

O presidente fez de tudo para atrapalhar o combate à pandemia, mas continua tentando "se safar" das consequências dessa sabotagem. No vídeo, ele quis convencer seus seguidores de que a cifra mórbida era culpa de todos, menos de seu governo.

Bolsonaro mentiu de novo ao dizer que o STF "decidiu que as medidas restritivas eram de competência exclusiva de governadores e prefeitos". A ideia era jogar na conta desses políticos o desemprego provocado pela paralisação da economia.

Ele só não quis dizer que o tribunal apenas definiu a competência de estados e municípios, apontando que o governo federal também deveria participar desse trabalho ?"o que o presidente se recusou a fazer.

Em busca de imunidade, Bolsonaro também apelou para a cloroquina. Afirmou que seus adversários "têm que responder" pelos alertas sobre o medicamento, que não tem eficácia comprovada. Ele mesmo, porém, busca absolvição. "Pode ser também que, mais tarde, não se comprove que isso aqui tenha sido tão eficaz assim, ou até ineficaz. Paciência, acontece", declarou.

O presidente minimizou os riscos da doença, incentivou um boicote ao isolamento, explorou sua rivalidade com governadores, mandou maquiar dados da pandemia e deixou o país sem ministro por 87 dias. Bolsonaro pode tentar se safar, mas não conseguirá apagar o que fez.?
Miguel José Teixeira
08/08/2020 20:25
Senhores,

"Tu não é de Itajaí, né?": Bolsonaro ironiza aplicação retal de ozônio para tratar coronavírus" (JSC)

E o veterano prefeito de nossa Bela Itajaí, hein?

Transformou nossos queridos "papa siri" em símbolos de usuários do ozônio retal.

E o bolsominion catarina, hein?

Babou os ovos do capitão zero-zero e tomou cloroquina no fiofó. . .
Herculano
08/08/2020 18:40
MORO: "NÃO PODEMOS APENAS DIZER 'E DAI'"

Conteúdo de O Antagonista. No dia em que o Brasil superou a marca de 100 mil mortes por Covid-19, Sergio Moro disse no Twitter que "não podemos nos conformar" com a pandemia.

"Nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança."
Herculano
08/08/2020 18:34
O ABRAÇO DA NOVA E VELHA POLÍTICA, por Upiara Boschi, no NSC Florianópolis

Já comentei aqui na coluna sobre os divertidos textos que o jornalista Frutuoso Oliveira tem escrito no Facebook em que narra semanalmente as fictícias conversas entre o governador Carlos Moisés (PSL) e o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB) em um terreiro de Biguaçu. Na ausência de um mestre como o emedebista morto em 2015, no entanto, Moisés tem mesmo procurado o aconselhamento daqueles que, como ele, foram eleitos governadores de Santa Catarina - e continuam neste plano.

A primeira e mais frequente frente de conversas foi aberta com o rival histórico de LHS, o hoje senador Esperidião Amin (PP) - eleito governador em 1982 e 1998. Uma aproximação que além dos conselhos pode resultar na unidade da bancada progressista no processo de impeachment deflagrado na Assembleia Legislativa e participação do partido no governo de coalizão que Moisés tem prometido nos bastidores.

A segunda frente foi com os ex-governadores emedebistas, a maioria nesse seleto clube. Sobrevivente de um processo de impeachment em 1997, Paulo Afonso Vieira não só conversou com Moisés como, depois, sugeriu e intermediou a conversa do atual governador com Casildo Maldaner (eleito vice em 1986, titular após a morte de Pedro Ivo Campos) e Eduardo Pinho Moreira (eleito vice e governador de fato com as renúncias de Luiz Henrique em 2006 e de Raimundo Colombo em 2018) - encontro realizado na última segunda-feira, presente também o senador Dário Berger (MDB).

É inevitável que se considere irônico que o candidato eleito com 71% dos votos dos catarinenses pregando uma "nova política" vá buscar no passado a experiência, os conselhos e a influência dos caciques sobre os atuais deputados estaduais para fazer sobreviver um governo que politicamente fracassou. Moisés parece disposto a encarar essa contradição. Se vai dar certo, o futuro dirá. Mas é inegável que o governo melhorou sua articulação política.

Na relação dos ex-governadores eleitos vivos procurados por Moisés você pode perceber, leitor, a ausência de Raimundo Colombo - eleito em 2010 e reeleito em 2014. Não há registro de que tenham conversado. Essa poderia ser uma lição de Luiz Henrique, se estivesse por aqui: converse com todos os que podem ser aliados, escolha a dedo quem serão os adversários.

Nome do MDB

Esvaziado pelo prefeito Gean Loureiro (DEM) quando deixou a sigla, o MDB de Florianópolis foi buscar no secretariado da gestão Dário Berger seu pré-candidato a prefeito: José Carlos Rauen, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano. Ele tentou ser candidato em 2012, quando Gean disputou pela primeira vez. O lançamento de Rauen não encerra as conversas de composição, especialmente com o pré-candidato Pedrão Silvestre (PL).

Duas frentes

O senador Jorginho Mello (PL) disse ao colega Renato Igor, na CBN Diário, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pediu para que desse uma mão à vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido). Filipe Mello, seu filho, é o advogado dela no processo e foi à Justiça questionar se é possível impichar um vice - a tese é interessante. De qualquer forma, Jorginho ao ajudar Daniela ganha crédito com os bolsonaristas e ao mesmo tempo ajuda Moisés - todo mundo sabe que se ela foi excluída, acaba o impeachment.

Concisas

- Até o autor do pedido de impeachment, Ralf Zimmer, considerou correta a decisão liminar que suspendeu o processo.

- De uma língua venenosa após o questionamento do rito: é para isso que os procuradores da Alesc ganham R$ 5 mil a mais que os do Estado?
Miguel José Teixeira
08/08/2020 13:56
Senhores,

"Repúdio a racismo contra entregador em Valinhos une de Bolsonaro a Lula." (UOL)

Matutando bem. . .seria divino se, apenas "o racismo contra entregador" unisse os dois.

Porém, à cada dia que passa, os dois estão cada vez mais unidos, pelo mesmo "modus operandi", pelos mesmos aliados, pelos mesmos objetivos:

saquear e estuprar a Nação!

O grande empecilho é quem chefiará a quadrilha: o ex ou o atual?

Talvez uma monarquia constitucional, à la Reino Unido, seja a solução: um dos dois será a "Rainha da Inglaterra".

Aí o ex e futuro (por enquanto) presidiário lula é imbatível. . .
Herculano
08/08/2020 07:26
da série: o comentário é para São Paulo, mas serve para nós daqui

VAIVÉM DAS REGRAS DO GOVERNO DEIXA ESCOLAS SEM SABER O QUE FAZER, por Laura Matos, no jornal Folha de S. Paulo.

Em ano eleitoral, cálculo de Doria envolveu mais política que saúde e educação.

Pode ou não dar aula a partir de 8 de setembro, quando a reabertura opcional das escolas será permitida? Não se sabe. Foi geral entre colégios a confusão causada pelo anúncio, nesta sexta (7), do governador João Doria de que as aulas serão retomadas em 7 de outubro, mas a reabertura será permitida para recuperação e atividades de acolhimento em 8 de setembro.

A falta de entendimento pode ser medida por um comunicado divulgado pela Abepar, a associação de escolas particulares. Mencionada na entrevista pelo secretário de educação, Rossieli Soares, como uma parceira do plano de retomada na educação, a entidade anunciou que iria começar gradualmente, a partir de 8 de setembro, a realizar "atividades presenciais como aulas, reforços, recuperação, acolhimentos, plantões de dúvida, laboratórios etc".

Questionado pela Folha, Arthur Fonseca Filho, diretor da Abepar, afirmou que a associação iria aguardar o decreto do governo, mas que a compreensão é de que "não se deve excluir a expressão aula".


"Não existe escola que funcione sem aula", afirmou. Dentre gestores de educação, a dúvida era como receber os alunos sem que se pudesse considerar a presença deles como horas letivas. Seria complexo abrir uma estrutura presencial, digamos, não oficial.

A secretaria de Educação foi então questionada pela reportagem sobre essa dúvida e sobre o comunicado da Abepar. Cerca de uma hora após o telefonema, a Abepar divulgou uma outra nota, "atualizada", em que tirou a palavra "aula" e manteve "reforços, recuperação, acolhimentos, plantões de dúvida, laboratório etc.".

Soares disse que um decreto e posteriormente uma regulamentação irão esclarecer que atividades poderão ser realizadas. Haverá reuniões sobre o tema nos próximos dias com conselhos e colégios.

"Não adianta as escolas dizerem o que poderão fazer sem a regulamentação. A intenção dessa fase é se concentrar em alunos em recuperação." Mas admitiu que as atividades realizadas a partir de setembro poderão ser computadas como horas letivas, ainda que não se chame de aula.

Existe em escolas particulares e em integrantes do próprio governo uma análise de que, nos próximos dias, se o estado seguir avançando no controle à pandemia, poderá se criar um cenário para que essa fase opcional de setembro contemple uma volta como a que já era prevista no plano anterior, com 35% dos alunos em revezamento e um sistema híbrido (ensino presencial e a distância). Ainda há muito embate pela frente e uma briga quase surreal para se entender o que é aula.

O que é certo nesse anúncio de João Doria é que ele precisava reforçar a ideia de adiamento, ainda que contemplasse brechas para uma reabertura em setembro. Em ano eleitoral, pressionado pelos professores, contrários à volta às aulas, e por pesquisas com pais, mais de 70% deles temerosos da reabertura, o governador fez um cálculo que envolveu muito mais política do que saúde e educação.
Herculano
08/08/2020 07:16
da série; ladrão de dinheiro dos pesados impostos do povo é de outra classe para o judiciário brasileiro. Proibido mesmo e a lei é dura para ladrão de galinhas.

GILMAR MANDA SOLTAR ALEXANDRE BALDY

Conteúdo de O Antagonista. O ministro Gilmar Mendes mandou soltar o secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy.

Na decisão, Gilmar disse que o decreto de prisão temporária de Baldy foi uma maneira de forçá-lo a comparecer ao "local da inquirição". Ou seja, usou a temporária como forma de condução coercitiva, o que o Supremo já decidiu ser ilegal.

Quando mandou prender Baldy, Bretas disse que "a imprescindibilidade da medida para a investigação é evidente, assegurando, dentre outros efeitos, que os envolvidos sejam ouvidos pela autoridade policial sem possibilidade de prévio acerto de versões".

Para Gilmar, isso mostra a ilegalidade do decreto. "A prisão temporária não pode ser uma prisão para averiguações", disse o ministro. "Tampouco pode ser utilizada para forçar a presença ou a colaboração do imputado em atos de investigação ou produção de prova."

Segundo Gilmar, "não há fundamentação idônea" para a ordem de prisão.

A soltura de Baldy havia sido negada pelo desembargador Abel Gomes, do TRF-2. Lá, a defesa do secretário alegava que ele não pode ser investigado pela Justiça Federal por ter um cargo no governo paulista. De acordo com os advogados, a Constituição de São Paulo diz que secretários de governo têm prerrogativa de foro no Tribunal de Justiça.

Os advogados também diziam que, como parte da acusação se refere a caixa dois para a campanha de Baldy a deputado em 2014, o caso deveria ser remetido à Justiça Eleitoral.

Baldy foi preso ontem por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, acusado de receber pelo menos R$ 1,4 milhão em propina.

De acordo com as investigações, ele recebeu R$ 900 mil para favorecer uma empresa num contrato com a Fiocruz e R$ 500 mil para interferir em nome de outra empresa em contrato com a Junta Comercial de Goiás.
Herculano
08/08/2020 07:11
da série: neste sábado vamos superar os 100 mil mortos por Covi-19. E dai? Afinal, um dia a gente morre filosofou Bolsonaro. Lidamos com o desconhecido sim, mas resistimos ao simples e conhecido.

O VÍRUS GOVERNA O BRASIL, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Negacionismo impediu a coordenação das iniciativas de controle da pandemia

Há consenso, fora malucos incorrigíveis, de que o Brasil fracassou diante do desafio da Covid-19. Mas deve-se qualificar o fracasso: a régua para medi-lo não é o número de óbitos.

A taxa de óbitos no país (48 por 100 mil) é, no momento, menor que as registradas na Bélgica (86), Reino Unido (70), Peru (64), Espanha (61), Itália (58) ou Suécia (57). Na faixa brasileira estão o Chile (53), os EUA (49) e o México (40). Na Europa, teme-se uma retomada de contágios no outono e inverno. Não há prova de que ficaremos fora da curva das nações mais atingidas.

Fracasso de todas elas? Difícil afirmar, pois são fortes os indícios de que o resultado, em óbitos, é largamente determinado pelo ponto de partida.

Hoje sabemos que o vírus espalhou-se, silenciosamente, nos primeiros dois meses do ano. Por razões aleatórias, algumas áreas de elevada urbanização, na Espanha, na Itália, na França, na Bélgica, na Suécia e nos EUA, sofreram extensivos contágios na etapa oculta da pandemia. No Brasil, isso parece ter ocorrido com São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife e Manaus. Depois desse impacto, com lockdown (Itália, Espanha, França) ou sem ele (Suécia), o gráfico de óbitos já estava traçado, ao menos em linhas gerais.

O Brasil, ao contrário da Itália ou do Equador, não fracassou no atendimento aos doentes. À exceção de alguns lugares (Manaus, por exemplo), os hospitais regulares e os de campanha deram conta da pressão. O SUS, com todas as suas conhecidas carências, salvou-nos da tragédia de contar mortes evitáveis. É uma lição prática sobre saúde pública que não temos o direito de esquecer.

Fracassamos por não fazer um lockdown geral? O diagnóstico, tão comum entre acadêmicos e na esquerda, ignora os limites impostos pela falta de um mínimo consenso político nacional e pelas profundas desigualdades sociais do país.

O Brasil elegeu um presidente negacionista - e isso tem consequências. Um lockdown no estilo italiano exigiria a ocupação das periferias e favelas por forças policiais sem compromissos com direitos (e vidas) dos cidadãos. O acadêmico que clama pelo lockdown evidencia desconhecer o país. O líder político de esquerda que faz o mesmo está investindo no impossível para colher o possível, na forma de votos.

O fracasso deve ser creditado, quase exclusivamente, ao governo federal. O negacionismo persistente, inabalável, impediu a coordenação das iniciativas de controle. A Constituição define a saúde como competência conjunta da União, dos estados e municípios.

Diante da criminosa negligência de Bolsonaro, o STF produziu interpretação criativa do texto constitucional, vetando a interferência federal nas decisões sanitárias estaduais. Daí, decorreram os planos incongruentes das quarentenas e flexibilizações em curso.


Os EUA de Trump, outro negacionista, vivem cenário similar. Contudo, a culpa não é do sistema federativo. Na Alemanha federal, um consenso político propiciou a cooperação entre o governo central e os estados que, mesmo pontilhada por atritos, conduziu a um planejamento eficaz. Pagamos o preço de uma opção eleitoral, com juros e multa.

No pacote do fracasso está o atraso na testagem em massa. Bombardeado pelas falanges bolsonaristas, o Ministério da Saúde ficou acéfalo no auge da crise, com a demissão de Mandetta, e converteu-se em acampamento de militares que, de costas para a epidemiologia, batem continência a um presidente inepto, irresponsável e amoral. Cinco meses depois do início das quarentenas, não temos um mapa dos caminhos de contágio. O governo federal escolheu, tacitamente, dirigir a nação para a longa tempestade da imunidade coletiva forçada.

Quando desceremos a curva? A resposta não depende de nós, mas dos anticorpos e células T. O vírus governa o Brasil.
Herculano
08/08/2020 07:05
GOVERNO DECIDE REAGIR A FALÁCIAS SOBRE AMAZôNIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governo deve abandonar a atitude passiva e reagir, no mesmo tom, aos ataques e ou ameaças de boicote produtos brasileiros sob argumentos distorcidos ou até falaciosos sobre a Amazônia. "Chegou no limite", afirmou ontem a ministra Tereza Cristina (Agricultura) ao ser indagada sobre o fato de persistirem as acusações contra o Brasil. Para ela, "é hora de mostrar que pau que bate em Chico dá em Francisco".

NOVA ATITUDE

A nova atitude já pôde ser percebida na voz do ministro Paulo Guedes (Economia), em videoconferência promovida por um instituto de Chicago.

BATEU, LEVOU

Ao ser indagado sobre preservação da Amazônia, Guedes disse que compreendia a preocupação: "afinal, vocês destruíram suas florestas".

NÃO QUEREM SABER

Durante entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta sexta (7), Tereza Cristina disse que o exterior ignora notícias sobre redução das queimadas.

HORA DE REAGIR

Ela disse que por enquanto as ameaças e anúncios de boicote anda são irrelevantes, mas podem se agravar. Por isso o Brasil precisa reagir.

MÚCIO: ACORDO DE LENIÊNCIA É O MAIS IMPORTANTE FEITO

Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro José Múcio Monteiro está empolgado com o acordo criando um "balcão único de leniência". Anunciado na quarta, o acordo envolve TCU, AGU (Advocacia Geral da União) e CGU (Controladoria Geral da União) e se espera por estes dias a adesão do Ministério Público Federal. O objetivo, diz ele, é acabar com a insegurança jurídica, de acordos que até mesmo perdiam a eficácia por não serem reconhecidos por outros órgãos federais.

ACORDO HISTóRICO

"Não me lembro de haver participado de algo tão importante quanto este acordo", definiu o ministro José Múcio.

EMPREGOS PRESERVADOS

Para o presidente do TCU, importante "é salvar os instrumentos, os empregos", preservando empresas e punindo apenas seus responsáveis.

CULPA DE QUEM DIRIGE

Ele usou o caso de um atropelamento para defender acordo de leniência: "o culpado pelo acidente é o motorista e não o automóvel que ele dirigia".

BANCADA DA GASTANÇA

Após o Senado estimar crescimento de 600% no déficit das contas públicas, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zenaide Maia (Pros-RN), propõem alterar a Constituição para retirar... o teto de gastos públicos.

CURADO E IMUNE

Um dos mais queridos e admirados magistrados de Brasília, João Otávio de Noronha, presidente do STJ, que testou positivo de Covid-19 no dia 26, recebeu alta ontem e foi liberado totalmente pelos médicos

MAU SINAL

Alagoas continuará sendo um dos quatro estados que se recusam a criar uma delegacia de combate à corrupção. A decisão, sem surpresa, é do governo local, que abre mão de recursos federais para instalar a DP.

ORGULHO NACIONAL

A brasiliense Bella Simões, de apenas 7 anos, sagrou-se campeã mundial de golfe no US Kids Golf, torneio disputado na Flórida (EUA). O campeonato tem a participação de crianças de mais de 50 países.

NEGóCIO DA HORA

A Votorantim, através do seu instituto e com suporte do seu banco, vai investir R$150 milhões numa fábrica de vacinas contra o covid-19, em parceria com a Fiocruz. Americanas e Ambev também participam.

O MUNDO MUDOU

A consultoria Economática cravou que o e-commerce argentino Mercado Libre se tornou a empresa mais valiosa da América Latina (US$60 bilhões), à frente de bancos e até das brasileiras Vale e Petrobras.

RETOMADA RESPONSÁVEL

O parque aquático Beach Park (Ceará) anunciou que vai reabrir, após 140 dias fechado. Apesar de avisar que é gradual e tem aprovação das autoridades de saúde, não faltaram reclamações nas redes sociais.

FICOU NA BAZóFIA

Presidente da Argentina, Alberto Fernández desistiu de expropriar a Vicentín, gigante do agronegócio do país. O herdeiro do populista do peronismo culpa "obstrução" da empresa e da Justiça.

PENSANDO BEM...

...só o Brasil pode defender os interesses brasileiros.
Herculano
08/08/2020 06:59
da série: compra de votos dos mais pobres, analfabetos, ignorantes e desinformados, ou seja, o mesmo combatido e desqualificado populismo da esquerda com sinal invertido na direita, com o dinheiro de todos

NA BUSCA POR REELEIÇÃO, BOLSONARO VIRA REFÉM DO AUXÍLIO EMERGENCIAL, por Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo


Guedes vai ter de arrumar mais um dinheirinho, disse um influente senador

O candidato à reeleição Jair Bolsonaro liberou nos bastidores sua equipe econômica a estudar a extensão até dezembro do auxílio emergencial, previsto para terminar neste mês. O presidente da República, todavia, declara publicamente que é preciso ir devagar com o andor: "não dá pra continuar muito" devido ao alto custo. "Por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil."

Os ganhos de popularidade obtidos por Bolsonaro com o auxílio emergencial de R$ 600, pago até agora a 65 milhões de brasileiros, alimentam o movimento dúbio ?"dubiedade essa que se tornou estratagema do bolsonarismo desde que o capitão reformado se aboletou no Palácio do Planalto.

A prorrogação do auxílio é inevitável, porque seus dividendos políticos fizeram do governo refém. São favas contadas, talvez em cifras menores, como os R$ 200 ou R$ 300 que Paulo Guedes (Economia) defende e que exigiriam a aprovação do Congresso. Com o libera geral das regras fiscais neste ano em razão da pandemia, não se pode descartar até mesmo a extensão do benefício no valor atual, jogando o gasto de R$ 254 bilhões para R$ 450 bilhões.

O gran finale planejado para o auxílio emergencial, o Renda Brasil, enfrenta dificuldades para ser formatado. O novo Bolsa Família pode beneficiar 26 milhões de pessoas e deve se tornar peça estratégica no marketing da campanha à reeleição, mas encontra no arrocho orçamentário dos próximos anos um entrave. Para bancá-lo, o Planalto precisará buscar receitas (nova CPMF?) e cortar despesas (abono salarial e seguro defeso?) a fim de cumprir os parâmetros fiscais (ou alterar os parâmetros?).

Com o avanço da corrida eleitoral de 2022, a pressão por gastos que opõe a ala econômica a ministros políticos e militares tende a crescer, acirrando a disputa por recursos para programas sociais e obras.

Nas palavras de um influente senador, "Guedes vai ter que dar um jeito de arrumar mais um dinheirinho". Pitaco despretensioso de Flávio, o 01.
Herculano
07/08/2020 15:01
CADA UM COMEMORA AO SEU JEITO E TEMPO

Pela manhã, tão logo o jornal Cruzeiro do Vale circulou, o MDB de Gaspar, seus sócios e "çabios" no poder de plantão, comemoraram esta pequena nota, quase isolada, no "Trapíche" do "Olhando a Maré", de hoje.

O MDB de Kleber Edson Wan Dall, MDB, aguarda o sinal do MDB de Florianópolis e dos deputados Ricardo Alba, PSL, e Ismael dos Santos, PSD, ambos de Blumenau, para colocar o evangélico, sindicalista e ex-funcionário público municipal Sérgio Luiz Batista de Almeida, no seu bonde, junto com o bolsonarista de carteirinha Marciano Silva, do Patriotas.

VOLTO
Perto do meio-dia, o próprio Sérgio, todo enfeitado de apresentador, repudiou a possibilidade, não exatamente a informação. "Ele não estará no bonde do MDB", garantiu na postagem que fez nas suas redes sociais e espalhou por aplicativos de mensagens.

A tarde, o MDB, seus sócios e "çabios" no poder de plantão, "tinham certeza", vejam só, que a nota que eu publiquei e que eles comemoraram pela manhã, eu teria combinada com o Sérgio, exatamente para ele ter motivos para ir às redes sociais aparecer e espinafrar o governo Kleber e o MDB. Ou seja, fiz escada para o Sérgio fazer um bom comentário, pois ele sabe onde o calo está pegando neste jogo brutal... E também sabe que tenho faro, fontes e assertividade.

Durma com um barulho desses. Coisas da política e dos políticos. Mas, o tempo será o senhor da razão. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/08/2020 13:44
NÃO TEM JEITO.POLÍTICO É IGUAL EM QUALQUER LUGAR

O presidente da Fecam - Federação Catarinense de Municípios -, prefeito de Major Vieira, Orildo Antônio Severgnini, MDB, foi pego pelo Gaeco na sexta-feira passda, numa operação bem contundente e que ganhou pouca repercussão.

O Conselho de diretoria da Fecam recomendou para que deixasse o cargo - e assim livrasse, por tabela, a imagem da entidade - conforme artigo abaixo.

Sabe qual foi a reação do prefeito Orildo, da pequena Majora Vieira? Uma carta aberta. Nela, Orildo deixa claro que permanecerá à frente da entidade.

E para não deixar dúvidas, já marcou uma reunião com os Conselheiros da Fecam. Será terça-feira para tirar essa história a limpo de que ele deveria deixar - mesmo que provisoriamente - a presidência da Fecam enquanto se apura as acusações contra ele e administração dele em Major Veira.
Herculano
07/08/2020 11:56
UM NOVO RITO, por Cláudio Prisco Paraíso

Um deslize praticado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa levou à suspensão do processo de impeachment contra Moisés da Silva, Daniela Reinehr e o secretário de Administração, Jorge Tasca.

Segundo o despacho do desembargador Luiz César de Medeiros, o rito definido e aprovado pelos deputados é inadequado. Agora, a Alesc tem dois caminhos a seguir. Recorrer da decisão liminar de Medeiros ou, o que é mais provável, redefinir a forma e o cronograma de tramitação do processo, adequando-se à deliberação do magistrado.

Neste caso, uma vez feita a correção de rota, a peça retomará seu ritmo de andamento na Casa.

No rito determinado pelo Legislativo, o governador e a vice seriam afastados assim que o plenário da Assembleia votasse a admissibilidade do impeachment. Desde que, obviamente, haja 27 votos pelo prosseguimento do processo. O plenário será instado a se manifestar após a decisão inicial da comissão especial, formada por nove parlamentares.

MAIS UMA ETAPA

Ocorre que, no entendimento do desembargador, os dois só serão forçados a deixar os cargos depois que a comissão mista, que será integrada por cinco deputados e cinco desembargadores, deliberar. E ali também a oposição precisa de dois terços dos votos ou sete dos 10 votantes.

VIROU O VENTO

Ao fim e ao cabo, mudou completamente o quadro. O Parlamento Estadual sai enfraquecido deste embate na esfera judicial.

Agora o impeachment está suspenso. Os prazos, igualmente. E como vai ser daqui em diante? Moisés da Silva e Daniela terão quanto tempo, precisamente, para apresentarem suas defesas? Seguem valendo as 10 sessões, será estabelecido outro número, outro critério? São respostas que a Alesc terá que trazer à luz da opinião pública.

DATA

Autor do pedido de impeachment, o defensor público Ralf Zimmer Júnior gravou um vídeo respaldando a decisão do Judiciário em alterar o rito do processo na Alesc. E destacou que segue acreditando na necessidade de cassação de Moisés da Silva. Desde que ela ocorra ainda este ano para que haja eleições diretas para a escolha do novo governador na hipótese de degola do atual.

SAINDO DA TOCA

Vem perdendo força, visivelmente, a tese de impeachment. Vários parlamentares se posicionaram publicamente esta semana a favor do governador. Entre eles, Vicente Caropreso (PSDB), Paulinha Silva e Rodrigo Minotto (PDT); e Ricardo Alba e Coronel Mocellin (PSL).

RACHA

O MDB adiou, sem data definida, a reunião ampliada que ocorreria na segunda-feira para deliberar sobre o impeachment. Se a data fosse mantida, o partido racharia de vez. Se há uma tendência hoje na legenda em torno de fechamento de questão, ela é a favor de Moisés. Há o entendimento de que a cassação do inquilino da d'Agronômica prejudicaria o MDB ao potencializar adversários para 2022.
Herculano
07/08/2020 11:51
da série: exposta, gente pública quer impedir comentários de leitores e leitoras até nas publicações.

COMENTÁRIOS DE LEITORES DEVEM SER CENSURADOS, AUGUSTO ARAS?

Conteúdo de O Antagonista. A Crusoé revela que, no apenso 76 do inquérito do fim do mundo, Augusto Aras pediu - assombrosamente - para investigar comentários publicados por leitores na caixa de mensagens de nosso site.

Nesta quinta-feira, a Crusoé enviou as seguintes perguntas à Procuradoria-Geral da República, na tentativa de obter uma explicação sobre a iniciativa de Aras:

- O que deu origem ao pedido de investigação feito pelo procurador-geral ao ministro Alexandre de Moraes relacionado aos comentaristas de O Antagonista e de Crusoé?


- O procurador-geral afirma no pedido que 'identificou a propagação de volumosas manifestações' dirigidas a ministros do STF por comentaristas dos sites 'no decorrer do iter investigativo'. Considerando que a PGR não atua diretamente nas investigações realizadas no âmbito do inquérito 4.781, a que o procurador-geral se refere ao dizer que a PGR identificou tais manifestações 'no decorrer do iter investigativo'?

- A Procuradoria-Geral da República propôs ao ministro Moraes a abertura de outras frentes de investigação no âmbito do inquérito 4.781? Se sim, quantas e para apurar o quê?

- Comentários semelhantes aos listados pela PGR no pedido de investigação feito ao STF aparecem em várias plataformas da internet, inclusive em perfis mantidos nas redes sociais pelos próprios ministros da corte. A PGR solicitou investigação sobre comentários de leitores dessas outras plataformas? Se sim, quais?

- O procurador-geral entende que comentários de leitores devem ser censurados?

- Na mesma peça, o procurador-geral anotou que a venda de assinaturas de Crusoé apresenta como 'atrativo comercial' a 'liberdade para os comentaristas divulgarem opiniões'. De onde o PGR tirou essa conclusão?"

A resposta do gabinete de Augusto Aras foi curta e grossa:

"A Procuradoria-Geral da República não se manifesta sobre procedimentos sigilosos, caso do inquérito 4.781".
Herculano
07/08/2020 11:39
ASFALTO NOVO TRITURADO

Sabe aquele asfalto novo - e mal inaugurado - no começo da Rua Sete? Está sendo retalhado pelo Samae. E para que? Para procurar uma "obstrução", pois não chega água na bomba.

Se procurarem, vão descobrir que o problema está no pé da bomba. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/08/2020 11:35
Ao que se identificou como Eduardo, na postagem anterior

Esta exposição que você faz e que corre na cidade - e até fora dela - nos grupos de aplicativos de mensagens há semanas, para exatamente fugir à perseguição política aos com voz, mostra como funciona a máquina de fazer votos do poder de plantão com o uso do dinheiro público, em afronta não só aos pesados impostos do povo gasparense, ao desemprego de trabalhadores sem estabilidade e sem padrinhos políticos no poder, aos prejuízos de negócios e às falências de empresas, mas à própria legislação sobre o assunto.

Agora, o seu relato, Eduardo, mostra o quanto ausente e distante está o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar, o Sintranspug, na defesa dos direitos dos servidores.

Se o Ministério Público não toma ciência dos desvio de finalidade das nomeações no município, aciona-se a Justiça, vá à Federação, denuncia-se na imprensa livre.

Recentemente, o novo presidente do Sindicato, Jeferson Debus, gravou e espalhou um vídeo, corretamente, conclamando os servidores a denunciarem por "canais confiáveis", abusos, intimidações, ameaças, constrangimentos, assédio etc contra o servidor público de Gaspar.

Pois é. Jeferson não precisa ir muito longe. É só conferir o que você Eduardo, escreveu. E isso dá samba, inclusive na Justiça Eleitoral.

Ao Jeferson: este espaço sempre esteve aberto ao Sindicato para esse tipo de ameaça contra a cidadania. Acorda, Gaspar!

Miguel José Teixeira
07/08/2020 10:27
Senhores,

Desvio de função:

"Wajngarten, SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO DA PRESIDÊNCIA, reage a assalto, saca a arma e prende bandido em São Paulo" (Na Imprensa).

E o que os ?"rgãos de Segurança recomendam ao público em geral, diante de situação semelhante?

- Não reaja. . .

Matutando bem. . .se ele reagir dessa maneira no antro em que trabalha, vai faltar cadeias. . .

. . .
Xô xuá
Cada macaco no seu galho
Xô xuá
Eu não me canso de falar
Xô xuá
. . .
(Clementino Rodrigues)
Miguel José Teixeira
07/08/2020 10:18
Senhores,

Duas Manchetes afins:

1) Desta Coluna: "Os políticos profissionais estão desconfiados de que seus eleitores fiéis se tornaram hereges"

2) Da Revista Crusoé: "Não era por amor"
https://crusoe.com.br/edicoes/119/nao-era-por-amor/

Ambas as matérias versam sobre a infidelidade do eleitor, especificamente os menos assistidos, que dependem do assistencialismo do poder público de plantão e EXTREMAMENTE ATENTO À ISTO. . .
Eduardo
07/08/2020 08:23
Engraçado como algumas pessoas são privilegiadas quando servidores de Gaspar. Conseguem licença sem remuneração com um simples pedido para Estudar Medicina em outro país, enquanto outros imploram para realizar uma especialização que poderiam cumprir as horas de trabalho "perdidas" e não são aceitos. É o caso do enfermeiro Francisco José, que nunca aceitou atuar como enfermeiro em uma unidade de saúde pegando atestados frequentes de afastamento quando retirado da coordenação e agora está em "licença sem remuneração *curiosamente o mesmo encontra-se na policlínica de gaspar trabalhando, mesmo que no portal de transparência ainda conste como em licença. De transparente essa gestão não tem é nada!
E complementando, na secretaria de assistência social, os cras continuam sob coordenação de servidores com cursados de nível médio, mesmo após denúncias no ministério público, pois de alguma forma isso já se tornou frequente em gaspar. Na alta complexidade, em que existia um servidor que recebia para ser o ajudante de manutenção do secretaria de assistência, colocaram mais uma protegida da igreja que nem tem formação, do vulgo prefeito e da nova secretária, que tenta transformar a todo custo o ambiente de trabalho em regime limitar, com intimidações e ameaças veladas.
Avança gaspar
Herculano
07/08/2020 07:07
HABILIDADES E CONHECIMENTOS, por Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Alunos de famílias em situação de vulnerabilidade costumam ter repertório cultural mais limitado

Tem sido frequente, hoje em dia, em muitos países, incluir em currículos nacionais o desenvolvimento de habilidades em vez de uma lista daquelas a serem ensinadas. Isso permite maior flexibilidade no trabalho do professor e uma visão mais contemporânea do processo de ensino.

Há, porém, um risco associado a essa abordagem: alunos que vêm de famílias em situação de vulnerabilidade costumam ter um repertório cultural mais limitado, o que torna desafiadora a tarefa de ler e entender textos mais complexos. Se traduzirmos a competência de ler e interpretar apenas como um conjunto de técnicas, corremos o risco de diagnosticar equivocadamente o problema de aprendizagem do aluno como uma falha na habilidade leitora.

Steven Pinker, linguista canadense, costuma dizer que, como o aprendizado inicial de leitura envolve sobretudo decodificação, ou seja, associar letras a sons, o repertório cultural da família tem impacto menor no processo de alfabetização. Quando, porém, a criança avança nas séries escolares seguintes, a leitura de textos um pouco mais avançados passa a demandar referências históricas ou científicas que ela pode não ter adquirido fora da escola.

Por isso é tão importante que se ensinem na escola tópicos de história, ciências e geografia associados aos textos colocados para sua leitura, mesmo nos primeiros anos do ensino fundamental. Caso contrário, estudantes vindos de meios mais vulneráveis terão poucas chances de remover os imensos obstáculos para sua evolução na aprendizagem e na prática leitora.

No livro recentemente publicado "The Knowledge Gap", a historiadora da educação Natalie Wexler discute as desigualdades educacionais existentes nos EUA e mostra que elas crescem frente à inadequação do processo de ensino até pouco utilizado em boa parte dos sistemas escolares do país. Sem uma ação sistemática de ensino para a ampliação do repertório cultural dos alunos, maior proficiência em interpretação de textos não será alcançada e a desigualdade prosseguirá sendo uma característica definidora da educação americana.

No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular recentemente aprovada e os currículos estaduais e municipais para o ensino fundamental já contemplaram a integração de habilidades com conhecimentos, valorizando saberes de diferentes disciplinas. Que isso se mantenha também nos de ensino médio, como no de São Paulo, aprovado na última semana, e que, na volta às aulas, possamos começar a diminuir a nossa grande desigualdade educacional, tanto mitigando os danos resultantes da pandemia como ensinando de forma bem mais efetiva.
Herculano
07/08/2020 07:01
EM CASA

O ex-contador da prefeitura de Gaspar, fundador e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar, Odir Barni, 72 anos, já está restabelecido e de volta em casa.

Ele é leitor antigo e assíduo, bem como colaborador desta coluna com sua privilegiada memória política sobre fatos passados em Gaspar.

Ele sofreu um infarto no início da semana em Brusque, onde trabalha na prefeitura de lá. Foi emergencialmente atendido e estabilizado. Transferido para o Hospital Santa Isabel, de Blumenau, referência em Coração em Santa Catarina, fez o cateterismo, instalou mais um novo stent, e ontem ganhou alta, levado para casa pelo irmão Elói, e pelo cunhado do filho Oberdan, Fredi do Nascimento
Herculano
07/08/2020 06:44
AO MENOS PRESERVARAM A IMAGEM. PREFEITOS CATARINENSES COLOCAM EM QUARENTENA SEU PRESIDENTE NA FECAM

Os cinco integrantes do Conselho que formam a diretoria da Fecam entregaram ofício ao presidente da entidade, Orildo Antônio Severgnini, MDB, prefeito de Major Vieira, para que ele se afaste do cargo.

Na sexta-feira da semana passada, agentes do Gaeco visitaram a residência dele e do filho. Foram encontrados mais de R$ 300 mil em espécie em algo pouco divulgado nas mídias tradicionais e sociais daqui.

O prefeito da pequena de Major Vieira, no norte do Estado, está sendo acusado em vários processos de fraude, peculato, dispensas indevidas de licitação, além de corrupção ativa e passiva.

Quem deve assumir o comando da entidade municipalista é o prefeito de Rodeio, Paulo Roberto Weiss, o Paulinho, PT.
Herculano
07/08/2020 06:34
62% DOS VOTOS DO PETISTA HADDAD VÃO PARA O ALGOZ MORO NO 2º TURNO

Bolsonaro e ex-juiz empatam com 41%

7% dos bolsonaristas mudam o voto

Leia o levantamento do PoderData


Conteúdo de Poder 360. Texto de Sabrina Freire. Em 1 eventual 2º turno entre o ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, 62% dos votos de Fernando Haddad (PT) no 1º turno iriam para o ex-juiz da Lava Jato

Pesquisa PoderData mostra que 62% dos votos do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) no 1º turno da disputa à Presidência vão para o ex-ministro Sergio Moro em 1 eventual 2º turno contra o presidente Jair Bolsonaro.

O ex-juiz federal, como se sabe, foi o maior algoz do PT durante as investigações da operação Lava Jato. Inclusive, condenou o maior líder do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá, em 2017. Agora, os petistas preferem até mesmo o lavajatismo para evitar Bolsonaro.

De acordo com a pesquisa, no 1º turno Bolsonaro lidera a disputa presidencial com 38% das intenções. Haddad vem atrás, com 14%. Moro é o 3º colocado.

A simulação do 2º turno entre Bolsonaro e Moro indica que, com os votos de Haddad, o ex-juiz da Lava Jato empata com o presidente. Ambos têm 41% das intenções de voto.
Herculano
07/08/2020 06:30
BOLSONARO AINDA NÃO TEM DINHEIRO PARA BANCAR SEU BOLSA FAMÍLIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Governo não tem dinheiro para o programa, crucial na política e para a pobreza

O programa de renda básica de Jair Bolsonaro deve chegar a algo em torno de 19 milhões de famílias -atualmente, 14,3 milhões estão no Bolsa Família. É o que está na prancheta; é o que Paulo Guedes deu a entender nesta quinta-feira (5), em uma entrevista, ao mencionar o aumento estimado do número de beneficiários.

O programa por ora não está com uma cara muito diferente dos rascunhos do Renda Brasil, do final de 2019. A diferença é que, depois da epidemia, as expectativas em relação ao valor do benefício aumentaram. Antes da calamidade, o Bolsa Família pagava em média R$ 190 por família; o auxílio emergencial rende no mínimo R$ 600.

No final de 2019, o plano era pagar uns R$ 232 por família, em média, o que daria quase R$ 53 bilhões por ano (sem "13º"). O Bolsa Família pagou R$ 33,7 bilhões em 2019 (em termos reais, valor corrigido pela inflação). Faltariam uns R$ 20 bilhões, portanto. De onde viriam?

O abono salarial custou R$ 18 bilhões em 2019 (é um benefício anual de até um salário mínimo pago a trabalhadores formalizados que recebem menos que dois mínimos, em média). O seguro-defeso pagou R$ 2,85 bilhões (é um seguro desemprego para pescadores que não podem trabalhar em época de proibição sazonal de pesca, mas recebido por um monte de gente mais. É um rolo). Juntando, dá mais ou menos os R$ 20 bilhões. Guedes e equipe dizem faz tempo que querem pegar esses dinheiros e leva-los para um programa social que consideram mais eficiente.

Problemas:

o fim do abono depende de emenda à Constituição (é direito definido no artigo 239);

ainda que passe a emenda, levaria pelo menos um ano para que o benefício deixasse de ser pago (haveria direitos adquiridos) e, portanto, para que o dinheiro para o Renda Básica aparecesse;

gente no Congresso não gosta da ideia de dar cabo do abono;

muita gente no Congresso quer apenas reformar o seguro-defeso, reservando o benefício, dizem, a pescadores de fato.

Logo, não vai ser fácil arrumar esses R$ 20 bilhões. Além do mais, esse dinheiro extra bastaria para bancar um benefício de apenas R$ 232 por família, recorde-se. Mais de 65 milhões de pessoas recebem auxílio emergencial; no Renda Brasil, o dinheiro cairia na conta de umas 26 milhões de pessoas. A clientela seria diminuída e o valor do benefício também, o que é razoável, pois não há dinheiro, mas politicamente é um problema.


Aumentar imposto não adianta, pois a despesa está limitada pelo teto de gasto. Dentro do teto, seria possível arrumar alguns dinheiros com o fim de algumas reduções de impostos e de gambiarras do Orçamento federal.

Tirar dinheiro de outro lugar, no curto prazo, é difícil. Sairia de onde? Dos parcos recursos para investimento "em obras" (para as quais há uns R$ 40 bilhões reservados neste ano)? Cortar despesa significativa com salário de servidor, além de uma guerra, depende provavelmente de emenda constitucional.

Neste 2020, é possível estourar ainda mais as contas e pagar um benefício entre R$ 200 e R$ 300 até o final do ano, uma extensão do auxílio emergencial. O déficit ficaria no "orçamento de guerra" deste ano de calamidade. No ano que vem, não dá, a não ser que o período de calamidade ou coisa que o valha seja estendido. Mas Guedes jura para sua audiência que 2021 é ano de cumprimento do teto.

Fazer com que o Renda Brasil caiba no teto de gastos é um problema sério para algo que parecia uma solução para Bolsonaro: o benefício político da ampliação do Bolsa Família.
Herculano
07/08/2020 06:27
AÇÃO SOBRE DOSSIÊ PROSPEROU MESMO SEM PROVA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

O suposto dossiê sobre servidores militantes de partidos de oposição, atribuído ao Ministério da Justiça, já estaria no campo da "fake news" se o "vale-tudo" não estivesse em vigor, no Supremo Tribunal Federal (STF). Com base em uma notícia, e sem prova de violação de preceito fundamental, como manda a lei, o partido Rede ingressou com Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que deveria ter sido arquivada. Mas o Rede sempre consegue o que quer no âmbito do STF.

VALE-TUDO NO STF

O STF fechou os olhos ao fato de o Rede não haver oferecido prova da violação, na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

É CONSTRANGEDOR

A ministra Cármen Lúcia impôs prazo de 48 horas para que o ministro da Justiça explicasse notícia de um site sobre uma acusação sem provas.

A LEI? ORA, A LEI

Há uma lei (nº 9.882/99) que condiciona qualquer ADPF a apresentação de prova. Isso é especificado em seu art. 3º, incisos II e III.

NÃO VIU QUEM NÃO QUIS

A lei ignorada pelo STF determina que uma ADPF deve conter "indicação do ato questionado" e "prova da violação do preceito fundamental."

JURISTAS REAGEM A CONCHAVO PELA PEC DO FRALDÃO

Além dos líderes do centrão, juristas reagem ao conchavo da "PEC do Fraldão", que circula nos bastidores do Congresso, para ampliar a idade-limite para ministros do Supremo de 75 para 80 anos e também permitir a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado. "Não há justificativa jurídica para alteração", avalia Marcelo Lucas, consultor e professor. Gustavo Dantas, professor de Direito Constitucional, alerta para o "efeito cascata", atingido todo o funcionalismo, com grande aumento de custos.

GOLPE DE MÃO

A PEC do Fraldão, cinco anos depois da PEC da Bangala, objetivaria impedir o presidente Bolsonaro de fazer nomeações de ministros do STF.

PRESSÃO POLÍTICA

Trata-se de "pressão política", na opinião do advogado Gustavo Dantas, especialista em Direito Constitucional.

A QUEM SERVE?

"Qual a funcionalidade da proposta? Qual proveito que a União vai ter em estender o limite da aposentadoria?", indaga Marcelo Lucas.

SEQUELAS DO COVID

Durante seu discurso, na assinatura da medida provisória liberando quase R$2 bilhões para a produção de vacina contra coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro tinha ar cansado e respiração ofegante.

RUMO AO SETOR PRIVADO

Além do assédio de grandes empresas e escritórios internacionais de advocacia ao marido, Roberto Azevêdo, diretor geral da OMC que deixa o cargo este mês, a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, chefe da Missão do Brasil na ONU em Genebra, também tem passe disputado pela iniciativa privada. O casal partirá para o mesmo destino, fora da Suíça e do Brasil.

A VIDA COMO ELA É

Como deu certo a sensacional reação a assalto de Fábio Wajngarten, secretário do Ministério das Comunicações, ontem, sacando a arma e prendendo o bandido. Não faltará quem diga que foi tudo "armação".

BOLSONARO EM BELÉM

O Paraná Pesquisa verificou que 46,4% da população de Belém (PA) aprovam a gestão de Bolsonaro e 48,6% a desaprovam. Foram ouvidos 700 eleitores do município entre 1º e 4 de agosto. Ontem, o presidente contou publicamente que o Pará recebeu R$2 bilhões contra covid-19.

INSATISFAÇÃO LOCAL

O levantamento do Paraná Pesquisa mostrou também que 64,1% do povo de Belém avaliam o governo Helder Barbalho (MDB) como positivo e 30,4% dão nota negativa. Já o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) é rejeitado por 73,4% dos eleitores.

DIGA-ME COM QUEM ANDAS

Esta semana, o Partido Revolucionário Comunista dos Estados Unidos declarou apoio oficial à candidatura do (provável) candidato democrata à presidência, Joe Biden, contra o republicano Donald Trump.

TEMPO PARA APRENDER

Mais de 1,7 milhão de brasileiros fizeram algum tipo de curso online na pandemia, aponta o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que analisou o número de matrículas.

AH, 2020

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, em inglês) prevê até 25 tempestade "batizadas" nos EUA, em 2020. Apenas furacões fortes ganham nomes. Pode ser a "pior temporada da História".

SURRANDO O VERNÁCULO

Contam no Ceará que o prefeito de Crateús, Raimundo Rezende, certa vez denunciava num comício o temperamento violento de um adversário: "...e o Raimundo Bezerra, então, deu um tapa neu!" Um assessor corrigiu, ao seu ouvido. "'Em mim", prefeito". Rezende apontou para o assessor e gritou: "Bateu nesse também!"
Herculano
07/08/2020 06:10
MORO TERÁ DIFICULDADES PARA PRESERVAR CAPITAL POLÍTICO ATÉ 2022, por Bruno Bohossian, no jornal Folha de S. Paulo

Futuro eleitoral do ex-juiz depende quase exclusivamente do destino da Lava Jato

O palanque de Sergio Moro anda meio bambo. O divórcio com Jair Bolsonaro lançou o ex-juiz na arena eleitoral de maneira precoce, como adversário do presidente que o levou a Brasília. Sem os holofotes da toga e do governo, seu futuro político agora depende quase exclusivamente do destino da Lava Jato.

A revisão dos excessos cometidos em Curitiba e o embate dentro do Ministério Público Federal sobre os rumos da operação definirão os caminhos de Moro até 2022. O ex-juiz pode escolher se apresentar como vítima de um conluio para enfraquecer o combate à corrupção, mas deve ter dificuldades para cantar nessa única nota pelos próximos dois anos.

As críticas feitas por Augusto Aras aos trabalhos da Lava Jato reforçam uma trilha que Moro começou a percorrer no dia em que deixou o governo. Alinhado a Bolsonaro, o procurador-geral que tenta impor limites aos investigadores se torna um atalho para acusar o presidente de tentar desmantelar a operação.

O lance do ex-juiz, nesse caso, seria empurrar Bolsonaro para o córner do establishment político, ao lado dos neoaliados do centrão e de opositores do lavajatismo no Supremo. Moro tentaria roubar do ex-chefe o rótulo antissistema, mas ainda precisaria explicar por que jurou fidelidade a um presidente que jamais se interessou em demonstrar compromisso com o combate à corrupção.

Do outro lado do ringue, há outras incertezas. O debate sobre a atuação de Moro nos processos contra Lula pode levar à anulação de condenações do ex-presidente e torná-lo um potencial candidato na próxima campanha. O ex-juiz seria um inimigo natural do petista, mas precisaria disputar o mesmo eleitorado que Bolsonaro já conquistou em 2018 e poderá cativar de vez com a máquina do governo nas mãos.

Ainda que Moro tenha se tornado um dos personagens mais populares do país, seu capital político acumulado pode se desvalorizar com certa rapidez nos próximos anos. Até hoje, o ex-juiz que usou a Lava Jato como vitrine não aprendeu a ser vidraça.
Herculano
07/08/2020 06:07
da série: o que faz o profissionalismo e a credibilidade. A Globo tem defeitos? Tem. Mas, é uma empresa de comunicação em permanente atualização tecnológica. Tanto que isso a faz ser combatida de um extremos a outro, que vai de Lula a Bolsonaro. Ninguém a quer forte, independente, avançada e competitiva tecnologicamente. No fundo, todos querem os meios de comunicações mendigos de dízimos ou dependentes de verbas públicas.

Manchete, do Na Telinha, do UOL

CNN BRASIL DESPENCA EM JULHO E PERDE 18 POSIÇõES NO RANKING DO IBOPE. GLOBONEWS LIDEROU ENTRE OS CANAIS DEDICADOS AO JORNALISMO

Texto de Naian Lucas com Fabrício Falcheti.A CNN Brasil perdeu 18 posições no ranking do Ibope e foi o 45° canal mais visto em todo país em julho. A audiência é em relação ao período das 24 horas no Painel Nacional de Televisão (PNT), onde alcançou uma média de 0,06 ponto com participação de 0,16%. Cada ponto equivale a 260 mil lares ou 703 mil telespectadores.

O canal teve o pior desempenho da sua recente história na última semana (27/07 a 02/08). Em comparação com seus primeiros sete dias no ar, a CNN Brasil recuou 63% no Ibope e viu a GloboNews se distanciar com sua maior audiência no mês de julho da história com 0,22 ponto e share de 0,59%, alcançando mais de 11 milhões de telespectadores, ocupando a segunda colocação no ranking da TV paga e a nona no geral.

A Record News ficou na segunda colocação entre os canais que dedicam suas programações ao jornalismo, mas ela tem uma vantagem em relação aos concorrentes porque também tem sinal disponível na TV aberta. A emissora obteve 0,13 de média e participação de 0,34, fechando na 22ª colocação entre todas as emissoras no PNT.

A BandNews ficou longe das suas concorrentes e, além de conquistar apenas a quarta posição entre os canais de jornalismo, obteve a 69ª no geral. O canal anotou 0,02 ponto e teve um share 0,06%.

VOLTO E ENCERRO

Duas coisas trabalham contra a CNN Brasil um time de muitos jovens no ar com os experimentados de quarentena, num ambiente que exige experiência, bem como o fato de que a Globonews, mesmo com um formato e layout aquém da CNN, é a líder e possui uma tradição e não se deixou de ser surpreendida pelo marketing dos desafetos. Na prática, no dia-a-dia, na apuração e principalmente na qualidade de opinião, provou que entre os competitivos, ainda é a melhor para desespero dos poderosos e políticos que sempre querem a imprensa tradicional reféns deles, ou desqualificada pela máquina de fake news e fábricas de desmoralização das suas redes sociais.
Herculano
06/08/2020 20:30
da série: o tabelamento de juros dos políticos, só fará uma coisa, sumir o crédito, o dinheiro e exatamente para quem precisa emergencialmente. Gente doida. Demagogos. Enganadores de analfabetos, ignorantes e desinformados. Numa economia de livre mercado, querem regular o custo da inadimplência.

SENADO APROVA TETO DE JUROS SOBRE CHEQUE ESPECIAL E CARTÃO DE CRÉDITO ROTATIVO EM 30% DURANTE A PANDEMIA

Passando pelo Senado, o projeto ainda depende de aval da Câmara e de sanção presidencial

Conteúdo do Infomoney, com a Agência Estado. O Senado aprovou nesta quinta-feira (6), por 56 votos a favor, 14 contra e uma abstenção,o projeto que limita em 30% ao ano a cobrança de taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito rotativo durante a pandemia. A proposta vale para dívidas contraídas entre março e dezembro de 2020.

Depois da aprovação do texto-base, foi aprovado destaque do PT por 51 votos a favor, 22 contra e uma abstenção, concluindo a votação. O destaque do PT aprovado aponta que, após o período de calamidade, que se encerra em dezembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ?" e não mais o mercado - definirá o teto de juros para cartões de crédito e rotativo.

A redução dos juros para 30% ao ano se compara às altas taxas atualmente praticadas pelos bancos. Em junho, a taxa média anual do cheque especial foi de 110,2%, enquanto no cartão rotativo (quando o cliente não paga o valor integral da fatura até a data de vencimento) foi de 300,3%. Vale destacar que as duas modalidades são as mais caras do mercado e consideradas de uso emergencial.

No caso do cheque especial, já existe hoje uma limitação, feita pelo Banco Central, para os juros, de até 8% ao mês (151,82% ao ano).

Com a aprovação do projeto pelo Senado, o projeto agora vai para a Câmara dos Deputados e depois para a sanção presidencial.

A medida teve posição contrária do governo e de analistas de mercado. Conforme avaliou em relatório recente a equipe de analistas da Levante Ideias de Investimentos, ainda que os juros do cartão de crédito e do cheque especial sejam altíssimos no Brasil, colocar um teto artificial é uma medida ineficiente e que provoca distorções. "A tendência é que o limite reduza a oferta de crédito, estimule o superendividamento e até mesmo provoque a quebra de algumas fintechs", aponta a Levante.

No caso das fintechs (empresas de tecnologia do setor financeiro), o limite de juros proposto é de 35% ao ano.

Ao justificar a proposta, o autor do projeto, senador Alvaro Dias (PODE-PR) defendeu que, durante a crise, o cartão de crédito e o cheque especial seriam utilizados por profissionais liberais e empregados em geral para pagar as contas. Sem renda, eles entrariam no rotativo do cartão, com juros que "superam 300% ao ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, com instituições financeiras cobrando até mais de 600%".

A proposta original era de que, até julho de 2021, os bancos cobrariam até 20% ao ano em operações de crédito com cartão e no cheque especial. Para obrigar as instituições a manter a oferta de crédito, o texto proíbe a redução dos limites no cartão e no cheque neste período. Posteriormente, para a proposta ter mais apoio entre os parlamentares, o teto proposto foi ampliado para 30% ao ano no caso dos bancos e a 35% ao ano entre as fintechs. Já a duração do tabelamento coincidiria com o período de calamidade da pandemia.

Ao definir o teto dos juros cobrados pelos bancos em 30% ao ano, o parecer do senador Lasier Martins (PODE-RS) não se aprofundou sobre o motivo para o porcentual sugerido ser este. Ao defender a limitação hoje, na sessão do Senado, o relator admitiu não ter argumento técnico, mas sim "humano".

Conforme destaca a XP Política, passando pelo Senado, nada indica que o projeto seja pautado automaticamente pela Câmara dos Deputados.

Contudo, ainda que haja tramitação-relâmpago, ainda existe a possibilidade de veto pelo presidente Jair Bolsonaro: "esse seria um teste para a influência de Paulo Guedes junto ao Presidente, já que o principal argumento técnico-político deste caso vem do Ministério da Economia".

Em caso de veto, há a possibilidade do Congresso derrubá-lo em sessão. De acordo com a XP Política, contudo, com a aprovação do destaque do PT, um eventual veto de Bolsonaro perde o efeito temporal. Pelo texto anterior, se o Congresso não apreciasse o veto até o fim do ano, ele se tornaria inócuo. "Agora, com este texto, o veto teria de ser mantido, senão o CMN ganharia a qualquer tempo a competência de fixar o teto dos juros", avalia.
Herculano
06/08/2020 20:23
'BASEADO EM QUE COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA VOCÊ PROIBIU"

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro afirmou há pouco que havia conversado com Luiz Henrique Mandetta sobre os estudos que indicavam a efetividade da cloroquina no tratamento da Covid-19 em casos leves.

Em live, o presidente disse que o ex-ministro da Saúde foi "radicalmente contra" mudar o protocolo do medicamento.

"Nós tínhamos informações, eu passei para o Mandetta. Ele foi radicalmente contra. 'Ciência, foco, não sei o quê'."


Bolsonaro foi questionado se o governo poderia ter feito algo que reduzisse o número de mortes pela doença no Brasil.

"Você só pode evitar mortes por comorbidade ou de uma certa idade, se ela fica completamente reclusa, longe de tudo. Agora, se, porventura isso aqui (caixa de cloroquina) se comprovar mais tarde, essas pessoas que proibiram no 'decretaço', o ditador do estado e do municípios ?"não são todos, temos o decreto de todo mundo aqui?", essas pessoas têm que responder por que proibiram. Baseado em que comprovação científica você proibiu?"
Herculano
06/08/2020 19:08
ALVO

Do ex-juiz Federal da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, no twitter:

É muito importante para o combate à corrupção no país a atuação efetiva de parlamentares em defesa da Lava Jato, na linha do manifesto do grupo Muda Senado.



Herculano
06/08/2020 19:05
CONFINAMENTO DEIXA 75% DOS ALUNOS ANSIOSOS, DIZ PESQUISA, por Laura Mattos, no jornal Folha de S. Paulo

Estado de São Paulo anuncia nesta sexta (7) decisão sobre cronograma escolar

Os dados são assustadores: 75% dos alunos da rede pública de São Paulo se mostram ansiosos, irritados ou tristes no confinamento.

Com o ensino remoto imposto pela pandemia, metade dos pais desses estudantes diz acreditar que eles não estarão preparados para concluir o ano letivo, e 70% dos que têm filhos entre o 6º e o 9º ano acham que seria melhor que ficassem na mesma série em 2021. As crianças e os jovens não estão motivados a estudar em casa (57%) e enfrentam problemas na rotina de estudo (62%). O temor de que os filhos abandonem a escola atinge 33% dos pais.

Esse é o resultado de um levantamento que tem o objetivo de mapear as dificuldades decorrentes do fechamento das escolas, realizado pelo Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures. Os dados foram encaminhados para o governo do Estado, que nesta sexta anuncia se haverá ou não mudanças no plano de retomada na educação.

Por ora, a regra é que as escolas só serão abertas quando pelo menos 80% da população do estado estiver há 28 dias na fase amarela e 20% há 14 dias. Até a última reclassificação, cerca de 60% estavam no amarelo e, para que se cumpra a previsão de volta às aulas presenciais em 8 de setembro, é preciso que 20% avancem para essa etapa no anúncio de amanhã do governo.

A pesquisa do Datafolha mostra que os estudantes têm se esforçado no confinamento, na medida do possível. Foram 79% os entrevistados que responderam que os filhos haviam feito alguma atividade escolar na última semana.

Apesar disso, é baixo o tempo dedicado aos estudos: apenas 28% dedicam mais de três horas diárias. E, ainda mais grave do que isso: 15% dos alunos não têm nenhum acesso à internet ou contam com redes de má qualidade. São mais de 470 mil crianças e jovens no estado.

Apesar de todas essas dificuldades com as aulas remotas, a volta às presenciais é vista com preocupação, o que é natural e aconteceu também em outros países vitimados pela pandemia que já reabriram as escolas. Dentre os pais da rede estadual paulista, 88% receiam que os filhos possam contrair a Covid-19 na reabertura das escolas. É diferente da sensação dos estudantes: apenas 23% têm medo de voltar.

A pesquisa mostra o que os pais da rede estadual consideram que valerá a pena para que os filhos se recuperem após a retomada das aulas presenciais: seguir com aulas remotas somadas às presenciais (84%), ter aulas aos sábados (69%), ter mais horas de aula por dia (67%) e prorrogar o ano letivo para 2021 (73%).

O Datafolha entrevistou 424 responsáveis por 598 estudantes de 6 a 18 anos matriculados na rede pública, com uma margem de erro de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos. A confiabilidade dos resultados é de 95%.

A decisão sobre a retomada na educação deve levar essa realidade em consideração, somada a um cálculo seguro sobre os riscos de propagação da pandemia.

O medo dos pais, ainda que a maioria das pesquisas internacionais apontem como baixa a contaminação de crianças, deve ser visto como consequência inevitável de um tempo traumático e imerso em desinformação. Tornar a volta uma opção das famílias, que poderão equacionar riscos e temores particulares, é o primeiro passo para uma decisão acertada. E o segundo, mais improvável, é tirar da conta o jogo político.
Herculano
06/08/2020 18:59
A FOTO É PROVA DE QUE TODOS SÃO FARINHA DO MESMO SACO?

Sites e contas nas redes sociais bolsonaristas apressaram em apresentar e associar o ex-deputado Federal goiano, ex-ministro das Cidades da gestão Michel Temer, MDB, e atual secretário de Transporte do governo tucano paulista de João Dória, Alexandre Baldy, PP, por crimes que teria ele praticado quando parlamentar, ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

Matava-se dois coelhos de uma vez só nas fotos em que Balby aparecia com Dória e Moro.

O próprio filho do presidente o articulador da comunicação bolsonarista, o vereador carioca, Carlos Bolsonaro, PSL, tratou da propagação e associação, para se limpar.

O que ele não contava, ou escondeu, é que o seu pai e presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, também aparece em fotos ao lado do mesmo político e preso.

Se a tese dos bolsonaristas valer, são todos os que aparecem na foto com o preso farinha do mesmo saco? Parece que não, como se justificaram mais tarde muitos desses sites e donos de contas nas redes.

Aliás, este PP, vira e mexe está sempre enrolado em coisa difícil de se explicar.
Herculano
06/08/2020 18:44
da série: a espera do recorde oficial dos 100 mil mortos no Brasil entre esta sexta-feira e sábado. Eita, gripizinha danada essa, sô!

COVID-19: BRASIL REGISTRA 1.237 MORTES EM 24 HORAS, DIZ SAÚDE

Conteúdo de O Antagonista. O Brasil registrou 1.237 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Com isso, subiu para 98.493 o número de vítimas fatais da doença no país.

De ontem para hoje, segundo a pasta, foram 53.139 diagnósticos positivos, o que elevou para 2.912.212 o total de casos confirmados.

Na quarta (5), foram registrados 1.437 mortes e 57.152 novos casos.
Herculano
06/08/2020 18:39
PGR ENFRENTA PROCURADORES E BOTA FOGO NA TOGA, por Pinheiro do Vale, em Os Divergentes.

Augusto Aras, no topo da hierarquia do Ministério Público, comprou briga com boa parte da poderosa corporação e o ex-juiz mais popular do Brasil, Sergio Moro. Seu alvo é enquadrar a Lava-Jato ou cacifar-se por uma vaga na Corte Suprema?

Começa a guerra civil do Partido da Justiça. O caldeirão vai ferver do outro lado da Praça dos Três Poderes: Judiciário em crise interna, Executivo às turras com o Supremo e o Legislativo ameaçando as corporações com segregação política.

O caldo ameaça entornar no braço armado do Judiciário, desde quinta-feira em guerra aberta entre o Procurador Geral da República, Augusto Aras, e a base da corporação, os guerreiros de campo, aqui representados pelos promotores, a tropa de choque da Operação Lava Jato, respingando para todos os lados. Também o Executivo bateu de frente com as medidas cautelares do ministro Alexandre Moraes, suspendendo das redes sociais uma penca de apoiadores digitais do presidente da República, Urbi et Orbi, o que já está causando espanto no mundo inteiro, como medida desproporcional e, mesmo, abusiva. No Legislativo, deputados já estão tratando de acatar a sugestão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, de uma lei para cortar as asas dos funcionários togados, impondo uma quarentena eleitoral de oito anos (ou menos) para ministros, juízes, promotores, procuradores, delegados e policiais em geral. Será um rapa na bancada da bala.

Em contraditório, como dizem os advogados, os procuradores e promotores (seus equivalentes estaduais) acusam Aras de estar botando os podres no ventilador para se cacifar, junto ao presidente da Republica, para a indicação à vaga do ministro Celso de Melo no Supremo Tribunal Federal. Atacado pela corporação, Aras ganha força junto aos parlamentares por baixar a crista dos galinhos e moças da Lava Jato, que estão a invadir gabinetes e revirar gavetas na própria sede do Pode Legislativo.

O PGR apanha da corporação judicial, leva cacetadas nas mídias, mas ganha votos na sabatina do Senado Federal. Com isto, o presidente Jair Bolsonaro conseguirá plantar no STF um homem de confiança que, pelo menos, não irá jogar para a torcida. Em vez de um terrivelmente evangélico, um homem fortemente leal.

O embate de maior impacto político e administrativo vem da metralhadora giratória do procurador-geral. O primeiro alvo seria o ex-ministro Sergio Moro, adversário declarado do presidente Jair Bolsonaro no espaço eleitoral. Com sua imagem de justiceiro, o juiz de Curitiba é uma pedra no sapato do projeto de reeleição do presidente e uma ameaça concreta às demais candidaturas que estão se colocando, tanto à esquerda quanto à direita.

Ao atacar a Operação Lava Jato, o PGR despertou o ex-juiz de Curitiba de sua hibernação, trazendo de volta a imagem do justiceiro e reavivando o chamado "Partido da Toga". Este estava submerso ultimamente, obscurecido por outras dessas novas entidades que povoam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, tais como a Ala Militar, Ala Ideológica, Centrão, Blocão e outras que vão surgindo a cada momento.

Essa luta fratricida no sistema judiciário reacendeu no Parlamento as expectativas de que o enfraquecimento da Lava Jato poderá desanimar o Ministério Público e os procuradores a largarem do pé de políticos envolvidos nas controvertidas contribuições de empresas para suas campanhas e partidos. Uma esperança seria de que esses entreveros na cúpula do sistema possam robustecer as arguições de suspeição do então juiz Sergio Moro, anulando suas sentenças, inclusive a do ex-presidente Lula.

Com Moro, voltam à tona as bandeiras da segurança pública e do combate à corrupção, que estavam em segundo plano, atrás das questões das fake news, dos negócios da família do presidente e das queimadas e desmatamentos da Amazônia. Entretanto, não é real que seja possível botar para debaixo do tapete o resultado da Lava Jato até nossos dias: 319 ações criminais, 90 ações cíveis, 330 acordos de delação premiada, 26 acordos de leniência e, o mais importante, porque incontestável, devolução aos cofres públicos de 30 bilhões de reais roubados. É muito dinheiro.

Não há como manter a negação da roubalheira. Seja o que for, as abóboras se acomodam ao andar da carruagem. Aras tocou fogo na toga.

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