30/10/2021
A minha coluna para a edição impressa do jornal desta sexta-feira já estava pronta quando a descartei. Guardei-a, na verdade. Ela continua tão atual e se mofar por dias, ainda assim, ela terá sentido neste e outro contexto. Mas, como em Gaspar a manipulação política e religiosa se associou para se tornar capetas de mesma origem, não pude dissociar tudo isso dos relatos bíblicos de Êxodos, sobre as dez pragas do Egito. Não estamos no Egito do faraó e seus deuses pagãos para quem as pragas se destinavam. O povo aqui é cristão oriundo do judaísmo. Todavia, há fortes prenúncios de que as pragas virão. Porque os profetas do novo tempo também sacrificam, debocham do seu próprio povo fiel e os escravizam, enquanto eles, nababos, nadam em privilégios e fantasias infinitas do poder que criam e ampliam para si e os poucos que escolhem.
Os vereadores de Gaspar criaram a Bancada do Amém. É um puxadinho incondicional, onde, em tese, onze dos 13 vereadores estão sob o jugo do Executivo, liderado por Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo de Souza Brick e um punhado de “çabios”. Votam ajoelhados ou apanham. Enquanto a maioria dos eleitores e eleitoras, se desemprega, tem o salário achatado, pede falência, empobrece e se retorce para sobreviver, os vereadores tentaram criar o Vale Marmita para si próprios. Acharam ruim à revolta popular. Não perceberam o cheiro de enxofre. Restou enfiar o tal vale no saco, por enquanto, ressalte-se.
Quando os nossos vereadores são pegos no trem da alegria com o uso continuado das tais diárias para simples contatos semanais Florianópolis, ou esporádicas viagens a Brasília, para se encontrar com os chefes no papel de cabos eleitorais, dizem que estão trabalhando pelo povo, o “ingrato” por apenas cobrar esse desperdício. Impressionante é a clara inversão dos papéis. Esses deputados são os que deviam estar por aqui, com seus aparatos, com as suas milionárias emendas parlamentares que possuem para distribuir no seu interesse eleitoral e não exatamente do povo. Essas emendas que nada mais são do que os nossos próprios pesados impostos que usam para se tornarem simpáticos, salvadores da pátria e negociar votos. Nem mais, nem menos.
Enquanto a propaganda marqueteira, estruturada, paga, para os veículos amigos ou regionais, pois santo da casa não faz milagres, mostra a Gaspar Linda, a que Avança, a que tem Valor, uma simples foto que publiquei esta semana no blog líder de acessos - sem ferramenta de impulsionamento, patrocínios de qualquer espécie, ou monetização - causou uma indignação impressionante na cidade e temor entre os políticos. A foto é o retrato de um lar que se estabeleceu sob a ponte Hercílio Deeke. Um lar tão perto nós e longe dos nossos olhos dos políticos e gestores públicos.
A foto, na verdade, é o retrato do governo de Kleber e Marcelo no ambiente da Assistência Social e da Habitação, todos cargos comissionados ocupados por curiosos, e onde a única exigência para ocupá-lo é à fidelidade ao projeto político dos que estão do poder de plantão. Onde estava Kleber esta semana mais uma vez? Em Brasília sem agenda previamente conhecida, incluindo a sua mulher, a que por aqui ficou maravilhada com um projeto imobiliário feito para ricos. Estamos em tempos de glórias, dizem os poderosos na marquetagem. Chegará o tempo da libertação como se queria com as pragas contra os faraós. E essa libertação só poderá se dar pelas urnas de outubro do ano que vem. Aleluia Irmão! Acorda, Gaspar!
Finalmente, a Ação dos universitários que pagam mensalidades movida ao reequilíbrio econômico devido à pandemia vai ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no dia 11 de novembro. E o gasparense João Pedro Sansão terá a oportunidade de fazer a defesa oral.
Este é o típico caso de deboche, onde os interesses poderosos - as universidades - conseguiram levar o julgamento até um tempo de suposta normalidade econômica para se obter vantagens com o desequilíbrio passado.
Santa Catarina aparecendo há dias no Jornal Nacional com mais de 55% dos elegíveis completamente vacinados e o Painel da Covid-19 do site da prefeitura de Gaspar mostrando que vacinamos apenas 29,75% da nossa população com duas doses.
Ou seja, segundo o mesmo painel, 70,25% da população está descoberta da segunda dose. É mais um retrato de Gaspar que se esconde da propaganda enganosa. É a tal competência de curiosos que tocam a área da Saúde.
A Vigilância Sanitária fechou dois estabelecimentos que manipulavam e vendiam alimentos em Gaspar. Um deles, disse que falaria com o prefeito para reabri-lo. Foi desaconselhado tão logo a notícia se espalhou no blog www.olhandoamare.com.br o que comenta o que a imprensa esconde.
Mas, o pior não é isso. O que era para ser algo elogiável, a secretaria da Saúde, tocada por uma curiosa, aliada ao que se está aí, achou a ação de seus técnicos - servidores efetivos - um despropósito e feita especialmente para prejudicar os seus amigos políticos. Meu Deus!
Os vereadores de Ilhota - sem imprensa, sem oposição - conseguiram um feito inédito. Adiaram a sessão de terça para quarta para que uma parcela pudesse ir a Florianópolis a encontro político com os deputados do PSL.
A notícia repercutiu negativamente na cidade e os políticos estão praguejando quem a difundiu. Mudar o comportamento leviano, nem pensar.
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