10/08/2017
E AS VAGAS NAS CRECHES I?
Políticos não se emendam – sejam eles jovens ou novos na política, mas perfeitamente adaptados às cirandas das velhas raposas. Seus exemplos são contraditórios. Não inspiram confiança. E quando, muito raramente – e exclua desse raro, por favor, esta coluna -, a imprensa toca em assuntos sensíveis para a sociedade, torcem o beiço, ameaçam processar e declaram guerra. Querem, no fundo, apenas preservar a imagem de santos do pau oco que são. A administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, vivem de ilusões, incoerências e contradições. Um perigo. E a dita oposição calada. Todo dia há uma surpresa, uma polêmica, uma imposição travestida de “achados” jurídicos.
E AS VAGAS NAS CRECHES II?
Depois de tirar dinheiro do Orçamento da Câmara, de passar o rodo do Fundo da Infância e Adolescência, de fazer contingências atrasando obras e contratações, aprovou-se no oitavo mês de governo, a Reforma Administrativa. E vejam bem: não foi para economizar em plena crise, mas para criar cargos e despesas em torno de R$600 mil por ano. Pode? Pode-se muito mais. No outro lado, para economizar, planejam “criar” vagas nas creches, cortando o tempo de permanência delas nos CDI’s, como já cortaram almoço do contraturno no Centro Educacional Maria Hendricks. Ou seja, ao invés de avançar, estão retrocedendo nas conquistas sociais, aproveitando-se de uma suposta omissão na lei. O avanço, por enquanto, só no empreguismo de cabos eleitorais, políticos que não possuem competência para se instalar no mercado de trabalho; o avanço só sobre os pesados impostos dos gasparenses.
E AS VAGAS NAS CRECHES III?
O Ministério Público que cuida da Moralidade Pública e o juizado e o MP que tratam dos assuntos da Criança e Adolescência já colocaram os olhos nesse movimento criativo e incoerente da secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti; do secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin; e do dr. Pereira. E vejam como os políticos trabalham durante a campanha eleitoral e como agem depois de eleitos. A coligação de Kleber prometeu, escreveu e assinou no programa de governo “Construir o futuro, recuperar a credibilidade e o desenvolvimento de Gaspar”, que entregou à Justiça Eleitoral: “Ampliar a quantidade de vagas em CDI`s, construindo novas unidades e viabilizando parcerias público-privada”. Nem mais vagas, nem mais unidades, nem parcerias, como bem mostrou o jornal Cruzeiro do Vale, na edição do dia quatro de agosto. O déficit só aumenta (era 600/700 na campanha, agora só os inscritos de zero a quatro anos é de 843); na verdade, nem se sabe ao certo, o que é pior e pode ser maior.
E AS VAGAS NAS CRECHES IV?
Os políticos deveriam sofrer na pele as agruras dos problemas sociais ou dar exemplos, penso. Em Gaspar deveriam abdicar dos Planos de Saúde e serem atendidos obrigatoriamente – sem qualquer privilégio, como furar a fila de espera e escolher médicos, horários ou locais -, nos postinhos, policlínica, farmácia básica e emergência do Hospital de Gaspar. O sistema melhoraria. Já no caso das creches, os políticos deveriam ceder as vagas que ocupam com seus filhos, enquanto houvesse fila de espera e as promessas de campanha não tivessem efetivamente cumpridas. Os políticos possuem esse direito de matricularem seus filhos nas creches, mas não é ético diante da situação e privilégio. Veja, o exemplo do próprio prefeito Kleber. Como comissionado numa vaga de gerência no cabideiro de empregos públicos da Agência Regional de Desenvolvimento de Blumenau, para se manter vivo como candidato a prefeito, tinha um filho abrigado no CDI Dorvalina Fachini. Como prefeito eleito, ganhando R$24.859,87 não cumpriu a promessa de campanha. Isso, todavia, não o impediu, moralmente, de continuar com o seu filho na creche municipal, tirando uma vaga de uma criança de família que precisa da creche, talvez até para procurar emprego. Igualmente o vice, Luiz Carlos Spengler Filho, que ocupa vaga no CDI Francisco Mastella. E os secretários, os comissionados... Nada de ilegal, repito. Mas não é justo. E ninguém na cidade quer que se toque nesse assunto, nessas ilusões, incoerências, contradições, privilégios que estão aí aos montes. Então nada se resolve para o povo, o pobre, o fraco, o eleitor! Acorda, Gaspar!
Falta de senso, planejamento, gestão e até, respeito. Na pauta da sessão da Câmara de Gaspar do dia primeiro de agosto, todos os nove projetos do Executivo, tinham o pedido de urgência. Os dois que entraram na sessão de terça-feira, igualmente.
Este é o retrato do tamanho deboche do Executivo. Ele está na dele. Quem está de joelhos é a Câmara, os vereadores. E quem comanda isso para Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto Pereira? Ciro André Quintino, PMDB.
“Sem duplicação da BR 470, não haverá reeleição”. Aqui que enfim! Depois de quase 30 anos, as lideranças de Blumenau se mexeram para o Vale do Itajaí, inclusive Gaspar e Ilhota, contra os políticos e governos muito bem pagos por eles e nós.
Aqui recolhem-se bilhões em impostos para a União e não há poucos milhões para exatamente responder e aumentar ainda mais a geração de impostos com desenvolvimento, logística competitiva, apreço à vida e segurança?
O deputado Federal Décio Neri de Lima, e sua mulher, a estadual Ana Paula de Lima, ambos do PT, há anos, fizeram um outdoor. Eles davam a duplicação da BR 470 como “presente” de aniversário para Blumenau. Meu Deus!
Assistindo o atual Jornal do Almoço, tem-se uma noção exata do mal que a gaúcha RBS causou durante décadas ao jornalismo catarinense. Seus lucrativos negócios nessa área, esconderam à farra dos políticos, permitiram o desmanche da decência na administração pública e eliminaram a transparência.
Coisa de gente que entende e sabe o que faz, por isso esconde e limita o debate. Os projetos que podem dar problemas e desgastes, mesmos os necessários, vão à Câmara de Gaspar com títulos técnicos e justificativas mínimas.
Transparência, zero. Assim foi com a retirada dos recursos do FIA – Fundo da Infância e Adolescência.
O PLC 07/2017 diz: ”altera o caput do art. 79 da Lei nº 1.305, de 09 de outubro de 1991, que dispõe sobre o regime jurídico único dos servidores públicos do município, das autarquias e das fundações municipais”.
Sabem o que quer dizer isso? Retira o triênio.
Exemplo de como não funciona, quando dirigido por políticos. Parte do Distrito do Belchior, abastecida pela Estação de Tratamento Compacta do Samae, e que por isso não possui operador, ficou sem água. Faltou energia.
Avisado com antecedência pela Celesc, o Samae não deslocou o gerador que possui para esse tipo de emergência.
Ilhota em chamas I. O Ministério Público que cuida na Comarca da Moralidade Pública, instaurou três inquéritos contra a administração de Ilhota.
Ilhota em chamas II. Um é para apurar possíveis danos ao erário na instalação de vídeo monitoramento; a razão do extravio de vacinas do posto de saúde; e sobre a possível irregular função do filho do prefeito Érico de Oliveira, PMDB.
O governo do PT de Gaspar era campeão em assinar papelinhos, produzir fotos, notícias novas e “boas”, anunciando obras. Deu no que deu. O atual governo PMDB/PP está repetindo a fórmula. A assessoria de imprensa e imagem é a mesma? Já trocou de governo?
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).