02/10/2017
Este é o retrato da saúde Pública de Gaspar. Os leitores e leitores desta coluna já sabiam disso fazia meses.
Os mandatários de plantão ao invés de tomarem providências próprias de um ambiente de crise, as quais diferem em muito de uma situação de inovação ou normalidade, preferiram praguejar contra este escriba; calar, convencer e intimidar outros; sacrificar os doentes, pobres e que são a maioria, vejam só a sacanagem, seus eleitores e eleitoras. Preferiram “criar” uma comissão para proteger quem já está protegido nas suas corporações: os médicos e graúdos na área de saúde.
Os políticos e gente inexperiente – que baba ou influi - no atual poder de plantão em Gaspar – o qual se mostra manietado ou temoroso -, preferiram terceirizar as decisões, conferidas por votos dos gasparenses ou delegação ao prefeito eleito. Impressionante.
Resultado? Agravamento da crise; maior exposição das fragilidades e dos atuais governantes; comemoração dos adversários e vejam só, com a desgraça dos enfermos, pobres e indefesos (meu Deus!); e adiamento de soluções, que a cada postergação se tornam ainda mais doloridas do ponto de vista político e mais caras, diante da escassez dos recursos financeiros e uma demanda reprimida e ao mesmo tempo, crescente.
É sob tempestade que se conhece o verdadeiro capitão. É na crise que se conhece o estadista, o líder. É dele que se exige para o risco, o erro, o acerto e à transparência.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, por má orientação ou má avaliação, apenas adiam e agravam os degastes contra eles mesmos. E a primeira cobrança sobre os acertos e erros será em outubro do ano que vem. E está logo ali. Manchete do jornal Cruzeiro do Vale – o que não passa recibo contra a realidade – da última sexta-feira: "Médicos e remédios em falta em Gaspar", referindo-se aos postos de Saúde e farmácia básica sob a responsabilidade da prefeitura.
Manchete previsível. Direto na ferida. Mas, assoprou. Evitou o Hospital. Não é mais possível esconder com tudo às claras por tanto tempo. O jornal não furou nada, não virou contra o governo Kleber, não disse nada daquilo que já se conhece na cidade inteira, nos gabinetes dos vereadores, não expressou nem um centésimo do que se ouve nas filas dos postinhos, policlínica e farmácias básicas, ou nas redes sociais.
O resumo é o seguinte do caos na saúde Pública de Gaspar: Kleber caiu na armadilha do PT e dos médicos fechados em corporação para salvar os seus interesses. E isso não é de hoje. Sou testemunha de anos. Senti na própria pele. Politicamente, o prefeito e seus aliados vão pagar caro por isso. Eles é que precisam dos votos, das tetas... Médicos não elegem políticos; mas doentes bem atendidos e esclarecidos, sim. Já escrevi sobre o tema. Vou escrever mais.
A atual administração de Gaspar trocou o atendimento do básico à população nos postos de saúde, policlínica, farmácias básicas para atender uma elite de médicos e uma administração sem controle efetivo das finanças do Hospital de Gaspar. Um processo de anos. E passaram a conta para os gasparenses, quando a prefeitura do PT interviu nele. Retirou-se a responsabilidade de quem mal geriu, que aceitou migalhas por serviços ao público em conluios políticos...
Kleber atende, também, um grupo do PMDB que já tocou a saúde pública em Gaspar – e deixou dúvidas - e já liderou o conselho do Hospital – e não deu conta do recado.
Vejam estes números e reflitam. Depois da reforma física feita pelos empresários e sem dinheiro público, o Hospital voltou a funcionar antecipadamente sob pressão de Pedro Celso Zuchi. Queria evitar o desgaste político. Queria ser o herói. O plano era reabri-lo com as dívidas sob controle. Zuchi não cumpriu a promessa de suporte. Ao contrário. Achava que os quase R$3 milhões que repassava eram indevidamente usados, roubados até.
Desculpa esfarrapada dos seus para a intervenção e colocar gente sua no Hospital, manobrando os próprios recursos repassados pela prefeitura, abrir e acessar compras de até R$10 milhões sem concorrência.
Zuchi e sua turma nunca provaram nada sobre as dúvidas que levantaram, nem mesmo com uma comissão que Zuchi e o PT criaram para apurar estas dúvidas. Com a intervenção no dia 28 de maio de 2014, vejam só, aumentou em média o repasse subiu para 3,7 milhões. Então?
E quanto o governo de Kleber está repassando? Quase o dobro: R$5,4 milhões! E o Hospital está pior e o atendimento comprometido. Há ou não um descompasso e algo errado na gestão desse assunto?
Aliás, perguntar não ofende: quem é o “dono” do Hospital de Gaspar? De quem é o patrimônio dele, se é que é conhecido e intacto ao original? Se Frei Godofredo pudesse testemunhar...De quem é a responsabilidade jurídico-fiscal do Hospital de Gaspar? Da noite para o dia, terceirizaram o Hospital e mandaram a conta para a população de Gaspar, com a intervenção marota feita lá pelo PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi.
Às vezes parece que são os médicos os donos do Hospital com outra meia-dúzia de políticos disputado esse naco podre. Instituição fantoche nas mãos de grupos políticos que disputam uma carniça para suas ideias de poder ou gestão temerária. Entretanto, eles – os médicos e meia-dúzia de palpiteiros - não possuem ao mesmo tempo, nenhuma responsabilidade jurídica, financeira, fiscal e societária sobre, ou no Hospital. Estranha e contraditória situação, não é? Assim é fácil!
Usam e usufruem, e até mandam e desmandam, mas lavam as mãos nas contrapartidas das responsabilidades. São "sócios" do Hospital pois usam a sua infraestrutura para exercerem a sua profissão, sem qualquer responsabilidade nos resultados fiscais, financeiros, sociais e até mesmo comunitários. Há médico de sobreaviso, mas quando se precisa, as queixas se avolumam e as desculpas dos “deixa-disso”, também.
E ai se a prefeitura não os pagar pontualmente, não apenas os serviços que compra para a população, mas o funcionamento, a infraestrutura e os tributos de toda a espécie, ou não der condições máximas para o exercício da profissão! Quem, por exemplo, paga solidariamente os erros médicos cobrados na Justiça pelos pacientes? Os gasparenses com seus pesados impostos levados ao Hospital sob a rubrica da intervenção? Tudo nebuloso. Tudo errado!
Qual a razão de Kleber, Luiz Carlos, a secretária de Saúde, Maria Bernadete Tomazini, os mentores políticos e os gestores da prefeitura de Gaspar deixarem à míngua os postinhos, a policlínica, a farmácia básica e apostarem tudo no Hospital que não se sabe de quem ele é (pertence)?
Se os impostos forem pagos, as dívidas pagas, as melhorias feitas, incluindo a UTI, agora inventaram até um centro de imagem, a quem a prefeitura vai entregá-lo bonitinho – com o dinheiro dos gasparenses e que faltam na saúde Pública dos pobres - para virar novamente um patinho feio, pedinte e centro de disputas dos políticos e médicos? Ai, ai, ai.
Voltemos à crise. O pronto socorro do Hospital virou um grande “Posto de Saúde” de Gaspar, agora, por orientação técnica-médica (o protocolo de Manchester – e não o discuto), os doentes ambulatoriais podem esperar até (ou mais) quatro horas para serem atendidos lá. E vejam só a contradição: com a tal pulseirinha colorida que Kleber prometeu na campanha política como a salvação para dar mais agilidade no atendimento. Há relatos de até sete horas.
Meu Deus! Quem inventou essa humilhação ao político Kleber? Os médicos, os técnicos, a sua secretária de Saúde mandada por políticos leigos no assunto e influentes nesta área, o prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira, os vereadores da sua base de sustentação?
Kleber ganhou as eleições em outubro do ano passado. Na campanha dizia que conhecida bem a situação do Hospital e por isso tinha planos e soluções. Assumiu. Logo mostrou, claramente, que não tinha nada! Era discurso falso de campanha. Se tinha, mudou e não informou ainda a razão disso à população, aos seus eleitores e principalmente aos doentes.
O que Kleber pratica hoje é da época do ex-prefeito Zuchi. Kleber teve tempo – desde a campanha - para as suas escolhas. Poderia tê-las praticadas logo que assumiu. Hoje já se vão dez meses do seu mandato, a saúde Pública, embrulhada num caos daqueles e pior de quando assumiu o mandato.
Não as fez (mudanças), ou fez as erradas, mantendo o que não funcionava diante de um quadro progressivo de deterioração nacional e estadual da saúde Pública. Vai pagar politicamente caro por isso. Quem o orienta? Qual o medo que o acompanha? Kleber e os seus estão numa sinuca de bico. O PT está rindo à toa. Está cobrando. Vergonha! O discurso do vereador Dionísio Luiz Bertoldi e da ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa, na Câmara, sinalizam isso. O que não funciona hoje, em muito, é decorrente da política do PT que quebrou a saúde Pública como um todo, não só aqui em Gaspar!
O Jornal Cruzeiro do Vale - na reportagem que fez na edição impressa de sexta-feira - não tocou num problema que se agrava a cada dia. Ora, se os postos de Saúde e a policlínica não funcionam como o preconizado, os doentes correm para o Hospital para se assistir do básico e lá, travam tudo, aumentam as queixas. Resultado? Sobra para o próprio Kleber, para a atual administração.
Só ela não enxerga isso e que por si só, exigiria uma mudança de postura.
Não precisa ser médico, gestor de saúde, político, estrategista ou prefeito para diagnosticar isso. Basta apenas boa vontade e coerência. E a solução é fácil? Não é, reconheço! Mas, há. Basta avaliar e aplicar uma delas, incluindo os ingredientes políticos. E Kleber, até agora, escolheu a pior. E quem diz isso não sou eu. São os resultados que ele colhe contra ele mesmo.
Na quinta-feira, pela manhã – e reportei isso na minha coluna de sexta-feira na seção “Trapiche”, era dia de pleno funcionamento dos postinhos e policlínica em Gaspar. Mas, no Hospital, a fila de espera de doentes era de horas. E não era para emergência e urgência, que se espera prioritariamente de um pronto-socorro de um Hospital, principalmente de dia.
A maior parte dos que estavam lá era feita de gente com problemas ambulatoriais, próprios para serem resolvidos nos postinhos e na policlínica. Como eles não funcionam ou como perderam o crédito perante a população (falta de médicos, enfermeiros, remédios...), a turma já se manda direto ao pronto socorro do Hospital e lá se incomoda e por isso, incomoda os gestores públicos.
Só a atual administração “não enxergou” e vacila em tomar decisões que priorizem o atendimento aos mais simples, nos bairros, desafogando o pronto-socorro do Hospital, diminuindo custos da prefeitura no Hospital, impedindo a transferência de recursos dos postinhos para o Hospital, um sugadouro sem fim de dinheiro da prefeitura, dos gasparenses. O que adianta abrir novos postinhos, como se quer, como vai ser feito, fazer festa, discursos, fotos, entrevistas, se eles não cumprem o papel básico deles com médicos, enfermeiros e atendimento?
O governo de Kleber e Luiz Carlos já fez a sua escolha: prefere atender os médicos do que os pobres doentes. Melhor não seria fechar os postinhos e a policlínica, e mandar todos para o pronto-socorro do Hospital? Com a minoria apertada na Câmara, Kleber está na mão de um médico-vereador. É uma aposta! O tempo dirá a validade dessa aposta que até possui afinidade religiosa
E para encerrar este longo artigo e não os comentários sobre o mesmo tema: um grande problema é feito na maioria dos casos pela soma de pequenos problemas mal ou não resolvidos. Este é um deles. A saúde Pública sob o comando de Kleber está na UTI e se nega ao tratamento. A “junta médica” é de péssima qualidade. Acorda, Gaspar!
A votação do Projeto que impedia os vereadores de Gaspar ocuparem cargos no Executivo mostrou três coisas: a mais jovem vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, foi, mais uma vez, enquadrada pela administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Ficou pendurada sozinha no pincel.
A sua imaturidade política, a sua autonomia “a fez refletir melhor”, justificou. O partido não a orientou em nada no seu salto triplo carpado. Por isso, a adolescente quebrou promessa assinada perante aos seus pares. E ainda quis transformar isso numa virtude. Voltarei ao tema.
A terceira refere-se à postura do líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, Francisco Hostins Júnior, PMDB, perante à matéria, sua convicção e compromisso assumido. É algo complexo. Voltarei ao tema.
História mal contada. O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, quando deixou o cargo, disse que sobrou recursos federais da construção da ponte do Vale, logo ele, que vivia em Brasília pedindo dinheiro e reclamava que a ponte estava parada por falta dele nos entraves burocráticos de lá.
A administração do sucessor Kleber Edson Wan Dall, PMDB, sempre disse que não era bem assim. Tanto que para repará-la naquilo que faltou ser feito por Zuchi e que a inaugurou de araque, tirou dinheiro de vários outros lugares, inclusive da própria Câmara de onde pediu R$ 1 milhão. Lembram-se?
Kleber ratificou tudo na prestação de contas que fez à população: essa “sobra” não aparece. Agora, para justificar mais uma ida a Brasília – um truque mensal usado por Zuchi para ter acesso às diárias e condenado pela turma de Kleber quando em campanha – o prefeito acaba de nos dizer que foi ao Ministério das Cidades pedir autorização para usar a sobras dos recursos federais da ponte do Vale.
Afinal, onde está a verdade dessa história? Transparência zero! E os pagadores de pesados impostos são nas mentes desses políticos os bobos e trouxas de sempre. Acorda, Gaspar!
Culto. Dias desses, na tribuna, o suplente de vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, usou o tratamento de “irmão” a um colega vereador de Gaspar. O protocolo naquele ambiente profano, político e formal, pede outro tipo tratamento entre vereadores.
A polêmica exposição Queermuseum, fechada em Porto Alegre RS, repercutiu em Gaspar. A bancada evangélica fez - sob o silêncio dos progressistas como a líder do PT Mariluci Deschamps Rosa que foi outro dia à tribuna para falar sobre discriminação e pedofilia dos outros - e aprovou na Câmara, por unanimidade, uma moção de repúdio ao conteúdo daquela mostra. Isto é censura.
O que se deve reprovar é o fato da mostra ser facilitada a crianças sem o conhecimento prévio dos país, os quais possuem responsabilidade, controle e autonomia na educação de seus filhos ou tutelados diante de valores diferenciados que acreditam ou propagam no seio familiar e no seu círculo social de afinidade. O resto é debate.
E neste debate, pode-se incluir à razão pela qual os progressistas fizeram o severo Estatuto da Criança e Adolescente, exigem-no, acertadamente da sociedade, mas rasgam-no quando precisam estar no centro das atenções depois de afundarem o país na miséria política, financeira e ética. A outra polêmica é a performance de um artista nú no MAM de São Paulo, com a participação de crianças, mas desta vez, sob a complacência – e até incentivo - dos próprios pais.
Frase de efeito. Ela mostra como os novos nascem velhos. A mais jovem vereadora de Gaspar, Franciele Daiane Back, PSDB, autora do projeto que acabou com o recesso de julho na Câmara acha que povo é o culpado.
“Recesso não é férias. Há uma visão distorcida do povo”, justificou ao defender à sua ideia. Perdeu a oportunidade de ficar quieta ou de se consagrar e dizer algo mais ou menos assim: “somos representantes do povo e o povo que ouvi e me elegeu (ou nos elegeu) não quer o recesso de julho”. Simples! Mas preferiu o torto. Acorda, Gaspar!
Ele deve entender dessa matemática e medição, afinal, o irmão Lovídio Carlos Bertoldi foi secretário de Obras e presidente do Samae, que fazia obras aos montes na cidade. Ao solicitar a manutenção para a Estrada Geral do Gaspar Alto, seu reduto eleitoral, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, tomou um susto.
Soube por ofício da própria secretária de Obras, de que a prefeitura de Gaspar já teria gasto lá mais de 3.346 metros cúbicos de macadame para melhorá-la. Isto equivale a 278 caminhões, nas contas dele. Pior, o próprio vereador constatou que esse material foi colocado em alguns trechos apenas. Acorda, Gaspar!
Dia desses a NSC publicou no seu jornal do Meio-Dia que o Observatório Social de Lages, em quatro anos, conseguiu economizar R$4 milhões em compras fora dos padrões, incluindo celulares de última geração para os vereadores de lá.
Aqui (ou Ilhota) não tem o Observatório. E os das prefeituras e das Câmaras ficam incomodados quando alguma coisa fora do esquadro e que salta aos olhos, sai escrita aqui, por exemplo. Preferem praguejar contra o escriba. Em alguns casos, desconfiados, emendam, mas apenas por medo de que alguma coisa possa também chamar a atenção do Ministério Público.
Aqui tudo é diferente, mesmo. O primeiro ensaio para se instalar em Gaspar o Observatório Social veio recentemente de forma torta, via vereadores do PT que agora estão na oposição. Quando essa gente situação, as dúvidas passavam por esse espaço e geravam um desconforto tal, que este escriba sempre foi perseguido pelo administrador público.
O Observatório Social é antes um ato de cidadania e não um embate político partidário ou de poder. Somos todos governantes. O dinheiro que o gestor ou o político usa são os nossos e não são deles. Então fiscalizar é um direito antes de ser um dever. E quem teme esse tipo de fiscalização do cidadão comum é porque não merece ser eleito ou não pode escolhido para cargos públicos. Falta-lhe o essencial: transparência. Sobra-lhe dúvidas.
Em Gaspar e Ilhota, além dessa coluna o outro aliado, em assuntos de maior complexidade tem sido o Ministério Público estadual e eventualmente, no político-administrativo, o Tribunal de Contas do Estado. O advento da Lava Jato contribuiu muito para a consciência cidadã, inclusive nos grotões.
Como ficou a projeto que retirou o recesso de julho dos vereadores de Gaspar?
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).