Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

09/11/2017

O CAOS NA SAÚDE

Na coluna de segunda-feira, especial para o portal Cruzeiro do Vale, mostrei como o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, furou a fila no posto de saúde do Bela Vista (ele devia ter sido atendido no Barracão, onde diz morar - Bateias- e está registrado). A espera no Bela Vista é em 41 dias para os pobres, doentes e fragilizados. Usando conhecidos, que furaram todos os protocolos, Zuchi, esperou apenas seis dias. E por que? A médica usou a emergência só permitida às mulheres grávidas. Ué? Na prefeitura falta apuração. Na Câmara, onde a oposição cobra soluções – faz certo - para o caos que ela própria criou, todos em silêncio. Mais estranho mesmo, foi o silêncio da dita situação e que defende a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Cobrada, está sem solução e até inventou um ambulatório no Hospital para atender as falhas e filas dos postinhos. Concluindo: entre os poderosos e políticos, uma mão lava a outra e quem fica com a água suja é a plebe. Dela, só os votos e impostos. Acordar, Gaspar!

DISCUSSÃO E TRÂNSITO CAÓTICOS

O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, com ajuda do então presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP (pois a lei foi adulterada e ela devia exigir o cumprimento do texto original aprovado lá), em 2009, mandou, num final de semana de Stammtisch, fechar com um muro a Rua Cecília Jonna Schneider Krauss, no Bairro Sete. Então disso, eles entendem. Agora, estão liderando o berreiro contra a proposta de modificação do trânsito em Gaspar. Ou seja, têm passado e autoridade. Durante 12 anos de governo, só a Ponte do Vale e que mais atende os passantes do que os locais. São contra, mas não possuem alternativas. Só discurso. Ironia: quem está propondo as modificações agora, é um técnico, de reconhecida capacidade nessa área, de fora de Gaspar, e do PT: o companheiro Alexandre Gevaerd. Três observações: toda unanimidade é burra; só faltava Gevaerd errar em Gaspar, depois de acertar em Blumenau e Brusque, por exemplo; pior mesmo é ver o prefeito Kleber Edson Wan Dall alimentando essa discussão, numa campanha antecipada ou julgamento do seu governo. Parece que é para queimar o seu técnico, como fez na saúde com Dilene Jahn dos Santos ou então, ensaiar mais uma perigosa derrota para o seu governo. Aprendizado, zero!

ALDO SCHNEIDER

O deputado Aldo Schneider, PMDB, de Ibirama, e que possui parte da sua base em Gaspar e QUE no ano que vem estava mapeado para ser presidente da Assembleia, tenta se curar de um gravíssimo câncer na coluna. Fez cirurgia. A imprensa e os políticos tratam esse assunto com muitas reservas. Mas, nos bastidores, o seu curral já está sendo fatiado e se ensaia cada um, inclusive aqui em Gaspar. Então não foi sem propósito que Jerry Comper, chefe de gabinete de Aldo, lançou esta nota: o deputado “está fazendo quimioterapia e radioterapia. O boletim médico de quinta-feira 1/11/17 diz que o tratamento está dando muito certo e após realizar vários exames ficou constatado que o câncer está estabilizado, deixando a equipe médica muito satisfeita com os resultados. Um passo por vez, com calma, chegaremos ao sucesso.”

ILHOTA EM CHAMAS

O secretário de Turismo de Ilhota, Paulo Roberto Drun, PPS, do governo de Érico de Oliveira, PMDB, foi esta semana ao Fórum de Gaspar explicar as razões pelas quais ele, em 2008, como coordenador da Defesa Civil do governo de Ademar Feliski, PMDB, liberou madeiras doadas do Centro Oeste para quem não tinha sido atingido pelo Desastre Ambiental Severo daquele novembro em Ilhota. A Ação Penal é do Ministério Público. Foram ouvidas como testemunha de acusação, o delegado Paulo Koerich, Fabrício José de Borba, Verônica Elias e Tatiana Reichert. Na defesa de Paulo, foram ouvidas Rose Voltolini e Almir César Paul. Ele desistiu de Luiz Fischer, Ivanor Januário e Almir Aníbal. Depois de ser Coordenador da Defesa Civil, Drun se elegeu vereador pelo PSDB. Sobre este mesmo caso, o secretário responde à Ação Civil Pública porque teria doado casas a quem não foi atingido pela catástrofe.

TRAPICHE

Malhar em ferro frio. A prefeitura de Gaspar acaba de estender o seu Programa de Recuperação Fiscal, onde os maus pagadores zombam dos pontuais. O prazo foi esticado para 20 de dezembro. A desculpa foi a de que não se tinha ainda à disposição a agência de propaganda. Agora tem.

Balela. Vai gastar com propaganda e tudo ficará na mesma. É vela com defunto enterrado. A prefeitura de Gaspar sabe quem deve e os esconde. Não são pequenos e que precisam de propaganda para lembrá-los ou sensibilizá-los. É gente que precisa ser executada e ter seus bens tomados. Em Ilhota, os devedores aos cofres de lá somam quase R$9 milhões. E quase nada entrou no caixa. Aqui não chegou a R$3 milhões. Então...

A Câmara de Gaspar está adquirindo 17 novos telefones celulares de última geração, com linhas de voz e de dados para os vereadores e assessores. A compra será no dia 17. Mais cinco sessões e o trabalho dos vereadores chegará ao fim.

Surda. A prefeitura de Gaspar exonerou Rafaela Regina de Almeida. Ela estava no cargo em comissão como Ouvidora de Conduta em Saúde. Tudo a ver com o caos na área. Melhor é não ouvir.

Samae inundado. De grão em grão, lá vão os pesados impostos. O Samae de Gaspar fez o terceiro aditivo com a All Certa que reforma a ETA II, no Bela Vista. Vai pagar a mais, R$ 34.251,03.

Vai dinheiro do povo. Sabe quanto cai custar a votação para a escolha dos vereadores mirins de Gaspar? R$2.200,00.

Turismo. A Câmara pegando fogo diante da pressão dos servidores e os vereadores do PMDB de Gaspar foram levados pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall e o presidente do partido, e secretário Carlos Roberto Pereira, para passearem em Brasília.

O líder do PMDB, Francisco Solano Anhaia, mesmo convalescendo de uma cirurgia nas cordas vocais, foi para lá para testá-las.

O outro, foi Evandro Carlos Andrietti, que aqui, por falta do que falar e argumentar, impôs um silêncio de dois minutos na sessão aos demais vereadores. Depois todos reclamam quando expostos. Assumiram os riscos perante a comunidade e os eleitores. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1826

Comentários

Herculano
13/11/2017 06:53
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Herculano
12/11/2017 07:20
LULA TENTA REUNIFICAR A QUADRILHA, por Augusto Nunes de Veja

O perdão aos 'golpistas' pode acabar com a briga entre os larápios do PT e os gatunos do PMDB.


"Estou perdoando os golpistas que fizeram essa desgraça com o país", disse Lula a seus devotos no sermão de uma recente missa negra. Em seguida, voltou a torturar a verdade histórica e jurou que apenas seguia o exemplo de Juscelino Kubitschek, que anistiou duas vezes militares envolvidos em quarteladas contra o governo constitucional. O mentiroso compulsivo não se emenda. Com o perdão aos "golpistas", o chefão quer reunificar a quadrilha do Petrolão. Até a chegada da Lava Jato, todos roubaram juntos. A queda de Dilma separou os larápios do PT dos gatunos do PMDB.
Herculano
12/11/2017 07:13
PLANOS GARANTIRAM 'RAPOSAS NO GALINHEIRO', NA ANS, por Cláudio Humberto, na publicação que fez neste domingo nos jornais brasileiros

O estudo "Representação política e interesses particulares na saúde", dos professores e pesquisadores Lígia Bahia (UFRJ) e Mário Scheffer (USP), apontou a presença de representantes de empresas de planos de saúde no comando da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Caso clássico de "raposa administrando galinheiro". A ANS é aquela que já não impõe limites aos reajustes de mensalidades exceto, é claro, para os planos individuais ?" que estão praticamente extintos.

GOLPE FATAL
Os planos de saúde não têm limites. Agora, sob sua influência, a Câmara prepara um golpe fatal nos segurados: a nova lei do setor.

PASSADO TENEBROSO
Ex-diretor, Eduardo Marcelo de Lima Sales deixou o cargo em 2013 após questionamentos sobre transição direta do mercado para a ANS.

POÇO DE ÉTICA
Outro ex-diretor, Elano Figueiredo escondeu ter sido diretor da Unimed e advogado da HapVida. Desmascarado, renunciou em 2013.

HOJE NÃO MAIS
A ANS garante que seus atuais dirigentes são servidores concursados, mas não esclareceu se têm história em empresas de plano de saúde.

GASTAMOS R$3,2 MILHÕES COM SAÚDE DE DEPUTADOS
A crise econômica passa longe da Câmara dos Deputados. Este ano, já foram R$3,21 milhões gastos na contratação de serviços hospitalares de excelência, além de insumos para o Departamento Médico (Demed), verdadeiro hospital de ponta montado para atender servidores e seus dependentes. Para os ilustres deputados, que só ouvem falar do SUS no noticiário, há um contrato de atendimento no hospital Sírio-Libanês.

NA NOSSA CONTA
O convênio com o Sírio-Libanês, que nos custou R$ 2,5 milhões apenas este ano, é de uso exclusivo de parlamentares e servidores.

PROJETO PARADO
Está parado há um ano e meio, sem relator, projeto do deputado Cabo Daciolo (Avante-RJ) que obriga o político eleito a se tratar no SUS.

MENOS PIOR
Apesar de elevado, o gasto com saúde na Câmara caiu quase 15% em relação ao ano passado. Mas 2017 ainda não acabou.

É MENTIRA!
Mais um ano se passa e voltou a circular nas redes sociais o boato de que militares se organizam para promover no próximo dia 15, Dia da República, um golpe militar. É tudo lorota.

ESPELHO MEU
Leitores desta coluna sabem desde o dia 3 da articulação de deputados para garantir folga de 10 dias em razão do feriado do dia 15. Fingiram "esforço concentrado" esta última semana para voltar apenas no dia 21.

SENADO VIRTUAL
Enquanto na Câmara os deputados federais tiram "folgão" de 10 dias, no Senado não há pauta fechada para a semana do feriado do dia 15, mas há duas "audiências públicas interativas". Só em comissões.

ALô, MINAS E ENERGIA
O leitor Daniel Bronzatti faz a pergunta que não quer calar: após o aumento da tarifa energética para "bandeira vermelha", a eletricidade mais cara do mundo continua dando prejuízo ao estado brasileiro?

OUTRO RITMO
Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato tem ritmo mais cadenciado no Supremo Tribunal Federal, que prendeu só o ex-senador Delcídio do Amaral contra dezenas recolhidos ao xilindró por Sérgio Moro.

SAUDADES DE SENNA
Foi num domingo, há 29 anos, que o Brasil assistiu a mais um show de Ayrton Senna em sua McLaren, no Japão, e vibrou com o primeiro dos três títulos mundiais do melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.

MANDOU BEM
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou aplicativo, Conexão RT, para explicar as mudanças da nova legislação trabalhista, em vigor a partir de ontem. O app está disponível em dispositivos Android e iOS.

ELES ADORAM ISSO TUDO
O PT tomou do contribuinte brasileiros R$6,8 milhões por mês, nos dez primeiros meses de 2017. Foram R$ 68,3 milhões no total. É o partido que mais se beneficiou do fundo partidário: levou 10,74% do total.

PENSANDO BEM...
...na Câmara dos Deputados, na semana de feriadaço, somente vai estar em alta a produtividade do dolce far niente.
Herculano
12/11/2017 07:11
SEM PREVIDÊNCIA, NÃO HAVERÁ OPÇÃO ALÉM DE ACEITAR INFLAÇÃO, por Samuel Pessoa, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Desde meados de maio, em seguida à divulgação da reunião do presidente Temer com o empresário Joesley Batista, em circunstâncias nada republicanas, no Palácio do Jaburu, vivemos um período de descolamento entre a política e a economia.

Apesar do agravamento da crise política e de o presidente ter que gastar seus cartuchos políticos para defender seu mandato e, portanto, de o espaço para seguir com a tramitação da reforma da Previdência ter se estreitado, a economia prosseguiu em sua trajetória de recuperação. O câmbio e o risco-país se mantiveram contidos.

Dois fatores explicam a calma do mercado em meio ao crescimento insustentável da dívida pública.

Primeiro, uma surpresa desinflacionária na economia americana. A inflação roda hoje por lá a uma taxa um ponto percentual abaixo do que se previa para 2017 no fim do ano passado. A redução generalizada dos juros americanos, em razão da queda da inflação, nos deu tempo.

Segundo, uma forte surpresa desinflacionária no Brasil. Em agosto de 2016, eu esperava que o IPCA fecharia 2017 em 5,5%. Hoje, meu número é de 3,2%. Erro de 2,3 pontos percentuais. Uma parcela importante do erro deveu-se à desinflação de serviços maior do que se esperava.

A surpresa desinflacionária sugere que o BC poderá praticar juros por alguns trimestres inferiores ao que imaginávamos no final de 2016.

Essas duas surpresas positivas, que levam a menores juros, permitiram que o agravamento da crise política em meados de maio não contaminasse os mercados.

Aparentemente a janela representada por esse descolamento entre a política e a economia está se fechando.

Por um lado, a economia americana tem crescido mais do que se imaginava. Crescimento acima de 3% ao ano nos segundo e terceiro trimestres e o acompanhamento da atividade no quarto trimestre indicam nova expansão acima de 3%. Será a primeira vez, desde a crise de setembro de 2008, que a economia dos Estados Unidos cresce nesse ritmo por tantos trimestres. Estamos nos aproximando do momento em que os juros internacionais caminharão para o terreno positivo, mesmo que baixos.

Por outro lado, as medidas de inflação no Brasil sugerem que o processo de desinflação pode estar se aproximando de seu final e que, daqui para a frente, os juros irão, não se sabe quando, iniciar um ciclo de subida (após o BC terminar o atual ciclo de queda com mais um ou dois cortes na taxa de juros).

É nesse contexto que uma frustração com a reforma da Previdência pode acelerar um processo que esteve adormecido desde maio. A dívida pública nesse período continuou sua elevação. No próximo ano e nos subsequentes a alta persistirá.

O problema é que, quando for o momento de iniciar um novo ciclo de subida da taxa de juros, o endividamento estará muito elevado. Se não tivermos aprovado um conjunto de reformas ?"a previdenciária é de longe a mais importante?", estaremos na situação conhecida por dominância fiscal. Não haverá opção à política monetária além de aceitar inflação. Retomaremos nossa caminhada em direção aos anos 1980.

Trata-se de uma situação dramática. Quando olhamos os diversos atores, todos têm suas razões. É perfeitamente compreensível que os políticos, às vésperas de um processo eleitoral, não desejem tratar de pauta tão espinhosa. Os interesses individuais dos deputados podem nos jogar no abismo inflacionário
Herculano
12/11/2017 07:08
O PSDB SAIRÁ PELA PORTA FRENTE, Só QUE DEITADO, por Josias de Souza

Após exibir sua má reputação numa convenção estadual do PSDB em Minas Gerais, Aécio Neves trocou um dedo de prosa com os repórteres. A certa altura, disse haver no PSDB "um convencimento de todos" de que está chegando o momento de deixar o governo. Hã, hã? "Vamos sair do governo pela porta da frente, da mesma forma que entramos", declarou Aécio. De fato, o tucanato sairá pela mesma porta que entrou. Mas numa posição diferente.

Os tucanos discutem a hipótese do desembarque há quase seis meses. As ameaças soam em ritmo diário desde que o grampo do Jaburu explodiu nas manchetes. Mas seus quatro ministros tucanos a rotina. Cumprem a agenda, levantam da poltrona e saem do ministério no fim do dia. Cumprem a agenda, levantam da poltrona e saem. Cumprem a agenda, levantam e saem. Cumprem a agenda, levantam e saem. Aproxima-se o dia em que os ministros tucanos sairão dos ministérios sem se levantar.

Pressionado, Temer prepara a execução. E os partidos do centrão já se prontificaram a carregar a alça do caixão. Ou seja: o PSDB sairá do governo pela porta da frente, como prevê Aécio, só que deitado.
Herculano
12/11/2017 07:05
CHEIRO DE QUEIMADO NO MERCADO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

"O mercado descolou da política" é uma expressão que se tornou lugar-comum desde junho. Pareceu então que o apodrecimento terminal de Michel Temer, cortesia de Joesley Batista, não causara tumulto maior na finança nem afetava essa mínima recuperação da economia real.

Mas não foi bem esse o caso, ao menos em recantos mais obscuros, porém importantes, do mercado financeiro. Nem o problema agora se deve apenas a Temer. Desde setembro, o cheiro de queimado na finança fica mais forte. Não parece mais apenas um fogo de palha.

Em resumo simples, a eleição e dúvidas sobre a capacidade do próximo governo de conter a dívida pública já parecem pesar bastante no custo do dinheiro, nos juros futuros. "A persistirem os sintomas", como diz propaganda de remédio, a recuperação econômica pode cair de cama.

As taxas de juros de prazo mais longo estão se distanciando daquelas para negócios de vencimento mais próximo. Trocando em miúdos, o custo do dinheiro sobe quando se leva em conta o que pode acontecer no próximo governo.

Os negociantes do atacadão de dinheiro estão com expectativas progressivamente piores a respeito do futuro da economia. Não importa o que se pense do "mercado": expectativas ruins encarecem o custo básico do dinheiro (juros), o que em tese deve afetar o preço de ações, dólar ou de empréstimos para empresas, por exemplo.

O escândalo do grampo de Temer deixara uma cicatriz no mercado. A diferença entre as taxas de juros mais curtas (para 2019) e mais longas (para 2023) aumentou e ficou em patamar mais alto depois de maio. Voltou a subir outro degrau depois de meados de agosto, quando o governo avisou que os deficit de 2017 e 2018 seriam maiores. No final de outubro, outro salto. A inclinação da curva de juros, como se diz no jargão, se aproxima da vertical.

Difícil cravar os motivos da disparada do "spread", que, aliás, parece excessiva, mas entre eles decerto devem estar a quase morte da reforma da Previdência, a dianteira de Lula e a indefinição e a fraqueza das candidaturas do programa reformista liberal.

Ou seja, aumenta a expectativa de vitória de um candidato que, segundo os donos do dinheiro grosso, seria incapaz de conter deficit e dívida do governo. Haveria então tumulto financeiro, por exemplo alta do dólar e inflação e, por conseguinte, juros maiores ou coisa ainda pior. O aumento do preço do dinheiro, dos juros futuros, é um indício de que se exige mais proteção contra esses riscos aumentados.

Em tese, isso pode afetar o mundo real daqui a pouco. É o que escreveu Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra e secretário do Tesouro no início dos anos Lula, em relatório de sexta-feira (10):

"Tal cenário [a piora recente do mercado de juros futuros], caso continuado, poderá comprometer a incipiente recuperação... A elevação dos prêmios de risco nos mercados voltaria a pressionar os custos de financiamento das empresas, seja bancário, seja via mercados de capitais. Os primeiros sinais de que o mercado de crédito começa a se mover em direção a sustentar a recuperação seriam revertidos".

Não é diagnóstico de desastre em 2018. Mas é sinal de que a campanha eleitoral começou de vez no mercado. Começou mal
Herculano
12/11/2017 07:01
VENCER O INIMIGO INVENCÍVEL, por Carlos Brickmann

Um Governo grande, caro, metido na vida de todo mundo; ou, depois de mais de 500 anos, um Governo enxuto, leve, que libere a criatividade dos brasileiros e se preocupe em exercer as funções típicas de Governo, sem a tentação de regulamentar até os quadros que cada museu pode exibir.

Um balanço dos candidatos e seus assessores econômicos parece indicar que o Governo, enfim, deixará de sufocar o país. Alckmin deve ter a seu lado um dos pais do Plano Real, Pérsio Arida. Aécio, antes da queda, pensava em Armínio Fraga (também companheirão de Luciano Huck e de João Amoêdo, fundador do Partido Novo, ligado ainda a Gustavo Franco). Amoêdo é sócio da Casa das Garças, centro liberal de estudos político-econômicos. O Pastor Everaldo, do PSC, tem Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES (fala-se até na candidatura de Rabello, no lugar do Pastor Everaldo). Bolsonaro, conservador linha-dura na área de costumes, reserva a Adolpho Sachsida, do Instituto Liberal, seu programa econômico. Henrique Meirelles, ex-tucano, ex-Lula, hoje Temer e Kassab, pode ser ele mesmo o candidato. E Lula? Não se sabe ?" mas já usou Palocci.
Terá chegado a hora de desmontar os empregões estatais? Talvez ?" mas Roberto Campos, Delfim e Simonsen, defensores da iniciativa privada, tentaram controlar até o preço do cafezinho. Falharam; é fantástico o poder da maquina estatal de gerar nomeações. Mas nunca desistiram do cargo.

IRMÃOS BOBAGENS
Aécio Neves, mesmo com o prestígio abaixo dos rastros da cascavel que destrói candidatos, continua ostentando o título de presidente do PSDB. Era só para constar, para não parecer que o próprio partido o tinha abandonado. Mas a falta de poder subiu-lhe à cabeça: afastou o dirigente interino, Tasso Jereissati, colocou Alberto Goldman no lugar e implodiu o partido que já tinha explodido. Goldman detesta Dória, que pode ser candidato a alguma coisa, embora não a presidente - e que lhe retribui a ojeriza; e é ligado a José Serra, que candidato à Presidência também não será. E abriu mais uma divergência: quem vai controlar o PSDB e tentar uni-lo de agora em diante, Fernando Henrique, Alckmin ou o senador Antonio Anastasia? Aécio, sem dúvida, só herdou do avô Tancredo, um sábio, o sobrenome Neves.

PARENTE É SERPENTE
Muitos colunistas disseram que o PSDB vive uma luta fratricida, e foram criticados: luta, sim, mas não fratricida, já que todos ali se odeiam. Mas é fratricida, sim: afinal de contas, Caim e Abel eram irmãos.

OS JARDINS DO PARAÍSO
Por falar em Bíblia, em Gênesis conta-se a história do fruto proibido, da Árvore do Bem e do Mal. Adão e Eva viviam no Paraíso, livres da fome e da morte. Um dia, convencida pela serpente, Eva colheu o fruto proibido e o ofereceu também a Adão. A Humanidade foi então expulsa do Paraíso, conheceu a morte e a fome; e Deus determinou que os seres humanos tivessem de trabalhar para comer ?" "ganhar o pão com o suor de seu rosto".
Avancemos no tempo. O desembargador Vulmar de Araújo Coêlho e o juiz trabalhista Domingos Sávio Gomes dos Santos, de Porto Velho, Rondônia, foram punidos: o desembargador, por deslocar uma ação de R$ 5 bilhões da 2ª para a 7ª Vara, onde o juiz trabalhista manteria a causa sob controle. O Conselho Nacional de Justiça determinou a aposentadoria compulsória de juiz e desembargador ?" e só. Ambos continuarão a receber integralmente seus vencimentos, embora sejam proibidos de trabalhar.

Ambos têm deuses poderosos: ganham o pão sem o suor de seu rosto.

JUNTOS DE NOVO
A informação que chegou a ser recebida com desdém - o grande acordo eleitoral entre PMDB e PT - já está publicamente confirmada. Em Minas, o PMDB informou ao diretório nacional que pretende se aliar ao governador Fernando Pimentel - o mais próximo aliado de Dilma Rousseff, alvo de diversas investigações. Objetivo: aumentar as bancadas estadual e federal do partido, esquecendo as divergências recentes. Serão eleições curiosas: Aécio Neves terá fôlego para concorrer? E votos para ser levado a sério?

PAZ NAS RUAS
Se depender das manifestações da oposição para mostrar força, Temer pode avançar tranquilo nas reformas: o protesto contra a reforma trabalhista, amplamente divulgado, organizado com grande antecedência, com apoio de todas as centrais sindicais, reuniu menos gente que os jogos de futebol das equipes mais mal colocadas na tabela. Os congestionamentos de trânsito foram raros e rápidos; mais problemas eventuais do que muita gente nas ruas. A manifestação de sexta-feira, ocorrida na véspera da entrada em vigor da nova lei trabalhista, não chegou sequer a incomodar quem dela não participava. E, não esqueçamos, não houve qualquer acordo sobre o imposto sindical. Neste momento, e desde ontem, está extinto.
Herculano
12/11/2017 06:52
GERALDO, UM BRASILEIRO DO ANDAR DE BAIXO, SALVOU AFLITOS RUMO AO ENEN, por Elio Gaspari, nos jornais O globo e Folha de S. Paulo

Geraldo Casalli tem 53 anos, é motorista da Viação Suzantur, de São Carlos (SP), onde ganha R$ 1.900 mensais, com carteira assinada. Às 12h30 do domingo passado, ele chegou ao ponto final de seu percurso com 15 jovens aflitos que iam para a prova do Enem. Uma garota contou-lhe que estavam a quarteirões de distância e corriam o risco de perder a hora. Pediu-lhe que espichasse sua rota, levando-os até o local da prova. Ele pensou nas duas filhas, Ana Claudia e Dayane, e atendeu-a.

No dia seguinte, a história de Geraldo estava na rede. Ele foi elogiado pela Suzantur e a empresa anunciou que hoje mudará o percurso de quatro de sua linhas, levando estudantes aos portões da prova.

Geraldo Casalli é um grande brasileiro. Não só pelo que ele fez no domingo passado, mas também pela sua história. Sempre trabalhou como caminhoneiro, mas nunca teve caminhão. Trabalha há nove meses na Suzantur, depois de ter ficado um ano desempregado, vivendo de bicos. Sua mulher é zeladora num colégio, com pouco mais de R$ 1.000 de salário. Vivem numa casa modesta, porém própria. O casal educou Ana Claudia e Dayane em escolas públicas e elas nunca repetiram ano. Ambas formaram-se em pedagogia. Uma, com 23 anos, tem mestrado e trabalha com crianças que têm necessidades especiais. Está noiva e deve se casar em 2019. A outra deve começar no primeiro emprego nas próximas semanas.

Dirigindo caminhão, Geraldo nunca foi assaltado, "graças a Deus". No seu ônibus, já assaltaram o trocador.

Geraldo é um homem comum, com uma família comum e bem-sucedida. A quem lhe pergunta se em 53 anos de vida aconteceu-lhe alguma coisa que considere memorável, responde o seguinte: "Nada, só esse caso de domingo passado, mas eu não estava pensando nisso".

CARTEIRADA DE AÉCIO

A carteirada com que Aécio Neves depôs o senador Tasso Jereissati da presidência do PSDB obrigou o tucanato a parar de fingir que lida com o Aecinho, neto de Tancredo Neves, menino de praia e freguês da noite do Rio.

Aécio é um coronel. Como senhor das Gerais, manteve a imprensa mineira sob uma pressão sem paralelo entre os grandes Estados. Podendo, dava uma passadinha pelo circuito chique-brega de Paris.

O coronel Aécio mostrou seu chapéu na maneira como enfrentou a denúncia de que construíra um aeroporto na cidade de Cláudio para atender as conveniências de sua família.

O óBVIO

A carteirada com que Aécio Neves depôs o senador Tasso Jereissati da presidência do PSDB obrigou o tucanato a parar de fingir que lida com o Aecinho, neto de Tancredo Neves, menino de praia e freguês da noite do Rio.

Aécio é um coronel. Como senhor das Gerais, manteve a imprensa mineira sob uma pressão sem paralelo entre os grandes Estados. Podendo, dava uma passadinha pelo circuito chique-brega de Paris.

O coronel Aécio mostrou seu chapéu na maneira como enfrentou a denúncia de que construíra um aeroporto na cidade de Cláudio para atender as conveniências de sua família.

VÃO LEGALIZAR A JOGATINA, POR QUE NÃO CRIAM A PóBRAS, DA COCAÍNA?

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, anunciou que ele e outros colegas estão trabalhando para aprovar a legalização dos jogos de azar em Pindorama. Nas suas palavras: "Propusemos a legalização dos jogos com a destinação dos impostos para criar um fundo de segurança pública".

Tudo bem, legalizar a jogatina para engordar a receita de um Estado cujas finanças o doutor ajudou a quebrar. Por que não criar também a Póbrás, legalizando a cocaína?

Sabendo-se que o governo está de olho no dinheiro do jogo, entende-se que haja gente boa cheirando a pureza dessa ideia.

Ela é velha. Em 2011, ouvia-se o seguinte: "Eu acho que o jogo no Brasil, se aberto e legalizado, poderia ser uma fonte de financiamento importante para tanta coisa. Inclusive para saúde. Não se fala tanto em financiamento de saúde?"

Quem disse isso foi o governador-gestor Sérgio Cabral. Está na cadeia, condenado a 72 anos. Junto com ele, estão seu secretário de Saúde, doutor Sérgio Côrtes, e Miguel Iskin, grande fornecedor da rede hospitalar do Estado, a quem Cabral reconhece ter mordido em R$ 2,5 milhões para a campanha de Pezão.

Quando Michel Temer assumiu o governo, noticiou-se que dois de seus ministros, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, defendiam a legalização do jogo. Ambos estão em cana.

Com as loterias legalizadas, em 1993, o deputado João Alves, da Comissão de Orçamento, justificou seu patrimônio informando que ganhara 200 vezes na loteca, embolsando o equivalente a US$ 9 milhões.

Talvez fosse boa ideia instalar cassinos legais com roletas viciadas nas cadeias onde está a freguesia da Lava Jato. Lá eles apostariam livremente o que lhe sobrou das roubalheiras que praticaram.

ANDAR DE CIMA BRASILEIROS REPETE FORMAS DE INTIMIDAÇÃO DE REGIMES COMUNISTAS

A repórter Sonia Racy contou que dezenas de pais de alunos da escola britânica St. Paul's, uma das melhores e mais caras de São Paulo, se organizaram para demitir uma funcionária encarregada da área de tecnologia.

O motivo da mobilização vem a ser o fato de a senhora ser casada com um pecuarista, acusado pelo Ministério Público de chefiar um grande esquema de grilagem, trabalho escravo, horrores e desmatamento de 300 km² na Amazônia. Em 2016, ele foi multado em R$ 332 milhões.

Na opinião de uma das mães de alunos, "como um colégio tão cheio de regras permite uma funcionária casada com um desmatador?"

O que a mulher de um sujeito tem a ver com o que ele faz, não se sabe, mas o caso não termina aí. Ele começa no lance seguinte: a patrulha pediu também que fossem retirados do colégio os dois filhos gêmeos do casal.

Briga de pais em colégio frequentemente tem muitos motivos, mas o que impressiona nessa turma é que o andar de cima, que põe suas crianças na St. Paul's, argumente com o que faz o pai para justificar a punição de crianças. Essa era a forma de intimidação mais cruel a que recorriam os regimes comunistas para castigar os "inimigos do povo".

No ano do centenário da Revolução Russa, os patrulheiros poderiam perder algum tempo aprendendo o que acontecia na União Soviética com essas crianças malditas. Está na livrarias "A Estrada", do escritor Vasily Grossman, que num breve conto ("Mama") narra a vida pelo olhos uma um criança órfã, filha de um dos grandes assassinos de Stálin que, como era rotina, acabou fuzilado.

Para quem quiser uma memória real, está na rede "The Girl from the Metropol Hotel" ("A Menina do Hotel Metropol - Crescendo na Rússia Comunista"). Nele, Ludmila Petrushevskaya conta sua infância, do conforto onde vivia a elite bolchevique, ao inferno da vida dos "inimigos do povo"
Herculano
11/11/2017 09:10
UM PRESENTE PARA O BRASIL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A reforma trabalhista é um significativo conjunto de avanços que merecem ser valorizados e, principalmente, respeitados. Há uma nova e potente luz no horizonte

Com tantos desafios para o desenvolvimento econômico e social do País, pode-se pensar que não tem havido avanços ou que eles são muito tímidos em relação a todo o percurso que falta percorrer. De fato, há muito a ser feito em muitas áreas. Sem qualquer exagero, é ainda imenso o trabalho para recolocar o Brasil nos trilhos. Mas as dificuldades não impedem o reconhecimento de que já foram dados passos certos. Alguns deles foram bem grandes.

É o caso da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), que hoje entra em vigor. Trata-se de um enorme progresso em uma área fundamental para o crescimento econômico e para o desenvolvimento social. Regular acertadamente as relações de trabalho é um dos grandes desafios não apenas do País, mas de todo o mundo, seja pelas inovações tecnológicas que transformam ininterruptamente o mundo do trabalho, seja pelas mudanças da própria população, com o aumento da expectativa de vida, o novo reenquadramento das funções sociais do homem e da mulher na família e no mercado de trabalho, etc.

No caso brasileiro, o tema ganha contornos ainda mais dramáticos, por força de um desequilíbrio interpretativo que se foi instaurando na aplicação da legislação trabalhista. Em muitos casos, a contratação de um empregado equivalia a assinar um cheque em branco, pois, mesmo que fossem cumpridas todas as obrigações legais, havia sempre o risco de a Justiça do Trabalho considerar faltoso o empregador, impondo-lhe novas obrigações.

Foi, pois, nesse complicado cenário, em que toda tentativa de atualização da legislação trabalhista era tachada a priori de retrocesso social, que o governo de Michel Temer conseguiu que o Congresso aprovasse a Lei 13.467/2017. Longe de ser uma reforma tímida, ela toca pontos essenciais das relações trabalhistas, com o grande mérito de preservar todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição de 1988.

A reforma trabalhista dá mais liberdade de negociação, ampliando a possibilidade de que as condições de trabalho sejam estabelecidas por acordos ?" coletivos e também individuais ?", sem a imposição de uma solução única geral, muitas vezes defasada e contrária aos interesses das partes.

A Lei 13.467/2017 também põe fim a uma discussão absolutamente disfuncional, que causava insegurança jurídica, prejudicando o empregado e o empregador. Faz-se referência aqui à liberação, feita pela nova lei, da terceirização das chamadas atividades-fim.

A reforma trabalhista também contribui para desafogar a Justiça do Trabalho, ao autorizar a arbitragem na resolução de conflitos trabalhistas para empregados com salários acima de R$ 11,1 mil. Outra importante novidade da lei é o reequilíbrio do processo trabalhista. Antes da reforma, havia um sistema de irresponsabilidade judicial, no qual uma das partes, mesmo que perdesse o processo, não precisava arcar com as custas processuais. Tal desaprumo era estímulo para a indústria das reclamações trabalhistas. Com acerto, a Lei 13.467/2017 estabelece responsabilidades para ambas as partes.

Outra importante mudança é a previsão legal das hipóteses, parâmetros e limites para as reparações por danos morais. Não raro, esse tipo de indenização foi ocasião para a Justiça do Trabalho perpetrar sérios desajustes nas relações trabalhistas.

A reforma trabalhista também deixa claro que o empregador pode demitir sem a necessidade de homologação pelo sindicato. Ainda que não fizesse sentido num ambiente de livre mercado ?" ferindo, portanto, as liberdades previstas na Constituição ?", essa homologação sindical era habitualmente exigida pela Justiça do Trabalho, na ilusão de que a medida representaria alguma proteção ao trabalhador. Simplesmente, ela retraía o mercado de trabalho.

Outro grande progresso da lei é o fim do imposto sindical. Era uma estranha forma de tornar o sindicato autônomo em relação aos trabalhadores. Ele podia atuar como bem entendesse e os recursos continuariam chegando. Ou seja, o sistema de financiamento assegurava a falência de qualquer possibilidade de representação. E favorecia amplamente a vida de pelegos.

A Lei 13.467/2017 é, portanto, um significativo conjunto de avanços, que merecem ser valorizados e, principalmente, respeitados. Há uma nova e potente luz no horizonte
Herculano
11/11/2017 08:59
A VIDA DE UMA "ESCRAVA" BRASILEIRA

A ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, choca o País com suas mordomias, desvios e apelos descabidos. Conteúdo da revista Isto É. Texto de Tábata Viapiana

O processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual: começou com a Lei Eusébio de Queirós de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888. Mas a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), não gosta de escalas. Ameaça recorrer diretamente à Princesa Isabel se continuar ganhando "apenas" R$ 33.700 por mês, enquanto a renda média do brasileiro é de R$ 1.226. É uma "escrava", como ela mesmo se autoproclamou ao querer incorporar aos seus vencimentos mais R$ 30.471,10 que recebe como desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia. Só que escrava de luxo.

Vida de escravo é difícil, dizia a letra de Dorival Caymmi. Que o diga Luislinda. Além de ganhar salário que encosta no teto constitucional do funcionalismo, ou seja, só a nata dos servidores públicos pode desfrutar desse privilégio, a ministra leva uma vida de mordomias à custa do dinheiro público. Além dos R$ 33,7 mil por mês, a ministra tem direito a jatinhos da FAB para viagens profissionais, apartamento funcional em Brasília, carro com motorista e cartão corporativo. Ela ainda recebe diárias do governo federal, quando viaja. Só em 2017, foram mais de R$ 40 mil.

Isso tudo já a faz ocupar um confortável lugar no pico da pirâmide social, mas sua declaração de bens de 2014 é ainda mais eloqüente ao mostrar que a ministra está mais para Casa Grande do que senzala. Luislinda é proprietária de uma mansão no condomínio de luxo Porto Busca Vida Resort, localizado na praia privativa de Busca Vida, em Camaçari, na Bahia. Ela adquiriu o imóvel por R$ 750 mil. Hoje, o local está supervalorizado. Um terreno não sai por menos de R$ 1,5 milhão. Casas prontas, que variam de 300m2 a 1.100m2, custam entre R$ 3 milhões e 7,5 milhões. A ministra Luislinda também possui um apartamento em Salvador, comprado por R$ 330 mil, e outro em Curitiba, no alto da Glória, região nobre, adquirido por R$ 350 mil.

Praia privada

Como é possível notar, está mais do que evidente a exploração a que a ministra de Direitos Humanos vem sendo submetida pelo Estado-feitor. Em junho passado, Luislinda cobrou do governo R$ 10.758,68 por uma viagem de cinco dias a Israel. A viagem foi paga pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). Ou seja, ela viajou de graça e mesmo assim quis ressarcimento. Verba extra, dinheiro a mais. Sua assessoria diz que ela devolveu os valores no dia 28 de junho. Em julho, ela deu outro "aplique" nos cofres públicos: pediu o ressarcimento de despesas durante final de semana em Salvador, onde reside, sem ter tido compromissos oficiais. Ela não trabalhou no final de semana. Na verdade, ela viajou para a capital baiana no dia 27 de julho, uma quinta-feira, em avião da FAB, para representar o presidente da República na posse de um juiz do TRE da Bahia. Na sexta, a ministra visitou uma escola pública. Ficou em casa descansando no sábado e domingo, mas mesmo assim cobrou as diárias por todos os dias, no valor de R$ 1.985,19.

Ao pedir o aumento salarial, ela explicou que a alta soma se destina a cobrir despesas "necessárias" ao exercício do cargo, como roupas, sapatos, perfumes e maquiagens. "Como é que eu vou comer, beber e calçar?", disse Luislinda. "É cabelo, é maquiagem, é perfume, é roupa, é sapato, é alimentação", completou a ministra, que deve fazer Isabel se remexer no túmulo. Com a repercussão negativa do caso, ela voltou atrás, abrindo mão do pedido por mais benefícios, mas ao pedir um salário acima do teto do funcionalismo, Luislinda se desconectou da realidade. Definitivamente, o contribuinte brasileiro não merece ser escravizado pelos privilégios de uma ministra dos Direitos Humanos.

Ela parece só olhar para os direitos dela.
Herculano
11/11/2017 08:52
a minha recomendação de leitura deste sábado para algo óbvio, muito simples, ao alcance de quase todos com mobilidade, que traz e aumenta a qualidade de vida, ao mesmo tempo de baixíssimo custo e alto benefício ou retorno.

IMPACTO NOCIVO DO SEDENTARISMO NA SAÚDE É COMPARÁVEL AO DO CIGARRO, por Dráuzio Varela, médico cancerologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Atividade física é o mais próximo do que poderíamos chamar de panaceia, na medicina moderna.

Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram que o exercício incorporado à rotina diária reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer, obesidade, problemas reumatológicos e ortopédicos, depressão e o declínio cognitivo característico das demências.

Essas publicações mostraram de forma consistente que a prática de exercícios está associada a cerca de 30% de redução dos índices de mortalidade.

Talvez a lógica devesse até ser invertida: não é que o exercício faça bem para o organismo, a vida sedentária é que faz muito mal. Segundo a Organização Mundial da Saúde o impacto nocivo do sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro.

Não é de estranhar: o corpo humano é uma máquina que a evolução de nossa espécie moldou para o movimento. Por esse longo processo que eliminou os menos aptos, chegaram até nós corpos com pernas e braços longos e articulações que fazem as vezes de dobradiças para ampliar a mobilidade e o alcance de objetos distantes.

Com base na experiência científica acumulada, os serviços de saúde passaram a recomendar pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade mais intensa.

A crítica a esses trabalhos sempre foi a de que se baseavam na descrição dos níveis de atividade física colhidos em relatos individuais, que costumam ser imprecisos.

Um grupo da Universidade Harvard acaba de publicar na revista "Circulation" os resultados de um inquérito que envolveu 17.700 mulheres saudáveis, com idade média de 72 anos, cujos níveis de atividade foram avaliados por meio de acelerômetros, aparelhos que medem com mais acurácia a intensidade dos exercícios, o número de horas dedicadas a eles e o tempo gasto em inatividade.

As participantes usaram o acelerômetro durante os dias inteiros em uma semana típica de suas rotinas.

Metade das mulheres gastou 28 minutos diários na prática de exercícios moderados ou mais intensos (como andar bem depressa). A média diária de tempo dedicado a atividades leves (como o trabalho doméstico ou andar devagar) foi de 351 minutos.

Num período de observação que teve a duração média de dois anos, ocorreram 207 óbitos.

De acordo com os níveis de atividade, as participantes foram divididas em quatro grupos. Na comparação com as menos ativas, as que se empenharam em exercícios mais intensos tiveram a mortalidade diminuída em 70%.

Os autores ressaltam que mesmo as que chegaram aos 80 anos se beneficiaram da prática de exercícios mais intensos e da redução do número de horas de inatividade.

A fragilidade mais importante desse estudo foi a de haver selecionado mulheres ativas e saudáveis. Teria sido interessante compará-las com sedentárias da mesma faixa etária.

O formato do estudo não permite estabelecer com segurança a relação de causa e efeito entre atividade física mais vigorosa e a longevidade, mas a probabilidade de se tratar de relação causal é alta.

No passado, os médicos recomendavam que as pessoas mais velhas fizessem repouso, para não "sobrecarregar" o organismo. A imagem dos avós aposentados que passavam os dias cochilando na poltrona da sala, até caírem fulminados pelo infarto do miocárdio ou derrame cerebral, faz parte das memórias daquela época.

Pacientes operados ficavam proibidos de levantar da cama por três ou quatro dias para não "dificultar" a cicatrização.

Hoje, o coitado mal saiu do centro cirúrgico, o cirurgião aparece no quarto para expulsá-lo do leito, a pontapés, se necessário.

O combate à imobilidade ajudou a reduzir significativamente o número de tromboses venosas e embolias pulmonares, responsáveis pelos altos índices de complicações e mortalidade pós-operatória daqueles dias.

A tendência atual é considerar tímida a recomendação de 150 minutos de exercícios leves ou 75 minutos de exercícios mais intensos, por semana, uma vez que o dia tem 1.440 minutos, e a semana, 10.080.

- Como fazer com a falta de tempo?, você perguntará.

- Cara leitora, isso é problema seu.
Herculano
11/11/2017 08:44
TODOS QUEREM SE APOSENTAR, por José Carlos Marques, editorialista da revista Isto É

Que delírio é esse que toma conta do País?

Imaginam os senhores parlamentares e mesmo o povo em geral que conseguiremos seguir adiante sem uma reforma previdenciária convincente?

Acabou o caixa disponível. É fato. Todos sabem e fazem de conta que não. Idealizam o Estado como uma mãe de benevolência e fartura irrestritas. Há de se cair na realidade.

Deixemos de lado as promessas populistas, a resistência politiqueira de arautos farsantes, meros candidatos à eleição que ludibriam a opinião pública. Não há mais recurso extra para engordar o orçamento vinculado a essa rubrica. E ponto final.

Portugal e Grécia, que chegaram ao limite da irresponsabilidade e levaram o assunto com a barriga enquanto puderam, acabaram por cortar de vez a aposentadoria. Encerraram o benefício e a população de idosos ficou a ver navios por absoluta incapacidade financeira dos dois países em honrar com o compromisso. O Brasil, em três anos ?" o prazo é esse mesmo! ?" pode chegar lá, nas mesmas circunstâncias de insolvência previdenciária, se nada for feito.

Um pouco de sensatez e engajamento ao projeto de reforma é aconselhável aos brasileiros. Especialmente àqueles responsáveis por votar o tema. É preciso rever o sistema, cortar benefícios, colocar travas, criar as tais escalas de contribuição mais rígidas, estabelecer tetos realistas de idade mínima, arrancar os privilégios, demover os lobbies classistas daqueles que levam mais que a média em prejuízo da esmagadora maioria.

Pode-se discutir como e em que áreas, estratégicas ou não, a mexida na fórmula deve ser mais acentuada. O coerente, decerto, seria atacar primordialmente as chamadas gordas pensões dadas a militares e a seus familiares, servidores públicos de vários matizes e naturezas funcionais, e mesmo a regra que contempla os excelentíssimos senhores parlamentares, que possuem privilégios de encher os olhos nesse tocante.

As castas previdenciárias deveriam simplesmente sumir, em prol do interesse geral. O governo tergiversou na questão. Recuou diante de eventuais adversários de porte e deu assim fôlego aos que gritam mais alto.

Os privilegiados fizeram valer a vontade junto ao Executivo, que é em ultima instância quem elabora e encaminha a proposta final. Mas a briga foi apenas adiada. Terá de ocorrer de uma maneira ou de outra, o quanto antes. Nada disso tira da frente a urgência de se produzir alguma solução, por menor que seja, nesse campo. Não dá mais para adiar.

Os simpatizantes da ideia do deixa como está para ver no que vai dar querem tão somente o caos. Sabem que a previdência não aguenta seguir nessa toada indefinidamente. Políticos jogam com a tática de empurrar o tema ?" amargo por natureza ?" para depois da eleição. Imprudência absoluta.

Em um ano a situação de penúria será mais aguda e o grau de intervenção também. Vivemos tempos de um governo de transição e, por isso mesmo, criou-se o ambiente ideal para o ajuste antes que a nova gestão tome posse e dê continuidade à retomada do desenvolvimento, sem amarras como essa para desatar. Do contrário, o País perderá o bonde e despenderá uma energia enorme para resolver a questão mais adiante. Será bem mais complexo e custoso fazer passar qualquer proposta de envergadura na temporada de início de novo governo, normalmente voltado para a costura de composições e dedicado a garantir prestígio com os eleitores.

Muitos, no passado, tentaram e não conseguiram ?" de FHC a Lula, com ensaios de mobilização tímidos nos mandatos de Collor, Itamar e Dilma. Em síntese: há décadas uma necessária reforma previdenciária aguarda na fila. A maioria dos congressistas e políticos de calibre fazem proselitismo inconsequente sobre o assunto para angariar simpatizantes.

O presidenciável Ciro Gomes, para ficar em um exemplo, optou pelo alarmismo tolo e fora de hora ao reverberar que alguns querem tirar a aposentadoria do trabalhador. Na verdade, se nada for feito, ela será mesmo eliminada - independentemente de quem esteja no comando da Nação - por insuficiência de recursos. Seria um despropósito.

Cada um de nós quer e possui o direito a se aposentar. É só zelar por ele, assegurando a saúde financeira do sistema. Reforma já, antes que seja tarde!
Herculano
11/11/2017 08:22
O QUE MUDA COM A NOVA LEI TRABALHISTA E O QUE OS TRIBUNAIS AINDA PODEM REVER

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ricardo Balthazar e Natalia Portinari. A nova lei trabalhista, sancionada em julho pelo presidente Michel Temer (PMDB), começou a valer neste sábado (11). A reforma altera mais de 100 pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o conjunto de normas que rege as relações de trabalho no país. As mudanças trazem vantagens para patrões e empregados, mas vários pontos deverão ser objeto de controvérsia nos tribunais.

NEGOCIAÇõES ENTRE PATRõES E EMPREGADOS

Acordos coletivos podem prevalecer sobre a legislação em vários casos. Os juízes trabalhistas já adotam esse princípio há algum tempo nos casos em que os acordos são mais benéficos. A nova lei define situações em que isso pode ocorrer e garante proteção a direitos trabalhistas assegurados pela Constituição

O que pode ser negociado

Jornada de trabalho
Banco de horas
Intervalo para almoço
Plano de cargos e salários
Representação dos trabalhadores no local de trabalho
Teletrabalho, trabalho intermitente e regime de sobreaviso
Remuneração por produtividade, incluindo gorjetas e prêmios
Participação nos lucros ou resultados
Trabalho em ambientes insalubres

O que não pode ser negociado

Salário mínimo
FGTS
Valor do 13º salário
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno
Horas extras, no mínimo de 50%
Repouso semanal remunerado
Férias anuais, com adicional de um terço
Salário-família
Licença-maternidade e licença-paternidade
Aviso prévio
Seguro-desemprego
Normas de saúde, higiene e segurança do trabalho
Adicional para atividades penosas, insalubres ou perigosas
Seguro contra acidentes de trabalho
Prazo de prescrição para ações trabalhistas
Proibição de discriminação de deficientes
Proibição do trabalho de menores de 16 e restrições para menores de 18
Liberdade de associação sindical
Direito de greve
Juízes afirmam que a Constituição proíbe acordos que reduzam ou suprimam direitos e garante que a norma mais benéfica seja aplicada sempre que houver dúvidas

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JORNADA DE TRABALHO

Patrões e empregados podem negociar de várias maneiras a jornada de trabalho a ser cumprida, desde que os limites previstos pela Constituição e pela legislação sejam respeitados. Esses arranjos dão mais flexibilidade aos trabalhadores e às empresas e podem regularizar situações que atualmente ocorrem na informalidade


Banco de horas
Trabalhadores poderão negociar individualmente com as empresas seu banco de horas, desde que a compensação das horas ocorra em no máximo seis meses

Vantagem Flexibilidade nas negociações do sistema, ao qual muitos sindicatos se opõem

Juízes dizem que a Constituição exige acordo coletivo nesses casos


Jornada 12 x 36
Trabalhadores poderão negociar individualmente jornadas de até 12 horas se forem seguidas de 36 horas de descanso, modelo que já é comum em áreas como saúde e segurança

Vantagem Negociação individual do contrato, sem participação de sindicatos

Juízes dizem que a Constituição exige acordo coletivo nesses casos


Jornada parcial
Contratados para cumprir jornada parcial podem trabalhar até 30 horas por semana, ou 26 horas mais 6 horas extras. Antes, o limite para esses contratos era de 25 horas

Vantagens Horários mais flexíveis para estudantes e quem tem filhos pequenos, e redução de custos para empresas

LIMITES MANTIDOS

Jornada
Novos contratos devem respeitar os limites que já eram previstos pela legislação antiga

8 horas por dia
44 horas por semana
220 horas por mês
2 horas extras por dia
Horas extras
Quanto a lei manda pagar, além do valor da hora normal

50% no mínimo
100% em domingos e feriados
20% adicionais para horas extras cumpridas entre 22h e 5h
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CONDIÇõES DE TRABALHO

A negociação do tempo de descanso e do tempo gasto no trajeto da casa para o trabalho fica mais fácil. Com isso, a reforma abre caminho para redução de custos nas empresas. O artigo da nova lei que permite o trabalho de mulheres grávidas em ambientes insalubres deve criar controvérsia


Descanso
O intervalo para descanso e alimentação durante a jornada de trabalho pode ser de no mínimo 30 minutos. Antes, a lei exigia no mínimo uma hora

Vantagens Trabalhadores podem encerrar o expediente e voltar para casa mais cedo, e empresas podem evitar horas extras

Juízes acham que o intervalo é uma das normas sobre saúde e segurança que não podem ser negociadas sem violar a Constituição


Horas de trajeto
O tempo gasto até o trabalho e na volta para casa não deve ser contado como parte da jornada quando a empresa fornece transporte aos empregado

Vantagem Garantia de transporte a empregados com custo menor para empresas

Juízes dizem que o tempo gasto no trajeto deve ser remunerado como parte da jornada de trabalho


Férias
Poderão ser parceladas em até três vezes, desde que um dos períodos seja de pelo menos 14 dias corridos e os outros de pelo menos 5

Vantagem Maior flexibilidade para trabalhadores e empresas


Grávidas e lactantes
Mulheres grávidas ou lactantes poderão trabalhar em ambientes insalubres se o risco para a mãe e o bebê for considerado baixo por um médico

Vantagem Mulheres podem ser dispensadas do trabalho nesses ambientes se apresentarem atestado médico apontando risco

Juízes acham que condições de trabalho em ambientes insalubres fazem parte de normas sobre saúde e segurança que não podem ser negociadas sem desrespeitar a Constituição


Trabalhadores hiperssuficientes
Profissionais com ensino superior e salário maior do que R$ 11 mil poderão negociar individualmente com as empresas

Vantagem Maior flexibilidade para trabalhadores e empresas

Juízes afirmam que a Constituição proíbe acordos que reduzam direitos e garante que a norma mais benéfica seja aplicada sempre que houver dúvidas

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SALÁRIOS E BENEFÍCIOS

A nova lei procura dar maior segurança jurídica às empresas ao definir limites para pedidos de equiparação salarial dos trabalhadores e isentar de encargos verbas pagas eventualmente como incentivo à produtividade dos empregados, mas pode haver polêmica nos tribunais mesmo assim


Planos de cargos e salários
Planos de carreira poderão ser negociados sem registro em contrato de trabalho nem homologação pelo Ministério do Trabalho, uma exigência da legislação antiga

Vantagem Maior flexibilidade para trabalhadores e empresas


Isonomia salarial
Para pedir equiparação com colegas que ganham mais na mesma função, trabalhadores precisarão ter pelo menos quatro anos na empresa e dois anos na função

Vantagem Maior segurança jurídica para empresas


Comissões, gratificações e prêmios
Verbas de caráter eventual como comissões, gratificações e prêmios por produtividade não devem ser consideradas parte do salário

Vantagem Custos menores para empresas, com redução de encargos

Juízes acham que as empresas devem recolher contribuição previdenciária sobre essas verbas também

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DEMISSÃO

A reforma cria um novo tipo de demissão, que poderá ser negociada por patrões e empregados, e estabelece normas que podem reduzir a interferência dos sindicatos. O objetivo é facilitar o desligamento de trabalhadores em algumas situações e torná-lo mais barato para as empresas


Demissão em comum acordo
Patrões e empregados poderão rescindir o contrato de trabalho em comum acordo. Nesse caso, trabalhadores têm direito a 50% do aviso prévio e da multa do FGTS e podem sacar 80% do saldo do FGTS, mas não podem receber seguro desemprego

Vantagens Trabalhadores ganham mais com novo modelo do que se fossem demitidos sem justa causa, e empresas pagam menos do que se demitissem por justa causa


Homologação da rescisão
Em caso de demissão, a rescisão do contrato de trabalho não precisa mais ser homologada pelos sindicatos

Vantagens Menos burocracia para patrões e empregados, que podem receber a indenização mais rapidamente.

Sem o pente-fino que os sindicatos fazem na homologação, trabalhadores podem processar empresas se erros forem descobertos depois


Demissão coletiva
Demissões coletivas poderão ser feitas sem negociação com sindicatos, que não precisam mais ser comunicados da decisão da empresa

Vantagens Flexibilidade e redução de custos para empresas

Juízes dizem que demissões coletivas sem negociação com os sindicatos ferem vários princípios da Constituição

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NOVOS TIPOS DE CONTRATO DE TRABALHO

São regulados o teletrabalho, à distância da empresa, e as jornadas intermitentes. A reforma também cria garantias para funcionários que prestam serviços terceirizados


Teletrabalho
A nova lei cria regras para o teletrabalho, regime em que o empregado trabalha fora da empresa e se conecta com ela pela internet ou por telefone

Vantagens Flexibilidade para patrões e empregados e economia para empresas, que devem custear equipamentos, mas não precisam pagar horas extras

Juízes acham que empresas devem se responsabilizar por acidentes e pagar horas extras


Trabalho intermitente
Prestação de serviços por horas, dias ou meses, sem continuidade, em que empregado é convocado para trabalhar com pelo menos três dias de antecedência

Vantagens Flexibilidade para patrões e empregados, com regularização de bicos e outras situações que já ocorrem na informalidade

Juízes dizem que o novo regime desrespeita direitos garantidos pela Constituição


Autônomos
Trabalhadores autônomos poderão manter contrato em regime de exclusividade e continuidade, sem que isso configure vínculo empregatício com a empresa

Vantagem Custos menores para empresas, com redução de encargos

Empresas continuarão sujeitas a ações trabalhistas se outras circunstâncias da relação de trabalho indicarem vínculo empregatício


Benefícios a terceirizados
Empresas são obrigadas a oferecer a terceirizados os mesmos benefícios de alimentação, transporte e atendimento médico oferecidos a contratados diretamente

Vantagem Garantia para trabalhadores terceirizados

Juízes acham que trabalhadores terceirizados também têm direito a isonomia salarial com os funcionários da empresa


Pejotização
Trabalhadores demitidos só podem ser recontratados como prestadores de serviços terceirizados 18 meses após o desligamento

Vantagem Garantia para evitar que empresas demitam empregados para recontratá-los como pessoas jurídicas, pagando menos

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REPRESENTAÇÃO SINDICAL

Sindicatos de trabalhadores podem ficar enfraquecidos com o fim de sua principal fonte de financiamento, o imposto sindical obrigatório, mas a necessidade de convencer os trabalhadores a financiá-los pode levá-los a atuar de forma mais efetiva


Imposto sindical
Com a reforma, o imposto passa a ser recolhido apenas de quem autorizar o desconto no salário

Vantagem Liberdade de escolha para trabalhadores e empresas, que poderão deixar de recolher contribuições não autorizadas

Juízes acham que trabalhadores terão que se submeter à maioria se assembleias da categoria aprovarem o desconto do imposto


Comissões de empregados
Empregados poderão eleger comissões de representantes sem vínculo com o sindicato em empresas com mais de 200 funcionários

Vantagens As comissões não têm poder para negociar acordos como os sindicatos, mas podem resolver conflitos no local de trabalho e apresentar demandas

Acordos de empresas com comissões podem ser questionados na Justiça

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JUSTIÇA DO TRABALHO

Vários dispositivos da reforma têm como objetivo reduzir a pressão nos tribunais, limitando o acesso gratuito de trabalhadores à Justiça, restringindo o potencial de ganho com ações de dano moral e protegendo ex-sócios e empresas do alcance de ações trabalhistas. As vantagens vão depender da interpretação das novas normas pelos tribunais


Acesso gratuito
Trabalhadores com renda inferior a 40% do teto do INSS (R$ 2.212) terão acesso gratuito à Justiça do Trabalho, mas os demais precisarão comprovar incapacidade de pagar os custos do processo

Vantagem Para empresas, menos ações trabalhistas


Dano moral
Indenizações por dano moral, em casos de ofensa à honra ou assédio no trabalho, são tabeladas de acordo com o grau da ofensa e limitadas a 50 vezes o salário do trabalhador

Vantagens Custos menores e menos incerteza para empresas

Juízes acham que o limite é inconstitucional, por ferir a dignidade humana


Súmulas do TST e jurisprudência
Para que uma turma do TST adote súmulas e uniformize a jurisprudência, a nova lei exige o voto de pelo menos dois terços da turma e um histórico de decisões por unanimidade sobre o assunto

Vantagem Segurança jurídica para trabalhadores e empresas

Juízes acham que a norma é inconstitucional, por restringir a independência do Judiciário


Responsabilidade de ex-sócios
Ex-sócios de uma empresa processada na Justiça só respondem por suas dívidas trabalhistas na ausência dos atuais donos do negócio e por até dois anos após saída

Vantagem Proteção para sócios que se afastaram de empresas com dívidas trabalhistas


Responsabilidade de grupo econômico
Uma empresa só será tratada como parte do mesmo grupo econômico na Justiça do Trabalho se forem demonstrados o interesse comum e a atuação conjunta das empresas do grupo

Vantagem Proteção para empresas na Justiça

Juízes dizem que caberá às empresas provar que não são parte do grupo econômico
Herculano
11/11/2017 08:14
DIPLOMATA ACUSADO DE ASSÉDIO SUSPENSO POR 60 DIAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O corregedor do Ministério das Relações Exteriores, Márcio Araújo Lage, determinou o afastamento por 60 dias do embaixador João Carlos Souza-Gomes, chefe da representação do Brasil junto à FAO, organismo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, com sede em Roma. Ele é investigado por assédio moral e sexual contra subordinadas. Souza-Gomes estava exercendo o cargo havia um ano.

ACUSAÇõES GRAVES
O embaixador João Carlos Souza-Gomes foi denunciado por funcionárias da missão brasileira na FAO. Há até gravações.

GRANA GARANTIDA
Mesmo afastado, o embaixador continuará recebendo salários. Não fosse o abate-teto, limite de R$33.700, chegaria a mais de R$60 mil.

ALOYSIO ORDENOU
A investigação contra Souza-Gomes foi determinada pessoalmente pelo ministro Aloysio Nunes, ao tomar conhecimento das denúncias.

MEDIDA CAUTELAR
O corregedor do Itamaraty justificou o afastamento do embaixador como "medida cautelar", a fim de que não influa nas investigações.

DIA HISTóRICO: LEI TRABALHISTA ENTRA EM VIGOR HOJE
Após 74 anos, uma nova legislação entra em vigor neste sábado (11), modernizando as relações de trabalho, além de acabar com absurdos como a contribuição sindical obrigatória, que dá à pelegada mais de R$3,5 bilhões por ano. Acordos coletivos com força de lei, a possível divisão de férias, trabalho em casa (home office) e outras novidades põem no século 21 a velha CLT, produto de decreto-lei de um ditador.

DIREITOS PRESERVADOS
A reforma trabalhista preservou direitos como FGTS, férias de 30 dias, seguro desemprego, descanso semanal remunerado, 13º salário etc.

MARRETA
A CLT foi decretada pelo ditador Getúlio Vargas. A reforma que hoje entra em vigor foi aprovada no Legislativo e sancionada no Executivo.

APLICATIVO NO CELULAR
A Confederação Nacional da Indústria lançou o aplicativo Conexão RT para explicar a lei e possíveis impactos a empresas e empregados.

ESPERAR O QUÊ?
Aliado do "centrão" do presidente Temer reclama: "[PSDB] usa a vítima como moeda de troca, parece um resgate num sequestro. A diferença é que o PSDB não é vitima, eles quiseram participar do governo".

COTA PESSOAL
Além do chanceler Aloysio Nunes, outra perda iminente que afeta Michel Temer é a do ministro Antônio Imbassahy. Atrapalha mais que ajuda, ninguém lhe dá importância, mas o presidente gosta dele.

VALE LEMBRAR
Quis o destino que a nova lei trabalhista entrasse em vigor neste 11 de novembro, exatos 87 anos após a dissolução do Congresso por Getúlio Vargas, que determinou intervenção em todos os Estados, exceto MG.

CLIMA NÃO AJUDOU
A safra de grãos 2017/18 pode chegar a 227 milhões de toneladas, 5% menor que a anterior. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a exuberância da safra recorde anterior não se repetiu.

MAIS PRESÍDIO
Começam em janeiro as obras do sexto presídio de segurança máxima no País. Ficará em Iranduba, perto de Manaus, à margem esquerda do rio Solimões. Em tupi-guarani, Iranduba "lugar com muitas abelhas".

CALOTE À VISTA
O próprio vice-líder do governo na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES), contou que analistas da dívida pública na Receita Federal reconhecem que dos R$420 bilhões devidos, apenas 10 a 15% são "resgatáveis".

OPERAÇÃO SILÊNCIO
Terça (7), um helicóptero da PM pousou em plena avenida Paulista, São Paulo, às 6h30 da tarde, hora do rush. A equipe médica dirigiu-se a um edifício próximo, onde um homem se matou. Pulou do 21º andar. Meia hora depois, o helicóptero decolou. O nome é um mistério.

ELES NÃO MERECEM
A "Ideia Legislativa" mais apoiada da semana, no site do Senado, propõe alterar o Código Penal de modo que condenados por homicídio doloso ou estupro não se beneficiem da progressão (redução) da pena.

PENSANDO BEM...
...a nova lei trabalhista, que entra em vigor neste sábado, poderia ter previsto demissão de políticos por faltas ou por incompetência mesmo.
Herculano
11/11/2017 06:13
HUCK AFIRMA AO PPS QUE DECIDIRÁ SOBRE CANDIDATURA PRESIDENCIAL ATÉ DEZEMBRO, por Josias de Souza

Reunido na última quinta-feira com Roberto Freire, presidente do PPS, o apresentador Luciano Huck disse que decidirá no mês de dezembro se irá apenas "participar" ou "competir" nas eleições presidenciais de 2018. Não foi a primeira conversa de Freire com Huck. Eles já tiveram pelo menos três encontros. Freire estendeu o tapete vermelho para que Huck dispute a Presidência da República pelo PPS. Ficaram de se reunir novamente antes do final do ano.

O encontro ocorreu na residência do economista Armínio Fraga, no Rio de Janeiro. Foi testemunhado por outras duas pessoas: o ministro Raul Jungmann (Defesa) e Ilona Szabó, diretora do Instituto Igarapé, ONG que atua na área da segurança pública. Armínio, Ilona e Huck integram o Agora!, movimento cívico que tem a pretensão de interferir na política, qualificando-a. Três dias antes, Freire reunira em Brasília a Executiva do PPS. Informou à cúpula partidária sobre seus contatos com Huck. A legenda decidiu franquear os seus quadros para a filiação de integrantes do Agora!, sobretudo Huck.

Freire não fez segredo sobre seu entusiasmo com a perspectiva de lançar a candidatura presidencial do apresentador da TV Globo pelo PPS. Antes mesmo da decisão de Huck, já se esboça uma disputa. Presente à reunião da Executiva, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) reafirmou seu desejo de concorrer ao Planalto. Em conversa com o blog, ele declarou que, se necessário, medirá forças com Huck. A decisão do PPS sobre a candidatura será tomada num Congresso partidário marcado para março.

Cristovam repetiu para o repórter o que dissera para os dirigentes do PPS: "A gente pode participar da próxima campanha de duas maneiras. Uma é olhando apenas a coreografia dos candidatos, como se fosse um grande balé. A outra, que prefiro, é procurando uma proposta para conduzir o Brasil. Essa proposta precisa ter duas vertentes. Primeiro: como retomar uma coesão no Brasil? Somos um país dividido, caminhando para a desagregação. Segundo: como definir um rumo para o 3º centenário da Indepência, que começa em quatro anos? O próximo presidente tem de sinalizar onde estaremos no ano de 2040."

Huck não está conversando apenas com o PPS. Seu encontro com Freire e Jungmann ocorreu no meio da tarde de quinta-feira. Horas depois, jantou com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Sondou-o sobre sua disposição de compor uma chapa presidencial na condição de vice. Hartung mostrou-se absolutamente receptivo à ideia. O apresentador tem conversado também com Marina Silva, presidenciável da Rede Sustentabilidade.

Ex-presidente do Banco Central na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga tornou-se uma espécie de guru econômico de Luciano Huck. Em privado, revela-se disposto a coordenar a elaboração de um programa econômico caso a candidatura se materialize. O apresentador achegou-se também ao economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula.

Os entusiastas de Huck animam-se com seu interesse pela política por enxergar nele potencial para se firmar como uma opção presidencial de centro ?"uma alternativa à polarização que tem Lula num extremo e Jair Bolsonaro no outro. Imagina-se que a audiência que o apresentador conquistou nas classes C, D e E com seu 'Caldeirão do Huck' pode se converter em votos nas urnas de 2018.
Herculano
11/11/2017 06:09
A CRISE DESFAZ O NINHO TUCANO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

A destituição do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do PSDB, nesta quinta, mostra como a crise vai dissolvendo as principais agremiações brasileiras. A intervenção violenta de Aécio Neves (PSDB -MG) indica que a cizânia na nação tucana, onde os tapas costumam ser de pelica, é profunda. Divididos entre os que desejam permanecer e os que precisam, por razões sobretudo eleitorais, sair do governo, os peessedebistas pagam agora o preço de ter aderido ao golpe parlamentar.

É curioso, contudo, que a ala hoje mais bem aninhada nos braços do poder federal seja a que mais hesitou em aderir ao impedimento golpista de Dilma Rousseff. O ex-governador mineiro apostou, quase até o último momento, na possibilidade de novas eleições serem determinadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Coube à parcela serrista liderar, junto com o atual presidente da República, a montagem da máquina que derrubou a mandatária legitimamente eleita em 2014.

Por razões pouco claras, José Serra (PSDB-SP), que em 2015 funcionou quase como primeiro-ministro virtual de Temer, deixou Brasília e recolheu-se a São Paulo. Em compensação, Aécio, jogado em 2017 na mesma labareda que Temer pelas gravações de Joesley Batista, fez um pacto de salvação com o PMDB. Juntos serão forçados a articular uma opção de direita para 2018, representada na disputa interna do PSDB pela candidatura de Marconi Perillo. Não será fácil, tendo em vista a rápida ascensão de Jair Bolsonaro, encontrar o candidato ao Planalto que buscam.

Em torno de Jereissati se agrupam os que pretendem formular uma alternativa de centro, cujo nome para o ano que vem é Geraldo Alckmin. Querem associar os velhos preceitos éticos presentes na origem do PSDB a um programa de corte liberal na economia. Tudo embalado pela retórica de aproximação com o povo que o governador paulista tem ensaiado nos últimos meses, supondo que Lula seja impedido de concorrer.

A montagem pode até dar certo, mas não convence. A Lava Jato escancarou o modo de financiamento da política em geral. Os indícios vão no sentido de que nenhum dos partidos ficou fora do esquema. Nesse contexto, a linguagem ética dos velhos tucanos soa decorativa.

Quanto ao ideário de mercado, entra em choque com a necessidade de se popularizar. Um se afasta do outro como dois ímãs que se repelem. Se Alckmin for capaz de convencer o eleitor de baixa renda que o mercado, desregulamentado, vai resolver os seus problemas, merece ganhar o prêmio Houdini de mágica discursiva.

No conjunto, é a montagem institucional que vicejou sob a Carta de 1988 que se despedaça. Será difícil remontá-la.
Herculano
11/11/2017 06:05
PAREM AS MÁQUINAS E OS CLICHÊS! BOLSONARO PROMETE, SE ELEITO, CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO. QUE BOM!, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Sabem aquele clichê: "Seria cômico se não fosse trágico"? Pois é? Sempre que a gente é obrigado a atualizar um clichê, é sinal de que as coisas vão de "mau a pior" (outro!) e que "corações e mentes" (meu Deus!) estão contaminados. E será tanto pior se aquilo que vemos for só "a ponta do iceberg" (diabos! Algo me tomou). Preciso, "a todo vapor" (argh) - não seria "a toque de caixa" - sair desta. O mundo dos clichês é um "poço sem fundo" se você prefere "a zona de conforto"?

Jair Bolsonaro, candidato sabe-se lá de qual partido, à Presidência da República, divulgou a sua "Carta aos Brasileiros"? O que ela traz de relevante? Nada. Lá está o nome de um economista, Adolfo Sachsida, que o estaria orientando. Evidenciando que ele já seduz a economia, o texto informa a existência de "um time de acadêmicos e profissionais que estão integrando o nosso [deles] time. Os nomes, por ora, permanecem secretos. Melhor assim.

Para quem sabe ler, trata-se de um texto espantoso. Até quando tenta ser bilu-teteia, Bolsonaro veicula truculências, embora o casca-grossa machão, militar disciplinado e disciplinador e durão implacável seja personagem criada para seduzir distraídos, não é? Até agora, quem mais ganhou com a militância de Bolsonaro foi a família Bolsonaro? Não contei, mas acho que já há 7.753 bolsonarinhos eleitos?

O trecho mais sedutor da carta é este:

"Evidentemente que nenhum dos membros de nossa equipe defende ideias heterodoxas ou apreço por regimes totalitários.

Sabemos que estamos lidando com a vida e o futuro de centenas de milhões de pessoas. Assim, afirmamos que, absolutamente, todas as propostas serão pautadas pelo respeito aos contratos, respeito às leis e pelo TOTAL respeito à Constituição Brasileira."

De saída, não sei o que faz lá aquele "evidentemente". Sim, claro!, em matéria de prática totalitária, Bolsonaro é só um bufão de segunda categoria. Mas isso não significa que não possa ser porta-voz de teses totalitárias. E ele é.

Será que devemos ser gratos a Bolsonaro porque ele promete que, se eleito, terá "TOTAL respeito à Constituição Brasileira"? E que se note: não é um respeito qualquer. É tudo em maiúsculas, em caixa alta!

Então podemos ficar tranquilos: se eleito, ele não vai dar golpe de Estado.

A carta revela aquilo que pretende esconder. Quem caiu vítima da teia do "bolsonarismo" nas redes sociais sabe do que são capazes seus militantes, com o auxílio de perfis robôs. Quem vê a sua produção no Youtube constata que não se pode questionar Bolsonaro sem que se produza em resposta um vídeo em que o "mito" - tenha paciência!!! - acaba com o adversário. Os verbos escolhidos sempre sugerem a eliminação do oponente.

Essa conversa mole não tem a menor importância. O bolsonarismo, como pensamento ou tendência, não existe. O que se tem de presente e real é a gritaria das redes, com aqueles seres inteligentes a pregar que se enforque o último comunista com a tripa do último gay. Sempre deixando claro que eles decidem quem é "comunista" e quem é "gay".

E tudo isso, claro, de arma na mão porque, afinal, o desarmamento da população não passa de uma tramoia do comunismo internacional?

A propósito: Sachsida já ensinou a Bolsonaro o que é o "tripé macroeconômico"?

Segue a carta:

"Comunicado aos cidadãos do Brasil:

Nos últimos dias o Dr. Adolfo Sachsida foi apresentado pela imprensa como o 'conselheiro' do deputado Jair Bolsonaro. Conforme nota já divulgada, houve sim conversas com o talentoso economista.

Também entendemos o interesse da sociedade pela equipe de acadêmicos e profissionais que estão integrando nosso time.

Nesse sentido, podemos antecipar que já contamos com um sólido grupo, composto por professores de algumas das melhores universidades do Brasil e da Europa. Indivíduos que são referência na academia, com vários papers publicados em revistas ranqueadas, com larga experiência profissional e sem máculas em seus respectivos históricos.

Evidentemente que nenhum dos membros de nossa equipe defende ideias heterodoxas ou apreço por regimes totalitários.

Sabemos que estamos lidando com a vida e o futuro de centenas de milhões de pessoas. Assim, afirmamos que, absolutamente, todas as propostas serão pautadas pelo respeito aos contratos, respeito às leis e pelo TOTAL respeito à Constituição Brasileira.

Um amplo trabalho vem sendo desenvolvido há alguns meses e já existiram dezenas de reuniões. Não se tratando de algo rápido ou superficial.

Sabemos do momento dramático pelo qual o Brasil atravessa e estamos cientes que o nome de Jair Bolsonaro representa esperança de dias melhores para mais de duzentos milhões de brasileiros. Todavia, pedimos um pouco mais de paciência a todos, para que tudo seja feito de forma profissional, séria e ética. Como sempre será feito!

Brasil acima de todos e Deus acima de tudo."
Herculano
11/11/2017 05:55
WAACK É VÍTIMA DA FOME INSACIÁVEL DAS REDES QUE EXIGE SACRIFÍCIO DE FIGURAS, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Falando em público, Luís Roberto Barroso qualificou Joaquim Barbosa como "um negro de primeira linha". Desculpou-se, depois, pela óbvia conotação preconceituosa do diagnóstico - e, felizmente, segue no mundo dos vivos.

William Waack proferiu, em comentário privado, o mais antigo dos abomináveis gracejos racistas. A frase veio a público e ele desculpou-se - mas corre o risco de ser arremessado ao mundo dos mortos.

O minotauro da lenda alimentava-se de jovens virgens. A fome insaciável das Redes Sociais, minotauro pós-moderno, exige o sacrifício ritual de figuras públicas.

Um clamor de indignação legítima nasce da janela que se abriu para um abismo interior de Waack. O jornalista admirado expeliu lixo. Somos todos, de alguma forma, lixeiras de séculos de violência, exclusão e preconceito. As pessoas decentes estão indignadas pois enxergaram, em lugar inesperado, um sedimento profundo da história humana: o metal pesado, contaminante, do nosso desamor. Mas, se decentes realmente são, os indignados devem resistir à sedução do linchamento, outro metal pesado da tabela periódica da nossa barbárie.

O detentor do vídeo incriminatório guardou-o durante um ano inteiro, como quem protege um tesouro, antes de propiciar sua divulgação, um gesto derivado do cálculo, não da exasperação. As valiosas imagens e sons podem ter servido à chantagem ou ao comércio, antes de se prestarem à "cruzada da virtude" que está em curso.

No labirinto das Redes Sociais, o clamor de indignação legítima dissolve-se numa onda avassaladora de condenação terminal fabricada pela "guerrilha da informação". Waack precisa perecer pelo que diz e escreve em público: por suas opiniões políticas moderadas e suas matizadas interpretações históricas.

Troca-se a difícil tarefa de confrontar intelectualmente o "inimigo" por uma alternativa tão fácil quanto eficiente: suprimi-lo manipulando oportunisticamente o consenso civilizado de repúdio ao preconceito racial. Os hipócritas investem na decência dos decentes, em busca de uma finalidade indecente.

O gracejo idiota de Waack deu-se na hora do triunfo eleitoral de Trump, um fanfarrão sem escrúpulos, grosseiro, malcriado e preconceituoso. A figura que crismou os imigrantes mexicanos como estupradores substituía Obama, um líder íntegro, sofisticado, capaz de oferecer lições inesquecíveis de empatia humana.

"Coisa de preto", "coisa de branco"? A cor da pele nada tem a ver com isso, como Waack sabe perfeitamente. A frase emitida na esfera privada pode ser horrível (e é!), mas não equivale a uma sentença proferida na arena pública. Não se tem notícia de uma manifestação política racista ou um gesto de injúria racial do jornalista. Imolá-lo em cena aberta não nos limpa ou purifica - e só aplaca temporariamente a sede de sangue do minotauro virtual.

A URSS stalinista, a Alemanha nazista, a China maoísta, o Camboja de Pol Pot e a Cuba castrista estabeleceram o objetivo de criar o "homem novo". Os sistemas totalitários almejavam retificar não apenas o comportamento, mas a mente dos indivíduos, moldando-a segundo suas normas ideológicas. A escola, a propaganda, a prisão, a tortura e o campo de trabalhos forçados eram os instrumentos da pedagogia social.

Por sorte, todas essas tentativas fracassaram. Homens (e mulheres) "velhos", empapados de fraquezas e preconceitos, seguem constituindo as sociedades. São eles (nós) os alvos dos vigilantes das Redes Sociais, tão compreensivos com discursos políticos odientos, nem sempre severos com atos criminosos, mas implacáveis com desvios privados puramente verbais.

Já aprendemos algo com o triste episódio de Waack. Não precisamos condená-lo ao submundo, empobrecendo ainda mais nosso paupérrimo debate público, apenas para alimentar o minotauro
Roberto Sombrio
10/11/2017 21:56
Oi, Herculano.

O que rola no blog do Polibio Braga.

Coisas da rede Globo que quer estruir esse país.

"O alemão naturalizado brasileiro Hans Donner, o famoso criador das aberturas das novelas da Globo, como "Tieta" e "Rainha da sucata", está empenhado em modificar a bandeira do Brasil. Sua proposta, que está disponível para votação pública em uma campanha virtual, quer aplicar os tons de amarelo e verde do símbolo nacional em degradê, além de acrescentar a palavra "amor" antes do lema "Ordem e Progresso". A ideia inclui ainda alterar o sentido da faixa branca.

O projeto idealizado por Donner, e encabeçado pelo Fórum do Amanhã, evento que reúne intelectuais e populares para discutir problemas brasileiros e apontar soluções para o futuro, em Tiradentes (MG), deve ser enviado em breve para o Congresso Nacional para votação".

Já arrombaram com a língua portuguesa e até hoje os portugueses não engolem essa cretinice.

Agora quero saber como fica mais essa ideia de lixo já que ninguém mexe na bandeira do Brasil desde 1989 e a disposição das estrelas no centro da bandeira representam a imagem estabelecida a partir da visão do céu da cidade do Rio de Janeiro na noite de 19 de novembro de 1889.
A única estrela que está acima da faixa branca do "Ordem e Progresso" representa o estado do Pará, que na época era o maior território próximo ao eixo equatorial.
Mudando a posição da faixa central também vai mudar a posição das estrelas. Deve ser o céu visto da China.

Coisa de idiotas que parece não terem o que fazer. Daqui a pouco vão sugerir colocar uma saia rodada na imagem de NOSSA SENHORA APARECIDA.
Porque não colocam a imagem do Bonner no centro do símbolo da Globo?
Luis Cesar Hening
10/11/2017 18:34
AO SENHOR JUVERSI DA MOTA
1. O EXPREFEITO FUROU SIM A FILA
2. NEM NO BARRACAO E NEM NO BELA VISTA TEM DERMATOLOGISTA
3. O EX PREFEITO TERIA QUE IR NA SUA UNIDADE,MARCAR UMA CONSULTA ESPERAR PELO SEU ATENDIMENTO, QUE ESTARIA COM HORA E DIA MARCADO
4. SIM A FILA DE DERMATOLOGIA É GRANDE NO MUNICIPIO
5. SIM A MÉDICA QUE ATENDEU, ERROU POIS O MESMO NÃO PODERIA TER SIDO COLOCADO EM SUA AGENDA, SE POR UM ACASO SEU CASO FOSSE URGENTE, O MESMO TERIA QUE IR EM SUA UNIDADE NO BARRACÃO E REALIZAR UMA CONSULTA DE ENFERMAGEM E A ENFERMEIRA DA UNIDADE ANALIZARIA O CASO E SO DEPOIS ENTÃO A MESMA PROCEDERIA CONFORMES OS PROTOCOLOS NA SECRETARIA DE SAUDE DE GASPAR.
CONCLUINDO O EX PREFEITO USOU DE MA FÉ
Sidnei Luis Reinert
10/11/2017 16:29
Laurelli, Carvalhosa e Crema acionam TSE para extinguir partidos enrolados em casos comprovados de corrupção

2ª Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Três renomados juristas acabam de acionar o Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo supremo ministro Gilmar Mendes, para pedir o cancelamento do registro civil e a extinção de nove partidos. Os alvos do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, Laércio Laurelli, e dos juristas Modesco Carvalhosa e Luís Carlos Crema são o Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do Partido Progressista (PP), do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), do Partido Republicano Brasileiro (PRB), do Partido Comunista do Brasil (PC do B), do Partido Democrático Trabalhista (PDT), do Partido da República (PR) e do Partido Social Democrático (PSD).

A lista tem tudo para ser ampliada com uma denúncia contra o PSDB, que ficou de fora da lista negra dos juristas, embora tenha sido alvo do chamado "Mensalão Tucano" e das recentes denúncias contra o senador Aécio Neves. Suspeito de denúncias de corrupção, o neto de Tancredo ?" recentemente salvo em desgastante decisão por maioria apertada no Supremo Tribunal Federal ?" acaba de abrir a maior crise política no ninho tucano. Num golpe de canetada (imagem acima) destituiu Tasso Jereissati da presidência do PSDB. Em armação digna de um Partido Soviético do Brasil, Aécio escalou Alberto Goldman para comandar a escolha do novo "timoneiro" do "politiburro" tucano.

A Procuradoria-Geral Eleitoral não tem prazo para analisar o polêmico pedido fundamento nos arts. 1º, 3º e 17 da Constituição Federal; no parágrafo único do art. 19, no inciso I do art. 22, no § 1º do art. 237 e no art. 356 do Código Eleitoral; e, no § 2º do art. 28 da Lei nº 9.096/1995. Em 106 páginas de um verdadeiro libelo político contra a corrupção política, os três juristas clamam que é preciso dar um ponto final aos repetidos e gravíssimos ilícitos cometidos por estas agremiações partidárias e seus integrantes, ferindo de morte o ordenamento jurídico, a Nação, a Pátria, a União e o Povo brasileiro.

Têm base Constitucional os argumentos contra PT, PMDB, PP, PRB, PC do B, PDT, PR e PSD. Laurelli, Carvalhosa e Crema insistem na aplicação do parágrafo único do art. 1º da Constituição de 1988 (o mesmo que embasa a legitimidade de uma Intervenção Institucional): "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

Laurelli, Carvalhosa e Crema são diretos e objetivos: "O Poder e o Direito são nossos, o Povo. O dever e a obrigação são deles, os políticos. Mas, até mesmo essa ordem constitucional os políticos e suas organizações criminosas conseguiram inverter, subverter, distorcer, modificar e, por fim, eliminar. Não respeitam nada e nem ninguém. Colocaram-se acima da Lei e do Poder Judiciário".

Na inicial, os juristas acrescentam: "Nem com as investigações e condenações os políticos criminosos e suas agremiações cessam com suas ações político-criminosas. A moral, a eficiência e o trabalho sério de agentes públicos (integrantes da polícia federal, ministério público federal e da justiça federal) que, em defesa da República e do Povo, provam os crimes e prendem os criminosos, estão sendo, sorrateira e asquerosamente, aniquilados por ocupantes dos mais altos cargos da República. Mister então, tirar as armas e os instrumentos para a prática criminosa desses políticos assassinos da moral, da ética, da segurança, da saúde, do alimento, do sustento das famílias, da educação e da nossa dignidade. Noutras palavras, devemos extinguir os partidos políticos criminosos".

Laurelli, Carvalhosa e Crema acrescentam: "A Constituição Federal (arts. 1º, 3º e 17), o Código Eleitoral (arts. 237, § 1º, e 356) e a Lei dos Partidos Políticos (art. 28, § 2º) dão legitimidade ao eleitor para denunciar e requer a extinção de partidos políticos que violarem os fundamentos da República Federativa do Brasil. A Lei nº 9.096/1995, assenta no § 2º do art. 28 que: Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado: [...] § 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral".

Os juristas justificam o pedido moralmente, em fatos de amplo conhecimento do eleitorado: "As notícias apenas revelam a insanidade moral, o despudor ético e a falta de humanidade dos políticos criminosos. Elas tiram o véu há muito colocado sob nossos olhos para turbar nossa visão e enganar nossos sentidos, disfarçando a verdade em prol dessa corja criminosa que se autodenomina representante do Povo. É hora da busca da Verdade! Chegado o momento de se fazer Justiça! Cumpra-se a lei, revelem-se os crimes e punam-se os bandidos!".
Laurelli, Carvalhosa e Crema exigem: Que os criminosos sejam banidos da sociedade brasileira, muito melhor, do nosso país. Não se admita a impunidade ou benesses aqueles que estão correndo para entregar os seus comparsas com a pretensão de se salvar, hasteando a bandeira de herói apenas por dedurar seus companheiros criminosos. A questão não é sobre governabilidade. Não se trata de estabilidade das instituições ou da economia. Estamos aqui tratando da punição de criminosos que lesaram e continuam lesando a nossa Pátria. Políticos criminosos que enganaram o eleitor brasileiro utilizando de dinheiro público roubado".
Os juristas vão além do campo meramente jurídico: "Criminosos organizados em partidos políticos dividiram o país em classes (social, raça, cor, sexo, idade, e ideologia), incentivando o nós contra eles, para que, enquanto o povo guerreie entre si, sob o fomento do ódio e de antagonismos descabidos, os bandidos circulem livre, mascarados de defensores do povo. Ao tempo em que esses políticos criminosos decidem qual o partido político vai roubar quais órgãos da administração pública ou empresas públicas, como fizeram com a Petróleo Brasileiro S.A. Garantindo, a saga criminosa, que nada ou nenhuma atividade do Estado fique sem ser defraudada. É preciso desmascará-los, fazer calar as mentiras e cessar a espoliação. Então, é tempo de coragem, honra e hombridade".
Laurelli, Carvalhosa e Crema fazem um apelo: "É hora daqueles que honram a Pátria se levantarem, com moral para agir em defesa do nosso país e do Povo brasileiro. Apagaram-se as supostas luzes da então denominada redemocratização do Brasil que, nos idos de 1985, sob a falsa crença de libertar o povo brasileiro do capitalismo, forjaram a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Vimos hoje revelarem-se falsas as luzes, o discurso e as intenções maquiavélicas, mentirosas e enganadoras dos inescrupulosos políticos, diante das incontestáveis avalanches de fatos e provas evidenciadas".
Os três juristas fazem uma análise que vai além do mero discurso contra corrupção sistêmica: "Está comprovado que os crimes de lesa Pátria foram cometidos em larga escala, com planejamento estratégico de longo prazo, praticado diante dos olhos dos brasileiros e sem qualquer temor à lei e às autoridades. As práticas corruptas dos partidos políticos, políticos, empresas e empresários, inicialmente, estruturadas com a justificativa da redemocratização do país, foram potencializadas, aperfeiçoadas, ficaram mais elaboradas e sofisticadas. Mais recentemente, organizados em grupos nacionais e transnacionais, triangulam operações financeiras internacionais, utilizam empresas estrangeiras, criam negócios jurídicos com objetivos ilegais, falseiam, simulam, adulteraram preços, negociam apoio parlamentar, mediante o pagamento de propina".
Laurelli, Carvalhosa e Crema lamentam o comportamento hediondo de vários políticos de renome: "Muitos, que outrora lutaram pela redemocratização do Brasil, se revelaram assaltantes do Povo e dos cofres públicos. Vilipendiaram a maior empresa brasileira. Agrediram de morte a moral do Brasil. Deixaram escolas sem recursos, crianças sem comida. Fizeram desaparecer o dinheiro dos hospitais. Funcionários públicos sem salários. Consumiram com a verba da segurança pública. Permitiram a morte de filhos da nossa Pátria. E para que? Para manter o "presidencialismo de coalisão" e a "governabilidade". Estes são os novos termos do que antes chamaram 'redemocratização'".
O trio não perdoa a politicagem bandida:"Termos novos para nominar as mesmas sanguinolentas e repulsivas intenções, praticadas pelos mesmos atores, escamoteados, agora, em maior número de siglas partidárias: PT, PMDB, PP, PROS, PRB, PC do B, PDT, PR e PSD. A salutar Operação Lava Jato, e todas as ramificações e desdobramentos, há muito vem revelando como políticos criminosos e partidos políticos corruptos roubaram o Brasil, a Petrobras e tantos outras empresas e órgãos públicos. Nem mesmo os fundos de pensão dos funcionários dos Correios, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal escaparam da voracidade e voluptuosidade dos bandidos. Sempre na escabrosa e teratológica sina de roubar, roubar, roubar... não interessando da aonde, o quanto ou quem será prejudicado".
Laurelli, Carvalhosa e Crema refrescam a memória dos eleitores mais esquecidos: "A Operação Lava Jato revelou que partidos políticos receberam recursos ilícitos de procedência estrangeira, realizaram atividades ilegais fora do país, planejaram e executaram elaboradas operações internacionais para tentar esconder o dinheiro sujo de propina, aliciaram e extorquiram empresas nacionais e estrangeiras para obter dinheiro e vantagem ilícita em troca de contratos, obras, informações, influência política e, até mesmo, de leis que lhes beneficiassem. Os partidos políticos se organizaram em forte disciplina para assaltar os cofres públicos. Instituíram surpreendente estrutura criminosa, com subordinação, hierarquia de comando, divisão de tarefas e repartição do produto do crime".
Os juristas acentuam: "As investigações, as ações penais e os inquéritos em trâmite no Supremo Tribunal Federal comprovam que os partidos políticos estabeleceram fortes alianças entre eles, seja para dizer quem iria roubar o que, quando e como repartir o roubo, seja para fixar as áreas (órgãos públicos ou empresas) em que cada qual poderiam agir criminosamente. Uma aliança partidária criminosa para que todos roubassem sem que houvesse indisciplina ou prejuízo entre as agremiações partidárias criminosas. Cada companheiro tinha a tarefa de arrecadar em nome e para o partido".
Laurelli, Carvalhosa e Crema desenham para o mais refinado analfabeto político entender: "Financiados pelo produto do crime e com o inconcebível sistema eleitoral brasileiro, brotado da pretensa redemocratização, os partidos políticos conseguiram legitimar seus asseclas no poder e com isso mantiveram reincidência perpétua no assalto aos cofres públicos. O Brasil foi, e continua sendo, usado para fins privados dos partidos políticos e de seus integrantes, criminosamente investido de poder, supostamente legitimados pelo voto. Empresas e empresários investem nos criminosos no aguardo do retorno do investimento".
Os três juristas vão aos detalhes da sofisticada roubalheira: "Métodos sofisticados de estruturações societárias foram criados para possibilitar, receber e camuflar o dinheiro usurpado do país, e, encobrir o dinheiro ilícito recebido dos investidores privados. Adquiriram instituição financeira internacional para escamotear o roubou e dificultar a apuração dos crimes. O Brasil é governado por ladrões! Nosso país e nós, o Povo, continuamos vítimas das organizações criminosas, a nos tirar a saúde, suprimir o alimento, surrupiar a segurança, colocando-nos em risco de morte, física, posto que a moral já está atestada. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal comprovam que as organizações criminosas não se restringiram a desviar dinheiro da nossa Petrobras para abastecer os partidos políticos da base do governo".
Em síntese, Laurelli, Carvalhosa e Crema fecham a tampa do caixão da politicagem bandida: "Provou-se que o arquétipo criminoso dos partidos políticos, executados por seus partidários, envolveu grandes empresas nacionais e internacionais. Obras de hidrelétricas, rodovias, ferrovias, liberação de financiamentos do BNDES, Caixa Econômica Federal, financiamentos de ONG's, gastos com publicidade, dentre tantas ainda por aparecer. Comprova-se que aonde há Governo Federal, há corrupção".
Os juristas resumem o drama brasileiro: "Chegada a hora da Verdade e Justiça! Não basta apenas a punição dos políticos criminosos, é preciso, urgentemente, a extinção das organizações partidárias criminosas. Os partidos políticos foram e são utilizados como verdadeiras armas do crime. São instrumentos utilizados para garantir o engodo, a camuflagem, a materialização e a utilização do produto do crime".
Por fim, justificam por que o TSE tem de aceitar o pedido de extinção dos partidos comprovadamente corruptos: "É através dos partidos políticos ilícitos que bandidos buscam se legitimar no poder, é nos partidos políticos que o dinheiro roubado transita para ser lavado, mediante a famigerada doação oficial e o, larga e amplamente praticado, caixa 2. O dinheiro roubado financia os partidos políticos corruptos e, em muitos casos, campanhas eleitorais estelionatárias. Os partidos políticos criminosos recebem, distribuem e entregam o produto do crime. São assaltos sem precedentes na história mundial".
Os juristas insistem na tese central e prática da ação: "É chegada a hora de impedir, frear, impor limites e punir, rigorosa e verdadeiramente, os assaltantes dos cofres públicos. É emergencial que esta Corte de Justiça Eleitoral decrete o fim do esbulho à República, proteja a Nação, mantenha a democracia, permita o funcionamento do sistema de eleitoral e diga ao Povo brasileiro que ainda há esperança. Não pode o Povo, desempregado, sem perspectivas, sem o que comer, não tendo aonde morar, nem aonde tratar suas enfermidades com decência, com precárias condições para estudar, sem segurança e desamparado, pagar pelos danos e prejuízos causados pelos partidos políticos criminosos e seus comparsas, sem moral e sem Pátria".
Laurelli, Carvalhosa e Crema dão uma espécie de xeque-mate ao Judiciário: "Estamos pagando duplamente pelos prejuízos causados por essa corja de bandidos. Primeiro, ficamos sem os já escassos recursos para a alimentação, saúde, educação e segurança. Agora, estamos sendo obrigados a suportar os aumentos de tributos, sob o argumento de que o País não tem recursos. Que se materialize o discurso: "ainda há instituições sérias nesse País".
Os cidadãos honestos vão se deleitar com a leitura completa das 106 páginas da denúncia inédita, corajosa e polêmica feita por Laércio Laurelli, Modesto Carvalhosa e Luís Carlos Crema. Agora, a bola está com a Procuradoria-Geral Eleitoral. Em breve, se não houver omissão da promotoria, a bomba estourará no colo de Gilmar Mendes e demais ministros da Corte máxima eleitoral ?" aquela mesma que recusa a implantação total da impressão do voto para conferência do registrado eletronicamente - que elege, todos os anos, milhares de políticos corruptos no Brasil.
Sidnei Luis Reinert
10/11/2017 16:12
Nem São Gilmau salva os tucanalhas


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Nem que São Gilmau existisse, teria a milagrosa capacidade de salvar o PSDB. O principal destruidor da imagem do Partido da Social Democracia brasileira é, sem dúvida alguma, Aécio Neves. Delações na Lava Jato desmoralizaram o senador que presidia o partido rachado. Aécio Neves acabou de dizimar o ninho tucano com o golpe que tirou Tasso Jereissati do comando interino da sigla que, por um acúmulo de erros, seria mais bem definido como Partido da Sabotagem Do Brasil.

Aécio agiu como um ditador intervindo em uma agremiação política literalmente partida. O PSDB não consegue resolver o conflito de ser adesista ao governo no fisiologismo dos cargos, tentando fingir, no discurso, que é capaz de ser independente e "oposição responsável" ao governo Michel Temer. Os tucanos não conseguem unidade para definir quem será o candidato presidencial em 2018. Geraldo Alckmin tratorou os inimigos internos, sobretudo cortando as asinhas de seu afilhado João Dória ?" que nem deu para saída como concorrente, apesar de abusar da marketagem como Prefeito de São Paulo que ainda não decolou.

Ocupando a poderosa máquina do Governo de São Paulo há mais de 20 anos, não tem a menor capacidade de conciliar tanto interesse divergente em um partido que não tem um projeto estratégico e soberano para o País. O PSDB nada mais é que um PT envernizado, claramente elitista, menos populista, porém claramente praticante do modelo Capimunista, Rentista e corrupto. Os tucanalhas embonecados adoram surfar na máquina pública, associando-se a bilionários daqui e de fora para participar, de forma escamoteada, de grandes negociatas.

Por isso, o ninho tucano é um território de predadores que se devoram. O vaidoso Fernando Henrique Cardoso usa o verniz de príncipe dos sociólogos para esconder sua verdadeira face: a de um agente do Poder Real Mundial que entrega o Brasil aos seus financiadores transnacionais de uma social democracia completamente hipócrita. O antipático José Serra joga sozinho no próprio time: tromba com FHC e trucida inimigos internos nem sempre mais fracos, principalmente da turma do Geraldo. Embora pose de comciliador, Tasso Jereissati é por muitos chamado de "coronel cearense". Aécio sempre fez a mesma sabotagem, até que a fantasia de bom moço virou pó.

Agora, cinicamente, Aécio alega que a substituição (truculenta) de Tasso foi "legítima e necessária". Só pode estar de brincanagem o senador que só não acabou preso por interpretação da suprema proteção divina da cúpula de um Judasciário sem-noção da realidade de um povo cansado de ser roubado por uma desqualificada classe política. Fofoqueiros garantem que até FHC ficou pt da vida com o golpe dado por Aécio. Geraldo Alckmin foi forçado a reclamar que não fora consultado sobre a mudança e, se fosse, teria sido contra tirar Tasso.

A crise de identidade tucana é assustadora. Eles não se comportam como legítimos sociais democratas. São de esquerda, agem como esquerdistas, porém exibem muita vergonha do próprio comportamento. Seus "intelectuais" (FHC à frente) se comportam como socialistas fabianos ?" defensores de uma implantação socialista gradual e segura, tentando esconder o namoro com o fisiologismo e o populismo de ocasião e conveniência. Uma corrente liberal e mais jovem busca espaço no partido, porém é sabotada pela velhacaria da ditadura tucanalha. Se tal tendência, um dia, conquistar hegemonia, o partido terá de mudar de nome, programa e identidade.

A próxima eleição tende a dizimar os tucanalhas. Aécio Neves sujou ainda mais o nome da sigla (o PSDB já estava na berlinda desde o mensalão mineiro, com o ex-governador e senador Eduardo Azeredo). Duas décadas de Palácio dos bandeirantes desgastaram Geraldo Alckmin que não tem condições de decolar para o Palácio do Planalto - do mesmo jeito como não teve na eleição em que foi derrotado por Lula. Enfim, com a adesão fisiológica ao governo Temer ?" que já prepara para trair vergonhosamente -, o PSDB não consegue mais personificar uma alternativa de poder. Tão ruins ou piores que ele só o PT e o PMDB.

Com ou sem os tucanos oportunistas, Michel Temer vai se arrastar até o final de um governo que não aconteceu. O Brasil segue por inércia. Nunca antes na História desse País, um Presidente acabou tão impopular. Nem José Sarney, nem Fernando Collor ou a Dilma Rousseff conseguiram tal façanha negativa.

Não é à toa que o lendário Negão da Chatuba avalia que a coisa está realmente preta (para o William Waack, petralhas, peemedebostas, tucanalhas e afins). Por isso, o indecente afrodescendente da Baixada Fluminense resolveu homenagear o marido da bela Marcela, parodiando o refrão de um pagode do imortal Bezerra da Silva:

"Se o Leonardo da Vinci, porque o Temer não pode dar três?... Por cento..."...

Aguardamos que música o Chatubão do Apolinho cantaria para o bando tucanalha... Que abundem sugestões dos leitores amantes do pagode crítico...

Paremos por aqui, orando, implorando e obrando para o fictício santo protetor dos tucanalhas: "São Gilmau, não me queira mal"...
Pedro do Bela Vista
10/11/2017 10:05
Os petistas já começaram a inventar histórias

A que disse se chamar Juverci, (alguem conhece?), disse que o ex-prefeito não furou fila aqui no Bela Vista.

Bom. Se não furou, ele devia ter ido primeiro ao PSF do Barracão, onde está inscrito para ser atendido, marcado a consulta. Como lá não há dermatologista (é preciso ver direito essa história), vai para a regulação para ser atendido na Policlínica, ou eventualmente o que tiver esta especialidade, que deveria estar na Policlínica

Como diz Juverci: "A verdade deve se sobrepor aos interesses políticos e diferenças pessoais".

Como uma boa petista, já está pedindo a punição dos que divulgaram o furo da fila do ex-prefeito.

E para encerrar: se era o caso de dermatologia, qual a razão para a médica encaixá-lo na emergência de uma grávida para antecipar atendimento? Como a secretaria de Saúde continua aparelhada pelo PT, sabe-se o que vai dar essa sindicância.

Outra. O ex-prefeito com plano de saúde, comendo vagas no SUS e numa especialidade rara e de forte demanda?
Juverci da Motta
10/11/2017 09:43
Sr. Herculano,

A verdade deve se sobrepor aos interesses políticos e diferenças pessoais.
Vamos ao ponto:
1) No Barracão não tem médico dermatologista;
2) O Ex-prefeito tem plano de saúde;
3) Ele agendou está consulta médica;
4) A demanda nesta especialidade é pequena;
5) Não houve "fura fila" e
6) Quero dizer que sou plenamente favorável de que busque a verdade, que se puna rigorosamente em caso de desvio de conduta, tanto o infrator (caso seja verdadeira a denúncia), quanto os que levantaram esta hipótese de conduta imoral e grave.
Onde estão os edis da situação e oposição? Vão se calar? Busquem a verdade, ou demonstrarão uma medíocre.
Herculano
10/11/2017 09:27
HÁ MUITO UM GOVERNO DECORATIVO

Esta é do excelente Raul Sartori, em "Porque tanta pressa?"

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Garcia, foi até o governador,terça-feira, com um pacote pronto: informou Raimundo Colombo que estava se aposentando e que para seu lugar queria que fosse nomeado o deputado estadual e seu afilhado político, José Nei Ascari (PSD). Numa demonstração do quanto manda, até no governador, no mesmo dia Colombo oficializou o nome de Ascari à Assembleia Legislativa, que na quarta-feira, em uma agilidade invulgar, nomeou comissão especial e submeteu o nome para deliberação do plenário, que o referendou, no período da manhã, usando a mesma velocidade, com 31 votos favoráveis. No mesmo dia, à tarde, Ascari assumiu seu privilegiado e vitalício cargo no Tribunal de Contas do Estado. A pergunta que todo mundo faz e cuja resposta talvez se saberá nos próximos dias - e muito provavelmente não dos personagens diretamente envolvidos - é: porque tanta pressa?
Miguel José Teixeira
10/11/2017 09:18
Senhores,

Na mídia:

"PT vai fazer novas vaquinhas para caravanas de Lula"

Garanto que, quando a maldita caravana do lula for para Curitiba, eu contribuirei com a vaquinha!!!
Herculano
10/11/2017 08:56
A REFORMA DA IGUALDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A força necessária para o governo aprovar a reforma da Previdência pode estar na decisão de não ceder às pressões de algumas categorias do funcionalismo

Sem dar ouvidos a quem apregoa a suposta falência da reforma da Previdência, o governo federal retomou os trabalhos para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 possa ser aprovada, em dois turnos, pela Câmara dos Deputados ainda neste ano. O relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), redige uma nova versão do texto, capaz de assegurar os dois pontos considerados fundamentais pela equipe econômica de Michel Temer: a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria e a unificação das regras dos servidores públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada.

É mais que evidente a necessidade de uma reforma da Previdência, em razão do crescente déficit do sistema previdenciário. Em 2016, o rombo causado pela Previdência nas contas da União, dos Estados e dos municípios foi de R$ 305,4 bilhões. Longe de ser temporário, esse desequilíbrio entre receitas e despesas é estrutural e tende a crescer, inclusive por força do envelhecimento da população. Ou seja, as regras atuais da Previdência geram uma conta que, além de ser cara demais para o bolso do contribuinte - o dinheiro dos impostos é usado para o custeio dos benefícios previdenciários -, é insustentável no médio prazo. O Estado não tem condições de cobrir esse rombo anual cada vez maior e continuar cumprindo suas atribuições essenciais na área da saúde, educação, segurança, etc.

A reforma da Previdência não vem, no entanto, apenas evitar a falência econômica do Estado brasileiro. Ela também é necessária para preservar o Estado de Direito, especialmente no que tange à igualdade de todos perante a lei. O sistema atual é profundamente desigual, com a existência de dois regimes previdenciários completamente diferentes. O servidor público tem um tratamento acintosamente mais vantajoso do que o trabalhador do setor privado.

Certamente, podem ser de justiça algumas especificidades no regime previdenciário do servidor público, tendo em conta as diferenças entre o serviço público e a iniciativa privada. Por exemplo, o funcionário público tem algumas restrições em sua atividade profissional que o trabalhador privado não tem. O que se vê no Brasil, no entanto, é uma absoluta desproporção entre os dois regimes. O servidor público aposenta-se muito mais cedo e com vencimentos proporcionalmente muito superiores aos do trabalhador da iniciativa privada.

É gritante, por exemplo, a diferença entre os limites máximos de cada aposentadoria. No Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o teto atual é de R$ 5.578. Já o valor máximo que um servidor público pode receber de aposentadoria é R$ 33,7 mil, seis vezes mais que o teto da aposentadoria do trabalhador privado.

Recentemente, o deputado Arthur Maia assegurou que o fim dos privilégios aos servidores públicos será uma das cláusulas pétreas nas negociações do novo texto da reforma da Previdência. Trata-se de uma alvissareira disposição, pois uma maior igualdade nos regimes previdenciários, a despeito de sua constante presença no debate público, é quase sempre um tema abandonado ao longo das negociações políticas, como se fosse impossível de ser aprovado.

É certo que várias categorias do funcionalismo são muito organizadas politicamente e tentam preservar seus privilégios. Tal movimentação não pode, no entanto, servir para que o Congresso mantenha um regime de tratamentos discrepantes entre os funcionários públicos e a imensa maioria da população brasileira que trabalha na iniciativa privada.

A força necessária para o governo de Michel Temer aprovar a reforma da Previdência pode estar justamente na decisão de não ceder às pressões de algumas categorias do funcionalismo. Ao atuar assim, o que muitos qualificam de impopular reforma da Previdência pode-se transformar na mais popular das reformas. Afinal, a existência de castas no regime previdenciário é uma excrescência que desfigura não apenas a identidade do Estado de Direito. Ela fere o sentido de igualdade tão profundamente presente na consciência do brasileiro.
Herculano
10/11/2017 08:44
DELAÇÕES DA JBS NÃO TÊM VALIDADE, E PROVAS SÃO NULAS. QUE FALE A OAB!, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

As delações dos diretores da JBS não valem nada. As provas delas decorrentes são nulas porque obtidas por meios ilícitos. Ou o STF, com o endosso da Procuradoria-Geral da República, cumpre a Constituição e as leis, ou o Supremo passará a ser um tribunal de exceção, e a PGR, promotora de meios criminosos para combater o crime.

O que vai ser?

Se dúvida restava - vai melhor "restasse" - sobre a qualidade, legalidade e finalidade das delações premiadas dos diretores da JBS, não resta -ou restaria- mais. Os pares "restava/resta" e "restasse/restaria" distinguem os lógicos dos empiristas. Um bom leitor de contextos, subtextos e pretextos entendeu desde o primeiro momento haver uma conjuração de forças, inclusive em setores da imprensa, empenhadas em derrubar Michel Temer e em, como supõem benevolentemente sobre si mesmos, sanear a política. Já tinham até indicado a nossa Tirana de Siracusa de toga para substituir o presidente.

Por que eu soube desde o primeiro momento tratar-se de uma armação golpista? Porque procurador-geral da República não escolhe relator da denúncia que vai fazer, como Rodrigo Janot escolheu Edson Fachin. O que a carne podre dos irmãos Batistas tem a ver com o assalto petista (com aliados) à Petrobras? Nada! A isso se chama fraudar o princípio do juiz natural.

Depois vieram elementos abundantes indicando que Janot contara o oposto da verdade ao afirmar que o primeiro contato dos patriotas da JBS com o MPF com vistas a um acordo só se dera no dia 27 de março. Um dos delatores já havia relatado à corregedoria do MPF que os entendimentos haviam começado em fevereiro; outro narrou encontro com Eduardo Pelella, o Leporello de Janot, pouco antes de Joesley Batista fazer aquela gravação no Jaburu, no dia 7 de março. Mas sabem como são os empiristas...

Além de desconfiar de forma determinada da lógica, não se contentavam só com a palavra dos bandidos nem quando estes, grampeando-se a si mesmos, revelaram a tramoia, naquele estilo muito particular exercitado por corruptores na grotesca intimidade dos iguais. Faltava-lhes uma evidência que não tivesse origem na boca dos delatores, essa estranha categoria de pessoas cujas palavras só são levadas a sério por repórteres e colunistas se endossam as teses do MPF.

Finalmente, os renitentes Tomés tiveram de ceder. Reportagem publicada pela Folha nesta quarta (8) traz o conteúdo de um e-mail enviado por Marcello Miller a si mesmo no dia 9 de março. Tudo está lá: a turma da JBS já estava negociando a delação; Janot, mais uma vez, falhou com a verdade ao afirmar que só soubera do conteúdo da gravação de Joesley no fim de março; Aécio Neves nem tinha sido gravado ainda, mas já constava como um dos nomes que a turma decidira entregar; as datas evidenciam que as ditas "operações controladas" foram, na verdade, flagrantes armados.

Um presidente e um senador grampeados sem autorização judicial, sob o patrocínio do Ministério Público? Armação de flagrante? O ordenamento jurídico brasileiro trata do assunto, como princípio, no inciso 56 do parágrafo 5º da Constituição, tornado cláusula pétrea pelo artigo 60: "São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos". Encerro indagando quando a OAB vai romper o seu silêncio sobre essas óbvias agressões ao Estado de Direito. Não em defesa dos bandidos, doutores! Mas em defesa das garantias democráticas. Quando?

Notaram? De certo modo, autogrampos e autoconfissões fazem em favor da verdade o que o MPF e o STF não conseguem fazer.
Herculano
10/11/2017 08:34
DINHEIRO PODE TER SIDO LEVADO A PORTUGAL POR 'ROSE', por Cláudio Humberto, na coluna de Cláudio Humberto, publicada hoje nos jornais brasileiros

Rosemary Noronha, a "Rose", amiga íntima de Lula, é uma das hipóteses das autoridades portuguesas na tentativa de identificar os donos dos 40 milhões de euros (R$153 milhões) abandonados no Banco Espírito Santo, sem que ninguém os reclame. A suspeita é que ao menos parte desse dinheiro é de brasileiros. O banco português, em liquidação, investiu os recursos em outros bancos em contas "jumbo".

?25 MILHõES
Em 2012, o então deputado Anthony Garotinho (RJ) denunciou que "Rose" levou a Portugal 25 milhões de euros. Jamais foi desmentido.

CARONA AMIGA
Garotinho disse que Rose foi a Lisboa com Lula levando os 25 milhões no avião presidencial. Jamais foi processado por causa da denúncia.

AGÊNCIA DO PORTO
O dinheiro levado por Rose, reafirma agora Garotinho, fora depositado em agência do Banco Espírito Santo na cidade do Porto.

CARRO FORTE
Para levar todo aquele dinheiro ao Porto, Rose usou uma empresa de transporte de valores, cuja apólice de seguro a cita como responsável.

CARTÃO CORPORATIVO CONSUMIU R$1,2 BI DESDE 2002
Até o dia 30 de setembro o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) registrou 2.907.252 despesas com cartões de pagamento do governo federal, os famosos cartões corporativos, que totalizam gastos de R$1,2 bilhão (exatos R$1.261.476.232,79) desde que foram criados em 2002. O ano de maior despesa foi o último ano do governo Lula, quando a gestão petista conseguiu torrar mais de R$80 milhões.

EM 2017
Apenas este ano, o total gasto com os cartões do governo ultrapassou os R$33,4 milhões para bancar despesas do governo Temer.

MAIOR GASTADOR
A Presidência da República é responsável pela maior parte dos gastos com cartões. Somente em 2017 foram R$8,5 milhões.

SEGURE O BOLSO
Cada vez que um funcionário público usa um cartão corporativo do governo isso custa R$434, em média, ao contribuinte brasileiro.

CONSTITUCIONALIDADE GARANTIDA
O Planalto espera que a Declaração de Constitucionalidade da reforma trabalhista no STF elimine as duvidas citadas pelos ativistas da magistratura. Mesmo que um artigo seja considerado inconstitucional, o STF pode alterar sua interpretação e evitar conflito com a Constituição.

CASAMENTO FELIZ
Michel Temer sofre quando pensa que poderá perder o ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores), com a saída do PSDB do seu governo. Nunes no Itamaraty é, para o presidente, um casamento que deu certo.

DESISTA, PRESIDENTE
O afastamento de Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB fez Michel Temer alimentar novamente a esperança de manter os tucanos em sua base aliada. Mas isso dificilmente ocorrerá.

FD(*)!*PQ(*)!
O pau cantou ao telefone, ontem, quando o senador Aécio Neves pediu a Tasso Jereissati para entregar o cargo. O mineiro viu agigantar-se na outra ponta da linha a poção "coroné dozoio azul" do colega cearense.

ANRÃ...
Ao contrário de 2015, quando se manteve na presidência do PSDB e articulou a própria reeleição, Aécio Neves disse que afastou Tasso Jereissati (CE) "para manter a isonomia entre os candidatos".

REGALIAS GARANTIDAS
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pediu licenças médica e "para tratar de interesse particular" por 121 (e não 120) dias. Assim, Sérgio Rogério de Castro (PDT), o suplente, terá todas benesses do mandato.

VAI PARA O SUS, MINISTRO
Após internação do ministro Ricardo Barros (Saúde) no hospital Sírio-Libanês, voltou à tona projeto do deputado Cabo Daciolo (Avante-RJ), que obriga políticos e familiares a usarem o SUS, durante o mandato.

DEPUTADO OU CINISMO
O psicólogo José Ernesto Bologna lança o livro "O Deputado - ou o cinismo" (Ed. Edições de Janeiro), que discute o cinismo na política, no auditório do Mater Dei, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira às 19h30.

PERGUNTA NA FILA DO SUS
Quando adoecem, por que presidentes e ministros e outros figurões da política não recorrem ao SUS que proporcionam à população?
Herculano
10/11/2017 08:21
O PSDB RUMO AO PRECIPÍCIO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

O PSDB deu mais um passo na direção do precipício. O dedaço de Aécio Neves radicalizou o processo de autofagia do partido. Agora os tucanos correm o risco de enfrentar um cisma a menos de um ano das eleições presidenciais.

Com o filme queimado pela Lava Jato, o senador mineiro foi para o tudo ou nada ao destituir Tasso Jereissati do comando provisório da sigla. A intervenção implodiu as pontes que restavam entre a ala governista e o grupo que defende o rompimento com o Planalto.

Há poucos dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avisou que o PSDB precisava se decidir: ou deixava o governo ou assumia de vez o papel de coadjuvante em 2018. Os aecistas parecem ter escolhido a segunda opção. Preferiram continuar agarrados a seus quatro ministérios.

O clima agora é de guerra fratricida. Os aliados de Tasso definem sua degola como um "golpe" articulado com Michel Temer. "Foi um ato covarde, violento e indigno. Aécio mostrou que não tem limites para alcançar seus objetivos espúrios", ataca o senador Ricardo Ferraço. "Já estávamos passando por um desgaste brutal. Agora estamos vendo o PSDB cometer um harakiri", acrescenta.

O senador Cássio Cunha Lima, que também defendia a permanência de Tasso, reforça a metáfora do suicídio partidário. "Se deixarmos que o governo interfira na nossa eleição interna, será o fim do PSDB", afirma.

Depois de perder quatro eleições presidenciais, os tucanos pareciam ter caminho aberto para voltar ao poder em 2018. Em vez de aproveitar o vento a favor, o partido se enroscou na impopularidade de Temer e nos rolos de Aécio com a polícia. Perdeu espaço para Jair Bolsonaro e outros aspirantes ao papel de Anti-Lula.

Hoje os dois presidenciáveis do PSDB não conseguem ultrapassar os 8% das intenções de voto. O encontro com as urnas pode ficar ainda mais ingrato. Basta que a convenção da sigla, no mês que vem, termine com a debandada dos derrotados.
Herculano
10/11/2017 08:17
TUCANATO REVIVE A FÁBULA DO SAPO E DO ESCORPIÃO, por Josias de Souza

Nenhum outro partido ilustra de forma tão paradigmática a crise que se abateu sobre a política brasileira do que o PSDB. Nascido de uma costela do PMDB, o partido fazia pose de representante da ética e da modernidade. Até bem pouco, apresentava-se como um contraponto à devassidão do PT. Hoje, frequenta o centro do palco como uma aberração circense: é o primeiro partido da história a ser comandado por um defunto político. Chama-se Aécio Neves. Voltou à vida para matar a presidência interina de Tasso Jereissati.

No momento, o PSDB dedica-se a testar até onde pode ir no seu desprezo pela pela opinião pública. Ao desafiar a própria sorte de maneira tão desassombrada, o tucanato revela que não se deu conta de que a roleta russa também é uma modalidade de suicídio.

Desde que Aécio Neves virou um colecionados de inquéritos criminais, o PSDB teve várias chances de se livrar dele. Na última oportunidade, os senadores tucanos, entre eles Tasso Jereissati, ajudaram a anular as sanções que o Supremo havia imposto a Aécio. Devolveram-lhe o mandato.

Os tucanos comportaram-se como o sapo da fábula, que concorda em ajudar um escorpião a atravessar o rio. No meio da travessia, o escorpião resolve picar quem o socorria. Por quê?, perguntou o sapo. Não resisti, é da minha natureza, respondeu o escorpião. O PSDB, autoconvertido em sapo, afunda num rio de lama abraçado a Aécio, seu escorpião de estimação.
Herculano
10/11/2017 08:13
da série: a lama na política para disfarçar o verdadeiro jogo dos políticos para enganar os eleitores, pagadores de pesados impostos

GOLPE ITARARÉ, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Intenso e insistente por ocasião do impeachment, parece entrar agora em declínio o artifício retórico de que a deposição de Dilma Rousseff (PT) não passava de um golpe promovido pelas elites, a romper com o ciclo democrático regido pela Constituição de 1988.

Foi, de resto, em estrita obediência aos princípios daquele texto que se deu o processo de afastamento da petista. Como é notório, as instituições políticas e as liberdades fundamentais não sofreram abalo desde então.

No terreno da historiografia, onde vigora a influência das concepções lulistas, é possível que a descrição da crise de 2016 ainda venha a se cobrir de tintas partidárias.

Quando se passa, entretanto, do lulismo imaginário para o real, a tese do golpe já se mostra em vias de desaparecimento, sem que por isso o compromisso com a verdade conheça alguma recuperação.

Em recente ato de sua pré-campanha eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma, por exemplo, que está "perdoando os golpistas" e está pronto a "trazer a democracia de volta".

A democracia não saiu de cena, entretanto, quando assumiu o vice-presidente eleito pela mesma coalizão que entregara a Dilma Rousseff a responsabilidade ?"que desbaratou?" de conduzir o país.

Diversamente do que quis dar a entender Lula no pré-comício de Belo Horizonte, não há nessa atitude um perdão comparável ao de Juscelino Kubitschek ?"este, em pleno exercício da Presidência, não quis punir a meia dúzia de oficiais exaltados que promoveram rebeliões desvairadas em 1956 e 1959.

O que há, simplesmente, é o Lula de sempre, que, com uma oratória supostamente emancipatória e justicialista, nunca pôde deixar de atender a interesses fisiológicos e empresariais, plenamente à vontade com a corrupção, o cinismo e a mentira.

Trata-se, mais uma vez, de conquistar oligarquias regionais e máquinas partidárias apodrecidas como forças auxiliares para o exercício do poder pessoal e contentamento dos "apparatchiks" do PT.

O novo barão de Itararé ?"aquele nomeado jocosamente a partir de uma batalha quimérica?"perdoa o golpe que não houve.

Esqueça-se a tal afronta à ordem democrática; deem-se todos as mãos. Os supostos golpistas, afinal, compõem mais de dois terços do Congresso e as maiores fatias dos governos estaduais e municipais; sem eles, o tempo de propaganda na televisão é escasso, não se elege uma boa bancada parlamentar nem se governa.

Não se consegue lotear sozinho o Estado brasileiro, como demonstra a cada dia o semiparlamentarismo de Michel Temer (PMDB).
Herculano
10/11/2017 08:10
PREFEITURA DE GASPAR "VAI APURAR" QUEM FUROU A FILA PARA ZUCHI

Só aqui você soube que o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, furou a fila de espera em média de 41 dias no postinho do Bela Vista, e em uma vaga para emergência de gravidez, foi atendido em cinco dias.

Com a volta do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, de Brasília, ele autorizou a tonta secretaria da Saúde abrir uma sindicância para ver como se deu esse privilégio. Aliás, Zuchi deveria ter sido atendido no posto do Barracão, pois ele moraria no Bateias.
Herculano
10/11/2017 08:04
reeditado do blog Olhando a Maré

SERVIDORES DE GASPAR CONTINUAM MOBILIZADOS. FAZEM UMA JOGADA PARA DESMORALIZAR A TESE JURÍDICA DA PREFEITURA, DOBRAM A APOSTA CONTRA O GOVERNO E AO PR?"PRIO DESGASTE

Na quarta-feira, dia oito, foi mais uma noite de Assembleia dos servidores de Gaspar, convocados pelo Sintraspug. Concorrida. Ela aconteceu no auditório da Câmara.

Ontem, quinta-feira, dois revezes e que mostram como os servidores e o Sindicato estão fragilizados como venho escrevendo.

O juiz Renato Mastella, da Comarca de Gaspar, julgou improcedente a liminar do Sintraspug que pretendia suspender a compra dos tickets refeições, os quais vão substituir o "auxilio alimentação", este incorporado como vencimento. E a licitação dos cartões foi feita ontem mesmo.

Já se sabe que a Personal Card será a fornecedora e administradora do cartão de benefícios de alimentação a partir de dezembro.

A observação do juiz Mastella, pode ser um sinalizador, como venho escrevendo, de que na Justiça, os servidores estão vulneráveis e por isso não querem o caso discutido lá, mas aqui, no bafo, na greve, na pressão.

"... por na?o possuir cara?ter remunerato?rio, mas sim de verba indenizato?ria, como visto, que e? paga ao servidor para que custeie sua alimentac?a?o, ou seja, na?o configura contraprestac?a?o pelo servic?o prestado, ate? mesmo a sua supressa?o na?o afrontaria o princi?pio constitucional da irredutibilidade dos vencimentos dos servidores."

Voltando à reunião de quarta-feira a noite. O principal assunto, continuou sendo o impedimento do tal "auxilio de alimentação" ser salário e assim ser convertido em ticket, como quer a prefeitura para atender o benefício previsto na lei que o criou em 1994.

Mal pago, segundo os servidores, o pagamento continuado do "auxilio alimentação" como salário e a margem da lei, virou um "direito adquirido" e é um salário complementar disfarçado.

Tudo feito com o silêncio do Sindicato e a complacência dos políticos no poder de plantão.

Esta causa, como já detalhei várias vezes aqui, e sob o silêncio total da imprensa local, o Sintraspug deixou rolar durante 23 anos no improviso.

Agora a dúvida foi parar na Justiça. Dai o berro. Por isso, tudo o que for feito neste momento fora da Justiça, é apenas barulho e chororô. Saiu do âmbito político e das negociações diretas. Foi para o arbitramento.

Com a pauta furada devido ao cochilo das gestões passadas, o Sintraspug armou os seus, com quatro decisões:

1. Estão em estado de greve permanente. Comprometem-se em deixar os 80% dos funcionários para fazer funcionar o serviço público aos gasparenses, como determinou a Justiça e assim se livrar da multa de R$100 mil;

2) Querem uma audiência com a Câmara. Deviam pedir audiência com o juiz da causa. O que a Câmara vai fazer pelos servidores a não ser dar palanque a vereadores servidores para se instalarem em causa própria e contra a maioria dos eleitores que sustentam os servidores e os vereadores com seus pesados impostos e não possuem o benefício que querem para os servidores?

3) Mas a audácia e provocação do Sintraspug está na decisão tomada em aumentar dos atuais R$13,33 por dia (R$400,00 por mês e um dos mais altos na região) do "auxílio alimentação", para R$16,66 por dia, ou seja, R$500,00 mês. Qual conta fizeram para pedir 25% de aumento, num ambiente de baixíssima inflação de 4% (pela Furb) e 3% de inflação (no IBGE)?

Quem na iniciativa privada teve um aumento de 25% no Vale Alimentação? Eles zombam da sociedade e destroem os próprios pedidos.

4) E para completar querem a incorporação de R$250 (a metade dos R$500) nos vencimentos dos servidores e não mais integral como pediam e é hoje, e zero como quer a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Primeiro, com a proposta da parcialidade do "auxílio alimentação" incorporada aos vencimentos dos servidores, será o reconhecimento da tese do Sindicato do tal "direito adquirido" pela prefeitura, e que hoje ela própria refuta e mandou para a Justiça decidir.

Segundo, está embutida ai uma esperteza. Se essa proposta do Sintraspug for aceita pela prefeitura, abre-se imediatamente uma discussão jurídica, desmancha-se a tese da prefeitura na Justiça, para se ter logo logo, a incorporação da outra metade do "auxílio alimentação" nos vencimentos dos servidores. como uma parte ter um tratamento jurídico e outra, diametralmente oposta?

É como aquele caso da Câmara de Gaspar patrocinado pelo presidente Ciro André Quintino, do mesmo PMDB de Kleber e Pereira e que nega a incorporação do "auxilio alimentação" incorporado no salário e que não está expresso na lei.

O acerto do político Ciro com os servidores da Câmara foi assim como o dinheiro dos pagadores de pesados impostos: os servidores da Casa que ganhavam por 30 horas de trabalho passaram a ganhar como se trabalhassem 40 horas. E os contratados por 40 horas, passaram a trabalhar apenas 30 horas e com vencimentos mais altos originais.

Tudo pela farra da tal isonomia e da esperteza armada por gente que entende e é paga com o dinheiro dos pesados impostos dos contribuintes para evitar este tipo de coisa.

Como se vê, o Sintraspug sabe que está fragilizado diante da lei, pendurado num possível "direito adquirido", teme a judicialização e abre brechas jurídicas transversas para consertar aquilo que não foi capaz de fazer em 23 anos.

A atual diretoria é vítima das gestões temerárias anteriores, neste assunto. Acorda, Gaspar!

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