11/09/2017
A edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale de sexta-feira fez esta manchete emblemática: “endereço: ponto de ônibus na Rua Itajaí”. Resumindo: contava a história, repetida, onde um jovem fazia de um ponto de ônibus, a sua moradia. No outro lado, revelava que a secretaria de Assistência Social de Gaspar estava tonta, como sempre, na busca de soluções e justificativas.
Metido, e por ser um assunto recorrente, resolvi no sábado na área de comentários da coluna que bomba na internet, meter a minha colher de pau nesse angu; angu que mostra a face mais perversa do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP: enquanto o governo que ora e é “abençoado” por pastores aumenta em quase R$600 mil por ano na estrutura administrativa para acomodar os seus nas tetas da prefeitura, relega às ações para favorecer os vulneráveis via assistência social, a educação, FIA, contraturno, programa esportivos, alimentação suplementar, creches...
Retomo. Fiz este título “ Manchete do jornal Cruzeiro do Vale retrata a secretaria de Desassistência Social de Gaspar”, seguida deste comentário: "Endereço: ponto de ônibus na rua Itajaí". É preciso explicar mais sobre esse lamentável quadro? Os leitores e leitoras deste espaço já conhecem o drama desde o primeiro dia em que o secretário Ernesto Hostin, PSC, foi indicado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB.
Ou seja, é um problema diagnosticado e anunciado com muita antecedência.
Ernesto não possui nenhuma qualificação para o cargo, mas está lá porque é amigo do prefeito, porque trabalhou na campanha do prefeito, porque foi assessor do prefeito na Câmara, porque é identificado com uma das denominações das igrejas evangélicas pentecostais de ambos e o partido de Ernesto, o PSC, é apoiador do governo. Nada mais. Então o resultado é este.
E só depois do jornal consultá-lo sobre as providências de algo que é antigo, e repetido o que mostra que já falhou num mesmo problema, é que Ernesto esboça reações, padrões e para satisfazer a reportagem.
Quem é culpado de verdade? Ernesto? Não, Kleber! Acorda, Gaspar!”
E eu não precisava mais me estender em nada. Estava explicadinho, outra vez, como se escolhem e de abençoam pessoas por aqui. Entretanto, a minha alma foi lavada mais tarde no mesmo espaço por este comentário de Roberto Basei, com o título de “Indignado”. E agora Kleber, PMDB, Luiz Carlos Spenlger Filho, PP, Ernesto Hostins e PSC? Na tampa. E depois sou eu quem coloca o dedo na ferida. Como diz o meu leitor, “a verdade não se promete, conta-se”. Leiam:
“Sou professor, na rede municipal e na rede estadual, trabalho com criança desamparada, desassistida, violada. Sei o quanto é triste não ter onde recorrer ou ter que esperar meses por um atendimento e quando consegue, trabalhamos com o descaso dos pais, as instituições desligam a criança pois precisam gerenciar as consultas a outras crianças.
Quando fundei o PSC em Gaspar o fiz por confiar na pessoa do Deputado, ex-presidente estadual do partido, pois se tratava de uma pessoa que tinha como lema o ‘ser humano em primeiro lugar’.
Hoje vendo o partido que criei na cidade cujo lema era trabalhar em prol das pessoas, sendo conivente com tal “absurdo”, isso me causa “náuseas”. E juro me arrependo amargamente de tê-lo feito, mas ainda há tempo de reparar tal erro.
‘Endereço: ponto de ônibus na rua Itajaí’. É preciso explicar mais sobre esse lamentável quadro? Os leitores e leitoras deste espaço já conhecem o drama desde o primeiro dia em que o secretário Ernesto Hostin, PSC, foi indicado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. A verdade não se promete se conta!”, bem arremata Basei.
Na semana que o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou, interrogou (foi a equipe do Rio de Janeiro) e mandou pediu para prender temporariamente o seu ex-subordinado Marcelo Miller, por dupla jornada (para o estado e advogando administrativamente para os irmãos-açougueiros Batistas com as vestes do serviço público), em Gaspar, servidores da Ditran desafiam a ética, a lei e quem esclarece os fatos.
Pior. E tudo, aparentemente sob as bênçãos do poder de plantão. Depois reclamam que o Ministério Público, o que cuida da Moralidade é implacável, “mete-se em tudo”. Ainda bem! Ou estão achando que com a saída da Comarca, da promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon tudo estará liberado, que tudo vai fluir melhor na esbórnia? Ou estão testando a nova titular Andreza Borinelli? Podem se surpreender ainda mais do que já estavam acostumados com a “dureza” de Chimelly. A prudência recomendaria ao pessoal que está no poder político e administrativo de plantão, conhecer melhor o passado da moça. A caneta da substituta pode ser tão pesada quanto a da substituída.
Na coluna de sexta-feira e feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, fiz estas duas notinhas na sessão Trapiche: “Dupla jornada. ‘Levou multa? Recorremos para você’, diz a propaganda nas redes sociais da Brandt Assessoria em Trânsito. E de quem ela é? De Luciano Amaro Brandt, um agente de trânsito da Ditran de Gaspar. Como assim? Ele e os colegas multam e ele oferece, por dinheiro, retirar a multa aplicada pelo órgão aos motoristas e motociclistas? E ninguém na prefeitura viu isso ainda? Ou fechou os olhos. Inacreditável! Esbórnia! Acorda, Gaspar!”
Incrível! E que o que aconteceu, para desafiar à ética, o espaço e à própria ordem natural das coisas? O próprio Luciano apareceu às 13h38min na área de comentários da coluna na internet com o seu comercial. Deboche! Confira:
“Primeiramente boa tarde a todos! A Brandt Assessoria em Trânsito é uma empresa que elabora recursos administrativos referentes a área de trânsito. Desta forma, elaboramos Recursos face a Notificação da Autuação, Recursos de Multas por Infração ao Código de Trânsito Brasileiro, Recurso de Suspensão do Direito de Dirigir, Cassação da Carteira Nacional de Habilitação. Os recursos são elaborados e encaminhados aos Órgãos Autuadores de todo Território Nacional.
A empresa está registrada em nome de Luciano Amaro Brandt, servidor público efetivo desde o ano de 2004.
Nossa propaganda é realizada preferencialmente nas redes sociais, em decorrência de sua abrangência, no entanto, estamos com escritório localizado na Rua Cel. Aristiliano Ramos, 182, sala 3, segundo andar. Contato - 47 99914-1953”.
Volto. Isto é autodefesa ou autoincriminação? Depende do ponto de vista, diriam alguns. Janot não teve dúvidas. E não teria neste caso. Marcelo Miller que está fora do MPF ao menos escapou de ser preso com os irmãos Batistas. Acorda, Gaspar!
Pimpolhos. Vários leitores e leitoras passaram para esta coluna, fotos e comentários nas redes sociais dos políticos e servidores comissionados com filhos em palanque (ou calçada), no desfile de Sete de Setembro, em Gaspar.
Todas as crianças fotografadas – e isso foi proposital - estão em creches públicas, onde nelas faltam mais de 850 vagas para trabalhadores e desempregados, ou seja, os eleitores e eleitoras. E sobre as que ainda estão matriculadas, há uma ameaça de cortar o tempo de permanência delas na creche. E para que? Para criar falsas vagas para outras.
Resumindo: para algumas coisas, a administração de Kleber e Luiz Carlos invocam a lei, a que esconderam durante a campanha. As fotos enviadas, que preservo para não expor os pimpolhos (pois não possuem culpa), é na verdade uma advertência e que o poder de plantão se recusa a aceitar, a enxergar. E quando se der conta vai ser tarde demais.
O que a cidade e os cidadãos estão dizendo ao fotografarem os pimpolhos dos políticos que usam as creches? É o de que estão de olhos bem abertos em todos os movimentos do poder político e administrativo de plantão e que, por sua vez, parece, não está nem aí para a cidade e os cidadãos. Contudo, 2018 é ano de eleições e em 2020 está logo aí. Acorda, Gaspar.
A sessão da Câmara de Gaspar é gravada em vídeo e disponibilizada no site oficial. Afinal, a sessão é realizada em horário (15h30min das terças-feiras) impróprio para a maioria dos munícipes, inclusive para serem assistidas pela internet naquele horário. Mas a do dia 29 de agosto não apareceu por semanas.
Cobrada, a assessoria de imprensa da Câmara (tem dois no ofício: um concursado e um pendurado num cargo comissionado) justificou que houve um problema técnico na gravação. Sim! Isso é possível. E daí? Por que por meio de ação profissional e da transparência imediata não se informou isso ao distinto público? Qual a razão do disfarce, do adiamento?
Mas, não! Precisou a Câmara ser cobrada. Menos mal. Agora, pelo menos o áudio da sessão está disponível aos interessados. É assim que funciona o serviço público. Antes precisa ser cobrado, empurrado naquilo que é o óbvio para a cidade e à cidadania. Acorda, Gaspar!
Em causa própria? Vejam como funcionam as coisas no PMDB e na Câmara de Gaspar. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou para o Legislativo o projeto de lei 47/2017, em regime de urgência. É algo corriqueiro depois que o Registro de Imóveis de Gaspar enquadrou todos por aqui e nos salvou da esbórnia imobiliária.
O referido PL “autoriza o município receber em doação imóveis localizados no bairro Barracão e dá outras providências”. O projeto é para regularizar a implantação da Rua Fortunato Gabriel Melato, já criada, vejam só, por lei anterior, a que deveria ter solvido esta pendência.
Até aí, apesar de ser uma correção ao que nasceu torto, tudo normal. E quem foi o relator do PL, escolhido por sorteio? O vereador Evandro Carlos Andrietti, PMDB, que ao concluir a leitura do relatório técnico na última sessão de agosto, acrescentou em tom de ufanismo, que ele próprio é morador da rua.
Ora, o vereador não é um direto interessado no assunto? O que diz o Regimento Interno para esses casos? O próprio vereador deveria se declarar impedido. O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, PMDB, e os assessores técnicos não podem negar desconhecimento com a auto-declaração de interesse posterior do vereador interessado.
Simples, a Lei se e quando sancionada pelo prefeito, por esta auto-declaração, está com vício e de compadres. E depois sou eu quem implico. Em Gaspar, a lei só serve aos adversários, inimigos e aos outros. Acorda, Gaspar!
Quer outra? E aí tem! O projeto de lei 32/2017 “mudou” o perímetro urbano de Gaspar. E o Alto Gasparinho voltou a ser área rural. Justificativas? Preservação cultural, que não tem água encanada, tratamento de esgoto (que não tem em nenhum lugar de Gaspar) etc e tal.
Quando um PL aparece na Câmara, com justificativa que junta apenas palavras ou citações de números de leis e não propriamente defesas do projeto em si, pode ir adiante que alguma coisa se esconde. E quem foi o relator? Dionísio Luiz Bertoldi, PT, do mesmo partido que em 23 de novembro de 2015 sancionou a lei 3.677 tornou o Alto Gasparinho área urbana. Acorda, Gaspar!
A Torre Forte, que tinha o engenheiro Nelson Wan Dall Júnior – irmão do prefeito Kleber Edson Wan Dal – como um dos responsáveis técnicos e agora ele está no cabideiro de empregos da Agência de Desenvolvimento Regional, acaba de rescindir unilateralmente o contrato de duas obras super-atrasadas: o posto de Saúde da Margem Esquerda e a Escola Olímpio Moreto.
Num processo semelhante, a prefeitura rompeu e conseguiu afastar Construtora Tertel da drenagem e pavimentação da rua Amádio Beduschi.
Ilhota em chamas I. Agora vai. A prefeitura vai fazer um leilão de bens inservíveis. E entre eles está o mais valioso. Ela quer R$150 mil pela balsa e o barco reboque. Ambos já foram a pique várias por descuido de guarda e manutenção.
Ilhota em chamas II. Vão a leilão também por mixaria, um Fiesta, três ônibus e um caminhão de lixo, esse por R$500, mais as dívidas em impostos e licenciamento atrasados: R$ 7.568.24. Vergonheira.
Privilégios. No estacionamento ao lado do prédio da prefeitura de Gaspar onde situa-se o RH e secretaria da Educação entre outras, o portão dele está sempre fechado e escrito: lotado. Mas, nele há vagas para portadores de deficiência.
O cadeirante tem que sair do carro e abrir o portão para estacionar? É isso? Funcionários denunciam que essa desculpa é para guardar vagas a “espertos”. Incrível.
As lombadas eletrônicas sumiram em Gaspar. Há casos onde isso ameaça a segurança de crianças como é o caso da escola Ervino Venturi, na Frei Godofredo.
História. Onde você estava no dia 11 de setembro de 2001?
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