Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/08/2017

OBSERVATÓRIO SOCIAL PARTIDÁRIO?


Este é um press release oficial. Não é exagero meu, nem perseguição. É da Câmara de Gaspar. “Os vereadores Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps (PT) participaram, nesta semana [quarta-feira, dia dois de agosto], de um curso de capacitação oferecido pelo Observatório Social de Blumenau (Osblu). Promover a educação fiscal, acompanhar os gastos públicos e agir para corrigir os desvios são os objetivos da entidade. Os parlamentares pretendem estimular criação de um observatório em Gaspar”.

“No entanto, apenas cidadãos sem vínculo político-partidário poderão fazer parte. Formada por voluntários, sem fins lucrativos, o órgão já está presente em 100 cidades brasileiras, sendo 17 em território catarinense. De acordo com o portal do Osblu, o programa de educação fiscal visa à conscientização do cidadão ao lado do incentivo ao voluntariado e à prevenção da corrupção. Após a formação, ele poderá acompanhar licitações e contratos do Executivo e do Legislativo, além de monitorar processos judiciais contra gestores de recursos públicos”.

Volto. Como assim, os vereadores do PT pretendem estimular à criação de um Observatório Social, se eles são partes vivas interessadas nesse negócio de abafar ou produzir efeitos pirotécnicos que se transformem em votos na sociedade? Se estivessem fazendo a parte que lhes cabem constitucionalmente como vereadores, nem Observatório Social precisaria existir. Um Observatório Social só existe, porque os ditos “fiscais do povo”, políticos eleitos, falham. E como falham, negociam, mentem, jogam, omitem, pressionam, dissimulam, criam vantagens e se arrumam entre eles como velhos se amigos fossem.

Os nobres vereadores do PT de Gaspar que estiveram em Blumenau – cujo partido e como a maioria e outros partidos, está atolado num lodaçal sem fim – penso que não entenderam direito o que é um Observatório Social. Ou vão desfiliar gente do PT e da esquerda do atraso para se disfarçar de voluntária num Observatório Social aqui em Gaspar? Vão usar gente com suposta credibilidade que falta aos políticos – exatamente pela pífia atuação como políticos eleitos pelo povo - para dar valor às denúncias e alimentar o Ministério Público em seus interesses? E a tal mínima isenção cidadã. Vão escolher mais uma vez, a dedo, gente disfarçada de apartidária para atuar como instrumento auxiliar das suas causas? Mais uma entidade será aparelhada (e por isso, fraca) em Gaspar? Mais um “clube” de amigos, de abafa, carregando do atraso será criado por essas bandas? É bom contar outra.

Aliás, este espaço tem atuado como um “observatório social” há muito tempo a favor de Gaspar no lugar de muito político, que tem mandato para isso ou de cidadãos que se dizem gasparenses da gema e que por essa única credencial, acham-se acima de qualquer suspeita. Pressão é que não falta. E o PT, com o PDT como operador, várias vezes, tentou-me calar na Justiça, dizendo por aí, e penso ser arroubo e falsidade, tê-la nas mãos.

Se os vereadores Dionísio, Rui e seus assessores parlamentares, entenderam bem o que foi apresentado para eles naquela quarta-feira à noite em Blumenau, sabem que eles e a Câmara de Gaspar serão os primeiros e principais alvos do Observatório Social, além da área de licitações da prefeitura e do Samae, onde estão os maiores ralos de vícios, dúvidas, desperdícios e principalmente falta de transparência e que leva a tudo isso.

Para começar num item simples e aparentemente bobo. O site da Câmara é, por enquanto, um portal de propaganda dos vereadores; querer alguma informação lá, é um exercício de mágica, paciência, pegadinhas e isto porque ele está sob à força de uma decisão judicial e o olho da promotoria pública que cuida da moralidade. E quando se pede informação à área de comunicação (até que tenho sido bem atendido, diga-se), invoca-se logo de cara, os longos prazos que só são permitidos à Lei de Acesso da Informação, e possíveis, mas em raríssimos casos. Zombaria à transparência e à cidadania.

O que os vereadores petistas anunciaram no press release oficial da Câmara, é a investidura da raposa para oficialmente cuidar do galinheiro e da fartura dos ovos que eles próprios criam com o dinheiro dos cidadãos. Tudo dominado. E faz tempo. Estranhamente estão fazendo isso, tão logo a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon - a que colocou à nú quase todos os políticos espertos daqui -ter saído para atuar em Navegantes. Os políticos, esperam uma nova fase mais suave com Andreza Borinelli. E já começaram a testá-la. Só não vale ludibriá-la, porque eu continuarei olhando a maré para o meu distinto público leitor, como sempre. E nele, invariavelmente está o Ministério Público ou quem o aciona. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Nas comemorações dos 35 anos da Associação Comercial e Industrial de Gaspar (ou Associação Empresarial), a Acig, a ausência sentida, foi a do seu fundador, o ex-executivo da ex-Ceval e Seara, e ainda empreendedor do setor de lazer e turismo, o florianopolitano, Vilmar de Oliveira Schürmann, 75 anos.

Muitas desculpas para a sua ausência na homenagem prestada há dias no Bunge Natureza. Foi educado nas desculpas. Digno. A Acig de hoje, foi aparelhada e enfraquecida propositadamente pelo PT – assim como outras instituições locais -, pois para ele, empresário é coisa perigosa a ser eliminada, exposta, enxovalhada e diminuída. A Acig de hoje não tem mais nada a ver com o espírito do Vilmar.

A impetuosidade, as ideias, os gestos voluntários para a coletividade – para a cidade que não era sua - e de outros audazes como Francisco Mastella, também ex-presidente da Acig e o que impulsionou a Facisc, nunca caíram bem aos donos da cidade e do atraso reiterado daqui. Só queriam o benefício central, quando nem o lateral eram ou são capazes. Nem mais, nem menos.

Agora sabe-se quem o voto de Franciele Daiane Back, PSDB, pela Reforma Administrativa empregou: Norberto Mette, de Blumenau. Aliás, naquela sessão: ela entrou muda e saiu calada. Uma pergunta elementar neste caso: não é o PSDB que defende o estado mínimo? Então qual a razão para Franciele votar pelo inchamento e mais gastos dos pesados impostos ao compadrio?

Ora, se faltam vagas nas creches; se faltam atendimentos nos postos de saúde; se o seu amigo do peito, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, diz que está com o caixa em baixa e corta drasticamente o orçamento do Distrito do Belchior (reduto eleitoral de Franciele) como é que ela aprova uma lei para criar uma despesa extra de R$600 mil por ano para comissionados, gratificações e empregos de gente dela e de fora daqui?

Ilhota em chamas I. De uma leitora de Ilhota sobre a precariedade em algumas escolas municipais. “Falta tudo! E para tentar driblar um dos problemas, em uma das escolas, o diretor fez festa para levantar fundos para colocar o piso no pátio, pois a poeira que se levanta, tem feito mal à muitas crianças!”

Ilhota em chamas II. O vigário da Paróquia Pio X, de Ilhota, é Idonizete Krueger. Mas quem está querendo lhe aplicar o conto do vigário é o prefeito Érico Oliveira, PMDB. É que o prefeito diz que não tem dinheiro para terminar a capela mortuária. Uma novela tipo Dias Gomes.

Ilhota em chamas III. Por isso, quando há um velório de alguém do Centro, por piedade, humanidade, cidadania e já se tornou tradição, o plenário da Câmara de Ilhota é usado inadequadamente para o velório.

Ilhota em chamas IV. Entretanto, esse improviso comunitário tem prejudicado em primeiro lugar o funcionamento administrativo da Câmara, e em segundo lugar, até cancelado sessões do Legislativo, devido à coincidência de dias e horários de velórios e sessões. Se bem, que muitas sessões até se parecem com velórios: a matéria do Executivo já vem embalada no caixão, faltando só benzer e enterrar, em meio as preces.

Ilhota em chamas V. A Câmara está disposta a se desfazer de parte do seu orçamento, e por lei originária da mesa diretora, com aprovação dos demais vereadores e destinação específica, retornar um valor certo para a prefeitura. Com esta verba, a prefeitura, dona da obra, terminar a capela mortuária para uso dos ilhotenses.

Ilhota em chamas VI. O prefeito Érico está fazendo biquinho. Diz ele, ao estilo de terror, que se a Câmara devolver dinheiro para ele, é porque a Câmara não precisa. E se ela não precisa, a prefeitura precisa para outras prioridades. Assim, não garante que vá aplicar o que receber da Câmara no término da capela mortuária, pois segundo ele, isso não é permitido pela lei e que o Tribunal estaria perseguindo ele etc e tal...

Ilhota em chamas VII. Pelo sim, ou pelo não, e para ser esclarecido de própria voz, num dia desses de julho, o padre Idonizete acompanhou alguns vereadores de Ilhota ao Tribunal de Contas do Estado, em Florianópolis. Ficou inteirado de tudo.

Ilhota em chamas VIII. E dos técnicos e do Promotor no TCE, Idonizete ouviu de que essa transferência rubricada é possível, todavia, depende do prefeito aceitar o trato, mas que se fizerem, ele é possível de ser cumprido. Aliás foi o que acabou de fazer a Câmara de Gaspar. Ela devolveu R$1 milhão para acabar a ponte do Vale e ajudar no combalido financeiramente Hospital de Gaspar.

Ilhota em chamas IX. Então, o padre Idonizete está disposto a contar esta história aos fiéis até obter do prefeito a garantia de um acordo para utilizar uma parte que poderá ser devolvida do duodécimo da Câmara ao orçamento da prefeitura. A rezadeira já começou. É para operar o milagre na cabeça do prefeito Érico. Também há chances de tudo arder nas profundezas do inferno.

A ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, que é professora há 23 anos (17 como ACT), fundou com a sua cunhada, Eli Regina Nagel dos Santos, também com duas décadas de magistério, onde inclusive foi ex-secretária de Educação de ilhota, a sua própria escola, no bairro da Lagoa, em Gaspar.

Este ato de empreendedorismo e risco, é um papo para outras notas aqui. O registro de hoje é este: na sessão de terça-feira, a também professora, ex-vice-prefeita e atual vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, depois de assinalar as largas diferenças ideológicas entre elas, registrou o fato, parabenizou à coragem de Andreia e Eli, com quem se formou.

Quieta, a vereadora adolescente Franciele Daiane Back, PSDB, fingiu que nada aconteceu com a presidente do PSDB, Andreia. Estava concentrada em criar mais cargos e despesas na Reforma Administrativa que foi votada naquela sessão. Acorda, Gaspar!

Amanhã é dia de mais uma coluna inédita Olhando a Maré, para os internautas.

 

Edição 1813

Comentários

Miguel José Teixeira
08/08/2017 09:19
Senhores,

Dário Berger encenando no Senado:

http://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2017/08/programa-assunto-de-estado-estreia-nesta-segunda-na-tv-senado
Jorge Luiz Ritter
08/08/2017 08:45
sou funcionário da prefeitura de Gaspar trabalhei na saúde na época do PT com o secretario keones.
agora com o PMDB no pode fui relatado para outra secretaria por não concordar com ok tavão fazendo na saúde .
quando não dão valor para os funcionários que estão afrente da população e presta um serviço muito bom ate onde se pode fazer por não ter quem de suporte para o trabalho e ainda cortando seus benefícios como tao fazendo para dar lugar a seus comissionados que incham a folha de pagamento .
quando os funcionários lutam pelos seus direitos são perseguidos .
temos uma população que não conhece seus direitos não sabe onde procurar também (TFD)transporte fora de domicilio tem uma lei que diz que o paciente tem direito a alimentação se ficar muito tempo fora do seu domicilio as vezes iao sem dinheiro para tomar uma água a ainda com crianças pequenas e não tinhão um lugar para trocar suas fraldas isto e desumano para com quem nesse sita deste serviço ai colocam alguém que e maleável no cargo.
e ainda jogão a população contra os funcionarios
Herculano
07/08/2017 17:09
APOIO DO PT A REGIME ASSASSINO DA VENEZUELA INDICA O COMPROMISSO DO PARTIDO COM A DEMOCRACIA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Em 2013, Luiz Inácio Lula da Silva gravou um vídeo em apoio à candidatura de Nicolás Maduro à Presidência da Venezuela, que o atual ditador já ocupava desde que Hugo Chávez havia ganhado um justo lugar no inferno, no dia 5 de março de 2012.

Atenção, meus caros! A Venezuela já era um dos países mais violentos do mundo, e Caracas, a capital com o maior número de mortos por 100 mil habitantes. A economia do país já estava em frangalhos, dependente que era exclusivamente do petróleo, cujos preços haviam despencado.

Os "grupos de autodefesa" criados por Chávez fizeram da população civil umas das mais armadas do planeta. Aliás, os que defendem o fim do Estatuto do Desarmamento no Brasil em nome da chamada "autodefesa" estão se alinhando com uma tese? chavista!!! O curioso é que tal discurso, em Banânia, tem origem na extrema-direita. No país vizinho, foi manipulado pela extrema-esquerda. Bastaria isso para evidenciar como uns e outros estão certos, não é mesmo?

A inflação no país já está acima dos 500% ao ano ?" desde a morte de Chávez, está perto de 5.000%, com um encolhimento do PIB de 17%. E como Maduro resolveu "botar ordem" na casa? Ora, fazendo o que sabe fazer a esquerda xucra: controlando preços, centralizando o câmbio, estatizando a distribuição de alimentos, tornando ainda mais restritivas as leis trabalhistas, expropriando empresas privadas? Vale dizer: alimentado o caos.

Mas, em 2013, Lula não tinha dúvidas. Prestemos atenção ao que ele diz:

"Nos oito anos em que fui presidente do Brasil, tive a oportunidade conviver com Nicolás Maduro, que era ministro das Relações Exteriores da Venezuela. Maduro se destacou brilhantemente para projetar a Venezuela no mundo e na construção de uma América Latina mais democrática e solidária".

Muito bem: essa Venezuela mais democrática e solidária trata a bala os que protestam e encarcera os líderes da oposição.

Lula, no entanto, era só certeza sobre a beleza do regime. Referindo-se a Maduro e Chávez, afirmou:
"Os dois compartilhavam as mesmas ideias sobre o destino do nosso continente e os grandes problemas mundiais. Mais do que isso: Chávez e Maduro tinham as mesmas concepções sobre os desafios que a Venezuela tinha pela frente".

Pois bem: o país é hoje uma ditadura militar, com um fantoche civil, dominada pelo narcotráfico. É o único país da América Latina que merece a alcunha de "narcoestado". Está fora, sem data para voltar, do Mercosul porque violou a cláusula democrática do chamado "Protocolo de Ushuaia", que define os fundamentos do bloco econômico.

Não custa lembrar, note-se, que a já ditadura venezuelana só passou a integrar para valer o Mercosul em 2012 em razão de um golpe dado por Dilma Rousseff e Cristiana Kirchner. Lembro rapidamente: o Senado do Paraguai vetava a entrada daquele país no bloco ?" e a aprovação dos respectivos Legislativos dos países-membros era uma precondição da integração. Naquele ano, Fernando Lugo foi deposto por um processo de impeachment legal e democrático no Paraguai. Brasil e Argentina classificaram o evento de "golpe" e suspenderam o país. Aproveitaram, então, a ocasião para admitir a ditadura venezuelana. Na área externa, certamente foi a coisa mais vergonhosa que fez o governo Dilma.

Há sinais, ainda que discretos, de fissura nas Forças Armadas, a exemplo da tentativa de levante havido na 41ª Brigada Blindada de Valencia, sob a liderança de Juan Caguaripano, capitão da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). As forças leais a Maduro sufocaram a pequena rebelião. Mas começa a ser um consenso que o progressivo isolamento do país pode levar os militares a tomar a decisão de depor Maduro. Não é uma tarefa simples. Desde que chegou ao poder, em 1999, Chávez se encarregou de substituir toda a cúpula das Forças Armadas por militares identificados com o bolivarianismo. Parte considerável deles, hoje em dia, serve ao narcotráfico.

O apoio do PT e das esquerdas brasileiras ao regime de Maduro indica o compromisso que tem essa gente com a democracia e com as liberdades públicas. Observem: já não se trata mais de escolhas, vamos dizer, ideológicas no terreno econômico. Não é mais o caso de indagar se a Venezuela precisa de mais Estado ou de menos. Hoje, um regime exerce aquela que considera uma prerrogativa natural: prender e matar os que a ele se opõem. E com o apoio do PT, o partido que, no Brasil, acusa de golpista o exercício regular da democracia e do Estado de Direito.

Bem, parece ir além do simbolismo o fato de que o marqueteiro de Maduro, na campanha de 2013, foi ninguém menos do que João Santana, o marqueteiro de Lula que foi parar na cadeia.
Saude pede socorro I
07/08/2017 12:40
URORA PATRIOTA
Nenhuma diferença

Wandal queria ganhar não importava qual o preço e agora está pagando uma conta que só vai acabar de pagar em 2020. É....com certeza acaba mesmo se chegarem até lá porque podem tirar o cavalinho da chuva, ele não volta mais, nem começou e já chegou a fim porque até o último morador de Gaspar está vendo a bandalheira dos comissionados. O que é isso? E mais de um bilhão de vez já foi dito isto aqui que a secretaria de saúde é o "quadrado" onde mais cabe comissionados. Geeeeente é um empurra empurra =naquela policlínica que precisa ter cuidado se não vão começar as brigas entre os funcionários. Mas não podia ser diferente, tiraram uma secretária vionda de hospital e botaram outra, só podia dar nisso. E meus caros acreditem, a anterior era melhor porque botaram ela lá e deixaram se virar e esta de agora tem até uns figurões dando apoio. "Uns" não, por que agora só se ve um, o único que faz parte da comiussão de apoio. Foram se os doutores Freitas e Cleffi e foi-se o Pereira. O vereador está sozinho no comando....sim, no comando porque vamos e venhamos, a secretária atual é empregada dele. Ele manda e desmanda nela na frente de quem quiser ver e escutar. Dá as ordens e todos abaixam as orelhas . como é que vai ser quando ele não estiver mais? O que ela vai fazer? Vai continuar a saga do PT, com as mesmas figuras "moles" do lado dela. Isso, as mesmas figuras horrorrosas que a "Dra. Cansian" e o "Dr. Hostins Cleones" mantinham nas suas barbas. Mello saiu e em quem é que este fracasso de secretária confia? Nestes mesmos indivíduos sugadores de cargos e dinheiros, que babam nas calças de Tomazini e ela acredita em tudo que dizem. O resultado disso é o amontoado de asneira que se ouve dela, inclusive jogando no lixo, isso mesmo jogando no lixo a capacidade e seriedade de servidores que até agora carregam nas costas uma secretria falida de líder, de comandante, de dinheiro e de qualidade. QUE VENHA O PT
Sidnei Luis Reinert
07/08/2017 12:39
Que tal investigar o futebol tupiniquim?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Por que o Brasil ?" que sempre foi um celeiro de craques - tem mais de 500 jogadores estrangeiros em atuação este ano? A resposta deveria sair de uma grande investigação da Polícia Federal, da Receita Federal, do COAF, Ministério Público e, por fim, do Judiciário, sobre negociações de atletas importados. Existem uns 500 estrangeiros jogando no outrora "País do Futebol".
O pedido é feito pelo "'Apolinho" Washington Rodrigues ?" o melhor comentarista esportivo do País que trabalha em dupla dinâmica com o "Garotinho" José Carlos Araújo - o fenômeno da narração esportiva. Especialistas em auditoria advertem que existem indícios de que tais negócios no mundo da bola envolvem operações milionárias de lavagem de dinheiro.
O futebol brasileiro é um espetáculo dantesco de Capimunismo. Os "clubes" ?" que operam como falsas empresas ?" são dependentes do mundo estatal. Basta olhar para a camisa de várias agremiações e lá estará estampado o logotipo de Caixa Econômica Federal. Petrobras e Eletrobrás, dentre outras das 151 empresas "estatais" também já estiveram por lá. Em um País dominado pela corrupção, dá para imaginar que negócios acontecem, por debaixo dos panos, para a grana estatal rolar na direção do cofre dos "clubes".
No decadente futebol de Bruzundanga, muitos "clubes" são campeões de endividamento em impostos, sobretudo com a Previdência Social. Também devem fortunas aos bancos. A Justiça do Trabalho é outra "credora" bilionária das "empresas futebolísticas". Vira e mexe a receita dos "clubes" vira alvo de penhora judicial para pagar atletas que levaram cano em contratos mirabolantes.
Em diversas operações que fazem de compra e venda de jogadores, os "clubes" também driblam a Receita Federal. Algumas destas mesmas "jogadas" poderiam tomar um cartão amarelo ou vermelho do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda. Aliás, os dirigentes dos "clubes" têm o mau hábito de dar calotes bilionários no governo. Apostam sempre em futuros perdões ou renegociações.
Quase sempre isto se transforma em gol contra. Em 2015 foi criado o Profut. A lei federal permitiu o parcelamento em até 20 anos das dívidas acumuladas pelos clubes com a "Viúva". Também ganharam descontos em multas, juros e encargos. O problema é que, no longo prazo, a inflação tornará as dívidas impagáveis. Além disso, como a maioria é "patrocinada" pela Caixa, quem falha no pagamento fica com a grana da publicidade retida.
Eis o lado do futebol não percebido pela maioria da torcida brasileira. O primeiro turno do Campeonato Brasileiro terminou com a inédita vantagem do Corinthians em pontos corridos. Agora, serão outras 19 rodadas para decidir quem será o campeão. O time de Luiz Inácio Lula da Silva é franco favorito ao título. O ilustre torcedor corinthiano é franco favorito a novas condenações judiciais.
Lula é um mito decadente ?" uma decadência só comparável a do futebol brasileiro ?" que bem poderia ser alvo de uma megainvestigação imediatamente, se já não tivéssemos tanta corrupção a mais para apurar, punir e impedir que se repita. Mesmo assim, valeria a pena focar no esquema de importação de supostos "craques".
Pedimos perdão aos leitores se jogamos a politicagem temporariamente para escanteio. É o preço que pagamos por torcer por um Flamengo que gasta uma fábula de dinheiro para ter resultados ridículos. Mas, como pregou o ex-técnico rubro-negro Zé Ricardo, o melhor agora é "olhar pra frente". O treinador está tão prestigiado quanto Michel Temer... Ele caiu... Temer segue até o fim...
Herculano
07/08/2017 12:35
Ao sabidão

Norberto Mette, PSDB, que ganhou uma boquinha em Gaspar, quando fazia as Oktoberfests de Blumenau - e que não as criou -, elas sempre davam "prejuízos" e os prestadores de serviços, inclusive as bandas, sempre sofriam para receber o contratado.

Depois de que ele saiu do Turismo de Blumenau e da Vila Germânica, porque fez a aposta errada contra o próprio partido na eleição surpresa de Napoleão Bernardes, e Ricardo Stodieck, PSD, ex-presidente da Acib, como técnico, assumiu, estranhamente a Oktoberfest, que ficou menor e familiar como salientou o sabidão, a Oktoberfest, além da prestação de contas públicas, passou a dar lucro.

Há fatos que não se discutem, mas se explicam por si só. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/08/2017 12:28
Da coluna de Cláudio Humberto, publicada no domingo.

(MUITO) ABAIXO DA CRÍTICA
O mais mal avaliado no Congresso é o senador Ivo Cassol (PP-RO), na 625ª posição do "Ranking dos Políticos". Três petistas estão entre os 5 últimos: Décio Lima (SC), Ságuas Moraes (MT) e Lindbergh Farias (RJ)

Volto. Só para lembrar aos leitores e leitoras: Décio Neri de Lima, ex-prefeito de Blumenau, que mudou o domicílio eleitoral para Itajaí, onde nasceu, é o dono do PT de Gaspar, e tem o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, como seu assessor
Herculano Sabidão
07/08/2017 12:07
O partido do povo pode estar queimado no momento, mas voltaremos e o povo mostrará isso em 2018.

Agora...

O nobre que fazia lobby para um certo (a) candidato (a) única coisa que conseguiu foi queimar ele (a). Não sei, se é eles que não enxergaram ainda que não compensa investir neste outdoor ou se é o próprio que escreve que filiado, tenta levantar a bola das meninas (os).

Mesmo quando o assunto não a mínima capacidade de envolver o nome dos plumados, ele dá jeitinho de encaixar. Chega a ser tão deprimente que estampa o bom nome e capacitado do Mette como se fosse para negociar cargo.

Olha o trabalho que ele fez em Blumenau, antes era um centro paulista de zoeira outubro. Agora a Oktober pode verificar que virou uma festa familiar.
Herculano
07/08/2017 12:00
INJUSTIÇAS E PENITÊNCIA SOCIAL, por Hélio Beltrão, engenheiro, presidente do Instituto Mises, no jornal Folha de S. Paulo

Se você ainda duvida da insaciabilidade do parasitismo estatal, avalie a proposta da reforma da Previdência em tramitação e pense novamente. Em um contexto de continuada irresponsabilidade fiscal, corrupção sistêmica e privilégios injustificáveis, o bom senso exigiria que o governo iniciasse a mudança com cortes na própria gordura, que por sinal não é pouca.

O que se nota, no entanto, é mais uma tentativa de impor o ônus ao pequeno: o cidadão comum.

Que a reforma é necessária, não há que se debater; com um deficit previdenciário total de cerca de R$ 315 bilhões em 2016 -incluindo governo federal e Estados-, a urgência é justificada. Isso não significa, no entanto, que se deva aceitar qualquer alteração.

Deve-se levar em conta, como ponto de partida, as distorções do atual regime previdenciário.

No Brasil há dois regimes de Previdência: o Regime Geral, válido para os trabalhadores do setor privado e gerido pelo INSS, e o Regime Próprio, para os funcionários públicos, gerido pelo Ministério da Fazenda.

O Geral, que abrange mais de 29 milhões de aposentados e pensionistas (com aposentadoria média mensal de R$ 1.200), acumulou deficit de R$ 150 bilhões no ano passado. Já o Próprio, feito para apenas 3 milhões de funcionários públicos civis e militares, somou um rombo maior, de R$ 164 bilhões.

Nesta classe estão os cidadãos com maior aposentadoria mensal média: R$ 7.500 para o funcionário público civil, R$ 9.500 para o militar, R$ 18.000 para servidores do Ministério Público Federal, R$ 25.700 para o Judiciário e R$ 28.500 para o Legislativo.

A existência de dois regimes revela uma realidade execrável: a existência de duas classes de brasileiros, com direitos diferentes. O cidadão ligado ao setor privado tem o "direito" de ser demitido caso não seja competente e o dever de dar parte do seu salário para sustentar a aposentadoria do cidadão ligado ao setor público.

Este, por sua vez, tem o "direito" de usufruir da renda do trabalho do cidadão de segunda classe, na forma de uma aposentadoria em média quatro vezes maior, e outros privilégios como benefício com salário integral. De um lado, há os que choram; de outro, os que riem.

Como se vê, a Previdência é um grande programa de distribuição de renda às avessas, do pobre para o rico, e seu problema fundamental está no setor público.

Você acha isso justo?

Ainda é tempo de fazer a coisa certa. A reforma deveria estabelecer, além de cortes nos privilégios ligados ao Estado, a unificação dos regimes dos setores privado e público, com o estabelecimento de um teto único. Deve buscar, ainda, proteger a renda do trabalhador, impedindo que recursos seus (como os do FAT, por exemplo) sejam direcionados aos grandes empresários via BNDES.

O Brasil deve ter compromisso com a urgência. Não seremos uma nação desenvolvida sem endurecer desde já as causas fundamentais de nossos problemas sociais e econômicos.

Um país que decrete classes diferentes de cidadãos fere a moral e herda consequências fiscais insustentáveis, como o sistema de Previdência demonstra.

A reforma como está não é nada além de uma gambiarra oportunista para manter a penitência social.
Herculano
07/08/2017 11:54
A VOLTA DA PRIMAVERA BURRA, por Guilherme Fiuza, na revista Época

Nunca se falou tanto em ser de esquerda ou de de direita ?" mas pensar assim, em 2017, é um anacronismo

Olha o gigante aí outra vez, gente! Todo mundo sabe que ele passa a maior parte do tempo adormecido, mas de vez em quando acorda. Desta vez foi para a campanha dos 342 ?" ou seja, o engajamento pelo número de votos necessário para aprovar a denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados. Enfim, o gigante deu aquela espreguiçada e balbuciou "Fora, Temer".

O Brasil vive um de seus momentos de maior politização ?" ou pelo menos acha que vive. Em décadas recentes, nunca se falou tanto em ser de esquerda e ser de direita. Evidentemente, esse tipo de classificação ideológica diz muito pouco ?" ou, eventualmente, nada ?" sobre posicionamentos políticos, ainda quase 30 anos após a queda do Muro de Berlim. Em outras palavras: o sujeito que desperta para a política em 2017 entusiasmado para anunciar-se de esquerda (ou de direita) já é, acima de tudo, um anacrônico convicto.
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A imensa maioria dos que se jogaram na campanha "342 agora" traz no fundo d'alma um anseio revolucionário progressista, um sonho de ajudar a esquerda (sic) a derrubar um regime imposto pela elite branca, velha, recatada etc. Melhor que isso, só se a causa estivesse conectada à realidade.

A tal denúncia redentora contra o presidente foi feita pelo procurador-­geral da República, Rodrigo Janot ?" um personagem do qual você ainda vai ouvir falar muito. Janot é herdeiro do sucesso da Operação Lava Jato, um arrastão virtuoso contra a corrupção montada no coração do Estado brasileiro pelo PT. O detalhe é que esse mesmo procurador-geral protegeu quanto pôde os maiores caciques desse mesmo PT contra essa mesma Lava Jato ?" conseguindo, por exemplo, a façanha de evitar que a investigação de Dilma Rousseff fosse autorizada no exercício do mandato presidencial, quando uma torrente de evidências do petrolão apontava sua responsabilidade nos movimentos da quadrilha.

Já quanto a Michel Temer, Janot produziu uma denúncia em tempo recorde, a partir de uma delação obscura do tubarão das carnes anabolizado pelo BNDES de Lula ?" aquele que nomeou o procurador, sendo devidamente refrescado por ele enquanto pôde.

Na tese bombástica de Joesley Batista, abraçada instantaneamente por Janot sem a devida participação da Polícia Federal ou mesmo da força-tarefa da Lava Jato, Temer é o chefão de toda a quadrilha ?" "a mais perigosa do país", nas palavras dramáticas do açougueiro encampadas por Janot. Naturalmente o Brasil que ainda tem algum juízo não caiu nessa ?" porque acreditar que aquele vice obscuro e decorativo de Dilma mandava e desmandava em Lula, Dirceu e companhia era um pouco demais. No entanto, essa literatura malpassada e gordurosa foi homologada, também em tempo recorde, pelo companheiro Edson Fachin ?" ministro do STF que subia em palanques eleitorais de Dilma Rousseff, a presidente afastada.

Pois bem: nessa denúncia que despertou o gigante para o brado cívico dos 342 votos contra o mordomo do mal, está escrito que Temer patrocinou um "cala a boca" a Eduardo Cunha, o Darth Vader do PMDB. O detalhe é que não há sequer vestígios demonstrando o tal patrocínio, apenas uma interpretação livre e imaginativa do companheiro Janot. Você ainda vai ouvir falar muito dele.

A denúncia fatídica também traz a alegação de que Temer levou grana para mandar o Cade favorecer a JBS, do companheiro Joesley. Com outro pequeno detalhe tríplice: o suborno ao intermediário de Temer resultaria mais caro que a vantagem a ser obtida (!); a "operação controlada" misteriosamente não seguiu o dinheiro até Temer; e o Cade (oh, não!) recusou a vantagem pretendida pela JBS...

Essa é a denúncia histórica que mobilizou o gigante pela nova campanha da moralidade no país. Como pano de fundo, temos o governo intrigante do mordomo, que enxotou todos os ladrões da Petrobras bancando na presidência da empresa um executivo que não transige com falcatrua. Medida estranha para um chefão supremo de quadrilha. Enquanto isso, o ex-presidente da empresa que obedecia ao PT é preso pela Lava Jato.

Vá montando o quebra-cabeça aí, querido gigante. Aliás, seu último grande despertar foi em junho de 2013, na chamada Primavera Burra ?" que não fez nem cócegas no governo que estava arrancando as suas calças. Quer saber? Durma bem, gigante!
mario pera
07/08/2017 11:52
Sobre o comentário a respeito da ausência do empresário Vilmar Schurmann na cerimônia de comemoração dos 35 anos da ACIG - esclarece-se que não houve desculpas educadas - como forma de justificar seu comparecimento.
O empresário tinha viagem agendada para o exterior, no dia 28 cedo para a América do Norte (como deixou claro no email enviado à organizaçao do evento). Viagem seguem por duas semanas. E
Herculano
07/08/2017 11:52
UMA FOTO NA PAREDE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O errático comportamento do PSDB ao longo da grave crise política, econômica e moral que atinge o País vai muito além de sua anedótica indecisão

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) surgiu em julho de 1988 com a pretensão de representar ideologicamente os anseios da classe média, afastando-se da demagogia de partidos trabalhistas como PT e PDT e do fisiologismo explícito do PMDB, de cuja costela foi criado. Para isso, contava com nomes de peso da política nacional, capazes de oferecer compromissos firmes com a modernização do País, a começar pela novidade de um partido que se propunha a ser uma agremiação de massa a partir de um ideário homogêneo, distinguindo-se claramente do cipoal de siglas que nada representam. Isto é, o eleitor do PSDB saberia exatamente que projeto estaria elegendo quando votasse em algum candidato do partido. Isso, o eleitor já não sabe mais.

O errático comportamento do PSDB ao longo da grave crise política, econômica e moral que atinge o País vai muito além de sua anedótica indecisão. O fato de que 21 dos 47 deputados do partido votaram a favor da admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, embora formalmente os tucanos sejam parte do governo, indica a profundidade da confusão que reina no PSDB. E é evidente que essa balbúrdia denota falta de rumo, deixando confusos os eleitores que pensavam ser representados pelos tucanos.

Partidos surgem e desaparecem, e não será surpresa se o PSDB se desfizer, consumido por suas dúvidas e hesitações acerca de como se comportar diante da crise, ou melhor, para superar a crise. Quando duas dezenas de deputados resolvem votar contra o presidente que seu partido apoia, colocando em risco a estabilidade do governo que esse mesmo partido integra desde o primeiro momento, é o caso de perguntar se esses parlamentares estão realmente interessados na resolução da crise ou se simplesmente estão respondendo a um cálculo eleitoreiro.

Alinhando-se aos irresponsáveis que desejam implodir o governo, a pretexto de não parecerem transigentes com a corrupção no País, esses tucanos na verdade renegam o espírito fundador de seu partido, comprometido desde sempre com o reformismo, com a responsabilidade fiscal e com a estabilidade econômica ?" as bandeiras do atual governo.

Assim, o PSDB parece ter se desfigurado a ponto de não mais se diferenciar dos partidos que nada mais são do que um ajuntamento de interesses particulares, tendo como horizonte apenas a eleição seguinte, e não o futuro do País. Distancia-se de seu eleitor tradicional, decepcionado com sua falta de rumo, passando a disputar votos entre aqueles que se encantam com discursos demagógicos ?" clientela tradicional dos partidos fisiológicos. Aquele PSDB moderno de três décadas atrás é hoje, diria Drummond, apenas uma fotografia na parede.

O problema disso, para o País, é que a eleição presidencial do ano que vem, conforme se afigura hoje, será disputada por aventureiros de diversos matizes. Por essa razão, mais do que nunca, partidos fortes, com alguma ossatura programática reconhecível, são imprescindíveis, para não permitir que o governo venha a ser conduzido por um populista que, sem nenhum tipo de compromisso político responsável, descarrile o País de vez. O PSDB, pelo seu passado, deveria ser um desses partidos, mas está a cada dia mais difícil reconhecer-lhe a tal ossatura, mais parecida com uma gelatinosa cartilagem. A algaravia tucana neste momento torna impossível identificar de que lado o partido realmente está.

O Brasil que trabalha e produz gostaria que a crise se resolvesse o mais rápido possível ?" e isso significa, claro está, que o governo de Michel Temer precisa de apoio sólido no Congresso para conduzir as reformas de que o País tanto necessita. Além disso, urge que líderes políticos responsáveis se esforcem para acabar com o clima de apocalipse instalado no País, serenando ânimos e oferecendo uma perspectiva realista para os próximos tempos, que serão igualmente duros. Tudo o que o Brasil não precisa é de mais confusão ?" e o PSDB fará sua parte se se ativer ao seu manifesto de fundação, no qual o partido convoca os brasileiros a "lutar pelas mudanças com energia redobrada, através da via democrática e não do populismo personalista"
Herculano
07/08/2017 11:50
REFORMA DA PREVIDÊNCIA VIRA PRIORIDADE DE GOG?", por Josias de Souza

Salvo da guilhotina pela Câmara, Michel Temer saiu do prazo de garantia. Não é mais o presidente reformista que prometia ser. E não tem ideia do que será. Na dúvida, esforça-se para demonstrar que ainda não saiu do prazo de validade. Neste domingo, realizou uma reunião cenográfica de trabalho, a primeira desde o sepultamento da denúncia que o acusa de corrupção. Foi até o Planalto. Mandou chamar a imprensa. E exibiu-se para as lentes. Queria passar para o empresariado, antes da abertura do mercado nesta segunda-feira, uma sensação de que sua preocupação ainda pode ser útil.

Sem os 308 votos de que precisa para aprovar emendas constitucionais, Temer mantém a prometida mexida na Previdência como um compromisso retórico, uma prioridade de gogó. Para não matar o tempo, combinou com os ministros presentes e com os presidentes da Câmara e do Senado ?"Rodrigo Maia e Eunício Oliveira?" um esforço para elevar a arrecadação do Tesouro. Como? Revendo um Refis que instituiu parcelamento ruinoso de débitos tributários e reonerando a folha de empresas.

Quanto à reforma da Previdência, além de o governo não dispor de votos, os congressistas têm outra prioridade: aprovar o "bolsa eleição", fundo estatal que injetará cerca de R$ 4 bilhões em dinheiro do contribuinte no financiamento da campanha eleitoral de 2018.

Em conversa com a coluna, um líder de partido governista comparou o governo Temer a um idoso em boa forma, mas com a memória fraca. O pior nesse tipo de velhice, disse o aliado de Temer, é que o velhinho dispõe de recursos e de uma lábia capaz de seduzir mulheres. Depois, ao chegar no quarto, não se lembra pra quê! Armado de cargos e verbas, Temer seduziu os 263 deputados que mantiveram sua cabeça sobre o pescoço. Agora, precisa responder: pra quê?
Herculano
07/08/2017 11:48
PELA RACIONALIDADE, editorial do jornal O Globo

Prejudica as pessoas de renda mais baixa não se fazer o devido combate à inflação

Não há ajuste indolor na situação de descalabro a que chegou a economia brasileira com o descontrole das contas públicas decorrente da política voluntarista de Dilma Rousseff de forçar o crescimento do PIB com mais gastos do Tesouro. Temeridade amplificada em 2013 e 2014, para embalar a campanha à reeleição da presidente, inclusive com a aplicação ao extremo de técnicas de contabilidade criativa para maquiar as catastróficas estatísticas das públicas.

Num primeiro momento, deu certo para Dilma, que se reelegeu, mas a bomba começou a explodir antes da posse, em 1º de janeiro de 2015, já com um aumento dos juros básicos pelo Banco Central presidido por Alexandre Tombini, subjugado pela presidente. O estelionato eleitoral cobraria um alto preço da população. Claro que mais elevado para os mais pobres e menos instruídos.

As manipulações retardaram que se pudesse constatar o tamanho dos estragos do desequilíbrio fiscal ?" e isso garantiu a reeleição, uma vitória de fôlego curto ?", que terminariam configurando crime de "responsabilidade", passível de ser punido com a perda de mandato. E aconteceu.

Com outra equipe econômica, empossada com o novo presidente, Michel Temer, o ajuste que era necessário começou a ser feito. É fantasioso imaginar que as mudanças são feitas contra as faixas sociais mais baixas, porque é sobre elas que recai a maior parte do peso da crise. No caso, provocada por políticas executadas em nome dos pobres ?" que ironia.

A inflação, incendiada pelo governo Dilma Rousseff, voltou aos dois dígitos. E quem mais padece são famílias de renda mais baixa, entre as quais é relativamente maior o peso dos alimentos no orçamento doméstico, bens de difícil substituição. Também não contam com poupança aplicada no mercado financeiro que possa compensar a corrosão do poder aquisitivo pela inflação.

Qualquer programa, portanto, de estabilização econômica é em favor das classes menos favorecidas. Basta acompanhar o mais recente noticiário econômico, em que se destacam ligeira recuperação do mercado de trabalho ?" mesmo que seja por empregos informais ?" e algum crescimento setorial. Nada que estimule previsões muito otimistas para o curto prazo, mas são os primeiros e múltiplos resultados positivos internos, pelo menos desde 2014, exceto a agricultura, já em bom momento há algum tempo.

Categorias do funcionalismo reclamam do ajuste, mas é preciso entender que no centro da crise está um enorme desequilíbrio das contas: o déficit público nominal (inclui juros da dívida) bateu nos 10% do PIB, pouco mais de três vezes o limite praticado na área do euro da União Europeia. E ainda continua elevado. O déficit primário, sem a conta de juros, ainda está pouco acima dos 2% do PIB.

É, então, por uma questão absoluta de racionalidade que gastos com salários e outros custeios da enorme máquina do Estado precisam ser contidos.
Herculano
07/08/2017 11:47
O QUE É SER UM HUMANISTA? por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

O humanismo moderno é idealismo, o antigo é realidade. Define assim Otto Maria Carpeaux (1900-1978), em seu monumental "História da Literatura Ocidental" (ed.LeYa/Livraria Cultura), a diferença entre o que seria o humanismo antigo e o moderno. E qual a importância disso, para além do "mero" repertório clássico?

Antes de tudo, o fato de que, em vez de a crítica literária ficar discutindo a relação entre literatura, banheiros e gênero, ou aquela entre literatura, classe e raça, ela deveria estudar mais gente como Otto Maria Carpeaux.

Sem nunca atuar de fato na academia e mantendo-se "fiel" à mídia impressa, ele já demonstrava que, muitas vezes, é o mundo "comum" que acolhe melhor o pensamento mais relevante.

A diferença que Carpeaux estabelece pode nos ajudar a entender o lugar que ocupam uma verdadeira empatia intelectual para com o sofrimento humano e suas produções culturais (entendido, grosso modo, como humanismo). O que é ser um humanista?

Do ponto de vista recente, parecem-me existir dois tipos básicos de humanismo. Por "recente", quero dizer o "moderno" ao qual se refere Carpeaux. Seguindo a intuição do grande crítico, eu arriscaria dizer que há um primeiro, mais associado à vocação realizadora burguesa, e um segundo, mais ligado ao que costumamos classificar de "esquerda".

Ambos idealistas, ainda que aparentemente opostos -só aparentemente, em parte.

A semelhança dos dois está exatamente na natureza idealista de ambos. "Idealista" aqui significa, em primeiro lugar, crer numa ideia de humano que não existe; em segundo lugar, imaginar que esse humano tem as rédeas do destino em suas mãos, seja pela gestão técnica dos processos que caracterizam a vida (engenharia, ciência), como no humanismo burguês, seja pela crença na capacidade política e social de criar "um novo humano", como no humanismo típico da "esquerda progressista".

O idealismo de ambos é traído pela vocação mútua à crença na perfectibilidade do homem.

O humanismo moderno, assim, revela-se antes mais como um "projeto de homem" do que propriamente como um olhar sobre o modo de a realidade humana se produzir.

O humanismo moderno é idealista, o antigo é realista. Eis a diferença contemplada por Carpeaux.

E onde Carpeaux encontra esse humanismo antigo, vocacionado a contemplar a realidade do humano? Entre outros lugares, na tragédia ática, conhecida como tragédia grega ateniense, que floresceu entre os séculos 6 a.C. e 5 a.C.. Entre os dramaturgos, Ésquilo (525 a.C. - 456 a.C.), Sófocles (496 a.C. - 406 a.C.) e Eurípedes (480 a.C. - 406 a.C.).

No "diálogo" entre esses três fundadores do teatro ocidental, Carpeaux encontra a rota desse humanismo, de certa forma, superior ao moderno, na medida em que olha para a realidade a partir do ser humano tal como ele é, e não tal como achamos que ele deveria ser um dia.

A Atenas dessa época é uma Atenas "democrática", em transformação. Uma Atenas em agonia, imersa numa mudança de costumes, grosso modo, num conflito entre um mundo da tradição, dos deuses, e o mundo da pólis, ou da lei humana -agonia essa tão bem representada pela personagem Antígona de Sófocles.

Ésquilo coloca em ato o combate entre o destino esmagador traçado pelo deuses e o desejo humano de libertação desse destino ("Prometeu Acorrentado").

Sófocles desenha a beleza moral de homens e mulheres que são esmagados por esse destino, mas que tombam com dignidade ("Édipo Rei" e "Antígona").

Por fim, Eurípedes, "tragikotatos" ("o maior de todos os poetas") segundo Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), encontra diante de si o indivíduo sozinho, que enfrenta deuses, polis, família, emoções e obrigações sociais e perece no combate contra todos eles ("Medeia").

A luta contra o destino, mediante o avanço da técnica, e o desastre implícito nesse avanço, a derrota diante do que é sempre maior do que nós (a cidade, a religião, a lei, as obrigações e mentiras sociais), a infinita fúria presente na vida dos afetos, impermeáveis à razão.

Enfim, o que existe exatamente de novo embaixo do sol?
Herculano
07/08/2017 11:45
PARTIDOS JÁ NOS TOMARAM R$609 MILHÕES ESTE ANO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Fundo Partidário, que aumenta ano a ano, rendeu aos partidos brasileiros R$609,1 milhões entre janeiro e até 31 de julho deste ano. De 2007 a 2017, os partidos levaram um total de R$ 4 bilhões. O PT do ex-presidente Lula e protagonista do maior escândalo de corrupção da História, é o maior beneficiado pelo fundo: R$ 48,5 milhões em sete meses, seguido pelo PSDB do enrolado Aécio Neves: R$ 40 milhões.

COM NOSSA GRANA
O PMDB de Michel Temer e Renan Calheiros é o terceiro partido que mais verbas levou do Fundo Partidário: R$ 39 milhões.

NóS PAGAMOS
PR, PSB e PP levaram, cada, mais de R$20 milhões do fundo no ano não-eleitoral de 2017. O DEM, R$15 milhões e o PTB R$ 14 milhões.

VALOR TRIPLICADO
No apagar das luzes, em dezembro de 2014, o Congresso aprovou uma emenda que, na prática, triplicou o valor do fundo partidário.

MÃE DOS PARTIDOS
Em 2015, a então presidente Dilma sancionou novo aumento no valor do fundo partidário, que saltou de R$308 milhões para R$811 milhões.

CARROS OFICIAIS CUSTAM À UNIÃO R$1,6 BILHÃO POR ANO
Somente a mordomia de carro oficial no serviço público federal custa por ano mais de R$1,6 bilhão. Ao menos foi isso o que custou em 2016, ano de vacas raquíticas. Esses recursos foram gastos na compra de veículos, na manutenção da frota, na aquisição de acessórios e no pagamento de impostos do tipo IPI e IPVA. Em 2015, o gasto foi maior: R$1,7 bilhão. Esses custos não incluem salários, óleo ou combustível.

DEFESA E JUSTIÇA
Os ministérios da Defesa, Justiça e Educação gastaram R$1,153 bilhão em veículos oficiais. Defesa, o recordista, responde por R$768 milhões.

DESCONTROLE
Com a mãe já cassada, a filha de Dilma foi flagrada há um ano usando carro oficial com o marido. Ex-presidentes também têm esse direito.

MORDOMIA JABUTICABA
Além dos carros de representação, com os quais autoridades podem ir a restaurantes e fazer compras, há os de "serviço", de placa branca.

ROLANDO UM CLIMA
O governo aposta agora na reforma Tributária, quase consensual, para estabelecer um clima mais ameno e propício à negociação para aprovar a reforma mais difícil e até mais urgente: a da Previdência.

FIM DO DESCONTROLE
Projeto relatado pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) limita os gastos dos cartões corporativos a R$6,6 mil ao mês, por órgão público federal, além de proibir saques e acabar com sigilo esperto de despesas.

SUSPEITÍSSIMO
A Caixa se jacta de haver pago R$2,5 bilhões em prêmios dos R$7,6 bilhões que arrecadou em loterias, este ano. Mas não explica por que foge, como o diabo da cruz, do clamor pela divulgação dos ganhadores

QUEM MANDA
Para o ministro Gilmar Mendes, o pedido para escolher o delegado que chefiaria uma ação, acatado por Edson Fachin, também do STF, foi "uma tentativa da PGR de subjugar a Polícia Federal".

GASTOS MILITARES
Segundo o World Factbook, site mantido pela CIA (Central Intelligence Agency), a Abin dos Estados Unidos, o Brasil gasta 1,32% do PIB com despesas militares. É o menor índice desde 2012 e é o 65º no mundo.

NA FILA DE MADURO
Após discutir a Venezuela, país sequestrado pelo ditador Nicolás Maduro, a Representação Brasileira no Parlasul promove audiência para discutir a adesão... da Bolívia de Evo Morales, o cocaleiro boliviano que surrupiou da Petrobras uma refinaria de US$1 bilhão.

FAZENDO VERGONHA
Virou notícia até na Fox News, o canal predileto de Donald Trump, a notícia de que o goleiro Bruno, aquele que mandou matar a namorada enquanto jogava no Flamengo, vai dar aula de futebol para crianças.

SINDICALISTAS NO SENADO
A CPI da Previdência realiza mais uma audiência nesta segunda-feira (7), às 15h. Três sindicalistas serão ouvidos: os diretores da Anadips, da Feipol, e do Sindafis. A CPI é presidida por Paulo Paim (PT-RS).

PENSANDO BEM...
...nesse ritmo, o governo Temer vai bater recorde de governo com a menor aprovação e as maiores reformas.
Herculano
07/08/2017 11:43
SEGURANÇA DE URNA DIGITAL ACENDE LUZ AMARELA NO BRASIL, por Ronaldo Lemos, é advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo

Foi realizada há poucos dias a maior conferência "hacker" do planeta, a Defcon, que acontece anualmente em Las Vegas, nos EUA.

Nesta edição, a novidade foi que hackers investigaram pela primeira vez a segurança das urnas eletrônicas. A conclusão não é animadora. Todos os modelos testados, invariavelmente, foram facilmente invadidos em menos de duas horas.

Esse experimento acende uma luz amarela para o Brasil, grande usuário de urnas digitais, especialmente em face das eleições vindouras.

A Defcon acontece desde 1993. Neste ano, atraiu mais de 20 mil pessoas, incluindo profissionais de segurança, advogados, jornalistas, agentes governamentais e, obviamente, hackers.

A decisão de se debruçar sobre as urnas eletrônicas decorre de um contexto em que ciberataques internacionais estão se tornando cada vez mais comuns nos processos eleitorais das democracias do Ocidente. Nesse cenário, qualquer sistema digital pode ser vítima de manipulação, e as urnas não são exceção.

Mais de 30 máquinas foram testadas, de várias marcas e modelos, incluindo Winvote, Diebold (que fabrica as urnas brasileiras), Sequoia ou Accuvote.

Algumas foram hackeadas sem sequer a necessidade de contato físico, utilizando-se apenas de uma conexão wi-fi insegura. Outras foram reconfiguradas por meio de portas USB. Houve casos de aparelhos com sistema operacional desatualizado, cheio de buracos, invadidos facilmente. O fato é que todas as urnas testadas sucumbiram.

Nas palavras de Jeff Moss, especialista em segurança da internet e organizador da conferência, o objetivo do experimento foi o de "chamar a atenção e encontrar, nós mesmos, quais são os problemas das urnas. Cansei de ler informações erradas sobre a segurança dos sistemas de votação".

Um problema é que a manipulação de uma urna digital pode não deixar nenhum tipo de rastro, sendo imperceptível tanto para o eleitor quanto para funcionários da justiça eleitoral.

Uma máquina adulterada pode funcionar de forma aparentemente normal, inclusive confirmando na tela os candidatos selecionados pelo eleitor. No entanto, no pano de fundo, o voto vai para outro candidato, sem nenhum registro da alteração.

Há medidas para se evitar esse tipo de situação. Por exemplo, permitir que as urnas brasileiras possam ser amplamente testadas pela comunidade científica do país, em busca de vulnerabilidades. Quanto mais gente testar e apontar falhas em uma máquina, mais segura ela será. Outra medida é fornecer mais informações públicas sobre as urnas. No site do TSE, o único documento sobre segurança é um gráfico que não serve para qualquer tipo de análise.

Nenhuma dessas soluções está em prática hoje no Brasil. Com isso, ou acreditamos que as urnas brasileiras são máquinas singulares, muito superiores àquelas utilizadas em outros lugares do planeta, ou constatamos que elas são computadores como quaisquer outros, que se beneficiariam e muito de processos de transparência e auditabilidade.
Herculano
07/08/2017 11:39
PGR TEM DE INVESTIGAR MILLER, O PROCUADOR, BRAÇO DIREITO DE JANOT E DEPOIS ADVOGADO DA J&F, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A figura enigmática de Miller: de principal auxiliar de Janot a advogado de Joesley. Como pode? Não pode!
Na terça-feira passada, em sessão da Segunda Turma do Supremo, presidida por Edson Fachin, Gilmar Mendes desconstruiu, de forma técnica e com demolidora precisão, o lado mistificador da Lava Jato e da Procuradoria Geral da República. Os vídeos com a sua intervenção estão no meu canal do Youtube. Escreverei um outro texto a respeito. Entre as barbaridades apontadas pelo ministro, estava a atuação do procurador Marcelo Miller, de que já tratei aqui. Ele era o braço-direito de Rodrigo Janot na PGR. De súbito, deixou a PGR e, seis dias depois, já estava trabalhando num escritório de advocacia e cuidando do acordo de leniência da J&F, o que afronta a Constituição. Afirmou o ministro:

"Até as pedras de Brasília sabem que Sua Excelência [Miller] foi o responsável pelo caso do Delcídio [do Amaral], pelo caso do Sérgio Machado e por este caso Joesley Batista, em que ele atuou dos dois lados, segundo a lenda urbana. Nenhuma investigação aberta. (?)"

Pois é? Não é lenda urbana, é fato. Membros do MPF que falam pelos cotovelos, contrariando as normas do MPF, não gostam de tratar do assunto. O próprio Rodrigo Janot sempre buscou sair pela tangente. Tentou-se cobrir a atuação de Miller com firulas supostamente técnicas para disfarçar o indisfarçável: na condição de principal auxiliar do procurador-geral da República na Lava Jato, ele participou de todas as operações importantes que passaram pela MPF, incluindo a delação de Joesley.

"Ah, isso é mera pegação no pé dos adversários da Lava Jato", dizem os tontos. É mesmo? No sábado, o jornal "O Globo", insuspeito de ser hostil à Lava Jato e empenhado, de modo inequívoco, na queda de Michel Temer - a exemplo de todos os veículos de comunicação do grupo Globo ?", trouxe uma reportagem que evidenciou, com A mais B, a atuação irregular do senhor Miller.

Informa o Globo:
Apenas seis dias depois de ter sido exonerado do cargo de procurador do Ministério Público Federal, Marcello Miller participou de reunião na Procuradoria-Geral da República (PGR) como advogado do grupo J&F, controlador da JBS. Miller foi exonerado no dia 5 de abril deste ano e, no dia 11, já representava a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista em reunião com seus antigos colegas de trabalho. A informação foi obtida pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação.

Os registros de entrada da portaria do edifício-sede da PGR mostram que Miller esteve no local nos dias 11 e 18 de abril. Em resposta à reportagem, a PGR confirmou a presença e informou que ele representou o grupo controlador da JBS na ocasião. De acordo com a instituição, Miller participou de uma reunião com representantes do grupo de trabalho que atua na Lava-Jato e com a força-tarefa da Operação Greenfield da Procuradoria da República do Distrito Federal. Essa reunião ocorreu no dia seguinte ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin ter homologado um pré-acordo de delação dos executivos da JBS.

Quando a informação veio a público, no dia 20 de maio, Janot mandou emitir uma nota em nome da PGR em que se lê o seguinte:

Acerca de notícias veiculadas pela imprensa na manhã deste sábado, 20 de maio, a Procuradoria-Geral da República esclarece que o ex-procurador da República e hoje advogado Marcelo Miller não participou das negociações do acordo de colaboração premiada dos executivos do grupo J&F. Cabe lembrar que a colaboração premiada é celebrada entre Ministério Público e pessoas físicas acerca de condutas tipificadas no Código Penal.

Já o acordo de leniência é celebrado com pessoas jurídicas (empresas), refere-se a infrações de natureza cível contra a ordem econômica é de atribuição de procuradores da República que atuam em primeiro grau.

Na nota emitida no dia 20, como se vê, Janot nega que Miller tenha participado da delação de Joesley. Pois é? Ele participou. Também dá a entender que o ex-subordinado só se encontrou com seus colegas do Distrito Federal, procuradores de primeiro grau, que cuidavam do acordo de leniência. Como se vê, mais uma inverdade. Ele também se encontrou com o grupo da PGR, ao qual ele próprio pertencia, que tratava da delação premiada.

"Ah, Janot não estava presente ao encontro", informa a Procuradoria. É mesmo? Mas Eduardo Pelella, seu chefe de gabinete, estava, bem como o coordenador do grupo de trabalho da Lava-Jato, Sérgio Bruno Fernandes. Pelella, diga-se, é um elemento onipresente nos episódios rocambolescos desse caso.

Um dado de que a reportagem do Globo não trata: segundo o Parágrafo 6º do Artigo 128 da Constituição, aplica-se aos Ministério Público as mesmas regras de quarentena que valem para os juízes, conforme dispõe o Inciso V do Parágrafo Único do Artigo 95, a saber: é vedado ao procurador "exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração."

Naquela nota espertalhona de maio, Janot dá a entender que Miller só tinha participado de encontro com os procuradores do DF que cuidaram da leniência. Já seria um acinte. Mas, ainda assim, é mentira. Na condição de advogado da J&F, esteve também com o núcleo duro da Força Tarefa que tratou da delação, incluindo o chefe de gabinete do Dr. Janot.

O caso que ameaçou jogar o país no caos político é feito de uma colcha de ilegalidades como nunca se viu.
Herculano
07/08/2017 11:35
O DESESPERO

O PT de Gaspar quando poder comprava a mídia e com o PDT de Blumenau,colocava-a nos tribunais para intimidá-la e mantê-la mansa, censurada ou calada.

Agora, os sabidos, vejam só, estão reclamando de que os seus ensinamentos e práticas deram frutos contra eles próprios. Como oposição, não conseguem sensibilizar ninguém pelos próprios motivos que conhecem bem. Não tem voz no parlamento, na comunidade, na mídia e até nas redes sociais, quando colocam a cabeça de fora, recebem pau de gente que está cansada da ladainha fake.

Restou apenas aos sabidos esta coluna que não tinha medo do PT, PDT, PCdoB e outros do poder de plantão. Mas ela não está a serviço de ninguém, a não ser da coerência. Ou seja, também não tem nada a ver com os que estão poder em Gaspar. A coluna faz o que sempre fez, olhar a maré, observar e relatar.

PT, PDT e até o PSD fingem ser oposição, mas negociam votos e poleiros como por exemplo, na Reforma Administrativa. Primeiros os sabidos devem cuidar do seu próprio quintal. Estão sem voz, sem credibilidade; vão ficar sem assunto daqui a pouco. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/08/2017 11:13
O TERROR PARA ACUAR PERMANENTEMENTE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E IMPEDIR QUE NÃO SE FAÇAM REFORMAS COMBATIDAS PELA ESQUERDA DO ATRASO E A CASTA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS QUE SE APOSENTA CEDO COM SALÁRIO QUE PODEM CHEGAR ATÉ 100 MIL POR MÊS, ENQUANTO 63% DOS TRABALHADORES Só CONSEGUEM SE APOSENTAR AOS 66 ANOS COM UM SALÁRIO MÍNIMO.

NOVAS DELAÇÕES PODEM ATINGIR INQUÉRITOS SOBRE TEMER, DIZ JANOTs

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília e Reinaldo Turollo Jr, da mesma sucursal. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 59, diz que "colaborações em curso" podem ajudar nas investigações contra o presidente Michel Temer por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa.

Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.

A PGR negocia, segundo a Folha apurou, as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato.

Janot diz que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o que um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para fechar um acordo, ele respondeu: "O cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa".

O procurador-geral recebeu a Folha em sua casa no sábado (5), em Brasília, para uma entrevista. Indicou que prepara nova denúncia contra Temer, revelou que pedirá a anulação de uma delação e afirmou que a saída para o país não é "considerar bandido como político".

Janot, cujo mandato na PGR termina em 17 de setembro, contou que pretende tirar férias acumuladas até abril e projeta se aposentar no meio do ano que vem.

*

Folha - Os bambus acabaram? Ainda restam flechas?
Rodrigo Janot - Restam flechas. A gente não faz uma investigação querendo prazo e pessoas. As investigações vão ficando maduras até que se possa chegar ao final. E várias estão bem no finalzinho. Eu diria que tem flecha.

Folha -Quais são?
A surpresa você vai deixar para mim, né?

Folha - Não foi um pouco de soberba ter falado em flecha (em um evento recente)?
Isso é brincadeira que a gente faz internamente desde a época do Cláudio Fonteles [2003-2005]. A gente dizia que temos que trabalhar, e a expressão dizia isso, enquanto houver bambu, lá vai flecha. Não é soberba nenhuma.

Folha - A Câmara barrou a denúncia por corrupção contra Temer. É frustrante ver o trabalho ser enterrado?
A Câmara não barrou a denúncia. A Câmara faz um julgamento político de conveniência sobre a época do processamento penal do presidente. Fiz meu papel, cada instituição tem que fazer o seu. A Câmara entendeu que não era convenientemente o momento para o processamento do presidente. Que a Câmara agora arque com as consequências. Agora, a denúncia continua íntegra, em suspenso esperando o final do mandato. Acabou o mandato, a denúncia volta e ele (Temer) será processado por esses fatos que estão ali imputados, que são gravíssimos.

Folha - Como fica a situação do ex-deputado Rocha Loures?
Vou pedir a cisão do processo, sim, e ele vai responder esses fatos.

A denúncia descreve roteiro plausível de crime de corrupção, mas não aponta que a mala de R$ 500 mil recebida por Loures da JBS foi para Temer. O sr. acha que a falta dessa ligação ajudou a segurar a denúncia?
Temos de entender que o crime de corrupção não precisa de você receber o dinheiro, é aceitar ou designar a proposta. Receber o dinheiro é a chapada do crime de corrupção. Se a gente não vive um país de carochinha, uma pessoa que designa um laranja para acertar acordo ilícito, que acerta a propina e recebe a mala, vou exigir que a pessoa que designou o laranja receba pessoalmente o dinheiro? Jamais alguém vai comprovar.

Folha - Mas existe a possibilidade de o Loures ter feito o acordo sem que o presidente soubesse, não?
É admitido como possibilidade, vamos ouvir o Loures. Ele é designado como o meu (Temer) homem de confiança para tratar por mim todos os assuntos, trata a corrupção e depois a recebe. Se isso acontecesse com qualquer pessoa, acho muito difícil qualquer um de nós ter um outro juízo que não fosse "esse sujeito que foi designado como laranja recebeu o dinheiro para aquela pessoa". Como é que eu, de antemão, vou separar isso? Não tem como. Nesse caso específico, tínhamos réu preso. Em se tratando disso, o inquérito tem que ser concluído em dez dias e a denúncia tem que ser oferecida em cinco.

Mas é consequência de a PGR ter pedido a prisão. Se não pedisse, haveria mais tempo para investigar.
E deixo que o crime continue sendo praticado? Na esperança de que esse dinheiro vá chegar às mãos do presidente? Não somos ingênuos. Vocês acreditam que essa mala chegaria às mãos do presidente? Que o Loures entregaria a mala? "Olha, presidente, vim trazer a sua malinha." O dinheiro seria repassado de outra forma. Todas as investigações que fizemos mostram que uma organização criminosa atua de maneira profissional, não infantil.

Folha - Como então o dinheiro chegaria ao Temer?
Ou para pagamento de alguma campanha, ou para uma conta, ou para pagamento de despesas em 'cash'. Como se apura despesas em 'cash'? Não apura.

Folha - A segunda denúncia contra Temer será só por obstrução da Justiça?
Não sei. Nós temos duas investigações: obstrução e organização criminosa.

Folha - Qual a chance de não sair outra denúncia?
Quem falou isso? Eu continuo minha investigação dizendo que enquanto houver bambu, lá vai flecha. Meu mandato vai até 17 de setembro. Até lá não vou deixar de praticar ato de ofício porque isso se chama prevaricação.

Folha - Na semana passada, o sr. pediu deslocamento da investigação de organização criminosa, envolvendo Temer, do inquérito da JBS para o do "quadrilhão" do PMDB da Câmara. Por que isso foi feito agora?
O presidente só pode ser investigado por atos praticados durante o exercício do mandato. O crime de integrar organização criminosa é permanente, então essa investigação tem que ficar permanentemente atenta para saber se a organização existe ou não, está em atividade ou não. Com esses últimos fatos [da JBS], a gente viu que a organização criminosa continua em plena e total atividade.

A investigação de obstrução já foi concluída pela PF.
Uma coisa é a polícia relatar. Outra coisa é eu, como titular da ação, entender que é o suficiente. Se entender que não, vou pedir diligências. Estamos com colaborações em curso que podem e muito nos auxiliar em uma e outra investigação.

Folha - O sr. está falando de Cunha e Funaro?
Não posso dizer quem são. As colaborações são sigilosas.

Falamos de ambos porque Cunha e Funaro estão ligados ao diálogo do Jaburu [gravado por Joesley Batista] e são personagens do inquérito do "quadrilhão".
Sobre colaborações em curso não posso falar. Não posso nem reconhecer que esse cidadão está em colaboração com a Procuradoria, a lei me impõe sigilo sobre o assunto.

Folha - O sr. não fala sobre negociações em sigilo, mas o que uma figura como Cunha teria que entregar para conseguir fazer um acordo com vocês?
Um dos critérios é o seguinte: o cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa.

Folha - A questão da imunidade dada aos delatores não pode ter sido o principal erro do acordo com a JBS?
Se houve erro, foi de comunicação. Vamos lembrar. Recebo comunicado de que empresários relatariam com provas a prática de crime em curso do presidente, de um senador (Aécio Neves) que teve 50 milhões de votos na última eleição e seria virtualmente o novo presidente, de um deputado e de um colega [procurador] infiltrado na nossa instituição. Eles dizem: "A gente negocia tudo, menos a imunidade". A opção que tinha era: sabendo desse fato e não podendo investigar sem que colaborassem, teria que deixar que isso continuasse acontecendo ou conceder a imunidade. E mais: essas pessoas não só nos levaram áudios lícitos e válidos que comprovavam o que diziam. Elas se comprometeram a fazer ações controladas. Assumiram risco de fazer ações sem ter o acordo, e produziram prova judicial -a da mala do presidente, a da mala do senador, a da conversa do meu colega infiltrado-, e eu [ia] dizer assim: "Isso é muito pouco, eu quero que vocês tenham prisão domiciliar com tornozeleira."

Folha - Mas isso (prisão domiciliar com tornozeleira) era o mínimo, não?
Como o mínimo? O cara está entregando o presidente cometendo um crime em exercício. Você, como jornalista, tem conhecimento três meses depois de que isso me foi oferecido e eu recusei. Você acha que seu jornal, e você, como jornalista, iriam elogiar a minha atuação? Iam dizer "agiu certinho, tinha que continuar praticando crime, sim". Se houve erro, foi erro de comunicação nossa, porque a contraparte foi esperta em usar versões do fato para tentar mudá-lo.

Folha - Outro erro que a PGR pode ter cometido é não ter pedido perícia no áudio antes do inquérito.
Isso não existe. Como é que você faz uma perícia fora do inquérito? Prova ilícita, debaixo do tapete? Então eu recebo o áudio e digo que vou primeiro chamar o Mr. Bean [o comediante] para dar uma analisada para ver se vou instaurar inquérito. Isso é feito no inquérito. E qual foi o resultado da perícia? Nenhuma interferência no áudio.

Folha - Vocês não correram risco?
Risco algum. A gente faz uma avaliação de risco antes, é claro, a gente tem técnico. Nós pegamos esse áudio, passou pelo nosso lado técnico. Um jornal, que não vou dizer qual foi, me publica um negócio dizendo que aquilo era uma perícia.

Folha - O sr. pode falar, foi a Folha (o jornal publicou uma perícia apontando edições na gravação).
E depois esse jornal envergonhadamente volta atrás e diz "erramos".

Folha - O jornal em nenhum momento admitiu que errou, a gente fez uma segunda perícia apontando que não houve edições.
A primeira perícia era de uma pessoa que escrevia [em seu laudo] que ouviu o áudio e, da oitiva, tirou as seguintes conclusões.

Folha - Mas nem vocês tinham feito a perícia.
A gente fez uma análise técnica, de viabilidade. Meu lado técnico disse que a probabilidade de ter alteração é 99,9 negativa.

Folha - A Folha abriu o debate sobre algo que deveria ter sido feito antes.
Mas foi feito [uma análise]. Perícia não se faz antes, você quer uma perícia no subterfúgio? Olha o que vocês estão sugerindo, que a gente faça uma investigação fora de um procedimento [formal]. Eu recebo [o áudio] e no escuro digo "vamos olhar aqui". Tem que ser tudo aberto. E onde é que a gente investiga? No inquérito.

Folha - O sr. continua achando que, na gravação, dá para interpretar aval do Temer para a compra do silêncio do Cunha?
"Tem que manter isso" o que é? Uma compra de carne? É uma feitura de suco? É fazer lanche? Qual era o fato que se discutia? "Eu estou segurando a boca de duas pessoas, Cunha e Funaro". "Muito bom, muito bom, tem que manter isso." Esse diálogo não foi negado pelo presidente, mas ele diz assim: "A interpretação que eu faço desse diálogo é outra". Se a gente não vive o país da carochinha, vamos interpretar o que está dito, gravado.

Folha - O sr. disse que soube da gravação de Joesley no Jaburu depois que ela ocorreu. É difícil acreditar nisso...
Eu não sou mentiroso, vamos começar por aí.

Folha - Por que ele faria isso da cabeça dele sem saber se vocês aceitariam? Ele não correu um risco?
Vocês acreditariam se alguém dissesse "peguei o presidente da República com a boca na botija"? Aí você diz assim: "E qual a prova que você tem?" "Nenhuma, eu ouvi o cara falar." Você acha que eu assumiria o risco de induzir uma prova ilícita que eu não pudesse usar depois? É maluquice completa. Eu nunca conversei com ele antes disso.

Folha - Há uma bala de prata contra o presidente?
Não, existem flechas [risos]. Eu sou ecológico.

Folha - O presidente fala que o sr. tem atuado de forma política e pessoal contra ele.
Sempre trato os investigados e réus com respeito. Quando é que me dirigi ao presidente de maneira desrespeitosa? Não posso tergiversar com a pessoa que praticou ilícito. Isto é uma República, a lei é igual para todos.

Folha - A defesa de Temer diz que seus atos desestabilizam o país econômica, política e socialmente. O sr. acha que o Ministério Público leva em conta esses fatores ou deve levar?
Não deve levar. A partir do momento em que começo a contabilizar fatores econômicos, políticos, sociais, antropológicos, aristocráticos, como é que tenho critério objetivo para dizer que uma investigação vai desse jeito e a outra não? A solução para esse imbróglio só tem uma saída e é política. Agora, saída política não é você considerar bandido como político. O bandido que se esconde atrás do manto político não é político, é bandido.

Folha - O presidente Temer é um bandido?
Não, não estou falando isso. O bandido que se esconde atrás do manto de empresário não é empresário, é bandido. O bandido que se esconde atrás do Ministério Público não é membro, é bandido. Tem que ser tratado como bandido.

Folha - Há quem diga que sua sucessora, Raquel Dodge, é reservada e o sr. mais expansivo, com estilo midiático. Isso pode ter criado imagem de que o o sr. age para enfrentar, para retaliar, com o 'fígado'?
As pessoas fazem suas interpretações dependendo do que lhes é conveniente. Dizer que tenho um perfil midiático, quantas vezes eu falei com a imprensa? Falo muito pouco. Isso é tudo construção para favorecer os investigados.

Folha - Alguns críticos falam que a PGR trabalha com calendário político, mede passos em cima de episódios.
De jeito nenhum. Na minha cabeça, depois da Odebrecht, que era dita a "delação do fim do mundo", surge a JBS, que foi a colaboração Armagedom. Essa Armagedom não estava na nossa cogitação. Esse calendário não é meu.

Folha - A PF pediu a revogação da delação do Sérgio Machado (ex-presidente da Transpetro), falando que não avançou. Tanto a delação dele como a do Delcídio do Amaral não ocorreram sem provas?
Tudo o que foi colhido em áudio pelo Machado, de que é "preciso dar um basta", "nós temos que controlar essa história", não está acontecendo? O colaborador pode perder a colaboração se não auxiliou na obtenção da prova. Antes de sair estarei -não vou dizer de quem- inaugurando um incidente de revogação de um acordo por falta de protagonismo do colaborador.

Folha - O sr. costuma falar em divergência de procedimentos com a dra. Dodge. Quais são essas divergências?
Eu tenho facilidade para delegar, porque se não conseguir, não consigo marchar para a frente. E, pelo que conheço dela, não tem essa facilidade de delegar, é uma pessoa que concentra mais. Isso não é erro. Tenho uma maneira de trabalhar, ela tem outra. Não me preocupo de ela mexer ou alterar (investigações em curso). De ela engavetar me preocupo, sim. Se pretender engavetar, é lógico que vou me preocupar. Não acredito nisso.

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Raio-X

Formação
Graduado e mestre em direito pela UFMG, especializou-se em meio ambiente e consumidor na Scuola Superiore Sant'Anna, em Pisa (Itália)

Cargos
Ingressou no Ministério Público Federal em 1984. Foi promovido a procurador regional da República em 1993 e a subprocurador-geral em 2003. Foi secretário-geral do MPF de 2003 a 2005

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Cronologia

17.mai.2017
É revelada a delação da JBS, que ameaça o mandato de Temer. Janot é criticado por conceder benefícios aos irmãos Joesley e Wesley Batista

26.jun.2017
Janot denuncia o presidente ao Supremo sob acusação de corrupção passiva. Temer reage e acusa Janot de buscar "revanche, destruição e vingança"

1.jul.2017
Procurador-geral diz que "enquanto houver bambu, lá vai flecha" em referência a seu trabalho nos meses que restam de mandato

2.ago.2017
Denúncia é barrada na Câmara e Temer diz que peça de Janot é uma "ficção" baseada em um ato criminoso patrocinado por um "cafajeste" e "bandido"

3.ago.2017
Temer volta a criticar procurador-geral, que define estratégia para apresentar ao STF nova denúncia, desta vez sobre obstrução da Justiça

17.set.2017
Data em que Janot encerrará o mandato. Equipe dele e advogados dos envolvidos trabalham para tentar fechar antes mais acordos de delaçã
Herculano Sabidão
07/08/2017 11:06
Mas não falta em uma coluna sequer as duas plumadas, a reunião aqui em Blumenau deu resultados para o nosso nobre escritor kkkk.

Pelo menos desta vez nossos nobres edis também apareceram na coluna (nada tendenciosa). Como sempre, baseado em resmungos e informações tiradas da lua.

Notei que infelizmente você não tem informações apuradas na base, relata apenas o fofoquê de candidatos derrotados.

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