11/12/2017
ÁUDIO 1
ÁUDIO 2
ÁUDIO 3
ÁUDIO 4
O vereador Evandro Carlos Andrietti, PMDB, já sabe que errou, ou deu um passo em falso, digamos assim; sabe que o buraco é mais em baixo; e apesar do xororô, fingiu entender o valor das redes sociais e desta coluna. Fingiu. Num parágrafo abaixo esclareço os laços eternos do poder e a razão pela qual exerce. Ponto para ele, apesar do fingimento.
Ou Andrietti foi urgente e bem orientado porque estava carregando no rolo junto com ele o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, ou, demonstrou grandeza em perceber que os votos dele para vereador são para o mandato de representação na Câmara, e não para fazer o que bem lhe der na telha na cidade, para seus amigos, cabos eleitorais, contra o que está explícito na legislação ou com quem ele não concorde.
O assunto foi amplamente exposto aqui na coluna de segunda-feira passada - releia. Não vou repeti-lo nos detalhes. Em síntese: Andrietti quis mostrar a força de um novo coronel político ao botar, na marra, contra o regulamento e o resultado da eleição no CDI Thereza Beduschi, no Barracão, com a intervenção do prefeito Kleber, e do próprio PMDB, a sua candidata derrotada nas urnas da comunidade escolar, Rute Bernardes Correia, a Rutinha. Vergonhoso.
E Andrietti só se deu mal, porque, de cabeça quente e querendo mostrar poder, influência e vaidade aos seus e contra os detratores, tratou publicamente do assunto no whatsapp. Quis, com isso, deixar claro a marca de quem é o dono da cocada preta no Barracão e no “novo” velho PMDB de Gaspar. E as suas “ordens” foram parar nas redes sociais. Essas provas, se bem usadas, podem lhe complicar até no mandato e por tabela, o próprio padrinho avalista nesta aventura, o prefeito Kleber. “Estava de cabeça quente”, justificou num discurso sereno, espontâneo, de duas partes e estruturado na sessão de terça-feira na Câmara. Ou seja, está pedindo água fria para o miolo mole.
O outro assunto de Andrietti, com a mesma tentativa intervenção na Escola Luiz de Franzoi, acabou ficando em segundo plano, exatamente por falta de provas tão contundentes e explícitas como a do CDI. Por isso, não foi explorado. Contudo, possui a mesma gravidade do CDI.
Andrietti tomou a lição e não pode dizer que era invenção da imprensa, como tenta para amenizar a sua única culpa que possui neste e outros assunto. Andrietti se viu fraco diante da ampla rede social, com a qual não pode brigar, como se fazia antigamente com a imprensa que tem dono com endereço conhecido, para se montar o cabresto do “sabe com que está falando”, comprar opiniões ou então enfrentar, no melhor estilo dos coronéis: os donos das razões, interesses e negócios.
O discurso de Andrietti na Câmara, em tom quase delicado, assumindo o erro, mas culpando as redes sociais (que apenas reproduziram, a voz dele, o que ele falou ou comentaram sobre os seus atos impróprios aos quais ele se achava imune; mas o linguajar livre das redes, não é o comedido da imprensa...), a que fiscalizou, a que interagiu, acabou desarmando os ânimos na Câmara que estavam pilhados. Estava tudo armado para ser um cavalo de batalha. Não foi. Andrietti foi o primeiro a se desarmar. Mas, todo o cuidado é pouco. Explico abaixo.
A berçarista licenciada, ex-vice-prefeita e vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, foi a que mais se exacerbou contra o fato, como se no tempo do PT isso nunca tivesse acontecido. Falou em perseguição aos que não se dobram ao atual governo, como se essa não tivesse sido a principal marca dos governos do PT, tendo eu, inclusive, como um dos alvos principais, experimentado, o bafo, a perseguição e a injustiça por coragem, provas e opinião, ter rompido o silêncio dos jogos de bastidores do poder de plantão contra a sociedade. E pago por isso até hoje. Mariluci fala certo, mas sem o crédito para tal.
E no governo de Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto Pereira, o qual se beneficiou silenciosa e malandramente das minhas ações no desmascaramento do governo do PT, não é diferente. Estão tontos à procura da vingança para me calar. No balaio, de verdade, são todos iguais. E por que? São políticos. Cada um com um enredo particular do seu “House of Cards”. Como na ficção, no final da história, terão o desastre como a glória inglória.
Andrietti até quis dizer que a comunidade (pais dos alunos) estava com a sua preferida, ao contrário dos professores e funcionários, sabe-se lá a razão pela qual, rejeitaram-na no voto (13 a 10).
Até isso é falso como uma nota de R$3. Um bilhete feito e distribuído intencionalmente às vésperas aos pais dos alunos, pedia explicitamente, voto na preferida do vereador. Não houve concorrência. Falseou a argumentação.
Outro que entrou na dança das acertadas críticas, foi o servidor público retirado da sua função no Samae por dupla jornada por incompatibilidade de horário e que não reconhece, ainda, isso como uma afronta à lei, foi Cícero Giovane Amaro, PSD: “o senhor descumpriu a lei”. A conclusão técnica é óbvia: os dois padecem do mesmo pecado contra o que reza a lei. Entretanto ao defenderem os seus e o pirão que aprontaram, ambos discordam. O erro só está no outro.
E para encerrar e mostrar que tudo isso é falso e arquitetado para estancar o que ainda pode se complicar. Não satisfeito com a lição, o vereador Evandro Carlos Andrietti, para exibir proximidade e força, publicou na mesma rede social que o defenestrou e o deixou exposto, fotos do aniversário do seu irmão neste final de semana. Quem estava lá prestigiando o evento? Os dois prefeitos: Kleber e Carlos Roberto Pereira, este presidente do PMDB de Gaspar. Então... Acorda, Gaspar!
Está na Câmara, em regime de urgência - um artifício técnico que os governos de plantão usam para evitar a discussão pública, cortar os exageros e se ter a chamada participação popular nos assuntos da sociedade -, o aumento da Cosip – Contribuição da Iluminação Pública e que vem compulsoriamente debitada na conta da Celesc, todos os meses. É para pagar a iluminação das ruas e praças, fazer a manutenção e ampliar as áreas iluminadas da cidade.
Esses assuntos com urgência e cabeludos sempre acontecem no fechar do ano, de afogadilho e sob a distração ou ausência intencional da imprensa e outros órgãos de fiscalização da comunidade. Era assim com o governo petista de Pedro Celso Zuchi, prática que tanto o PMDB e o PP condenavam. Por incrível que pareça, contrariando o discurso de ontem, é assim também no governo de Kleber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Basta olhar o quantos projetos de lei entraram na Câmara em regime de urgência nos últimos dias. Um desrespeito à autonomia da própria Câmara, que está, providencialmente, calada neste quesito.
Se a Cosip precisa aumentar? Não sei! Pode ser até que sim! Mas, quanto? E por que? Esta é a questão central! Não há estudos técnicos que provam que numa inflação de 2,5% ao ano, este aumento no ano que vem, venha numa só paulada de 40%. Há muito blá,blá,blá e vejam só, para os mais pobres. Nas classes mais abastadas, o impacto é proporcionalmente menor (tabela abaixo). Pior: os paços (prefeitura, seus penduricalhos, escolas) municipais da Administração Direta, Autárquica e Fundacional estão livres dessa taxa. Ela é obrigada, pela lei, apenas aos outros gasparenses: os que estão nas residências, comércio e indústrias. Discriminação? Um incentivo ao desperdício de consumo, muito próprio nos ambientes públicos.
O problema existe? Mais uma vez o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e principalmente o prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, e presidente do PMDB, levaram 11 meses para descobrir isso. Inacreditável! Onze meses de sangria na Cosip e nenhuma solução racional, técnica, atualizada com a modernidade da iluminação foi proposta?
E olha que o chefe de gabinete de Gaspar, Pedro Inácio Bornhausen, PP, é um engenheiro eletricista e já foi até afamado superintendente regional da Celesc. Ou seja, pressupõe que entende do riscado, ao menos para fundamentar tecnicamente o pedido que a administração fez à Câmara e quer colocar goela abaixo da população em prazos curtos recordes, e com as espertezas de técnicas legislativas de praxe.
Este ato, é mais uma demonstração de como é velha a jovem, feita por jovens, a administração de Gaspar. Antes de aumentar a Cosip, Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Pedro deveriam apresentar projetos para diminuir o dinheiro gasto no consumo público e iluminar ainda mais a cidade. Há uma revolução em curso nesse setor no mundo e no Brasil, com custos cada vez mais baixos na iluminação. Mais: há linhas de crédito especiais de longo prazo e até, em fundos perdidos, para essas mudanças no sistema de iluminação.
O aumento da taxa da Cosip em Gaspar, se provada a necessidade, deveria ser parte de um grande projeto técnico de modernização da iluminação pública e economia no município. Mas, não! Preferiram o atalho: o de colocar a mão no bolso do povo, via lei aprovada na Câmara de um dia para o outro.
Resumindo: vão aprovar esse projeto 98/2017 na marra, apesar do esperneio do PT, PDT e do Cícero no PSD. É que Kleber possui votos para isso. É dinheiro bom e escasso da mão dos cidadãos e empreendedores, para coisa velha.
Quer um exemplo para que se possa compreender popularmente a tamanha burrice e atraso que o governo Kleber faz no fechar do ano com os gasparenses? Estão aprovando dinheiro para pagar a gasolina consumida por um carro velho que bebe um litro para fazer apenas seis quilômetros, quando hoje no mercado, um automóvel de idêntica potência, maior conforto, segurança e atualidade tecnológica, principalmente, faz 18 quilômetros com o mesmo litro de combustível.
E depois a administração de Kleber propaga por aqui que seu lema de governo é o de ser eficiente! Há alguma dúvida? Eficiente até agora foi trabalhar para ampliar a estrutura legal para aumentar os impostos a partir do ano que vem, criar uma despesa de R$600 mil ao ano para pagar comissionados e funções gratificadas... Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Pedro ficam dodóis quando expostos a esse tipo de incoerência ou incapacidade, todos de lavra “estratégica”, do novo governo.
Aliás, este assunto, como revelei na coluna de sexta-feira, começou errado com um PLC, o de número 11, e que agora virou um PL, o de número 98, exatamente para ter a aprovação simples e rápida pela escassa base do governo, tudo sob as barbas da oposição e a ajuda técnica da Câmara. Acorda, Gaspar!
Abaixo a tabela proposta pelo prefeito Kleber.
Contribuintes Residenciais e Rurais
FAIXAS DE CONSUMO (kwh) VALOR (R$)
0 até 50 3,00
51 até 100 6,00
101 até 200 8,00
201 até 400 11,00
401 até 500 13,00
501 até 800 18,00
801 até 1.000 20,00
1.001 até 1.500 22,00
1.500 24,00
Contribuintes Comerciais - Industriais - Prestadores de Serviços - Órgãos Públicos
FAIXAS DE CONSUMO (kwh) VALOR (R$)
0 até 50 8,00
51 até 100 18,00
101 até 200 22,00
201 até 400 29,00
401 até 500 31,00
501 ate 800 36,00
801 até 1.000 38,00
1.001 até 1.500 54,00
1.500 60,00
Contribuintes Primários
FAIXAS DE CONSUMO (kwh)VALOR (R$)
0 até 2.000 90,00
2.001 até 5.000 125,00
5.001 até 10.000 215,00
10.001 até 25.000 320,00
25.001 até 50.000 340,00
50.000 360,00
O vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, é uma das vozes oposicionistas na Câmara mais contundentes na atual legislatura em Gaspar. Mais, na minha opinião, do que a tarimbada ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa, PT, (que deveria ser por questões óbvias) e dos novatos Roberto Procópio de Souza, PDT (que foi par do governo do PT) e Dionísio Luiz Bertoldi, PT (cujo irmão Lovídio Carlos, foi uma das caras petistas mais expressivas do governo de Pedro Celso Zuchi, a tal ponto de ser o candidato derrotado a prefeito nas últimas eleições). Todavia, isso não dá o direito ao Cícero de romper, desdenhar ou ter leituras hermenêuticas, à sua maneira da lei, só para favorecer a si mesmo.
Ao contrário, como vereador de oposição, crítico e fiscalista, coloca-o sob o exemplo e exposição, para ser exigido como referência na cobrança do que faz.
Cícero está choramingando pelos cantos. Está discursando de que a sua forçada licença do Samae, imposta pelo presidente da autarquia, coincidentemente, o mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato, PP, licenciado, matreiro como poucos, é perseguição. Pode ser.
E eu que sou perseguido pelos políticos no poder de plantão por não bajulá-los ou então não ficar quieto naquilo que erram, posso dizer, que a vingança não se descarta. Uma hora ela viria. E veio, de forma legal, amparada na legislação. Os poderosos não admitem opinião diferente, transparência, prestação de contas e gente que os vigie ou aponte seus erros. É um pecado. É coisa de inimigo, antes de ser um ato de cidadania e dialética. E Melato é acostumado a servir e fazer o serviço no lugar dos outros. Fez isso comigo e para o PT. Então...
Volto. Mas, no caso do vereador Cícero, antes de ser uma perseguição, repito o que já expressei na coluna anterior, é uma obrigação do poder público, do Melato e do próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, tomar a atitude que tomou. Ah! Mas, por que não se fez com tantos outros, entre eles, o atual vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Uma boa pergunta! E ao mesmo tempo, um bom caminho para pegar essa gente do PT de calças curtas, mesmo com tanto tempo de atraso.
Entretanto, uma das respostas, pode ser a falta de fiscalização da sociedade, incluindo a imprensa que não faz perguntas, que não investiga, não desconfia, que prefere a amizade barata e ser citada por todos os vereadores na sessão da Câmara como uma massagem de ego. Prefere não ir atrás de assuntos controversos, do que exercer o seu papel. Faltou também o interesse ou a denúncia ao Ministério Público.
A outra conclusão, é de que a “perseguição” do PT foi seletiva; não foi tão dura assim como seria desejável naquilo que afrontava o dispositivo legal, ainda mais para o PP de Melato, aliado incondicional do PT. E assim, por tabela, o ex-vereador e hoje vice-prefeito Luiz Carlos, safou-se. Houve trocas, jeitinhos e até esquecimentos para alguns. Entenderam como funciona o jogo político? Afinal, o PT estava em minoria na Câmara.
Cícero: veja o que acontece com os vereadores de Ilhota que estão na mesma situação da sua. O Ministério Público da Comarca e que cuida da Moralidade Pública acabou (16/11) de tascar um inquérito (06.2017.00006785-8) contra Almir Aníbal de Souza, PMDB, presidente da Casa, protetor do prefeito Érico de Oliveira, PMDB, e o vereador Juarez Antônio da Cunha, PSD. E por que? A promotora Andreza Borinelli, quer exatamente apurar como podem eles estarem exercendo o cargo de vereadores nos horários onde deveriam estar trabalhando na prefeitura para o qual foram contratados e recebem.
Entendidos, ainda acham que Andreza esqueceu o Francisco Domingos (o Chico Caroço), PMDB, que estaria na mesma situação.
Cícero! Melhor ser licenciado na marra, como o vereador acabou de ser por portaria feita exatamente por falta de iniciativa e desconfiômetro do próprio vereador, do que estar respondendo à inquérito no MP, onde vai ter que devolver o que ganhou e se provou indevidamente. Uma Ação Civil Pública desmoralizaria o seu melhor ativo e à liberdade para exercer o mandato, bem como a cobrança de erros no Executivo como um opositor isento e que não possui os mesmos defeitos de quem cobra ou acusa.
Cicero! Sinceramente? Agradeça ao Melato. Além disso, um vereador colega seu, de Rio do Sul, em mesma queixa de injustiça contra ato semelhante pelo Executivo, lá em 2008 na Justiça catarinense, perdeu a causa que você quer empunhá-la na mesma Justiça. Quando se candidatou, Cícero e outros, já sabiam que teriam que fazer escolhas. Então qual a razão de tanto esperneio? Não deviam se candidatar, então. Coerência é algo essencial para quem pede coerência dos outros. Então...
Um vereador não é um vereador de algumas pouquíssimas horas na sessão por semana, sessões que podem até acontecer depois do seu expediente na repartição pública. Há reuniões de comissões. Há contatos, o dia inteiro com o eleitorado e assessores. Há fofocas. Há intrigas. Há jogo pesado. Isso prejudica o seu trabalho na repartição. Há contatos para averiguações, com agentes políticos, viagens, atendimento a telefonemas (longos), whatsapp, redes sociais que viraram tormentos e desvios de funções nos locais de trabalho etc.
Ou o exercício da vereança é um bico feito na própria repartição que lhe remunera com os pesados impostos dos munícipes? Em que tempo o vereador Cícero está? Acorda, Gaspar!
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