11/09/2021
O vereador Amauri Bornhausen, PDT, em tese ainda é da Bancada do Amém, ou seja, do puxadinho da prefeitura na Câmara de Gaspar. Ele dá sustentação ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD. São onze dos 13 vereadores. E pelo jeito Amauri está querendo um novo enfarte. O primeiro aconteceu há quase dois meses quando uma simples moção de repúdio às declarações sectárias do secretário da Educação, Emerson Antunes, um curioso no assunto, alimentou seus próprios pares na Câmara lhe dar uma rasteira . No fundo, esta rasteira virou contra os autores quando Amauri, diabético, cadeirante foi parar emergencialmente no Hospital daqui e depois no Santa Isabel, em Blumenau, para realizar procedimentos os quais mitigaram às sequelas do acidente circulatório. Amauri tem que voltar ao hospital para completar o tratamento.
Pois é. O vereador Amauri não está bem curado e já está dobrando a aposta, principalmente depois que viu que não é só um patinho feio entre os “çabios” de Kleber, dos evangélicos, do poder de plantão, mas dentro do próprio PDT. O partido não quer sair das saias de Kleber e Marcelo, mas também não conseguiu colocar Amauri sob cabresto e joelhos como quer e está sendo cobrado. Qual a mais recente do Amauri? Ele protocolou dois requerimentos sobre a gestão do Hospital do Gaspar e que estou detalhando no blog www.olhandoamare.com.br - o mais acessado, mesmo sem nenhuma ferramenta e grana de impulsionamentos. É que aqui no jornal impresso o espaço físico é restrito e o assunto, complexo. Eu até mandei uma mensagem ao Amauri perguntando qual era a intenção dele com esses dois requerimentos. Amauri foi foi lacônico: “estou querendo saber como está sendo aplicado o dinheiro do Hospital. E fiscalizar”. Hum!
Bom! Mesmo assim, em resposta, eu o adverti: “Olha. Sinceramente, você como base do governo vai fazer trampolim para esconder o que está bem escondido, ou vai se meter em coisa pesada, cheia de pegadas e pegadinhas, onde tudo é feito para se ter heróis quando há vilões. Isso conheço como poucos desde 1984”. Silêncio. A primeira coisa que precisa ser aclarada nesta questão é quem é verdadeiramente o dono do Hospital de Gaspar, ou seja, quem é o responsável e quem herdará esta montanha milionária de dívidas dele. A segunda, é passar o pente fino nos custos incluindo as compras sem licitações, permitidas pela lei devido a urgência, emergência e especificidade, bem como as tais compras por pregão, ou registro de preços. Quem e como se controla tudo isso? Deveria ser público.
Depois da tal intervenção marota feita pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, o Hospital virou um ralo de dinheiro público, com rara transparência. Pior: encheu-se ainda mais de problemas e dívidas, bem como deu para perseguir - inclusive na Justiça - quem se queixa do serviço, ou tenta mostrar que lá há problemas ou dúvidas. O advogado, ex-procurador geral do município ao tempo do prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido mas eleito pelo MDB, hoje pós graduado em gestão pública, Aurélio Marcos de Souza, tem um pensamento interessante sobre o Hospital. Eu comungo dele. Mas, ninguém quer colocá-lo em prática: a municipalização do Hospital de Gaspar. Há óbices para tudo nesta ideia. Vai desde a formatação jurídica ao caos financeiro, técnico e administrativo onde o Hospital é um ente de uso político - e que na minha opinião, exatamente pelas circunstâncias negativas, acaba sendo uma desvantagem para a imagem do prefeito de plantão. E qual o problema da municipalização? Simples! Ela obrigaria o Hospital estar no Orçamento e estrutura do município. E aí, sob fiscalização mais fácil do Tribunal de Contas. Acorda, Gaspar!
O site da Câmara de Gaspar possui uma aba chamada “Galeria” e nela pode-se acessar a de fotos. A última postada nela é de 16.08.2018, ou seja, há mais de três anos.
Perguntar não ofende: qual a função desta ferramenta? O que faz um assessor de imprensa que não consegue alimentá-la e atualizá-la do mínimo, ou seja, a foto de cada vereador? A indicação do assessor é política.
A administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, administra para uma minoria. Há no governo um quase permanente programa de recuperação fiscal. Agora a adesão se ampliou até dezembro. A desculpa da hora para tudo isso é a pandemia. Antes não havia pandemia, e o Refis já era uma prática.
A própria comunicação do governo Kleber já fez press release informando que há aumento da arrecadação, que a maioria paga em dia e até o IPTU que neste ano diminuíram a parte dos que pagam a vista, ou seja, em dia, foi um sucesso de arrecadação.
Perguntar não ofende: se a maioria dos gasparenses, como a própria prefeitura se orgulha, paga em dia, porque esse permanente Refis? Pior, ninguém sabe quem são os beneficiados, se são raros, ou contumazes. Transparência zero.
Essa de colocar na propaganda marqueteira do governo que se espalhou pela cidade e região uma obra que sequer foi inaugurada e que o povo que a pagou não teve ainda acesso, mostra bem como funciona o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PSD. Só marketing.
O clima na barrosa não anda dos melhores depois da saída do prefeito de fato, presidente do MDB da super-secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Entre os graúdos há tentativas de mostrar um clima amistoso. Já na raia miúda, muita tensão com as tetas e o jogo das cadeiras anunciado todos os dias pela rádio peão. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).