11/10/2017
O JOGO PEQUENO I
Em Gaspar, a política da cidade grotão continua. Enquanto os vereadores na Câmara debatem amenidades e projetos colaterais, na prefeitura tudo se arma para aumentar brutalmente os impostos contra os gasparenses, descolando da baixa inflação, em boa parte provocada pela crise econômica que inibe o consumo. Na outra ponta, a prefeitura amplia o cabide de empregos para os amigos e o poder de plantão, com mais custos e sacrificando a saúde Pública, as creches, o transporte coletivo, a mobilidade urbana, o desemparo dos vulneráveis na desassistência social... Tudo com o aval da própria Câmara: afinal um prefeito não possui poder imperial. E neste caso, articulado pelo prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, ex-coordenador de campanha de Kleber Edson Wan Dall, presidente do PMDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa.
O JOGO PEQUENO II
Não vou me alongar pois o espaço é pouco. Prometi voltar ao tema e voltei. A Câmara aprovou o fim das férias de julho. Foi um avanço. Falta-lhe agora, transparência e trazer as sessões para um horário compatível à adesão da população ou aos servidores-vereadores. Acaba de rejeitar a ideia de que vereador eleito não pudesse ocupar cargo no Executivo. Seria um avanço; um precedente. A oposição feita a princípio de seis, precisava de nove votos dos 13 possíveis para aprovação. Tentou então atrelar o projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município para o fim das férias à outra emenda na mesma LOM para impedir o vereador no Executivo. Jogo mal articulado. Traições. Não foi a única. A situação entrou na pilha perigosíssima dessa troca-troca de gentilezas. Entretanto, orientada, ou mal-intencionada e correndo riscos, voltou atrás. Um mal-estar danado. Já contei a história na sexta-feira passada. Ela fez gente choramingar pelos cantos. E teve gente usada tentando censurar o enredo da história.
O JOGO PEQUENO III
O vereador eleito é para ser vereador. Quem é o dono do vereador e deve puni-lo com a sua não reeleição é o seu eleitor, ponto final. O eleitor elegeu um fiscal do Executivo, um representante seu nas suas ideias, desejos e competência. Se o perde na Câmara, é porque ele se compõe com o poder para exatamente não exercer para o eleitor à sua liderança e a competente fiscalização sobre poder. Então enganou o eleitor. Entretanto, deve ser punido numa eleição livre pelos próprios eleitores. Agora, fazer leis-babás com tantos problemas e desvios, já é se superar, é buscar atalhos para a fama fácil. Este é o jogo duplo do parlamentar ser executivo está em Brasília, nas capitais e em 95% dos municípios. A oposição na Câmara em Gaspar é falha exatamente naquilo que é seu papel essencial além de propor leis: a fiscalização do Executivo como um todo. Até na polêmica Reforma Administrativa que vai tirar mais R$600 mil anualmente dos cofres públicos feitos de pesados impostos do povo, justamente na prefeitura que reclama não tê-los, a dita oposição votou parcialmente a favor!
O JOGO PEQUENO IV
Então: no atacado a dita oposição não exerce o seu verdadeiro papel que lhe é reservado e no varejo quer ditar regras para os outros? Ao mesmo tempo escamoteia um cenário que lhe cabe debater e solucionar: a dupla jornada do servidor público e político eleito vereador. São incompatíveis mais agudamente do que proibir vereador de exercer cargos de confiança no Executivo. Como um servidor quando na oposição vai fiscalizar o Executivo, o seu órgão ou autarquia, sem estar livre das pressões de subordinação, corporativas ou políticas mesmo que a lei lhe dê proteção e garantias? Outra, apesar da Câmara ter apenas uma sessão por semana em horário que avança sobre o seu de serviço público, o servidor-vereador é um político, ativo, atende à comunidade razão do seu mandato (mesmo que não seja pessoalmente, mas por telefone, whatsapp, facebook, instagram, email...). Possui obrigações com reuniões de trabalho na Câmara, tudo em horário do serviço. Nada é fácil, eu sei. Mas, antes de regras de comportamentos para os outros, é preciso se estabelecer na própria coerência. É ela que dá a autoridade e autonomia reivindicatória ao político. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Os políticos e gestores públicos nos grotões sempre agem com mais liberdade diante da falta de entidades organizadas na sociedade para defender ou esclarecer os interesses dos cidadãos; à falta de imprensa e quando existe, livre; bem como uma Câmara disposta a exercer o seu papel de fiscalização sobre o Executivo.
Ilhota em chamas II. O bafo e os acertos nos bastidores dos grupos no poder de plantão sempre prevalecem. Ilhota está criando uma estrutura caríssima na prefeitura sem nenhum debate. E quem pagará? O povo com os pesados impostos. E a resposta veio rápido, como está vindo em Gaspar.
Ilhota em chamas III. Em sucessivas sessões extraordinárias, sem debate público, o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, conseguiu aprovar recentemente na Câmara, sem muito alarde e até desinteresse por parte da frágil oposição, aumentos e novos enquadramentos de alíquotas do ISS. Também passou na Câmara, a alteração o Código Tributário para abrigar as novas Taxa de Licença para Funcionamento para prestadores de serviços, comércio e indústria.
Ilhota em chamas IV. O uso do ISS talvez seja o mais significativo exemplo de como a atual administração deixa de olhar o futuro e prefere o retrovisor, a simplicidade para satisfazer o buraco financeiro que está criando com novas secretarias, autarquias, órgãos e afilhados políticos empregados nessa máquina política insaciável.
Ilhota em chamas V. O ISS é usado na maioria dos municípios pequenos, em desenvolvimento ou com políticas de revitalização econômica de médio e longo prazos para atrair investidores e investimentos. São eles que vão render mais e dar sustentabilidade na arrecadação. Em Ilhota, está se preferindo afastá-los.
Ilhota em chamas VI. Só se pode acelerar, atrair algo e se sair de um círculo vicioso que não cresce, não se desenvolve, com diferenciais e vantagens econômicas ou fiscais iniciais para suprir, inclusive, à precária infraestrutura e até o isolamento da cidade em relação aos polos de atração e que neste caso, estão em Itajaí, Blumenau e Brusque.
Ilhota em chamas VII. Érico de Oliveira, o PMDB, os vereadores situacionistas e as entidades empresarias já instaladas, não conseguiram enxergar à oportunidade que está oferecendo o desenvolvimento regional com as novas pontes sobre o Rio Itajaí e à lenta duplicação da BR-470. Atrair negócios e investidores não é do dia para noite. E todos analisam o comportamento do administrador e suas forças antagônicas ou de equilíbrio. A atitude de Érico é tipicamente retrógada, petista e estatizante.
Ilhota em chamas VII. No mesmo pacote para aumentar a arrecadação, o prefeito Érico instituiu a nova taxa de resíduos sólidos domiciliares, comerciais e industriais, resumindo, o da coleta de lixo, pela Unidade Fiscal do Município. Virá mais. Muito mais!
Ilhota em chamas VIII. Mas se o atraso se estampa neste caso, algo mudou na área de loteamentos depois que se deu publicidade aqui aos acordos de bastidores entre empresários e políticos. Mudou quando o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública e o do Meio Ambiente, resolveram entrar na parada.
Ilhota em chamas IX. Antes nem se tinham audiências públicas. Depois, elas começaram a ser feitas num faz de contas. Zombaria. Agora é mais sério esse assunto. Antes nada se sabia, hoje há até carro de som pelas ruas anunciando aos vizinhos as tais audiências que discutem os impactos dos loteamentos.
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