01/05/2021
O PDT de Gaspar está na Bancada do Amém com o MDB, PSD, PP e PSDB. Ele está no purgatório, mas ainda continua rezando na mesma novena “desatadora dos nós”. Está tentado ao pecado. É o único da coligação vencedora que não conseguiu uma boquinha de primeiro escalão. O PDT gasparense - com influências de Blumenau e Florianópolis - acha essa penitência injusta. O PDT entrou na Bancada do Amém pela porta dos fundos e barganhando, via Roberto Procópio de Souza quando ele era vereador, o líder e o mais ferrenho dos opositores de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara.
Roberto Procópio, advogado, foi até à Justiça para obter as explicações dos requerimentos que Kleber costuma esconder ou retardá-los na devolutiva aos vereadores, desafiando à obrigação legal e à transparência dos atos públicos. Ainda quando vereador sob críticas e incredulidade da cidade, Roberto Procópio virou da noite para o dia o mais fiel escudeiro de Kleber, a tal ponto de que sob a sua batuta e de Francisco Hostins Júnior, MDB, livrou o prefeito na CPI das dúvidas sobre as obras de drenagem do Rua Frei Solano. Por conta desse jogo de alto risco, muito provavelmente Roberto Procópio não se reelegeu.
A CPI foi requerida pelo PSD - que virou vice de Kleber -, pelo PSC que se mudou para o PP do ex-vice Luiz Carlos Spengler Filho e do ex-presidente do Samae, José Hilário Melato, foco da CPI, bem como do PT de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, o que levou a rasteira e viu tudo ir para debaixo do tapete. Ainda se tenta ressuscitar o caso por outros órgãos de fiscalização.
O PDT de Gaspar que já empregou Janaína Medeiros - esposa de Roberto Procópio - e outra dúzia de seus membros no governo de Kleber, está terceirizando uma nova barganha. Se o recado não surtir o efeito esperado, tornar-se-á uma vingança. O PDT está sinalizando que o fedor do lixo em Gaspar pode ter laços familiares, mas ele propriamente não quer destampar esta lixeira. Ai, ai, ai. E se destampá-la via os bois de piranha que convence, quer ter o privilégio e a segurança de fechá-la com as vantagens como se fosse o único. O PDT está tentando encontrar uma marionete para fazer esse serviço fedido. Resta saber se alguém estudado vai cair neste novo conto do vigário e que nem as sobras terá.
Uma empresa está fazendo um levantamento para terceirizar ou privatizar o cemitério municipal de Gaspar. Tudo sob muito sigilo, como também os graves problemas ambientais nele questionados pelo Ministério Público. Quando a privatização chegar, se chegar, a Bancada do Amém na Câmara vai realizar o sepultamento daquilo que se faz hoje, como em tempos de pandemia: sem velório e carpideiras ao vivo.
Já está na Justiça um mandado de segurança contra os atos da prefeitura, da superintendência de Meio Ambiente de Gaspar e o fiscal dela que mandou fechar uma estamparia no bairro da Margem Esquerda, em Gaspar. Nada anormal, se o mesmo ato não fosse considerado discricionário, arbitrário e de vingança, pois o que se alegou para o fechamento da dita estamparia, com licenciamento ambiental já concedido pela própria prefeitura, é exatamente o que sustenta dezenas de outras estamparias.
Atualizado diariamente, este assunto já foi tema de três artigos - e o segundo agora aqui - de alta repercussão no blog www.olhandoamare.com.br que você pode acessá-lo do seu smartphone ou do portal do Cruzeiro do Vale. Quem está cuidando deste caso específico - e tenta salvar uma parte expressiva da economia local - é a banca dos advogados Fernando de Borba de Castro, que já foi procurador geral do munícipio ao tempo de Pedro Celso Zuchi, PT, e do ex-candidato a vice-prefeito de Gaspar João Pedro Sansão. Como já escrevi, a prefeitura cega por vingança atirou no que viu e acertou no que não viu, seus parceiros, financiadores e eleitores microempreendedores e que estão na mesma situação do único penalizado até agora na Margem Esquerda.
Neste momento os políticos e os “çabios” do poder de plantão, ainda fingem e disfarçam, mas a ordem é correr contra o tempo e encontrar uma solução para todos. E ela deve passar pela mudança do Plano Diretor. Resta saber se o Ministério Público - para onde foi parar o caso da Margem Esquerda numa tentativa da prefeitura de lavar as suas mãos - vai concordar com essa “solução”. Se não concordar vêm prejuízos para os empreendedores num primeiro instante, e a pesada conta para os gasparenses no longo prazo. É que com a judicialização, os cofres públicos vão ter que indenizar - via os escassos pesados impostos - esses micro-empresários. Afinal, eles trabalhavam de boa fé. É tinham as suas atividades como regularizadas, com documentos oficiais e tudo. Acorda, Gaspar!
“Para mim, não tem nada melhor do que consumir produtos naturais, da agricultura produzidos por nossa gente”. A frase marqueteira é do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, na sua rede social. Nela, o outro ex-prefeito, também eleito pelo MDB, mas fora dele há muito, Adilson Luiz Schmitt, o que criou a secretaria da Agricultura e é médico veterinário, numa das raras aparições se contrapôs: “seria muito importante restabelecer o funcionamento da Feira Municipal”.
Já escrevi várias vezes sobre isso. Os feirantes de Gaspar - principalmente os do Distrito do Belchior - são referência em Blumenau e no litoral. Eles só não conseguem mais vender os seus produtos em Gaspar e aos gasparenses. A Feira Livre do Centro foi fechada por uma denúncia ao Ministério Público do atual secretário de Obras e Serviços Urbanos, ex-vice prefeito de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, quando era vereador. Acusou, acertadamente, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi de erguê-la numa faixa sanitária. Mas, de lá para cá. São seis anos de propaganda a favor dos produtores rurais, mas de ação prática, neste assunto, para restabelecer esse canal de contato e negócio, nenhuma. Acorda, Gaspar!
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