Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

31/08/2017

EMPREENDER E SONHAR I
Em plena crise econômica duas professoras gasparenses dão exemplos de risco e audácia. Deixam seus empregos públicos e se aventuraram no mundo da competição: tornaram-se empreendedoras com o seu conhecimento. Foi o que aconteceu com Andreia Symone Zimmermann Nagel, ex-vereadora, ex-candidata a prefeita pelo PSDB de Gaspar e sua cunhada, a também professora (foi secretária de Educação de Ilhota) Eli Regina Nagel dos Santos. Elas fundaram e tocam a “Escola do Sítio Pássaro Encantado”, na Lagoa, para Educação Infantil (acima de três anos e exatamente onde os políticos e a prefeitura de Gaspar falham); a escola ainda oferece o contraturno (reforço a alunos matriculados em outras escolas). Mais do que criar uma escola, colocaram-na num ambiente rural, para unir o lúdico, o contato com a natureza, o amplo espaço, os bichos, com a tecnologia e a pedagogia.

EMPREENDER E SONHAR II
Andreia deixa para trás 23 anos de ensino na rede pública, dos quais 17 como ACT. Igualmente Eli. Ambas, concursadas, deixam a estabilidade; deixam o favor político e voam como seus “pássaros encantados” numa nova experiência profissional. Aliás, Andreia quando vereadora, licenciou-se da escola pública; não prejudicou com isso seus alunos; dedicou-se à política e vereança, exclusivamente. Ela esteve sempre na contramão dos seus concorrentes na política: a busca da teta, da preguiça, do poder sem qualificação. Talvez as duas – Andreia e Eli - tenham chances ao sucesso por causa do caráter que compreendem à coisa pública e à capacitação profissional em meio a políticos que nem lê sabem. Tanto que a escola delas, foi aberta em agosto, longe da cidade, sem divulgação, para exatamente experimentar e aprender a lidar com a nova demanda e realidade. O número de alunos, todavia, já superou as expectativas. Só aumenta.

O DINHEIRO DO FIA
O advogado e vereador Francisco Hostins Júnior, PMDB, líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, na Câmara enalteceu o recente repasse de R$1,2 milhão da prefeitura para as entidades gasparenses. Os recursos são oriundos do Fundo da Infância e Adolescência - FIA. “Quem falou que o FIA estava acabado, a resposta está aí”, cutucou. Menos doutor. Está desafiado o advogado a ler novamente o PL que prefeito fez para extinguir à obrigatoriedade dos repasses da prefeitura ao Fundo. Está desafiado o político-vereador, que para evitar o embate jurídico e o bafo do Ministério Público, preferiu intermediar uma solução política para o caso e evitar desgastes. Nele, a prefeitura comprometeu-se com saldo mínimo de 1% da receita líquida anual no FIA. Ou seja, o que mudou foi a possibilidade de acumular dinheiro como estava acontecendo por inanição dos gestores públicos com a causa. O saldo do FIA antes desses repasses era de R$4.486.004,82. Ele mostra como era falha a política neste ambiente do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Por fim, se estava certo como insinua e cutuca Hostins, por que Kleber e Hostins mudaram o PL e o discurso? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Ai. Ai. Ai. Um ofício da secretaria de Justiça e Cidadania à Câmara de Gaspar, mostrou que ainda não há um plano de contingência operacional para a Penitenciária Industrial de Blumenau, e que fica nos limites da divisa com o Belchior Baixo.

Impressionante a irresponsabilidade dos gestores públicos na área de segurança. Dos cidadãos, só pesados impostos e votos.

Ilhota em chamas I. No dia quatro, Ilhota vai comprar seis ônibus escolares. Cada um vai custar até R$368 mil, numa bagatela total de R$ 2 milhões e 208 mil. Mas, antes teve que fazer ajustes do edital. Tinha indícios de direcionamento.

O governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB, está realmente perdido neste assunto das creches. Não abriu vagas. O déficit só aumenta. Oficialmente já são mais de 850 na fila de espera, mas técnicos juram e provam que é muito mais. A “mágica” que está em estudo na secretaria de Educação é cortar o tempo das crianças nas creches.

O Kleber trabalha para fechar convênios com o governo Federal e construir uma creche no bairro Coloninha e outra no Gaspar Mirim (ou Margem Esquerda). Sabe-se lá quando ficarão prontas. O Sesc, todavia, poderá encontrar uma solução para os comerciários no Centro já no ano que vem. Ela será particular.

Ilhota em chamas II. Como funciona. Uma errata ao pregão 46/2017 dá a pista. É para a contratação de serviços de horas máquina de escavadeira hidráulica para Secretaria de Obras e Transportes Urbanos.

Ilhota em chamas III. Onde se lê: “Apresentar documento ou cópia autenticada de nota fiscal comprovando que o equipamento tenha no máximo cinco anos de uso. Leia-se: Apresentar documento ou cópia autenticada de nota fiscal comprovando que o equipamento tenha no máximo seis anos de uso”. Hum! Quem se encaixa nos seis anos?

Samae inundado I. A prefeitura de Gaspar notificou a Associação Atlética Samae. Ela tem que sair de lá em 90 dias. Motivo: o Samae vai construir o novo reservatório. Estão todos inconformados. Querem uma nova sede.

Samae inundado II. Reunião da direção do Samae com os coordenadores. Veja só um dos estranhos assuntos da pauta paralela? Quem estaria vazando precisas informações técnicas para esta coluna. Ao invés de corrigir os sucessivos erros e afrontas aos consumidores, o Samae de Gaspar agora estará premiando quem der a dica para tudo ficar ruim como está. Acorda, Gaspar

Comentários

Miguel José Teixeira
04/09/2017 10:41
Senhores,

Do texto "O LIVRO DOS NOMES, por Carlos Brickmann", extraí:
"QUESTÃO DE TÍTULO
O problema é que, seja experiente, seja novo, seja cabeça-branca ou cabeça-preta (e onde é que localizariam o deputado catarinense Esperidião Amin?), parece que o político, para conquistar notoriedade e poder, não precisa ter currículo: basta exibir o prontuário.

Ãrã. . . e onde é que localizariam o deputado catarinense Esperidião Amin?

Bom. . .o nosso deputado, já foi muito bem localizado pelo "Brimo Maluf":

"O Amim tem a cabeça brilhante! Apenas por fora. . ."
Vitinho
04/09/2017 08:29
Bom dia Povo Gasparense.
Gostaria de pedir a vereadora do Belchior Franciele Back ou ao superintendente Raul Schiller que desse uma cobrada no órgão responsável para colocarem placas de proibido estacionar na rua "Aloisio Handchen". Fui visitar um parente meu nesse final de semana e deparei com carro estacionado na rua, como a rua é muito estreita fica perigoso não só por poder causar arranhão nos carros como para os pedestres e ciclistas. Antes que aconteça alguma coisa, providencia a colocação dessas placas na extensão de toda rua.
Herculano
04/09/2017 07:06
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA. NELA, MOSTRO COMO A PREFEITURA DE GASPAR FAZ CONCURSO PÚBLICO PARA UM TIPO DE FUNÇÃO, CHAMA O CLASSIFICADO E O COLOCA, SOB CONSTRANGIMENTO, EM OUTRA.
Herculano
04/09/2017 07:04
EM CARAVANA PELO NORDESTE, LULA OMITE PAPEL DE DILMA EM CRISE, MAS SOBRAM ATAQUES CONTRA TEMER

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fernando Canzian, enviado especial ao Nordeste."Os cães ainda ladram, mas a caravana passa... / Lula, Lula, a gente nunca vai te abandonaaar... / Lula, Lula, só você nos representa lááá..."

Tocada sem parar nas muitas horas de atraso que Lula impôs a seus eleitores no Nordeste, a música tema da pré-campanha do ex-presidente e líder do PT encontrou eco em um público inconstante, com muitas estradas bloqueadas por fãs e alguns eventos relativamente vazios em sua caravana, que termina nesta terça (5) no Maranhão.

Segundo o Datafolha, Lula tem 48% das intenções de votos no Nordeste, ante 30% na média nacional.

Isso ainda faz de Lula, 71, quase um popstar na região; capaz de levar pessoas espontaneamente à beira de rodovias e de provocar uma energia genuína em torno dele.

Tudo embalado num misto de paternalismo, boas tiradas, dados positivos de sua gestão e algumas inverdades.

Sua caravana de três ônibus escoltada pela PM em Estados de aliados (como os governadores Camilo Santana, PT-CE, e Wellington Dias, PT-PI) foi parada várias vezes por apoiadores. Na casa das dezenas ou centenas, eles foram quase sempre atendidos com cumprimentos e fotos.

Mas em eventos programados sobre palanques em cidades um pouco maiores, a sensação foi de gente de menos para área reservada de mais; com muitos petistas mais "hardcore", como membros de sindicatos e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra).

"A caravana foi feita para conversar com a população e lideranças locais. Para ver o que mudou no Nordeste, nas capitais e no interior, nos governos do PT, e os retrocessos no atual governo. Não havia expectativa nenhuma quanto ao público", diz a assessoria que acompanha o ex-presidente.

Nesta etapa da cobertura, a Folha vem seguindo Lula desde a segunda passada (28), a partir de Currais Novos (RN), cidade com 45 mil habitantes e governada por Odon Junior (PT).

PÚBLICO REDUZIDO

Os animadores de palco na cidade estimaram em 25 mil os presentes, mas apenas um terço da área reservada para o público, o modesto Largo do Tungstênio, foi ocupada enquanto Lula falava.

No Crato (CE), a lotação no dia 30 também não chegava a um terço da área reservada: 3.900 m² no estacionamento do Centro de Convenções do Cariri, segundo croqui mostrado pela assessora administrativa Raquel Albuquerque à reportagem e ao coronel da PM Cícero de Brito.

Embora houvesse expectativa na cidade de 20 mil presentes (Crato tem 95 mil habitantes e a vizinha Juazeiro do Norte, 240 mil), Brito disse que, pelos critérios da PM (quatro pessoas por m² em locais cheios), ali caberiam cerca de 16 mil. Ele não fez estimativa considerando o 1/3 ocupado.

Marcado para 17h, o evento no Crato começou às 21h e Lula só falou às 22h25, por 12 minutos. Ele se desculpou pelo "banho de canseira" dizendo ter sido parado "várias vezes na estrada".

Na sexta (1º) em Marcolândia (PI), o local reservado ao público também só ficou cheio perto do palco. "Com o desespero do povo nesta crise, achei que vinha mais gente", disse José Ramos, 50, dono de uma casa de espetáculos na vizinha Alegrete. "Levei mais gente que isso no show do [cantor de forró] Gabriel Diniz."

Já "o retrocesso no governo do golpista Temer foi de fato mote de Lula nesta caravana. Segundo dados do IBGE, nos dois governos de Lula e até o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o Brasil passou por uma melhora inédita na redução da desigualdade: quanto mais pobre, maior foi o aumento da renda do brasileiro.

No Nordeste, que tem mais pobres, a melhora foi "chinesa". Assim como o retrocesso atual criado pela maior recessão da história e engendrado no governo Dilma.

Em seus discursos, Lula omitiu tanto essa sequência de responsabilidades quanto a crise fiscal agravada pelas "pedaladas" de Dilma. E criticou o quanto pôde o plano de Temer de reformar a Previdência.

Também não falou em ajuste. Ao contrário, martelou o sucesso das políticas de seu governo e prometeu acelerar mais o gasto público direcionado aos mais pobres caso volte após "os retrocessos do golpista".

Na semana passada, dois dados do IBGE debilitaram esse discurso: o PIB do segundo trimestre cresceu 0,2% (a segunda alta seguida) e a taxa de desemprego caiu de 13,6% para 12,8% no trimestre até julho, com 721 mil pessoas a menos na fila por um emprego.

Ironicamente, a recuperação da recessão de Dilma se dá pela gestão do ex-presidente do Banco Central de Lula e atual ministro de Temer, Henrique Meirelles (Fazenda). Ele não é nem do PT nem do PMDB, mas filiado ao PSD.

PROTESTO

Neste domingo, em Teresina (PI), um protesto organizado pelo movimento Vem Pra Rua com bonecos contra Lula, vestido como presidiário, e a favor do juiz Sergio Moro reuniu algumas dezenas de pessoas.
José Antonio
03/09/2017 21:08
Herculano!

Vai ter PETISTAS aqui em Gaspar que irão receber espelhos de presente durante a semana. Já que não se enxergam, vai ser a maior gozação. Esperamos para ver.
Herculano
03/09/2017 08:39
JANOT DEVERÁ SER ALVO DE "FLECHADAS" AO DEIXAR O CARGO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Camila Mattoso e Talita Fernandes, da sucursal de Brasília. A menos de duas semanas do fim do mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a defesa de investigados na Lava Jato já começa a estudar possíveis ações contra o atual chefe do Ministério Público.

Janot, que intensificou o envio de denúncias ao STF (Supremo Tribunal Federal) na reta final no cargo, pode ter de responder na Justiça a questionamentos sobre possíveis excessos vistos por políticos nas ações das quais são alvos.

Já ciente da possibilidade de se tornar alvo, o procurador-geral, cujo mandato se encerra dia 17 de setembro, não deve se aposentar imediatamente, garantindo foro especial no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em caso de aposentadoria, o procurador passaria a responder na primeira instância.

Em entrevista à Folha no mês passado, Janot disse que pretende tirar férias acumuladas até o mês de abril de 2018. Na sequência, avalia uma licença até o mês de julho, quando tem planos de se aposentar.

Parlamentares ouvidos reservadamente pela Folha admitem ter pedido a seus advogados que estudem a possibilidade de devolver ao procurador as "flechadas" que ele vem disparando em acusações formais.

O termo é uma referência à declaração de Janot no início de julho, quando ele afirmou que "enquanto houver bambu, lá vai flecha", sobre o andamento das investigações na reta final do seu mandato.

A fala foi interpretada como um "vale-tudo" por parlamentares, que querem revidar as ações do Ministério Público. Advogados estudam entrar com ações alegando que o procurador errou o tom ao usar termos agressivos contra os investigados nas peças de abertura de inquérito.

Um exemplo é ele ter escrito que alguns partidos políticos, como o PMDB, são "organizações criminosas" em um documento que pedia autorização para iniciar as apurações.

Outros políticos reclamam do que classificam de "multiplicação" de inquéritos que tratam de um mesmo assunto, alegando que Janot tem se valido de quantidade para elevar o grau de suspeição sobre políticos.

A proximidade do fim de mandato de Janot diminuiu a resistência de políticos a direcionarem ataques ao procurador.
Herculano
03/09/2017 07:31
"A LAVA JATO INTERROMPEU UM GOLPE DE ESTADO DO PT"

Conteúdo de O Antagonista. O advogado da Petrobras na Lava Jato, René Ariel Dotti, deu uma importante entrevista ao Estadão.

Ele disse:

"A Lava Jato, no meu entendimento, interrompeu um golpe de estado? O PT ia fazer um golpe de estado, na medida em que estava corrompendo grande parte do Congresso e colocando gente no Supremo Tribunal Federal para ter uma continuidade de poder, um projeto de poder. Porque não havia quem votasse contra."

BRETA: "EU Só OLHO A CORRUPÇÃO"

O Estadão publicou um longo perfil do juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Bretas disse que, antes de entrar na Faculdade de Direito, na UFRJ (1990-1994), foi um lulista-petista de carteirinha: "Eu gostava muito do Lula entre 1986 e 1989. Votei nele contra o Collor. Usei camiseta, boné, participei de passeata."

Sobre o PT e Lula de hoje, o juiz é econômico: "Não conheço os processos, por isso não posso falar. Mas não quero saber de partido. Eu só olho a corrupção. Para mim não é importante saber qual é a orientação do sujeito."

Neste segundo semestre, Bretas vai proferir novas sentenças nos casos da Eletronuclear e da Operação Calicute, que envolve o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso.

"O nome para mim não tem nenhum significado, e muito menos o partido a que pertence", disse o juiz. "A sentença tem que estar baseada em fatos, não pode ter ideologia. O juiz tem que analisar o que tem no processo, sem se deixar influenciar por simples argumentos ou pelo clamor social."
Herculano
03/09/2017 07:21
CENTRÃO PRESSIONA, coluna Painel (Daniela Lima e Thais Arbex), do jornal Folha de S. Paulo

Jogo zerado
Michel Temer desembarcará no Brasil com a missão de resolver uma série de passivos em sua base. Com a espada da segunda denúncia de Rodrigo Janot sobre sua cabeça, o presidente terá que dar uma resposta aos partidos do centrão, que cobram a substituição de Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e esperam ter nesta semana uma posição definitiva sobre o assunto. Três siglas não despacham mais com o ministro: PR, PSD e PP. Juntas, somam 120 votos.

Haja saliva
O presidente continua apostando na conciliação, mas sabe que a insatisfação se espraiou pela base aliada. Antes de viajar, recebeu uma série de líderes partidários. Foi pressionado a escolher entre a metade do PSDB que o apoia e os demais partidos que seguram seu mandato - inclusive o PMDB.

Adiar é preciso
Temer pediu que aguardassem seu retorno da viagem à China para solucionar o impasse. Antes de embarcar, disse a Imbassahy que ele permaneceria no posto.

Fio da navalha
Integrantes do centrão dizem que "a sorte de Temer" é que este grupo de siglas ainda não é próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal beneficiário de uma eventual queda do governo.
Herculano
03/09/2017 07:14
FUFUCA NO COMANDO, editorial da revista IstoÉ.


Texto de José Carlos Marques. Aos 28 anos, bochechas rosadas e rala experiência parlamentar, o rebento do clã Fufuca tomou conta do Congresso. Retrato dos novos tempos da política. Fufuca no comando é como adolescente de 17 anos dirigindo carro sem carta. Consequências perigosas à frente. Não somente pela tenra idade que salta aos olhos (é o mais novo na história a ocupar o posto). Falta-lhe traquejo. Jogo de cintura. Esperteza para o melindroso baile dos conchavos e acertos parlamentares. Levado na conversa logo nos primeiros dias de interinidade, encantou-se com os rapapés. Com o assédio e as mesuras dos oportunistas da vez. Ficou no encantamento. A pauta extensa a ser votada tinha de tudo: reforma política, ajuste fiscal, novo teto do déficit público.

Nada andou como deveria. Fufuca tergiversou: "semana que vem, voto". Fufuca pai é prefeito de uma cidadezinha no interior do Maranhão. Fufuca filho, no plantel de conquistas, já foi mais longe. Assumiu - se bem que temporariamente e por obra e graça do acaso - o controle da "casa dos espertos". Sobrou pra ele numa equação na qual seu nome se encontrava como reserva do reserva. Sejamos realistas: sobrou para Fufuca por falta de opção mesmo.

Apadrinhado de Eduardo Cunha, a quem se referia carinhosamente com o epíteto de "papi", lamentou quando o tutor foi parar atrás das grades. Espere de Fufuca tudo, menos ingratidão. Fufuca não tripudia do mau destino de quem lhe abriu as portas da esperança. Fufuca, como terceiro reserva, por deliberação de Cunha, angariou vantagens incomuns a um estreante. Pôde, por exemplo, nomear um vasto time de assessores e indicar candidatos a vagas estratégicas. Nos enviesados códigos de poder do parlamento é isso que conta.

Na semana passada, logo ao despontar para os holofotes da fama na nova função, Fufuca exibiu, de cara, aquele olhar perdido e semblante de quem ali caiu de paraquedas e não sabia bem como ou o que fazer. Mas, convenhamos, poucos naquela casa sabem. A maioria leva os afazeres na embromação e lero-lero. Cada um só pensa agora na reeleição. Fufuca não. Saboreia os dias de glória como quem se lambuza com um melado que nunca experimentou. O titular da cadeira, Rodrigo Maia, que também desceu por acidente no posto, foi parar na presidência da República.

Quem diria. De Santiago, terra natal, ao Planalto. Maia pai, fazendo expediente na assembleia de vereadores da falida Cidade Maravilhosa, também não se contém de alegria. Os Fufuca e os Maia decerto nunca sonharam ir tão longe.

Por essas e outras, a nação bananeira encontra-se no momento sob o comando de um escrete de infantes da política. Ambos filhos de caciques engalanados da velha política. A mesma velha política que agora fala em renovação. Cosmética, diga-se de passagem. Partidos vão tirar um "P" da sigla. Outros lançarão palavras de ordem: "Avante", "Patriotas" como siglas de batismo. E por aí vai. Mas querem mesmo é manter o status quo. À revelia da vontade do eleitor. Deverão dar com os burros n'água. Se não forem reais as intenções de mudança, o voto vai pesar contra.

As agremiações ainda não perceberam a avassaladora onda da busca pelo novo que embala o País. Não o novo como Fufuca. O novo programático. De ideias e candidatos alternativos a enterrar erros do passado. No topo das reviravoltas, PMDB faz das suas. DEM, PDT, PEN também. No tucanato, para ficar em um exemplo emblemático de racha quando o assunto é renovação, sobrou pena pra todo lado quando alguns resolveram realizar em programa nacional uma mera autocrítica. Dirigentes da sigla bateram cabeça e seguem batendo. Pesquisas e empresas de consultoria falam em rejeição absoluta aos velhos comandantes.

A Consultoria Eurásia disse que o sentimento antiestablishment será grande em 2018. O Instituto Ipsos detalhou a desaprovação nome a nome dos antigos representantes. A Universidade de Brasília (UNB), em pleno canteiro das disputas, apontou que as próximas eleições vão reconfigurar por completo o cenário político com índice de 80% de volatilidade nos nomes partidários. É nesse caldeirão de movimentos que os Fufucas da vida surgem como cortina de fumaça, tipo bucha de canhão para enganar a turba enquanto os caciques de sempre tocam em frente. Será que não percebem? Não é de Fufucas que o Brasil precisa.
Herculano
03/09/2017 07:07
TEMER USA PIB COMO ARMA POLÍTICA CONTRA JANOT, por Josias de Souza

Responsável pela crise política que tornou a recuperação da economia mais lenta do que seria desejável, Michel Temer construiu uma realidade própria na qual tenta converter fiasco em êxito. Ele usará o crescimento miúdo do PIB ?"0,2% no seguntro trimestre?" como arma para enfrentar a segunda denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot. "Num instante em que a política econômica começa a dar resultados, falar em afastar o presidente é até impatriótico", disse ao blog, pelo telefone, um ministro que acompanha Temer em sua viagem à China.

As palavras do ministro resumem o ânimo de Temer. A estratégia do presidente assenta-se sobre três iniciativas: desqualificar a nova denúncia, potencializar o discurso que trata Janot como perseguidor político e grudar nos parlamentares oposicionistas e dissidentes a pecha de inimigos do país. Nessa realidade paralela que Temer providencia para si, o combate à corrupção seria um estorvo contra a recuperação gradual dos empregos. Num português direto: ruim com Temer, pior sem ele.

Os sinais de que a recessão vai ficando ?"lenta e gradualmente?" para trás serão usados pelo governo também para tentar atrair seus apoiadores para a agenda fiscal apresentada ao Congresso. Além de completar a votação da proposta que ajusta a meta fiscal de um buraco de R$ 129 bilhões para uma cratera de R$ 159 bilhões, será preciso aprovar um conjunto de medidas antipáticas, sob pena de o abismo orçamentário ficar ainda maior.

O pacote empurrado goela abaixo dos parlamentares na antessala da eleição de 2018 inclui, por exemplo: adiamento de reajustes salariais concedidos ao funcionalismo, elevação de 11% para 14% da contribuição previdenciária dos servidores sobre a parcela que exceder o teto do regime geral da Previdência e reoneração da folha salarial de vários setores da economia.

Na noite de sexta-feira, em conversa com um dirigente partidário, um economista do staff do ministro Henrique Meirelles disse qual é a expectativa da equipe da pasta da Fazenda. Deseja-se que a modesta reação do PIB recoloque na fila de votação a reforma da Previdência. Não há tempo a perder, declarou o economista, cuja pregação incorpora elementos que a realidade paralela de Temer tenta escamotear.

O auxiliar de Meirelles empilhou na conversa com o cacique governista três desastres que conspiraram contra o que chamou de "um crescimento mais robusto."

1) Sem dar nome aos bois, o economista da Fazenda recordou que o escândalo da JBS mutilou os planos do governo. Houve uma inversão de prioridades. O Planalto passou a gastar suas energias com a derrubada da denúncia em que a Procuradoria acusou Temer de corrupção. Com isso, foi à gaveta a reforma da Previdência, que a Fazenda sonha em recolocar na fila de votação. O economista não disse, mas a crise da JBS foi fabricada por Temer nos porões do Jaburu, onde o presidente recebeu Joesley Batista, acompanhado de um gravador.

2) Para obter os votos que enterraram a primeira denúncia de Janot, disse o economista, o governo emitiu sinais trocados. Esboçou uma política de cofres abertos para o Congresso num momento em que os agentes econômicos esperavam por demonstrações de austeridade. Isso passou uma exasperante sensação de que o rigor fiscal deixara de ser um compromisso do presidente. Não foi mencionado, mas Temer autorizou a ampliação do balcão e acompanhou o desenrolar das nefociaçõe$.

3) A conjuntura contaminada da política envenenou as expectativas do mercado e inibiu a retomada dos investimentos. A economia cresceu 0,2% no segundo trimestre graças a uma combinação de fatores: a liberação do FGTS e a inflação baixa vitaminaram o consumo das famílias. Mas os investimentos recuaram. O dinheiro tem medo de agitação política. E não haverá crescimento sólido sem investimentos.

Seguindo a trilha dos desastres enumerados pelo economista, Temer marcou uma sequências de gols contra. A economia reage apesar do presidente, não por causa dele. Mesmo levando-se em conta que todos os governantes inflam suas virtudes e escondem seus defeitos, Temer exagera ao atribuir a tímida reação da economia à sua atuação. O problema de quem acha que pode dizer qualquer coisa é que a pessoa que ouve não está obrigada a acreditar.
Herculano
03/09/2017 07:06
CHINA PASSA BRASIL EM RENDA PER CAPITA E DEVE PASSAR EM BEM-ESTAR MÉDIO, por Samuel Pessoa, físico com doutorado em economia, para o jornal Folha de S. Paulo

No domingo passado, reportagem de Érica Fraga e Álvaro Fagundes informava que em 2016 o PIB per capita da China ultrapassou o brasileiro. O resultado é impressionante, pois em 1980 nosso PIB per capita era 15 vezes maior do que o chinês.

Comparar produção entre países é difícil. Em geral, o que as pessoas fazem é tomar o PIB do país medido na sua própria moeda e aplicar o câmbio para o dólar. A partir daí, compara-se o valor do PIB de diversos países na moeda americana.

O problema com essa metodologia é que o mesmo bem ou serviço pode ter diferentes preços em diversos países. Para contornar essa dificuldade, calcula-se o PIB para diferentes países em dólares, mas controlando para as diferenças sistemáticas de custo de vida. Os valores dos serviços e dos bens nos diversos países são avaliados empregando um mesmo conjunto de preços.

Controlando-se por diferenças de índice de preços, a mais recente edição do "World Economic Outlook" do FMI, de abril de 2017, documenta que o PIB per capita da China era de US$ 15.399, e o do Brasil, de US$ 15.242.

A informação que faltou é que o bem-estar no Brasil ainda é superior ao bem-estar na China. O Brasil consome aproximadamente 82% do PIB, enquanto a China consome muito menos. Em 2000, consumiu 64% de PIB. A taxa de consumo caiu a partir de 2000 até atingir o mínimo de 48% em 2008.



Com o ajuste estrutural da China, na direção de menor investimento e de maior consumo, a taxa de consumo tem crescido e foi em 2016 de 54%, 30 pontos percentuais menor do que os 84% do PIB que consumimos no mesmo ano.

Como bem-estar está associado ao consumo per capita, e não ao PIB per capita, e a desigualdade de renda na China não é muito diferente da brasileira, ainda apresentamos bem-estar superior ao chinês.

Por outro lado, se a China mantiver o enorme diferencial de crescimento em comparação à economia brasileira das últimas décadas, o bem-estar do chinês médio ultrapassará o bem-estar do brasileiro médio em alguns anos. Exercício simples de extrapolação sugere que o consumo per capita chinês ultrapassará o brasileiro em 2024.

O impressionante é que em 1980 o consumo per capita da China era o equivalente a 1/19 do brasileiro!

Uma economia que já tem renda elevada cresce no longo prazo com melhoras tecnológicas. Já tem estradas, pontes, portos, educação e saúde etc. em quantidade suficiente. A manutenção do crescimento depende de melhorar a qualidade e a produtividade com que os bens e serviços são produzidos.

No entanto, para economias que estão aquém da renda elevada, as economias com renda média, o crescimento requer capacidade de poupança. É necessário construir a infraestrutura física ?"estradas, portos, metrôs nas grandes cidades etc.?", bem como educar famílias cujos pais não tiveram acesso à educação formal. Esse esforço demanda poupança. Dificilmente sociedades com taxas de poupança baixas, entre 15% e 20% do PIB, como é nosso caso, conseguem manter longos ciclos de crescimento.

Ou seja, de forma bem careta, crescimento econômico sustentável no longo prazo requer que a sociedade tenha instituições que garantam que, ao longo de um ciclo de aceleração do crescimento, uma parcela apreciável da renda gerada seja poupada, caso contrário teremos sempre uma sucessão de voos de galinha. E, para tal, a agenda de reforma da Previdência é essencial. Já se perguntou dos motivos de a poupança chinesa ser tão elevada
Herculano
03/09/2017 07:02
O LIVRO DOS NOMES, por Carlos Brickmann

Tanto o eleitor reclamou dos mesmos de sempre que foi atendido: nosso presidente da República, na viagem de Temer, é Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Já não é um dos mesmos, embora seja filho do fluminense César Maia. No lugar de Maia, a presidência da Câmara, um político novo em folha: André Fufuca. Se o caro leitor não sabe quem é, vai continuar não sabendo. Cá entre nós, não faz falta. Deixando o cargo, Fufuca volta ao limbo, ao lado de deputados como Cabuçu, Petecão, Carimbão, Salame, Chapadinha, Junior Marreca e Kaio Maniçoba. Todos bem pagos por nós.


Os novos não são problema: se não têm o que mostrar, são baixo clero para sempre. O problema é que os mais antigos e experientes, bem mais conhecidos, têm muito o que mostrar. Dois dos ministros de Temer, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves, estão presos. Outro ex-ministro, Romero Jucá, é alvo de 14 inquéritos no Supremo. Oito ministros têm desempenho inferior: Blairo Maggi, Bruno Araújo, Aloysio Nunes, Moreira Franco, Helder Barbalho, Eliseu Padilha, Marcos Pereira e Gilberto Kassab estão sob investigação no Supremo. Seu assessor e amigo próximo Rocha Loures está em prisão domiciliar. Seu ex-assessor Tadeu Filippelli está solto, mas em maio passou alguns preso. Todos foram amplamente citados em delações premiadas. E o próprio Temer só não corre - agora - o risco de impeachment porque a Câmara negou autorização para investigá-lo.

TÁ FALTANDO UM

Há ainda um político não tão próximo de Temer, mas seu aliado, que também enfrenta dificuldades: Eduardo Cunha, preso em Curitiba.

QUESTÃO DE TÍTULO

O problema é que, seja experiente, seja novo, seja cabeça-branca ou cabeça-preta (e onde é que localizariam o deputado catarinense Esperidião Amin?), parece que o político, para conquistar notoriedade e poder, não precisa ter currículo: basta exibir o prontuário.

VAI, VOLTA...

Temer assumiu a Presidência da República, há pouco mais de um ano, prometendo colocar em ordem as contas, reduzir o número de ministérios, eliminar gastos. O que fez: deu generosíssimos aumentos a servidores já bem pagos, elevou a meta do déficit fiscal, mandou alugar um Boeing, maior que o AeroLula, para suas viagens, não dispensa nem a hospedagem no hotel mais caro de cada país que visita. Anunciou o fim do Ministério da Cultura, o Ministério da Cultura continua firme e forte. Mandou adaptar o Palácio da Alvorada, a residência oficial, para a segurança de uma criança, seu filho Michelzinho, e em seguida decidiu não se mudar para lá.

...ADIA

A última iniciativa dessas foi mudar o tipo de uso da Renca, reserva na Amazônia para mineração de cobre. A Renca era herança do regime militar: 47 mil km², do tamanho do Espírito Santo, reservados desde 1984 à pesquisa de minérios e mineração. Como deveria ser tocado por estatais, o projeto encruou. Temer o abriu para a iniciativa privada. Como de hábito, a comunicação oficial falhou. Passou para o público que Temer tinha liquidado uma reserva ambiental, para ajudar mineradores estrangeiros a lucrar com a devastação. Não era, mas Temer ainda deu dois recuos: 1) trocando o decreto por outro mais claro; 2) criando prazo de 120 dias para estudar o assunto. Daqui a quatro meses, quem vai se lembrar disso?

DEZ VEZES JOAQUIM BARBOSA

Depois de longo silêncio, o ministro aposentado do Supremo Joaquim Barbosa volta a tratar de temas nacionais. Disse ao jornal Valor:

1 - Em nenhum país do mundo o presidente continuaria no cargo depois das acusações que Temer sofreu.

2 - Temer deveria ter a honradez de deixar a Presidência.

3 - É favorável às reformas propostas pelo Governo Temer, mas acha grave que sejam conduzidas por um Governo não respaldado pelo voto.

4 - Defende campanhas eleitorais mais curtas, com financiamento público "moderado".

5 - Lula não deveria ser candidato. "Vai rachar o país ainda mais".

6 - Não é candidato, mas percebe seu potencial. "Por onde vou as pessoas me abordam. Há potencial, mas não incentivo isso".

7 - A denúncia contra Michel Temer é muito mais grave que as que levaram ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

8 - Um político que elogiou: Paulo Hartung, PMDB, governador do Espírito Santo. "Se eu entrasse nisso (política), iria chamá-lo.

9 - O país foi sequestrado por um bando de políticos inescrupulosos que reduziram as instituições a frangalhos.

10 - Parlamentarismo é, para esses políticos, a maneira de perpetuar-se no poder e se proteger. E já foi rejeitado duas vezes pela população.
Herculano
03/09/2017 06:57
PROCESSO VERGONHOSO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

O governo entrou em setembro à beira de um ataque de nervos. Na noite de sexta, a Presidência emitiu uma nota agressiva, com ataques aos delatores Lúcio Funaro e Joesley Batista. No revide, o dono da JBS chamou Michel Temer de "ladrão geral da República".

O Planalto tenta se antecipar ao que vem por aí: a segunda denúncia criminal contra o presidente. A estratégia, mais uma vez, resume-se a um esforço de desqualificar quem acusa. A novidade é o ataque a Funaro, apontado como operador dos esquemas do PMDB da Câmara.

A nota oficial diz que o doleiro é um "criminoso notório e perigoso", movido pela "vontade inexorável de perseguir o presidente da República". Em outro trecho, o documento assume tom de folhetim e se refere ao delator como "essa pessoa".

Na versão do palácio, Funaro prestou um depoimento falso para servir a quem tenta derrubar Temer. O problema é que "essa pessoa" não foi inventada pelo Ministério Público ou pela oposição. Quem pôs Funaro na roda foi o advogado José Yunes, primeiro-amigo do presidente.

Em março, Yunes contou ter recebido um "pacote" das mãos do doleiro, a pedido do ministro Eliseu Padilha. O advogado disse que não abriu a correspondência, mas afirmou ter sido usado como "mula involuntária" do chefe da Casa Civil.

Doleiros não entregam flores, entregam dinheiro vivo. Segundo o depoimento de Cláudio Melo Filho, o "pacote" continha R$ 1 milhão e fazia parte de um acerto da Odebrecht com o grupo de Temer. À exceção de Yunes, os outros personagens da história continuam no Planalto.

A nova denúncia dará início a outra rodada de negociações para salvar Temer. O presidente estuda antecipar a volta da China para se reunir com deputados, que também não costumam receber flores. Em meio aos ataques a Funaro e Joesley, a nota do Planalto disse que está em curso um "processo vergonhoso". Deste ponto, parece impossível discorda
Herculano
03/09/2017 06:55
SINDICATOS CRIADOS EM 2017 SUPERAM SOMA DE PAÍSES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo.

Vários países de tradição na área não conseguem superar o Brasil em número de sindicatos. Só nos primeiros oito meses de 2017 foram criados 215 no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, que autoriza a farra. O País soma hoje 17.288 sindicatos, correspondentes a mais de 90% de todos os sindicatos no mundo. Nos Estados Unidos, são 191 e no Reino Unido, berço das lutas trabalhistas, 152. Na Dinamarca, 18.

NEGóCIO RENTÁVEL
Virou negócio rentável: os 17 mil sindicatos brasileiros rateiam R$3 bilhões do "imposto sindical" extraído do salário dos trabalhadores.

NOVOS MILIONÁRIOS
O faturamento milionário explica a criação de tantos sindicatos. E Lula vetou a última tentativa do Congresso de obrigá-los a prestar contas.

ARISTOCRACIA SINDICAL
A maioria dos sindicatos é controlada pela CUT, do PT, que só de imposto sindical fatura R$ 60 milhões por ano. Sem dar satisfações.

FONTES DE RENDA
Trabalhadores rurais contribuíram com R$12 milhões para sindicatos, em 2016. Trabalhadores urbanos contribuíram cem vezes mais.

MULHERES ENCARCERADAS SÃO 'INVISÍVEIS' NO BRASIL
É gritante a invisibilidade da mulher presa, no País: de todas as 1.420 unidades prisionais brasileiras, apenas sete são exclusivamente femininas, e pior: todas regionais. Para a maioria das detentas, presídios regionais significam distância da família, falta de apoio material e afetivo dos parentes. Em dois anos, o número de mulheres presas passou de 44.721, o que representa 19,6% de crescimento.

POPULAÇÃO EXPRESSIVA
O Brasil tem o maior número de mulheres presas. "É assustador", diz a Irmã Petra Pfaller coordenadora nacional para a questão das presas.

A FAMÍLIA SUSTENTA O PRESO
A distância dos familiares torna o cumprimento da pena ainda mais duro, diz a Irmã Petra: "É a família que sustenta o preso".

BONZINHOS NÃO SÃO
Tem méritos a denúncia de ativistas como Irmã Petra, mas é preciso não perder de vista que homens e mulheres presos cometeram crimes.

ONDE THE ROCKS
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) gastou R$28.096,05 (e foi ressarcido) só com passagens aéreas para participar de "workshop de consumo inteligente e responsável de bebidas alcoólicas", que durou três dias.

KAKAY GOSTOU
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro elogiou o parecer "técnico e bem fundamentado" do Ministério Público Federal isentando o banqueiro André Esteves. "A Justiça está sendo feita", afirma.

SEM CHANCES
Após a estratégia inútil de insultar quem o investiga e julga, em vez de responder juridicamente às graves acusação de corrupção, Lula trouxe um advogado inglês ao Brasil para atacar a Justiça.

ADVERSÁRIO ESCOLHIDO
Quando xinga o pré-candidato Jair Bolsonaro, Lula tenta polarizar para fazer dele o principal adversário. A avaliação no PT é que a melhor chance de Lula será uma disputa em segundo turno contra o deputado.

VOCÊ BANCA O BANCO
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tomou R$29,1 bilhões em empréstimos do Tesouro Nacional, em 2016. Cada centavo foi retirado do bolso do contribuinte.

NÚMEROS DA RECEITA
Servidores contribuíram com 5% (ou R$138,4 milhões) dos R$3 bilhões arrecadados em 2016 por sindicatos e rentáveis lojas do tipo. Os outros 95% da dinheirama saíram do bolso do trabalhador do setor privado.

ONDE COMEÇA A CORRUPÇÃO
Usuários TIM Beta ganham pontos quanto mais usarem redes sociais. Quanto mais pontos, mais vantagens, como convites. Para fraudar o plano, usuários brasileiros criam perfis falsos na internet para "inflar" a própria pontuação e ganhar muitos convites. Que depois são vendidos.

É PRIMAVERA
A Câmara dos Deputados realizou licitação para comprar cerca de 50 arranjos florais de até um metro de comprimento, com e sem cachepô, por R$ 16,3 mil. Há ainda a previsão de mais quatro coroas fúnebres.

PENSANDO BEM...
...o PSDB até ia dar o grito de independência do governo, só não o fará porque o 7 de setembro caiu num feriado.
Herculano
03/09/2017 06:48
STF PODERIA CONGELAR MIMOS A JOESLEY, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Até os mármores do Supremo Tribunal Federal sabem que o beato Joesley Batista estava grampeando conversas muito antes de ir ao Jaburu para sua tertúlia com Michel Temer. Eles também sabem que os Batista só foram à Procuradoria-Geral porque temiam a chegada da Polícia Federal às suas casas.

A repórter Mônica Bergamo revelou que juntaram-se novos áudios e documentos ao processo do acordo com o Ministério Público. O procedimento cheira a uma nova fuga para a frente. A esquisitice pode estar relacionada com pelo menos dois fatos: as confissões de novos colaboradores e a iminente substituição da Procuradoria-Geral com a qual ele acertou um acordo-girafa.

O melhor que poderia acontecer seria o ministro Luiz Edson Fachin estender as negociações com o beato, até que a procuradora-geral Raquel Dodge e sua equipe possam saber onde a instituição pisa.

Batista já mostrou que tinha o que contar. Não contou tudo o que sabe e deixou lacunas. Uma delas foi a natureza e a tramitação de seus pleitos no BNDES. Ministros de Temer e parlamentares dizendo e fazendo o que não devem, chegam a ser um bem vindo arroz de festa, mas a pressa de Batista deveria ser esfriada, para que o conjunto faça maior nexo. Se todos os seus pleitos financeiros eram lisos, fica difícil entender por que distribuía tanto dinheiro.

Se os irmãos Batista quiserem começar tudo de novo, melhor assim, mas que seja para liberar o pacote inteiro, mesmo que seja necessário esticar prazos.

Surfando a onda do grampo do Jaburu, Joesley Batista ficou com a impressão de que foi bem sucedido na construção do improvável personagem do empresário angelical rapinado por políticos larápios. Enganou-se, assim como estava enganado quando pensava que se livraria das investigações dos procuradores de Rodrigo Janot.

ITAMARATY CONCEDEU AGRÉMENT A EMBAIXADORES ENCALACRADOS

No ano passado o Itamaraty teve seus motivos para mostrar ao governo de Israel que não gostaria de receber como embaixador no Brasil um político militante da ocupação dos territórios palestinos. O doutor Dani Dayan era um personagem rombudo e a pressão israelense em seu benefício foi de um amadorismo ridículo.

De lá para cá, viu-se que o Itamaraty concedeu agrément a embaixadores muito mais encalacrados que Dayan.

O Brasil recebeu o general Jagath Jayasuriya como embaixador do Sri Lanka. Ele deixou o seu país depois de firmar uma fama de matador de milhares de rebeldes. Exposto, escafedeu-se. (O general chegou ao Brasil em 2015 com dois poderosos guarda-costas. Resolveu passear no Rio e foi depenado.)

Num caso mais grotesco, nessa mesma época o Itamaraty concedeu agrément ao embaixador de Cingapura, Choo Chiau Beng. Ele era um embaixador "não residente" e vivia em Cingapura. Até aí tudo bem, mas ele também não pertencia ao serviço público, pois era o CEO do estaleiro Keppel. Nessa condição, tomava conhecimento das propinas milionárias que sua empresa aspergia na Petrobras.

O Itamaraty dá a impressão de que não sabia quem era o general. No caso do empresário, a dupla militância era pública. Só implicaram com o israelense.

A VIRTUDE DO NADA

Nas próximas quatro semanas o signatário dedicar-se-á exaustivamente a fazer nada.

Se alguns ministros de Temer fizessem o mesmo, o doutor não acabaria metido em vexames ambientais na Amazônia.

JANOT TEM DUAS SEMANAS PARA PROCURAR FLECHA QUE INVESTIGUE SEU BRAÇO DIREITO

O procurador-geral Rodrigo Janot tem as próximas duas semanas para buscar no seu bambuzal uma flecha que ajude a investigar o comportamento de Marcelo Miller, seu braço direito na PGR.

O doutor deixou o serviço público em abril, transferindo-se para um escritório de advocacia que cuidava de interesses da JBS dos irmãos Batista.

Se Janot continuar em copas, não poderá reclamar se Raquel Dodge, sua substituta, instaurar algum tipo de procedimento para esclarecer as causas e os efeitos da migração do colega.

A TROPA NO HAITI

O Brasil manteve uma presença militar no Haiti durante 13 anos. Passaram por lá 37 mil soldados e oficiais. Além das dificuldades crônicas da terra, encararam um terremoto, um furacão, um surto de cólera e três eleições presidenciais. Isso e mais o suicídio de um general brasileiro que comandava a tropa.

Terminada a missão, vê-se que deu certo, muito certo.

Um dos principais motivos do êxito da presença dos militares brasileiros no Haiti foi o desestímulo à presença de vivandeiras da política nacional em torno da iniciativa. Afinal, Port-au-Prince não está no roteiro de Paris.

Os militares fizeram seu serviço sem que colassem na missão propósitos salvacionistas e, sobretudo, sem o aparecimento de autoridades prometendo o que ninguém pode entregar e entregando estatísticas impróprias. Basta olhar para o que se faz sistematicamente no Rio.

BAMBUZAL

Os Tribunais de Contas do Rio estão na mira dos flecheiros do Ministério Público.

E tem gente achando que pode fabricar silêncios com mimos mensais.

CURIOSO TEM IDEIA FLORIDA PARA ALEGRAR AS CIDADES

Comovido com a falta de recursos de que se queixam todos os prefeitos brasileiros e entristecido com as propagandas autocongratulatórias que fazem nos sites que mantêm na rede, um curioso teve uma ideia capaz de alegrar as cidades.

Em milhares de ruas há calçadas onde os moradores plantam orquídeas nos troncos das árvores. Bastaria abrir um espaço nos sites das prefeituras para que essas belezas fossem exibidas.

Quem planta uma orquídea na rua não tem outro objetivo senão o de alegrar um instante da vida de quem passa. Se o prefeito quiser, pode visitar cidadãos que tomam essa iniciativa.

Na mesma linha, daqui a uns meses começam as decorações natalinas de casas e edifícios. Quem quiser, pode premiar os melhores enfeites de cada bairro ou mesmo da cidade.

A sugestão tem duas vantagens: não faz mal a ninguém e não custa um centavo. Isso, admitindo-se que uma ideia que não custa um centavo possa ser considerada boa.

Cada orquídea que floresce numa árvore de calçada pode levar as pessoas ao tédio poético de Carlos Drummond de Andrade:

"Uma flor nasceu na rua!

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotada

ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,

garanto que uma flor nasceu."
Herculano
03/09/2017 06:34
A REFORMA DOS INDECENTES

Conteúdo da Revista Isto É. Texto de Ary Filgueiras. Os principais líderes políticos na Câmara legislam em causa própria: querem aprovar medidas que facilitem suas reeleições, como o Distritão e o indecoroso fundo público de R$ 3,6 bilhões

Os versos da marchinha de carnaval "Daqui não saio/ Daqui ninguém me tira" virou um hino para a maioria dos líderes dos principais partidos na Câmara. Na reforma política que articulam, fazem de tudo para aprovar o Fundo Público Eleitoral, que contará com R$ 3,6 bilhões de dinheiro da União para torrarem em suas campanhas. E, ao mesmo tempo, defendem com unhas e dentes a introdução do Distritão. Com essas duas indecências, eles legislam em causa própria para garantir a renovação de seus mandatos nas eleições de outubro do ano que vem.

O deputado José Fogaça (PMDB-RS) explica o que significa o Distritão para ele e os colegas que defendem o novo sistema eleitoral. "Hoje, faço campanha em Porto Alegre e na região metropolitana para me eleger. Com o Distritão, vou ter de rodar o estado inteiro", diz. Os atuais parlamentares, que já são conhecidos e terão prioridade na partilha do dinheiro público colocado à disposição dos partidos, terão facilidade para se reeleger. Os novos candidatos ficarão sem dinheiro para percorrer um grande número de cidades.

A bandeira do Distritão foi empunhada pela primeira vez pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso pela Lava Jato, mas o bastão foi passado para o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele é diretamente interessado na mudança. Nas eleições de 2104, se elegeu na segunda vaga das duas a que sua coligação teve direito no Rio de Janeiro. Pelo Distritão, ele seria o 29° de 46 vagas. Ou seja, se elegeria com um pé nas costas.

Ao tentar impor a reforma política que beneficia diretamente a casta de caciques em detrimento à renovação reivindicada nas ruas do País, a Câmara demonstra mais uma vez que a maior bancada da Casa é a do corporativismo. Deputados que compõem a chamada base do governo e da oposição, principalmente o PT, costuram às escondidas um acordo para aprovar as duas propostas indecorosas: o Distritão, para puxar à ribalta quem está caindo pelas tabelas, e a criação do Fundo Público de R$ 3,6 bilhões para substituir o atual modelo que capta recursos apenas das pessoas físicas, sem onerar os cofres da União.
Herculano
03/09/2017 06:29
TEMER QUEBRA BARRACO, ARRASA QUARTEIRÃO, por Vinicius Torre Freire, no jornal Folha de S.Paulo

A construção civil desabou no governo de Michel Temer. Ruía desde os tempos da antecessora, claro. Temer é um tipo de segundo terremoto, aquele que acaba de devastar os prédios que sobrevivem lascados ao primeiro abalo.

Onde o PIB está mais podre?

Olhando pelo lado da produção, na construção civil, que voltou a afundar rápido desde a ascensão de Temer. O setor teve uma recaída, voltou a encolher, depois de ter evitado a quase morte de 2015. Houve um novo surto de desemprego, de resto. Nas categorias da Pnad do IBGE, é o único ramo de atividade ainda no vermelho vivo, perdendo empregos a um ritmo anual de mais de 8%.

Olhando pelo lado da despesa, o PIB afunda mais no investimento (em novas obras, máquinas, equipamentos etc.). Investimento e construção civil são siameses.

O que Temer tem a ver com isso? Coincidência? Não.

A construção civil decerto padece de males múltiplos e mais antigos. Por exemplo, excesso de produção de moradias e instalações para empresas, endividamento excessivo de firmas e famílias, distratos, juros altos, retranca de crédito. Parou ainda por causa da corrupção descoberta, que trava obras das empreiteiras bandidas. Ou devido a projetos suspensos de estatais quebradas e ao congelamento de obras dos elefantes brancos dos anos petistas.

O governo Temer, por sua vez, asfixia o resto do investimento público "em obras", redução de uns 38% em relação ao ano passado (não é muito dinheiro em relação ao investimento na construção civil, mas seria um resto de ar que animaria também investimentos privados).

"Não haveria o que fazer", pois o governo está na pindaíba extrema, diz o governismo.

É mentira, a começar pelo fato de que o gasto extra do governo neste ano com servidores equivale ao corte de investimentos (há risco de a coisa piorar, pois o governo não deve conseguir nem cumprir a meta fiscal arrombada). Ainda está sub judice a questão de saber se os bancos públicos estão segurando demais o crédito.

É incompetência, porque Temer não consegue colocar na rua projetos de concessão de obras e serviços de infraestrutura para a iniciativa privada, que substituiria ao menos em parte o governo. Para a rua foi apenas o pacotão requentado de projetos de concessões.

Era preciso remontar o "arcabouço regulatório", blá-blá-blá, de fato arruinado por Dilma "Nero" Rousseff? Sim. Virem-se. Afinal, essa turma foi para o governo porque quis e com o programa econômico que lhe deu na telha, certo?

Qual a prioridade dada ao investimento? Quede as tropas de técnicos para acelerar a preparação de normas, projetos, licitações? Funcionário e nomeação não faltam ao governo. Temer dá dezenas de cargos aos amigos da onça que prometem poupá-lo da decapitação.

Investimentos das empresas concessionárias seriam um raro impulso para tirar a economia do buraco. Pouca obra haverá na rua até 2018, dizem empreiteiros restantes, prestantes ou fora da cadeia.

Ficamos a depender da agricultura, da queda da inflação e da lerdíssima baixa dos juros, além da heterodoxia da liberação do dinheirinho do FGTS. Foi isso que fez o PIB entrar no azul clarinho nesta primeira metade do ano.
Sidnei Luis Reinert
02/09/2017 16:11
A imperdoável Ejaculação Institucional


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A insegurança do Direito no Brasil agora atinge o ponto de ejaculação. O sistema judiciário em São Paulo, Magistratura e Ministério Público, gozaram (com a cara ou na cara) da opinião pública. Um juiz, com respaldo de um promotor de justiça, mandou soltar um "ficha suja" que foi preso em flagrante após se masturbar no banco do ônibus, jorrando esperma no pescoço de uma jovem. O fato ocorreu terça passada em plena Avenida Paulista ?" o espaço símbolo da diversidade de São Paulo.
A barbaridade do ato e a injusta libertação ocorreram no momento em que governo do Estado, Prefeitura, empresas de ônibus, ferroviárias e afins investem em uma campanha contra o abuso sexual nos meios de transportes. O inquestionável abuso sexual ficou até em segundo plano diante de duas constatações. A primeira é a fragilidade legal brasileira. A segunda é o corporativismo exacerbado da magistratura e do ministério público na defesa de posturas que receberam reprovação e indignação da maioria da sociedade.
A Associação Paulista de Magistrados saiu depressa em defesa do juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto. Foi aparentemente correta a decisão dele de mandar soltar o tarado, sob a ótica do ordenamento legal tupiniquim. Afinal, o "punheteiro" fora enquadrado por uma contravenção penal: o ato obsceno de "gozar" em cima de uma passageira em pleno ônibus. No ato de soltura, o juiz escreveu: "entendo que não houve o constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado".
Mais curiosa foi a reação corporativa da entidade representativa dos magistrados, alegando que o juiz não minimizou a conduta do abusador sexual. O argumento em defesa do magistrado foi que, por lei, não poderia desconsiderar um pedido do Ministério Público. O promotor Márcio Takechi Nakada classificou o ato, corretamente, apenas como uma contravenção penal. Os magistrados admitiram que existe um descompasso entre a legislação e a realidade, sugerindo que a questão seja levada ao Congresso Nacional.
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Paulo Dimas, teve de entrar no debate: "O juiz não é justiceiro, ele tem que se ater a letra da lei, e nesse sentido que nós estamos inclusive trabalhando no Tribunal da Justiça para que aja uma revisão na nossa legislação. Tenhamos uma tipificação especifica que dê repercussão realmente de acordo com a relevância que essa conduta traz para as pessoas que sofrem esses ataques no transporte coletivo",
A reação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo também foi mais na defesa corporativa do que na defesa do interesse da sociedade. Constitucionalmente, o MP existe para isto. O argumento oficial foi que a Constituição Federal garante aos membros do Ministério Público total independência funcional da defesa da ordem jurídica, do regime democrático, e dos interesses sociais e individuais. O promotor que pediu a soltura do abusador nem quis se manifestar publicamente sobre o caso.
Ficou evidente a revoltante sensação de impunidade, porque o ajudante geral Diego Ferreira de Novaes, de 27 anos, ficou apenas uma noite na cadeia. A máquina judiciária ?" Magistrado + Ministério Público ?" preferiu ignorar, solenemente, que o rapaz tivesse contra ele 16 queixas sobre crimes sexuais. Apenas em 2017, ele já tinha cometido abusos idênticos na mesma Avenida Paulista. Atos obscenos e importunação ofensiva ao pudor são vícios do rapaz. Diego já tem duas prisões por estupro.
Solto novamente, ele representa uma ameaça concreta ao indivíduo e à sociedade que a magistratura e o ministério público exaltam defender constitucionalmente. Tanto isso é e foi verdade que ele voltou a praticar abusos na manhã deste sábado. Acabou preso novamente. O pai dele resolveu fazer um apelo à Polícia e ao Judiciário que o mantenha na cadeia. "Pela Lei" - ou pela "Interpretação" dela - ele poderia ser solto novamente...
O mesmo debate necessário sobre este caso de violência sexual se aplica a outros crimes cometidos no Brasil da impunidade, da jagunçagem ou do rigor seletivo ?" dependendo do interesse político ou financeiro envolvido na denúncia ou na emissão da sentença final. Não dá mais para tolerar "ejaculações judiciais". São reprováveis aquelas posturas persecutórias contra os "inimigos de ocasião". Também são inaceitáveis posturas ou decisões protetoras de uma bandidagem institucionalizada. Estamos assistindo e vivenciando tal barbárie jurídica na Lava Jato e afins.
É por isso que o Brasil precisa ser reinventado, passado a limpo por uma inédita Intervenção Institucional. Vale repetir até cansar e a estrutura estatal mudar. Precisamos de uma Constituição que redefina o pacto social. Regras claras, objetivas, que sejam cumpridas sem necessidade de "interpretações" de uma caríssima máquina judicial (magistratura + ministério público ?" que não é considerado parte do Judiciário pelo ordenamento constitucional. Na verdade, é um poder independente).
O assunto mexe com os corporativismos. Exatamente por isso, precisa ser exaustivamente debatido pela sociedade. Nada funciona Direito (sem trocadilho infame) no Brasil. Só teremos Democracia quando tivermos efetiva Segurança do Direito. Até isto acontecer, temos o dever moral e cidadão de combater o ejaculador do ônibus e os poderosos que gozam (com e na) nossa cara. A ejaculação institucional é intolerável e imperdoável.
Herculano
02/09/2017 13:04
EM POUCAS HORAS O CRIMINOSO DÁ UM TAPA NA CARA DA JUSTIÇA, DA PROMOTORIA, DA LEI E EJACULA OUTRA VEZ NA SOCIEDADE DESPROTEGIDA PELA PRóPRIAS E CARAS INSTITUIÇÕES CRIADAS PARA PROTEGÊ-LA

SOLTO APóS EJACULAR EM MULHER NO ôNIBUS, HOMEM REPETE ATO E É PRESO NOVAMENTE. E AGORA?

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Isabela Palhares. O homem que foi solto na quarta-feira, após ser detido por ejacular em uma jovem no ônibus, foi preso novamente na manhã deste sábado, 2 de setembro. Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, assediou outra mulher por volta das 8h30, dessa vez em um ônibus que passava pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na região do Jardim Paulista. Pela segunda vez em menos de uma semana, ele foi impedido por passageiros de sair do ônibus, e encaminhado ao 78º DP.

Segundo a tenente Stephanie Cantoia, do 78º DP, a vítima tem entre 30 e 40 anos e estava a caminho do trabalho no momento do ataque. A vítima relatou que estava sentada, quando o agressor se posicionou ao seu lado e começou a se tocar nas partes íntimas. Ela percebeu o que estava acontecendo e tentou levantar, já gritando para pedir ajuda, mas o agressor a segurou enquanto continuava a se masturbar. Os passageiros detiveram o homem e o seguraram até a chegada da polícia.

A tenente disse que ele não resistiu à prisão e relatou o assédio. "Ele disse que tem problemas mentais e que precisa de ajuda", ela relatou."A vítima estava muito abalada, mas quem não ficaria? Ninguém imagina passar por esse tipo de situação enquanto está indo para o trabalho."

Segundo o delegado plantonista no 78º DP, a polícia deve pedir a prisão preventiva do agressor.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que Novais foi preso em flagrante pela Polícia Militar e acusado de estupro consumado. Esta é a quarta vez que ele é preso por estupro; o homem também já foi detido 13 vezes por ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor, segundo a SSP. O agressor será encaminhado a uma audiência de custódia.

Novais tem agora 17 passagens semelhantes na polícia, registradas nos últimos oito anos. O seu modus operandi é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula. O último ataque aconteceu na terça-feira passada. Novais foi libertado no dia seguinte, em audiência de custódia.

Para o juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, não havia elementos para enquadrá-lo no crime de estupro. Amaral entendeu não ter havido violência na ocorrência, posição que contou com a concordância do promotor Márcio Takeshi Nakada. A decisão foi seguida por críticas dos que acreditam que, diante da recorrência da prática - Novais tinha 14 passagens pela polícia por condutas similares ?", o resultado da audiência poderia ter sido outro que não a liberdade.

O próprio pai de Novais defendeu que o filho fosse preso, após a liberação da Justiça. "É perigoso que uma pessoa dessa fique solta, e o delito que ele pratica não é justo", disse o aposentado de 65 anos, que preferiu não se identificar ao ser entrevistado pelo Jornal do SBT.

Repercussão. Nesta sexta-feira, 1º, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público de São Paulo defenderam publicamente mudanças na legislação do crime de estupro, após repercussão negativa da libertação de Novais.

O TJ-SP falou em propostas para punir de forma mais severa a importunação ofensiva ao pudor, enquanto o MP-SP disse que o ideal seria a criação de um crime intermediário entre a importunação e o estupro.

O presidente da Corte, Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, e a Procuradoria-Geral de Justiça saíram em defesa do juiz e do promotor que atuaram no caso. Mascaretti disse que a Corte realizará encontros para iniciar o debate com a sociedade civil e instituições públicas "em prol de mudança legislativa que atenda aos desafios do mundo contemporâneo"
Herculano
02/09/2017 08:34
DORIA X ALCKMIN: PARTIDOS MAIS FORTES APOIAM PREFEITO

Conteúdo de O Antagonista. João Doria assumiu que quer ser candidato ao Planalto ao afirmar que caberá "ao povo" decidir quem representará o PSDB na disputa.

É o que dizem aliados de Geraldo Alckmin, segundo o Painel da Folha.

O governador tem a preferência do tucanato, mas dirigentes do PMDB, do PSD e de partidos do centrão já dizem abertamente que veem o prefeito com mais chances de êxito na eleição presidencial de 2018.

Alckmin teria apenas o PSB, o PV e o PPS.
Herculano
02/09/2017 07:57
da série: só não estão indignados o Judiciário, o Ministério Público e os políticos pagos com pesados impostos pela sociedade fragilizada para exatamente regrar e defende-la dos criminosos.

ESTUPRADORES DESPERTAM EM MIM ÍMPETOS DE VIOLÊNCIA, A CUSTO CONTIDOS, por Dráuzio Varella, médico cancereologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Tive o desprazer de entrar em contato com muitos deles nos presídios. No antigo Carandiru, cumpriam pena isolados nas celas do último andar do Pavilhão Cinco, única maneira de mantê-los a salvo do furor assassino da massa carcerária.

Ao menor descuido da segurança interna, entretanto, eram trucidados com requintes de crueldade. As imagens dos corpos mutilados trazidos à enfermaria para o atestado de óbito até hoje me perseguem.

Para livrá-los da sanha dos companheiros de prisão, a Secretaria da Administração Penitenciária foi obrigada a confiná-los num único presídio, no interior do Estado.

Nas áreas das cidades em que a Justiça caiu nas mãos dos tribunais do crime organizado, o estuprador em liberdade não goza da mesma benevolência.

Assinada pela jornalista Cláudia Collucci, com a análise de Fernanda Mena, a Folha publicou uma reportagem sobre o aumento do número de estupros coletivos no país.

Os números são assustadores: dos 22.804 casos de estupros que chegaram aos hospitais no ano passado, 3.526 foram coletivos, a forma mais vil de violência de gênero que uma mente perversa pode conceber. Segundo o Ipea, 64% das vítimas eram crianças e adolescentes.

O estupro coletivo é a expressão mais odiosa do desprezo pela condição feminina. É um modo de demonstrar o poder do macho brutal que exibe sua bestialidade, ao subjugar pela violência. Não é por outra razão que esses crimes são filmados e jogados na internet.

Oficialmente, no Brasil, ocorrem 50 mil registros de estupros por ano, dado que o Ipea estima corresponder a apenas 10% do número real, já que pelo menos 450 mil meninas e mulheres violentadas não dão queixa à polícia, por razões que todos conhecemos.

Em 11 anos atendendo na Penitenciária Feminina da Capital, perdi a conta das histórias que ouvi de mulheres estupradas. Difícil eleger a mais revoltante.

Se você, leitora, imagina que as vítimas são atacadas na calada da noite em becos escuros e ruas desertas, está equivocada. Há estimativas de que até 80% desses crimes sejam cometidos no recesso do lar. Os autores não são psicopatas que fugiram do hospício, mas homens comuns, vizinhos ou amigos que abusam da confiança da família, padrastos, tios, avós e até o próprio pai.

A vítima típica é a criança indefesa, insegura emocionalmente, que chega a ser ameaçada de morte caso denuncie o algoz. O predador tira partido de sua ingenuidade, das falsas demonstrações de carinho que confundem a menina carente, do medo, da impunidade e do acobertamento silencioso das pessoas ao redor.

Embora esse tipo de crime aconteça em todas as classes sociais, é na periferia das cidades que adquire caráter epidêmico, sem que a sociedade se digne a reconhecer-lhe existência.

A fama do convívio liberal do homem brasileiro com as mulheres é indevida. A liberdade de andarem com biquínis mínimos nas praias ou seminuas nos desfiles de Carnaval fortalece esse mito. A realidade é outra, no entanto: somos um povo machista que trata as mulheres como seres inferiores. Consideramos que o homem tem o direito de dominá-las, ditar-lhes obrigações, comportamentos e regras sociais e puni-las quando ousarem decidir por conta própria.

Há demonstração mais contundente da cultura do estupro em nosso país do que os números divulgados pelo Ipea: 24% dos homens acham que "merecem ser atacadas as mulheres que mostram o corpo". Ou, na pesquisa Datafolha: 42% dos homens consideram que "mulheres que se dão ao respeito não são atacadas".

Não se trata de simples insensibilidade diante do sofrimento alheio, mas um deboche descarado desses boçais para ridicularizar as tragédias vividas por milhares de crianças, adolescentes e mulheres adultas violentadas todos os dias, pelos quatro cantos do país.

O impacto do estupro sofrido em casa ou fora dela tem consequências físicas e psicológicas terríveis e duradouras. O estuprador pratica um crime hediondo que não merece condescendência e exige punição exemplar. Uma sociedade que cala diante de tamanha violência é negligente e covarde
Herculano
02/09/2017 07:43
da série: uma aula do nada e uma aposta para ser cobrada em 2018

EX-PRESIDENTE DILMA PALESTRA EM PóS-GRADUAÇÃO DE ESQUERDA EM CHAPECó, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, Florianópolis SC

Pela primeira vez em Santa Catarina desde que sofreu impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) concedeu uma palestra para cerca de 600 pessoas em Chapecó. A fala de 1h20min integra o programa do curso de pós-graduação A Esquerda no Século 21, que continua neste sábado com uma aula da petista restrita aos 42 alunos matriculados.

Dilma Rousseff fez uma avaliação do quadro político brasileiro após sua deposição, que qualificou como "golpe parlamentar". Bastante rouca por causa de eventos anteriores em Natal (RN) e no Rio de Janeiro nos últimos dias, a ex-presidente afirmou que sua destituição teve como um de seus eixos impedir que as investigações da Operação Lava-Jato alcançassem políticos do PMDB e do PSDB, mas que o objetivo principal foi aplicar o programa de governo neoliberal derrotado nas eleições de Lula em 2002 e 2006 e dela própria em 2010 e 2014.

- Hoje não há grande dúvida de que se tratou de um golpe parlamentar diante do caráter fraudulento das razões expostas para o impeachment - disse Dilma, em referência à chamadas pedaladas fiscais.

Ela fez críticas diretas às reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), especialmente a emenda constitucional que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, as mudanças na legislação trabalhista e previdenciária e a intenção de de privatizar a Eletrobras.

- Aplicam um programa que nunca ganharia o voto popular - criticou.

A ex-presidente creditou a crise econômica enfrentada pelo país em seu governo a fatores externos e disse que a antiga oposição utilizou essas dificuldades para criar as condições para o impeachment.

- Todas as medidas de contenção da crise foram bloqueadas sistematicamente - disse a ex-presidente.Ela defendeu a necessidade de uma reforma política, mas criticou as opções em discussão no Congresso Nacional - especialmente o parlamentarismo e o distritão.

Defendeu a candidatura de Lula a presidência em 2018 e foi ovacionada ao citar a frase do ex-presidente de que participaria da disputa "condenado ou absolvido, preso ou em liberdade, vivo ou morto".

- Uma parte importante desse golpe será derrotada em 2018 - disse Dilma.

Ao final do evento, os participantes fizeram fila para tirar fotos com a petista. A única reação hostil à ex-presidente aconteceu à tarde, quando cerca de 20 pessoas criticaram a presença de Dilma em Chapecó na praça Coronel Bertaso, no Centro da cidade.
Herculano
02/09/2017 07:30
INVESTIMENTO FRACO LIMITA FôLEGO DA RETOMADA ECONôMICA, por Érica Fraga, para o jornal Folha de S. Paulo

O resultado do PIB do segundo trimestre indica que o Brasil deixou a recessão para trás, mas permanece a uma longa distância do crescimento sustentado.

Os motores do fim do ciclo de contração da atividade ao longo do primeiro semestre foram o setor agrícola ?"que teve forte crescimento no início do ano e se manteve firme?" e, mais recentemente, o consumo das famílias que deu impulso ao comércio.

A principal barreira à passagem desse estágio para um retorno à expansão mais dinâmica da economia é a continuação da queda dos gastos de empresas com ampliação de fábricas, abertura de novas unidades e compra de máquinas e equipamentos.

Ao recuar 0,7% no segundo trimestre, o investimento voltou para o patamar visto entre abril e junho de 2009, segundo o Goldman Sachs.

Como proporção do PIB, o investimento ?"que aumentava em ritmo lento mesmo na época da expansão mais forte da economia brasileira?" despencou nos últimos anos de recessão, chegando a 15,5% no segundo trimestre.

A taxa atual do Brasil só perde para os indicadores de 23 países entre um total de 135 nações para as quais o FMI tem dados referentes a 2016.

Segundo economistas, embora o cenário revelado pelos dados do PIB do segundo trimestre seja mais animador, o desempenho fraco do investimento ainda limita o fôlego da retomada.

"Diminuiu muito o risco de a economia voltar a mergulhar na recessão", diz David Beker, do Bank of America Merrill Lynch. "Mas, sem uma recuperação do investimento, permanecem dúvidas sobre a intensidade da recuperação", completa o economista.

Segundo Beker, o investimento normalmente já deveria ter reagido ao atual ciclo de queda de juros. A taxa Selic recuou de 14,25% em agosto de 2016 para 9,25% em julho deste ano.
Herculano
02/09/2017 07:26
da série: quando a Justiça, a promotoria e a lei falham...

A CADA 16 HORAS, ESTADO [RIO DE JANEIRO] TEM UM CASO SIMILAR AO DE HOMEM QUE EJACULOU NO BR

Conteúdo de O Globo. Texto de Kátia Gonçalves e Rafael Soares. Dados da Polícia Civil apontam que de janeiro até última quinta-feira foram registrados 332 casos de "importunação ofensiva ao pudor" em todo o estado. A tipificação é a mesma contravenção penal na qual foi enquadrado o homem acusado de ejacular na perna de uma passageira do BRT Transoeste na manhã de quinta-feira.

Um número revela a média de uma ocorrência registrada a cada 16 horas. O delito, que consta no artigo 61 da lei de contravenções penais, engloba não só situações como a ocorrida no ônibus, mas todos os casos em que a vítima é importunada em local público.

Na capital, foram 103 registros. O maior número de ocorrências este ano, no entanto, ocorreu no interior (denominação no sistema da polícia que também inclui as cidades de Niterói e São Gonçalo): 114 casos levados a delegacia. Nas Delegacias de Atendimento a Mulher (DEAM), foram feitos 88 registros. Na Baixada, houve 19 ocorrência. Enquanto as delegacias especializadas contam com oito casos.

Quando comparado ao mesmo período dos dois últimos anos, porém, o número de registros no estado do Rio caiu em 2017. Em 2015, foram 422 ocorrências. Já no ano passado, aconteceram 409 registros.

No caso ocorrido nesta quinta-feira no BRT, o acusado Vitor Ribeiro Barbosa foi liberado e o caso foi remetido ao Juizado Especial Criminal (JECRIM). A contravenção penal "importunação ofensiva ao pudor" prevê apenas pagamento de multa. Porém, o desembargador Paulo Rangel, integrante da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio e referência em Direito Processual Penal, considera o caso estupro.

- Como a mulher estava em um ônibus lotado, ela não poderia oferecer resistência. Seria o mesmo se ela estivesse dormindo ou dopada, ela não poderia se defender. Como não tinha como resistir, para mim, é estupro. Um homem desse não pode ficar em liberdade ?" diz Rangel.

Já o delegado da Polícia Civil e professor de Direito Penal, Bruno Gilaberte, o caso ocorrido na estação Mato Alto do BRT, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, é de importunação ofensiva ao pudor. Segundo a Gilaberte, a contravenção se configura pelo ato cometido através de palavras, atitudes ou gestos que molestem uma pessoa em local público ou acessível ao público que violem o pudor sexual de terceiros.

- O caso no BRT não me parece ser estupro, e sim importunação ou ato obsceno, artigo 233. No caso do ato obsceno, a pena seria de detenção de três meses a um ano, ou multa - explica Gilaberte.
Herculano
02/09/2017 07:19
SEM VERBA PARA A MORTADELA

Conteúdo de O Antagonista. O PT está com dificuldades para arregimentar militantes do partido para acompanhar Lula a Curitiba em 13 de setembro, relata a Época.

Está marcado para esse dia o novo depoimento do ex-presidente a Sergio Moro.

Um dos motivos, segundo a revista, é a falta de recursos em razão dos gastos com a caravana de Lula pelo Nordeste.
Herculano
02/09/2017 07:10
EPISóDIO MOSTRA COMO É FRÁGIL NO MPF O ENTENDIMENTO SOBRE DELAÇÕES PREMIADAS, por Rubens Valente, no jornal Folha de S. Paulo

A decisão do procurador Ivan Cláudio Marx de pedir a absolvição do ex-presidente Lula e a anulação do acordo de delação do ex-senador Delcídio do Amaral é um cavalo de pau do Ministério Público Federal e arma um nó de difícil solução.

O episódio revela como é frágil, no MPF, o entendimento sobre método e alcance dos acordos de delação.

Ressalta a dificuldade do combate à corrupção calcado em acordos fechados antes que as provas sejam alcançadas por outros métodos clássicos de investigação, como interceptações de telefonemas e laudos periciais.

Ocorre que, antes de Marx, e sobre os mesmos fatos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia denunciado Lula e pedido sua condenação.

Agora temos a seguinte situação: um delator contou à PGR o que alegou que sabia e, com base nisso, Janot entendeu que era possível conceder perdão judicial. O STF aprovou. Um ano depois, a fala do delator é atacada por outro membro do MPF. Ou seja, o delator agradou a um ouvido, mas não a outro e, por isso, poderá ser punido com a perda de todo o acordo.

Muitas perguntas surgem: se o Estado, na figura da PGR, entendeu que as declarações do candidato a delator eram suficientes para um acordo e até para uma denúncia e depois disse que elas eram mentirosas, quem errou foi o delator ou foi o Estado? Se o Estado assina e pouco depois quer desfazer um acordo, que sinal está emitindo a futuros delatores?

Os críticos, encontrados principalmente nos quadros da Polícia Federal, do método da PGR de homologar delações antes da busca de outras provas terão aqui um farto material de análise.

Por um ponto de vista, o episódio é exemplo do caos processual, onde membros do mesmo órgão, justamente o responsável por fazer valer a lei, batem cabeça. Por outro, pode ser interpretado como manifestação vigorosa da independência dos procuradores de primeira instância.

"Chefe", no Ministério Público Federal, não deveria interferir nas convicções dos procuradores durante um processo judicial. A independência, reforçada lá na Constituição de 1988, foi reafirmada com ênfase nesta sexta (1º), para o bem e para o mal.
Herculano
02/09/2017 07:07
DELAÇÃO DE GUIDO MANTEGA DEVE SER DEVASTADORA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Caiu como uma bomba na cúpula petista o acordo de delação para que Guido Mantega, ex-ministro de Lula e Dilma entregasse documentos sobre contratos do BNDES com a JBS/J&F. Líderes do partido estão à beira do colapso antecipando revelações. É que Mantega, além de presidir o BNDES, foi ministro do Planejamento de Lula, e depois ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma. Mantega também é apontado pela Odebrecht como operador da propina a partir de 2011.

PóS-PALOCCI
A delação de Mantega tem o potencial de ser tão avassaladora quanto a de Antonio Palocci, a quem teria substituído a frente do esquema.

O PóS-ITÁLIA
O petista ainda precisa explicar a operação das contas criadas no exterior e abastecidas pela empreiteira Odebrecht para Lula e Dilma.

PT PREOCUPADO
Mantega já externou sua insatisfação por ser investigado e já se disse sentir humilhado. "A minha vida virou um inferno", afirmou.

AINDA TEM A PETROBRAS
No centro da Lava Jato, Mantega presidiu o Conselho de Administração da Petrobras de 2010 a 2015 e também vai contribuir para o caso.

SENADO CENSUROU LIVRO QUE QUESTIONA AS COTAS
Subjugado ao "pensamento único", próprio de regimes autoritários, o Senado censurou um livro que questiona a política de cotas, demolindo suas justificativas. A censura ocorreu após a Secretaria de Editoração pedir "às instâncias de direção" avaliação de "conteúdo e conveniência" do livro Escravidão e Leis no Brasil. Era dezembro de 2016 e Renan Calheiros presidia o Senado. A censura chegou por escrito ao autor, Ibsen Noronha, admirado jurista brasileiro e professor em Coimbra.

ALEGAÇÕES PATÉTICAS
O coordenador de edições técnicas do Senado justificou a censura em carta: o "entendimento político" foi de que o livro não é "conveniente".

QUALIDADES DE SOBRA
O "elevado grau de conhecimento do autor", o "apuro" e a "clareza da exposição didática" foram destacados na carta de censura do Senado.

CONVENIÊNCIA DO CENSOR
Após a censura, também justificada pela "elevadíssima radicalização ideológica" no País, a editora Petrus publicou o livro de Ibsen Noronha.

O MESMO MARX
O procurador Ivan Marx, que pediu a absolvição de Lula na acusação de obstrução à Justiça, é o mesmo que o denunciou por tráfico de influência a serviço da Odebrecht em Angola. Ele também investiga a suposta conta de US$150 milhões da JBS para Lula e Dilma.

TARADO SERIAL
Notas oficiais de genuíno corporativismo defenderam a decisão que garantiu liberdade ao tarado que ejaculou no pescoço de passageira de ônibus, em São Paulo. O sujeito já foi preso 16 vezes por atos assim.

MEMóRIA
Há exatos dois anos, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, desdenhava de um gesto de Dilma, levando o aliado Leonardo Picciani para seu governo. Dois meses depois, Cunha aceitaria o impeachment.

SER OU NÃO SER
O Paraná Pesquisas apurou que 35% dos brasileiros acima de 45 anos preferem que o PSDB continue apoiando Michel Temer. No cômputo geral, 55,6% acham que os tucanos devem abandonar o governo.

PMDB, O MAIOR
Apesar da baixa popularidade do presidente Michel Temer e da permanência no partido de tipos como Renan Calheiros, o PMDB ainda é o partido com o maior número de filiados: 2,4 milhões

HISTóRIA É ANTIGA
Em 2014, consultado o Censo Escolar, o Tribunal de Contas da União (TCU) já verificava quantitativo "extremamente elevado" de professores públicos fora da sala de aula. São quase meio milhão de casos.

CONVERSA MOLE
A pelegada ligada aos bancários espalha que o governo vai privatizar o Banco do Brasil. E chama de "desmonte" a reestruturação destinada a reduzir custos e privilégios e a melhorar a eficiência do BB. Tudo lorota.

O DECLÍNIO DE LULA
As aparições de Lula diante de reduzidas plateias no Nordeste, e ser recebido em Campina Grande (PB) aos gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", mostram que o reinado do petista parece no fim.

PENSANDO BEM...
...a CBF precisa explicar a "volta de Dunga" à Seleção no primeiro tempo contra o Equador, dia 31, em Porto Alegre.
Herculano
02/09/2017 07:02
da série: o PT precisa do erro e da má conduta dos ex-parceiros para anular provas, indícios que possam desmoralizar ou condenar os seus na Lava Jato. Busca no erro formal dos outros para limpar a sua própria ficha com todas as manchas que ela possui

FISIOLOGIA PODE BRECAR FETICHISMO DA LAVA JATO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para o jornal Folha de S. Paulo

A fixação da Operação Lava Jato são as algemas, não o bigode de Romero Jucá (PMDB-RR). Dessa vez quem matou a charada foi José Simão. O principal desejo de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot, líderes do Partido da Justiça (PJ), é punir. Eles querem meter na cadeia o maior número possível de corruptos.

No limite, tal como no romance de Machado de Assis, ninguém escaparia "aos emissários do alienista", uma vez que Itaguaí inteira, perdão, o Brasil todo, teria parte com a corrupção, inclusive o próprio trio justiceiro. Vejamos.

O braço direito de Janot na Procuradoria trabalhou para escritório contratado pelo empresário Joesley Batista. Prenda-se Janot. Deltan aproveitou a fama adquirida para cobrar R$ 40 mil por palestras. Prenda-se Deltan. O padrinho de casamento de Moro prestou serviços para um acusado na Lava Jato. Prenda-se Moro.

É claro que, em algum ponto dessa dança das cadeiras, a música vai parar. Quem caiu saiu do jogo. Quem se salvou ficou. O primeiro sinal de parada veio um mês atrás, quando, ao contrário do relatado em "O Alienista", a Câmara não "entregou o próprio presidente", sabendo-se que Michel Temer é, na verdade, o chefe dos 263 deputados que decidiram protegê-lo.

Agora a nova e, quiçá, última grande ofensiva dos bacamartes deve ser a segunda denúncia contra o ocupante do Palácio do Planalto.

Metido no bambuzal plantado pelo doleiro Lúcio Funaro, Janot prepara as derradeiras flechas de que dispõe, antes de deixar o cargo. Pelo que foi cuidadosamente vazado até aqui, Funaro revelou detalhes sobre entrega de dinheiro ao ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também preso, e ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que curte prisão domiciliar. Ambos são aliados históricos do atual presidente da República.

Para também ajudar Janot, o placar de 2/8, quando Temer teve a primeira vitória, mostrou uma diminuição da blindagem presidencial. Cerca de cem parlamentares dos que optaram por destituir Dilma em 2016 escolheram agora jogar Temer no caldeirão da Lava Jato. Com isso, a facção anti-Partido da Justiça ficou restrita ao número que elegeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Casa no começo de 2015.

Trata-se do velho blocão/centrão. Ele não é suficiente para fazer mudanças constitucionais, mas, bem alimentado por verbas, consegue sustentar governos.

Foi assim que Sarney chegou ao fim do seu arrastado mandato em 1990. Vai ser interessante assistir ao novo embate entre os fisiológicos e os alienistas, loucos para algemar as mãos esvoaçantes do sucessor de Rousseff.
Herculano
02/09/2017 06:55
VEJA OS CRIMES SEXUAIS COMETIDOS PELO SUSPEITO. O JUIZ E O PROMOTOR NÃO ENXERGARAM NADA NELES

29.ago.2017
Onde: em ônibus na avenida Paulista, 800
Vítima: estagiária de 23 anos
Natureza: estupro consumado
Resumo: a vítima estava sentada quando o autor se masturbou e ejaculou no pescoço dela

12.jun.2017
Onde: em ônibus na avenida Paulista, 1394
Vítima: estagiária de 20 anos
Natureza: ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor
Resumo: o suspeito colocou o pênis para fora da calça e o encostou no ombro da vítima

1º.mai.2017
Onde: em um ônibus na alameda Santos com rua Augusta
Vítima: mulher de 23 anos
Natureza: importunação ofensiva ao pudor e ato obsceno
Resumo: suspeito tirou o pênis para fora da calça e esfregou na mão da vítima

02.mar.2017
Onde: em ônibus na avenida Paulista
Vítima: contadora de 24 anos,
Natureza: importunação ofensiva ao pudor
Resumo: o suspeito abriu o zíper, colocou o pênis para fora e esfregou no braço da vítima

19.fev.2017
Onde: em coletivo na avenida Paulista, 2073
Vítima: auxiliar operacional de 22 anos
Natureza: estupro tentado
Resumo: suspeito esfregou o pênis na mão da vítima

28.nov.2016
Onde: Dentro de um ônibus na avenida Paulista, 570
Vítima: Não identificada
Natureza: Ato obsceno
Resumo: Começou a se masturbar próximo de uma mulher

21.nov.2016
Onde: em vagão na estação Capão Redondo, da linha 5-lilás do metrô
Vítima: adolescente de 17 anos
Natureza: importunação ofensiva ao pudor
Resumo: suspeito esfregou o pênis na vítima

31.out.2016
Onde: em ônibus na avenida Brigadeiro Luis Antônio, 4677
Vítima: Não localizada
Natureza: ato obsceno
Resumo: suspeito esfregou o pênis em uma passageira

25.nov.2014
Onde: em ônibus na rua Domênico de Palma, Cidade Ademar
Vítima: vendedora de 21 anos
Natureza: ato obsceno e importunação ao pudor
Resumo: suspeito passou a mão no cabelo da vítima, tentou passar a mão nos seios dela e ejaculou no ombro da vítima

13.set.13
Onde: em ônibus na avenida Brigadeiro Luís Antônio, esquina com a rua Pamplona
Vítima: universitária de 19 anos
Natureza: violação sexual mediante fraude
Resumo: colocou a mão sob o vestido da vítima

02.fev.2013
Onde: em ônibus na avenida Washington Luis, 2455
Vítima: operadora de 47 anos
Natureza: estupro tentado
Resumo: suspeito esfregou o pênis no braço da vítima

01.ago.2012
Onde: em transporte público na avenida Yervant Kissajikian, Americanópolis
Vítima: assistente administrativa de 23 anos
Natureza: importunação ofensiva ao pudor
Resumo: não consta no termo circunstanciado

17.out.2012
Onde: em ônibus na rua Padre José Maria, em Santo Amaro
Vítima: mulher de 27 anos
Natureza: ato obsceno
Resumo: suspeito retirou o pênis de dentro da calça e mostrou para a vítima

11.fev.2011
Onde: rua Floriano Peixoto, Sé
Vítima: estudante de 22 anos
Natureza: ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor
Resumo: não consta no termo circunstanciado

06.abr.2011
Onde: escada rolante estação Anhangabaú do metrô
Vítima: gerente de 33 anos
Natureza: ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor
Resumo: sem informações no termo circunstanciado

30.nov.2011
Onde: em ônibus na rua Amador Bueno, Santo Amaro
Vítima: mulher de 27 anos
Natureza: ato obsceno
Resumo: sem informações no termo circunstanciado

12.dez.2009
Onde: em ônibus na praça Miguel Dell'erba, Lapa
Vítima: mulher de 22 anos
Natureza: ato obsceno
Resumo: suspeito desceu a calça e mostrou o pênis para a vítima
Herculano
02/09/2017 06:52
da série: será que o juiz e promotor teriam a mesma atitude, para com o doente e reiterado no ato, se isso tivesse acontecido com a mãe, a mulher, a irmã, a filha, a amante, uma endinheireda (veja o caso do médico septuagenário famoso das concepções assistidas), uma colega do corporativismo ou uma artista que gera repercussão?

MACACO PERGUNTARÁ AO HOMEM: "VALEU A PENA?", por Josias de Souza

Estranho país o Brasil! Aboliu as baforadas de cigarro nos salões dos restaurantes chiques. Mas não consegue impedir que pervertidos ejaculem na cara das mulheres em ônibus e trens urbanos.

Quem poderia imaginar que, no processo da evolução humana, o macho brasileiro se tornaria um bípede para poder abrir o zíper num transporte coletivo do século 21, colocar o pênis para fora, marturbar-se e espargir esperma em fêmeas indefesas?

Um King Kong enxergaria essa modalidade de sexo público como uma prática constrangedora. Em São Paulo, porém, chamado a julgar o caso do sujeito que ejaculou no pecoço de uma mulher dentro do ônibus, um juiz mandou soltá-lo com base na seguinte argumentação:

"Entendo que não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado."

Levando-se o raciocínio do doutor às útimas (in)consequências, a mulher ultrajada talvez devesse agradecer ao agressor pela civilidade do ataque. Mas a vítima, aos prantos, discordou: "Eu me senti um lixo. Para a Justiça, não fui constrangida!"

A decisão ajuda a explicar o comportamento do agressor. Não foi a primeira vez que ele meteu o pênis na cara de uma mulher. Acumula 13 passagens pela polícia por "ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor" e três prisões, sendo duas por "estupro".

O cobrador do ônibus evitou que o tarado fosse agredido. Segurou-o até a chegada da polícia. Lamentou que a prisão tenha sido relaxada no dia seguinte. Disse estar "decepcionado".

O juiz escorou sua decisão em manifestação do promotor, também favorável à liberação do agressor, mediante pagamento de multa. Tais injustiças levam algumas pessoas a gritarem, de tempos em tempos: "Livrai-me da Justiça, que dos malfeitores me livro eu."

Alguém já disse que a civilização é tudo o que sobra para ser desenterrado dez mil anos depois. Quando os arqueólogos desencavarem evidências de que os ataques sexuais eram comuns nos transportes coletivos brasileiros, tudo será esclarecido.

A comunidade científica concluirá que o macho brasileiro parou de evoluir por volta dos anos 2000, tomando o caminho de volta. Era bípede. Mas retrocedeu até ficar de quatro. Registros sonoros indicarão que o macaco voltou à cena para perguntar: "Acha que valeu a pena?"
Herculano
02/09/2017 06:45
LIVRAI-NOS DE TODO MAL, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Sem capital político para aprovar a reforma da Previdência, o governo Temer busca comprar a confiança do mercado com uma agenda ambiciosa de privatizações.

Para os entusiastas do mercado, privatizações são uma espécie de pílula mágica, que resolve todos os problemas. Elas não apenas serviriam para tornar a economia mais eficiente (melhores produtos e serviços a preços mais baixos) e reduzir o tamanho do Estado como ainda permitem ao país fazer caixa para reduzir dívida e juros.

Já para a esquerda, privatizações são tóxicas. Seriam uma forma ardilosa de transferir patrimônio público para as mãos de particulares e ainda reduzir o poder do Estado de promover o bem comum. Mesmo quando recorrem a elas, governos que se dizem de esquerda se desdobram para nunca chamá-las pelo nome. Dilma, por exemplo, recorreu ao eufemismo "concessões", que nada mais são que privatizações por prazo fixo.

Obviamente, nenhuma dessas posições, que retratei de forma caricata, admito, para em pé. Há exemplos históricos de privatizações que deram certo, revertendo em maior eficiência e justa remuneração pela alienação patrimonial, e de transferências que são mais bem descritas como roubalheira descarada. O modo como o processo é conduzido importa mais do que os conceitos teóricos.

No caso do Brasil de hoje, vejo as privatizações como algo interessante. Não tanto por acreditar que obteremos grandes ganhos de eficiência ou atingiremos preços fantásticos, mas simplesmente porque reduziríamos a influência de políticos sobre setores importantes da economia.

No nosso presidencialismo de cooptação, a distribuição de cargos de empresas públicas segundo interesses políticos não só abre avenidas para a corrupção (como vimos com as diretorias da Petrobras) como ainda tende a resultar em chefias menos competentes que o possível. Só nos livrar disso já seria um bom negócio.
Herculano
01/09/2017 19:56
EM NOVO ANEXO, JOESLEY DIZ QUE ENTREGOU MILHÕES A BENDINE

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista apurou que Joesley Batista dedicou um novo anexo exclusivamente a Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras que está preso em Curitiba.

No relato, o empresário conta que entregou cerca de R$ 4 milhões para Dida. Mas nega que tenha sido contrapartida por algum empréstimo do BB.

Foi só um agrado.

O Antagonista apurou que, no conjunto inédito de gravações feitas por Joesley Batista, há áudios de conversas com auxiliares de Aécio Neves.

Nos diálogos, Joesley fala sobre acertos de notas frias para justificar repasses de propina ao tucano.

A existência dessas gravações, que somam 40 horas, foi descoberta pela Polícia Federal durante a extração de dados do gravador usado pelo empresário.

Como revelou O Antagonista ontem, a PGR pediu a Joesley que verificasse a existência de conversas com indícios de crimes.

"A Dilma, pô! Falei de propina com a presidente na sala da presidente da República!"

A frase é de Joesley Batista, em sua entrevista para a Veja.

A repórter perguntou:

"O senhor falava 'propina'?"

Ele respondeu:

"Não, essa palavra aprendi agora, no Ministério Público. Eu falava 'ajuda'. 'Vou dar uma ajuda, um apoio e tal'".

Na entrevista a Thaís Oyama, da Veja, Joesley Batista mira em Michel Temer.

"Esse Temer que você vê na televisão é falso. O Temer verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia."

O executivo da JBS afirma que o atual presidente da República "sempre foi muito direto".

"Ele pedia dinheiro mesmo."
Herculano
01/09/2017 19:46
GUIDO MANTEGA FECHA ACORDO COM MINISTÉRIO PÚBLICO PARA NÃO SER PRESO. ELE VAI 'COLABORAR COM INVESTIGAÇÃO' DE MARACUTAIAS NO BNDES

Conteúdo do Diário Poder, Brasília. Guido Mantega fez acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para evitar sua prisão durante a investigação que apura favorecimento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) nos investimentos bilionários da JBS.

O acordo do ex-ministro da Fazenda nos governos de Lula e Dilma foi assinado com o procurador Ivan Marx. O acerto precisa ser homologado pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília.

Mantega se comprometeu a colaborar com a investigação, entregando documentos e abrindo o sigilo. O termo de ciência e compromisso, no entanto, não é uma delação, já que o ex-ministro não assume crimes, mas sim colabora com os investigadores.

Em depoimento, o empresário Joesley Batista disse que fez pagamentos a pessoas ligadas a Mantega, cujo apoio foi primordial para viabilizar os negócios com o BNDES.

O ex-ministro já admitiu à Justiça que mantinha uma conta secreta na Suíça, com US$ 600 mil, enquanto ainda ocupava a cadeira no Ministério da Fazenda. Segundo Mantega, o dinheiro é referente a venda de um imóvel herdado do pai.
Herculano
01/09/2017 19:42
SE JOESLEY EXISTE, DEUS ESTÁ MORTO, E, ENTÃO TUDO SERÁ LÍCITO AOS BANDIDOS DE JANOT E FACHIN, por Reinaldo Azevedo

Num país em que Ministério Público e Justiça se impusessem sobre Joesley Batista com a força da lei, do Estado de Direito, ele até poderia estar solto, à espera da sentença. Mas saberia ter alguns anos de cadeia pela frente. Bem menos, infinitamente menos (literalmente), do que os mais de três mil anos de pena. Afinal, nessa democracia hipotética, ele fez um acordo de delação.

Mas estamos na República de Banânia, não é? E o procurador-geral de Banânia é Rodrigo Janot. O relator do caso no Supremo em Banânia é Edson Fachin. Se é assim, é possível que Deus esteja morto e, pois, tudo seja permitido, como naquela frase que a personagem "Mitia", de Irmãos Karamazov (Dostoievski), nunca disse. E, com efeito, nem Mitia nem o autor afirmaram "Se Deus não existe, tudo é permitido".

O que há no livro, note-se, é um momento de perplexidade de Mitia com a concepção expressa pela personagem Rakitini, segundo quem Deus é uma ideia construída pelo homem. Perde-se, desse modo, o sentido do absoluto, no valor insuperável, que reunifica os fragmentos da tragédia de existir e lhe confere um sentido. Então vêm ecos de São Paulo, o Apóstolo: tudo me é permitido, mas nem tudo me é lícito. E a interdição existe porque há um Deus. Porque, se não há, vem a perplexidade em forma de indagação: então "tudo é permitido e, consequentemente, tudo é licito"?

No direito, esse Deus da contenção, do limite, do "onde aceitável", são as leis. Sem elas, sem o seu triunfo, sem a solenidade que necessariamente ensejam ?" e, em todo o mundo, os juízes vestem um hábito para lembrar aos demais que encarnam uma espécie de poder transcendente, que vai além as vontades particulares e das vicissitudes ?", aí, sim, caíamos na desordem. Aí, então, tudo passa a ser permitido e tudo passa a ser lícito. O crime desaparece. Falando por metáfora: no direito, o "ateísmo" corresponde à morte da norma. Então só restam as milícias e a outra lei, alternativa aos códigos escritos e democraticamente pactuados: a lei do mais forte, tornado Deus de suas próprias vontades.

Viajei um pouco, mas volto ao ponto. A trinca Joesley-Janot-Fachin quase derruba o presidente da República. Aí se descobre que Joesley havia apagado trechos de gravação, ora recuperados. Esgotava-se ontem o prazo para que o homem entregasse o que tinha. Fachin resolveu lhe dar mais 60 dias. Não temos mais uma delação, para um "work in progress", que vai progredindo à medida da necessidade. Joesley se tornou também o senhor do tempo.

Se Joesley existe, então tudo é permitido.

Parece pouca coisa, mais não é. Se o acordo de delação que ele assinou for válido, então tem de ser anulado, a menos que não haja nada de relevante no material deliberadamente apagado. Se há, está caracterizada a omissão e a tentativa de distorcer o sentido das provas, de trata a Alínea "e" do Artigo 26 do acordo. Mas também isso não será aplicado.

Existe a Constituição, existem as leis, existem os acordos de delação, existem os tribunais, existem as regras. E existe Joesley.

E, se Joesley existe, então tudo é permitido porque o resto entra em falência.
Herculano
01/09/2017 19:39
FINALMENTE A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA ENQUADROU NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL O PP DO PETROLÃO E O EX-DEPUTADO FEDERAL CATARINENSE E PRESIDENTE ESTADUAL DA SIGLA, JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR ABRIGADO EM FORO PRIVILEGIADO
Herculano
01/09/2017 11:39
PATRULHA DAS REDES, INFELIZMENTE, REVIGORA O POPULISMO. E QUEM É O PAI EDIPIANO DE RODRIGO MAIA, por Reinaldo Azevedo na Rede TV

A sabedoria convencional, não sei se tola ou oportunista, quer acreditar que a era da vigilância na Internet pôs em marcha, com efeito, um novo cidadão. Vigilantes, os indivíduos não se deixariam mais enganar pelos políticos, esses seres terríveis, que só estariam por aí para distanciar as pessoas boas de seus verdadeiros desígnios. Será que os grandes verdugos dos homens públicos são mesmo muito diferentes, no dia a dia, dos alvos de seu ódio? Tomo a imprensa como exemplo: os mais furiosos; os que primeiro gritam "cadeia"; os que saem vomitando impropérios espantosos têm um caráter pior do que os objetos de seu ódio. Há até quem tenha no jornalismo nada além de uma segunda profissão, bem mais recente do que a outra, a original, antiquíssima, babilônica. E não pensem que a militância política, de direita ou de esquerda, se confundiria com um convento - talvez um daqueles de Eça de Queirós, antes da conversão?

Ao contrário: esse monitoramento patrulheiro dos políticos não os deixou mais morais, como se vê. Eles só se tornaram mais covardes. Entrego a algum ensaísta com tempo, não é o meu caso, a tarefa de produzir um "paper": o papel das redes sociais e dos smartphones no aggiornamento, na modernização, do populismo. Título: "Populismo Digital: como as modernas tecnologias deram vida nova aos dinossauros".

André Fufuca (PP-MA), presidente interino da Câmara, pode não saber, mas foi um dos inspiradores deste texto. O outro é Rodrigo Maia (DEM-RJ), este em interinidade ainda mais séria: exerce a Presidência da República em razão da viagem à China do titular, Michel Temer. Vamos ver.

Fufuca, coitadinho, foi lançado ao estrelado provisório aos 28 anos. Assista aos vídeos em que ele aparece. Ainda não desenvolveu aquela cara de paisagem que os políticos sabem fazer diante das Câmeras. Ainda há na face sinais de explícita humanidade. Fufuca fica corado. Ele sabe que um dia isso há de passar. Mas sabe que os patrulheiros estão à porta. E lá vem a pergunta inevitável no quebra-queixo, que é aquele momento em que repórteres dos vários veículos enfiam os microfones e gravadores na cara dos políticos. "E se Rodrigo Janot entregar a denúncia contra o presidente Michel Temer? O que o senhor vai fazer?".

Segundo disse, não há segredo. Ele dará andamento, segundo reza o regimento. Fosse uma denúncia por crime de responsabilidade, a primeira decisão, discricionária mesmo, é do presidente da Casa. Pode mandar arquivar ou dar sequência. Mas não é o caso. O libelo acusatório de Janot é de natureza criminal. Nesse caso, o regimento dispõe que a Câmara notificará o acusado e enviará a denúncia para a Comissão de Constituição e Justiça. E de quanto tempo dispõe para isso? Não há previsão. Fufuca sabe, no entanto, que está sob vigilância. Caso o procurador-geral conseguisse entregar o troço, também seria seguir o Regimento esperar a volta do titular.

Ele sabe, no entanto, que há uma espécie de torcida para que dê um escorregão. Querem ouvir dele alguma declaração que o coloque como mero joguete do Executivo.

Decisão polêmica
Fufuca deu uma resposta padrão, para agradar à patrulha, mas, ora vejam!, agiu melhor do que Rodrigo Maia. O titular da Presidência da Câmara, ora como interino da República, tomou uma decisão no mínimo polêmica. Ele se recusou a assinar uma medida que aumenta a tributação sobre um tipo específico de fundos de investimento. A justificativa: como é contra a elevação da carga tributária, então não assina.

Aí não dá. Rodrigo não pode achar que Michel Temer é César - refiro-me a Cesar Maia. Não pode exercer com o presidente da República uma relação edipiana, de modo que, basta que o outro viaje, e lá vai ele tentar "matar o pai", como Édipo fez com Laio.

Um interino não tem vontades. Despacha aquilo que o titular deixou para despachar. Sim, é plenipotenciário enquanto no exercício do cargo, mas não pode fazer de tal condição uma espécie de palanque. Infelizmente, em passado recente, Maia permitiu tal sorte de especulações com seu nome que os jornais chegaram a publicar aquele que seria o seu "ministério".

Desta feita, deixou claro que só assinaria o decreto se o texto evidenciasse que se estaria reduzindo algum imposto. Aquele que, de fato, é presidente da Câmara, faz parecer que o mundo se divide entre os perversos, que gostam de aumentar impostos, e os generosos, que o evitam a todo custo. Mais ainda: anuncia ao mercado político que, fosse ele o titular, a realidade seria outra. Não me parece que seja esse o caminho. Abre-se apenas uma trilha a mais para demonização do governo. E isso num momento em que este vive uma realidade delicada nessa área. A frustração de receita vai superar a expectativa do governo e deve chegar a R$ 38,5 bilhões. Creio que Rodrigo não garanta nem a si mesmo que, fosse o titular, e o caminho seria outro. Até porque, aliado do governo que é, se ele tem a resposta, que a apresente a Temer.

Ontem, o que ele fez foi jogar para a galera. Mais uma vez. Acabou, de novo, cedendo à tentação. Reitero: Freud lembra a Rodrigo que o nome do seu Laio é Cesar, não Michel
Daniel
01/09/2017 11:39
Joaquim Barbosa deveria fazer o mesmo que ele acha que Lula deveria fazer. Usufruir do dinheiro que ganhou e curtir a vida. E de preferência longe do Brasil. Ademais, fez carreira na área jurídica, não executiva. E pior, já tem cacoete de político fanfarrão. Que o povo nos livre desses incautos. Francamente, nossa situação política é desastrosa. Este senhor, aplaudido por muitos por ter feito sua obrigação, não ganharia meu voto.
Herculano
01/09/2017 11:31
PIB TEM "ALTA" DE 0,2% NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2017, DIZ IBGE

Conteúdo da revista Veja. A economia brasileira voltou a registrar desempenho positivo no segundo trimestre de 2017, com crescimento de 0,2% em relação aos primeiros três meses do ano. É o segundo resultado de alta consecutivo, apos oito trimestres seguidos em queda. Os dados são do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pela ótica da demanda, o desempenho foi puxado pela alta no consumo das famílias, de 1,4% em relação ao primeiro trimestre. É o primeiro avanço após nove trimestres seguidos de queda neste tipo de comparação. As compras feitas pelas famílias têm peso de 64% no total do que é gasto no país, segundo o IBGE. Os gastos do governo e com os investimentos recuaram 0,9% e 0,7%, respectivamente. Houve também mais impulso das exportações, que cresceram 0,5%, enquanto as importações recuaram 3,5% no período.

No lado do setor produtivo, o destaque foi para os serviços, que tiveram alta de 0,6% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano. Nesse grupo, registraram alta o comércio (1,9%), atividades imobiliárias e outros serviços (0,8%) e atividade de transporte, armazenagem e correio (0,6%). Os serviços de informação caíram 2,0%, como também as atividades de administração, saúde e educação pública (-0,3%) e de intermediação financeira e seguros (-0,2%).

A agropecuária, principal fator de alta no primeiro trimestre do ano devido à safra recorde, registrou estabilidade no segundo trimestre sobre o período anterior (0,0%) e a indústria teve queda de 0,5%.

Na Indústria, houve queda de 2,0% na construção e de 1,3% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. A extrativa mineral variou 0,4% e a indústria de transformação manteve-se praticamente estável (0,1%), segundo o IBGE.

Em relação ao segundo trimestre do ano anterior, o resultado do PIB também foi de alta, com expansão de 0,3%. No acumulado de quatro trimestres encerrados em junho, a atividade econômica registrou um patamar 1,4% menor que em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. A produção no segundo trimestre de 2017 foi de 1,639 trilhão de reais.

O que é o PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas produzidas no país e serve de indicador da atividade econômica. Também é usado como referência para o reajuste do salário mínimo e para contas do governo, como no Orçamento e arrecadação. Ele é calculado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao total, o IBGE faz as contas usando dois métodos, que têm que dar o mesmo resultado: pela produção e pela demanda. No lado da produção, considera-se o que foi produzido nos setores agropecuária, indústria e serviços. Pelo consumo, entram os gastos das famílias, do governo, os investimentos realizados pelas empresas, exportações e importações.
Herculano
01/09/2017 11:13
da série: para refletir. Será que o juiz teria a mesma atitude se o caso fosse com a mãe, a mulher, noiva, namorada, aparentada, conhecida, famosa ou a irmã dele? Por que ele ajuda a piorar a má imagem do judiciário de altos salários, privilégios em série e mais lerdo do que tartaruga? Onde está o Ministério Público? E a Corregedoria para que ela existe? É por causa disso que este caso não é o único.

"OLHEI E ELE ESTAVA PASSANDO O PÊNIS EM MIM. FIQUEI EM CHOQUE, NÃO CONSEGUI GRITAR"

Homem solto após ser detido por ejacular em uma jovem no ônibus tem outras 14 passagens semelhantes na polícia, conta a repórter Marianna Holanda, no jornal O Estado de S. Paulo

O homem que foi solto na quarta-feira, após ser detido por ejacular em uma jovem no ônibus, tem outras 14 passagens semelhantes na polícia, registradas nos últimos oito anos. O modus operandi de Diego Ferreira Novais é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula.

A história de uma das vítimas de Novais se destaca. G., de 24 anos, foi assediada da mesma forma que todas as outras, em março, na Avenida Paulista. A jovem e seu agressor foram ao Juizado Especial Criminal na segunda-feira para depor - um dia antes de ele assediar a outra moça.

"A sensação que dá é que minha palavra não serviu para nada", lamenta a jovem. "Eu não sou 'punitivista' nem acho que ele deveria pegar uma sentença longa por esses crimes, mas também não pode continuar fazendo isso com mulheres. É muito frustrante." Ela sugere alternativas, caso a sentença de ato obsceno se confirme, como o juiz determinar atendimento psicológico ao agressor.

Veja abaixo o depoimento de G. ao 'Estado':

Estava voltando da faculdade, em março. Era por volta das 20 horas e o ônibus não estava muito cheio. Eu me sentei ao lado de um rapaz de fone de ouvido e lia, ironicamente, As Boas Mulheres da China, um livro que fala da violência contra as chinesas. Reparei que ele estava sentado mais à frente e, perto de uma parada, se levantou e ficou em pé do meu lado, com uma mochila na frente. Lembro que eu estava de decote e não fiquei confortável com ele ali e até coloquei o livro no colo, com medo de que estivesse olhando.

Vi que ele estava mexendo na mochila, achei que fosse dentro, mas não era. Fiquei olhando para a janela, mas de repente senti uma coisa no meu ombro, no meu braço.

Olhei e ele estava passando o pênis em mim. Fiquei em choque, não consegui gritar. Fui correndo falar para o motorista que fui assediada, para fechar as portas e chamar a polícia. Não conseguia gritar.

Ele forçou a porta e conseguiu sair. Acho que, como ele não tinha fechado a calça, não conseguiu correr direito. As pessoas do ônibus foram atrás dele, que saiu pelo meio dos carros na Avenida Paulista.

As pessoas começaram a gritar: "segura ele", "estuprador". Acho que dei "sorte" por ser na Paulista, em um horário cheio de gente, porque talvez se fosse tarde da noite as pessoas não estariam dispostas a ajudar. Formou uma "muvuca". Fiquei com medo de linchamento, porque estavam todos muito bravos. Não bateram, porque eu pedi. Sou contra essas coisas, acho que é vingança, não justiça.

Meu sentimento foi de raiva. Chorei muito, senti repulsa. Depois fiquei meio anestesiada. Fui ajudada por uma moça que estava no ônibus e ficou comigo até o fim do dia na delegacia. Ela tem mais ou menos minha idade e também já foi assediada uma vez. Fizeram a mesma coisa em um trem e ninguém a ajudou.

Naquele momento, só pensava que aquilo não poderia acontecer de novo com uma outra mulher.
Herculano
01/09/2017 10:55
JOAQUIM BARBOSA ANISTIA LULA

Conteúdo de O Antagonista. Joaquim Barbosa, em sua entrevista ao Valor, disse que Lula deveria desistir da candidatura presidencial.

Para garantir seu apoio em 2018, porém, ele lhe ofereceu a perspectiva de uma doce aposentadoria, inocentando-o das denúncias da Lava Jato.

Segundo Joaquim Barbosa, Lula enriqueceu apenas com suas palestras, e não com a propina das empreiteiras.

Leia aqui:

"Acho que ele não deveria ser candidato. Vai rachar o país ainda mais. Já está em idade de usufruir da vida e do dinheiro que ganhou com suas palestras. Só que o estão empurrando para ser candidato, com essa cruzada que o coloca contra a parede. É um ódio irracional esse que apareceu no país."

O CANDIDATO

Joaquim Barbosa deu o primeiro passo para sua candidatura presidencial.

Em entrevista ao Valor, ele testou seu discurso de campanha.

O plano é herdar o eleitorado de Lula e incorporar uma parte do centro

O calendário eleitoral permite que Joaquim Barbosa só anuncie sua candidatura no segundo trimestre de 2018, mas o espólio de Lula está sendo disputado agora.

Ele sabe que o PT precisa de um nome capaz de lavar sua imagem.

E resolveu se oferecer.

Ao mesmo tempo em que negocia o apoio de Lula, Joaquim Barbosa tenta acalmar o empresariado.

Ele disse ao Valor:

"O Brasil precisa de uma dose de capitalismo de verdade, não esse capitalismo de Estado, à base de subsídio. É uma deformação, um componente do nosso patrimonialismo do qual precisamos nos livrar para que o Estado possa se dedicar às questões sociais. O Brasil, como diz a Constituição, é um país capitalista com preocupação social".

Ele defendeu a reforma previdenciária e a reforma trabalhista, embora elas "estejam sendo conduzidas por um governo que não foi respaldado pelo voto".

Ele defendeu também o fim do imposto sindical e do imposto patronal.

O ALVO PREDILETO

Joaquim Barbosa, em sua entrevista ao Valor, atacou Michel Temer:

"Nosso país foi sequestrado por um bando de políticos inescrupulosos que reduziram nossas instituições a frangalhos. Em nenhum país do mundo um chefe de governo permaneceria um dia sequer no cargo depois de acusações tão graves quanto aquelas que foram feitas contra Temer. O Brasil entrou numa fase de instabilidade crônica, da qual talvez só saia em 2018."

Para Joaquim Barbosa, o impeachment foi um golpe.

Ele disse ao Valor:

"Eles instauraram no Brasil a ordem jurídica deles, e não a das nossas instituições.

O Brasil teve um processo de impeachment controverso e patético e o mundo inteiro assistiu. A sequência daquele impeachment é o que estamos vendo hoje."

Joaquim Barbosa já escolheu seu companheiro de chapa: Paulo Hartung.

Ele disse ao Valor:

"Se eu entrasse nisso, iria chamá-lo."
Samae no poço
01/09/2017 08:23
Quem realmente administra o SAMAE?
O PT é a resposta. A maioria dos cargos comissionados são de gente que já andou com a bandeira vermelha a tira colo. Será que pra se garantir na bocada se venderam? E o Melato acreditou? Vai levar uma rasteira igual o PT levou desses incapazes que se fazem de neutros pra continuar a não fazer nada. Até nas funções gratificadas que criaram para beneficiar parentes como o sobrinho do Melato e amigos do Pmdb, o executivo gastou ainda 3 dessas gratificações com gente do PT. Pra acreditar em político tem que ser muito tolo, quem sabe o mau está virando contra o político e estao ensacando direitinho o executivo de lugar nenhum.
Herculano
01/09/2017 07:41
AO TONI BIEL

O relato que você faz, mostra o contraditório do atual governo que disse ter sido eleito para acabar com as incoerências dos governos anteriores

1. Está ou não está faltando dinheiro ao município para jogar fora como o exposto?

2. Isto é uma atitude de um executivo ou de um político acostumado a desrespeitar os impostos dos outros?

3. Você deve ser dirigir ao Ministério Público que cuida da Moralidade Pública. A nova titular é Andreza Borinelli. Ela tem sido ativa, apenas não encontrou eco na imprensa como a anterior, Chimelly de Resendes Marcon, que encontrou apenas nesta coluna um canal possível para mostrar os desencontros dos políticos e gestores públicos de Gaspar e Ilhota.

4. O mais importante, é os pagadores de pesados impostos estarem atentos aos desmandos dos gestores públicos e políticos.
Herculano
01/09/2017 07:30
ASSSOMBRAÇÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Se o Brasil deu a sorte de se ver livre de Dilma antes que ela pudesse completar sua grande obra, o mesmo não se pode dizer de seu partido, o PT

Há um ano, o Brasil se livrava definitivamente de Dilma Rousseff. A conclusão do processo de impeachment, em agosto de 2016, fechou um dos capítulos mais tresloucados da história nacional, representado por uma presidente que se julgava exímia administradora, mas que, em menos de seis anos, condenou o País a um retrocesso econômico de duas décadas ?" e será necessário outro par de décadas para a plena recuperação, isso na hipótese de o eleitor ter aprendido a lição e não se deixar mais seduzir por um discurso irresponsável como o que elegeu e reelegeu Dilma Rousseff.

Se o Brasil deu a sorte de se ver livre de Dilma antes que ela pudesse completar sua grande obra, o mesmo não se pode dizer de seu partido, o PT. Como se sabe, no momento em que se sacramentava o impeachment, em 31 de agosto de 2016, uma vergonhosa manobra regimental do então presidente do Senado, Renan Calheiros, em dobradinha com os petistas e com o aval de Lula da Silva, permitiu ao então presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, manter os direitos políticos de Dilma ao mesmo tempo que a cassava ?" uma aberração legal tão evidente que sua constatação dispensa consulta à Constituição. Assim, a ex-presidente pode perfeitamente candidatar-se a qualquer cargo eletivo, mesmo tendo sido deposta da Presidência por crime de responsabilidade.

O problema é que, tendo destruído a economia do País, Dilma é um ativo tóxico em qualquer palanque. Conforme mostrou recente reportagem do Estado, nem o PT sabe o que fazer com a presidente cassada.

É claro que os petistas que não gostam de Dilma a criticam pelos motivos errados. Para eles, a ex-presidente deveria ter interferido na Polícia Federal para impedir que a Lava Jato crescesse e que os escândalos de corrupção derivados das investigações atingissem em cheio o PT e seus principais dirigentes.

Além disso, essas alas petistas acreditam que Dilma é um problemão para a candidatura de Lula da Silva à Presidência em 2018. Segundo o raciocínio dessa turma, Lula, como se não bastasse ter de provar que é a "viva alma mais honesta deste país", embora seja réu em diversos inquéritos por corrupção e já tenha sido condenado em um deles, ainda precisa convencer os brasileiros de que a profunda crise econômica legada pelo governo de Dilma Rousseff não é fruto da enorme incompetência de sua pupila. Trata-se de uma tarefa hercúlea até mesmo para o inegável talento demagógico do demiurgo de Garanhuns.

O fato é que Dilma paira sobre o PT como uma assombração. Especulou-se, nos últimos tempos, que ela poderia se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Sul ou pelo Rio de Janeiro, mas muitos petistas acreditam que essa candidatura seria prejudicial ao partido, não apenas porque as chances eleitorais de Dilma seriam remotas, atrapalhando candidatos mais fortes, mas principalmente porque colocaria em evidência, na campanha, aquilo que o PT quer esconder, que é justamente o legado da desastrada presidente.

Oficialmente, o partido mantém o discurso de apoio a Dilma. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que "Dilma é a grande liderança que encarna a injustiça contra o PT" e que, se decidir se candidatar em 2018, "vai ter muito voto". Mas o próprio Lula tem dificuldades em lidar com sua criatura. Na tal "caravana" que está empreendendo pelo Nordeste, em escancarada campanha eleitoral antecipada, Lula já teve de admitir que Dilma cometeu erros na condução da política econômica, ainda que atribua a crise a sabotagens do deputado cassado Eduardo Cunha, quando este presidia a Câmara.

Conforme reportagem do Estado, Dilma já disse a amigos que, no momento, está inclinada a não se candidatar a nada, pois prefere as viagens internacionais, para denunciar o tal "golpe" de que se diz vítima, e a convivência com artistas e intelectuais. Decerto Lula está torcendo para que Dilma se decida a desistir da política e se limite a frequentar reuniões lítero-musicais e a andar de bicicleta. Afinal, se ela resolver subir no palanque, os eleitores haverão de se lembrar do que ela fez ao País - e Lula terá dificuldade para esconder o fato, incontestável, de que é ele o pai da criança.
Herculano
01/09/2017 07:21
EMPREGO SAINDO DO COMA, COM HOMEOPATIA, por Vinicius Torres Freire

PELA PRIMEIRA vez desde agosto de 2015 cresceu o número de pessoas com algum emprego. Em julho, havia 190 mil pessoas ocupadas a mais do que em julho do ano passado (no caso, as comparações anuais são as que mais importam).

É como se uma pessoa tivesse aberto os olhos e dito um "oi" débil e sussurrado depois de um longo coma. Quando o doente vai sair da cama e com quais sequelas, são outros quinhentos. Ou outros milhões de empregos.

O último pico de emprego, para os meses de julho, ocorreu em 2015. Em julho deste 2017, o número de pessoas ocupadas era 1,5 milhão menor.

Considerados o número de pessoas em idade de trabalhar, a taxa média de pessoas na força de trabalho e o nível de ocupação etc. de 2012 a 2014, estamos com um deficit de 3,6 milhões de empregos, por aí.

Ou seja, para chegarmos a um nível normal de ocupação e taxa de desemprego, seria preciso empregar 3,6 milhões de pessoas, sem contar aquelas que ainda vão procurar trabalho.

Em tempos ainda bons de oferta de trabalho, de 2012 para 2013, o número de ocupados cresceu 1,5 milhão. Quer dizer, agora vamos travar uma batalha morro acima, carregando feridos nas costas, como se diz hoje em dia, emprestando metáforas do inglês.

Mas esse número de deficit de empregos é apenas especulação estatística. Não sabemos o que será da economia brasileira depois desta catástrofe, se terá sequelas duradouras, isso se não fizermos mais besteira.

A melhorazinha quantitativa do emprego em julho, embora um alívio, é de baixa qualidade. No pico de julho de 2015, 38,8% das pessoas ocupadas no setor privado tinham carteira de trabalho assinada; agora, são 36,8%.

A gama dos trabalhos precários (sem carteira assinada e por conta própria) ocupava 34,9% das pessoas em 2015; agora em julho, 36,8%. Para ser menos abstrato: foram-se 2,4 milhões de empregos com carteira assinada.

Ainda assim, é melhor sair do coma. A massa de rendimentos do trabalho (soma do que todo mundo ganha trabalhando) sobe desde fevereiro, em ritmo cada vez maior, chegando agora a 3,1% ao ano, com ajuda forte da baixa da inflação.

A inflação caiu em boa parte por causa da recessão horrenda e da produção agrícola espetacular, o que deu uma mãozona na queda dos juros. Vamos saindo da recessão em doses homeopáticas, de política monetária.

Impulso maior viria de investimentos em novos negócios e obras, por assim dizer, investimento que ainda não há, a não ser que o resultado do PIB nos surpreenda muito hoje.

Não há investimento porque sobra capacidade de produção nas empresas. Porque o governo não tem dinheiro para investir (pior, grande vexame e incompetência, gastou o que não tinha em aumento para servidor).

Porque investimentos possíveis mesmo em tempos recessivos, obras e serviços de infraestrutura concedidos à iniciativa privada, não vingam, pois o governo não consegue implementar projetos de concessões.

Em vez de colocar exércitos para tocar tais projetos, o governo se ocupa de evitar a decapitação de Michel Temer, de catar dinheiros de modo desesperado para fechar as contas e de fazer fanfarra de planos novos de privatizações e concessões sem ter cumprido as promessas dos mesmos planos de meses atrás
Herculano
01/09/2017 07:18
AS 40 HORAS APAGADAS POR JOESLEY E A ACUSAÇÃO DE UM CUJO SOBRE SUPOSTO ROUBO DO SEU FURO, por Reinaldo Azevedo

Contam-me, e me contam mesmo porque não leio por falta de tempo (e, houvesse, faltaria estômago), que um rapaz que trabalha para o site "O Antagonista", especializado em "humor & negócios", me acusa de ter roubado um furo dado por ele, a saber: que a Polícia federal havia recuperado 40 horas de gravação do aparelho entregue para perícia por Joesley Batista. Quarenta horas que o açougueiro de instituições havia deliberadamente apagado. Ainda voltarei ao tema, mas aí mais distante da cloaca do capeta.

Como sabe a equipe que trabalha comigo na BandNews FM, onde ancoro o programa "O É da Coisa!", quando recebi a informação, falei: "Temos um furo aqui. Vou abrir o programa com ele". E disse o que era. Antes, encarreguei-me de certificar a veracidade da informação. Depois, pesquisei para saber se algo parecido havia sido publicado nos sites dos grandes jornais e nos portais. Não havia nada.

Não! Não me ocorreu consultar a tal página porque, já disse, não faço e não farei isso. Como é normal, no começo, eu a lia, sim, com regularidade. Diogo Mainardi chegou a me pedir que ajudasse a divulgá-la, como está registrado em e-mail. Não o fiz porque, de cara, ex-contratados da "Veja" resolveram fazer um ataque à revista que considerei injusto. E expus meus motivos. Disse que daria um tempo.

Não houve tempo. Com uns dois meses na praça, os meus então "dois amigos" de "O Antagonista" iniciaram uma campanha de ódio contra mim. Se gratuita, não sei. Dívida a cobrar eles não tinham. Há coisa de um ano, Diogo me escreveu propondo um reatamento da amizade. Declinei educadamente. Recorram à Internet para saber o que já falei a respeito da dupla (o outro é Mário Sabino) e o que a dupla já falou a meu respeito. Essa deve ser a terceira vez que me refiro àquela página.

Volto ao furo
Sim, o tal emprega a palavra "roubar" para se referir ao tal furo. Seu post, com a informação da recuperação dos arquivos, com efeito, é das 16h15 - ou, ao menos, é o que está lá. Sendo assim, furo dele. Que fique! Em seu lugar, em vez de fazer futrica no Twitter, tentaria saber por que a repercussão, até então, era nenhuma. E a informação é sabidamente importante. Esse negócio de gritar a toda hora "olha o lobo" cola por algum tempo.

O uso do cachimbo entorta a boca para os vocábulos.

Não, cara!

Não roubo nada!

Não roubo ninguém!

Não roubo patrão!

Não roubo furo!

Não roubo a honra alheia!

Nem trabalho para ladrões da boa-fé pública.

O furo jornalístico mais importante que dei neste ano não depende de conversa nas sombras entre meganhas e especuladores. Depende de pensamento. Meu grande furo foi antever que gente como vocês contribuiria para ressuscitar as esquerdas. Tanto prenderam "Lula amanhã" que acabaram virando uma caricatura.

Dizem-me também que, há dias, essa mesma página anunciou a disposição de Rodrigo Janot de se filiar à Rede para disputar o governo de Minas. Publiquei em março que o doutor mirava o Palácio da Liberdade. E sabia disso desde fevereiro. Aliás, foi um dos assuntos da minha conversa com Andrea Neves, criminosamente vazada ou pela Polícia Federal ou pela Procuradoria Geral da República, numa manifestação explícita de vingança.

E eu não fui ao Twitter reivindicar nada. Também não vivo de chupinhar notícias alheias, cortando o essencial quando a notícia desafia meu viés ideológico ou meus interesses comerciais objetivos ?" ou os dos que mandam em mim. Até porque ninguém manda em mim.

No tal vazamento, diga-se, o que custou meu pedido de demissão à VEJA, aceito sem resistência, foi justamente o fato de eu ter feito, na conversa com Andréa, uma dura crítica a reportagem da revista que a tinha como personagem principal. Era um bate-papo privado, entre jornalista e fonte, que jamais deveria ter vindo a público. Até porque nada tinha a ver com a investigação nem trazia evidência de crime. Mas veio. Eu sabia que a fala seria considerada uma deslealdade. Ainda que, em defesa de uma garantia constitucional que havia sido violada, decidissem me tolerar por lá, tinha clareza de que o encanto se quebrara. Seria impossível continuar.

Pois é? Vejam como sou: tenho mais dificuldades de criticar hoje a VEJA do que antes. Fica parecendo despeito, ressentimento, vingançazinha, mesquinharia. A menos que um ex-patrão queira encher meu saco, e então haverá briga, eu não encho o saco de ex-patrão. Não sou otário a ponto de assinar atestado de otário. Também não ataco amigos pelas costas. Ou os que têm a pretensão de ser meus inimigos.

As paredes falam. Consta que o vazamento da minha conversa foi motivo de comemoração em "O Antagonista". Não duvido. Uma pessoa me assegura que foi a página a receber o vazamento. Não dei crédito. Teria de supor que o "Buzzfeed", o primeiro veículo a publicar o absurdo, estava apenas lavando a origem da informação. E eu não tenho prova nem de uma coisa nem de outra. E eu me oponho a acusações irresponsáveis. Não sou repórter de beira de cadeia nem me dedico à fofoca.

Também se anteviu por lá, com satisfação evidente, que eu estaria liquidado. Afinal, "o cara que se orgulha dos quatro empregos perdeu dois em meia hora." É verdade! Acontece que, na hora seguinte, eu tinha mais ofertas de trabalho do que a força humana pode desempenhar.

Feita a correção, rapaz!

Se eu fosse ladrão, e vocês sabem do que falo, acho que não seria burro a ponto de bater a carteira alheia à luz do dia.

Como continuarei a não ler o que produzem ou reprocessam, tendo algum furo, tomarei o cuidado de fazer uma espécie de cabeçalho: "Se 'O Antagonista' ainda não publicou, eis um furo?"

Não roubo nem o que vocês podem dar eventualmente - furos ?" nem o que não podem: honestidade intelectual.

E paro por aqui.
Herculano
01/09/2017 07:12
JBS ENTREGA EXTRATOS DE CONTAS ATRIBUÍDAS A LULA E DILMA, por Mônica Bérgamo, colunista do jornal Folha de S. Paulo

Os donos da JBS vão entregar extratos e explicar em detalhes, nos documentos que estão entregando ao Ministério Público Federal, depósitos feitos nas contas que atribuíram a Lula e a Dilma no exterior.

CONTROLE
As contas foram abertas em nome de uma offshore controlada por Joesley Batista, da JBS. Ele diz que, quando fazia negócio com o governo, depositava propina de cerca de 4%, primeiro numa conta "de Lula", no governo dele, e depois numa conta "de Dilma". O dinheiro ficaria reservado para o PT. O empresário afirma que mostrava os extratos para o então ministro Guido Mantega.

CASóRIO
Cada vez que dava dinheiro para campanhas do PT no Brasil, Joesley diz que abatia contabilmente da poupança do exterior. No fim das contas, o PT gastou tudo o que tinha direito, afirma. E Joesley usou o saldo no exterior para comprar um apartamento em NY, dois barcos e até mesmo para pagar a festa de seu casamento, em 2012.

FICÇÃO
O ex-ministro Guido Mantega afirma que nunca negociou a doação de recursos irregulares com o empresário Joesley Batista. Lula e Dilma afirmam que jamais ouviram falar da tal conta.

DIREITO
Lula perdeu ação em que pedia direito de resposta à TV Globo por reportagem no "Fantástico" sobre a sentença de Sergio Moro que o condenou à prisão. O juiz Gustavo Dall'Olio diz que a Globo "fez o que lhe incumbia, informar, direito seu e da coletividade, exercitado de forma regular e profissional".

É OUTRA COISA
Afirma ainda que, embora a lei não exija, a emissora, "pela adoção de padrões éticos que revelam a prática do bom jornalismo", facultou a Lula o contraditório. Para ele, é a condenação "por crime contra a administração pública" que é desfavorável e ofensiva ao petista, e não "o exercício legítimo do dever de informar".
Herculano
01/09/2017 07:09
DEPUTADOS RECLAMAM POR TEREM DE TRABALHAR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje

Habituados a trabalhar às terças e quartas e "vazarem" às quintas de manhã cedo, deputados estão inconformados com mudanças, após esta coluna revelar o esquema. O painel de presença era aberto às 6h da matina, a fim de que eles pegassem o primeiro voo. Era como se tivessem trabalhado o dia todo. Por decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o painel passou a ser aferido somente às 14h, na quinta.

OLHA O QUE DIZEM
Assis do Couto (PDT-PR) foi porta-voz da irritação dos deputados. Diz que viaja no voo das 10h de quinta para "poupar dinheiro público".

MAS É Só LOROTA
A alegação do deputado não procede. Pesagens de quinta de manhã custam 50% a mais que as noturnas. E o dobro de sexta-feira.

OLHA OS PREÇOS
Passagem Brasília-Curitiba às 9h55 desta quinta custava R$1.199. Outro voo, às 19h e sem escalas, saía por R$ 814.

TODO FIM DE SEMANA
As justificativas são basicamente a mesma: deputados dizem que viajam quinta pela manhã porque têm reuniões em seus estados. Anrã.

BRASIL PERDE R$160 MILHÕES COM MÁFIA DO ETANOL
A máfia dos importadores de etanol podre, à base de milho, aproveita o atraso da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na publicação da própria resolução, aprovada há 9 dias, para importar quase meio bilhão de litros de álcool sem pagar impostos. A resolução fixou tarifa de 20% a partir dos 600 milhões de litros importados, mas a Camex se finge de morta, não publica sua decisão e permite que a máfia importe o produto e provoque prejuízos ao Brasil estimados em mais de R$160 milhões.

NA BACIA DAS ALMAS
Importando etanol podre, com o Nordeste iniciando sua produção neste dia 1º, a máfia objetiva sufocar a concorrência e comprar suas usinas.

INVESTIGAÇÃO
Produtores vão pedir à Polícia Federal e ao MPF para investigar a relação da máfia de importadores com a Camex, e o rombo na Receita.

FATO CONSUMADO
A suspeita é que navios de etanol podre já estão a caminho do Brasil, mesmo sem autorização de importação, para criar o "fato consumado".

SIAMESES
A quebra de sigilo de Lúcio Funaro na CPI dos Correios, em 2005, mostrou que ele pagava o apartamento de Eduardo Cunha no flat Blue Tree Tower, em Brasília, incluindo aluguel e "despesas extras".

GOLPE NA EDUCAÇÃO
Só no Distrito Federal, mais de 2.000 professores estão fora da sala de aula, segundo dados citados pelo ministro Walton Rodrigues no plenário do Tribunal de Contas da União. Ganham gratificação "pó de giz" de 40% para dar aulas, mas estão cedidos a outros órgãos.

PT E PSDB, TUDO A VER
Levantamento do Paraná Pesquisas constatou que tucanos e petistas são mais parecidos que imaginam: 66,3% dos eleitores disseram acreditar que o PSDB ficou igual ao PT, desde o início da Lava Jato.

A FILA ANDA
Deixou Geraldo Alckmin enciumado a viagem de João Dória a Campina Grande (PB), para receber homenagem e fazer palestra. O governador fez inesperada declaração assumindo a candidatura presidencial.

POSSE PELA MANHÃ
A posse de Raquel Dodge na procuradoria-geral da República será na manhã do dia 18, porque o presidente Michel Temer viajará nesse dia a Nova York: vai discursar na abertura da assembleia geral da ONU.

LADEIRA... ACIMA?
A queda do desemprego para 12,8% (14,2 milhões de desempregados para 13,3 milhões) quase virou notícia negativa, em veículos de comunicação "Fora Temer". E ainda é a quarta queda seguida.

VEXAME, ITAMARATY
É constrangedora a explicação do Itamaraty para permitir que o Brasil seja representado no exterior por um diplomata, Américo Fontenelle, que respondeu duas vezes por assédio: "Ele já pagou sua pena".

CLUBE SE PROTEGE
O serpentário diz que há no Itamaraty um "clube de embaixadores", beneficiando uns aos outros. Isso explica Fontenelle cônsul em Ciudad del Este. Como dizem os argentinos, "entre bueyes no hay cornadas".

PENSANDO BEM...
...bons eram os tempos em que a "crise" podia viajar.
Herculano
01/09/2017 07:05
"VAI TER TROCO", DIZ LÍDER DO DEM APóS PERDER MINISTRO E SENADOR PARA O PMDB

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Por Daniel Carvalho, da sucursal de Brasília. A declaração do presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PE) e o filho dele, o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia), vão migrar para o partido abriu uma crise entre o DEM e o governo.

O partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) e do ministro Mendonça Filho (Educação) estava negociando com os dissidentes do PSB e agora pretende revidar a ação do partido do presidente Michel Temer.

"Vai ter troco", disse à Folha Efraim Filho (PB), líder da bancada de 30 deputados, a oitava da Câmara.

"Nossa relação fica extremamente fragilizada. Não é assim não", disse o deputado, segundo quem houve um "desconforto generalizado" no comando do partido.

O primeiro capítulo da disputa entre PMDB e DEM por dissidentes do PSB aconteceu em julho.

À época, quando percebeu o assédio do DEM para inflar sua bancada, Temer foi à casa da líder do PSB, Tereza Cristina (MS), para oferecer o PMDB como legenda para receber os cerca de 15 insatisfeitos do partido.

Apesar de se dizer independente, o PSB costumava acompanhar o governo em votações importantes.

No entanto, a cúpula do partido resolveu punir seus parlamentares que votassem a favor das reformas trabalhista e da Previdência, o que rachou o partido.

Nesta quinta-feira (31), Jucá anunciou que o PMDB receberia o senador, o ministro e outros dissidentes.

Bezerra Coelho disse a aliados que as conversas com o PMDB estavam evoluídas, mas que ainda precisava de algumas garantias do parido em Pernambuco para bater o martelo.

Ele terá conversas antes do feriado de Sete de Setembro, na smeana que vem, para, então, fazer o anúncio oficial.

Rodrigo Maia, responsável pelo diálogo com os dissidentes do PSB, não quis comentar o assunto.
Herculano
01/09/2017 06:54
GOVERNO ATINGE O ESTÁGIO DOS ERROS AMAZôNICOS, por Josias de Souza

Diz-se que Julio César tinha sempre do seu lado um serviçal cuja atribuição era a de se aproximar das orelhas do imperador para cochichar de tempos em tempos: "Lembra-te de que és mortal, César". Imagine quantas turbulências seriam evitadas se, em vez do Eliseu Padilha, Michel Temer tivesse do seu lado alguém para lembrá-lo de vez em quando de que ele também está sujeito à condição humana.

O brasileiro não aguenta mais. Quando parece que está tudo mal ?"a meta do déficit fiscal estourada, a delação do Lúcio Funaro quase homologada, a segunda denúncia contra o presidente no forno, o centrão feliz, a usina de habeas corpus do Supremo funcionando a vapor pleno?" surge o decreto de Temer acabando com uma reserva ambiental do tamanho do Espírito Santo em plena floresta amazônica.

Faltou decididamente a Temer um cochichador para soprar na sua orelha, na hora da assinatura do decreto: "Não mexas com a Amazônia, presidente. Lembra-te de que és mortal." Ou ainda: "Se beberes, não te aproximes de canetas e de mineradoras." Como quem estava do seu lado era o Padilha, Temer tascou sua rubrica no tal decreto.

Barulhenta, a má repercussão embarcou junto com Temer no jato presidencial que o levou à China. Membro da comitiva, o ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) trocou um dedo de prosa com o chefe. E mandou divulgar em Brasília, na noite de quinta-feira, uma nota. O texto abre assim:

"O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, após consultar o presidente da República, determinou a paralisação de todos os procedimentos relativos a eventuais direitos minerários na área da Reserva Nacional do Cobre e Associados ?" Renca. A partir de agora o Ministério dará início a um amplo debate com a sociedade sobre as alternativas para a proteção da região. Inclusive propondo medidas de curto prazo que coíbam atividades ilegais em curso."

Qualquer pessoa está sujeita ao erro, mas só Temer parece decidido a provar que tem vocação para o equívoco. Um presidente pode conviver com o erro por descuido. Mas ir atrás do erro, cortejar o erro, mimar o erro, entregar-se ao lobby de mineradoras? Nesse ritmo, o brasileiro acabará assumindo o papel de cochichador do Temer, gritando alertas desde as ruas.

Em sua nota oficial, o ministro Fernando Coelho escreve que o governo suspendeu a suspensão da reserva por "respeito às legítimas manifestações da sociedade e à necessidade de esclarecer e discutir as condições que levaram à decisão de extinção da Renca. No prazo de 120 dias, o ministério apresentará ao governo e à sociedade as conclusões desse amplo debate e eventuais medidas de promoção do seu desenvolvimento sustentável, com a garantia de preservação."

O texto do ministério cria algo inusitado: o respeito retardado. E avisa que, em 120 dias ?"período também conhecido como 4 meses?" o erro voltará à carga. Com Eliseu Padilha no lugar do cochichador, Temer vai consolidando a impressão de que, no seu governo, entre um erro e outro há sempre espaço para erros ainda maiores, talvez amazônicos. No momento, a frase mais popular em Brasília é: "Sabe o último do Michel Temer?"
Herculano
01/09/2017 06:51
MARINA SAI DA TOCA, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

Lula, Doria, Alckmin, Ciro, Bolsonaro. Os cinco políticos têm percorrido o país em campanha aberta à Presidência. Faltava Marina Silva, que deve concorrer ao Planalto pela terceira vez em 2018.

Para alívio dos aliados, a ex-senadora começa a sair da toca. Nesta semana, ela voltou a ter agenda de candidata. Na quarta, reapareceu no Congresso para um ato em defesa da Amazônia. Foi cortejada por deputados e posou para dezenas de selfies.

No sábado, Marina vai a Macapá para outra manifestação a favor da floresta. No domingo, retorna a Brasília para a Virada do Cerrado. Entre os compromissos, ela reservou dois dias para reuniões em São Paulo.

A quem reclama de seu sumiço, a ex-senadora diz que não tem mais cargo público e que nunca deixou de se expressar nas redes sociais. "Já tem muita gente repetindo o meu discurso por aí", brinca. "Toda hora tem alguém falando em nova política, dizendo que não é de esquerda nem de direita, tirando o "P" do nome do partido...", enumera.

Marina ainda não assume que é candidata. Mesmo assim, critica possíveis adversários e reconhece que deve enfrentar mais dificuldades do que em 2010 e 2014. "Com certeza, será a eleição mais difícil", avalia.

A ex-senadora diz que as mudanças na lei eleitoral sufocaram o crescimento da Rede Sustentabilidade. Ela prevê que terá apenas 12 segundos de propaganda caso não consiga atrair outras siglas. Também corre o risco de ficar fora dos debates de TV.

"Fizeram uma legislação para manter PT, PMDB e PSDB no poder. É uma cláusula de barreira para impedir a renovação na política", critica.

Para romper o isolamento, Marina insiste que buscará alianças nos "núcleos vivos da sociedade". "Mas isso é diferente de vestir um disfarce de não-político", afirma. "A Dilma veio com o rótulo de gestora e olha o que aconteceu. Agora o discurso do Doria é muito parecido com o dela. Não é possível que o Brasil caia nisso de novo", alfineta
Toni Biel
01/09/2017 01:38

Ano passado procuramos a administração do Samae para pedir explicações a respeito da constante falta de água nos pontos mais altos aqui no Macuco. O ex presidente nos relatou, que seriam dois os motivos, Um, de que a empresa que fazia a pavimentação da rua Leonardo Pedro Schmitt, rompia a rede e não comunicava o Samae e dois que poço não tinha vazão necessária para o consumo.
Que a solução, segundo o ex presidente seria a ampliação da rede de água vindo do Bateias e que os gastos seriam grande, mas que seria feito. No meio do ano passado, de fato pudemos presenciar, o Samae colocando tubulação ao longo da Rod Ivo Silveira, bem como fez o mesmo com canos 100 ou 120 polegadas. Observamos também que o Samae fez colocação de canos de grande calibre no início do asfalto na via que dá acesso pelo lado sul até o Clube dos 50 aproximadamente.
Com isso ficamos felizes, pois a qualidade da água seria a mesma(cachoeira e não do poluído Rio Itajai) e o problema seria resolvido.
Diferente de agora que parece que se ignorou o que foi investido pela Autarquia e vamos beber água com alto teor de cloro e outros produtos químicos, com água vindo do Rio Itajai de péssima qualidade se comparada com a do poço.
Sim, o Melato ignorou o que foi feito e tá levando água bombeada pela Rod SC Jorge Lacerda.
Mas o pior de tudo isso é o dinheiro jogado fora. Vão arrancar aqueles canos? E a mão de obra e maquinario, nacadame empregados naquele serviço? Gastos duplos e o presente para os moradores, será água pior do que a que bebemos hoje. Sem contar grande vulto de dinheiro público jogado no lixo. Será que vai pra reciclagem? E a nossa família jogou o voto fora, pois votamos no diretor a pedido do seu apadrinhado José Carlos Spengler comissionado Câmara. Que saudades da doutora Promotora dra. Chimelly, SAUDADES. ....
que foi pra Navegantes.
Como faço pra denunciar está improbidade? Grato.
Herculano
31/08/2017 21:34
GILMAR FALA DE TUDO, COM EXCEÇÃO DO TERREMOTO EM MATO GROSSO, por Augusto Nunes, de Veja

Sempre que livra da cadeia algum meliante irrecuperável, o ministro Gilmar Mendes recita 12 palavras atribuídas a Rui Barbosa: "O bom ladrão salvou-se, mas não haverá salvação para o juiz covarde". Se foi mesmo produzido por Rui, o besteirol só ensina que até uma Águia de Haia pode viver seus momentos de Dilma Rousseff. Uma lição tão rasa convida a reflexões tão profundas que, na imagem de Nelson Rodrigues, uma formiguinha poderia atravessá-las com água pelas canelas.

Não há nada parecido com o bom ladrão do episódio bíblico no Brasil dos crápulas que chapinhavam no pântano que a Operação Lava Jato vem drenando há mais de três anos. A tribo que Gilmar livrou ou tenta livrar da cadeia reúne apenas larápios de quinta categoria, assaltantes incuráveis e vigaristas sem remédio. Não existe esperança de salvação para gente como Antonio Palocci, José Dirceu, Eike Batista, Jacob Barata e outras flores do orquidário do Supremo Ministro da Defesa de Culpados.

A primeira parte da frase, portanto, é uma fantasia em frangalhos. A segunda escancara a megalomania de um advogado e professor de Direito que deu de incorporar o onipotente, onipresente e onisciente Superjuiz da Nação. Para consumar a metamorfose, basta cobrir o terno cinza-Brasília com a toga adornada por medalhas imaginárias que eternizam atos de bravura em situação de combate. Se repete de meia em meia hora que "não haverá salvação para o juiz covarde", é evidente que Gilmar enxerga no espelho uma ilha de coragem cercada de magistrados pusilânimes por todos os lados.

Essa disfunção visual ataca quem confunde coragem com atrevimento, insolência, arrogância e cinismo. Quem liberta bandidos que, no primeiro minuto em liberdade, recomeçam a ocultação de provas e a obstrução da Justiça é decididamente covarde. Valentes são os juízes decididos a mostrar aos nostálgicos do paraíso da impunidade que a norma constitucional enfim entrou em vigor: todos são iguais perante a lei. Gilmar Mendes imagina que socorrer "bons ladrões" é demonstração de bravura. O Brasil decente acha que isso é coisa de portadores do complexo de deus.

Até onde irá o surto de megalomania que chegou ao clímax neste agosto? Talvez não chegue ao fim de setembro, sugere a movimentação de placas tectônicas sob a superfície de Mato Grosso. Os tremores ganharam intensidade com a divulgação parcial da delação premiada de Silval Barbosa, qualificada de "monstruosa" pelo ministro Luis Fux, que autorizou o acordo em nome do Supremo Tribunal Federal. Ex-governador e amigo do peito de Gilmar, Silval só começou a abrir o bico. O que tem a dizer se somará à enxurrada de espantos prometida pela iminente delação do ex-deputado estadual José Riva.

Nos 16 anos em que comandou a Assembleia Legislativa, ao longo dos quais fez o suficiente para tornar-se portador da maior ficha suja do país, Riva acumulou informações com tamanho poder destrutivo que, divulgadas em sequência, submeterão Mato Grosso a um terremoto político sem precedentes. Mato-grossense de Diamantino, Gilmar Mendes conhece em detalhes o prontuário de José Riva. Apesar disso ?"? ou por isso mesmo ?"?, não hesitou em premiar o amigo fora da lei, há pouco mais de um ano, com um habeas corpus que até o beneficiário considerou surpreendente.

Foi a última ousadia de Mendes nos campos minados de Mato Grosso. Neste agosto, o ministro se manifestou sobre Lava Jato, semipresidencialismo, reforma política, governo Temer, foro privilegiado, prisão preventiva, procuradores federais, STF e coisas que podem levar um juiz a declarar-se sobre suspeição, fora o resto. Mas não deu um pio sobre os estrondos ocorridos em Cuiabá e ouvidos no resto do Brasil. Se Silval Barbosa e José Riva contarem rigorosamente tudo, o nome do poderoso protetor será citado ?"? para o bem ou para o mal. O silêncio do falante compulsivo informa que nem ele sabe o que vem por aí.
Herculano
31/08/2017 21:28
JANOT REITERA PEDIDO DE NOVO INQUÉRITO CONTRA TEMER

Conteúdo de O Antagonista. O procurador-geral da República reiterou hoje [quinta-feira] pedido de novo inquérito para investigar Michel Temer por corrupção e lavagem de dinheiro.

O alvo da investigação é um decreto no setor de portos que beneficiou a Rodrimar, empresa que atua em Santos.

Janot pediu também que o caso seja sorteado para um novo relator, por não ter nenhuma relação com a Lava Jato ?"cujo relator no STF é Edson Fachin.
Herculano
31/08/2017 21:21
O MENINO MALUQUINHO TERMINA A BIRRA NO ÚLTIMO MINUTO POSSÍVEL DESTA QUINTA-FEIRA. PROJETO DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL PARA 2018 CHEGA AO CONGRESSO

Conteúdo da Agência Senado. O Congresso Nacional recebeu nesta quinta-feira (31) o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2018, de autoria do Poder Executivo (PLN 20/2017). Na proposta, ainda consta a meta de resultado primário com déficit de R$ 129 bilhões, previsão já alterada pelo próprio governo para R$ 159 bilhões negativos. O documento prevê um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e de 2,5% em 2019.

Ainda de acordo com a projeção do governo, o ano de 2017 terminará com inflação de 3,7% e taxa Selic por volta de 10%. Para o final de 2018 a inflação prevista é de 4,2% e a Selic de 8%. O governo espera ainda que o dólar fique por volta de R$ 3,40 no fim de 2018. A receita total da União para 2018 será de R$ 3,6 trilhões, segundo o documento, sendo o orçamento fiscal de R$ 1,43 trilhão e o orçamento para investimentos de R$ 68,8 bilhões.

Desta vez, o Legislativo recebeu a proposta de orçamento com a previsão de receita e despesa defasada, uma vez que deputados e senadores ainda não terminaram de aprovar o projeto que atualiza a meta fiscal, modificando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 e de 2018. O texto principal foi aprovado na madrugada desta quinta-feira, mas ainda faltam dois destaques, que serão votados na próxima semana.

A revisão aumenta a meta fiscal de 2017 e 2018 para déficit de R$ 159 bilhões em cada ano. A meta anterior era de R$ 139 bilhões para este ano (LDO 2017) e de R$ 129 bilhões para 2018 (LDO 2018).

Despesas obrigatórias

O governo alega que a medida é necessária porque as despesas obrigatórias (aquelas determinadas pela Constituição ou por lei) estão crescendo, enquanto as receitas estão em queda, colocando em xeque as metas atuais das LDOs. Desde 2016, os gastos obrigatórios estão acima da receita líquida da União.

Nesta terça, a Secretaria do Tesouro Nacional divulgou o resultado primário do governo. Nos 12 meses encerrados em julho, o saldo das contas do governo é negativo em R$ 183,7 bilhões. É o pior desempenho da série histórica das contas primárias, iniciada em 1997.

Histórico

A última vez que o governo fechou as contas com superávit primário foi em 2013. Naquele ano, o saldo primário ficou positivo em R$ 75,3 bilhões. No ano passado, o déficit primário chegou a R$ 159,5 bilhões.

O acúmulo de déficits primários tem como principal consequência a elevação do endividamento público. A dívida bruta do governo federal saltou de 49,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2013, para 69,1% do PIB em junho, percentual que equivale a R$ 4,4 trilhões. A dívida bruta é o conceito mais amplo sobre o endividamento do governo e inclui, entre outras, as dívidas mobiliária e bancária, e as operações compromissadas do Banco Central.

Tramitação

A Lei Orçamentária contém a previsão de receita que deve ser arrecadada pelo governo durante o ano e fixa esse mesmo valor como teto máximo para as despesas a serem executadas.

Segundo a Constituição, o presidente da República deve encaminhar ao Congresso Nacional o projeto até o dia 31 de agosto. O Legislativo tem a tarefa de analisar, propor alterações e votar o texto até o dia 22 de dezembro de cada ano. Antes de ser votado pelo Plenário, a proposição passar pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).
Herculano
31/08/2017 21:16
GENTE FINGIDA E ARTEIRA, por Miguel Lucena, delegado de polícia e jornalista, no Diário do Poder, de Brasília.

Ao meu questionamento sobre a forma de parlamentares se queixarem da falta de atenção e carinho dos chefes de Poder Executivo, sem dizerem exatamente o que isso significa, um irmão mais velho respondeu narrando o constrangimento demonstrado por uma mulher de Patos, Paraíba, em razão de um homem lhe ter entregado o dinheiro do programa na frente de outros frequentadores da casa de tolerância.

Quando o parlamentar reclama da falta de atenção a seus pleitos, não está querendo dizer que o Executivo travou algum projeto em benefício do povo, e sim que não atendeu sua lista de exigências pessoais, como cargos para parentes e amigos, coitadinhos, tão necessitados, e os lobbies que lhes garantem bons retornos financeiros.

O eleitor também contribui com sua parte, pressionando o político a buscar um jeitinho para seus interesses mais imediatos, como o pagamento de contas atrasadas.

Há também o político safado que manda seus eleitores explorarem determinado concorrente, como forma de exauri-lo antes do pleito começar, abandonando-o no meio do caminho.

Conheci na Bahia um deputado de esquerda que mandava sua turma entupir de pleitos os gabinetes dos parlamentares do partido, de modo a deixá-los ocupados, enquanto ele saía livre e solto pelo estado invadindo redutos e comprando votos com cestas básicas.

Há também os leiloeiros de apoio, que agem como os eleitores de antigamente, na época em que os chefes políticos podiam dar comida em dia de eleição. Comiam dos dois lados, a cada hora com uma camisa diferente, até estuporar.

Existe ainda o candidato pedinte, que arranca dinheiro de todos, prometendo dobradinhas, e não apóia ninguém. É mais conhecido como nota de 3 reais.

O fato é que, na hipocrisia generalizada em que vivemos, ninguém chama as coisas pelo nome certo, e a ética do prostíbulo manda passar o pagamento do programa escondido, por baixo da mesa.
Herculano
31/08/2017 21:10
FUNARO CONFIRMA QUE VENDEU SILÊNCIO A JOESLEY, por Josias de Souza

Num dos depoimentos que integram o seu acordo de colaboração judicial, o operador de propinas Lúcio Funaro confirmou à Procuradoria-Geral da República que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, sócio da JBS, para não revelar atos de corrupção. Na segunda denúncia contra o presidente da República, por obstrução de Justiça, o procurador-geral Rodrigo Janot sustentará que Joesley comprou o silêncio de Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha com o aval de Michel Temer.

A notícia sobre o conteúdo do depoimento de Funaro foi veiculada pelo repórter Jailton de Carvalho no site do Globo. A Procuradoria vinculará as revelações do novo delator com a gravação da conversa que Joesley manteve com Temer no Palácio do Jaburu. Para os investigadores, ações compra compra da língua de Funaro estão insinuadas no seguinte trecho do áudio tóxico:

- Joesley - Como o senhor "tá" nessa situação toda do Eduardo (Cunha), não sei o quê, Lava-Jato..

- Temer - O Eduardo resolveu me fustigar, né. Você viu que..

- Joesley - Eu não sei, como tá essa relação?

- Temer - (inaudível) O (Sergio) Moro indeferiu 21 perguntas dele (Cunha) que não tinham nada a ver com a defesa dele, era para me trutar. Eu não fiz nada (inaudível)? No Supremo Tribunal Federal (inaudível).

- Joesley - Eu queria falar assim? Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali (com Cunha), zerou toda. E ele (Cunha) foi firme em cima. Já tava lá, veio, cobrou, tal tal tal, pronto. Eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, companheiro dele que tá aqui, que o (ex-ministro) Geddel (Vieira Lima) sempre tava?

- Temer: Lúcio Funaro?

- Joesley: Isso? O Geddel que andava sempre ali, mas o Geddel perguntou, mas com esse negócio eu perdi o contato, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também?

- Temer: É, é complicado, né, é complicado?

- Joesley: Agora, eu não posso encontrar ele.

- Temer: Isso é obstrução de justiça, viu?

- Joesley: Isso, isso? O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo, do ?" Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que, o que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo?

- Temer: Tem que manter isso, viu?

- Joesley: (inaudível) Todo mês, também?

- Temer: É? (inaudível)

Preso na penitenciária brasiliense da Papuda, Funaro já havia confirmado os pagamentos de Joesley em depoimentos que prestara antes de se tornar delator. Mas ele alegava que se tratava da quitação de uma dívida antiga. Coisa referente à suposta intermediação de negócios da JBS. Acertada a delação, Funaro modificou a prosa, para declarar que, de fato, comercializara o seu silêncio.

A nova versão combina mais com os fatos, pois a irmã do operador de propinas, Roberta Funaro, foi filmada em 18 de maio recebendo R$ 400 mil em dinheiro vivo das mãos de Ricardo Saud, executivo da JBS. Se o pagamento fosse lícito, raciocinam os investigadores, teria sido feito de outra maneira.

De resto, a delação de Funaro orna com a situação penal do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Ele responde a inquérito por ter procurado a mulher de Funaro para, por meio dela, convencer o marido preso a não enveredear pelo caminho da delação. Não colou.

A despeito dos esforços da Procuradoria, são escassas as chances de a Câmara autorizar o Supremo a investigar Temer. Os cargos e as verbas manuseadas pelo Planalto já não conseguem mobilizar uma maioria de 308 votos para aprovar matérias como a reforma da Previdência. Mas o governo ainda é capaz de seduzir os 172 votos de que precisa para evitar que os rivais de Temer levem ao painel da Câmara os 341 votos exigidos para levar adiante uma investigação criminal contra o presidente.
Miguel José Teixeira
31/08/2017 21:00
Senhoras,

Bem-Te-Vi, empreendendo, sonhando e realizando. . .

Este projeto "Escola do Sítio Pássaro Encantado", seguramente já é um sucesso!!!

Saúde, Professoras Andreia e Eli Regina!!!

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