07/07/2017
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS I
Você já parou para pensar como os políticos que você elege, fazem de você, nós, trouxas e ainda zombam da sua cara (e à minha observação sobre o cenário onde estamos inseridos)? Mas, não é você quem os elegeu, acreditou neles, apostou nas mudanças de comportamento, e os paga (como eu) com os pesados impostos? E pode estar aí, inclusive, a ira deles, para com o jornalismo não comprado por migalhas, incluindo tapinhas nas costas, cervejinhas, piadas de agrado, citações elogiosas sabidamente falsas, bilhetes da roda da fortuna, churrasquinho mata-fome das festas de igrejas e que os deixa expostos na verdade nesta coluna. Aí, você pensa com você mesmo: mas isso só acontece lá na Assembleia, em Florianópolis ou, lá em Brasília, onde eles estão escondidos e bem longe do povo daqui. Ou então bate na falsa tecla de que é preciso renovar, botar gente nova, para interromper às velhas práticas dos velhos e viciados políticos talhados para enganar o eleitor etc e tal. Posso provar, com poucos exemplos, pois o espaço é exíguo, que mais uma vez, você está enganado ou se enganando, o que é mais provável.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS II
Vamos ficar em Gaspar. E não vou escrever (ainda) do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, prefeito e vice, respectivamente, que em mais de seis meses de governo ainda procuram um motivo para dizer o que estão governando. São todos jovens, mas regidos por velhos caciques, velhas práticas, vinganças, interesses e negócios particulares. Então, é lógico, que a tal renovação política possui outro significado. Vamos direto à Câmara de Vereadores. Ela deveria vigiar o Executivo e representar o “povo”. Dos 13 eleitos, dez nunca tinham passado por lá como titulares. Dos 13, apenas dois se reelegeram. O mais longevo de todos, o que manipulava tudo, José Hilário Melato, PP, só tomou posse e se empoleirou na presidência do Samae. Ficou só um reeleito: Ciro André Quintino, PMDB (e Mariluci Deschamps Rosa, PT, voltou depois de ser vice-prefeita). Sem concorrência, Ciro virou presidente. Sorte dos demais: a Câmara ficou igualzinha ao que sempre foi, antiga, cheia de vícios e viciados, sob o comando dos servidores.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS III
Os vereadores, os novos, os jovens, tomaram posse no dia primeiro de janeiro. E sabem quando aconteceu a primeira sessão ordinária deliberativa da Câmara? Um mês depois da posse: só em fevereiro. Um mês de folga! E o que aconteceu em Março? Tiveram os vencimentos reajustados. Quem é o pagador de pesados impostos que se emprega ou dá emprego, já no primeiro mês fica mais de um mês de férias e no terceiro, recebe um reajuste? Meu Deus! Quer mais? Condoídos, contrataram mais assessores, e os reajustaram para cima nos salários deles, pois o antigo presidente Melato, orientado por gente, entendida da Câmara, pago para assessorá-lo com correção, errou, e aí, como manda a lei, era preciso corrigir e fazer a tal isonomia pelo salário, mas pelo mais alto. A assessoria da Casa errou? E não foi punida? E todos comemoraram o erro? Ai, ai, ai. E o que vai acontecer agora em Julho? Mais 15 dias de férias para os nobres, novos vereadores, os da mudança. Quatro meses de trabalho, uma vez por semana, e eles estão tão cansados, gente? É de dar dó. E seus assessores? Vão “trabalhar na ausência deles”. E para que? Para pedir férias quando seus chefes estiverem trabalhando, o que provará, mais uma vez, que são dispensáveis.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS IV
Pergunto: houve renovação na Câmara de Gaspar? Só se for de nomes, porque das práticas e malandragens, o aperfeiçoamento continua a pleno vapor. Ah, Herculano, você é um exagerado! Coitadinhos! Então veja mais: por que os atuais novos e jovens vereadores rejeitaram trabalhar à noite, ou perto dela, para se possibilitar a participação popular, incluindo a vereadora adolescente Franciele Daiane Back, PSDB? Por que tiraram o R$1 milhão do orçamento para a construção da sede própria ou para ir para um lugar decente na acessibilidade, gabinetes, plenário e trabalho? Por que aceitaram frigobares e móveis novos num lugar inapropriado? Isso é coisa de um Legislativo autônomo, renovado ou remoçado? E o aumento do salário dos vereadores que estava sendo tramado nos bastidores, revelado com exclusividade por esta coluna? Ele só foi “abortado” porque a notícia vazou, deu um bafafá, sob encenação de ira para não ficar muito na cara de que sacanagem estava armada, tudo com gente de primeira legislatura e jovens, mas nos velhos partidos, mandada por quem entende do riscado de comer o dinheiro do contribuinte em favor dos políticos e do poder de plantão.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS V
E aquela foto publicada aqui mesmo no Cruzeiro do Vale, para abafar o que se faz de antigo na Câmara com gente nova e jovem, como o término das férias de julho, exatamente quando os vereadores já estão entrando no recesso e começam a ficar exposto por suas repetidas bobagens? E a Franciele segurando o papelinho e rindo da cara de todos. Espertalhice marqueteira de gente viciada e antiga, disposta à enganar o seu próprio eleitor. Se esta proposta vingar no plenário, ela só será implantada no ano que vem. Então a pergunta que não quer calar: se era para valer, por que a proposta de anular o recesso de julho, iniciativa elogiável, não foi protocolada na primeira sessão de fevereiro? Respondo: porque o gesto não é sério e só serve para esconder os sucessivos erros dos novos vereadores neste semestre (e não foi por conta da inexperiência ou pouca idade). Contam outra aos seus eleitores trouxas, senhores vereadores. Eu não tenho estômago esse prato mal feito. E tudo sob o comando do PMDB de Kleber, Ciro André Quintino e outros donos da cidade! Acorda, Gaspar!
O Projeto 01/2017 de Emenda à Lei Orgânica foi protocolado na Câmara no dia 20 de junho. Ele é de autoria dos vereadores Evandro Carlos Andrietti, Francisco Hostins Junior e Francisco Solano Anhaia, todos do PMDB, Franciele Daiane Back, PSDB, Pablo Ricardo Fachini, PP (suplente) e Silvio Cleffi, PSC.
Como se vê, neste projeto o presidente Ciro, o renovador, o que faz da Câmara uma extensão da prefeitura, não o assinou.
A oposição (PT, PDT e PSD) provavelmente, encurralada, não fará como fez a situação (PMDB, PP, PSDB e PSC) que não quis sessão a noite para o povo. Deverá apoiar.
Lembrando aos que pagam tudo isso, que a Câmara de Gaspar, com um número infinitamente menor servidores, dez vereadores, vencimento bem mais modestos, já trabalhava em duas sessões por semana e à noite.
O tal projeto de Emenda que acaba com as férias de julho dos vereadores de Gaspar (hoje de mais de 45 dias por ano – já foi 60 dias) está na Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação desde o dia 27 de julho. Levou 37 dias desde o anúncio marqueteiro até chegar à Comissão. Brincadeira!
E o prazo se estende para análise, vejam só até o dia 11 de agosto, quando todos deverão já estar de volta das férias. E com sorte, até o final do ano estará votada.
Esperta essa gente acostumada a lidar com trouxas. E depois, o crítico, sou eu. Quando eu mostrar o que se produziu (quantidade e qualidade) neste semestre na Câmara, todos ficarão assustados. Acorda, Gaspar!
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