08/05/2021
Quando a prefeitura de Gaspar quis vender a operacionalidade da folha de pagamento teve um trabalho danado pela dinheirama que pedia. Ao final apareceu o Bradesco e bancou. Com o dinheiro no bolso veio a ingratidão. A cúpula política e administrativa da prefeitura não trabalha com o banco e por isso não se dá ao exemplo. Pior. O Bradesco está percebendo que há facilidades para os concorrentes - que não colocaram que não pagaram pela tal prioridade - operarem com a raia miúda, principalmente no quesito empréstimo pessoal. Hum!
Hoje acontece o julgamento no Tribunal Especial (cinco desembargadores do Tribunal de Justiça e cinco deputados estaduais) do segundo impeachment contra o governador afastado, Carlos Moisés da Silva, PSL. O primeiro já foi para o saco. E foi nele que chances da vice Daniela Cristina Reinehr, sem partido, mas oriunda do PSL bolsonarista radical, ser governadora interina ou definitivamente, a partir de hoje. O voto fora do combinado do deputado Sargento Lima, PSL, e agora no PL, quebrou o pacto dos políticos de carreira para retirar ambos - Moisés e Daniela - do governo. Vagos, a velhice massacrada por Moisés e Daniela nas urnas, voltaria via o deputado Júlio Garcia, PSD. Ele, aliás, de uma hora para a outra, viu-se no mesmo papel de réu. E de forma ainda mais complicada.
A primeira vergonha é a armação em si. Ela é politiqueira, antes de ser técnica. É ela que atrapalha à busca da punição para a dúvida essencial. Virou um espetáculo, uma disputa partidária e de poder. Simples assim! A segunda, são os seus desdobramentos e contra Santa Catarina e à renovação. Criam-se cortinas de fumaça naquilo que precisa de apuração técnica ou jurídica e não da perseguição ou revanchismo. A terceira, é como Daniela agiu na interinidade para buscar o poder a qualquer custo. É assustador. É sinalizador. É perigoso. São velhos métodos. Foi tudo que disse na campanha que sepultaria.
Os impeachments - e a CPI que ainda está em curso e o relator é o deputado Ivan Naatz, PL, de Blumenau -, por outro lado, começam a cobrar caro dos que as armaram. E isso terá consequências, inclusive em Gaspar. Aqui, o MDB gasparense, acha justo tirar Moisés e criticou a posição do partido no tribunal de admissibilidade pela inocência de Moisés; por outro lado não abriu um caminho com Daniela. Ou seja, continuaremos marginalizados com ambos e com tantos que passaram pelo Centro Administrativo, inclusive os do próprio MDB. O que se tem de verdade é aquele errático encontro de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSDB, com Júlio Garcia, PSD, que se ensaiava ser o dono de Santa Catarina. Fiasco emblemático.
Para concluir. Se a tese dos “çabios” do MDB daqui - e que já foi desfeita em pareceres técnicos pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da República - para defenestrar Moisés prevalecer, vai ter prefeito e vice cassados às pencas nos tribunais catarinenses, mesmo eles sobrevivendo às CPI locais, devido às manobras regimentais que fizeram ou fazem nas Câmaras municipais que dominam. Não poderão mais colocar a culpa no mordomo, como fazem ou vem fazendo até aqui. Acorda, Gaspar!
Na coluna da semana passada lhes relatei o desconforto do PDT - integrante da Bancada do Amém com o MDB, PSD, PP e PSDB na Câmara. Ele está atrás de uma boquinha no primeiro escalão do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD. Esta semana se estabeleceu mais um novo desconforto. Desta vez, dentro do próprio MDB. A irritação é com o comando da sigla exercido pelo prefeito de fato e presidente do partido, o secretário da toda poderosa secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Cobram transparência, equilíbrio de forças e inclusão.
O que está em jogo, de verdade? Poder e futuro! Esse grupo, que é chamado de histórico, está incomodado como ele está sendo colocado no brete e bovinamente, sem opções, está sendo levado ao matadouro. Sob as desculpas de que o MDB de Gaspar terá candidato próprio a deputado estadual, ou até mesmo a federal, está se retardando, boicotando ou se impedindo aos acertos para movimentar possíveis candidatos paraquedas por aqui. É que, na outra ponta, sabe-se, até porque o diretório regional do MDB já sinalizou isso, que o partido dificilmente terá candidato próprio tanto a estadual quanto a federal em Gaspar.
Esta ala do MDB acha que o diretório e Kleber jogam para reservar vagas tanto para outros do MDB, como para os de afinidades religiosas, como Ismael dos Santos, PSD. Mas, as escaramuças de PDT e a ala histórica do MDB não são feita às claras. Usam terceiros. No caso do MDB, por exemplo, uma candidatura a deputado estadual de um neófito, insuflada por gente experiente, nasceu no sábado e foi abortada no domingo a noite por bombeiros que estão em Brasília e Florianópolis. É preciso continuar este comentário? Acorda, Gaspar!
Definitivamente, esta coluna não é social, nem lugar de se fazer média, ou esmolar sobrevivência e exibir políticos nos seus joguinhos de poder. É um lugar de leitura, reflexão, plural e credibilidade. Vade retro daqui chupins. Mais no blog www.olhandoamare.com.br. Fácil do seu smartphone
Qual a legenda desta foto? O devidamente desaparecido vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, PSD, |
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