Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/04/2016

POPULISMO CONTRA A VIDA I
No dia 14 de maio, um sábado, a partir das 9h30, o povo do Belchior Baixo e imediações da comunidade São Sebastião e Casinhas de Plástico vão trancar a BR-470. Faz bem. Tudo já está acertado com a Polícia Rodoviária Federal. É por mais segurança; por menos acidentes naquele trecho, nas curvas e reta do La Terra. Um levantamento mostra que o tal km 40 é tinhoso, traiçoeiro e precisa ser repensado. Vidas pagam por erros e omissões dos vivos, dos políticos em busca de fama e votos fáceis. De 2011 a 2016 foram 40 acidentes, 109 pessoas envolvidas, 23 feridos leves, 14 feridos graves e cinco mortes. Quem criou o perigo? Os motoristas imprudentes e outros impacientes? Sim. Mas as nossas “otoridades” têm uma parcela ponderável de culpa nisso tudo. E agora se disfarçam e se vestem de “salvadores” de algo que tramaram contra ou se omitiram na prevenção. Ignoraram as leis e a razoabilidade.

POPULISMO CONTRA A VIDA II
A duplicação da BR-470 amenizaria? Sim! E foi prometida pelo PT de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Roussseff, Décio Neri de Lima, Ana Paula de Lima, Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dalsochio e outros... Todos estavam lá em palanques montados durante nas campanhas eleitorais. Lembram-se daquele comício onde se assinaram vários papelinhos aqui no ginásio de esportes João dos Santos para esfregar na cara dos céticos e deste colunista? O que aconteceu? Tudo parado. E por quê? Porque Dilma e o PT quebraram o país; estão submetendo as pessoas ao desemprego, à alta inflação, à morte na fila do Sus... E sem pudor, escondem este quadro negro, pois para eles haverá mais outras campanhas para o discurso enganador da solução que nunca chega, apesar das chagas que ficam (e para sempre).

POPULISMO CONTRA A VIDA III
Foi o inspetor Reis Julien Lóes, um técnico, que não é político, amigo dos catadores de votos e candidato, que colocou o dedo na ferida. Lóes na segunda-feira passada foi lá na reunião do La Terra ira “negociar” o protesto da comunidade. E foi franco. Apontou várias causas do desastre. E deixou alguns dos participantes com as pulgas atrás da orelhas. Há gente ocupando a faixa de domínio para os seus negócios. Isto além de ilegal, aumenta os riscos dos que transitam na rodovia. Então quem permitiu isso? Quem fechou o olho na fiscalização ou não deu condições seguras para veículos, motociclistas, ciclistas e pedestres? Sim. Há “autoridades” que possuem parte ponderável de culpa nesta carnificina ou perigo diário. O vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, foi o único vereador que não assinou a moção pedindo soluções urgentes. Entretanto, contraditoriamente ele estava lá na reunião a exigir soluções (dos outros). E Dalsochio é um dos que tem que catar as pulgas atrás das orelhas. Ele ouviu do Inspetor Lóes, sob testemunhas, que o poder público municipal possui uma parcela ponderável de culpa neste desastre.

POPULISMO CONTRA A VIDA IV
Por exemplo: o Loteamento das Casinhas de Plástico nunca poderia ter sido implantado lá sem um estudo de impacto de vizinhança. Igualmente a reconstrução da Escola Angélica Costa depois de cinco anos de espera e deslocada na marra pelo prefeito Zuchi do Sertão Verde, onde foi soterrada na catástrofe de 2008, razão do surgimento do Loteamento. Parece que Loes está lendo esta coluna desde 2009, quando se questiona aqui exatamente o desastre anunciado. Algo óbvio e sempre rebatido pela administração de Pedro Celso Zuchi e seus asseclas. Então não precisa ser nenhum “Professor de Deus” para prever os resultados da irresponsabilidade dos políticos metidos que falsamente se dizem identificados com o povo. Eles não medem as consequências danosas para as pessoas que dizem estar ajudando.

POPULISMO CONTRA A VIDA V
A escolha do terreno para implantar este loteamento nasceu da vingança. Era da família ex-dona da falida Sulfabril, de Blumenau. Algo contra o capitalismo que o PT detesta para ter bandeira, mas se lambuza quando no poder (Petrolão). O terreno era impróprio não apenas por estar ao lado da BR com intenso movimento e acessos precários que obrigavam os moradores a usarem a perigosa rodovia. Ele fica ao lado da linha troncal de gás (que já explodiu). Mais: parte do terreno tinha turfa, exigiu ação cara e corretiva. Para piorar na arrogância, Zuchi resolveu botar preço nele e se tornar herói da resistência: enfrentar o dono rico em defesa dos pobres sem teto. Então tudo foi parar na Justiça e está lá. Por causa disso, os moradores não possuem documentação, calçamento, calçadas, drenagem pluvial e esgotos. O que era para ser modelo virou um assentamento precário com casas de plástico doadas pela Arábia Saudita. Para zombar, sem consultar ninguém, o PT tentou pôr o nome: Loteamento Arábia Saudita. A comunidade rejeitou por falta de respeito aos Direitos Humanos (que o PT tanto defende nos discursos). E para completar, recentemente ainda colocaram lá uma escola expondo mais crianças ao perigo da BR. Como se pode perceber, o resultado de tudo isto foi previsto. E quem contribuiu, agora culpa e exige solução dos outros. Vergonha. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Discriminação. Uma semana depois de tentarem mudar o nome da localidade e de se esconderem para a negociação e explicações, o prefeito Pedro Celso Zuchi e o PT foram ao Belchior Central para o circo eleitoral armado e chamado de Orçamento Participativo.

Quando chegou a vez de escolher os “delegados” do tal OP, o morador do Belchior Paulo Filippus, que já era delegado da comunidade em tal projeto popular, apresentou-se. Zuchi, rodeado dos seus, resolveu intimidá-lo, constrangê-lo e provocá-lo: “blumenauense não pode”. Mais: concluiu ser Paulo um “idiota”. O tempo fechou. Houve uma guerra de vídeos que foram parar na internet.

E qual a razão da ira e da vingança de Zuchi e sua claque? Paulo é um dos líderes em Gaspar do Movimento Brasil Livre que luta contra a corrupção e prega a deposição, pelo impeachment, da presidente Dilma Vana Rousseff, a guia idolatrada do PT de Gaspar.

Outra. Foi Paulo quem liderou nas redes sociais a campanha de esclarecimento contra a mudança do nome do bairro para se chamar de Prefeito Tarcísio Deschamps. Zuchi queria este nome via projeto de lei, feito na surdina na transformação para distrito, algo reivindicado por décadas pelos moradores de lá.

A comunidade mobilizada fez o PT e Zuchi recuarem. Foi memorável a Audiência Pública do povo de lá para impedir a mudança do nome da bicentenário da localidade. E naquela audiência pública, Zuchi e o staff do PT se negaram ao testemunho, ao diálogo e até mesmo ao pedido de desculpas para com a comunidade. Então o que Zuchi e o PT fizeram na reunião do OP foi apenas uma retaliação própria da franquia nacional. É um método reiterado contra quem minimamente se opõe ou contesta.

Zuchi e o PT já criaram pelo confronto e desqualificação sistemática a desconhecida, da periférica e pequena Lagoa, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. O PT tornou a vereadora de primeiro mandato uma peça de resistência ética e a credenciou por isso candidata a prefeito. Está fazendo o mesmo com o até então desconhecido Paulo Filippus, do periférico Belchior. Ele está filiado ao DEM. Então... quem é mesmo o “Professor de Deus” para estes casos? Aprendizado zero.

Onde vai o vereador Ciro André Quintino, PMDB, diz que o seu candidato Kleber Edson Wan Dall vai ganhar de lavada a prefeitura e que se o Marcelo de Souza Brick, PSD, for o vice de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, a coisa pegará para o seu PMDB com o PP.

Se isto é verdade, não se entende a razão pela qual o PMDB não quer Marcelo como vice ou integrado na chapa PMDB/PP.

Edição 1744

Comentários

Herculano
11/04/2016 16:44
LULA TEM TODA RAZÃO: ESTÃO "CRIMINALIZANDO" O PT, por Josias de Souza.

Em meio a críticas à imprensa, ao Congresso e à Lava Jato, Lula disse o seguinte ao jornalista americano Gleen Greenwald: "?Neste momento histórico, o que existe é a tentativa de criminalizar o PT, de tirar a Dilma e de tentar evitar qualquer possibilidade do Lula voltar a ser candidato a presidente neste país",

Lula está coberto de razão. As cadeias de Curitiba encontram-se apinhadas de criminosos pilhados em obscuros negócios político-empresariais que resultaram em assalto à Petrobras e a outros cofres do Estado. Alguns já foram condenados. Outros confessaram seus crimes.

O PT enfiou a mão nesta cumbuca. Fez isso porque quis. Estão atrás das grades o tesoureiro João Vaccari Neto e o reincidente José Dirceu. Está preso também o sujeito que exercia em nome do PT a vice-presidência da Câmara, André Vargas. Vários cleptoaliados do PT são investigados no STF. O próprio Lula é algo de inquéritos. Ou seja, o PT se autocriminalizou.

De fato, o Congresso tenta tirar Dilma da poltrona de presidente. O PT sabe do que se trata, já que pediu o impeachment de todos os presidentes da fase pós-redemocratização. Do bunker que instalou numa elegante hospedaria de Brasília, Lula guerreia para evitar a queda de sua ex-gerentona. Ele faz o diabo para enterrar o processo na Câmara. Se conseguir evitar que a tese do impedimento seduza 342 votos, o jogo estará jogado. Do contrário, a bola rolará para o Senado.

Quanto à "possibilidade de Lula voltar a ser candidato a presidente", basta que cumpra os requisitos legais. Se ainda tiver condições de exibir a ficha limpa, ninguém poderá evitar. O PT não ousaria negar ao seu melhor representante a oportunidade de se defender na propaganda eleitoral.
Erva Daninha
11/04/2016 15:48
Oi, Herculano;

Do jornalista Diogo Mainardi:
"Conversa entre dois Ministros do STF a interlocutores diferentes, disseram que Lula será preso".


A PRISÃO é merecida desde os anos 70 do século passado.
MAS, devemos agradecer ao LULA, ainda que nos está custando caro.
OBRIGADO LULA:
Por nos mostrar como é fácil enganar brasileiros mediante proselitismo;
Por nos mostrar que NUNCA e JAMAIS empresas ESTATAIS prestam;
Por nos mostrar que o PT e seus aliados vermelhos é uma reunião de CRIMINOSOS;
Por nos mostrar que NÃO EXISTE esquerda e nem DIREITA no Brasil, somos todos MERCANTILISTAS quando não criminosos.
Por último, OBRIGADO Gen GOLBERY por ter criado esta JARARACA que nos mostra a ARENA PODRE, dividida entre o PT e PP.
^Belchior do Meio
11/04/2016 15:26
Sr. Herculano:

Do O Antagonista:

"Leonardo Picciani acaba de liberar o voto da bancada na votação do relatório de Jovair Arantes na comissão especial do impeachment.

Cada um votará com sua consciência.

Dilma já era."

Esse garotão abobalhado sofre do mesmo problema
que Jaime Kirchner, muito lerdo para sair de cima do muro.
Digite 13, delete
11/04/2016 15:09
Oi, Herculano:

Também quero compartilhar dos comentários sobre a falta de planejamento do petê.
Vou te contar um causo.

Há alguns verões, meus primos vieram nos visitar, como chovia muito na praia resolvemos dar um rolé
até Blumenau. Na volta, ao passarmos pelo viaduto um deles comentou:

Pôxa, os americanos para soltar foguetes precisam se deslocar até Cabo Canaveral, vocês tem um lançador de foguetes bem no centro da cidade.
Despetralhado
11/04/2016 14:51
Herculano;

OAB cassa registro de Zé Dirceu. "Ele cometeu crime de infâmia", sentenciou a Ordem.
Do Blog do Políbio:


"A OAB acaba de cassar o registro do advogado e ex-ministro José Dirceu, preso em Curitiba no âmbito da Lava Jato.

Ele foi condenado pela OAB por ter cometido crime de infâmia.

Em agosto do ano passado, a OAB de SP já tinha decidido fazer o mesmo, mas agora a punição foi homologada em Brasília."

Pela demora na cassação do registro, a OAB de SP
deve hoje fazer parte da Ong Petistas Arrependidos e Trídos pelo Socialismo - PATOS
Rodrigo Constantino.
Roberto Boaventura
11/04/2016 13:56
Boa tarde leitores da Coluna Olhando a Maré.

Sou morador de Gaspar há mais de 60 anos. A política aqui nunca foi tarefa fácil. Hoje, mais ainda. Fico admirado em ver tantos jovens cada vez mais participando, mas também fico muito preocupado com estes jovens que só estão interessados em aparecer a todo custo. Hoje observo a política mais de longe, pois não há ninguém de verdade que eu possa votar e pedir votos com confiança. Não temos um líder na atualidade.

Mas, se para a Prefeitura de Gaspar já é uma tarefa escassa, imagina para a Câmara de Vereadores. Grande parte vai se reeleger. Nos bairros cada vez mais gente querendo ser o centro das atenções.

Para a majoritário, o vereador Luiz Spengler e Kleber Wan-Dall podem até não ser fracos, agora será que serão bons o suficiente ou serão comandados pela Velha-Guarda?

E o vereador em cima do muro, Marcelo Brick? Até hoje não sabe onde está. Já a vereadora que quer ser candidata e acha que já ganhou a Prefeitura? A Andréia do Democratas, que se diz hoje PSDB. E o Lovídeo do PT? Meu Deus. Estamos perdidos. O que teremos em Gaspar??? Gente brigando pelo poder? Isso é coisa de política velha. Mudança não é nenhum destes nomes.

Ah se o gasparense conhecesse de verdade todos esses candidatos a Prefeito.... Talvez só teriam votos nulo.
Almir ILHOTA
11/04/2016 10:10
HERCULANO

Desde a ultima quinta feira estamos sem balsa, pois a mesma quebrou novamente, se existisse manutenção preventiva, certamente os números de dias em que se encontra quebrada, diminuiria sensivelmente, mas o que dizer mais deste governinho?
Herculano
11/04/2016 07:14
A ÚLTIMA CHANCE DE PERDER, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Se o impeachment for derrotado, o PT terá desperdiçado sua última chance de perder a eleição de 2014. O novo governo precisará tomar decisões difíceis. É preciso que a esquerda entenda que a batalha do próximo fim de semana será sobre quem as tomará.

Torço para que o impeachment seja rejeitado. Mas é importante saber o que se está defendendo. O mandato sobrevivente, faça o que fizer além disso, precisará fazer um ajuste fiscal sério. E precisará deixar a Lava Jato continuar seu trabalho.

Há rumores de que uma nova Carta ao Povo Brasileiro esteja em processo de redação. Só faz sentido se forem Lula e PT aceitando que algum tipo de ajuste fiscal precisa ser feito. Podem embrulhar o ajuste em um pacote com coisas mais palatáveis, e, se conseguirem fazê-lo sem prejudicar demais as contas públicas, será ótimo. Mas o ponto de partida tem que ser o que Nelson Barbosa vem propondo. Se não for assim, o novo "WhatsApp ao povo brasileiro" não conseguirá nem aquele segundo traço do lado indicando que a mensagem foi lida.

Se o PT quer salvar o mandato de Dilma para continuar se opondo ao ajuste como estava fazendo no começo do ano, que não o salve. Vá para a oposição com o PSOL, retire-se, reorganize-se. Não é o que quero que aconteça: quero que Dilma mantenha seu mandato e faça o ajuste.

É claro, minha crítica não vale para a oposição de esquerda que se juntou à luta contra o impedimento.

Essa turma não tem cargos no governo, e pode continuar se opondo ao que quiser. O PT tem muitos cargos no governo. Se o partido quiser se opor às medidas de Barbosa, que os entregue, como o PMDB fez. Ou disse que ia fazer. Enfim, vocês entenderam.

Também é óbvio que ninguém precisa parar de brigar por justiça tributária ou reforma agrária, por bandeiras LGBT ou pela preservação ambiental, e propostas nessas áreas que não destruam o orçamento serão bem-vindas (como já deveriam ter sido antes). Mas se tivermos uma nova carta ao povo brasileiro ela precisa começar com uma adaptação da carta de Temer: "Verba acabouns".

Além disso, se você se opõe ao impeachment na esperança de parar a Lava Jato, não se iluda: será muito mais fácil fugir no governo Temer. Não vão deixar o PT fazer tudo o que o PMDB fará. Tenho certeza de que os corruptos de direita aceitarão petistas em um eventual acordão pós-impeachment. Se você é um petista querendo fugir da cadeia, meu conselho é trair o PT e se acertar com o outro lado. Até porque, se essa for sua situação, você já deve ter feito coisa pior.

Em 2002, a Carta ao Povo Brasileiro não tinha como objetivo só tranquilizar o mercado. Era também um aviso à militância: governaremos conversando com o outro lado. É justo que se diga a mesma coisa agora, quando os militantes de esquerda novamente mostram que são melhores que seus dirigentes. O primeiro mandato de Lula tinha, entre outras missões, a de mostrar que a esquerda podia governar responsavelmente. O segundo governo Dilma tem exatamente a mesma tarefa. No longo prazo, isso é fundamental para todos os outros objetivos dos progressistas.

O mais provável é que o impeachment passe. Se a sorte der a vitória ao PT, que ela não seja desperdiçada com aventuras. A deusa Fortuna é mulher, e adora derrubar marmanjo marrento.
Herculano
11/04/2016 07:02
SENADORES RESISTEM À IDEIA DE BARRAR O IMPEACHMENT SE DEPUTADOS APROVAREM, por Josias de Souza

Manifestantes pró e anti-impeachment serão separados por um muro de lata na Esplanada

Congressistas leais ao governo informaram a auxiliares de Dilma Rousseff que já se formou no Senado uma maioria pró-impeachment. Significa dizer que, se os deputados autorizarem a instauração de processo contra a presidente, é improvável que os senadores revertam a decisão. Assim, a batalha que o Planalto trava na Câmara deixou de ser apenas uma prioridade. Ganhou ares de tudo ou nada.

Ao definir o rito do impeachment, o STF vitaminou os poderes dos senadores. Ficou estabelecido que a Câmara autoriza a abertura do processo. Mas apenas o Senado tem poderes para afastar a presidente temporariamente do cargo antes de julgá-la. Por maioria simples (metade dos votos mais um), os senadores podem aceitar ou rejeitar a denúncia. Se confirmarem a decisão da Câmara, a presidente terá de se afastar do cargo por até seis meses, prazo em que será julgada.

É consensual entre os congressistas - e mesmo entre os operadores de Dilma - a avaliação de que, uma vez acomodado na poltrona de presidente, o vice Michel Temer não terá de devolver o assento à titular. Nessa hipótese, Dilma frequentará o noticiário como um impedimento esperando para acontecer.

A lealdade do presidente do Senado, Renan Calheiros, ainda que sobreviva, terá pouca serventia para o governo. Manda a Constituição que Dilma seja julgada em sessões comandadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Para que seu afastamento seja sacramentado, são necessários os votos de pelo menos 54 dos 81 senadores.

A semana não começa bem para Dilma. Nesta segunda-feira, vai a voto na comissão especial da Câmara o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment. Num colegiado de 65 deputados, bastam 33 votos para que a peça seja aprovada. O Planalto tem pouca esperança de prevalecer nesse estágio. Já desloca suas energias para o plenário da Câmara.

Eduardo Cunha, o presidente-réu da Câmara, marcou para sexta-feira (15) o início da discussão do impeachment no plenário. Se tudo correr como o algoz de Dilma planejou, a votação ocorrerá no domingo (17) ?"dia em que, sem expediente no trabalho, a oposição extraparlamentar e a claque do PT nos movimentos sociais podem trocar a folga pelo expediente cívico defronte do Congresso.

Enquanto Dilma finge que faz e acontece no Planalto, Lula administra os escombros da base congressual do governo. Faz isso numa condição precária. Impedido por uma liminar do STF de assumir a chefia da Casa Civil, Lula não consegue efetivar-se como ministro. E oferece ministérios para pseudo-aliados que negociam simultaneamente com o grupo de Temer.

Para prevalecer na Câmara, a oposição precisa de 342 votos. Lula faz o diabo para impedir que a soma seja alcançada. Por ora, os efeitos da articulação do padrinho de Dilma são invisíveis a olho nu.
Herculano
11/04/2016 06:58
NÃO TÁ FAVORÁVEL, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Na semana decisiva para o futuro da presidente Dilma Rousseff, a vida não está tranquila nem favorável para ninguém.

Pelos gabinetes da Esplanada dos Ministérios, só se faz o básico. Às vezes, nem isso. O governo parou à espera da votação do impeachment. O único departamento a todo vapor é o da distribuição de cargos.

Varejão que fez o vento soprar a favor da presidente, mas que logo mudou de rumo depois da delação da Andrade Gutierrez. Doações, segundo seus executivos, foram feitas com propina para a petista.

Tucanos também não têm o que comemorar. Seus candidatos a presidente despencaram na pesquisa Datafolha. Pior, enquanto eles caem, Lula sobe nas intenções de voto e divide a ponta com Marina.

Se tem o que festejar com o resultado do Datafolha, o ex-presidente, de outro lado, vê cada vez mais ameaçada sua posse na Casa Civil. Rodrigo Janot mudou de ideia e quer anular sua nomeação.

Um recado, por sinal, nada favorável para a presidente Dilma. A decisão do procurador-geral indica que ele pode pedir autorização ao STF para investigar a petista por tentativa de obstrução da Justiça.

Já o vice Michel Temer descobre que a delação da Andrade pode derrubá-lo junto com Dilma. E o Datafolha mostra que a maioria do eleitorado deseja que ele tenha o mesmo destino da presidente.

Num cenário de tanta incerteza, quem não está nada tranquilo é o país. A inflação caiu não por méritos do governo, mas por causa da brutal recessão, fruto dos equívocos cometidos pela presidente.

O desemprego continua a subir e não se enxerga, no horizonte, nada que esteja sendo feito para contê-lo. Pelo contrário, Dilma, para escapar da degola, compromete a cada dia mais o equilíbrio fiscal.

Não por outro motivo tem petista que se pergunta se vale a pena tudo isso diante de uma queda que muitos consideram quase inevitável.
Herculano
11/04/2016 06:54
NEM O GOVERNO ACREDITA NA VOTAÇÃO DE HOJE. FARÁ APENAS ENCENAÇÃO NA VOTAÇÃO DE ADMISSIBILIDADE DO IMPEACHMENT. O PT, PCdoB, PDT, DILMA, LULA E OUTROS JÁ TRABALHAM COM A ÚNICA SAÍDA POSSÍVEL: A COMPRA DE VOTOS PARA CONTENDA NO PLENÁRIO DA CÂMARA

Esta é a síntese das manchetes e conteúdos da maioria dos jornais, colunas e portais de hoje. Vergonhoso desfecho de quem se dizia ético, novo e diferente na política. Foi apenas especialista em roubar o dinheiro dos pesados impostos do povo para se manter no poder, corrupção e roubalheira. Wake up, Brazil!
Herculano
11/04/2016 06:49
IMPEACHMENT: CAÇA AOS PICARETAS, por Ricardo Noblat para o jornal O Globo

Quantos picaretas haverá em um Congresso de 513 deputados federais e 81 senadores?

Nos anos 80 do século passado, o então deputado Luiz Inácio da Silva acusou o Congresso de abrigar, pelo menos, 300 picaretas.

Triste ironia! Pois foi com o apoio de uma maioria deles que Lula governou duas vezes.

E é a eles que Lula novamente pede socorro para evitar, desta vez, a interrupção do mandato de Dilma.

Aquele que se apresenta como "a alma mais honesta do país" recebeu plena delegação de poderes de Dilma para empenhar o que for preciso em troca de votos capazes de barrar a aprovação do impeachment na Câmara dos Deputados - de ministérios a cargos com orçamentos milionários; de liberação de dinheiro para pequenas obras a dinheiro vivo para financiar futuras campanhas.

De zica e de outros doenças, Dilma deixou de falar, reparou?

Neste momento, o estado de São Paulo vive um surto da gripe H1N1, com 534 casos confirmados e 70 mortes relacionadas ao vírus. Falta vacina nos postos médicos.

Uma multidão apinhou-se à porta de uma concessionária da BMW na capital paulista atraída por 1,5 mil doses de vacina oferecidas de graça. Cadê Dilma?

O Brasil está desgovernado desde que ela foi reeleita sem saber direito o que fazer. No primeiro mandato, parecia saber. Mandou sete ministros embora em nome do combate à corrupção.

Depois, aconselhada por Lula, trouxe-os de volta. No mais, fez tudo errado e afundou o país como se vê.

Errou até quando promoveu Lula a ministro na tentativa criminosa de salvá-lo da Lava-Jato - e de salvar-se.

O trabalho sujo, agora, desempenhado por Lula, liberou Dilma para ficar rouca de tanto apregoar que os corruptos jamais a derrubarão - logo ela, de biografia imaculada.

Procede assim em comícios país a fora e Palácio do Planalto adentro, animados pela palavra de ordem repetida por militantes amestrados de que "impeachment é golpe".

Virou uma figura patética. Uma caricatura sem graça dela mesma.

Falta estimar o número de picaretas com direito a assento no plenário da Câmara. Mas muitos estão divididos entre aceitar pagamentos à vista ou a prazo.

À vista é o que Lula lhes promete desde que entreguem primeiro seus votos. A prazo é o que lhes prometem os que dizem falar em nome do vice-presidente Michel Temer.

Por enquanto, o vice está recolhido ao silêncio. Faz acenos à distância.

Esta tarde, salvo uma surpresa na qual nem o governo acredita, a Comissão Especial da Câmara aprovará o relatório que recomenda a abertura do processo de impeachment contra Dilma.

O relatório será votado no plenário da Câmara entre a próxima sexta-feira e o domingo. Ali, para que o pedido possa ser encaminhado ao Senado, serão necessários os votos de 342 de um total de 513 deputados.

Os defensores do impeachment admitem não ter os 342 votos. Mas dizem dispor de 330 a 335. Será?

No fim de semana, a maioria dos deputados voou aos seus Estados para encontrar parentes, amigos e eleitores. No Recife, Jorge Corte Real (PTB-PE) reafirmou ao pai que votará a favor do impeachment como ele lhe pedira.

Convidado para ser ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) surpreendeu o governo no sábado com o anúncio de que está indeciso quanto ao impeachment. A filha dele, deputada estadual pelo PP, é a favor.

Espera-se para breve uma nova fase da Lava-Jato. Fora outras coisinhas (alô, alô, Lula!)
Herculano
11/04/2016 06:42
PARA INGLÊS VER, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal Folha de S. Paulo

O país está assistindo, nestes últimos meses, a uma inacreditável farsa, cujos personagens principais são o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff, os dirigentes do PT e seus representantes no Congresso Nacional.

Em face da revelação do uso que fizeram da Petrobras e da máquina estatal, saqueando-as para se manterem no poder; em face das delações premiadas feitas pelos participantes desses crimes contra a nação brasileira; em face das comprovadas propinas que encheram os bolsos dos sócios de Lula e subvencionaram as campanhas eleitorais e os cofres do PT e dos partidos aliados; em face de tudo isso, não resta ao Lula, à Dilma e a seus sócios, senão inventar uma falsa versão dos fatos para assim passarem de vilões a vítimas.

E foi então que surgiu a versão do golpe que estaria sendo tramado contra o governo de Dilma Rousseff. Mas tramado por quem? Pela Procuradoria da República? Pela Justiça? Pelo Supremo Tribunal Federal?

Ou seja, trata-se de um golpe que seria consumado pelas instituições legais do país? Noutras palavras, um golpe que segue o que as leis determinam?

Então será esta a primeira vez na História que se chama de golpe, não a violação dos princípios constitucionais, mas sua aplicação!

Quer dizer, nesta nova e surpreendente concepção petista, segundo a qual golpe é cumprir a lei, respeitar a democracia seria não punir os corruptos que a Operação Lava Jato identificou e que levaram a Petrobras à beira da falência. Prender os donos das empreiteiras que, através de contratos fraudulentos, roubaram bilhões de reais à empresa estatal, seria antidemocrático, conforme a nova concepção petista de democracia, defendida por Lula, Dilma e seus comparsas. Democrático é deixá-los livres e felizes, já que, generosamente, doaram milhões ao Instituto Lula e financiaram a campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Quem viveu no Brasil dos anos de 1960 aos 80 sabe muito bem o que é golpe e o que não é democracia.

Os militares golpistas de 1964 não propuseram que o Congresso votasse o impeachment do então presidente João Goulart. Simplesmente puseram os tanques na rua, fecharam o Congresso e entregaram o governo a um general.

Os que teimaram em defender a democracia foram simplesmente encarcerados e muitos deles assassinados. Os meios de comunicação foram censurados, de modo que nenhuma palavra contra o golpe podia ser veiculada.

Aliás, a presidente Dilma Rousseff conhece muito bem essa história, pois participou dela, integrando o movimento da luta armada, o que a levou à prisão por parte dos militares.

Que o ex-presidente Lula ?"que, como sempre, jogou com um pau de dois bicos, já que se entendia muito bem com o general Golbery do Couto e Silva, homem-chave do governo militar?" queira se fazer de desentendido, já era de se esperar.

Mas Dilma, não, ela experimentou na carne o que é golpe e o que é ditadura. Não obstante, está agora representando um papel que lamentavelmente não condiz com seu passado.

Alguma coisa parecida com 1964 está ocorrendo no Brasil de hoje? Muito pelo contrário. O que estamos assistindo é a uma sucessão de medidas da presidente de República para comprar, com ministérios e cargos, os votos do partido que rompeu com ele ?"o PMDB?" e de partidos menores que se vendem por qualquer cargo.

O suposto golpe de hoje, a que Dilma se refere, portanto, é diferente, tanto que ela mesma afirmou estar disposta a "lançar mão de todos os recursos legais" para defender-se e evitar que o impeachment se concretize. É bom lembrar à "presidenta" que, quando se trata de golpe, os recursos legais não funcionam. Não é, portanto, o caso.

Pois bem, mas se há uma coisa que me surpreende em tudo isso é alguns artistas e intelectuais acreditarem nesse golpe inexistente, inventado pelos petistas.

Por que acreditam em tão deslavada mentira? Por ignorância não é, pois são todos muito bem informados. E, se não é por ignorância, só pode ser porque têm necessidade de se enganarem. Preferem a mentira à verdade.

E por falar nisso, que constrangedora a defesa que fez o advogado-geral da União também repetindo que o impeachment é golpe. E diz isso com a ênfase de quem fala a verdade! Haja saco!
Herculano
11/04/2016 06:40
A ESPERTEZA, QUANDO É DEMASIADA COMO O DONO, por Josias de Souza

Dilma teve um sonho confuso. Estava reunida com Lula na biblioteca do Palácio da Alvorada. Súbito, dois vultos saltaram de trás da cortina.

- Lula, você viu?

- O quê?

- O PP!

- Não é o PP.

- Mas, mas?

- Parece, mas não é. Conheço bem o PP.

- Ele está comendo a estante!

- Não falei?! Não é ele. O PP não come madeira.

- Se não é o PP, quem é?

- Não tenho ideia. Só sei que não é ele.

- Lula, meu querido, ele está comendo o tapete!

- Fica fria, não é ele. O PP jamais comeria o tapete, correndo o risco de expor o que tem embaixo.

- Lula?

- Que foi?

- O que o PP come?

- Por quê?

- Ele está olhando pra mim de um jeito esquisito.

- O PP come propin?

- Meu querido, faça alguma coisa.

- O que você quer que eu faça?

- Sei lá! Oferece dois ministérios pra ele!

- Isso nós já oferecemos.

- Innnnhaaaac, Innnnnhaaaac?.

- Faça alguma coisa!

- Não se desespere. Por ora, eles comeram apenas a sua perna esquerda.

- Innnnhaaac?
Herculano
11/04/2016 06:35
TSE NÃO TEM DATA PARA JULGAR DILMA E TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo contra Dilma e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral, não tem prazo para apresentar o parecer que pode cassar a chapa PT-PMDB. A presidente e seu vice respondem a uma representação, duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral e uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, considerada a peça acusatória mais completa de todas.

RETARDAMENTO
O caso é, na prática, retardado pelo PSDB. A cada novo aditamento, engrossando as denúncias, reabre-se prazo para defesa.

PREOCUPAÇÃO EXTRA
O Planalto não está otimista. Além do processo, o TSE será presidido até 2018 por Gilmar Mendes, que não teme criticar o PT e o governo.

NA RETA FINAL
O relatório do caso pode não ser apresentado pela ministra-relatora Maria Thereza: seu mandato no TSE expira em 2 de setembro.

VAI DEMORAR
Caso o TSE cancele o registro da chapa Dilma-Temer e, portanto, sua vitória em 2014, o processo ainda será julgado no Supremo.

PETROBRAS INSISTE EM MAU NEG?"CIO NA ARGENTINA
Centro do escândalo do petrolão, a Petrobras insiste em outro negócio prejudicial à empresa, estendendo por 30 dias a "negociação exclusiva" com a empresa argentina Pampa Energia para vender ativos a preço de banana: 30 blocos de exploração, refinaria, quase 300 postos e participações em térmica, hidrelétrica e petroquímica. O controlador da Pampa é Marcelo Mindlin, ligado à ex-presidente Cristina Kirchner.

COINCIDÊNCIA INCRÍVEL
O valor de US$1,2 bilhão pelo qual a Petrobras Argentina será vendida é o exato valor (superfaturado) só da refinaria de Pasadena, nos EUA.

OUTRO MAU NEG?"CIO
Este será o segundo mau negócio da Petrobras na Argentina: em 2010, vendeu por apenas US$110 milhões, uma refinaria e 360 postos.

ENDEREÇO MANJADO
A refinaria e 360 postos foram vendidos a Cristóbal Lopes, o "Carlinhos Cachoeira da Argentina", que virou empresário na era Kirchner.

NO MURO, COMO SEMPRE
A adesão do PSDB a eventual governo Michel Temer (PMDB) não será automática. Tucanos conversam com o vice, mas querem "avaliar a aceitação" do político do PMDB antes de descer do muro.

NA HORA CERTA
Michel Temer tem evitado a ebulição de Brasília e se refugiado em São Paulo. Mas na votação do parecer da comissão do impeachment será diferente. Ele pretende sentar praça (e articular) no Palácio do Jaburu.

OTIMISMO
O experiente deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez as contas e concluiu que o impeachment será aprovado com 38 votos na comissão processante e ao menos 350 votos no plenário da Câmara.

SEM COMPROMISSO
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), garante que não fez promessa de votos contra o impeachment, ao contrário do que o governo diz, tampouco solicitou outro ministério para chamar de seu.

MEIRELLES NÃO QUER
Amigos de Henrique Meirelles contam que o ex-presidente do Banco Central não topa assumir o Ministério da Fazenda, caso Lula o convide. Dirá sentir-se honrado, coisa e tal, mas "não".

DIREITOS CORTADOS NA CONAB
Diretor da Conab ligado ao PT, João Intini causa revolta por lá. É que, diretor de Política Agrícola, assumiu a área de Gestão de Pessoas após o rompimento do PMDB com o governo. Intini é acusado pelos servidores de suprimir direitos, incluindo aviso prévio e horas extras.

VELHO CONHECIDO
Em seu emocionado desfile na Câmara, dias atrás, após cumprir pena no mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson visitou gabinetes, mas evitou encontrar Eduardo Cunha, seu "bandido favorito".

NÃO DÁ PARA GARANTIR
Gilberto Kassab, dono do PSD e ministro das Cidades, quer emplacar o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) no cargo de ministro do Turismo. Mas nem assim ele consegue garantir o apoio do partido a Dilma.

PENSANDO BEM...
...se não repetir lorotas do tipo "golpe", Dilma vai dizer o quê sobre as denúncias de dinheiro roubado da Petrobras em sua campanha?
Herculano
11/04/2016 06:28
POR SOBREVIVÊNCIA, OU POR ESPERTEZA CARACTERÍSTICA, NEM ELES AGUENTAM MAIS. SABEM QUE O BARCO ESTÁ AFUNDANDO PELA FESTA SACANA QUE PATROCINOU COM O DINHEIRO DO POVO. MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO: DEPUTADOS DO PT COGITAM FAZER DESFILIAÇÃO COLETIVA

Texto de Cátia Seabra.Com a simpatia do ex-ministro Tarso Genro, 26 deputados federais do PT discutem o desembarque coletivo do partido após as eleições municipais de outubro. Esses descontentes representam quase a metade da bancada do PT hoje em exercício na Câmara de Deputados: 57.

O movimento inclui nomes como os de dois ex-presidentes da Casa ?"Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS)?" e da ex-ministra Maria do Rosário (RS). A desfiliação começou a ser organizada no segundo semestre de 2015, tendo como ponto de partida a criação da tendência Muda PT, que somava 35 deputados à época.

Originalmente, esses insatisfeitos se valeriam de uma janela aberta para que parlamentares deixassem seus partidos sem perda de mandato, mas essa brecha foi fechada em 31 de março.

A saída não foi explorada por causa do avanço do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Congresso. Com o risco de afastamento da presidente, os petistas tiveram que concentrar seus esforços na defesa do mandato de Dilma. Daí a decisão de retomar o debate após a corrida municipal.

Até lá, será possível mensurar os danos sofridos pelo partido e suas perspectivas para as eleições de 2018.

"Nossa prioridade é defender o governo", afirma Maria do Rosário.

Segundo articuladores do movimento, o ex-líder do governo Henrique Fontana (RS) também integra o grupo numa aliança com Tarso Genro.

No Rio Grande do Sul, Tarso organiza a criação de um novo partido, que poderia servir de porta de saída para petistas desiludidos com a atual direção da sigla.

Deputados estaduais gaúchos ligados a Fontana já avisaram a seus apoiadores a decisão de sair do PT depois das eleições. A hipótese foi aventada numa reunião com Tarso há cerca de 20 dias.

"Alertei nesta conversa que agora nossa tarefa é enfrentar o impeachment. E que só depois das eleições municipais esse assunto teria pertinência", afirma Tarso, sem descartar a possibilidade.

Fontana, no entanto, nega qualquer articulação: "Estou filiado ao PT há 27 anos e desautorizo qualquer especulação em meu nome".

Petistas ligados ao movimento temem que a explicitação de seus nomes prejudique a defesa do governo Dilma, num momento tão decisivo. Eles alegam que a maior fonte de descontentamento está nos caminhos escolhidos pelo partido desde a explosão do escândalo do mensalão. Os descontentes criticam práticas adotadas pela tendência CNB, que controla a sigla.

DISPUTAS LOCAIS

Além do desgaste na imagem do PT, disputas internas e locais ditam a decisão de saída. O prefeito de Embu das Artes (SP), Chico Brito, anunciou na quinta-feira (7) sua desfiliação sob o argumento de que não poderia apoiar exclusivamente o candidato petista à sua sucessão. Na cidade, foi acusado de privilegiar um adversário.

Com sua saída, chega a 25 o número de prefeitos que deixaram o PT no Estado de São Paulo, berço da sigla ?"um terço dos 72 eleitos em 2012.

O maior desfalque foi em Osasco (SP), onde o prefeito Jorge Lapas trocou o PT pelo PDT. Ao se desfiliar, Lapas levou com ele todos os partidos então aliados ao PT e uma fatia significativa da base petista. Ele também compôs com o DEM. Na saída, culpou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, condenado no mensalão.

"João Paulo lidera um grupo do partido que só me atrapalhou. Sofri o desgaste do partido nessa crise e nunca tive reconhecimento", disse.
Anônimo disse:
10/04/2016 19:02
Herculano, o Estadão publicou um dado impressionante: 282 pessoas são demitidas por hora no Brasil.

Comentário do O Antagonista:
Para reverter esse quadro, basta demitir uma pessoa em uma hora.

#ImpeachmentJÁ!
Ana Maria que não é Lemos
10/04/2016 18:07
Sr. Herculano:

PP de oito Estados fecha questão pelo impeachment de Dilma

Jornalista Políbio Braga:
Vai a seguir a nota oficial de diretórios estaduais do PP que fecharam questão pelo impeachment de Dilma Roussef.

O editor acaba de receber a nota:

"Os diretórios regionais do Partido Progressista no RS, SC, Paraná, SP, DF, Goiás, Espírito Santo e Acre, decidiram neste domingo fechar posição favorável ao impeachment da presidente Dilma Roussef, em tramitação no Congresso Nacional. A decisão se estende às bancadas federais da sigla na Câmara e Senado, através do posicionamento formal de seus deputados e senadores."

Chupa Melato!
Chupa que é de polentina.
Erva Daninha
10/04/2016 17:57
Olá, Herculano

É FEIO contestar os PTralhas?
Tenho uma respostinha:

FEIO é ser bandido como é esse ParTido!
Roberto Sombrio
10/04/2016 17:49
Oi, Herculano.

Segundo o Engel, em Gaspar está tudo correto.
Tão correto que quando chove forte todos tem que usar canoas. Ou de onde o jornal Cruzeiro do Vale tira aquelas fotos das ruas alagadas.

Vai falar bobagens em outro canto. Parece a Dilma que não diz coisa com coisa.

Não era o bairro Sete que já tinha rede de esgotos? Então porque a poucos meses atrás o mentiroso Decio Lima, veio aqui para se encontrar com o enrolador Pedro Celso Zuchi para assinar aquela papelada que não serve pra nada? Na verdade para alguma coisa a papelada serve. Devem estar usando nesses tempos de crise criada pelo PT, nos banheiros da prefeitura.
Mariazinha Beata
10/04/2016 14:39
Seu Herculano;

Não quero contestar o seu Roberto Sombrio, mas vamos por partes:

1 - Ele sempre diz que o Lulla é o maior burro que já pisou na face da Terra, então, o que esperar dos membros da seita da jararaca no nosso município?

2 - Ele sabe também, que planejamento é uma palavra que não consta no dicionário petista.
É muito para uma microcefalia elaborar por etapas (com bases técnicas) de planos e programas com objetivos definidos.

"Tocar" a máquina por cima de tudo e de todos é o único planejamento que o PT entende.
Bye, bye!

Paty Farias
10/04/2016 14:31
Oi, Herculano;

"Lula não está morto, está mais vivo do que nunca"
Merval Pereira, sobre as próprias palavras de LuLLa.

É que o kpta não quer concorrência.
Sujiro Fuji
10/04/2016 14:28
Para o comentário das 22:28hs.

É o petê fazendo merdas pra você.
Lesma Zúque
10/04/2016 14:20
O PT sempre acha que tem razão
Herculano
10/04/2016 10:48
POR QUE MORREU? Sérgio Besserman Vianna, economista, para o jornal O Globo

O governo é como um El Cid ao contrário: morto em vida

Com ou sem impeachment, o governo Dilma acabou, concorda a maioria dos analistas. Por que?

Uma primeira resposta nos leva ao karma do que o debate tem chamado de estelionato eleitoral. A sociedade brasileira, onde códigos de honra e a primazia das relações pessoais estão muito presentes, não perdoa rupturas de contrato.

Mas isso também ocorreu no segundo governo FHC e as condições da governabilidade foram mantidas, mesmo com a popularidade presidencial em níveis muito baixos.

Uma segunda resposta nos remete à incompetência política. De fato, numa reeleição em que a vitória só ocorreu devido ao apoio da maior parte do PMDB, o primeiro movimento político do governo foi trair esse partido e tentar promover defecções na direção de uma nova legenda partidária.

Daí em diante, a cada esquina ou encruzilhada o governo invariavelmente optou pela escolha errada, quase sempre em tributo a uma vocação autoritária e hegemonista. Mas não basta para explicar algo tão inusitado como um governo que é como El Cid ao contrário: morto em vida.

Uma terceira resposta aponta para a Lava-Jato. Nossa "mãos limpas" sacode a estrutura corrompida de um poder político que já estava na lona em termos da legitimidade de sua representatividade junto aos cidadãos. Isso abala qualquer força política no governo. Muito mais uma que está no poder há 13 anos e envolvida até as tripas com a corrupção.

Por que o governo Dilma morreu? Pela combinação dos três vetores? Um governo zumbi é um fenômeno mais raro do que governos que caem ou renunciam, de modo que minha intuição ainda não se satisfaz, apesar de a combinação dessas três ondas já assegurar uma ressaca gigante.

A quarta resposta é a tsunami: a maior queda do PIB desde 1930/31. Além das óbvias responsabilidades do governo nas causas da profundidade da crise, a isso se soma essa absurda incapacidade de implementar uma política econômica crível.

Em parte é o preço pago pelo "bolchevismo sem projeto", obrigado a assumir que ser uma "metamorfose ambulante" é virtude. E pela tolerância da sociedade brasileira com narrativas incongruentes.

Cem por cento dos que estiveram na manifestação "não vai ter golpe" são radicalmente contra a política econômica do governo e denunciam um golpe motivado por forças que "não aceitaram" a derrota eleitoral e querem mudar a política econômica do governo.

O advogado geral da União diz no Congresso Nacional que há um golpe em andamento e, em vez de recomendar ao governo a decretação do estado de sítio e a convocação das Forças Armadas para defender a democracia e a Constituição, diz que vai recorrer ao STF.

Há limites para o delírio. Ele funciona quando não há dificuldades a enfrentar, mas quando a sociedade e a nação necessitam, em uma situação muito grave, de governo, o descompasso entre a realidade e a narrativa delirante dos líderes da força política no poder gera paralisia.
Herculano
10/04/2016 10:44
VAMOS FALAR SOBRE ELA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Parte 1

Não vejo ameaça, mas sim uma face crescente da demanda de democracia no Brasil

Neste momento de crise, sinto falta dos longos debates do passado. Era necessário estudar, escrever documentos, discuti-los. Hoje, o debate se ampliou com as redes sociais e ganhou inúmeras outras formas de expressão, desde clicar like, aos comentários, memes, animações. Não creio que em outro momento da História o Brasil tenha discutido tão extensamente o seu problema. Mas o debate afunilou com o impeachment.

Há ainda o ritmo dos fatos. Como se não bastassem nossas bombas domésticas, estourou uma bomba mundial com os "Panama Papers", 11,5 milhões de documentos pesquisados por um grupo internacional de repórteres, inclusive do Brasil. Os "Panama Papers", ainda que não assimilados como um todo, acrescentaram novidades para nossa observação: como cada país reage diante dos escândalos indicando corrupção. No caso da Islândia, o primeiro-ministro renunciou diante da notícia de que tinha contas numa offshore. Reagem muito rápido, as pessoas vão para a rua e o governo cai.

Não há notícias de manifestações a favor do governo. Parece que existe na Islândia um certo consenso sobre a democracia. E este consenso nos falta no momento. Aqui no Brasil os manifestantes a favor do governo veem um golpe à democracia num processo de impeachment realizado dentro da lei, respaldado pela corte suprema do país. A esperança é que percebam com o tempo que é, precisamente, de um déficit de democracia que o governo do PT é acusado.

Ou não é um déficit de democracia inserir decretos secretos no Orçamento? Ou comprar o apoio da base aliada no mensalão? Arruinar a Petrobras com outra aliança política para vencer as eleições? Existem déficits mais sutis, como por exemplo ter uma política partidária e não nacional. O PT se concentrou nos vizinhos bolivarianos e deu as costas para os centros de renovação e tecnologia, especialmente os Estados Unidos. Ou déficits mais grosseiros como tentar interferir no Supremo, pressionar procuradores, tentar obstruir a Justiça.

Talvez esse debate nem se faça porque os acontecimentos são muito rápidos e, em breve, seremos forçados a iniciar outro mais urgente: os caminhos da reconstrução.
Herculano
10/04/2016 10:44
VAMOS FALAR SOBRE ELA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Parte 2

Momento complicado em que as benesses eleitorais que sobrecarregam o Estado terão de ser reavaliadas mobilizando inúmeros grupos de interesse. E aí não me refiro tanto aos gastos sociais que precisam ter foco para proteger os mais vulneráveis. Refiro-me principalmente às isenções ficais, ao crédito subsidiado do BNDES que cultivou uma réplica da burguesia bolivariana da Venezuela, milionários na órbita do governo.

Quando o barco entra na tempestade, o ideal é uma articulação de todos os tripulantes para superar a tormenta. Não é isso que acontece: estamos brigando, e nossos movimentos nos empurram para o naufrágio. Na falta do consenso, é necessário buscar a unidade possível. Não é uma tarefa para Dilma e o PT rejeitados hoje pela maioria.

As ironias de Lula sobre os manifestantes de verde e amarelo confirmam apenas que ele se refugiou no vermelho. Isso se explica pelo momento defensivo em que ele e o PT vivem. É impossível se encastelar na minoria, numa visão partidária de nós contra eles e aspirar a uma unidade nacional.

Considerando as tarefas históricas pela frente, o isolamento é o lugar do perdedor. Essa realidade transcende a votação do impeachment.

Daqui a pouco as delações premiadas recolocariam o tema no TSE, novas denúncias surgem na Lava-Jato, enfim o governo viveria de espasmos como um peixe na areia. O impeachment é o caminho mais rápido. Lula tenta culpabilizar os adversários dizendo que é imoral assumir o poder sem ter sido votado. Segundo ele, será difícil contar a história para os netos.

Lula e tantos outros, com meu apoio, derrubaram o governo Collor, eleito, legalmente, e não foi imoral que Itamar Franco assumisse o governo. Muito menos temos vergonha de contar aos netos que apoiamos a queda de Collor.

Mas no caso Collor havia razão para o impeachment, dirão alguns. O Supremo o absolveu, logo, historicamente, é possivel afirmar que o julgamento também foi político. Quando se trata de um governo considerado conservador, o impeachment é um instrumento democrático. Quando se trata de um governo de esquerda, ele é um golpe.

Voltamos ao debate reprimido. A democracia não é instrumento tático que se usa oportunisticamente. Ela é um objetivo estratégico e foi duramente espancada ao longo destes anos.

A sociedade se manifestou pacificamente e canalizou seu protesto para a instituição que poderia resolver legalmente o problema. Não vejo ameaça à democracia, mas sim uma face crescente da demanda de democracia no Brasil, cujo primeiro grande momento foi a campanha das diretas.
Herculano
10/04/2016 09:35
LULA TENTA SE REINVENTAR, por Merval Pereira para o jornal O Globo

Parte 1

Lula não está morto, está mais vivo do que nunca. Quem avisa é o próprio ex-presidente, para não deixar morrer a lenda de que é um negociador político insuperável. Joga com a expectativa de poder que ainda pode exalar para tentar reverter os votos contra a presidente Dilma na batalha do impeachment no plenário da Câmara.

Mas o golpe que recebeu do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, parece ter sido um direto no queixo. Pelo menos assim interpretaram muitos dos deputados alvos de sua ação, que já imaginam Lula na lona.

Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) não acate o parecer de Janot, e devolva a Lula o Gabinete Civil da Presidência, a dúvida sobre sua real importância no cenário atual fez com que perdesse poder político na hora mais necessária. No mínimo vai ser difícil para os ministros do STF não encararem a denúncia do Procurador-Geral de que a nomeação de Lula foi uma tentativa de obstruir a Justiça.

O Supremo só tratará do caso depois da votação do impeachment, o que faz com que ele não possa acenar com sua presença no Palácio do Planalto como garantia de que suas promessas serão cumpridas.

Como anunciou em um comício que tomaria posse no ministério na quinta-feira passada, e nada aconteceu, ficou a sensação de que anda prometendo o que não pode entregar, assim como insinuou uma capacidade de influência no Supremo que na realidade não tem.

Ninguém mais tem certeza sobre o poder de Lula depois que o Procurador-Geral da República mostrou a independência que Lula queria tirar dele, como revelou uma das conversas telefônicas grampeadas.

Lula disse a um interlocutor que Janot era ingrato, pois o nomeara para o cargo, e recebeu de volta o comentário de que o Procurador-Geral da República só se considera devedor de gratidão a sua família. De fato, Janot foi o primeiro de uma lista tríplice, e Lula apenas seguiu a tradição. É certo que poderia ter escolhido um dos outros dois, mas isso não o faz credor da gratidão do nomeado.
Herculano
10/04/2016 09:34
LULA TENTA SE REINVENTAR, por Merval Pereira para o jornal O Globo

Parte 2

Essa visão patrimonialista de Lula, que considera uma traição ministros e juízes nomeados por ele votarem contra seus interesses, é uma das facetas mais perversas reveladas pelos áudios das conversas de Lula, pois até mesmo aquele linguajar chulo pode ser relevado, por se tratarem de conversas informais.

Mas a exibição pública de como Lula trata as questões de Estado retira dele até mesmo o que parecia uma grandeza de sua parte, a nomeação de ministros do Supremo que se mostraram independentes em seus votos.
Como não tivemos acesso aos áudios das conversas de Lula durante o mensalão, não soubemos como ele reagiu a cada voto de ministros como Ayres Brito, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso ou Carmem Lucia, todos indicados por ele e que tiveram comportamentos independentes durante o julgamento. Mas agora podemos imaginar.

Quando Lula e o PT criticam a atuação de Geraldo Brindeiro como Procurador-Geral na época de Fernando Henrique Cardoso, chamando-o de "engavetador-geral", sabemos agora que não passa de inveja, em vez de exaltação da imparcialidade.

Lula queria mesmo que Janot fosse tão grato a ele quanto acha que Brindeiro foi a FHC, sem imaginar que o Procurador-Geral da República na era tucana possa apenas ter seguido a lei e não recebido as reclamações por considerá-las ineptas. O senador petista Lindbergh Farias, um dos mais constantes interlocutores de Lula no momento, definiu bem a situação dizendo quem as críticas que os petistas fazem ao ministro Gilmar Mendes, do STF, é inveja por não terem um Gilmar do lado deles.

Para reforçar sua imagem de poderoso, deixa que espalhem que já está escolhendo o futuro chefe da Polícia Federal em conversas com o novo ministro da Justiça Eugênio Aragão, esse sim, demonstrando diariamente que é mesmo amigo do PT, como Lula exigiu em uma das conversas telefônicas gravadas: "Esse Aragão tem que fazer papel de homem, parece que é nosso amigo, parece, parece, mas está sempre dizendo olha...".

O fato é que a dúvida sobre o real poder de Lula retirou de suas negociações contra o impeachment a força que ele anuncia que ainda tem.
Herculano
10/04/2016 08:56
O QUE FAZER COM O BRASIL NA UTI

O Brasil não terá paz econômica e sociopolítica mínima se não contiver logo o aumento do desemprego e da dívida do governo. Além de animar o paciente com a esperança de cura, um tratamento longo e difícil, mas eficaz, as "reformas", será preciso levá-lo já a um pronto-socorro com UTI.

Diz-se que um governo com um plano crível de mudanças profundas produziria tal melhora na confiança de empresas e consumidores que a economia voltaria a respirar sem tubos, ainda que em estado crítico.

Enquanto a fada da confiança não vem, o que fazer? É difícil dar injeções de vitamina em uma economia sem crédito, de governo quebrado e com inflação ainda alta.

Mas é preciso um choque de desfibrilador, de estabilização da atividade, já, a fim de evitar queda maior de receita do governo e o círculo vicioso criado pelo desemprego crescente.

Onde arrumar crédito? A inadimplência está mascarada. Bradesco e Itaú empurram com a barriga o reconhecimento de perdas prováveis. Os bancos estão "enrolando", no melhor dos sentidos: refinanciam, renegociam. Tentam evitar falências e o susto de balanços manchados de sangue de calotes. Menos mau. Mas não é bom sinal para a volta do crédito.

Para começar a resolver a encrenca, é preciso baixar as taxas de juros. Um plano de política fiscal (gastos do governo) crível ajudaria: derrubaria juros por conta, controlaria o dólar (e, assim, inflação). Mas o efeito é algo lento e retardado.

A construção civil vai encolher até 2017. Obras de infraestrutura (metade do setor) param. Há encalhe de residências (um quarto do setor).

A fim de dar algum jeito nisso, é preciso relançar com urgência dramática as concessões de infraestrutura, atoladas na insegurança terrível causada por Dilma Rousseff.

Será preciso ofertar rentabilidade gorda, concentrar dinheiros do BNDES nisso, rearrumar as empresas do setor (pequenas? Estrangeiras?), limpar o terreno regulatório de sujeiras menores (as maiores levam tempo). É difícil, mas é para ontem.

O setor imobiliário vai purgar excessos, estoques altos. Alguma confiança do consumidor e juros menores podem antecipar a recuperação. Mas falta crédito. O dinheiro da poupança minguou. É outra tarefa da UTI.

Dada a pindaíba, há o risco de o governo cortar mais investimento "em obras". Não pode. Terá de cortar alhures, além de arrumar algum dinheiro extra: mais imposto, mais privatizações. A grita louca contra alta de imposto, ao menos emergencial, vai dar problema.

É preciso arrumar a Petrobras e o setor elétrico. Não se trata de planos bonitos de reconstruir a regulação arruinada por Dilma Rousseff, necessários, mas demorados. As finanças da petroleira assombram e pioram o crédito de país e governo.

É preciso verificar quais dos elefantes brancos soltos por Dilma Rousseff, obras mal planejadas, são ainda e logo viáveis; quais obras paradas podem ser ressuscitadas.

Além do plano de reformas, o governo que vier precisa de um "plano de cem dias", de providências imediatas, com equipes frenéticas, de alto nível, que descubram como sair do chão puxando os cabelos, pois os meios de estimular consumo e investimento são escassos.

Se bobear, as "reformas" vão se perder no tumulto social e político
Engel
10/04/2016 07:25
Ao Sombrio,

Concordo contigo, os entulhos devem ter um destino correto.

Mas quando dizes que ad estradas asfaltadas não tem drenagem, ai sua afirmativa é falsa.

Você não deve acompanhar a execução da obra. Tira um tempo e verifique isso, quer seja no momento q a obra acontece ou melhor ainda, quando acontecer uma chuva torrencial.

Mentir e distorcer os fatos é muito feio.
Herculano
10/04/2016 07:19
NO ÚLTIMO CÍRCULO DO INFERNO, por Clóvis Rossi, apra o jornal Folha de S. Paulo

Se Dante Alighieri fosse um cronista da realidade brasileira diria que o Brasil chegou ao último círculo do inferno.

Eu, que conheço a realidade brasileira melhor do que ele, temo que seja possível afundar ainda mais.

É o que insinua, por exemplo, a pesquisa do Datafolha sobre a posição dos deputados a respeito do impeachment : hoje por hoje, não há número suficiente nem para aprovar o afastamento de Dilma Rousseff nem para barrá-lo.

Se essa situação se mantiver na hora da votação em plenário, ficaríamos assim: a oposição sem força para derrubar o governo, por sua vez sem força para governar, em minoria no Congresso e na sociedade.

Por si só, já seria o penúltimo círculo do inferno, mas há que se acrescentar o panorama socioeconômico, caracterizado pelo que o banqueiro Roberto Setúbal define, adequadamente, como a maior recessão em um século e suas inescapáveis consequências (aumento do desemprego e da pobreza).

Desceríamos pois um degrau no inferno.

Segundo me diz gente do governo, o impeachment passará na comissão que o avalia. É natural: nela basta a maioria simples.

Já no plenário, sempre segundo o que se ouve no governo, a coisa está "infernalmente complicada".

Meu palpite, tão bom ou tão ruim quanto qualquer outro: repetir-se-á, no caso do impeachment, o que aconteceu na votação da emenda das Diretas Já, em 1984. A maioria votou pela emenda, mas faltaram 22 votos para que ela alcançasse os dois terços necessários.

Se esse palpite estiver certo, Dilma fica e, com ela, fica o inferno.

A oposição, enraivecida até o ódio, aliás devolvido pela situação, não se conformará e continuará na rua; Eduardo Cunha liberará outras propostas pelo impeachment; o processo de cassação da chapa Dilma/Temer será apressado por um TSE agora presidido por Gilmar Mendes, chefe da oposição no Judiciário.

Enquanto isso, fora da ruína que é o universo da política, a crise continuará corroendo a vida do brasileiro, até porque "o governo da economia é um assunto morto", como escreveu na sexta-feira (8) esse excelente Vinicius Torres Freire.

Continuará morto depois da votação do impeachment, mesmo com resultado favorável, porque, primeiro, a prioridade do governismo continuará sendo evitar a sua morte política e, segundo, porque já ficou demonstrado que não tem capacidade para reverter o infernal cenário econômico.

Mesmo na hipótese de que o impeachment passe, o que produzirá algum alívio entre agentes de mercado e líderes empresariais, o inferno não ficará para trás.

Primeiro porque Michel Temer, o sucessor, também será acossado por processos legais, entre eles o de seu próprio impeachment. E, segundo, porque o seu projeto econômico soa muito como o austericídio adotado na Europa e que provocou substancial devastação social.

Sem falar que Temer não tem o apoio social suficiente para comandar o país em situação infernal.

Repito: só eleição é o caminho. Talvez seja uma utopia, mas é sempre melhor que o inferno
Herculano
10/04/2016 07:17
A SOLUÇÃO É FAZER NOVA ELEIÇÃO OU TROCAR DE POVO, por Josias de Souza

Para pacificar sua gente e tentar contornar a crise, o Brasil precisa convocar novas eleições presidenciais.

Esse é o desejo de 79% dos brasileiros, informa o Datafolha. Só há duas formas de satisfazer esse anseio coletivo sem brigar com a Constituição: ou Dilma e Temer pedem para sair ou o TSE enxerga tudo o que está na cara e manda a dupla para casa antes do fim do ano, disparando o gatilho constitucional da nova eleição.

Fora disso, só trocando de povo. Esse povo que está aí é muito exigente. Quer o impeachment de Dilma (61%). Mas também quer o impedimento de Temer (58%). A maioria (60%) se daria por satisfeita com a dupla renúncia. Cético, o povo parece brincar com a hipocrisia dos políticos como quem brinca de roleta russa, na certeza de que a sinceridade que eles manipulam está completamente descarregada.

Dilma fala da crise econômica como se lidasse com uma virose de causa desconhecida. Para evitar que os rivais obtenham na Câmara 342 votos pró-impeachment, ela virou uma grande compositora. Compõe com qualquer um. Como boneca do ventríloquo Lula, propõe diálogo a quem precisa de interrogatório - Ciros e Jáderes, Renans e Valdemares, Sarneys e outros azares. Triste ocaso.

Temer faz pose de futuro a bordo do PMDB, um transatlântico perfeitamente integrado ao Brasil do faturo. Distribui acenos no convés. E delega a operação da casa de máquinas a Romero Jucá e Eduardo Cunha.

Articulam-se com os mesmos azares que tricotam com o governo. A Lava Jato informa que todos têm telhado de vidro, paletó de vidro, gravata de vidro, camisa de vidro, calça de vidro? Tudo é de vidro, exceto a cara, que é de pau.

A alternativa revela-se tão temerária (sem trocadilho), que consegue atenuar os temores em relação a Dilma. Há 23 dias, apoiavam o impeachment da presidente 68% dos brasileiros. O índice caiu sete pontos. Reprovavam o governo de madame 69% dos entrevistados pelo Datafolha. Hoje, a taxa de reprovação é de 63%. Uma queda de seis pontos.

Entre uma pesquisa e outra, o Brasil não mudou de rota. Continua a caminho do brejo. A única coisa que se ajustou foi o discurso de Dilma, Lula e Cia.. Grudaram em Temer a pecha de oportunista e a má fama de Eduardo Cunha. Trombetearam o fato de que, sob Temer, Eduardo Cunha passaria a ser o número 2 da República.

O povo, que já conhece bem o seu país, sabe como isso vai acabar. O Brasil deixou de ser imprevisível. Tornou-se um país tristemente previsível. Daí as três alternativas: 'Fora, Dilma e Temer', 'TSE neles' ou 'Fora, povo'.
Herculano
10/04/2016 06:51
O PRAZO DE VALIDADE DE NELSON BARBOSA, por Elio Gasperi, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Lula disse que o ministro Joaquim Levy estourara seu prazo de validade no Ministério da Fazenda. O PT decidiu estourar o prazo de validade de Nelson Barbosa na cadeira que a doutora Dilma transformou em cama de faquir.

Outro dia, ele foi a um seminário e mencionou a frase de um "importante líder": "Não existe essa coisa de dinheiro público, o que existe é o dinheiro do contribuinte".

Aleluia, um ministro de governo petista citando Margaret Thatcher, a dama de ferro da ressurreição conservadora do final do século passado. Não pronunciou seu santo nome, mas aí seria demais.

O ministro citou a baronesa num evento do banco Itaú em São Paulo enquanto em Brasília o PT cozinha uma monstruosidade matemática, moral e fiscal.

Os Estados e municípios devem à União R$ 402 bilhões. São papagaios do século passado, renegociados em 1997. Ninguém foi obrigado a repactuar a dívida. Passou o tempo, alguns devedores honraram os contratos, outros não. Começou a grita pela renegociação do renegociado e o assunto está na reta final da discussão no Congresso. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são donos de 83% dessa dívida e o refresco custaria cerca de R$ 10 bilhões por ano à União. Vá lá.

O ministro Nelson Barbosa conduziu as conversas para espichar os prazos e melhorar as condições para os devedores, exigindo contrapartidas. Quem quiser as novas condições deve se comprometer com coisas assim:

1) Não conceder aumentos aos servidores acima do reajuste linear determinado pela Constituição.

2) Suspender a contratação de pessoal.

3) Não criar novos programas de incentivos tributários.

4) Elevar as alíquotas de contribuição previdenciária dos servidores.

A União nada quer além da verdade matemática e da responsabilidade administrativa. Se um Estado ou município está quebrado porque jogou dinheiro pela janela e não pode pagar o que deve, obriga-se a mudar de conduta. É assim que a coisa funciona na casa das pessoas. Novamente, ninguém é obrigado a aderir.

Seria natural que críticas e emendas oportunistas partissem da oposição, mas o líder da bancada petista na Câmara sugeriu o seguinte: "É melhor separar o projeto em dois, aprovar a renegociação e discutir as contrapartidas depois em uma comissão especial". Esse é o sonho de todos os caloteiros. Primeiro eu recebo as facilidades, depois discutimos os compromissos.

Isso é punga. Penaliza quem paga o que deve e só gasta o que pode, beneficiando quem torra o que não tem e não paga o que já renegociou.

Se o ministro Nelson Barbosa não tem o apoio do seu partido no encaminhamento de uma questão desse tamanho, seu prazo de validade venceu. Fazendo de conta que não vê os pregos na cama de faquir, ele continuará num governo ruinoso a serviço de um partido irresponsável, levando o país à bancarrota.*
Herculano
10/04/2016 06:50
TUCANOS VOAM, por Elio Gasperi, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em qualquer época e em qualquer situação, sempre haverá tucanos voando para todos os lados.

Por isso, não há razão para surpresa ao se ver que pelo menos um grão-tucano, eterno defensor do impedimento da doutora Dilma, está conversando com os subúrbios do caderninho telefônico de Lula.

Talvez isso seja resultado da percepção de que Dilma supera a votação na Câmara.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e faz um curso intensivo de ciência política lendo textos do professor Celso Lafer.

Há pouco, ele escreveu um artigo descascando o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos por ter se metido na política interna brasileira. Lafer tratou da discussão do impedimento da doutora Dilma e, com um toque de malícia, lembrou que "o caso mais conhecido é o do presidente Collor, que não foi qualificado como golpe".

Ele tem razão ao expor a seletividade da memória dos petistas.

Eremildo não entende porque Lafer é sistematicamente qualificado ao pé de seus artigos apenas como "professor da USP e ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso".

Lafer foi o último ministro das Relações Exteriores de Fernando Collor, de 13 de abril a 2 outubro de 1992.

VOTO ÚTIL

Admita-se que um voto contra o impedimento da doutora valesse R$ 2 milhões e a simples ausência do deputado estivesse cotada a R$ 1 milhão.

Qual a melhor maneira para se provar que o voto não foi vendido? Indo à sessão, com o dinheiro no bolso e votando a favor do impeachment.

Quem já viu elefante voar garante que aconteceram casos assim na degola de Fernando Collor.

MAU SINAL

Em 2002, o jornalista Larry Rohter, correspondente do "New York Times" no Brasil travou uma longa e silenciosa guerra com a burocracia do jornal para que deixassem de qualificar Lula como "leftist" (esquerdista). Prevaleceu, mas quando escreveu que Nosso Guia tinha um fraco pelo copo, ele tentou tirá-lo do país.

Há poucas semanas, o jornal fez um duro editorial contra a doutora Dilma por ter nomeado seu mentor para a chefia da Casa Civil, justificando-se com um blablablá que qualificou de "ridículo".

Nele, meteram de novo o "leftist" em Lula.

A seção de editoriais do "Times" nada tem a ver com o corpo de repórteres e correspondentes do jornal. No dia 3 de abril de 1964 o Times publicou um editorial saudando a queda de João Goulart, chamando-o de "incompetente" e "irresponsável", adjetivos que fazia por merecer. É muito provável que esse editorial tenha sido escrito por Herbert Matthews, queridinho da esquerda pela louvação que fizera de Fidel Castro. A Casa Branca cabalava editoriais contra Jango desde o dia 28 de março.

MADAME NATASHA

Madame Natasha, como todo mundo, não consegue ver nexo no carnaval que tomou conta do Congresso e de uma parte do Judiciário. A senhora continua cuidando do idioma e não vê razão para o surgimento de um novo título nobiliárquico, o de "jurista". Há "juristas" pedindo impeachment, e "juristas" vão ao Planalto para denunciar o golpe.

A senhora acredita que eles são apenas advogados. Alguns são advogados e professores.

MARINA E A TEORIA DO ERRO DOS OUTROS

Se a crise desembocar numa eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva entrará com boa vantagem na disputa. Duas vezes candidata, teve 19 milhões de votos em 2010 e 22 milhões em 2014. Tomara que ela pare de culpar os eleitores pelo fato de nunca ter chegado ao segundo turno. A ex-senadora pisou três vezes na mesma bola.

Numa, disse: "A população terá oportunidade de corrigir o erro a que foi induzida".

Na outra: "O TSE devolveria para os 200 milhões de brasileiros a possibilidade de reparar o erro a que foram induzidos a cometer."

Num documento da Rede, repetiu-se, sempre atribuindo o "erro" aos eleitores e usando expressões como "corrigir" e "reparar". Que tal discutir os indutores e deixar em paz os eleitores?

Fez melhor Aécio Neves, que disse ter sido derrotado por uma "organização criminosa".
Herculano
10/04/2016 06:32
ESTILO DILMA REVOLTA E TAMBÉM DIVERTE AUXILIARES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Tratando mal quem a cerca, Dilma firmou má reputação por casos como o da ex-ajudante de ordens que abandonou o serviço no meio do dia, cansada de grosserias, e do médico da Presidência que virou paciente por estresse. Ou quando, brandindo um cabide, investiu contra uma pobre camareira, que deve estar correndo até hoje. Fazem também a delícia do serpentário do Itamaraty histórias de sua curiosa mania de considerar seus objetos de hotéis de luxo que a hospedam.

SAIA JUSTA
Diplomatas passaram vergonha, certa vez em Buenos Aires, ao serem cobrados de algo que faltava, após Dilma deixar o hotel Four Seasons.

GOSTOU, LEVOU
O Four Seasons enfeitara a mesa de jantar da suíte de Dilma com uma belíssima (e cara) toalha. Ela gostou tanto que a levou para casa.

PENAS DE GANSO
Ao deixar o hotel Westin Excelsior, em Roma (diária de R$8 mil), outro dia, Dilma não se fez de rogada e levou dois travesseiros, que adorou.

MANIAS DE CADA UM
O apego de Dilma por itens de hotéis se compara à preferência de Lula por vinhos caros, que ele fazia os embaixadores o presentearem.

DILMA IGNORA COMBATE À CORRUPÇÃO E ECONOMIA
Tem razão quem reclama de estelionato eleitoral: Dilma só cumpriu 6 das 55 promessas de campanha, e 24 delas não saíram do papel. As cinco principais propostas de combate à corrupção viraram fumaça, como criminalizar o caixa dois em eleição, além de tipificar o crime de enriquecimento ilícito por agentes públicos. Não é piada: prometeu também controle da inflação e 3,8 milhões de barris de petróleo por dia.

APENAS PROMESSA
Dilma prometeu criar condições para a Justiça ser mais rápida no julgamento de processos de roubo de dinheiro público. Era lorota.

PÁTRIA EDUCADORA
Na educação, ela prometeu reformular o currículo do ensino básico e médio e universalizar a educação infantil de 4 a 5 anos. Nada feito.

FEZ O DIABO
Em 2014, Dilma afirmou que os políticos "fazem o diabo" para ganhar eleição. Ela, por exemplo, uma vez reeleita, esqueceu as promessas.

NINGUÉM MERECE
O alerta contra Dilma da revista The Economist, a mais importante do mundo, foi mais contundente que qualquer das declarações frouxas de políticos tucanos: ela já "não governa em nenhum sentido significativo da palavra" e "o Brasil não suporta mais três anos" do atual governo.

CONFIANÇA
Quem conversa com o vice Michel Temer e seu staff sai com a mais absoluta certeza de que ele será o próximo presidente. Ele demonstra tranquilidade e segurança que há muito não se veem em Dilma.

ALGUÉM SENDO ENROLADO
Oposição e governo não se entendem sobre o Partido da República. O governo negocia apoio dos 40 deputados com o mensaleiro Valdemar Costa Neto, mas a oposição acha que o PR vai aderir ao impeachment.

SER DILMA PEGA MAL
Enquanto Dilma e Lula usam governadores para pressionar deputados contra o impeachment, prefeitos estão mais preocupados com a eleição de outubro. Acham que será derrotado quem se ligar a Dilma ou ao PT.

BOQUINHA AMIGA
"A perspectiva de poder atrairá esse partidos", diz Antonio Imbassahy (PSDB-BA), sobre a tentativa do PP de permanecer no governo Dilma. A ala dissidente do PP promete 35 votos pró-impeachment.

SEM FOLGA
Dilma convocou para este domingo (10) os ministros José Eduardo Cardozo (AGU), Jaques Wagner (Gabinete) e Ricardo Berzoini (Governo). É para não contar sozinha os votos do impeachment.

S?" SOBROU ISSO
O Senado não deve ter nada mais importante a fazer: aprovou há dias projeto que institui 3 de março como Dia Nacional da Igreja O Brasil para Cristo. Dilma, também sem muito o que fazer, deve sancionar.

MULETA
De aviso prévio, o ministro Gilberto Occhi (Integração) mal cumpre o resguardo da operação na próstata. Esta semana andava pelo ministério mancando. A pasta de Occhi está em negociação no PP.

PERGUNTA NA LAVA JATO
Quem paga as diárias do ex-presidente Lula em luxuoso hotel em Brasília?
Herculano
10/04/2016 06:24
INDIRETAS JÁ, O RETORNO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A nova pesquisa Datafolha mostra que Dilma Rousseff e Michel Temer estão empatados em impopularidade. O percentual de brasileiros que desejam a renúncia da presidente e do vice é o mesmo: 60%. A dupla rejeição sugere que a sociedade continuará insatisfeita, seja qual for o desfecho da crise.

A votação do impeachment na Câmara está prevista para o próximo domingo, dia 17. Será comandada pelo réu Eduardo Cunha, ainda mais detestado do que Dilma e Temer.

Como a renúncia coletiva não está nos planos de ninguém, caberá aos 513 deputados escolher quem ficará com a faixa presidencial. O povo não foi convidado. O futuro do país será decidido por uma versão reciclada do velho Colégio Eleitoral, que indicou o avô de Aécio Neves em 1985.

O tucano sonhava em antecipar a eleição de 2018, mas aderiu às Indiretas Já. A explicação está nas pesquisas. Desde dezembro, suas intenções de voto despencaram dez pontos. Se a disputa fosse hoje, Lula e Marina passariam ao segundo turno.

Há diferenças entre as novas indiretas e as de Tancredo e Maluf. A principal é que Dilma precisará apenas de um terço da Câmara, contando as ausências. Temer tem que conquistar 342 votos. Nos últimos dias, ele abandonou a discrição e se lançou em campanha aberta, fazendo corpo a corpo com deputados.

O duelo também valorizou o passe de políticos sem mandato que andavam na sombra, como os condenados no julgamento do mensalão. Na quarta-feira, Temer abriu o Palácio do Jaburu para o ex-deputado Roberto Jefferson, chefe do PTB.

Outro caso curioso é o do ex-deputado Valdemar Costa Neto, dono do PR, que ainda cumpre prisão domiciliar. Até o início da semana, ele era cortejado por Lula e visto como cabo eleitoral de Dilma. Há quatro dias, recebeu uma ligação do vice.

Maluf já mudou de lado. Era aliado de Dilma, mas decidiu apoiar Temer. "Ela é correta e decente, mas voto pelo impeachment", declarou.
Carrapataço
09/04/2016 23:10
Rogério Rosso, presidente da Comissão do Impeachment quer fazer votação nominal na segunda, pro povo saber o voto de cada parlamentar.

É isso aí Rosso.
Da-lhe com o grosso.
Quero ver a cara do moço.
Que não der o seu endôsso.
Pra jogar a Dilma no poço.
Roberto Sombrio
09/04/2016 22:28
Oi, Herculano.

Nos seus comentários na coluna desta semana você mostra claramente a falta de planejamento deste governo que se diz pelo povo.
Nesta semana, depois de eu reclamar aqui nesta coluna sobre a situação da rua onde moro e o fato do Sr. Rui Deschamps pretender ser vereador, ele resolveu fazer melhorarias por aqui.
A Intendência colocou duas máquinas, uma com a finalidade de devastar os barrancos e árvores marginais e outra para jogar a terra e entulhos retirados nos grotões e nascentes. E o meio ambiente? Com as chuvas essa terra e entulhos vai parar onde? Devia parar na sala da casa do prefeito. Esses são os que dizem estar fazendo pelo crescimento do município. É igual as ruas que asfaltam. Sem rede pluvial e sem rede de esgoto, simplesmente jogam o asfalto sobre a terra invadindo áreas de calçadas ao invés de obrigar o morador da rua a fazer as calçadas.
Bem! No segundo dia, início da manhã atingiram com árvores a rede de energia e romperam os cabos de telefone. Fui questionar com quem acompanhava os trabalhos das máquinas e o mesmo me disse que o problema é que naquela parte da rua os fios passavam entre as árvores. Liguei para o Sr. Rui na intendência questionando a falta de planejamento e me respondeu: "Isso acontece, já ligamos para a Celesc e a Oi para religarem". Perguntei se em todas as ruas que fazem obras derrubam os fios.
Uma hora e meia depois a Oi religou a linha telefônica e a energia apenas à tarde. Ainda tiveram a ousadia de dizer que só na minha residência não tinha energia, quando na verdade a chave desligou a rua toda.
Esse é o governo do PT. É por isso que o Brasil está nesta situação. Pouco se importam com o que é de terceiros e qual o custo para a Oi e a Celesc com o deslocamento e mão de obra. As duas companhias poderiam estar atendendo outras ocorrências.

PLANEJAMENTO Sr. Rui, já ouviu falar? E ainda pensa em ser vereador. Em Gaspar pode qualquer coisa.
Herculano
09/04/2016 21:36
ÀS VÉSPERAS DA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA E ANÁLISE DO SUPREMO SOBRE A POSSE DE LULA COMO MINISTRO, O JORNAL FOLHA E O DATAFOLHA FAZEM ESTA MANCHETE E REPORTAGEM: LULA E MARINA LIDERAM CORRIDA PARA 2018; TUCANOS DESPECAM

O ex-presidente Lula (PT) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) lideram a corrida eleitoral para presidente da República em 2018.

Entre as opções do PSDB (o senador Aécio Neves, o governador Geraldo Alckmin e o também senador José Serra), todas têm demonstrado tendência de queda nas intenções de voto.

Segundo nova pesquisa Datafolha, em três dos quatro cenários eleitorais pesquisados, Lula e Marina estão empatados dentro da margem de erro. Em apenas um, o ex-presidente lidera.

Na comparação com a pesquisa anterior, de março, a intenção de voto em Lula cresceu em três cenários, voltando ao patamar observado em fevereiro, enquanto Marina se manteve estável em todas as simulações.

No cenário de uma disputa entre Lula, Marina e Aécio Neves, por exemplo, o petista tem 21%, a ex-senadora, 19%, e o tucano, 17%.

Entre meados de dezembro e agora, Aécio perdeu dez pontos percentuais em suas intenções de voto, enquanto Lula e Marina se mantiveram no mesmo patamar. Já Geraldo Alckmin, em um cenário alternativo, encolheu cinco pontos no mesmo período.

Na simulação com Lula, Marina e Aécio, o Datafolha também tem incluído o nome do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que aparece com 8% das intenções de voto. O percentual é o dobro do que o deputado registrava em dezembro do ano passado.

No cenário em que o senador José Serra aparece como o candidato do PSDB, Marina e Lula aparecem empatados com 22%, o dobro do tucano, que caiu 4 pontos percentuais desde fevereiro ?"quando registrava 15% de intenção de voto.

Em todos os cenários testados para 2018, o vice-presidente Michel Temer, que assumiria em caso de impeachment de Dilma Rousseff, aparece com apenas 1% ou 2%.

Em relação a um eventual governo Temer no caso de Dilma ser afastada, a pesquisa Datafolha mostra que apenas 16% acreditam que ele faria uma gestão ótima ou boa, mesmo índice do levantamento realizado em março.

REJEIÇÃO ELEITORAL

O Datafolha também mediu a rejeição eleitoral dos candidatos. Assim como nos últimos levantamentos, o ex-presidente Lula é o mais rejeitado. Não votariam de jeito nenhum nele 53%.

Na comparação com os levantamentos anteriores, a taxa de rejeição recuou em relação à de março (era 57%); porém, segue acima da fevereiro (49%).

Na sequência vêm Aécio e Temer, com taxas de rejeição em crescimento.

Não votariam no tucano 33% (eram 23% em fevereiro e 32% em março) e no atual vice-presidente, 27% (eram 21%, em fevereiro, e 23%, em março). A rejeição de Marina é de 20% (em março e em fevereiro, era de 15%).

MANIFESTAÇÕES

Dois terços dos brasileiros (66%) são a favor das manifestações pró-impeachment da presidente Dilma, enquanto há uma divisão em relação aos movimentos contra o afastamento: 45% são favoráveis a eles, e 47%, contrários.

O Datafolha também quis saber dos brasileiros se eles já tiveram alguma discussão, com amigos ou parentes, por causa do atual momento político.

Três em cada quatro (74%) disseram que não. As discussões são mais comuns entre os que têm entre 16 a 34 anos (32%) e os mais instruídos (42%). Para 95%, elas não levaram a rompimento de relações.
Herculano
09/04/2016 18:56
O RETRATO DA VERGONHA, DO DESGOVERNO, DE QUEM QUER DAR AUTENTICIDADE À ENGANAÇÃO ENTRE OS MESMOS LARÁPIOS DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS. CAPA DA REVISTA VEJA QUE ESTÁ NAS BANCAS. GOVERNO DILMA ESTÁ FECHANDO PARA BALANÇO.ÚLTIMAS BOQUINHAS. CORRA!

Para evitar sua liquidação do governo, presidente faz uma liquidação de cargos e abre uma estupenda queima de estoque, oferecendo posições ao baixo clero da Câmara

Texto de Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Daniel Pereira com Ulisses Campbell. Quando era candidata à reeleição, Dilma Rousseff disse que poderia "fazer o diabo" para vencer a sucessão presidencial. Disse e fez, arruinando as finanças do país. Agora, com o mandato ameaçado, ela recorre outra vez ao tinhoso - o tinhoso do fisiologismo, aquele que mercadeja emendas e cargos em ministérios e estatais por um punhado de votos, ou um único voto. Para escapar do impeachment, a faxineira ética de outrora passou a assediar congressistas dispostos a colocar seu "sim" ou "não" no mercado. O baixo clero, formado pelos políticos mais inexpressivos do Congresso, está, naturalmente, em festa. É o caso do deputado José Maria Macedo Júnior, do PP do Ceará.

Macedão, como é conhecido, é dono de uma empresa que fornece canos e tubulações para obras federais, inclusive para a transposição do Rio São Francisco, que lhe rendeu 50 milhões de reais em 2015. Apesar de exercer seu primeiro mandato na Câmara, ele foi alçado, na semana passada, à gloriosa condição de responsável pela indicação do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que tem orçamento anual de mais de 1 bilhão de reais e cujos projetos atiçam a cobiça da firma... da firma... do próprio Macedão!

É isso: em troca de um único voto, o governo colocou o deputado-empresário nos dois lados do balcão de negócios. Deu resultado. Macedão, antes indeciso, agora fechou contra o impeachment. Com o desembarque do PMDB do consórcio governista, Dilma e o ex-pre­si­den­te Lula passaram a cortejar partidos de médio e pequeno portes e oferecer as benesses do poder aos integrantes do baixo clero, que se preocupam menos com a opinião pública e, por isso, têm mais facilidade para mudar de lado, principalmente quando convidados a participar do rateio de um butim suculento. Calouro na Câmara, o deputado Francisco Chapadinha, do PTN, foi convidado a indicar o novo superintendente do Incra em Santarém, na região oeste do Pará, sua base eleitoral. De pronto, aceitou a proposta. De pronto, trocou a condição de indeciso e passou a entoar o coro "Não vai ter golpe".

De pronto, justificou-se a um colega: "Nunca ganhei nada. Agora que me ofereceram, não posso deixar de aceitar". O esforço contra o impeachment conta com a ajuda de governadores amigos, que acertam com os deputados de seus respectivos estados a parte de cada um no queimão do governo.
Herculano
09/04/2016 18:32
DILMA DESCOBRE O CULPADO PELA CRISE QUE DEVASTA O BRASIL: É O VIZINHO DE OLHO GORDO, por Augusto Nunes, de Veja

Para provar que o governo fez tudo certo, e portanto nada tem a ver com a maior crise econômica do Brasil republicano, Dilma Rousseff precisa encontrar o culpado pelo naufrágio. Entre o dia da posse e a semana passada, Dilma incluiu na lista de acusados a mudança de rumo da China, FHC, a redução da receita proporcionada pela exportação de commodities, a seca do Nordeste, a queda do preço do barril de petróleo, o Tribunal de Contas da União, a oposição que teima em disputar o terceiro turno e a Operação Lava Jato.

Esses suspeitos já podem dormir sem sobressaltos. Nesta sexta-feira, Dilma enfim identificou o responsável pelos estragos monumentais: é o vizinho de olho gordo. A desoberta foi anunciado na zona oeste do Rio, no comício de inauguração de dois condomínios do Minha Casa, Minha Vida. Um se chama Mikonos. O outro, Santorini. Fora o nome, ambos têm tanto a ver com ilhas gregas quanto o neurônio solitário com o mundo real. Confira a transcrição do palavrório em dilmês castiço:

"É importante? qui as pessoas? algumas pessoas têm de pará de torcê pro quanto pior, melhor. Que qui é torcê pro quanto pior, melhor? É aquele vizinho da gente que sempre bota olho gordo e qué qui as coisas não dêem certo. (Aplausos). Vocês conhecem gente assim. (Salva de palmas) . São pessoas qui querem? qui querem? querem pescar em águas turvas. Que qui é pescar em águas turvas? Se piorá, as pessoas acham que pode facilitá a vida delas, e chegá ao poder não através do voto, mas através de um golpe".

Quer dizer: o desemprego em expansão, a inflação, a recessão que já dura três anos, o desmonte da Petrobras, a irresponsabilidade fiscal, as pedaladas criminosas, o virus zika, o triunfo da mosquita, a debandada da base governista, as maiores manifestações de protesto da história do Brasil, a tragédia de Mariana, o recorde mundial de corrupção estabelecido pelo Petrolão, a assombrosa taxa de impopularidade, as bandalheiras imobiliárias de Lula, a compra de parlamentares, o impeachment iminente, aquele 7 a 1 contra a Alemanha, fora o resto ?" nada disso teria acontecido se não existisse gente que torce pelo fracasso de quem reside na casa ao lado.

A tese do olho gordo talvez merecesse dois segundos de reflexão se Dilma não morasse no Palácio da Alvorada. Faz mais de cinco anos que não tem vizinho. sem alguém que torça contra por perto, chefia o pior governo de todos os tempos.
Herculano
09/04/2016 08:54
IDA DO MINISTRO DA FAZENDA AO STF MOSTRA PREOCUPAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL COM A TESE DE SC, por Upiara Boschi, no Bloco de Notas, do Diário Catarinense, Florianópolis.

A importância da vitória que o governo de Santa Catarina conquistou quinta-feira no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação que questiona os juros da dívida com a União pode ser medida pela reação do governo federal. Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, estava à postos na corte para uma reunião com Ricardo Lewandowski, presidente do STF.

Barbosa levou ao ministro as preocupações do governo federal em relação à Tese de Santa Catarina e o alardeado rombo de R$ 311 bilhões que o recálculo da dívida sem os juros sobre juros teria se aplicado os demais Estados devedores. Foi pedir urgência numa decisão definitiva, certamente pelo temor de uma avalanche de mandados de segurança semelhantes ao patrocinado pelo governador Raimundo Colombo (PSD) e que resultou em uma liminar que impede punições da União ao Estado pela aplicação de sua interpretação da lei de 2014 que fixou os critérios da troca de índice de correção da dívida.

O curioso é que Barbosa fez a defesa do juro composto, utilizando inclusive comparações simplórias como a da família que não poderia chegar a um credor e dizer que pagaria apenas os juros simples de sua dívida.

A argumentação é frágil porque Santa Catarina não questiona o uso de juros compostos do contrato firmado em 1998. O que o Estado alega é que a lei de 2014 permitiu o recálculo da dívida pela "variação atualizada da taxa Selic" e que isso significa juros simples.

Pode ser que naquele ano a Fazenda tenha feito uma barbeiragem na hora de escrever o texto da lei? Pode ser. Mas o que os Estados tem a ver com isso?
Herculano
09/04/2016 08:47
A MORAL CANALHA DO PT

Os nossos são corruptos e roubam, mas devem ser perdoados e continuar na sina bandida contra os pesados impostos do povo brasileiros.

Eles, os adversários, são corruptos e roubam (muito menos, é claro), mas devem ser condenados, banidos e se possível, eliminados para não nos incomodar e os que sobrarem, ficarem marcados, medrados, calados conformados para que possamos continuar livres na corrupção, ladroagem e bandidagem contra todos e eternamente. Wake up, Brazil!
Herculano
09/04/2016 08:36
DEBANDADA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

O PT tenta apresentar-se como perseguido político. A enxurrada de escândalos, denúncias, investigações e condenações envolvendo próceres petistas seria resultado de uma sórdida campanha levada a cabo pelos inconformados com a revolução social promovida por Luiz Inácio Lula da Silva desde sua posse na Presidência da República em 2003. Tal versão, no entanto, não tem qualquer suporte nos fatos. A realidade é bem mais caseira ?" simplesmente o partido começa a sentir as consequências de seus atos imorais e ilegais, que vão sendo revelados à medida que avançam as investigações da Operação Lava Jato. Num Estado Democrático de Direito, andar fora da lei tem seu preço ?" jurídico e político.

O discurso de vítima do PT fica completamente desmascarado diante da vergonha dos próprios petistas com a legenda utilizada largamente por seus dirigentes em benefício pessoal. Se fosse verdade a existência de uma campanha de perseguição, a natural reação de seus membros seria de orgulho e defesa da causa petista. Não é isso, porém, o que se vê. Os políticos petistas estão em debandada. Conforme noticiou o Estado, de meados do ano passado até o dia 2 de abril ?" fim do prazo legal para mudança partidária ?", um terço dos prefeitos eleitos pelo PT no Estado de São Paulo deixou o partido. Nas eleições municipais passadas, o PT elegeu 72 prefeitos. Desse total, 24 já abandonaram a legenda.

Essa debandada não se deve a nenhum tipo de perseguição política. Sai quem se envergonha de um partido que renegou a ética na política, no discurso e na prática. Como ficou evidente aos olhos dos brasileiros ?" especialmente com as investigações da Operação Lava Jato, mostrando que o mensalão era coisa pequena diante do petrolão ?", o partido de Lula não apenas se lambuzou com antigas práticas de corrupção, mas promoveu verdadeira revolução na arte de apropriar-se do público em prol do interesse particular ?" partidário e pessoal. Obviamente, além das complicações judiciais, esse modus operandi tem um alto preço político.

A doença petista não atingiu apenas prefeitos. O partido também perdeu 28% dos vereadores que tinha no Estado de São Paulo. Entre os 186 vereadores que saíram da legenda, havia nomes de destaque, que as lideranças partidárias esperavam ver como candidatos do PT na disputa por importantes prefeituras. Significativo desfalque deu-se em Carapicuíba, cidade com mais de 270 mil eleitores e governada há oito anos pelo PT. O atual presidente da Câmara de Vereadores, Abraão Junior, trocou o PT pelo PSDB, legenda pela qual pretende disputar as eleições de outubro para prefeito.
Herculano
09/04/2016 08:35
DEBANDADA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Boa parte dos prefeitos que abandonaram o PT governa pequenas ou médias cidades no Estado. Há, porém, exceções. Por exemplo, o prefeito Jorge Lapas, de Osasco ?" quinto maior colégio eleitoral de São Paulo, com 548 mil eleitores ?", trocou a legenda petista pelo PDT. Na carta escrita para explicar sua desfiliação do partido, Lapas menciona o "momento delicado pelo qual o PT está passando no cenário nacional", além da "desunião e fragilidade resultantes da disputa interna" no partido. É uma maneira até elegante de se referir aos problemas que, com suas práticas, o partido criou para si mesmo.

As razões para a debandada de políticos petistas não são segredo para ninguém. Os escândalos nos quais o PT e algumas de suas principais lideranças estão envolvidos representam um enorme peso político. Conforme noticiou o Estado, pesquisas internas do próprio PT indicam que a associação dos nomes dos pré-candidatos com a legenda tem o efeito de âncora no eleitorado. Até mesmo prefeitos petistas com boa avaliação de suas administrações são puxados para baixo nas intenções de voto quando associados ao PT. O efeito é ainda maior nas grandes e médias cidades. Trata-se de um evidente sinal de maturidade do eleitorado. Não vale mais o "rouba mas faz". O eleitorado quer outro tipo de política e, portanto, quer outro tipo de partido.

Para o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), "muitos prefeitos superestimaram a crise e não esperaram sua superação. Fizeram uma leitura precipitada". Parece ser o oposto. A real avaliação sobre o PT é que veio tarde.
Herculano
09/04/2016 08:33
DELAÇÃO FATAL, por Ruth Aquino, para a revista Época

Parte 1

O que Otávio Azevedo falou é motivo para a saída de um presidente em qualquer democracia

Algum petista precisa convencer a presidente Dilma Rousseff a apoiar os trabalhos da Câmara nos fins de semana, sábados, domingos e feriados, para acelerar a votação do processo de impeachment. Dilma, apresse tudo por seu próprio bem.

Porque, a cada semana, a cada depoimento que ganha a luz do dia, sua permanência no Palácio do Planalto fica mais insustentável. Não tem encanador no mundo que dê jeito nos vazamentos desse esgoto de propinas. No seriado "Executivos contra o Executivo", o conteúdo das denúncias é assombroso.

Vamos esquecer que este é um mau governo ?" uma constatação de eleitores de todas as classes sociais e todos os matizes ideológicos. Dilma jogou o Brasil numa crise sem tamanho. Um Brasil que ficou tão menor sob sua incompetência e irresponsabilidade fiscal. Um Brasil que só aumenta os gastos públicos, mete a mão na arrecadação de impostos e condena a população à inadimplência.

Vamos esquecer sua falta de liderança, atestada por políticos de todos os partidos, entre eles o PT. Vamos esquecer a alta da inflação e do desemprego. Vamos esquecer que, ainda hoje, com o país no abismo, Dilma negocia, em troca de votos de qualquer picareta, as Pastas de Educação e Saúde, como se fossem legumes na xepa ou moedas de cara ou coroa ?" só para se manter no poder. E que se dane o povo nas filas de escolas e hospitais, refém de epidemias graves e indicadores educacionais vergonhosos.

Vamos esquecer as pedaladas fiscais, manobras que sempre existiram, mas que dispararam com Dilma e chegaram a R$ 72 bilhões ?" pedaladas para financiar projetos do governo, pintar de rosa a realidade e ganhar a reeleição com base em grossas mentiras. Esses bilhões foram ressarcidos aos bancos públicos no último dia útil de 2015, com o governo já acossado por denúncias de ilegalidade.

Vamos esquecer as delações anteriores, de seu ex-líder na Câmara Delcídio do Amaral ou de operadores e presidentes de empresas, todos admitindo participar de uma rede de obras superfaturadas e do movimento de fortunas para beneficiar seu governo. Vamos esquecer até as críticas de Lula a seu estilo autoritário, Dilma, com socos na mesa e palavrões. Um estilo agora substituído por um sorrisinho debochado com chiclete e por comícios seletivos no Palácio do Planalto, com claque garantida.

Vamos esquecer o caos e nos ater à última delação, de Otávio Azevedo, ex-presidente da segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez. O executivo diz ter pago, com outras construtoras, R$ 150 milhões em propinas disfarçadas de doações eleitorais para o PT e o PMDB, repartidos igualmente, para ganhar o contrato da usina de Belo Monte.
Herculano
09/04/2016 08:33
DELAÇÃO FATAL, por Ruth Aquino, para a revista Época

Parte 2

Quem ganhou a "concorrência" acabou sendo o amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, com um consórcio de empresas formado às pressas. A amiga de Dilma, Erenice Guerra, calou as queixas de Otávio Azevedo, prometendo a ele que Bumlai contrataria a Andrade Gutierrez para executar a obra. E assim foi. Se não me engano, isso se chama "quadrilha".

O executivo Otávio Azevedo também declarou ter sido intimado pelo tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 e atual ministro da Secretaria da Comunicação Social, Edinho Silva, a doar dinheiro para a reeleição da presidente. Otávio argumentou que já tinha pago a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, hoje preso na Lava Jato. E que não poderia fazer a mesma doação novamente. As partes teriam então chegado a um acordo de doação de R$ 20 milhões. Doação registrada legalmente, mas que, segundo Otávio Azevedo, seria originária de propina de obras superfaturadas da Petrobras e obras das usinas de Angra 3 e Belo Monte, além do Complexo Petroquímico do Rio, o Comperj.

A delação de Otávio Azevedo não livra a cara do PMDB nem do PSDB, cujo candidato à Presidência, Aécio Neves, também recebeu doações da empreiteira. Segundo o depoimento, em 2009, R$ 600 mil em dinheiro vivo foram entregues ao ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do PMDB. A delação também envolve o economista Delfim Netto, que teria recebido, segundo executivos da empreiteira, R$ 15 milhões de propina em 2010.

Caso essa delação seja verdadeira, o que Otávio Azevedo falou é, por si só, motivo para a saída de um presidente ou de um primeiro-ministro em qualquer democracia civilizada. Causa espanto que Dilma se indigne não contra o conteúdo da delação, mas contra "os vazamentos seletivos" que favorecem "o golpe". Causa espanto que o Partido dos Trabalhadores refute a última delação não em tom de revolta contra invenções absurdas, mas contra o que o PT chamou de "ilações". Fraco.

Todos os acusados negam malfeitos. Mas não acreditamos mais. Precisamos passar o Brasil a limpo. E isso significa punir todos os bandidos, a torto e a direito, sem apegos a siglas, mas aos fatos
Herculano
09/04/2016 08:28
DIÁLOGO IMPOSSÍVEL, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A presidente Dilma, cada vez mais acuada pelos fatos, é uma guerrilheira da retórica quando está em comícios fechados com sua claque, e uma estadista quando em cerimônias públicas. No palanque, especialmente no Planalto, que transformou em seu escritório eleitoral, onde apenas petistas e assemelhados são permitidos, Dilma, além da confusão verbal que lhe é característica, chama de golpistas os adversários políticos e abusa da luta política para tentar marcar a narrativa que sustenta hoje o PT.

A de que o partido está sendo perseguido por ser o defensor do povo, e que o pedido de impeachment é um golpe parlamentar. Como se a elite perversa quisesse reverter as conquistas alcançadas pelos governos petistas nos últimos 14 anos.

Vive ainda no passado recente, quando o mundo crescia a tal ponto que todos os países emergentes melhoraram a distribuição de renda e retiraram da pobreza milhões de pessoas. Finge que não sabe que esse passado já não existe mais, e que, se insistir em permanecer à frente do governo, o país acabará revertendo ao que era há uma década, o que já acontece em muitos setores, especialmente na renda média do brasileiro.

Nas raras aparições públicas em que são mínimas as possibilidades de ser vaiada, a presidente lança apelos ao entendimento, como fez ao discursar na inauguração do Estádio Aquático Olímpico, no Rio, ontem. Disse a presidente: "Acho que um clima de quanto pior, melhor não interessa ao país, não interessa à necessária estabilidade econômica e política do país. Se nós somos capazes de fazer uma Olimpíada, se somos capazes de fazer uma paraolimpíada, somos capazes de fazer também o nosso país voltar a crescer. Para isso, um elemento é fundamental - o elemento da convergência, o elemento do diálogo e o elemento da parceria".

A mesma presidente prepotente que, no auge de uma popularidade artificial, desdenhava dos adversários e não raras vezes tratava-os como se fossem seres que viviam em outro planeta, agora vem estender a mão para um diálogo impossível.

O mesmo acontece com o ex-presidente Lula, a quem se atribui a ideia de fazer uma nova Carta ao Povo Brasileiro caso a presidente consiga superar o impeachment, e ele se transforme em chefe da Casa Civil.

Em 2002, na campanha que o levou ao Planalto, Lula aceitou escrever um compromisso formal de que manteria a política econômica que seu antecessor, Fernando Henrique, implantara com o Plano Real.

Precisava acalmar o mercado financeiro, garantindo que não daria um cavalo de pau na economia, como, aliás, não fez até meados do seu segundo mandato. Agora, diante das dificuldades de Dilma, Lula pretende que sua sucessora repita o gesto, para tentar ganhar apoios para reverter a crise econômica.

Mas há obstáculos intransponíveis à repetição como farsa dessa estratégia. Começando pela confissão do próprio Lula, em 2014, de que se arrependeu de ter feito a Carta ao Povo Brasileiro. Isso porque, a partir da crise de 2008/2009, ele encontrou uma desculpa para adotar o projeto econômico petista, que acabou nessa crise histórica em que estamos envoltos, com o maior período de recessão da República.

A nova matriz econômica, depois de um crescimento de 7,5% em 2010 que permitiu a Lula eleger Dilma como sua sucessora - e, sabe-se hoje, já financiado pela corrupção da Petrobras -, levou o país à breca quando a fome de Dilma por políticas heterodoxas encontrou-se com a vontade de comer do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Como acreditar que a presidente Dilma quer o diálogo se, além da incapacidade de ouvir o outro, ela não abre mão de suas convicções econômicas que nos levaram aonde estamos? Como acreditar que Lula, arrependido da primeira carta, será o fiador da segunda? Além do mais, já se foi o tempo em que as visões de PT e PSDB tinham alguma semelhança que permitiriam aproximação política efetiva. Hoje, esses pontos em comum, mesmo existentes - como, por exemplo, na rede de apoio social iniciada no governo Fernando Henrique -, já não servem de apoio a trabalho conjunto, pois a luta política se exacerbou tanto que mesmo falando a mesma língua os dois já não se entendem.

Some-se a isso a circunstância de que o PT está envolvido em uma prática política corrupta que vem sendo desvendada pela Lava-Jato, não há espaço para uma aproximação antes de saber quem vai sobrar para fazer o suposto acordo político.
Herculano
09/04/2016 08:27
FEIRA DE CORRUPÇÃO, senador Ronaldo Caiado, DEM-GO, para o jornal Folha de S. Paulo

O ambiente pré-impeachment, que transformou a praça dos Três Poderes em balcão de negócios, evoca frase lapidar do falecido humorista Barão de Itararé (que, a propósito, era comunista): "O homem que se vende vale sempre menos do que recebe".

Mas não se trata apenas do aspecto moral. Mesmo sob o ângulo estritamente utilitário, que impulsiona carreiristas e oportunistas, a oferta é uma cilada. A presidente Dilma oferece cargos aos deputados que se dispuserem a votar contra o impeachment. Mas o que significa aceitá-los diante de um governo em ruínas, reprovado, segundo o Ibope, por 90% da população e submetido aos rigores de uma investigação policial implacável, que já acumula dezenas de gravíssimas denúncias? E não é só: um governo que não sabe o que fazer com a crise que ele mesmo criou e que se agrava dia a dia.

É o mesmo que comprar lotes na lua. E este é um dos aspectos mais bizarros que este momento oferece ao olhar da nação: a vaidade e a ambição contrapondo-se à razão, ao bom senso e à ética. Além de burrice, é jogar contra os interesses do país. O governo é, hoje, um mercador de nuvens: oferece uma mercadoria que não tem, pelo trivial motivo de que ele próprio já não existe. É uma ilusão.

Faliu financeira, moral e politicamente. A nação, por isso mesmo, não o quer. O máximo que pode oferecer aos seus futuros ministros é o usufruto de um carro executivo preto, um chofer e um punhado de assessores tão perdidos quanto ele próprio; gente que afaga o ego com um título vazio que, em vez de status, impõe um estigma, o fim precoce e inapelável de uma carreira equivocada.

Não se governa de costas para a nação. O governo Dilma luta para ficar, mas nada justifica que o faça, já que não tem projeto para o país. O seu projeto é ficar. A Operação Lava Jato revela, a cada dia com mais detalhes, a sequência sórdida de delitos que praticou para reeleger-se e conservar-se no poder.

Conseguiu, mas à custa de prejuízos que, apenas parcialmente contabilizados, levaram o jornal "The New York Times" a considerar o petrolão "o maior escândalo financeiro da história da humanidade". De fato. A título de comparação, o escândalo da Fifa, que abalou o mundo, contabiliza US$ 150 milhões.

O petrolão, até aqui, contabiliza R$ 42 bilhões. A ex-presidente da Petrobras Graça Foster contabilizou R$ 88,8 bilhões. Somente um gerente da Petrobras, Pedro Barusco, devolveu US$ 100 milhões. O escândalo da Fifa, portanto, equivale a um Barusco e meio. E estamos falando de uma única estatal. Há outras caixas-pretas ainda por abrir: Eletrobras, fundos de pensão, BNDES, Dnit, Banco do Brasil, Caixa Econômica.

Sabemos por diversas delações premiadas ?"e nesta semana foi a da diretoria da Andrade Gutierrez?" que essa dinheirama, além de fornir a conta de governistas e empreiteiros, financiou a reeleição de Lula e as duas de Dilma. Para quê? Criar um desgoverno corrupto.

O Tribunal de Contas da União acaba de revelar outro escândalo, desta feita relativo à reforma agrária. Identificou mais de 578 mil beneficiários irregulares. O rombo, segundo o TCU, é de R$ 2,5 bilhões, decorrente de créditos e benefícios atrelados à previsão de 120 mil assentados entre 2016 e 2019. Mais um.

Enquanto isso, milícias governistas, sob o olhar cúmplice da presidente, ocupam o Palácio do Planalto e ameaçam invadir fazendas, gabinetes e residências de parlamentares adversários. Não são sem-terra; são sem-lei, criminosos.

É esse ambiente devastado a moeda oferecida em troca de votos contra o impeachment. Não funcionará. A pressão popular há de triunfar
Herculano
09/04/2016 08:04
E AGORA, FOLHA?, por Demétrio Magnoli, geógrafo sociólogo para o jornal Folha de S.Paulo

Domingo passado, Dilma Rousseff saboreou um inesperado triunfo, servido no editorial de primeira página da Folha ("Nem Dilma nem Temer", 3/4/16). Repetindo o que tantos pediram, sem sucesso, ao longo do último ano, o maior jornal do país envia uma mensagem decepcionante: o destino de uma presidente "que perdeu as condições de governar" deve depender, exclusivamente, da vontade dela mesma. "Eu jamais renunciarei", retrucou a presidente, de bate-pronto. O tempo passou na janela, e só a Folha não viu.

As críticas do editorial à solução do impeachment oscilam pendularmente entre os registros da política e do direito. As "pedaladas fiscais", razão jurídica perfeita para o impedimento, não preenchem o requisito político "numa cultura orçamentária ainda permissiva". Os múltiplos "indícios de má conduta", razão política irrefutável para a deposição constitucional, não preenchem o requisito jurídico pois "falta comprovação cabal". A equação argumentativa da Folha foi formulada por um matemático decidido de antemão a rejeitar a alternativa do impeachment.

A raiz da posição do jornal encontra-se sorrateiramente explicitada em outro lugar: o impeachment deixaria "um rastro de ressentimento", pois "mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva". Tradução: a maioria da sociedade deve ceder à chantagem minoritária do "povo organizado", aceitando um "novo normal" formado por violações jurídicas de baixo impacto político e crimes políticos ainda carentes de veredito jurídico. Mas, como é deselegante dizer isso, o editorial maquia suas manchas com o corretivo cremoso da inócua solicitação de renúncia ao mandato presidencial.

O tempo passou na janela. Antes das delações de Delcídio do Amaral e da Andrade Gutierrez, e antes da nomeação de Lula à Casa Civil, havia bons motivos para questionar o impeachment. Hoje, porém, à luz do dia, o Planalto comete sucessivos crimes de responsabilidade. Nas palavras do próprio editorial, "a administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça". Mas, estranhamente, a Folha descarta no nono parágrafo os crimes políticos que aponta no quinto. Na sequência, opera um salto argumentativo arbitrário, oferecendo a saída da dupla renúncia da presidente e do vice.

Temer não está engajado em operações de obstrução da Justiça. Mas, segundo a lógica sofística do editorial, o vice ocupa lugar idêntico ao da presidente, pois "tampouco dispõe de apoio suficiente na sociedade". Da imputação decorreria o imperativo da renúncia simultânea de ambos, abrindo caminho para novas eleições presidenciais. Mas, apesar das virtuosas intenções declaradas, o apelo do jornal apenas oferece um pretexto farisaico aos deputados que, por motivos pecuniários ou ideológicos, ensaiam perfilar com o Planalto na votação do impeachment. Afinal, por que trocar seis por meia dúzia?

Todo o poder ao povo! A solução imaginada pelo editorial produziria um governo calçado na legitimidade eleitoral, não uma transferência de comando para o sócio menor da coalizão que nos conduziu a uma tripla crise, econômica, política e ética. Contudo, o caminho até a antecipação de eleições presidenciais não passa pelo atalho utópico da dupla renúncia, pois Dilma "jamais" renunciará. Igualmente, não passa pelo longo contorno do TSE e do STF, pois a cassação da chapa Dilma/Temer depende de julgamentos que só se concluiriam em 2017, gerando eleições indiretas.

Se o jornal quer mesmo que o povo decida, tem o dever de apoiar o impeachment ?"para, em seguida, solicitar a renúncia de Temer. A única alternativa é o túnel da anomia: Dilma até 2017, sucedida por um presidente escolhido pelo Congresso. E agora, Folha?
Herculano
09/04/2016 07:57
UMA MARCA DO PT, O DEMOCRÁTICO

Do jornal Folha de S. Paulo ao relator do impeachment Jovair Arantes, PTB-GO: o senhor acha que a presidente está ou se sente acima da lei?

Pelo menos ela demonstrou que se sente, ela e toda sua equipe se apresentam dessa forma à sociedade. Eles não demonstraram pudor ou medo, continuaram fazendo, cometendo as pedaladas e os crimes de responsabilidade. O que eu afirmei muito no meu relatório foi a questão de usurpar a questão do Poder Legislativo. E é esse o termo.
Herculano
09/04/2016 07:51
PROMETERAM 40 VOTOS DO PP, NÃO TERÃO NEM 12, por Josias de Souza

Filiado ao PP, um dos partidos que trocam cargos e verbas por votos no balcão do impeachment, o deputado gaúcho Jerônimo Goergen insinuou que Dilma Rousseff compra gato por lebre.

Favorável ao impedimento da presidente, Goergen é um dos 32 filiados do PP investigados na Lava Jato. Discursou na comissão especial da Câmara na madrugada deste sábado (9). A certa altura, discorreu sobre o comportamento que os 46 deputados federais do PP devem exibir no plenário:

"Prometeram 40 votos do PP para o governo. Eles não têm 12 para entregar. E na hora da votação tenho certeza que a totalidade da bancada virá, porque basta andar nas ruas e ter sensibilidade?"

Quem negocia com o governo em nome do PP é o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI). Se o deputado Goergen estiver certo, o interlocutor do Planalto corre o risco de ser desligado da tomada pela sua bancada na Câmara.
Herculano
09/04/2016 07:41
COLLOR ESTAVA MAIS ISOLADO DO QUE DILMA, QUE CONTA COM MILITANTES, por Luiz Francisco Carvalho Filho, no jornal Folha de S. Paulo

Interessante a busca de diferenças entre Collor e Dilma.

Em 1992, forças políticas alternativas, a começar pelo próprio PT, ainda radical e atento aos princípios da moralidade administrativa, mobilizaram setores da sociedade para afastar o presidente. A insatisfação com Dilma fez emergir uma onda poderosa de protestos, mas sem lideranças expressivas, quase espontânea, desconexa e despolitizada, os partidos a reboque.

A pessoa de Collor foi atingida por revelações pontuais como a dos jardins da Casa da Dinda ?"ainda que tenha sido absolvido depois da acusação de crime comum. Há o sentimento de que Dilma é honesta: por isso, e apesar de tudo, não mereceria o mesmo desfecho.

Os crimes de responsabilidade de Dilma, como as pedaladas fiscais e a violação de regras orçamentárias, exigem compreensão de complexidades técnicas. Os crimes de Collor tinham a lógica singela do Fiat Elba. O governo Collor acabou porque se descobriu o esquema de PC Farias. O governo Dilma desmorona diante do esquema petista. Na era Collor, a inflação assombrava. Com Dilma, a economia se esfacela.

Collor estava mais isolado, na planície e no Planalto. A tropa de choque era impotente. Dilma conta com militantes de partidos de esquerda e movimentos sociais. Ameaçados pelo futuro, têm capacidade de articular, fazer barulho e propagar a iminência de um suposto golpe. A qualquer preço, a máquina negocia votos.

A saída de Collor teve apoio da inteligência nacional. No caso de Dilma, intelectuais e artistas se dividem. Chico Buarque deixou de ser unanimidade. Hoje, para onde se olha, falta compostura.

Além do Executivo moribundo, os presidentes da Câmara e do Senado, que integram a linha sucessória, só despertam desconfiança. O Congresso Nacional é a instância de julgamento e pelo menos 58 parlamentares são réus criminais, sem contar os investigados. São partidos demais e sem representatividade. O PMDB, do vice-presidente, também é ameaçado pela Lava Jato.

O Supremo às vezes parece 11 entidades paralelas, não um colegiado. Liminares apontam para lados opostos, interferindo no processo político, ministros palpitam sobre tudo, como se fossem colunistas de jornal, gerando insegurança e especulação, em vez de estabilidade.

Se o governo federal financia pessoas e entidades que o apoiam, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) virou instrumento de propaganda de seu presidente que, por acaso, não é industrial. A OAB, como mostrou Hélio Schwartsman, não representa os advogados brasileiros.

Perigosamente dividido, moralmente destruído, o Brasil pode se converter, aos olhos do mundo, em algo parecido com um jato estacionado em canto esquecido do aeroporto, como um espantalho, ainda ostentando a marca da companhia aérea falida. Vítima de desmanche, a fuselagem consumida pelo tempo, pela ferrugem, pela poeira e pelo mato: a sensação de que aquela máquina não voará nunca mais.

Difícil dizer o que seria melhor ou pior para o país: a permanência de Dilma e sua absoluta incapacidade de governar ou o governo Temer, cercado de descrédito. Nos tempos de Collor, a dúvida não existia.
Herculano
09/04/2016 07:36
NOVAS PROVAS FIZERAM JANOT VOLTAR-SE CONTRA LULA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Novos fatos e provas recolhidos pela Lava Jato fizeram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, firmar a convicção de que Lula e Dilma protagonizaram uma trama para obstruir a Justiça e tumultuar as investigações, a fim de impedir o juiz Sérgio Moro de adotar medidas coercitivas contra o ex-presidente. As novas provas foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal por ordem do ministro Teori Zavascki.

FICA PEIXE...
A situação de Lula, o investigado, piorou tanto que ele pediu à PGR para manter seu depoimento de quinta (7) sob sigilo. Foi atendido.

RAZÃO DO SIGILO
De tão graves, as novas provas contra Lula, que incluiriam até vídeo, podem impactar na votação do impeachment de Dilma.

DILMA NA RODA
Em seu parecer, Janot sugere possível abertura de investigação contra a própria presidente Dilma, por crime de obstrução à Justiça.

SALVO-CONDUTO FAJUTO
Janot se convenceu de vez que o "termo de posse" enviado por Dilma a Lula era "salvo-conduto" contra eventual mandado do juiz Sérgio Moro.


INSEGURA NO CARGO, DILMA CANCELA VISITA À GRÉCIA
Sem saber se ainda será presidente, Dilma cancelou sua ida a Olímpia, na Grécia, para a cerimônia de "acendimento da tocha olímpica", no dia 21. O Planalto nega o cancelamento, alegando que a viagem não foi confirmada, mas esta coluna apurou que viajou para Atenas o "escalão precursor", assessores e seguranças que planejam a visita nos mínimos detalhes. Sem visita confirmada, não há escalão precursor.

BAIXOU O NÍVEL
O ministro dos Esportes, Ricardo Leyser, será o Brasil na cerimônia de Olímpia. Em diplomacia, chamam isso de "downgrade de missão".

SEM GARANTIAS
Dilma também não sabe se vai receber a tocha, que chega a Brasília no início de maio, para "tour" de 100 dias antes do início dos Jogos.

SEMÂNTICA
O cerimonial prevê que Dilma desça a rampa do Planalto e receba a tocha, mas ela resiste. No fundo, porque não sabe se estará no cargo.

NA MOITA
Apesar de apoiar o impeachment de Dilma, o relator do processo na comissão e líder do PTB, Jovair Arantes (GO), recomendou que o presidente da Conab, indicado pelo seu partido, "fique caladinho". A ideia do PTB é: "vai ver Dilma esquece e ele fica no cargo..."

STÉDILE SOB INVESTIGAÇÃO
A 5ª Câmara do Ministério Público analisará pagamentos do governo federal ao líder porralouca do MST, João Pedro Stédile. Esta coluna revelou que ele recebeu dinheiro público ao menos 24 vezes.

TIRO DE MISERIC?"RDIA
"O Janot acabou de matar o governo", afirma o deputado Danilo Fortes (PSB-CE), sobre a mudança de opinião do procurador Rodrigo Janot sobre a nomeação de Lula para a Casa Civil.

NÃO É BEM ASSIM
Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani nega que tenha oferecido apoio de 20 deputados contra o impeachment em troca de ministério. Mas não é o que afirmam pessoas próximas a ele.

NA REDE
Deputados favoráveis ao impeachment ganham apoio nas redes sociais. O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) ganhou 1000 novos seguidores por apoiar o impedimento de Dilma.

MOSTRANDO A CARA
O PT está incomodado com a ideia de divulgação de quem é contra o impeachment. Na Câmara, o líder do PT, Afonso Florence (PT), disse que divulgará os defensores do processo. Virou motivo de deboche.

OPERAÇÃO TULIPÃO
"Vamos derrotar a operação Tulipão", afirma Carlos Marun (PMDB-MS), em referência ao bunker montado no hotel Royal Tulip pelo ex-presidente Lula para comprar apoio de deputados.

LOROTA DO GOVERNO
O ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) ficou sem reação quando ruralistas mostraram dados sobre o plantio no país: só 8% das terras são usados para plantio. E Dilma não prioriza a reforma agrária.

PENSANDO BEM...
... feliz é Joaquim Levy, que escapou do navio afundando, está no bem-bom de Washington, e seu algoz e sucessor é quem vai pagar o pato.
Herculano
09/04/2016 07:25
MOSTRANDO A CARA, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

Foi instrutivo assistir à longa leitura do relatório proferido pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na Comissão Especial do impeachment na quarta (6). Ainda que se discorde das conclusões do nobre deputado, o que é o meu caso, deve-se reconhecer que ali se expressava parte significativa da população e da cultura local. O estilo do parecer entranha-se na formação desta sociedade.

Centrado sobre complicados assuntos de natureza orçamentária, o texto dava aparência de respeitabilidade técnica ao que se sabe ser apenas um jogo pesado para derrubar a presidente da República.

Como bem disse o editorial da Folha (3/4), "pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva". Justamente por isso, a retórica contábil precisava ser reforçada.

Como a permissividade é traço característico da realidade nacional, a aspiração à ordem se constitui, também, por reação, em forte característica verde-amarela. Daí haver leis que "pegam" e outras que "não pegam". Como distinguir umas da outras? Como explicar a um estrangeiro que crimes graves podem passar impunes e, simultaneamente, uma pessoa ir presa por bobagem?

Será sobre o referido pano de fundo que vai se ferir nos próximos dias confronto congressual decisivo para o futuro do país. Nele, o maior trunfo dos que desejam tirar Dilma Rousseff, o lulismo e a esquerda de cena (se possível por décadas) está em colocá-los do lado da desordem. Se forem bem-sucedidos, arrastarão consigo o fundo conservador brasileiro e o impedimento virá.

Embora não tenha sido ressaltada por Arantes, a Operação Lava Jato, e mesmo o mensalão, terá cumprido papel chave na peleja. Ao longo de agora muitos anos foi-se construindo a versão, largamente difundida, de que o PT é partido fora da lei. Isto é, agremiação que atravessou a linha vermelha da criminalidade inaceitável (pois há os desvios permitidos, de acordo com código não escrito). Votar pelo impeachment na comissão e no plenário significa endossar essa versão dos fatos.

Infelizmente, lulismo e PT cometeram erros que permitiram a construção de tal narrativa, muito danosa às perspectivas de mudança social. Por outro lado, o uso das pedaladas como pretexto do impeachment, ainda que aplique verniz à ofensiva antipopular, revela a principal fragilidade do processo em curso: não se encontrou qualquer vínculo da mandatária com a corrupção.

Seja qual for o resultado, muitas lições vão emergir das sessões em curso no Congresso Nacional. Uma das poucas vantagens das crises é trazer a verdade à tona. O Brasil poderá se observar em detalhe no espelho que o legislativo oferece ao país. Goste-se ou não, a face real vai aparecer.
Herculano
08/04/2016 21:58
DILMA AGORA QUER "DIÁLOGO, PARCERIA E CONVERGÊNCIA" PARA "VOLTAR A CRESCER", por Josias de Souza

Ao discursar na inauguração do Estádio Aquático Olímpico, no Rio de Janeiro, Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira: "Acho que um clima de quanto pior, melhor não interessa ao país, não interessa à necessária estabilidade econômica e política do país. Se nós somos capazes de fazer uma olimpíada, se somos capazes de fazer uma paralimpíada, somos capazes de fazer também o nosso país voltar a crescer. Para isso, um elemento é fundamental ?"o elemento da convergência, o elemento do diálogo e o elemento da parceria."

Sempre que não sabe muito bem o que fazer, Dilma propõe o "diálogo". Repete a estratégia às vésperas da votação do pedido de impeachment na Câmara. O problema é que, antes de dialogar com terceiros, Dilma precisa ter uma boa conversa com o espelho. Sua imagem refletida talvez lhe informe que sua credibilidade evaporou.

Em outubro de 2014, logo que foi confirmada sua vitória sobre o rival Aécio Neves por pouco mais de 3 milhões de votos, Dilma disse o seguinte no discurso da vitória: "Essa presidente está disposta ao diálogo, e esse é meu primeiro compromisso no segundo mandato: o diálogo. [?] O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil." A energia virou vapor.

Em dezembro de 2014, ao receber no Tribunal Superior Eleitoral o diploma de presidente reeleita, Dilma soou específica: "Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de governo." Ela avisou: "Vou convidar todos os Poderes da República e todas as forças vivas da sociedade para elaborarmos, juntos, uma série de medidas e compromissos duradouros." Era lero-lero.

Hoje, Dilma chama os opositores de "golpistas" e reclama dos "vazamentos seletivos" dos bueiros estourados pela Lava Jato. Sua estridência aumenta à medida que os investigadores se aproximam da caixa registradora de sua campanha à reeleição.

Quanto à capacidade de o país retomar o crescimento, a maioria dos brasileiros informa nas pesquisas que é incapaz de enxergar a competência de Dilma. E a presidente é incapaz de demonstrá-la.

Num ambiente assim, Dilma arrisca-se a passar à história como inventora de um tipo inusitado de diálogo. O diálogo de mão única.
DALE DANIEL BOSI DO PSD
08/04/2016 21:34
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Cadê o Almir Ilhota? Cadê o Papa Cabeça de bagre? Cadê o Herculano? O gato comeu a língua? Ficaram mudos? Estão sem palavras? O que houve? O povo de Ilhota quer saber! Kkkkkkkkkkkkkkk Vocês são umas piadas mesmo! Depois de eu mostrar o quanto o Almir Ilhota é mentiroso, mentindo sobre salários e sobre diárias o mesmo ficou sem palavras! Viu que DANIEL BOSI DO PSD melhorou E MUITO o salário dos servidores! Daniel Bosi o Melhor PREFEITO!
O que houve com a CPP da Câmara de Vereadores de Ilhota? Caíram do Cavalo? O prefeito não ia ser cassado? Por que não tem nada sobre essa CPP aqui? Vocês estavam falando sobre isso o tempo todo, queremos saber o despacho disso!
Ainda temos um pingo de esperança que essa coluna é imparcial, que não é comprada pelo PMDB, então queremos saber, o povo quer saber Kkkkkkkk
O que houve Herculano, o teu informante não deu as caras? ILHOTA ESTA EM CHAMAS Kkkkkkkkk
O CHORO É LIVREEEEEEEE, DO OUTRO LADO É DESESPERO DO OUTRO LADO É DESESPERO KKKKKKKK
DALE DANIEL BOSI DO PSD
Ana Amélia que não é Lemos
08/04/2016 20:28
Sr. Herculano:

Populismo Contra A Vida III

"O inspetor Lóes disse que o poder público municipal possui parcela ponderável de culpa nos desastres da BR470".

E o inspetor Lóes não sabe que o PT adora levar morte nas costas?
Herculano
08/04/2016 19:41
PT RESPONDE À DELAÇÃO DA ANDRADE GUTIERREZ COM UMA MENTIRA E UMA PERGUNTA ASNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Questão proposta pelo PT não tem resposta boa porque a pergunta é fraudulenta: coisa de gente que se especializa em enganar os outros

Ao responder à parte do que vazou da delação premiada da Andrade Gutierrez, o PT recorreu 1) à mentira e 2) à lógica asinina.

O fato: segundo o que a empreiteira revelou à força-tarefa da Lava Jato, parte das doações legais feitas ao PT em 2010, 2012 e 2014 - incluindo, muito especialmente, as campanhas de Dilma - teve origem em propinas oriundas das obras de Belo Monte, Angra 3 e Complexo Petroquímico do Rio. Estádios da Copa também entraram na lambança.

Com a habitual riqueza argumentativa, o PT afirmou e interrogou:
1) a Andrade Gutierrez doou mais ao PSDB do que o PT;
2) por que não se desconfia também das doações aos tucanos?

Já dei resposta à interrogação: se houver algo a investigar sobre as doações aos tucanos, que se investigue. Agora, suspeitar que pudessem cobrar propina por obras da Petrobras, Angra 3, complexo petroquímico ou estádios é coisa mesmo de asnos metidos a cavalos de raça. Afinal, a turma do PSDB não tinha como interferir em tais obras, certo?

Agora, a mentira. Reportagem da Folha evidencia que é mentira que a empreiteira tenha doado mais ao PSDB do que ao PT. Transcrevo trecho:
"Dados do TSE mostram que, juntas, as contas da direção nacional do PT e da candidatura de Dilma na campanha de 2014 receberam R$ 34,6 milhões da Andrade Gutierrez, ante R$ 25,9 milhões dos recursos recebidos pelo comando do PSDB e da campanha de Aécio Neves.

Desses R$ 34,6 milhões, R$ 20 milhões foram repassados pela empreiteira diretamente para a campanha à reeleição da presidente. Além disso, a direção nacional ainda transferiu R$ 1 milhão que recebeu da Andrade, somando, no total R$ 21 milhões da empreiteira na conta da campanha da candidatura de Dilma.

Não houve repasse, segundo registros do TSE, especificamente pela empreiteira à campanha de Aécio. Dos R$ 25,9 milhões entregues ao Diretório Nacional tucano, R$ 19 milhões foram para o comitê da campanha presidencial, que então passou R$ 10,2 milhões para a conta criada só para a candidatura e destinou o resto a outras campanhas da legenda.

A candidatura de Aécio recebeu, além dos R$ 10,2 milhões, ainda R$ 2,5 milhões da direção do partido referentes à doação da Andrade, somando R$ 12,7 milhões recebidos da empreiteira."
(?)

Retomo e concluo
Como se nota, o PT responde à delação da Andrade Gutierrez como uma mentira que conduz a uma questão que não tem resposta boa porque a pergunta já é fraudulenta.

É a cara deles. É a moral deles.
Herculano
08/04/2016 19:10
"MAIS PENOSO DO QUE INTERROMPER MANDATO É PAÍS SE ESFACELAR", DIZ O EX-PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, QUE IMPLANTOU O PLANO REAL, CRIOU A ESTABILIDADE ECON?"MICA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL JOGADOS NO LIXO PELO PT, AO SINALIZAR QUE O PSDB FECHOU DEFINITIVAMENTE PELO IMPEACHMENT

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thais Arbex. Depois de participar do encontro no Palácio dos Bandeirantes, em que as lideranças do PSDB fecharam questão em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff e discutiram o respaldo do partido ao possível governo Michel Temer, hoje vice-presidente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que "mais penoso" do que interromper o mandato da petista é "ver o país se esfacelar".

"Chegou a hora de dar um basta nisso tudo. Não dá mais para ter dúvidas, por mais penoso que seja interromper um mandato, mais penoso é ver o Brasil se esfacelar", disse o ex-presidente aos jornalistas.

FHC afirmou ainda que o atual governo não tem mais capacidade de se recompor. De acordo com ele, a presidente Dilma teve "muitas oportunidades" para reconstruir sua gestão, mas ela não as aproveitou.

Por isso, defendeu o ex-presidente, "está na hora de apoiar o impeachment" e, em seguida, numa referência à possibilidade de o PSDB voltar a governar o país, "pensar na possibilidade real de recuperação da nossa trajetória".

O tucano disse ainda que "se quebrou a confiança" em relação ao governo petista. "O cristal rachado não se recompõe", afirmou FHC.

"Há uma indignação da população brasileira pelo desmonte do governo, pela corrupção terrível organizada no Brasil", disse.

O tucano defendeu também que o momento exige "serenidade, firmeza e decisão dentro da Constituição".
Herculano
08/04/2016 15:12
PERMANÊNCIA DE KASSAB NO GOVERNO FRUSTA CANDIDATOS DO PSD NO SUDESTE, por Vera Magalhães, de Veja

A decisão do ministro Gilberto Kassab (Cidades) de permanecer no governo Dilma Rousseff frustrou os candidatos do PSD a prefeito nas três principais capitais do Sudeste.

Andrea Matarazzo, de São Paulo, e o vice-prefeito de Belo Horizonte, Delio Malheiros, se filiaram ao partido na expectativa do rompimento com Dilma, e para fazer campanha de oposição.

A mesma linha segue o pré-candidato no Rio, deputado Índio da Costa, filiado à legenda desde a fundação.

Ao ficar, Kassab cedeu aos apelos das seções do partido em estados do Norte e Nordeste, como Bahia e Amazonas.

Nos dois lugares o partido é controlado por aliados no ministro Jaques Wagner e do ex-governador Omar Aziz, respectivamente, e são alinhados ao Planalto.

Para aplacar a revolta no Sudeste, Kassab tem repetido que os candidatos poderão seguir a linha que quiserem na campanha, e que o partido liberou a bancada para votar como quiser no impeachment.

Volto. O problema ronda o PSD de Gaspar e o de Santa Catarina, onde o prefeito licenciado de Lages, que se diz governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, resolveu apoiar Dilma Vana Rousseff, PT, quando claramente ela não tinha mais condições de governabilidade e sobravam dúvidas de como ela conseguiu o segundo mandato.

A conclusão de Kassab na nota de Vera, referenda na totalidade a coluna de terça-feira, feits exclusiva para os internautas. Sob o titulo "Sem sal, sem rumo", mostrei como este partido é um errante (aqui e em qualquer lugar), poque nasceu para não ser de esquerda, nem direita, nem de centro, nem de situação (fato mentiroso por tudo que pratica) e nem de oposição.

E é por isto, que foi o partido que mais perdeu lideranças em Gaspar nos últimos dois anos e agora sob o comando da Marcelo de Souza Brick. Ele está frustado, não com a liderança do partido, mas com a coluna que apenas relata as incoerências e inconsistências do partido e seus comandantes. Acorda, Gaspar!
H1N1
08/04/2016 14:59
Primeiro caso de Gripa A confirmado em Gaspar...Deve ser piada...este paciente só foi confirmado porque foi procurar ajuda em uma cidade séria...onde se faz a notificação dos casos, onde Vigilância Epidemiológica funciona...e dizer que ele deve ter se contaminado em Blumenau é hilário...Gaspar não tem casos??? Então porque estão medicando os pacientes com TAMIFLU, remédio para tratar a Gripe H1N1??? Agora eu gostaria de saber se o Secretario de Saúde desconhece estes dados porque seus Diretores são muito incompetentes ou omite de propósito para fingir que a saúde de Gaspar está excelente...contudo ambas possibilidades são gravíssimas e não o redimi da responsabilidade. E pior o Município/Estado não antecipar a vacinação e liberar para todos. Se vocês perceberem alguns dos que morreram não estavam no grupo de risco, e muitos contaminados também não estão...
Herculano
08/04/2016 13:00
ESTE É O VERDADEIRO DO PT. É O QUE PERSEGUE, INTIMIDA E CONSTRANGE PARA QUE SUA "VERDADE" PREVALEÇA PARA SE MANTER NO PODER E DIMINUIR OS OUTROS.É LÁ, AQUI E ACOLÁ. UM PRÁTICA E COM MÉTODO CONTINUADO. PROMOTORIA DIZ QUE ZELADOR DO EDIFÍCIO SOLARIS QUE DEP?"S CONTRA LULA FOI DEMITIDO. PINHEIRO DESABAFOU, "O SÍNDICO ME DISSE QUE EU TINHA FALADO DEMAIS"."FOI PURA POLÍTICA POR CAUSA DAQUELE DEPOIMENTO", AFIRMOU O ZELADOR

conteúdo da Agência Estado (jornal O Estado de S. Paulo). O zelador José Afonso Pinheiro, do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), e uma das testemunhas da investigação sobre o tríplex que seria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi demitido na quinta-feira, 7, segundo a Promotoria de São Paulo.

Pinheiro depôs ao Ministério Público do Estado no inquérito que apura se Lula é o verdadeiro proprietário do apartamento 164-A, do Solaris, no litoral de São Paulo - o que é negado taxativamente pelos advogados do petista.

"Foi pura política por causa daquele depoimento", afirmou o zelador nesta sexta-feira, 8. "As pessoas nunca dão motivo (para a demissão). O motivo foi que estavam me dispensando porque não precisavam mais do meu serviço, mas a gente sabe o que está acontecendo aqui. Depois de eu ter dado o depoimento, a engenheira da OAS disse que eu tinha falado demais. O síndico mesmo disse que eu tinha falado demais. O pessoal deixa esfriar um pouquinho e acaba sobrando para a gente que é menos favorecido", afirmou.

Para o promotor Cássio Conserino, que investigou o petista, "há fortes indícios de represália diante do teor do testemunho absolutamente esclarecedor que ele prestou durante as investigações".

Em 9 de março, a Promotoria denunciou criminalmente Lula no caso do tríplex por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao supostamente ocultar a propriedade do imóvel - oficialmente registrado em nome da OAS.

São acusados também a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e mais 13 investigados. Na lista estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o empresário Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, amigo de Lula, e ex-dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

José Afonso Pinheiro nasceu no Paraná está no Guarujá há 30 anos. O zelador afirma que há três anos trabalhava no Solaris.

As declarações de Pinheiro foram prestadas em 23 de outubro de 2015. O zelador disse aos promotores Cássio Conserino, Fernando Henrique Araujo e José Carlos Blat que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher de Lula, "chegou a frequentar o espaço comum do edifício indagando sobre o salão de festa, piscina, áreas comuns".

A declaração do zelador dizia que, "os familiares do ex-Presidente chegavam com um Passat preto e um carro, prata" e que "eles chegavam com um corpo de seguranças, três ou quatro".

Em seu depoimento, Pinheiro narrou que os seguranças prendiam "o elevador enquanto a família presidencial estava acomodada no tríplex e isso, obviamente, gerava muitas reclamações". Relatou, ainda, que "o funcionário Igor, da OAS, pediu para que não falasse nada, ou seja, de que o apartamento seria do Lula e da esposa, mas, sim, deveria dizer que é pertencente a OAS". "Esse pedido aconteceu depois do carnaval de 2015", disse.

Na ocasião, Pinheiro afirmou ainda que "nenhuma outra pessoa diversa de integrantes da família Lula, ou do próprio casal presidencial, frequenta ou frequentou a unidade 164-A". O zelador não soube dizer se o tríplex esteve à venda, mas afirmou que a unidade, "diferente de outras, nunca foi visitada por qualquer pessoa acompanhada de corretor ou corretora de imóveis".

"As pessoas fazem o que fazem e nós trabalhadores, que somos verdadeiros, que falamos a verdade, somos punidos", reclamou o Pinheiro nesta sexta-feira. "No fim, os únicos que acabam sendo prejudicados somos nós, que somos o lado do trabalhador e que falamos a verdade. Não pode falar a verdade das coisas. Fui chamado a atenção, porque falaram que eu falava demais", comentou.

"Em nenhum momento eu falei fatos que não tinham ocorrido. O pessoal acha que você não pode falar a verdade. Tem que omitir, mentir", disse. "Como eu vou falar depois que não sei, não vi? Não posso", continuou.

A reportagem entrou em contato com a OAS, que não havia retornou as ligações ata às 11h desta sexta-feira. O espaço está aberto para manifestação da empreiteira.
Herculano
08/04/2016 11:07
MIRIAM DUTRA VAI A PF ESCLARECER AS DECLARAÇÕES QUE DEU A REVISTAS E JORNAIS SOBRE DINHEIRO QUE RECEBIA DE FHC PARA SUSTENTO DO SUPOSTO FILHO DE AMBOS

Conteúdo da Agência Brasil (a agência de Notícias do governo do PT). Texto de Elaine Patricia Cruz. A jornalista Mirian Dutra, que teve um relacionamento extraconjugal com o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, por volta das 19h45 de ontem, sem falar com a imprensa. Ela chegou ao local às 13h40 e seu depoimento durou quase seis horas.

Mirian foi ouvida por um delegado da Polícia Federal de Brasília, já que o inquérito, aberto em fevereiro deste ano, corre na capital do país. Ela foi ouvida por declarações a revistas brasileiras, nas quais acusa o ex-presidente de ter enviado dinheiro para o exterior de forma irregular, usando uma empresa chamada Brasif para pagamento de despesas do filho que ela diz ter tido com Fernando Henrique.

Ao deixar o local, a jornalista disse apenas que estava cansada. Ela não respondeu a jornalistas se tinha confirmado as declarações às revistas e nem confirmou se tinha apresentado documentos que comprovassem as denúncias.

Transferências

Em entrevista à revista BrazilcomZ, Mirian confirmou que teve um relacionamento com Fernando Henrique Cardoso antes de ele se tornar presidente da República, durante parte dos anos 1980 e início da década de 1990. Afirmou ainda que seu filho, Tomás Dutra Schmidt, hoje com 23 anos, é filho de FHC.

Mirian disse também que o ex-presidente usou uma empresa para enviar dinheiro para o filho no exterior.

À Folha de São Paulo, a jornalista informou que a primeira transferência foi feita por meio de um contrato fictício de trabalho, no fim de 2002. O documento, obtido pelo jornal, mostra que a contratante é a Eurotrade, com sede nas Ilhas Cayman.

A empresa era subsidiária do grupo Brasif, que, na época, monopolizava a exploração de free shops, serviço administrado pelo governo federal. Apesar de ter dado dinheiro a Tomás, Mirian disse que FHC nunca assumiu a paternidade do rapaz. Perguntada sobre o motivo de só ter trazido os fatos à tona agora, a jornalista revelou que "está na hora das pessoas começarem a saber a verdade".

Eurotrade

Procurada hoje pela Agência Brasil, a Brasif enviou uma nota afirmando que a Eurotrade, uma plataforma logística internacional das operações da Brasil Duty Free Shop, contratou, "em dezembro de 2002, a jornalista Mirian Dutra para realizar pesquisas sobre os preços em lojas e free shops na Europa" e que ela foi indicada para a função pelo jornalista Fernando Lemos, seu cunhado.

Na nota, a empresa assegurou que o "ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação na contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif". A empresa também informou que a Eurotrade e a Brasil Duty Free foram vendidas em 2006.

O advogado de Mirian Dutra, José Diogo Bastos, informou mais tarde a jornalistas, por telefone, que deve soltar uma nota hoje (8) para comentar os depoimentos dados por sua cliente hoje. Ele preferiu não fazer comentários sobre o depoimento.

A reportagem também procurou o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas até o momento não recebeu resposta sobre a solicitação. Mais cedo, o instituto informou à Agência Brasil que esperaria o depoimento de Mirian Dutra para avaliar se haveria necessidade de se posicionar sobre as declarações
Herculano
08/04/2016 10:59
da série: a sua lama é diferente e para isso, precisa lambuzar os outros de qualquer forma. Mais: polícia só existe para investigar os outros, Ministério Público para denunciar os outros, Justiça para condenar os outros e imprensa para divulgar a lama dos outros.

A REDE GLOBO E OS "PANAMÁ PAPERS" - O QUE SO FOI DIVULGADO NA HOLANDA, por Paulo Pimenta, deputado Federal pelo PT Gaúcho

Parte 1

Fraudes, evasão de divisas, sonegação de impostos, superfaturamento, trafico de influência. Os "Panama Papers" dizem respeito aos quatro terabytes de documentos vazados sobre a Mossack Fonseca ?" matriz internacional de offshores, que criou centenas de empresas de papel pelo mundo com o fim principal de ocultação de patrimônio.

Repórteres de todo mundo estão agora investigando o conteúdo desses papéis. No Brasil, Fernando Rodrigues, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, revelou que esquemas envolvem Chefes de Estado de diversos países. Centenas de bancos registraram mais de 15 mil offshores com a panamenha. Sete partidos brasileiros - PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB - têm membros com envolvimento com essas empresas.

Mas, assim como a famosa lista dos implicados no escândalo do HSBC não foi integralmente trazida ao conhecimento dos brasileiros, com os "Panamá Papers" provavelmente ocorre o mesmo. A mídia tem protegido o maior conglomerado de comunicação da América do Sul: o Grupo Globo.

As atividades Mossack Fonseca são objeto das Operações Lava Jato e Ararath. Carolina Auada e Ademir Auada, representantes da Mossack Fonseca no Brasil, foram interceptados pelos investigadores da PF destruindo provas. Por isso eles foram presos mas, pouco depois, o juiz Federal Sérgio Moro mandou soltá-los, com uma justificativa violadora dos princípios da lógica elementar, publicada na Folha de São Paulo: "Apesar do contexto de falsificação, ocultação e destruição de provas, (...) na qual um dos investigados foi surpreendido, em cognição sumária, destruindo quantidade significativa de provas, a aparente mudança de comportamento dos investigados não autoriza juízo de que a investigação e a instrução remanescem em risco".

A parcialidade se explica.

Como revelaram reportagens posteriores do "Diário do Centro do Mundo", "Tijolaço", "Viomundo", "Rede Brasil Atual", "O Cafezinho", "Revista Fórum", "Conversa Afiada" e "GGN", a mansão dos Marinho em Paraty (a Paraty House), o heliponto que fica nessa mansão e o helicóptero que a dinastia usa são ou foram, todos, de propriedade de uma dessas empresas de papel criadas pela Mossack Fonseca. Em 25 de fevereiro e em 02 de março eu e outros deputados já havíamos pedido investigações criminais a respeito ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República.

Mas agora os "Panama Papers" revelam mais.
Herculano
08/04/2016 10:58
da série: a sua lama é diferente e para isso, precisa lambuzar os outros de qualquer forma. Mais: polícia só existe para investigar os outros, Ministério Público para denunciar os outros, Justiça para condenar os outros e imprensa para divulgar a lama dos outros.

A REDE GLOBO E OS "PANAMÁ PAPERS" - O QUE SO FOI DIVULGADO NA HOLANDA, por Paulo Pimenta, deputado Federal pelo PT Gaúcho

Parte 2

O portal holandês trouw.nl e o "Het Financieele Dagblad" (ou "A Tribuna Financeira"), um jornal de alta circulação na Holanda, fizeram uma análise minuciosa dos documentos vazados. No artigo "Het balletje rolt" ("Bola Rolando") , o que se retrata é o vazamento de documentos que colocam a Rede Globo no centro de um esquema de fraudes e sonegação de impostos em uma parceria criminosa com instituições ligadas ao futebol como a CONMEBOL e a FIFA e alguns de seus dirigentes, por meio de contratos falsos e garantias de exclusividades em transmissões.

Os contratos, segundo as reportagens, dizem respeito aos jogos da Copa Libertadores, cujos direitos de transmissão foram cedidos pela Conmebol "mediante pagamentos extras". Os contratos seriam muito enxutos, com objetos excessivamente amplos, e sem cláusulas de exclusividade - tudo incomum para acordos desse tipo. Isso, aliado aos valores altíssimos, levantam suspeita sobre sua veracidade. O marqueteiro de esporte holandês Frank van den Wall Bake, um dos entrevistados, é categórico: "todos os contratos que envolvem esses atores são falsos". O artigo ainda cita diversas empresas holandesas envolvidas nos esquemas. Dentre elas, duas com nome T&TSM. Uma, com sede nas Ilhas Caymann, responsável por negociar os direitos de transmissão no continente à Rede Globo, outra, com sede na Holanda, que recebeu todos os repasses.

Reiterei ao Ministro da Justiça o pedido de que as operações da Mossack Fonseca no Brasil sejam investigadas. Esperamos que esse não seja mais um caso de impunidade de crimes de colarinho branco, em que indivíduos, empresas e famílias extremamente poderosos saem ilesos de seus crimes financeiros. Os negócios da Globo - não bastasse o mal político que faz ao país, com seu monopólio de opinião que hoje novamente trabalha por um golpe de Estado - precisam ser investigados, porque sobre eles há sérias suspeitas de ilicitude. Se a grande mídia poupa os Marinho, que pelo menos a Polícia Federal faça seu trabalho de forma isenta e responsável.
Herculano
08/04/2016 09:41
EM EBULIÇÃO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O parecer do relator Jovair Arantes (PTB), favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, pode ser chamado de qualquer coisa pelo governo, mas foi perspicaz. Considerou as questões jurídicas e as pedaladas fiscais, descartou uma das imputações e citou o ambiente de recessão e de desemprego em que a questão ?" essencialmente política ?" se desenvolve.

Arantes também delegou o julgamento final ao Senado, deixando uma brecha para que novas denúncias, dessas que pipocam a toda hora, como a da delação da empreiteira Andrade Gutierrez, possam ser acrescentadas mais adiante à argumentação pró-afastamento de Dilma. O governo não tem dúvidas: vai perder na Comissão do Impeachment e precisa "trabalhar" o plenário da Câmara.

Sendo assim, o parecer virou senha para pressionar os partidos, atrair apoios e convencer os que são, ou se dizem, indecisos. O presidente do PP, Ciro Nogueira, anuncia que o partido é contra o impeachment, mas o racha interno não deixa nada a dever ao do PMDB e pode ser bem ilustrado por Paulo Maluf. Antes contra, agora ele se diz a favor do afastamento de Dilma, indignado com a imoralidade da compra de votos pelo governo. A gente bem poderia dormir sem essa...

O pequeno PV, que abriga o deputado Sarney Filho, caçula do ex-presidente José Sarney, um dos próceres do PMDB, vai votar contra Dilma. A forte e suprapartidária bancada evangélica também. No PMDB, o senador Romero Jucá assume a presidência pronto para os embates com o governo e com a ala governista. Ele tem dois trunfos: a tribuna do Senado a qualquer momento e o fato de ter votado contra Dilma e a favor do tucano Aécio Neves em 2014. De incoerência, não pode ser acusado.

"O processo (de impeachment) está em aberto, não há vencedor ainda. É um processo em ebulição nos partidos, na sociedade e nos poderes da República", disse ele ontem, depois de enviar para o Conselho de Ética do PMDB os pedidos regionais de expulsão dos que insistem em se manter ministros. Pensa, ainda, em fechar questão a favor do impeachment. Ou seja: os pemedebistas que votarem contra estarão sujeitos a sanções.

Fora do Congresso, mas nem tanto, a Confederação Nacional da Agricultura e a Sociedade Rural Brasileira divulgaram notas apoiando o afastamento da presidente. Não fosse por outra coisa, porque não digeriram os palanques de Dilma no Planalto, aquiescendo quando militantes rurais ameaçaram invadir fazendas caso ela caia. Detalhe: a presidente licenciada da CNA é Kátia Abreu, ministra da Agricultura e amiga de Dilma.

Esse movimento do setor ruralista vai ao encontro do que a consultoria Macroplan apurou, de 28 a 31 de março, com 60 empresários, executivos, gestores públicos, economistas, cientistas políticos e jornalistas: para 69%, Dilma sofrerá impeachment ainda neste ano. Além disso, 14% acreditam em cassação pelo TSE, 14% que Lula possa repactuar o governo, 7% que Dilma ficará e a economia continuará a afundar. Do total, 4% ainda creem na renúncia.

Em Brasília, ninguém sabe com certeza o que vai acontecer, mas todo mundo sabe que alguma coisa tem de acontecer. Impeachment ou não, cassação da chapa Dilma-Temer no TSE, antecipação das eleições... Quem tem tanta alternativa é porque, talvez, não tenha nenhuma. Ou só tenha, de fato, uma: o impeachment.

Os defensores dessa tese acreditam que a economia, a Lava Jato e as delações sobre as campanhas de Dilma têm um efeito direto no eleitor. Logo, no voto do parlamentar sobre o impeachment. Como diz Jucá, refletindo um temor generalizado: "Sem impeachment, o dia seguinte não será de vitória do governo e de Dilma, mas um estouro do mercado, com o agravamento de uma situação na economia que já é dramática e se agrava com grande velocidade". Quem haverá de discordar?
Herculano
08/04/2016 09:09
CARBONOS 14, por Fernando Gabeira para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Dilma vai cair? É a pergunta mais frequente nas ruas. A resposta a ela virá no meio de abril. É a pergunta certa para o momento. Tudo converge para votação do impeachment. Minha sugestão? Alinhem à torrente dados que estão surgindo e avaliem sempre sobre este ângulo: isto ajuda ou não a queda de Dilma?

Claro que é um roteiro esquemático para seguir a crise. Há outras formas de abordá-la. É tão ampla e, ironicamente, tão generosa em novos temas que mal posso abordá-los na amplitude.

Por exemplo, esta semana o presídio onde estão os presos da Lava Jato viveu uma polêmica que passou ao largo. Uma podóloga entrou na cadeia e fez os pés de oito presos. Foi paga pela Andrade Gutierrez.

Li que os empreiteiros recebem comida e agasalhos e distribuem uma pequena parte entre os presos comuns. Esse encontro de empreiteiros com presos comuns num presídio brasileiro é inédito. Lembro-me de que, quando preso no Distrito de Ricardo de Albuquerque, no tempo da ditadura, eram os bicheiros a aristocracia do pedaço; os policiais lavavam seus carros, estacionados na porta da prisão.

O encontro dos empreiteiros com a cadeia pode abrir um caminho para que se disponham a construir os presídios que nos faltam, como parte de sua pena. Isso já foi pensado uma vez, mas numa articulação que visava a abafar a Lava Jato. Ela é irreversível, portanto vivemos numa outra fase. Além disso, antes de serem presos, os empreiteiros não construiriam boas cadeias como agora que as conhecem por dentro. A construção de presídios dignos no Brasil atenuará muito a tensão no sistema e talvez contribua para reduzir alguns crimes de rua.

Mas quem se vai importar com isso agora? O fluxo de dados da Lava Jato e também dos Panama Papers. Uma investigação dessa envergadura em 11,5 milhões de documentos da Mossack Fonseca é uma bomba mundial com estilhaços no Brasil. A Mossack, especialista em esconder os verdadeiros donos de contas offshore, é a mesma empresa envolvida naquele prédio Solaris, do Guarujá, onde Lula não tem o tríplex ao lado de apartamentos de seus amigos do PT.

A Lava Jato lançou a Operação Carbono 14, num esforço arqueológico de entender o rumo do PT de 2002 até hoje, unindo num só todo a morte de Celso Daniel, o mensalão e o petrolão.

A morte de Celso Daniel teve vários elementos cinematográficos: morte de oito pessoas de alguma forma ligadas ao crime, sequestro de um helicóptero para resgatar na prisão um dos comandantes da ação, muitas versões. A prisão do empresário Ronan Maria Pinto pode trazer novidades, uma vez que recebeu um cala-boca de R$ 6 milhões do petrolão para, segundo os depoimentos de Marcos Valério e José Carlos Bumlai, não denunciar Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho. Isso é com a Lava Jato.
Herculano
08/04/2016 09:08
CARBONOS 14, por Fernando Gabeira para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

O que se sabe é que em Santo André houve um forte esquema de propina para financiar campanhas. Isso foi dito pela deputada Mara Gabrilli, cujo pai, dono de empresas de ônibus, era constantemente forçado a contribuir. E é confirmado pela família de Celso Daniel, que soube do esquema por Gilberto Carvalho, na missa de sétimo dia do prefeito assassinado.

São, pois, dois caminhos, dois carbonos 14: o que está na ossada de Celso Daniel e o que está nas primeiras propinas como forma de financiar campanhas. Uma espécie de pacto com o diabo que se prolongou pelos anos.

Não afirmo nada sobre o assassinato, uma vez que as diferentes versões não me satisfazem. Mas os primeiros passos para o PT se tornar o que é hoje foram dados em Santo André. Era preciso dinheiro para a campanha. As empreiteiras estavam na esfera do adversário. O caminho era buscar recursos em prestadores de serviço como empresas de lixo e transporte. Lula estava cansado de perder e queria disputar com chance. Era preciso um programa de TV de alto nível, mesmo que fosse muito caro.

A arqueologia dos desvios de dinheiro público será feita pela Operação Lava Jato. Mas na arqueologia do caminho torto, os faraônicos programa de TV são um marco decisivo.

O PT fazia duas escolhas que iriam marcar sua trajetória. A primeira, usar dinheiro sujo em campanha, mesmo método que atribuía aos adversários. A segunda foi deixar de apresentar um programa real de transformações, optar pela emoção, as luzes e cores, mulheres grávidas descendo a colina vestidas de branco. O PT saía da História para entrar no marketing. Não importava tanto o debate de ideias sobre o Brasil real, mas uma projeção idílica do futuro.

Esse mergulho carbono 14 não é um exercício nostálgico porque encerra duas lições. A primeira é que não surgirá nada de novo no universo político se escolhermos usar os mesmos instrumentos que condenamos no adversário. A segunda, muito importante, é que não há mais espaço para fantasias de luzes e cores, mas a urgência de um debate franco sobre os problemas do País. Ou fazemos os ajustes na economia ou os estragos caem sobre a nossa cabeça, como caíram sobre a dos gregos.

Não há tempo a perder quando se tem quase 10 milhões de desempregados. Será preciso negociar, suprimir concessões, para evitar a falência do Estado.

Quando digo suprimir concessões não me refiro à Bolsa Família, mas à bolsa Louis Vuitton, dos amigos do governo. Nem sequer são inovadores, mas consumiram, em financiamentos subsidiados, dez vezes mais recursos públicos do que as famílias pobres. E devolveram uma fração disso nas campanhas do PT.

No embalo da Lava Jato, a lei vale para todos; será preciso afirmar também, em principio, que os impostos e juros valem para todos os designados a pagá-los.

Foi por esse mecanismo que o PT manteve o apoio dos empresários. Essa asa de bondades com o dinheiro público se estendeu a inúmeros setores, inclusive alguns movimentos sociais.

Deixo outro carbono 14, para tempos serenos: como foi possível o Brasil conviver tantos anos com uma proposta tão cínica como a do PT, que se esconde no marketing das denúncias concretas de corrupção? Respondê-la, é vital para que não a tragédia não se repita.
Herculano
08/04/2016 09:03
VAZAMENTOS, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

As más notícias para o governo Dilma não param de vazar, oficialmente ou não. Depois de o dia ser dominado pelas revelações sobre a delação premiada dos dirigentes da Andrade Gutierrez, altamente tóxicas para a presidente, à noite o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a anulação da nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil alegando "desvio de finalidade". Em meio a tenebrosas transações, o barco está à deriva.

Evoluindo de sua posição inicial, considerada estranha, agora Janot não admite que Lula fique no Ministério, mesmo sem foro privilegiado, como propusera anteriormente. Ao mesmo tempo, abre caminho para que a própria presidente Dilma seja processada por tentativa de obstrução da Justiça.

Paralelamente à realidade política, que se impacta com as revelações da Lava-Jato, há um trabalho subterrâneo para converter individualmente deputados que definirão o destino da presidente Dilma no plenário da Câmara. O governo pretende adiar o momento de decisão para ganhar mais tempo no aliciamento dos que ainda se dizem indecisos, e o calendário da Câmara e o do Supremo Tribunal Federal podem se cruzar.

A votação no plenário da Câmara está marcada inicialmente para o dia 17, um domingo, ou na segunda-feira seguinte. O ministro Gilmar Mendes colocou ontem em pauta a análise dos mandados de segurança contra a posse do ex-presidente Lula no Ministério, mas são necessários cinco dias úteis para que o assunto possa ir a plenário, o que impossibilita que a decisão do Supremo seja tomada antes da votação da Câmara.

Mas se o governo conseguir adiar a discussão com recursos protelatórios, a votação pode ficar para o feriado do dia 21, dia emblemático na História do país, possibilitando que o STF decida a situação de Lula no dia anterior, a quarta-feira 20.

A decisão sobre Lula é crucial, pois dará uma indicação ao baixo clero, assediado pelo governo, da expectativa de poder que o ex-presidente representa. Realizada a sessão do STF antes da votação do impeachment, ela pode fortalecer ou enfraquecer Lula, e o resultado impactará o voto dos indecisos.

Se o Supremo só analisar a questão depois da votação do impeachment no plenário, será ela que terá o poder influenciar a decisão dos ministros. Aprovado o impeachment na Câmara, provavelmente a nomeação do ex-presidente perderá seu poder de aglutinação.

Caso a presidente se safe do impeachment, no entanto, a presença de Lula no Ministério poderá ser de muita valia para uma tentativa de soerguimento do governo Dilma. Os ministros poderão sopesar todas essas variáveis na hora de decidir.

A existência de cerca de 120 deputados que se dizem indecisos ou se negam a revelar o voto, que será aberto, indica a dificuldade que o governo vem encontrando para montar uma maioria segura contra o impeachment.

Com todo o poder de compra que ainda lhe resta, e o trabalho clandestino de Lula, o governo não consegue chegar aos 171 votos de que necessita. Cada um dos lados depende de cerca de 60 desses votos para atingir a meta, e os que conhecem os bastidores da Câmara avaliam que as últimas 48 horas serão decisivas.

A delação premiada da cúpula da empreiteira Andrade Gutierrez, detalhando com planilhas o dinheiro que entrou na contabilidade do PT como se fosse legal, mas na verdade oriundo da propina de grandes obras, é o mais duro golpe recebido até agora por Dilma, pois confere veracidade a tudo que vem sendo dito por outras delações sobre a campanha de 2014.

O abuso de poder econômico, embora não esteja entre os motivos do impeachment, certamente será levado em conta na decisão dos deputados. E continuará servindo de prova para a anulação da votação da chapa presidencial Dilma-Temer no processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A delação tem a capacidade de retirar do governo o argumento de que não existe nada que desabone a presidente Dilma na questão da honestidade. Financiada por dinheiro de propina, negociado por pessoas claramente ligadas a ela ou à sua campanha, como os ex-ministros Erenice Guerra e Antonio Palocci, o diretor da Eletrobras Valter Cardeal e o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, não é mais possível alegar-se que ela estava alheia a tudo o que acontecia à sua volta. Provavelmente por isso Dilma tenha demonstrado tanta irritação com as revelações
Herculano
08/04/2016 08:55
A ÍNDOLE DO LOBO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Os petistas trataram de espalhar por aí o mito segundo o qual a presidente Dilma Rousseff, caso seja vitoriosa na batalha do impeachment, será estimulada pelo PT a permitir que seu chefão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lidere um "amplo processo de reconciliação nacional", conforme o noticiário publicado pelo Estado.

As "fontes do Planalto e do PT" ouvidas na reportagem querem fazer o País acreditar que, depois de classificar como "golpistas" os milhões de brasileiros que defendem a destituição constitucional de Dilma, o atual governo será capaz de ser fiador de alguma forma de diálogo num futuro previsível.

Há duas interpretações possíveis para esse embuste. A hipótese benevolente é de que o PT, em gravíssimo estado de negação, não só acredita realmente na possibilidade de que Dilma escape da destituição, como também está certo de que Lula será capaz de reconciliar o País. A segunda hipótese, bem mais realista, é que o PT, sabedor do risco existencial que corre, está lançando mão de medidas desesperadas para criar embaraços para os adversários.

Cientes de que ninguém da oposição tem o menor interesse em negociar o que quer que seja com um governo e com um partido que há anos menosprezam o contraditório e que mergulharam o País no caos sem consultar ninguém, os petistas pretendem confundir a opinião pública. Ao lançarem a ideia de "reconciliação" sob a liderança de Lula, esses espertalhões sabem que se trata de algo que será prontamente recusado. Assim, querem jogar sobre os ombros da oposição o ônus da rejeição ao "diálogo" generosamente oferecido por Dilma e seu finório padrinho.

É um plano tão evidentemente amador que é difícil de acreditar que tenha sido arquitetado por políticos a quem se atribui grande tirocínio, como Lula e sua gente. Pois, hoje, a maioria absoluta dos brasileiros está bastante bem informada sobre como "dialogam" os petistas.

Antes de mais nada, seria um "diálogo" movido a puro fisiologismo. Para cabalar votos contra o impeachment, Lula, em pessoa, está liderando um processo de cooptação individual de parlamentares, prometendo-lhes a ampla satisfação de demandas pessoais. Diante dos cabeludos escândalos de corrupção capitaneados pelo lulopetismo, já se pode intuir que demandas são essas. É esse, pois, o tipo de relação degradante que Lula, Dilma e os petistas pretendem fomentar com o Congresso em seu anunciado projeto de "reconciliação".

Não há nenhuma surpresa aí. A política sempre foi um obstáculo para o PT, partido que jamais se dispôs a ceder nos grandes debates nacionais e que tem dificuldade de respeitar o resultado das urnas quando perde e de tratar a oposição com respeito quando vence.

No momento em que o PT acena com o "diálogo", é preciso lembrar que esse foi o partido que se recusou a firmar a Constituição de 1988, sabotou o Plano Real e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras barbaridades. Também foi o partido que tentou mobilizar o País pelo impeachment de Fernando Henrique Cardoso, invocando argumentos que poderiam ser perfeitamente qualificados como golpistas.

Por fim, mas não menos importante, o PT implodiu todas as pontes de comunicação com a maioria dos brasileiros. Na época em que Lula era endeusado graças à sua imensa popularidade, o PT julgou-se apto a ditar a agenda nacional, com o autoritarismo que é sua marca fundadora. Aparelhou o Estado e arrombou os cofres públicos para comprar o apoio que, nas democracias saudáveis, obtém-se apenas por meio da negociação política.

Não se trata de uma circunstância, mas de um método. O PT dedicou-se, com afinco, a destruir os pilares da democracia no País para governar sem estorvos, e o resultado é hoje a desmoralização quase completa do mundo político. Vendo-se agora tragado pela própria onda de lixo que criou, o PT, pasmem os leitores, apresenta-se como a solução ?" quer o "diálogo", pois, nas palavras de um parlamentar petista, "do jeito que está, ninguém ganha".

Como diz o conhecido provérbio latino, o lobo muda o pelo, mas não a índole.
Herculano
08/04/2016 08:44
CENÁRIO, ROTEIRO E ELENCO, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

No sonho de Dilma não tem golpe, nem impeachment, nem renúncia, nem novas eleições. Tudo continua como está, pior do que nunca

Que pacificação pode ser feita, que governabilidade será possível, que confiança pode ser restaurada, se a presidente ganhar raspando na Comissão de Impeachment da Câmara, ou, mesmo fazendo o diabo, perder na Câmara, mas escapar por um focinho no Senado? Com minoria mínima no Congresso, terá o governo ocupado por pepistas e nanicos, numa situação que lembra a "antropofagia de anões" prevista por João Santana, "com Dilma pairando sobranceira e ganhando no primeiro turno."

No sonho de Dilma não tem golpe, nem impeachment, nem renúncia, nem novas eleições. Tudo continua como está, pior do que nunca. Com Lula na Casa Civil como presidente executivo, mas com seu poder e credibilidade abalados, como poderá ajudá-la a formar uma base de apoio sólida no Congresso e compor um "ministério de notáveis" acima dos partidos? Que "notável" aceitaria uma roubada dessas em um governo, ainda legal e legítimo, mas moribundo? Quem quer ser sócio em falência ?

Então com quem ela vai governar? Nem um gênio político poderia fazer algo de bom com esse Ministério bagaceiro e com postos-chave da administração e de estatais entregues a pepistas e nanicos como bolsa anti-impeachment.

A pergunta não é o que pode salvar Dilma, mas o que pode salvar o país. Sim, milagres acontecem, mas além dos que esperam uma segunda volta de Jesus, ninguém consegue imaginar algum que nos dê um pouco de ordem e progresso.

Acredito que a grande maioria de petistas e tucanos é de cidadãos de bem, de boa fé, que creem, alguns cegamente, em ideias diferentes para melhorar a vida de todos. Lideranças podres, quadros incompetentes, farsantes e corruptos profissionais estão em todos os partidos e corporações. São eles os grandes inimigos da democracia e do Estado de Direito.

Para tentar acalmar os ânimos nestes dias de ira, e talvez melhorar a discussão política, aderi a um grande pacto nacional voluntário: nunca rebater acusações acusando o acusador de crimes iguais ou piores.

Em vez de perder tempo na briga sem fim por quem é mais maligno, quem sabe uma ou outra ideia construtiva poderia surgir, enquanto a Justiça faz o seu trabalho.
Herculano
08/04/2016 06:48
OS VERDADEIROS GOLPES, por Pedro Luiz Passos, empresário, conselheiro da Natura, no jornal Folha de S. Paulo

Nossa confusão política não tem desfecho previsível. Tudo pode acontecer. Em meio às dúvidas, só parece evidente o que a presidente Dilma Rousseff explicitou ao se lançar com sofreguidão sobre a Câmara para aliciar deputados dispostos a barrar o impeachment de seu mandato: a perda de condições para governar.

Afinal, se o governo não dispõe de 172 deputados a seu lado ?"mínimo para o processo de impeachment não avançar na Câmara?", não tem mais apoio para coisa nenhuma. Para assegurar o tal quorum "salvador", porém, o governo se empenha em barganhas, sem nenhum escrúpulo, no Congresso, em que até a essencial pasta da Saúde é tratada como mercadoria.

Esse é o indicador quantificável da ingovernabilidade. O subjetivo está nas manifestações de que a presidente de direito se reconhece incapaz de exercer as funções de chefe de governo e de Estado, terceirizando deveres inalienáveis no posto que ocupa.

A essa situação ela chegou com método, já que tanto a recessão da economia (que deverá acumular retração de 7% a 8% no biênio) como a regressão de importantes indicadores sociais não se devem a má sorte nem a fatores externos ao país. O desemprego tende a 13%; a educação continua com notas sofríveis; os surtos de gripe e zika atestam o recorrente desrespeito da saúde pública aos brasileiros.

A profusão de erros seriados das políticas econômica e regulatória nos últimos anos, acumulada com a soberba das decisões tomadas sem avaliação das consequências, nos trouxe a esta situação caótica. O vírus da degradação já estava incubado desde meados de 2012, mas o governo evitou tratá-lo e ocultou a verdade pensando na reeleição.

O golpe contra o povo, portanto, não se conjuga no singular, como quer a presidente, ao chamar de "golpista" quem pede o impeachment de seu mandato. Conjuga-se no plural, por que são vários golpes. E todos, em comum, abonados por ela e com resultados nefastos. E nem falamos da vasta corrupção que a Lava Jato continua a desvendar.

Falamos de questões objetivas e facilmente observáveis.

Este é o governo responsável pela maior crise econômica da República.

Este é o governo que ridicularizou internacionalmente o Brasil com o que é tido como o maior caso de corrupção no mundo em tempos recentes. Este é o governo que, desesperado com a desordem que provocou, incentiva publicamente, por meio de suas maiores lideranças, o confronto entre brasileiros.

Este é o governo que, acuado pelas ações da Justiça, tenta desqualificar a Operação Lava Jato, que é o que de melhor aconteceu ao país no período recente.

Este é um governo que, para se agarrar ao poder, tenta comprar sem pudor o apoio de políticos, promovendo negociatas que a todos envergonha com gente em quem não confia, pois as promessas estão condicionadas ao resultado da votação do impeachment, como a presidente declarou.

Será possível acreditar que com a seleção dos piores quadros em termos técnicos e morais haja alguma chance para o Brasil?

Sinceramente, se o epílogo desses eventos implicar a continuidade do que aí está, não evitaremos que as sequelas sociais se transformem em males difíceis de curar e configurem o verdadeiro e definitivo golpe contra a esperança e a autoestima de cada brasileiro.

Governabilidade é mais que apoios gravados com etiqueta de preços. Não se refaz com discurso radical nem tratando como rifa de quermesse as contas fiscais. Não se agride a fé pública impunemente.
Herculano
08/04/2016 06:40
ATÉ COLLOR FAZ POSE DE ÉTICO NO OCASO DE DILMA, por Josias de Souza

Parte 1

Antigamente, políticos e intelectuais gostavam de dizer que era preciso "pensar o Brasil ". Hoje, qualquer pensamento sobre o Brasil corre o risco de ficar velho em dois minutos. Ou em uma delação. Se o PT no poder ensinou alguma coisa ao país foi que o inimaginável existe. Tudo o que veio antes parece nada perto do muito que está por vir.

Em menos de 48 horas, dois aliados notórios do governo se escandalizaram com o espírito de bazar que se apossou do governo Dilma. Primeiro foi Paulo Maluf, que se disse "enojado" com a troca de cargos e verbas por votos contra o impeachment. Agora é Fernando Collor quem se espanta com as transações:

"No meu governo, em nenhum instante houve qualquer tipo de negociação subalterna", disse Collor num encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria.

"Em nenhum momento essa barganha foi feita", prosseguiu Collor. "Em nenhum momento, nenhum dos meus ministros se mobilizaram no sentido de terem conversas menos republicanas com quem quer que seja."

Collor tem uma relação atribulada com a verdade. Quando guerreava contra o impeachment, em 1992, seu governo também abriu o balcão. Operava-o, entre outros, um trator chamado Ricardo Fiúza, do antigo PFL. Foi ministro da Ação Social e da Casa Civil.

Mas é preciso reconhecer: perto do que sucede hoje, o governo Collor foi um convento. Vale a pena recuar o relógio para recordar uma página da história. Com a corda no pescoço, Collor tentou atrair o PSDB para o governo. Ofereceu o Itamaraty para FHC e a Infraestrutura para Tasso Jereissati, então presidente do partido.

O tucanato hesitou. Esteve na bica de embarcar. Livrou-se do fiasco graças sobretudo a barricadas erguidas por Mario Covas. A coreografia da recusa envolveu uma nota inusitada. Foi redigida pelo economista Edmar Bacha.

Levado a Collor por FHC e Tasso, o texto fazia referência à corrupção. No trecho mais duro, anotava que funcionários públicos deveriam ser proibidos de receber presentes ou doações. As palavras estavam endereçadas ao ministro Ricardo Fiúza, que admitira ter recebido um jet-ski de presente da empreiteira OAS.

Sabendo que Collor não poderia prescindir do PFL, os tucanos insinuaram que não aceitariam participar de um governo apoiado pelo arcaísmo. O tempo passou. E Collor foi escorraçado do Planalto pela via do impeachment.

O tempo passou mais um pouco. E FHC virou presidente com o apoio resoluto do PFL de Antonio Carlos Magalhães. O tempo continuou passando. E Lula, já acomodado na cadeira de presidente da República, incorporou Collor ao seu rol de apoiadores, entregando-lhe pedaços da Petrobras.
Herculano
08/04/2016 06:40
ATÉ COLLOR FAZ POSE DE ÉTICO NO OCASO DE DILMA, por Josias de Souza

Parte 2

Pilhado pela Operação Lava Jato plantando bananeira nos cofres da BR Distribuidora, Collor recebeu em julho de 2015 a visita da Polícia Federal. Na sua residência brasiliense, os investigadores encontraram mimos que fazem do jet-ski de Fiúza um brinquedo de criança.

Collor guardava na garagem uma frota de carros de luxo, entre eles uma Ferrari vermelha (R$ 1,95 milhão), um Porsche preto (R$ 999 mil) e uma Lamborghini prata (R$ 3,9 milhões).

Ricardo Fiúza morreu de câncer em dezembro de 2005, meses depois da explosão do mensalão. Nessa época, era deputado federal pelo PP. O mesmo PP que hoje frequenta o noticiário numa condição paradoxal ?"com 32 filiados sob investigação na Lava Jato, o partido é assediado por Lula, que oferece mundos e, sobretudo, fundos ao PP em troca de votos contra o impeachment de Dilma.

Na reunião da confederação das indústrias, Collor recusou-se a dizer como pretende votar se o impeachment de Dilma chegar ao Senado. Invocou sua "condição ímpar" de presidente impedido para justificar o mistério. Foi explícito apenas ao tornar público seu espanto com o atual surto de fisiologismo.

De fato, é tudo muito espantoso. O brasileiro imaginava que o impeachment de Collor e a posse de Itamar Franco ?"o Michel Temer da época?" entrariam para a história como marcos redentores. A promiscuidade de um PC Farias comercializando sua influência no governo e dividindo os lucros com o presidente pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas deu chabu. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro? Até desaguar na lama do mensalão. Que escorreu para o bueiro do petrolão.

Golpeado por Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula guerreou pelo impeachment de 1992. Nessa ocasião, chamava Collor de "ladrão". Presidente da República, Lula incorporou o "larápio" à sua base de apoiadores. Em 2009, Lula premiou o neocompanheiro com duas diretorias da BR Distribuidora, a poderosa subsidiária da Petrobras. Dilma manteve o descalabro.

Considerando-se os padrões morais que Collor imagina encarnar ?""No meu governo, em nenhum instante houve qualquer tipo de negociação subalterna"?", Collor tem razões de sobra para se escandalizar. Quem poderia imaginar que, em plena era petista, Collor seria assentado na vizinhança de cofres públicos? Mais: quem poderia supor que Collor faria pose de ético ao lado de Dilma? O inimaginável, não resta dúvida, existe.
Herculano
08/04/2016 06:32
ESBORNIA AGRÁRIA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

O Estado brasileiro modernizou-se de modo considerável nas últimas décadas e produz hoje miríades de estatísticas que servem ao controle, interno ou público, de sua eficiência. Ou deveriam servir.

Quase diariamente surgem notícias sobre desvios e falcatruas, mas poucos se debruçam sobre elas, menos ainda para tomar providências. O mais recente exemplo brotou na burocracia da reforma agrária, reprovada em auditoria do Tribunal de Contas da União.

O TCU identificou 479 mil beneficiários da reforma agrária com indícios de irregularidade. O órgão auxiliar do Congresso Nacional determinou então a paralisação imediata do programa.

O dado representa quase um terço do total de assentados no cadastro do Incra. Tamanho desvio não surge do nada, só se constrói, anos a fio, com a omissão ou a conivência de servidores do instituto, uma repartição federal à qual nunca faltaram escândalos de corrupção.

A malha do TCU apanhou de tudo: 248,9 mil assentados com local de moradia diferente do lote concedido; 23,2 mil contemplados antes pela reforma agrária; 144,6 mil funcionários públicos; 61,9 mil empresários; 37,9 mil pessoas mortas...

Até 1.017 políticos titulares de mandato eletivo aparecem na lista, entre eles 1 senador, 4 prefeitos, 69 vice-prefeitos, 96 deputados estaduais e 847 vereadores. Não será surpresa se um deles for o titular de um lote no Pará que possui um Porsche Cayenne GTS, carro que pode custar mais de R$ 500 mil.

Nenhuma dessas condições é compatível, por lei, com a de assentado. Lotes de reforma agrária não podem ser dados a quem tenha renda não agrícola superior a três salários mínimos mensais.

Bastou ao TCU cotejar os nomes do cadastro de beneficiários com outros bancos de dados governamentais para obter essa radiografia preliminar do descalabro. Por certo ainda será preciso depurar possíveis equívocos na relação, mas ela dificilmente encolherá muito.

Menos mal que o TCU tenha mandado paralisar o que já estava congelado. Em 2015 e 2016, o governo Dilma Rousseff (PT) não desapropriou nenhum imóvel para assentamentos e ostenta o menor desempenho na área desde 1995.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse no Congresso que o Incra coopera com o TCU e firmou convênio para corrigir distorções. Seria bom que explicasse por que esperou o tribunal cruzar seus dados com informações do próprio governo para diagnosticar tumor tão evidente.
Herculano
08/04/2016 06:29
QUAL DOS MALES É O PIOR? por Arnaldo Jabor, no jornal O Globo

Parte 1

Tenho muito medo de que nós não tenhamos a capacidade de nos regenerar.

Eu tenho um pesadelo. Sonho que esta crise não vai passar nunca, que ela se estenderá para além de impeachment ou não impeachment. A resistência do Atraso é uma força da natureza. Eu tenho o pesadelo de que nós vamos continuar assim: "com anestesia, mas sem cirurgia". Eu tenho o pesadelo de que, depois das mãos limpas, voltem as mãos sujas. Eu tenho a impressão de que estamos apenas cumprindo nosso destino traçado há 500 anos. Eu tenho medo de que esta primavera de verdades da Lava-Jato seja apenas uma utopia. Tenho medo de que toda essa crise política seja uma porta aberta para o nada.

Tenho muito medo de que nós não tenhamos a capacidade de nos regenerar; com que forças poderemos reverter os estragos já feitos? Teremos capacidade de regeneração? Será que vai se cumprir a conhecida (e terrível) profecia de Claude Lévi-Strauss, que aqui estudou nossas doenças, de que "o Brasil vai sair da barbárie para a decadência, sem conhecer a civilização"?

O patrimonialismo, esse adultério secular entre o privado e o público, a corrupção endêmica e o Estado como caverna de ladrões, estão entranhados em nossas almas como um tumor inoperável.

Tenho medo. Todos os nossos problemas arcaicos estão vindo à tona provocados pela esculhambação que o PT produziu com dedicação e método. Eles são seculares e contam com a profunda maré de estupidez e oportunismo que nos move há séculos.

Estamos diante do sim e do não. Se Dilma sair, deixando em seu lugar o Temer e seu PMDB, é quase certo que a curto prazo não conseguirão melhorar a situação do Brasil. Quem vai fazer a reforma da Previdência, a tributária, quem vai atacar a burocracia, quem despedirá os milhares de vagabundos aparelhados no governo, quem vai segurar a inflação que está voltando?

O estrago deixado pelos utópicos ladrões criou um emaranhado de incógnitas que se embaralham num nó de cama de gato, nó que espada alguma corta.
Herculano
08/04/2016 06:29
QUAL DOS MALES É O PIOR? por Arnaldo Jabor, no jornal O Globo

Parte 2

E, diante desse nó histórico, o PMDB se posta, trêmulo de orgulho e poder. Se o Temer entrar, talvez tenhamos um brevíssimo progresso ético. Mas, logo logo, depois das emoções de calouros, eles se dedicarão a tomar medidas que voltarão a impedir o Brasil de melhorar. E, vejam bem (como dizem os petistas), vejam bem: depois de impeachment, o PMDB, com seus inúmeros indiciados e culpados, vai jogar todas as suas forças para arrasar a operação Lava-Jato, nosso único motivo de orgulho.

Então descobriremos que, assim como o Atraso era um pretexto para o PT, para o PMDB o Atraso é um desejo.

Quando acabará esse pesadelo que percorre os céus de Brasília, esse grande comboio de cafajestes portando a bandeira brasileira, com sua feiura, seus rostos cobiçosos, egoístas e caretas, seus podres desejos, suas barrigas, suas gargalhadas infinitas, como zumbis de cabelo acaju e pretos flutuando em torno dos três poderes?

Meu Deus, que desgraça nos aconteceu!

O PT e aliados tiveram condições perfeitas para melhorar o país: dinheiro entrando para os emergentes, apoio total no Congresso, apoio da população e nada ?" não fizeram porra nenhuma. Só agiram para ficar no poder. Eles não foram propriamente "eleitos". Eles "tomaram" o país. Isso foi um crime histórico.

Qual dos males é o pior?

Se houver o impeachment, o PT empunhará gostosamente a bandeira do "quanto pior melhor".
Herculano
08/04/2016 06:28
QUAL DOS MALES É O PIOR? por Arnaldo Jabor, no jornal O Globo

Parte 3

Como a tragédia que criaram se arrastará por anos, a situação pós-impeachment será o paraíso do Lula. Ele e o PT serão os mártires (como chamam) da "direita-neoliberal-fascista da mídia-imperialista e conservadora dos coxinhas do mal que querem a fome do povo". Seus guerreiros infernizarão o país contra qualquer ajuste na economia. Vão ignorar o abismo contábil em que caímos e voltar os chifres contra o "capitalismo", apoiados por nossos intelectuais que nunca entenderam que o capitalismo não é um regime político, mas um modo de produção. Artistas, teóricos, cães de guarda da fé preferem que o país acabe do que esquecer a religião que os absolve e justifica. E Lula vai deitar e rolar nessa condição que ele ama: vítima, pobre operário do bem que foi destruído pela burguesia.

E se bobear será eleito em 2018 como pai da pátria, o salvador dos aflitos e dos desempregados que ele mesmo criou, o salvador da República que ele mesmo arrasou.

Isso acontecerá, a menos que haja fatos novos graves como parece ser a exumação do cadáver de Celso Daniel (aliás, ato falho de Edinho Silva quando disse que se não houver entendimento vai aparecer um cadáver?). Nesse sentido talvez seja melhor não haver impeachment, porque talvez o Brasil precise se ferrar ainda mais, antes de melhorar. Com Dilma até o final do mandato, em dois anos e meio apodrece tudo e a verdade imunda que montaram aparecerá. Vejam onde chegamos: talvez precisemos de mais desgraça ainda para nos salvar em nossa "jornada de imbecis até o entendimento". As classes médias já estão politizadas mais do que eram, mas os canalhas contam com a absoluta ignorância do povo, sua base eleitoral.

No tempo de FHC foram construídos pontes e ajustes para regenerar o país. Isso foi destruído, em nome de um comunismo de galinheiro.

Tenho medo de que o Brasil vire uma república desértica, com poucas ilhas de progresso, sem rumo histórico, com tribos soltas, perdidas como na África ou na solidão asiática. Temo que a União se desfaça e se crie um país sem identidade, sem orgulho, sem projeto. Talvez fique um país no eterno pântano em que estamos hoje.

Espero que nossas desilusões nos mostrem que o Brasil tem uma história que anda de costas, evoluindo pelo que perde, não pelo que ganha. Espero, ao menos, isso.

O Brasil se revelará por subtração; não por soma. Chegaremos a uma ideia de país quando as desilusões chegarem ao ponto zero. E então descobriremos que esse resto somos nós
Herculano
08/04/2016 06:21
A LEI DE NEWTON DA LUTA ARMADA, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

O país vive um momento de notável perda de parâmetros. Alguns valores que pareciam imunes a ataques especulativos estão sendo rifados com impressionante ligeireza. E mais chocantes são ora a complacência, ora a cumplicidade de setores da sociedade civil que deveriam constituir a vanguarda na defesa de garantias e civilidades. Refiro-me muito especialmente à imprensa. Nota: eu a critico porque a quero mais livre; as esquerdas, porque querem censurá-la.

A defesa impensada que fez esta Folha da antecipação da eleição presidencial ?"traduzida, em editorial, na fórmula "Nem Dilma nem Temer" integra a lista das minhas insatisfações. A tese iguala desigualdades em favor do vício, não da virtude. Ou, para os mais pessimistas, em favor do mal maior, não do menor. E escolher o mal menor, quando não há saída ótima, é um imperativo ético.

Eugênio Aragão, ministro da Justiça, comete crimes de responsabilidade em penca quando classifica de compreensível a promessa que fazem grupos de esquerda de reagir com violência ao eventual impeachment de Dilma. Disse o doutor tratar-se da Lei de Newton. E filosofou: "A manifestação de absoluta rejeição a qualquer tipo de afastamento através de golpe me parece um movimento legítimo".

Segundo o ministro, pois, para que não haja a violência "legítima", o Congresso tem de votar a favor de Dilma. A "Lei de Newton" de Aragão torturou a agora presidente da República. É um lixo moral, ético e histórico.

Leiam a Lei 1.079. O ministro mandou às favas os incisos II, III e IV do Artigo 4º do texto: atentou contra o livre exercício do Legislativo e do Judiciário, que fez o rito do impeachment, contra direitos políticos, individuais e sociais e contra a segurança interna no país. E o que leio, ouço e vejo na imprensa vai do silêncio covarde à apologia da violência ?"na pena de alguns colunistas. Afinal, se os adversários são golpistas, Deus está morto.

Não atuou de modo diferente o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, na comissão especial do impeachment. Assegurou que um eventual governo Temer será ilegítimo. Ora, se é assim, tudo o que se fizesse de ilegal para derrubá-lo estaria justificado pela "Lei de Newton". A propósito: que sentido faz entregar a defesa se ele diz que só um resultado é aceitável? É um pouco mais sutil do que Aragão, mas não menos doloso.

De igual modo agiu Dilma Rousseff ao abrir o Palácio do Planalto ao proselitismo e ouvir, sem sombra de reprovação, um de seus aliados a fazer terrorismo aberto: ou o Congresso se ajoelha aos pés do PT, ou ninguém governa "estepaiz". Em peregrinação, Lula, o presidente "de facto", promete a seus milicianos que o próximo passo será controlar a "mídia".

Quando esta Folha escreve "Nem Dilma nem Temer", acaba, na prática, por acatar essas ameaças como instrumentos aceitáveis da luta política. Até que haja, e não há, evidências de que o vice-presidente tenha cometido crime de responsabilidade, "nem Temer" por quê? Assim como não é aceitável que as esquerdas, no poder, legitimem as ações criminosas, não se pode tolerar que deslegitimem as saídas preconizadas na Constituição.

Até porque não é o PT que justifica a existência da democracia; é a democracia que justifica a existência do PT. E, por isso, o partido tem de parar de tentar solapá-la. Ou migrar, então, para a clandestinidade
Herculano
08/04/2016 06:15
TCU JÁ LIVROU TEMER DA ACUSAÇÃO DE 'PEDALADAS', por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que rejeitaram por unanimidade as contas da presidente Dilma e a culparam pelas "pedaladas fiscais", também já isentaram o vice-presidente da mesma ilegalidade. As pedaladas configuram o crime de responsabilidade que fundamenta o impeachment. Em despacho de dezembro, o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, atestou que não há irregularidades nos decretos assinados por Michel Temer.

VALE O ESCRITO
O parecer do TCU, favorável a Temer, foi enviado à Câmara, junto ao ofício nº 28, de sete páginas, enviado em 10 de dezembro de 2015.

MATÉRIA VENCIDA
O pedido de impeachment ordenado pelo ministro Marco Aurélio à Câmara acusa Michel Temer de irregularidades já negadas pelo TCU.

S?" PARA CONFUNDIR
A tentativa de envolver Michel Temer nos crimes atribuídos a Dilma, para ministros do STF, é só manobra para confundir a opinião pública.

OUTRO ENTENDIMENTO
Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello negou liminar contra Temer idêntica àquela concedida por Marco Aurélio.

FATALISTA, CUNHA PERDEU A ESPERANÇA DE ESCAPAR
Deputados ligados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmam que ele, do tipo "fatalista", já não alimenta esperanças de escapar de punição no Supremo Tribunal Federal, nas ações penais em que é réu. Frio e conhecedor da Lei tanto quanto seus advogados, avalia que pode ser condenado à prisão, por "pressão da mídia", mas usará de todos os recursos ao seu alcance para postergar a sentença final.

O QUE O AFETA
Cunha só se apavora com a eventual condenação de sua mulher, Claudia Cruz, e da filha. "Elas não têm nada com isso", diz aos amigos.

SEMELHANÇAS
Quem conhece os dois vê semelhanças entre Eduardo Cunha e José Dirceu, que previa sua prisão 3 anos antes de ser recolhido à Papuda.

SEU TERRIT?"RIO
As expectativas de Eduardo Cunha em relação ao Conselho de Ética são mais positivas. Ele acha que tem chance de escapar.

ELE, O BOQUIRROTO
Um vídeo com o ex-presidente Lula negociando cargos e outras vantagens pouco republicanas, ameaça acabar de vez com o governo Dilma. Há apreensão no Palácio do Planalto.

AGD EM AÇÃO
A Advocacia Geral da União, que deveria se chamar Advocacia Geral de Dilma, quer processar o deputado Paulinho da Força (SD-SP) pela denúncia da oferta de R$ 2 milhões para votar contra o impeachment.

SÃO TOMÉ
Líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) prometeu entregar 25 votos contra o impeachment de Dilma no plenário da Câmara, em troca de indicar dois ministros. Caso Dilma escape do processo, claro.

PINDAÍBA FOR EXPORT
Não é nova a ideia do governo da Venezuela de transformar as sextas feiras em feriados. O Exército brasileiro trabalha, há algum tempo, só meio expediente às segundas e sextas para economizar o rancho.

PERDEU, MINISTRA
Kátia Abreu pode perder o controle da CNA, a Confederação Nacional da Agricultura, da qual se licenciou para virar dilmista. A entidade só trata de temas de seu interesse com o senador Blairo Maggi (PR-MT).

COMO SE FOSSE DINHEIRO DELES
O reitor da Universidade Federal da Bahia torrou R$60 mil em diárias e passagens para figuras como a diretora da Escola de Formação do PT e um dirigente do MST, para um ciclo de debates "Crise e Democracia".

PRB FECHARÁ QUESTÃO
Vice-líder do PRB na Câmara, o deputado Lincoln Portela (MG) avisa que o partido caminha para votar unido pelo impeachment de Dilma. "A saída é inevitável. Caminhamos para fechar questão", prevê.

NUNCA NA HIST?"RIA DESTE PAÍS
A Câmara se prepara para votar o parecer do impeachment no fim de semana. Os deputados cancelaram o retorno aos Estados e partidos fizeram escala de servidores para sábado e domingo.

AGUARDANDO LULA
Policiais aguardam ansiosamente a pessoa que vai registrar a ocorrência, queixando-se do furto no sítio de Lula em Atibaia (SP)
Herculano
07/04/2016 22:36
CADA VEZ MAIS COMPLICADO. A CASA ESTÁ CAINDO. ELE DISCURSOU AOS COMPANHEIROS ASSEGURANDO QUE A DECISÃO SERIA NESTA QUINTA. MAS DEU ZEBRA. POSSE DE LULA SO DEVE SER DECIDIDA PELO SUPREMO APOS DATA PREVISTA PARA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão, da sucursal de Brasília. A nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil deve ser discutida pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 20 deste mês. A Câmara dos Deputados prevê votar o pedido de abertura contra a presidente Dilma Rousseff no dia 17, logo Lula comandará as negociações em favor da petista sem estar no cargo ?"ele havia inclusive previsto, no fim de semana passado, que estaria empossado nesta semana.

Nesta quinta (7), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que o STF anule a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil.

Para Janot, a indicação do petista faz parte de ações deflagradas pelo governo Dilma para "tumultuar" o andamento das investigações da Lava Jato e teve o objetivo de tirar as apurações do ex-presidente das mãos do juiz Sérgio Moro.

Para a Procuradoria, o ato de nomeação caracteriza desvio de finalidade da presidente Dilma Rousseff e revelou uma "atuação fortemente inusual da Presidência", além de uma "sofreguidão para inserir o ex-presidente" no ministério.

A Procuradoria afirma que há um conjunto de elementos que comprovam a irregularidade na nomeação, como os grampos da força-tarefa da Lava Jato envolvendo Lula e que alcançaram a Dilma, a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a denúncia e pedido de prisão do Ministério Público de São Paulo do ex-presidente pelo caso do tríplex do Guarujá (SP).

"Os elementos [...] constituem indícios convergentes de que a evolução do caso Lava Jato e as medidas processuais penais dele decorrentes, requeridas pelo Ministério Público Federal, provocaram forte apreensão no núcleo do Poder Executivo federal e geraram variadas iniciativas com a finalidade de prejudicá-las, em distintas frentes", disse Janot.

"Nesse cenário, a nomeação e a posse do ex-presidente foram mais uma dessas iniciativas, praticadas com a intenção, sem prejuízo de outras potencialmente legítimas, de afetar a competência do juízo de primeiro grau e tumultuar o andamento das investigações criminais no caso Lava Jato. Os fatos que antecederam e se seguiram à nomeação e posse de Lula no cargo de ministro corroboram a conclusão de desvio de finalidade do ato", completou
Herculano
07/04/2016 22:35
CADA VEZ MAIS COMPLICADO. A CASA ESTÁ CAINDO. ELE DISCURSOU AOS COMPANHEIROS ASSEGURANDO QUE A DECISÃO SERIA NESTA QUINTA. MAS DEU ZEBRA. POSSE DE LULA SO DEVE SER DECIDIDA PELO SUPREMO APOS DATA PREVISTA PARA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT

Parte 2

Lula foi nomeado no dia 17 de março dias depois de ser alvo de uma das fases da Lava Jato e o aumento da temperatura da crise política, mas teve sua posse suspensa por decisão liminar (provisória) do ministro Gilmar Mendes.

O ministro analisou duas ações apresentadas por PSDB e PPS, que apontaram que a nomeação tinha o objetivo de garantir foro privilegiado a Lula e trazer as apurações para o Supremo, tirando o caso do juiz Sergio Moro. A manifestação de Janot foi enviada nessas ações.

No final do mês passado, em outros dois processos que tratavam da posse de Lula mas acabaram rejeitados pelo ministro Teori Zavascki, a Procuradoria tinha defendido que o ex-presidente fosse mantido como ministro, mas as investigações seguissem com Moro.

Com o parecer, Gilmar já liberou as ações para inclusão do caso na pauta de julgamento do plenário. Ainda não há data marcada.

Ao STF, Janot explicou que mudou de posição porque teve mais tempo e mais elementos para analisar a situação, sendo que o tipo de análise de ação anterior não permite qualificação de provas.

"Elementos mais amplos constantes destes mandados de segurança e de procedimentos investigatórios criminais de conhecimento notório ou de acesso público permitem rediscussão ampla da validade do ato".

No novo parecer, o procurador-geral volta a citar os grampos de Lula e cita a conversa da presidente Dilma Rousseff dizendo que vai mandar o termo de posse para seu antecessor usar em caso de necessidade. A Procuradoria cita ainda conversas do petista em que cogita ser preso e em conversar com Dilma sobre a nomeação.

"O decreto de nomeação, sob ótica apenas formal, não contém vício. Reveste-se de aparência de legalidade. Há, contudo, que se verificar se o ato administrativo foi praticado com desvio de finalidade [...] e ato maculado por desvio de poder quase sempre ostenta aparência de legalidade, pois o desvio opera por dissimulação das reais intenções do agente que o pratica", diz o texto.

Em outro ponto do parecer, Janot defende o uso das gravações envolvendo Lula e Dilma, que é atacada por parte dos juristas por ter ocorrido mesmo após a Justiça determinar o fim da intercepção.

"Até onde se sabe, essas interceptações foram validamente decretadas pela 13ª Vara da SJPR e, nessa qualidade, puderam ser usadas validamente em processos nos quais tenham relevância jurídica, como é o caso deste. Uma vez facultada ampla defesa dos interessados em torno desses elementos de convicção, não haveria vedação a que sejam consideradas",

Na avaliação de Janot, a transferência da investigação de Lula para o STF pode gerar lentidão e beneficiar o ex-presidente.
Herculano
07/04/2016 21:42
DILMA ODEIA VAZAMENTOS! E QUANTO AO ESGOTO? por Josias de Souza

Quando os petrolarápios começaram a suar o dedo na Lava Jato, Dilma apressou-se em declarar: "Não respeito delatores". Pegou mal, já que madame havia sancionado a lei que deu à Lava Jato a ferramenta da colaboração premiada. Quando as vozes dos delatores começaram a ecoar segredos das arcas de 2014, Dilma se insurgiu contra os "vazamentos". Nesta quinta-feira, acossada pela revelação dos segredos da Andrade Gutierrez, ela voltou a estrilar.

Em novo 'golpemício' realizado no salão de solenidades do Palácio do Planalto, a presidente queixou-se do "vazamento premeditado e direcionado". Enxergou no noticiário a intenção de criar um "ambiente propício ao golpe". E avisou à plateia-companheira: nos próximos dias, podem surgir novos "vazamentos oportunistas e seletivos."

Espantosa época a nossa. Executivos de uma das maiores construtoras do país informam em depoimentos oficiais que derramaram dinheiro sujo nas arcas da campanha à reeleição de Dilma. Submetida à atmosfera malcheirosa, a presidente acha que pode adotar um discurso hidráulico e seguir em frente. Como se nada tivesse sido descoberto sobre o esgoto aberto na contabilidade do seu comitê.

Dilma se queixa da seletividade dos vazamentos. Mas seletiva mesmo são as suas reações. A presidente só reclama quando os jatos de lama lhe sujam os sapatos. Adora quando a goteira cai sobre a cabeça de personagens como Aécio Neves e Eduardo Cunha. Dilma talvez não tenha se dado conta. Mas no caso da Andrade Gutierrez, o lodo respingou no PT e também no PMDB do vice-presidente Michel Temer. Golpe? Ora, francamente! Melhor trocar o lero-lero por meio quilo de explicações.
Sidney Antonio Hostert
07/04/2016 21:30
Oque dizer da atitude o prefeito e seus asseclas em relação ao cidadão Paulo Filippus? Falta de educação? Respeito? Preconceito? Inteligência? Jogo de cintura?
Respostas nas urnas na próxima eleição.
Tristemente no país atualmente a legislação nos permite dispensar somente com grande dificuldade antecipadamente os péssimos funcionários.
Maria José
07/04/2016 20:37
Comendo por Fora... Poucos notaram mas o PC do B veio fazendo um trabalho formiguinha e agora em 2016 poderá fazer 2 vereadores e ainda o próximo vice Prefeito Eita Trabalho Bom Parabéns....

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.