Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

17/06/2016

OS VICES I
O professor e suplente de vereador Charles Roberto Petry, do DEM, morador da região do Belchior, foi o escolhido para ser o vice da também professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Charles está na Câmara no lugar da licenciada por questões médicas, Ivete Mafra Hammes, PMDB. Ele conseguiu esta vaga na Câmara porque o seu ex-partido, o PV, estava na coligação com o PMDB em 2012. Agora só falta o PT de Lovídio Carlos Bertoldi escolher o seu vice. O PMDB de Kleber Edson Wan Dall foi o primeiro – já no ano passado. Fechou a dobradinha com o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Já o PSD dividiu o partido para ser também PSB e assim ter uma chapa quase pura com os vereadores Marcelo de Souza Brick e Giovânio Borges, respectivamente. Todavia, alguma coisa ainda poderá mudar até o registro desta chapa.

OS VICES II
O PT esperava o movimento do PSDB e do DEM para decidir o seu. Os caminhos da escolha são múltiplos e eles têm muito a ver com o momento de desgastes pelo qual passa nacionalmente. O PT de Gaspar tenta em primeiro lugar vencer liderando a chapa, a despeito das dificuldades; ou “vencer” com um partido ou coligação que não seja propriamente liderada pelo PT descarregando votos e um alinhamento para o fechamento do caixa; ou perder nas duas hipóteses anteriores, mas elegendo uma bancada forte e assim se preparar para voltar daqui a quatro anos. É que todos os petistas daqui – e parte da cidade, mas este debate não aflorou ainda - sabem que quem ganhar governará no inferno, diante da herança maldita que a administração de Pedro Celso Zuchi deixará a cidade para o seu sucessor.

OS VICES III
As escolhas vão desde a ex-procuradora do Samae e do município, Mara Lucy Fabrin Áscoli, mulher do médico Odilon, ex-PMDB histórico, que atua nos bastidores para o PT e sempre lembrado para ser vice, até o ex-vereador e empresário Osni Antônio Woelecke (Toni da Churrascaria), outro histórico do PMDB, e que pulou para o PDT. Todavia, o próprio PDT disponibiliza o ex-gerente do Procon, Roberto Procópio e o PRB, do ex-secretário da extinta secretaria de Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert, diz que está nesta “briga” depois que o Partido Comunista saiu para se juntar com o PSD e PSB, de Marcelo de Souza Brick e Giovânio Borges. No leque estratégico do PT, e principalmente para anular o PSDB e o DEM, não estão descartados o ex-superintendente do Belchior, Rui Deschamps e o próprio presidente do partido, José Amarildo Rampelotti. Um jogo que está unicamente nas mãos das famílias de Pedro Celso Zuchi, e de Décio Neri e Ana Paula de Lima. Acorda, Gaspar!

ONDE ESTÃO OS PEIXES? I
O vereador Fabrício Pereira, PSDB, afirmou que não levou os peixes de uma lagoa em Ilhota sem consentimento do proprietário como foi amplamente divulgado, inclusive aqui nesta coluna. Segundo Fabrício, ele estaria apenas fazendo o serviço de frete para o qual foi contratado por Valdemar Vicente, então ex-proprietário da área. Para Fabrício, com intuito de caluniar e difamar, Rosângela Gervásio Ricardo, a reinvestida no imóvel, foi à delegacia registrar um Boletim de Ocorrência no dia 30 de maio, contra ele. “O Boletim de Ocorrência é uma declaração unilateral”, justificou o vereador para desqualificar o documento que o incriminou, origem do noticiário.

ONDE ESTÃO OS PEIXES? II
De onde vem a pendenga? Valdemar e Rosângela fizeram uma permuta entre suas propriedades em Ilhota e Itajaí. Mas, se arrependeram dela. E acertaram na Justiça a “destroca”, com a obrigação de voltar ao estado original de ambas. O prazo da “destroca” era dia dois de junho. Dia 30, Fabrício, contratado por Valdemar foi lá retirar os peixes que Valdemar diz serem dele. Rosângela, antecipando-se à ocupação de retorno ao seu imóvel, pessoalmente tentou impedir a ação. Deu no que deu. Fabrício também nega que tenha feito acertos com Rosângela ou a tenha enfrentado com o caminhão dele como está no Boletim de Ocorrência. A briga continua.

TRAPICHE


O eleitor Pedro da Silva pediu na Câmara de Gaspar, pela segunda vez ao presidente Giovânio Borges, PSB, a cassação do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, por prevaricação. Zuchi viu seus subordinados metidos em atos administrativos reprováveis e não foi capaz afastá-los ou abrir sindicância para apurar os fatos. Foi um bafafá. Esta coluna, líder em acessos como sempre, detalhou exclusivamente para os seus internautas na terça-feira.

O presidente do PT, o vereador José Amarildo Rampelotti, quer saber qual o jogo político que está por detrás deste pedido e insistência do Silva. Amarildo sabe que isso vai feder não apenas para o prefeito que terá mais um processo entre dezenas que já responde, mas principalmente para o presidente da Casa e o presidente da comissão de Economia, o cunhado de Zuchi, Antônio Carlos Dalsochio, PT, onde tudo parou.

O que está por detrás não é um ato político, mas a lei que determina o que o prefeito deve fazer nestes casos e não fez. E quem vai resolver mais uma vez tudo isto? Não será o Pedro da Silva e nem a Câmara, mas o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública. E nesta não estará apenas Zuchi, mas o presidente da Câmara, Giovânio Borges, PSB, eleito para o cargo num acordo liderado pelo PT, a quem deve fidelidade.

Preocupa sobremaneira ao PT, aos correligionários e a família, o número de processos em curso e os que ainda estão por vir contra a administração e o prefeito Pedro Celso Zuchi.

E o assunto não deve parar aí. O Ministério Público do Tribunal de Contas resolveu fazer um pente fino nos contratos da administração petista de Gaspar. Vai dar zebra. O MP do Tribunal tem sido assertivo e duro nos últimos meses com os políticos catarinenses.

Na berlinda. A gasparense honorária, ex-senadora, ex-ministra, Ideli Salvatti, PT, teve as denúncias contra ela enviadas pelo Supremo Tribunal Federal para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Esquentou. Sérgio Machado, PMDB e Transpetro, diz na delação que reservou R$500 mil para a campanha dela ao governo do Estado.

Pomerode é a mais alemã das cidades brasileiras. Mas na política, é a mais brasileiras das de origem alemã. Então confiram: o ex-deputado Federal, ainda com foro privilegiado, João Alberto Pizzolatti Júnior, PP, está envolvido até o pescoço no Petrolão e Lava Jato e o ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia e ex-secretário de Turismo, Gilmar Knaesel, PSDB, preso por desvio de subvenções sociais.

Ilhota em Chamas I. O anúncio do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, de que não correrá mais à reeleição, deixou meio desnorteada a possível coligação do PP com o PMDB para enfrenta-lo. Os pepistas históricos estão inconformados com a postura do vereador Gilberto de Souza.

Ilhota em Chamas II. A briga entre o prefeito Daniel Christian Bosi e a Câmara não arrefeceu com o anúncio de que ele não será mais candidato. A Câmara acaba de aprovar uma Moção de Repúdio contra ele.

Ilhota em Chamas II. E por que? Bosi disse na Justiça que já entregou a Prestação de Contas de 2015 à Câmara. A Câmara bate o pé e diz que não. Os vereadores argumentam que houve deslealdade processual de Bosi. Ele é advogado.

 

Edição 1754

Comentários

Herculano
20/06/2016 16:56
COLUNA INÉDITA

A edição de terça-feira já está pronta. Ela vai abordar a falta de propostas dos candidatos a prefeito de Gaspar. A cidade parece que não tem problemas. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
20/06/2016 15:03
Lulinha e Luleco no Caribe

Brasil 20.06.16 14:05
Só O Globo publicou uma reportagem sobre a parceria entre a Odebrecht e a cervejaria Petrópolis.

Como dissemos mais cedo, Walter Faria tem de ser preso e interrogado.

Na ocasião, ele poderá esclarecer a origem do dinheiro repassado a Lula e Dilma Rousseff. Ele poderá esclarecer igualmente a origem de dinheiro repassado a Lulinha e a Luleco.

Veja estes dois posts de O Antagonista:

Todo mundo sabe que Fábio Luís Lula da Silva é dono do canal PlayTV, controlado pela Gamecorp.

O que pouca gente sabe é que a Cervejaria Itaipava, do Grupo Petrópolis, é praticamente a única anunciante do canal.

O outro anunciante da PlayTV é o energético TNT, do mesmo grupo Petrópolis de Walter Faria.

E aqui:

A publicidade das marcas do Grupo Petrópolis na PlayTV, de Lulinha, se soma ao patrocínio do mesmo grupo ao Torneio Touchdown, de Luleco, e à contratação da palestra motivacional de Lula.

Sem esquecer, é claro, do financiamento da campanha de Dilma Rousseff.
Sidnei Luis Reinert
20/06/2016 12:33
Presidente Temer devolve PODER aos comandantes militares: A ordem está restaurada!

Os críticos e os que "torcem o nariz" para as postagens do Cristalvox, relacionadas com a área militar terão de engolir mais uma. Só os "analfabetos históricos" ou os que fazem "ouvidos de mouco" se negam a enfrentar uma realidade jascente no cenário político de 2016, no Brasil. Políticos corruptos, instuições frágeis e esfarelando, poder judiciário sendo alvo de serveras críticas em razão da vinculação de ao menos 05 de seus membos com o Partidodos Trabalhadores, uma presidente afatada e seu vice sob severo "fogo amigo"?
Nesse cenário, resta a Michel Temer só uma chance de ultrapassar as barreiras políticas que se apresentam como obstáculos aparentemente instransponíveis: Ter nos militares o seu fiel aliado e garantidor do seu mandato, ao menos até 2018.
Presidente Michel Temer vai anunciar ainda hoje, a revogação do Decreto 8.515 e sua retificação, assinado em 03 de setembro de 2105, devolvendo aos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica as atribuições que lhes foram retiradas pela presidente afastada Dilma Rousseff, o qual trarta da direção e gestão de cada uma das forças armadas.
Sidnei Luis Reinert
20/06/2016 12:30
LULA PRESO PARA SEMPRE

Brasil 20.06.16 07:55
A OAS, nesta semana, terá um encontro decisivo com a PGR.

O Antagonista soube que a empreiteira realmente decidiu entregar Lula.

Ele será condenado pelo juiz Sérgio Moro. E será condenado mais de uma vez.

A OAS vai revelar que o sítio em Atibaia é dele. A OAS vai revelar também que o apartamento no Guarujá é dele.

Mas há mais do que isso.

A empreiteira vai declarar que o dinheiro gasto para armazenar seus móveis foi um pagamento de propina. Assim como suas palestras superfaturadas, que o remuneraram por um crime ainda mais grave ?" o tráfico de influência internacional.

Só o BNDES vai ficar de fora da denúncia.

Nossos leitores querem que Lula seja preso já. Mas o fundamental é que ele seja preso para sempre.

Lula está acabado.

http://www.oantagonista.com/posts/lula-preso-para-sempre
Herculano
20/06/2016 08:22
SUPREMO ANALISA PRISÃO DE CUNHA E SEUS APOIADORES TENTAM SALVAR-LHE MANDATO, por Josias de Souza

Quem assistiu à sessão do Conselho de Ética da Câmara na semana passada tinha todo o direito de se entusiasmar - ou pelo menos suspirar e dizer: "Agora vai!" Seria um sinal de sensatez. Depois de oito meses de manobra, aprovou-se por 11 votos a 9 o parecer que recomenda a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Mas a reincidência do ilógico parece ser ilimitada na Câmara. E o grupo de Cunha insiste em articular a salvação do mandato dele no plenário da Casa. Simultaneamente, o STF analisa a hipótese de prender o deputado.

A ideia não é original: Cunha renunciaria à presidência da Câmara em troca da preservação do seu mandato. Membros de sua infantaria afirmam que ele já não é refratário à hipótese de abdicar da presidência. Por duas razões: 1) o risco de cassação no plenário tornou-se real; 2) na prática, Cunha não perderia nada, já que foi suspenso por tempo indeterminado de suas atividades parlamentares pelo Supremo. As conversas prosseguem nesta semana.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a prisão preventiva de quatro morubixabas do PMDB. Os de Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney foram indeferidos pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Mas o pedido relacionado a Eduardo Cunha permanece sobre a mesa do magistrado como uma granada que pode ser acionada a qualquer momento. Alega-se que Cunha, apesar de suspenso, continuou operando como se nada tivesse sido descoberto sobre ele. Se for decretada, a prisão terá de ser referendada pelo plenário da Câmara.

Adversários de Cunha dizem que já se formou no plenário da Câmara uma maioria folgada pró-cassação . Nessa versão, a oferta de renúncia ao comando da Casa teria chegado tarde demais. Pode ser. Mas não convém baixar a guarda. No Legislativo brasileiro, nada tem história e pouca gente tem biografia. Se permitirem que Cunha salve o mandato, ele acabará substituindo Paulo Maluf como símbolo da reabsolvição eterna.
Herculano
20/06/2016 08:01
NEM DE BRINCADEIRA, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Um grupo de deputados discutia o que vai sobrar depois das delações da Lava Jato, quando um deles soltou uma proposta: votar um projeto anistiando todos os políticos que receberam doações legais vindas de grana de propina.

Diante da incredulidade dos presentes na viabilidade da ideia, que seria motivo de críticas gerais, ele disse que haveria uma contrapartida. Todos os beneficiados teriam que abandonar a carreira política.

Reflexo do clima de pânico geral que domina a política, o "sacrifício" em troca da anistia teve aprovação unânime entre os presentes da reunião ?"o pessoal anda topando tudo para fugir das garras da Lava Jato.

Um participante do encontro diz que a ideia, por enquanto, é apenas uma ideia, lançada quase em tom de brincadeira. Diz ele, porém, ter certeza que hoje contaria com o apoio de mais de 90% do Congresso.

Sinceramente, não duvido. Afinal, as próximas delações, de Odebrecht e OAS, prometem provocar um cenário de terra arrasada na política brasileira. Pelo andar da carruagem da Lava Jato, quase nenhuma reputação ficará intacta.

A ideia da anistia surge, de forma discreta, porque muitos candidatos alegam que não sabiam que sua doação legal teve origem em propina. Em alguns casos, pode ser fato. Mas como separar o joio do trigo?

Não custa lembrar, contudo, o que disse o delator Sérgio Machado. Segundo ele, todos sabiam, em maior ou menor grau, que as doações vinham de contratos de empreiteiras com a Transpetro. Ou seja, ninguém é totalmente inocente.

Por sinal, a delação de Machado mostra por que políticos disputam nomeações para direção de estatais. Nada a ver com projetos de interesse do país. Tudo a ver com esquema para angariar recursos de campanha e, pior, até para o próprio bolso.

O mais inacreditável é que, em tempos de Lava Jato, esta turma segue brigando por cargos. Não por acaso os escândalos se repetem.
Herculano
20/06/2016 07:58
CONTRA A IMPUNIDADE, editorial do jornal O Globo

Causam preocupação as pressões para que o Supremo reveja a decisão de fevereiro

Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o réu condenado em segunda instância deve começar a cumprir pena de prisão em seguida à decisão colegiada. Até então, o entendimento da Corte era de que, mesmo condenado, ele poderia continuar livre até que se esgotassem todos os recursos interpostos em instâncias superiores (o Superior Tribunal de Justiça e o próprio STF). Ou seja, com a sentença transitada em julgado, alegadamente em obediência ao princípio da presunção de inocência.

O Supremo recompôs o entendimento prevalecente até 2009. Era um campo aberto para a inimputabilidade de fato, uma vez que, superada a segunda instância - em geral o limite até onde os tribunais se debruçam no julgamento do mérito de processos criminais ?", a interposição de recursos levava à postergação se não infinita da pena, mas muitas vezes ao extremo da prescrição.

Ao proferir o voto na sessão de fevereiro, o ministro Teori Zavascki, relator do caso - o julgamento de recurso em favor de um réu condenado por roubo em São Paulo, cujo habeas corpus pedindo que respondesse ao processo em liberdade fora rejeitado pela Justiça estadual -, definiu bem a que servem as chicanas que se escondem na interposição de seguidas apelações: "Ao invés de se constituir um instrumento de garantia da presunção de não culpabilidade do apenado, [os recursos] acabam representando um mecanismo inibidor da efetividade da jurisdição penal."

De fato, recursos a cortes superiores costumam levantar questões processuais, contestações jurídicas e outras filigranas que não têm, como decorrência prática, o dom de contestar méritos da acusação, terreno dos tribunais das primeiras instâncias. Além de fechar as portas para chicanas, a decisão do STF ajuda a combater a morosidade de que se acusa a Justiça e, principalmente, a ideia correta de que, por moroso, o Judiciário estimula a impunidade.

Neste último aspecto, por sinal, reside um dos mais positivos efeitos da posição do STF. O país vive uma nova realidade no funcionamento do seu sistema jurídico com a Lava-Jato, a operação que investiga e pune esquemas de corrupção montados na Petrobras e outras estatais, e ampliados pelo lulopetismo. Nela, a possibilidade, tornada concreta com o entendimento da prisão a partir de decisão da segunda instância da Justiça, de as penas começarem a ser cumpridas de imediato tem estimulado as delações premiadas.

Sem as delações, e sem a agilização das penas, a Lava-Jato seria ferida de morte. Por isso, são preocupantes as articulações para que o STF reveja a decisão de fevereiro. A OAB e o Partido Ecológico Nacional (PEN) impetraram junto à Corte ações de declaração de inconstitucionalidade contra esse princípio. (Também no Congresso há movimentos nesse sentido, com projetos que visam a reverter o sistema jurídico ao antigo status.) O Supremo ainda vai julgar as Adins - deveria fazê-lo esta semana, mas o assunto saiu de pauta. É crucial que os ministros não recuem.
Herculano
20/06/2016 07:54
O POVO PEDE PASSAGEM, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

"A Lava-Jato aboliu o purgatório. Restaram o céu e o inferno." Benito Gama, deputado (PTB-BA).

Diante da Lava-Jato, desafio das elites é se renovar. Uma notícia boa e outra ruim. A boa para os que apoiam a luta permanente contra a corrupção: apesar das pressões, a Lava-Jato está longe de ser concluída, segundo os procuradores federais Deltan Dallagnol e Paulo Roberto Galvão de Carvalho. Seu trabalho se estenderá até o fim do ano ou início do próximo. A notícia ruim para os que almejam uma trégua no combate à corrupção: não haverá trégua.

O EMPRESÁRIO Marcelo Odebrecht completou, ontem, um ano de prisão. Anteontem, completou três anos a passeata que inaugurou em São Paulo o ciclo das manifestações populares de junho de 2013 em todo o país. Nas ruas da capital paulista, milhares de pessoas atacaram a sede da prefeitura, saquearam lojas, quebraram vitrines de bancos e foram reprimidas com violência pela Polícia Militar.

JUNHO DE 2013 deixou os governantes perplexos com a natureza de um movimento espontâneo e refratário à participação dos partidos políticos. A princípio, o que uniu os manifestantes foi a cobrança por preços mais baratos nos transportes coletivos. Depois, tudo ou quase tudo: Educação melhor, Saúde melhor, mais segurança, menos corrupção e a derrota de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limitava o poder de investigação do Ministério Público.

CONHECIDA COMO PEC da Mordaça, ela havia sido enviada ao Congresso pela presidente Dilma. Foi a primeira vítima de junho de 2013: a Câmara dos Deputados a rejeitou por 430 votos a 9. Se aprovada, dificilmente, hoje, haveria Lava-Jato. E, sem ela, Odebrecht estaria solto; com ou sem pedaladas, talvez Dilma presidisse o país, e Lula desfrutasse em paz do conforto do sítio de Atibaia reformado de graça por construtoras amigas dele.

DESCONFIE SEMPRE que ouvir alguma autoridade elogiar a Lava-Jato para, em seguida, insinuar o seu fim - se não já, quem sabe em breve, talvez daqui a pouco, de preferência logo, sem prejuízo para o país, é claro, porque você, eu, todos nós temos nojo à corrupção. Lorota! Com prejuízo para o país, sim. Com prejuízo para as investigações. E com menos prejuízos para os que roubaram e deixaram que roubassem.

ROUBARAM TANTO que chego a me apiedar dos acusados de terem embolsado pequenas quantias. Foi o caso do funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos filmado recebendo R$ 3 mil nos primórdios do escândalo do mensalão. Roubaram tanto e, às vezes, com tamanho requinte que no país da jabuticaba inventaram outra jabuticaba: a doação legal aos partidos, registrada na Justiça, de propina abatida do lucro sujo de empresas.

ESTOU POUCO me lixando - e imagino que você também - para quem foi condenado ou venha a ser por ter desrespeitado as leis. Primeiramente, não me interessa por qual nome atenda. Muito menos o cargo que ocupe ?" de carregador de mala até o presidente da República. A presidente eleita foi afastada e o vice assumiu. Nem o guarda da esquina se assustou. Pode ter celebrado. Se o vice caísse, dar-se-ia posse ao seu sucessor e bola para frente.

SEM ESSA de que somos um país com complexo de vira-lata. Estamos condenados ao sucesso apesar do egoísmo e do profundo conservadorismo de nossas elites. Ou elas se renovam ou serão atropeladas pelos que, à esquerda e à direita, ocuparam as ruas em junho de 2013, e desde então. E que amanhã ocuparão o aparelho do Estado com novas ideias.

S?" NÃO enxerga isso quem é cego ou não quer ver.
Herculano
20/06/2016 07:51
DE CHOQUES E LIMITES, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

Na crise política, o entrechoque dos atores ajuda a desvelar os limites institucionais. As colisões iluminam os contornos do campo e as regras da disputa.

Se o juiz Sergio Moro não extrapolasse na divulgação de escutas captadas fora do prazo, que envolviam condutas suspeitas de autoridades alheias à sua alçada, o Supremo não teria a oportunidade de expor à sociedade as fronteiras do litígio.

Ao convencer-se de que tinha elementos para obter a prisão do presidente do Congresso, de um senador e de um ex-presidente da República, o procurador Janot possibilitou o esclarecimento dos critérios para a adoção de medidas excepcionais, em outra resposta didática do STF.

O acúmulo e a fortaleza das provas de obstrução da Justiça demonstrados nos casos da prisão do senador Delcídio do Amaral e da suspensão do deputado Eduardo Cunha não se repetiram desta vez. Aqui se aplica a lei penal caso a caso e individualmente, respondeu a corte.

Graças à reação descomedida de Renan Calheiros, que ameaça Janot com o impeachment, o público ficará informado do isolamento do presidente do Senado. Não há indício de desvio de poder a sustentar a ação.

Procuradores de Curitiba também tomam parte no espetáculo. Em paralelo ao bom desempenho dentro das quatro linhas, convertem-se num grupo de lobby que, fora dos autos, promove causas e combate movimentos políticos tidos como hostis.

O virtuosismo de certos procuradores na técnica de investigar e denunciar contrasta com sua tíbia teoria do poder. Pressupõem que o sistema político apodreceu, que é preciso destruí-lo por completo para algo íntegro brotar das ruínas e que eles integram a vanguarda da refundação.

O sistema representativo, além do jurídico, imporá moderação a tais destacados acusadores. Não é dos tribunais que se reforma a política. Apenas o autoritarismo admite punição coletiva a representantes eleitos.
Herculano
20/06/2016 07:43
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

E só para os leitores e leitoras que a tornam líder de acessos, no portal mais antigo de Gaspar, mais acessado, mais atualizado e mais acreditado, o Cruzeiro do Vale.
Herculano
20/06/2016 07:40
DISTORÇÃO PARLAMENTAR, editorial do jornal Folha de S. Paulo

"Eu já arquivei cinco pedidos de impeachment do procurador-geral da República", disse Renan Calheiros, presidente do Senado. "Esse eu vou avaliar", concluiu com um sorriso irônico incompatível com a gravidade da situação.

Referia-se a uma petição protocolada na semana passada. As duas advogadas que assinam o documento, ambas ligadas a movimentos anti-Dilma Rousseff (PT), requerem a deposição constitucional de Rodrigo Janot. Argumentam que o chefe do Ministério Público Federal dispensou tratamento diferenciado a políticos que consideram envolvidos em situações análogas.

De um lado, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula; de outro, Renan, o ex-presidente José Sarney e o senador Romero Jucá (RR). Todos teriam manobrado para atrapalhar a Operação Lava Jato, mas somente a trinca peemedebista se tornou objeto de pedido de prisão.

Quando enfim avaliar a peça, Renan verá que ela não se sustenta por inúmeros motivos ?"seja porque cabe ao procurador-geral decidir quando pedir a privação de liberdade de alguém, seja porque a Constituição veda a prisão de presidente da República nessas circunstâncias.

O preocupante, porém, é que o mérito do processo parece ser uma questão menor para o presidente do Senado, que neste momento transforma o pedido de impeachment em uma espada direcionada contra o pescoço de Janot. Para Renan, que já não esconde sua irritação, importa dispor de uma arma capaz de, em tese, intimidar aquele que vem no seu encalço.

Procurando despertar o espírito de corpo entre seus pares, o peemedebista reveste sua indignação com um manto institucional, como se a Procuradoria-Geral da República extrapolasse seus limites constitucionais e representasse uma ameaça para o livre funcionamento do Poder Legislativo.

Nada mais falso. Janot exagerou, sim, ao pedir a prisão de Sarney, Renan e Jucá, mas o fez dentro das balizas legais. Seu ato não escapou aos mecanismos de controle, e o Supremo Tribunal Federal respondeu à solicitação com uma negativa ?"tudo como deveria ser.

Se há uma ameaça ao Parlamento brasileiro, ela parte de seus integrantes que distorcem o sentido da representação popular, fazendo do mandato não um canal para os anseios do eleitor, mas um duto para escoar recursos ilícitos.

Até agora, apesar das muitas suspeitas de que se cerca, Renan Calheiros vinha mantendo, à frente do Senado, comportamento bem mais republicano que o de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na chefia da Câmara, antes de ser afastado pelo STF.

Se o senador imitar seu correligionário e usar a posição institucional para tolher as investigações, poderá conhecer igual destino.
Herculano
20/06/2016 07:36
INVESTIGADA, IDELI MANTÉM SUA BOQUINHA NA OEA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ex-ministra da presidente afastada Dilma Rousseff, a petista Ideli Salvatti continua vivendo a vida boa longe do Brasil: ela e o marido vivem um exílio dourado nos Estados Unidos. Ela na Organização dos Estados Americanos (OEA) e ele na Junta Interamericana de Defesa (JID), cujas sedes ficam em Washington. Ideli e o marido se mudaram para lá há mais de um ano, após a reeleição e antes do impeachment.

NADA MAL
Jefferson Figueiredo, marido de Ideli e músico de formação, ganha US$7,4 mil (cerca de R$ 25.300) por mês, desde abril de 2015.

QUE CRISE?
Ideli foi nomeada para uma embromação chamada "Acesso a Direitos e Equidade" da OEA. Ela ganha US$11 mil (R$37,900) mensais.

SEM SAUDADES
No governo Dilma, Ideli Salvati foi ministra da Pesca, das Relações Institucionais e até dos Direitos Humanos. Saiu-se mal nos três cargos.

ME ERRA
O Itamaraty saiu de fininho, disse que nada tem a ver com a nomeação da ex-ministra petista ou do seu marido: "O tema não é afeto ao MRE".

PARA 73%, POLÍTICOS BRASILEIROS S?" FAZEM PIORAR
Em meio a pior crise econômica, moral e ética que o Brasil já enfrentou na História, um levantamento nacional do instituto Paraná Pesquisa constatou que 73,1% dos entrevistados consideram que o nível dos políticos brasileiros vem piorando a cada ano. Apenas desprezíveis 4,9% acreditam em melhoria de qualidade e do nível dos políticos do Brasil, nos últimos anos. A margem de erro da pesquisa é de 2%.

TUDO COMO SEMPRE
São 20,4% aqueles que dizem que o nível dos políticos brasileiros não sofreu qualquer alteração, nos últimos anos.

CERTEZA EM ALTA
Só não souberam responder sobre os níveis dos políticos brasileiros 1,6% dos entrevistados. É a menor taxa de incerteza da pesquisa.

DADOS DA PESQUISA
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.044 eleitores, em 162 municípios de 24 estados brasileiros, entre 11 e 14 de junho.

JOGANDO A TOALHA
Após jogar xadrez do celular, durante a comissão do impeachment, e citar o "jurista Tomas Turbando", José Eduardo Cardozo, defensor de Dilma, desistiu de levá-la para depor. Sinal de quem entrega os pontos.

PROFUNDA DECEPÇÃO
Líder da bancada pró-impeachment, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) não se conforma com a indicação de Antônio Patriota, ex-ministro de Dilma, à embaixada em Roma: "Ele foi conivente com todos os equívocos da política externa brasileira dos últimos anos", disse ele.

O APANHADOR
Apontado pelo delator Sérgio Machado como o apanhador de dinheiro para Edison Lobão, ex-ministro de Dilma e seu pai, Márcio Lobão é o principal executivo da Brasil Seguros, subsidiária do Banco do Brasil.

EM MAUS LENÇ?"IS
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) exortou: "Precisamos ter facas nos dentes para enfrentar o golpe!" Ela deveria estar mais preocupada com a revelação de que foi beneficiada pelo roubo na Transpetro.

CREDIBILIDADE
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) observa que testemunhas de acusação, no impeachment, são auditores do TCU concursados, apartidários. Já as de defesa são petistas, ex-assessores de Dilma.

PEDALADAS, NÃO MAIS
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) passou vexame e acabou tomando uma aula de regimento, ao tentar encerrar sessão da comissão do impeachment. "Pedaladas", só na finada era Dilma.

CULTO À PERSONALIDADE
O deputado Mauro Mariani (PMDB-SC) diz que seu projeto proibindo foto oficial de autoridades nas repartições gera economia e será o fim do "culto à personalidade". A ideia foi implantada em Santa Catarina no governo do falecido Luiz Henrique.

NÃO VAI COLAR
O tal plebiscito com vistas a novas eleições, proposto por Dilma para driblar a destituição definitiva, não tem a simpatia do PT e nem dos chefes dos "mortadelas": MST e CUT não apoiam a saída.

PENSANDO BEM?
?no Rio, a calamidade foi decretada, enquanto com Dilma a calamidade foi gerada por seus decretos ilegais.
Herculano
20/06/2016 07:30
REPACTUAR SEM PUNIR A SOCIEDADE, editorial do jornal Correio Braziliense

Hoje, o presidente interino, Michel Temer, se reunirá com governadores. Na pauta, a renegociação da dívida de estados e municípios, que soma cerca de R$ 500 bilhões. O encontro foi precipitado com a decretação de estado de calamidade no Rio de Janeiro, na sexta-feira, pelo governador interino, Francisco Dornelles. Sede das Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, a Cidade Maravilhosa não tem recursos para honrar os compromissos decorrentes das competições que começam em 5 de agosto.

Há meses, o governo fluminense não consegue pagar em dia e integralmente os salários do funcionalismo, aposentados e pensionistas. Unidades de saúde foram fechadas ou têm negado atendimento aos cidadãos. A Polícia Civil restringiu o uso de combustível. O Instituto Médico Legal recusa corpos na unidade principal. A situação é de calamidade na maioria dos serviços sob responsabilidade do poder público.

A retomada das negociações ocorre a 7 dias do fim do prazo de dois meses fixado pelo Supremo Tribunal Federal, em 27 de abril, para que governos federal e estaduais chegassem a uma solução para o impasse, que levou à judicialização do débito. Na Corte, há 15 pedidos de estados e um da prefeitura de Bauru (SP) para que seja revisto o cálculo das dívidas, considerando a aplicação de juros simples e não compostos, como hoje é cobrado. Com a alteração do indicador de correção, como querem os governadores, a dívida dos estados seria reduzida em mais de 90%, e passaria dos atuais R$ 427,4 bilhões para R$ 42 bilhões - perda inaceitável pela União.

A equipe econômica passada rechaçou a proposta, sob o argumento de que o governo federal paga juros sobre juros nos contratos de crédito. Avaliava que atender às exigências dos estados seria decisão equivocada e perigosa, com risco de criar incerteza jurídica no país, mergulhado em crise econômica sem precedentes e com baixa credibilidade entre os protagonistas do mercado.

O impasse é mais uma das graves consequências da ineficiência e da corrupção que, há anos, corroem as contas públicas. A gastança desmesurada, com o aval da União aos que não tinham lastro para honrar os compromissos, se transformou numa enorme bolha que estourou. Por trás, os inconfessáveis interesses agora expostos à nação por meio da Operação Lava-Jato. Hoje, a asfixia é nacional. "O desperdício na administração pública é tão grave quanto a corrupção", ressaltou o professor da Universidade de Brasília e especialista em contas públicas José Matias-Pereira, ao editor e colunista Vicente Nunes, do Correio.

Dificilmente, a conta impactará no bolso dos governantes que levaram o país ao estado de calamidade em que se encontra. Mas é inaceitável que os contribuintes sejam punidos por meio de mais impostos, considerando os precários e ineficientes serviços públicos que lhes são oferecidos. A sociedade brasileira não tem dúvida de que a combinação perversa de incompetência e desvios de recursos públicos foram a força motriz para o descontrole das contas públicas.

Repactuar a forma de quitação dos débitos é medida urgente para tirar as unidades da Federação da insolvência e lhes devolver capacidade de investir na recuperação de setores essenciais à vida dos cidadãos, como saúde, educação, segurança, mobilidade e outros. Porém, é fundamental que as autoridades econômicas e chefes de Executivo levem em conta que o contribuinte não suporta mais ser espoliado pela incompetência e irresponsabilidade dos predadores do setor público, menos ainda reformas que levem à perda de direitos e conquistas.
Herculano
19/06/2016 22:13
O GATUNO QUE COMANDOU A ROUBALHEIRA NA TRANSPETRO É MAIS UM BANDIDO DE ESTIMNAÇÃO DE LULA E DILMA

Sérgio Machado e o quarteto insaciável não teriam feito o que fizeram sem a bênção da dupla de protetores de delinquentes, por Augusto Nunes, de Veja.

Todas as figuras citadas nos depoimentos de Sérgio Machado, sem exceção, devem ser incluídas na devassa conduzida pela Lava Jato e, caso se comprove a veracidade das acusações, punidas. Simples assim. Nenhum corrupto está fora do alcance da ofensiva aplaudida pelo país que presta. Brasileiros decentes não têm bandidos de estimação. Não se prestam ao papel de coiteiro desempenhado por Lula e Dilma Rousseff com muita aplicação e notável desfaçatez por Lula e Dilma Rousseff.

Em 2003, a pedido de Renan Calheiros, o ex-senador cearense foi premiado por Lula com a presidência (e o cofre) da Transpetro. Nos anos seguintes, até as bombas dos postos de gasolina se assombraram com a roubalheira consumada por Machado em sintonia com os chefões do PMDB ?" sempre sob a proteção do Planalto. Mantido no emprego por Dilma, o notório vigarista seguiu depenando em sossego o assalto à subsidiária da Petrobras. Deu no que deu.

Os principais beneficiários da ladroagem delatada por Machado foram os senadores José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros e Edison Lobão, que costuraram com o então presidente Lula a coligação PT-PMDB. Os casos de polícia protagonizados pelos quatro vorazes pais da pátria não ocorreram depois da posse de Michel Temer, mas nos 13 anos de governo lulopetista.

José Sarney voltou a chefiar o Senado por vontade de Lula, que retribuiu os bons serviços prestados pelo antigo capataz do Maranhão com um título honorífico - Homem Incomum - e operações de socorro que livraram o prontuário de bigode da perda do cargo e do mandato. Romero Jucá foi ministro da Previdência e depois líder do governo Lula no Senado. Renan tornou-se discípulo do padrinho e depois virou conselheiro de Dilma. Edison Lobão foi ministro de Minas e Energia da supergerente de araque.

A revelação mais relevante de Machado está na soma dos depoimentos: conjugados, eles escancaram a identidade dos responsáveis pela gangrena que consumiu durante 12 anos esse braço da estatal petroleira. Como todos os envolvidos no maior esquema corrupto da história, o saqueador da Transpetro e o quarteto insaciável não teriam feito o que fizeram sem a bênção militante de Lula e Dilma.

Machado roubou impunemente graças à dupla de coiteiros. O resto é conversa de quadrilheiro apavorado com a República de Curitiba.
Erva Daninha
19/06/2016 14:09
Olá, Herculano

Segundo a imprensa gaúcha, a Feira do Livro em Gramado tem como o livro mais vendido, SÉRGIO MORO, da jornalista Joise Hasselmann (ex-revista Veja). " A História do Homem Por Trás da Operação que Mudou o Brasil", da editora Universo dos Livros.

E falando em livros, gostaria de aproveitar a oportunidade e aconselhar para o meu primo virtual um best seller, indicado por Felipe Moura Brasil em seu Blog: "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", da editora Record.
Paty Farias
19/06/2016 13:19
Oi, Herculano

Do Blog do Políbio

"Investigado na Lava Jato, o ministro da Comunicação Social do governo Dilma e candidato à prefeitura de Araraquara (SP), Edinho Silva vê dificuldade pela nova regra do sistema de financiamento público de campanha e por uma 'crise geral do modelo político-partidário'.

Disse Edinho neste sábado, sobre os prejuízos eleitorais do PT:

"Tenho certeza que todas as grandes siglas serão afetadas. A que mais sofrerá é o PT, por ser governo e estar no quarto mandato. Então nas eleições municipais desse ano é o partido que mais vai perder, sem dúvida. Será a pior eleição da nossa história."

É que o Brasil tem sede de homens honestos, íntegros, e o PeTê com seus partidos satélites
acham que bom senso não é levado a sério.
Sidnei Luis Reinert
19/06/2016 13:19
Segundo o TCU, atualmente tem 346 mil indivíduos em cargos de confiança e comissão

FILIADOS EM PARTIDOS NOS CARGOS DE VIDAS MANSAS
O relatório aponta ainda que, entre os ocupantes dos 346 mil comissionados, 8,6% (cerca de 30 mil) estão filiados a partidos políticos.
As legendas que mais ocupam esses cargos são:
PT (13,6% do total)
PMDB (10,9%)
PSDB (9,6%)
PDT (6,5%).
A Fundação Cultural Palmares, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Senado são os órgãos que apresentam os maiores percentuais de servidores comissionados filiados a partidos. (Com Contas Abertas)
OU SEJA, O POVO TRABALHA DIA E NOITE FEITO BOI PARA BANCAR A MANADA DE VIDAS MANSAS...

http://folhacentrosul.com.br/brasil/11140/segundo-o-tcu-atualmente-tem-346-mil-individuos-em-cargos-de-confianca-e-comissao
Sidnei Luis Reinert
19/06/2016 13:13
Smartmatic, só besta acredita neste sistema!

18/06/2016 20h38 - Atualizado em 18/06/2016 21h06
Piauí tem 23 cidades com número maior de eleitores que habitantes
Nazária, por exemplo, tem 8 mil habitantes e 9 mil pessoas aptas a votar.
TRE reconhece que a situação é um indício de irregularidade.


http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2016/06/piaui-tem-23-cidades-com-numero-maior-de-eleitores-que-habitantes.html
Mariazinha Beata
19/06/2016 13:04
Seu Herculano;

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ - Cláudio Humberto
"Governadores de estados atolados em dívidas desembarcam em Brasília nesta segunda (20), em bloco, com o pires na mão. Vão bater na porta do Palácio do Planalto pedindo renegociação das dívidas."

Isto me lembra a romaria que Pedro Celso Zucki fez durante os seus quatro anos.
Ele sabe o caminho de olhos fechados, o chapéu do Kichner também.
Bye, bye!
Sidnei Luis Reinert
19/06/2016 12:21
Teste proposto por Olavo de Carvalho

Do sempre provocador Olavo de Carvalho, no Facebook:

Faça este teste - Pegue um universitário brasileiro e pergunte:

-- Você segue alguém ou pensa com a própria cabeça?

Em cem por cento dos casos, a resposta será:

-- Com a minha própria cabeça. Tenho pensamento crítico.

Em seguida mostre a ele dois documentos -- o alistamento militar do Obama com a data visivelmente falsificada e um artigo de jornal jurando que os documentos do Obama são autênticos -- e descobrirá que em 99,9999999 por cento dos casos o pensador crítico acredita antes na opinião do jornal do que nos seus próprios olhos.
Sidnei Luis Reinert
19/06/2016 12:19
Magistratura Free, Sérgio Moro e o fim dos imundos


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

"Tem muita coisa boa acontecendo no Brasil por causa de muita coisa ruim que está acontecendo no Brasil".

A frase tautológica (afirmativa contendo a negativa dela mesma) foi dita pelo bilionário (?) Eike Batista em recente café da manhã com alunos da prestigiada Harvard Business School interessados em ouvi-lo sobre sua ascensão e queda.

Uma figura como Eike deve saber perfeitamente o que diz. Afinal, o filho ricaço do gênio Eliezer Batista tem advogados que cobram peso em ouro para defendê-lo de mais variadas ações, movidas por credores nervosos e investidores lesados, mas consegue se manter ileso perante o judiciário,

Analisando o profundo pensamento Eikeano, um bilionário que sonhou ser nosso Donald Trump de olho no Palácio do Planalto em 2018, vale a pena tratar dos fenômenos causados pelas coisas boas e ruins aqui em Bruzundanga. Os acontecimentos mais importantes são resultados das pessoas (sábias ou ignorantes) interligadas em redes sociais.

O bando de andorinhas pode não fazer verão, porém realiza um milagre comunicativo. Consegue se tomar conhecimento das coisas em tempo real, viraliza o conteúdo instantaneamente e, de um jeito ou de outro, viabiliza algum "debate" ou massa crítica sobre os mais variados assuntos, desde piadas preconceituosas até assuntos relevantes, de interesse individual e coletivo.

A massa brasileira em rede social se indignou com a corrupção levantada pela Lava Jato - que já nasceu com uma novidade: um site que torna públicas e transparentes informações judiciais certamente condenadas ao habitual e perigoso "segredo judiciário". A divulgação intensiva de tanta coisa ruim tem produzido coisas boas: protestos e mobilizações exigindo mudanças - mesmo que ainda não se defina, claramente, quais).

O fenômeno do combate à corrupção no Brasil (coisa boa) tem despertado atenção de estudiosos transnacionais. Não foi à toa que os membros da Força Tarefa da Lava Jato foram convidados a falar sobre suas experiências e vivências no "Brazil Forum", que ocorreu entre sexta-feira e sábado, na London School of Economics e na Universidade de Oxford. A nata da globalização quer entender o que se passa no Brasil onde mi ou bilionários transnacionais investem seu rico dinheirão.
Vale a pena também refletir sobre as palavras do procurador federal Deltan Dallagnol - participante desse evento internacional, e um dos "pensadores" práticos da Força Tarefa da tal "República de Curitiba" (o termo é do companheiro $talinácio, que poderia cobrar royalties por seu uso se não corresse risco de acabar como réu-condenado). Em entrevista ao jornal O Globo, Dallagnol repetiu que a Lava Jato ainda vai longe:

"A operação não tem um limite, seja temporal ou de fatos, dizendo que a operação acabou. O que existe, e é natural que exista, é que nós estamos há dois anos com a investigação e ela tem um escopo que é tudo o que surgir e pode ter acontecido nesse esquema que possa ser investigado. Depois de dois anos de investigação, nós já temos a possibilidade de antever um cenário, de perceber o que foi esse esquema. A gente está hoje em uma fase de expansão das investigações. Essa fase da investigação é que, talvez, dentro de mais alguns meses, que pode ser no final do ano ou no começo do ano que vem, pode ser que tenhamos expandido tanto que desse esquema não consigamos mais expandir".

Deltan Dallagnol praticamente resumiu o conceito que transmitiu aos estudiosos dos problemas brasileiros, sobretudo os relacionados à corrupção - sistêmica, institucional e ainda muito bem organizada, apesar do combate da Lava Jato. Dallagnol não quis discutir os atuais problemas enfrentados pelo governo provisório de Michel Temer, com ministros cotados para cair na teia da Força Tarefa, mas definiu muito bem o que acontece agora: "Sem entrar no caso concreto, eu diria que a corrupção não tem cor, não tem partido. Ela existe há séculos no Brasil. O nosso compromisso é apurar corrupção envolva quem for de modo cego, apartidário, técnico e imparcial. Esse é o compromisso que temos com a sociedade".
Herculano
19/06/2016 08:44
A OI E OS DELÍRIOS DA TELEPRIVATARIA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Michel Temer fala em abrir um novo ciclo de privatizações de empresas e bens públicos. Tudo bem, mas os sábios de Brasília deveriam estudar a ruína da Oi. Ela é a maior operadora de telefonia fixa do país, quarta do mercado de celulares, com 70 milhões de clientes em 25 Estados. A Oi deve R$ 49,4 bilhões, com R$ 1 bilhão vencendo em julho, e não tem de onde tirá-los. Sua gerência está tonta, a empresa já teve dez presidentes e seu conselho está dividido.

Pelo andar da carruagem, ou a Oi vai para recuperação judicial ou seus credores tomarão um tombo, sendo levados a converter créditos em investimentos. Como era de se esperar, a Viúva ficará com um pedaço da conta e deverá renegociar os prazos de seus empréstimos. O Banco do Brasil e a Caixa têm cerca de R$ 6,5 bilhões no negócio. O espeto do velho e bom BNDES está em R$ 4,5 bilhões. (Além desse ervanário, a Oi deve R$ 5 bilhões ao governo, derivados sobretudo de multas.) Empresa necessariamente ligada a serviços de engenharia, a Oi gasta R$ 500 milhões anuais com advogados. À voracidade de seus operadores não correspondeu eficácia na gestão. Sua força esteve nos palácios, e sua ruína é uma aula.

A Oi é a primeira grande empresa do programa de privatizações do tucanato a ir para as cordas. Em 1998, amparado pelo fundo de pensão do Banco do Brasil, o consórcio Telemar, liderado pelo empresário Carlos Jereissati e pela empreiteira Andrade Gutierrez, arrematou o lote das teles do Rio e de outros 15 estados. Armação meio girafa, foi considerada "um tanto artificial" pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros foi mais duro e chamou a Telemar de "Telegangue". O tucanato suspeitava que a conta iria para o BNDES e decidiu marcar a empresa de perto. FHC chegou a definir essa vigilância: "linha extradura". Ilusão. (Nunca se deve esquecer que a Telerj, absorvida pela Telemar, havia sido presidida por uma flor do collorato. Chamava-se Eduardo Cunha.)

A Telemar perdeu alguns sócios pequenos, fez acrobacias, trocou de nome, virou Oi e floresceu durante o comissariado petista. Em 2008, com a ajuda do Banco do Brasil e do BNDES, comprou a Brasil Telecom, que operava em dez Estados. Assim nasceu o que a megalomania do período chamou de Supertele, com 62% do mercado de telefonia fixa do país. Seria a segunda maior empresa privada do país. O presidente da Oi dizia que era uma semiestatal, pois 49% do seu capital vinha do BNDES e de fundos de pensão da Viúva.

Terminadas as festas pela criação da Supertele, descobriu-se que a Oi comprara um passivo de R$ 2,5 bilhões. Diante do mau passo, o comissariado dobrou a aposta e alavancou a fantasia da transformação da Supertele (endividada em R$ 27,5 bilhões) numa multinacional. Em 2013, com a bênção de Lula, José Dirceu e outros santos menores, armou-se a fusão da Oi com a Portugal Telecom. Ela teria 100 milhões de clientes e R$ 37,5 bilhões de faturamento. Com as caravelas portuguesas vieram investimentos em aventuras petistas no mercado de comunicações. Nasceu até mesmo o falecido jornal "Brasil Econômico". Nessa altura Carlos Jereissati e a Andrade Gutierrez reduziram suas participações a níveis desprezíveis.

Desde o primeiro dia o problema da Telemar/Oi foi de falta de gestão e excesso de conexões. É da Oi a antena que serve ao sítio de Atibaia que dá conforto a Lula, e a empresa investiu R$ 5,2 milhões no negócio de videogames de seu filho. Bancos oficiais, banqueiros amigos e fundos de pensão prometiam milagres. O BTG Pactual chegou a armar um fundo de R$ 2 bilhões. Deu zebra, a Portugal Telecom encrencou-se em transações bancárias na Europa e em 2016 a dívida da Oi descontrolou-se. A empresa valia R$ 25 bilhões quando os portugueses entraram. Hoje vale R$ 500 milhões.

Se os acionistas não chegarem a um acordo, a Oi, ex-Supertele, ex-campeã nacional, virará uma Tchau. Como esse caminho seria um suicídio, a lição terminará com prejuízo para os donos, os credores e, com certeza, para os clientes. Os doutores acreditaram na força de suas conexões políticas.
Herculano
19/06/2016 08:43
CONSTITUINTE, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Na colaboração de Sérgio Machado há um momento em que, tratando de um narcótico para sedar a Lava Jato, o senador Romero Jucá diz: "Aí é na Constituinte".

Tradução: em março, quando ocorreu essa conversa, a turma que joga com as pretas armava a convocação de uma Constituinte para 2018.

Ulysses Guimarães chamou a carta de 1988 de "cidadã". Pelo jeito, sonhava-se com a Carta da Quadrilha.

GLADIADORES

No poder, o PT assustava a plateia. Dilma Rousseff impacientava-se com aplausos. Guido Mantega, Edinho Silva e Ricardo Berzoini pareciam estar com sono, e Aloizio Mercadante, à beira de um ataque de nervos.

Fora do poder, os adoradores de holofotes recolheram-se e veio uma boa surpresa. Durante os debates da comissão que trata do impeachment, brilham a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B) e o ex-ministro José Eduardo Cardozo, no papel de advogado de defesa do governo passado. Ela se revelou uma parlamentar de rara combatividade. Ele, um verdadeiro professor.

Quando o comissariado dirigia o espetáculo, Grazziotin ficava em segundo plano, por não ser petista, e Cardozo vivia debaixo de chumbo porque deixava a Polícia Federal trabalhar.

À MODA RUSSA

Um curioso achou na história da Rússia czarista um episódio que poderia ajudar os juízes que lidam com os poderosos réus da Lava Jato.

Aborrecida com o príncipe Golitsyn, a czarina Ana (1693-1740) mandou que ele vestisse uma fantasia de galinha e ficasse acocorado numa cesta, cercado de ovos. A um sinal, devia cacarejar.

Os Golitsyn eram e continuariam a ser uma das famílias mais poderosas do país.

O N?"

Michel Temer ainda não conseguiu estabilizar sua relação com a Lava Jato.

MAIS PARTIDOS

O Brasil tem 35 partidos políticos, e a confusão está à vista de todos. Há mais 23 em fase final de reconhecimento pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Numa época em que os políticos são culpados por tudo, é bom lembrar que essa praga é de responsabilidade exclusiva do Supremo Tribunal Federal.

Em 1995, o Congresso aprovou uma cláusula de barreira que deveria vigorar a partir de 2007. Ela cortava tempo de televisão e recursos públicos aos partidos que não conseguissem 5% do total de votos válidos para a Câmara distribuídos em um terço dos Estados, com pelo menos 2% dos votos em cada um deles. Se a barreira estivesse em vigor, o Brasil teria hoje sete ou oito partidos.
Em dezembro de 2006, dez ministros do Supremo Tribunal Federal derrubaram a cláusula de barreira, considerando-a inconstitucional. Fulanizando: Ellen Gracie, Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluzo, Ayres Britto, Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. (Joaquim Barbosa estava de licença.)

A TPD DO PSDB

Enquanto sua caciquia espera pelas novas colaborações de grandes empreiteiras, a Tensão Pré-Delação chegou ao tucanato. Confirmando a tradição, enquanto os pajés do PMDB procuram ficar unidos ao levarem chumbo, no PSDB percebem-se pontas de alegria na desgraça alheia.

CLASSIFICADO

Atravessando águas revoltas nos Estados Unidos, a NII Holdings, controladora da empresa de telefonia móvel Nextel no Brasil e na Argentina, botou essas operações no pano verde. Haverá compradores.
Herculano
19/06/2016 08:39
ASSIM É, MAS NEM PARECE, por Carlos Brickmann

Renan é aliado e companheiro de Temer, ambos unidos no PMDB, certo? Como presidente do Senado, Renan foi um dos comandantes da luta pelo impeachment, que levou Temer à Presidência da República, não é?

Não, não é. Em política o que parece verdadeiro nem sempre é real. Renan tentou evitar o impeachment (gosta de Dilma, disse). Talvez por isso o procurador Janot tenha centrado fogo em Eduardo Cunha, defensor do impeachment, e dado certa paz a Renan. Mas paremos aqui: o impeachment avançou, Renan já não é necessário, e é contra ele que avança o procurador. Amigos? Político não tem amigos, tem momentos de amizade.

A guerra entre Janot e Renan deve movimentar a semana. Janot pediu ao Supremo a prisão de Renan e outros, mas foi longe demais e o pedido foi rejeitado. Perdeu no Supremo; agora Renan é que tem a iniciativa de tocar ou não em frente um pedido de impeachment de Janot. Renan disse que na próxima semana decide o que fazer. Renan é frio, calculista, letal (atenção: em Brasília, isso é elogio). E tem forte apoio no Senado, em parte por sua liderança, em parte porque os senadores já não aguentam as pressões para que lhes tirem direitos e prerrogativas, tratem-nos como cidadãos de segunda classe, esquecendo que foram eleitos, e os botem na cadeia.

E quando Renan diz que nunca esteve tão próximo de Temer, pode ser verdade: um punhal nunca deixa de ser curtinho, curtinho.

TOMA QUE O CASO É TEU

Talvez Renan prefira deixar o caso do impeachment de Janot para seu vice Jorge Viana, do PT. Ajuda a compartilhar a crise com os adversários.

ELE TEVE A FORÇA

Eduardo Cunha é hábil, trabalhador, luta com energia contra a cassação, mas perdeu boa parte da força. Perdeu por dois votos a decisão, na Comissão de Ética, que sepultaria a possibilidade de cassá-lo; e dois votos de gente sua, a deputada Tia Eron e Wladimir Costa. Detalhe: Costa acabara de discursar em favor de Cunha, e culminou com o voto contra.

Perder a força é doloroso. No impeachment de Collor, o deputado Onaireves Moura foi um dos comandantes de sua defesa. Visitou Collor, pediu-lhe desculpas: não poderia participar da votação porque tinha de viajar ao Paraná. E foi. Mas escolheu um voo com escala em São Paulo, De São Paulo, ligou para Brasília e soube que Collor estava levando uma goleada. Pegou o avião para Brasília a tempo de votar contra ele.
Herculano
19/06/2016 08:39
MACHADO, O PIO, por Carlos Brickmann

A delação premiada de Sérgio Machado deve render-lhe prisão domiciliar por dois ou três anos, pena a ser cumprida em sua esplêndida CSA de Fortaleza, com quadra esportiva e piscina, e autorização para receber vinte e poucas pessoas da família, mais um padre.

No Brasil todo mundo é religioso e fica com um terço no bolso.

PT x PF

A Polícia Federal e o PT, a propósito, já estão em disputa. Primeiro o PT se queixou da PF por, a seu ver, concentrar as investigações em Guerreiros do Povo Brasileiro habituados a bons contatos com empreiteiras e estatais. Depois, passou a exigir que o Governo controlasse a PF, como se tivesse legalmente esse poder. Só falta dar andamento ao impeachment de Janot para que até o Japonês da Federal seja hostilizado por centrais sindicais.

O DUNGA DO PLANALTO

Terceiro ministro a cair em cinco semanas: acusado em delação premiada, Henrique Alves deixou o Governo. Nem Dunga caiu tão depressa. Dois pontos a notar: com Temer, suspeito perde logo o cargo (com Dilma, remanchavam). E deixar um cargo, com motorista e tudo, coisas de que sempre gostou, deve ter doído em Henrique Eduardo Alves.

O DISCÍPULO DE DILMA

Waldir Maranhão, do PP, o deputado maranhense que substituiu Eduardo Cunha na Presidência da Câmara, fala pouco. Mas, quando fala, consegue a notável façanha de lembrar a presidente afastada, Dilma Rousseff. Suas palavras, num seminário da Comissão de Educação da Câmara: "A dimensão dialética é que podemos dizer, em verso e prosa, que só a Educação salva, que a Educação é a única cadeia que liberta".

AOS AMIGOS, TUDO

A deputada federal tucana Geovânia de Sá pediu ao chanceler José Serra que nomeasse um amigo, naturalmente sem concurso, para um cargo diplomático, a ser exercido em Brasília ou Florianópolis, com R$ 15 mil de vencimentos. É proibido; no Itamaraty só se entra após aprovação em concurso público, e quem conhece Serra, preocupadíssimo em aparentar simpatia para adversários ou aliados, pode imaginar o desfecho da história.

A deputada Geovânia e seu recomendado precisarão aproximar-se de Serra, de agora em diante, com muito cuidado.
Herculano
19/06/2016 08:32
QUANDO A ESQUERDA SE LAMBUZA, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Lembra-se do ditado popular de antanho com o qual o então chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Jaques Wagner, explicou canhestramente os sucessivos escândalos envolvendo seus companheiros do PT?

Dizia Wagner que "quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza".

Eis que outro grupo importante da esquerda latino-americana, o kirchnerismo argentino, é surpreendido lambuzando-se à farta, em cena que supera de longe, pelo impacto midiático, o episódio do dinheiro na cueca encontrado com um assessor de José Guimarães, mais tarde líder do governo Dilma na Câmara.

O personagem da vez chama-se Jo­sé Ló­pez, homem-chave do kirch­ne­ris­mo co­mo se­cre­tá­rio de Obras Pú­bli­cas, de­tido de madrugada quando tentava esconder US$ 9 milhões mais relógios de marca, ienes japoneses e até notas do Qatar.

O local escolhido para a operação foi um convento na periferia de Buenos Aires, cujas freiras contaram depois aos jornais que López lhes disse que estava escondendo o dinheiro por temor de ser roubado: "Vão me roubar porque eu roubei dinheiro para ajudar aqui [o convento]".

A importância de López no esquema dos Kirchner é descrita no jornal espanhol "El País": "Ló­pez, que che­gou a manejar di­re­ta­men­te fun­dos de cerca de ? 9 bilhões em di­ver­sos proje­tos, era a mão direita de Julio De Vi­do, o mi­nis­tro que controlou to­das as obras. Ambos são mem­bros dos cha­ma­dos 'pin­gui­nos', gru­po de má­xi­ma con­fian­ça que Nés­tor Kirch­ner trouxe a Bue­nos Ai­res de San­ta Cruz, província de que foi go­ver­na­dor, na gélida Pa­ta­gônia".

Era inevitável, nessas circunstâncias, que a lama escorresse sobre todo o kirchnerismo, não apenas sobre o funcionário preso.

Escreve, por exemplo, Carlos Pagni, respeitado colunista do jornal "La Nación", ambos críticos permanentes do governo dos Kirchner:

"López foi a engrenagem central de uma maquinaria de poder. Os Kirchner lhe confiaram durante quase 30 anos seu tesouro mais valioso: a obra pública."

Os peronistas, que compõem o multifacetado conglomerado em que se insere o kirchnerismo, sentiram tanto o golpe que, logo após a prisão de López, três deputados e uma senadora abandonaram a Frente pela Vitória, a marca-fantasia dos Kirchner.

A própria Cristina Fernández de Kirchner, embora tenha negado (como era óbvio) qualquer responsabilidade pelo dinheiro apreendido com López, admitiu, em mensagem no Facebook, que os militantes de seu grupo "estão profundamente doloridos, como se alguém lhes tivesse dado um soco no estômago".

Estão mesmo, como disseram à mídia local artistas e intelectuais que defenderam sempre o modelo.

Resumo, extraído pelo sociólogo mexicano Jorge Castañeda, que já foi organizador de encontros da esquerda latino-americana, dos quais até Lula participou:

"A corrupção se en­con­tra mais pre­sen­te que nun­ca, inclusive sob go­ver­nos con­du­zi­dos por par­ti­dos ou lí­de­res de esquerda, que se va­n­glo­ria­vam de que eles nun­ca incorreriam nas odiosas práticas de seus carrascos ou repressores, as eli­tes la­ti­no-a­me­ri­ca­nas."
Herculano
19/06/2016 08:30
DEPUTADOS JÁ PASSARAM 282 DIAS FORA DO BRASIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A Câmara dos Deputados custeou, com dinheiro retirado do bolso do contribuinte, exatas 282 diárias de parlamentares que viajaram ao exterior somente este ano, entre janeiro e junho. Nova York continua sendo o destino favorito de suas excelências: foram 91 diárias para a "Big Apple". Outro destino frequente de deputados em viagens oficiais aos Estados Unidos é Las Vegas, cidade conhecida pelos cassinos.

GOSTO PARA TUDO
A ensolarada Miami e as encantadoras Paris e Londres, também estão entre as favoritas. Mas houve quem viajasse até para Etiópia e Zâmbia.

PASSAPORTE DE OURO
A campeã em números de diárias é Soraya Santos (PMDB-RJ): passou 13 dias e meio em Nova York por nossa conta, em março.

SPEAK ENGLISH
Outra deputada que recebeu 13 diárias para ir a Nova York foi Tia Eron (PRB-BA), aquela que se tornou conhecida no Conselho de Ética.

PASSAPORTE CARIMBADO
O deputado Átila Lins (PSD-AM) foi a cidades como Beirute, Lusaka e, claro, Nova York, sempre ela. No total, R$ 23.473,95 em diárias.

VOTOS EM BRANCO E NULOS LIDERAM PESQUISA: 31%
Indagados sobre as eleições de outubro, 31,1% dos eleitores declaram que não pretendem votar para prefeito ou vereador, votando em branco ou anulando o voto, segundo pesquisa nacional do Instituto Paraná. Até para as eleições municipais de 2018 o desinteresse fica claro: apenas 10,3% dizem preferir Lula (PT), 10,1% Marina (Rede), 8,5% Aécio, 6,6% Serra e 6,3% Alckmin. Os candidatos tucano somam 21,4%.

QUALQUER UM
Apesar do desinteresse de um terço do eleitorado, 62,5% dos entrevistados dizem querer votar em "algum candidato" este ano.

REJEIÇÃO CAMPEÃ
O instituto Paraná Pesquisa avaliou que os principais pré-candidatos a presidente em 2018 são rejeitados, em média, por 62,6% dos eleitores.

DADOS DA PESQUISA
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.044 eleitores, em 162 municípios de 24 estados brasileiros, entre 11 e 14 de junho. A margem de erro é 2%.

ESQUECERAM DE MIM
A grama cresce na porta de Paulo Bernardo. Citado e investigado na Lava Jato, viu sumir os "amigos", os correligionários do PT e até os que beneficiou, em seu tempo de influentíssimo ministro de Lula e de Dilma.

MILITANTES NO SENADO
Senadores estão incomodados com a turma do marqueteiro João Santana, que se instalou no Senado para supostamente produzir um "documentário" sobre o "golpe", mas a atitude agressiva e arrogante mais os coloca na condição de militantes petistas do que profissionais.

PEÇA DE CAMPANHA
Roteirizado por João Santana, que está na cadeia, o tal "documentário do golpe" vai virar instrumento eleitoral do PT, porque pretende desqualificar o Senado e os crimes atribuídos a Dilma e aos petistas.

NÃO APRENDE
O PT continua misturando público e privado. Submete a "treinamento" as testemunhas de defesa de Dilma Rousseff na comissão do impeachment. Isso ainda vai dar escândalo, processos e cadeia.

PODE ESQUECER
"Ninguém vai se convencer com testemunha trazida pela defesa de Dilma", disse Waldemir Moka (PMDB-MS), sobre as audiências com ex-assessores e até prováveis cúmplices dos crimes que a afastaram.

ESTILO AVESTRUZ
A crise mudou a rotina de assessores no Congresso. Geralmente, havia contratação de profissionais para o político aparecer na mídia. Agora, com a reputação em chamas, eles querem fugir do noticiário.

PORTEIRO BORBOLETA
Porteiro gay de cemitério de Santa Luzia (MG) reclamou do supervisor que o humilhava, chamando-o de "borboleta". O juiz trabalhista Ednaldo Lima condenou o cemitério a indenizar o funcionário destratado.

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
Governadores de estados atolados em dívidas desembarcam em Brasília nesta segunda (20), em bloco, com o pires na mão. Vão bater na porta o Palácio do Planalto pedindo renegociação das dívidas.

Ê BRASIL
Após zika, estupro coletivo, ameaça de terrorismo, Dilma etc, não vai ser uma "calamidade pública" qualquer que afetará as Olimpíadas
Herculano
19/06/2016 08:23
MANCHETE DE CAPA DA EDIÇÃO DESTE DOMINGO DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO REVELA QUANTO OS POLÍTICOS SÃO IRRESPONSÁVEIS E DESQUALIFICADOS PARA A GESTÃO PÚBLICA E INSACIÁVEIS COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS QUE PAGAMOS PARA COBRIR AS SUAS MAZELAS E DEVANEIOS.

AJUDA FEDERAL É UM TERÇO DAS INSENÇÕES FISCAIS DO RIO. Texto de Bruno Villas Boas e Ítalo Nogueira, da sucursal do Rio de Janeiro

Parte 1

Obrigado a decretar estado de calamidade pública financeira para poder receber ajuda federal e honrar seus compromissos com os Jogos Olímpicos, o governo do Rio vai dar em isenções fiscais o triplo do que o que receberá em ajuda do governo federal.

O auxílio estimado em R$ 2,9 bilhões ao governo do Rio equivale a um terço das isenções fiscais a serem concedidas no Estado neste ano, estimadas em R$ 8,7 bilhões pela Secretaria de Planejamento e Gestão.

A renúncia fiscal é alvo de auditorias do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que aponta descontrole na concessão do benefício. Segundo técnicos do órgão, a perda de receita pode ser até três vezes maior.

O Rio decretou na sexta (17) estado de calamidade pública em razão da crise financeira na administração. Uma das razões apontadas são os compromissos assumidos para a organização da Olimpíada.

A auditoria do TCE diz que há descontrole até na renúncia fiscal para o evento.

Segundo o tribunal, o sistema da Secretaria de Fazenda registra só uma empresa beneficiária da isenção concedida para fornecedores do evento entre 2010 e 2014, num total de R$ 60 mil.

No mesmo período, o comitê organizador da Rio-16 assinou mais de 2.000 contratos com fornecedores, grande parte elegível a receber o benefício.

Segundo relatório aprovado em março, o descontrole permite que empresas sem relação com os Jogos usufruam de vantagens irregularmente.

A concessão de isenções fiscais é alvo de críticas no Rio desde o agravamento da crise financeira. Projeto de lei na Assembleia Legislativa prevê a proibição de novas renúncias por quatro anos.

O governador em exercício, Francisco Dornelles, concorda com a suspensão por dois anos. Contudo, até o momento, o projeto não foi a votação.

RENEGOCIAÇÃO

O economista Cláudio Porto, presidente da consultoria Macroplan, defende que o Estado renegocie as regras de isenção inclusive com as empresas já beneficiadas. Ele considera que o corte unilateral de vantagens já concedidas pode ser considerada "quebra de contrato".
Herculano
19/06/2016 08:22
MANCHETE DE CAPA DA EDIÇÃO DESTE DOMINGO DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO REVELA QUANTO OS POLÍTICOS SÃO IRRESPONSÁVEIS E DESQUALIFICADOS PARA A GESTÃO PÚBLICA E INSACIÁVEIS COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS QUE PAGAMOS PARA COBRIR AS SUAS MAZELAS E DEVANEIOS.

AJUDA FEDERAL É UM TERÇO DAS INSENÇÕES FISCAIS DO RIO. Texto de Bruno Villas Boas e Ítalo Nogueira, da sucursal do Rio de Janeiro

Parte 2

"O que poderia ser feito é negociar com as empresas um período de transição para acabar com os incentivos, talvez ao longo de dez anos. E criar regras de transição", disse o consultor, que tem clientes no setor público.

A economista Margarida Gutierrez, do Coppead/UFRJ, diz que o valor renunciado pelo Estado faria "muita diferença" para os cofres público do Rio, mas concorda que cortar os benefícios concedidos seria arriscado.

O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), autor do projeto, afirma que "a renúncia fiscal virou uma avalanche e se perdeu o controle dela".
"Estamos em um momento em que não podemos abrir mão de nem R$ 1", disse.

OUTRO LADO

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico afirma que os incentivos fiscais são essenciais "na atração de novas indústrias e na manutenção de investimentos para o Estado".

"A concessão de incentivos não só é benéfica pela atração da indústria em si como pelo desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores, além da prestação de serviços que é estimulada por investimentos."

Para o governo, suspender a concessão dos benefícios afetaria a competitividade na disputa por atração de indústrias. "Seria como se estivéssemos em uma guerra usando estilingue enquanto o outro lado usa [o fuzil] AR-15."

A secretaria afirmou que 70% das isenções dadas foram concedidas em nível federal, no âmbito do Confaz.

A pasta diz ainda que as isenções dadas por iniciativa do Estado em 2015, calculada em R$ 2,9 bilhões, renderam três vezes mais em arrecadação de ICMS.
Herculano
19/06/2016 08:03
DILMA CRITICA A CORRUPÇÃO DO PMDB SEM MENCIONAR QUE ACONTECEU SOB O SEU NARIZ, por Josias de Souza

Parte 1

"Não compactuei nem compactuo com a corrupção", disse Dilma Rousseff, na sexta-feira, ao discursar para militantes petistas na cidade de Recife. A oradora enganou-se. Entusiasmada com a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, Dilma criticou os "usurpadores" do PMDB com tanto entusiasmo que esqueceu de mencionar um detalhe: a pilhagem ocorreu sob o seu nariz.

Além das confissões de Sérgio Machado, um apadrinhado de Renan Calheiros, há na praça outro corrupto confesso ligado ao PMDB: Fábio Cleto, um afilhado de Eduardo Cunha que serviu aos interesses partidários como vice-presidente de Fundos do Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Embora já tenha sido avalizada pelo ministro Teori Zavaschi, relator da Lava Jato no STF, a delação de Fábio Cleto permanece sob sigilo.

Na Presidência, Dilma foi condescente com Machado e Cleto. Governar o Brasil não é de todo ruim. O horário é bom, o dinheiro dá para o gasto, viaja-se muito e há sempre a possibilidade de poder demitir os protegidos de Renan e Cunha, que deve proporcionar uma sensação boa. Mas Dilma manteve a dupla de delatores nos respectivos cargos até o limite da irresponsabilidade.

Machado não chegou a ser demitido por Dilma. Caiu de podre, em novembro de 2014. Quanto a Cleto, só foi enviado ao olho da rua em dezembro de 2015, depois que seu padrinho político deflagrou na Câmara o processo de impeachment de Dilma. Foi afastado por retaliação, não por corrupção. Ouvido à época, Cunha tripudiou: "Para o currículo dele, é melhor não estar nesse governo."

A vida ofereceu a Dilma várias oportunidades para se livrar Sérgio Machado. E ela desperdicou todas. Em setembro de 2014, época de eleição presidencial, a Procuradoria da República denunciou Machado por improbidade. Fraudara licitação para a compra de oito dezenas de barcaças destinadas ao transporte de etanol. Dilma fingiu-se de morta.
Herculano
19/06/2016 08:03
DILMA CRITICA A CORRUPÇÃO DO PMDB SEM MENCIONAR QUE ACONTECEU SOB O SEU NARIZ, por Josias de Souza

Parte 2

Dias depois, em 10 de outubro, às vésperas da sucessão, veio à luz depoimento do delator delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele contou que recebera R$ 500 mil em verbas sujas das mãos de Machado. Dinheiro de propina. Dilma tachou de "estarrecedora" a divulgação do depoimento no período eleitoral. Sobre o conteúdo das denúncias, declarou o seguinte na ocasião:

"Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças." E seguiu em frente, como se nada tivesse sido descoberto sobre o homem de Renan. Deu-se, então, o inusitado: a empresa PricewaterhouseCoopers, que audita as contas da Petrobras, disse que não assinaria o balanço anual da companhia enquanto Machado fosse presidente da Transpetro.

Dilma não se deu por achada. Foi preciso que Machado tomasse a iniciativa. Pediu licença do cargo. Em nota, escreveu que a acusação de Paulo Roberto era "francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras."

Acrescentou: "Decido de forma espontânea requerer licença sem vencimentos pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários." Machado ainda renovou a licença um par de vezes antes de bater em retirada.

Hoje, Dilma se escora na corrupção confessada do PMDB para reforçar a tese do "golpe" e defender a sua volta triunfal ao Planalto. Mal comparando, madame age como o homem da anedota, que matou pai e mãe e, no seu julgamento, pediu misericórdia para um pobre órfão.

É como se Dilma quisesse a compreensão de todos para o sacrifício da sanidade nacional em nome da eliminação do mal que ela mesma criou com sua conivência com a roubalheira. No fundo, deve lhe doer a ideia de que fez o papel de uma rainha desastrada, numa peça confusa, em que o protagonista foi o Renan e cujo epílogo é o Cunha.
Herculano
19/06/2016 07:57
BREVES PECADOS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo
Breves pecados

Os indícios agora sugerem que Omar Mateen, o autor do atentado contra a boate gay de Orlando, tinha tendências homossexuais. Ele já havia frequentado a casa noturna e era usuário de um aplicativo para marcar encontros gays.

A leitura que se impõe, como indicaram Clóvis Rossi e Contardo Calligaris, é que Mateen se voltou contra aquilo que não suportava em si próprio. Já que a religião e o pai reprimiam sua homossexualidade, ele "solucionou" o conflito cometendo um suicídio no qual levaria consigo o maior número possível de gays.

Não discordo dessa interpretação, mas gostaria de frisar que a ambivalência que marcou o gesto de Mateen também está presente nos textos religiosos do islamismo. No mundo terreno, o islã condena com veemência o homossexualismo. O Corão conta nada menos do que nove vezes a história de Ló e a pecaminosa cidade de Sodoma. Nas versões mais explícitas, como as das suras 7:80 e 26:165, o ato de homens que se deitam com homens é qualificado como transgressão extrema. Os "ahadith", os ditos e feitos do profeta, que têm força jurisprudencial, vão além e mandam executar os que se comportem como o "povo de Ló" (Abu Dawud 4462).

No Paraíso, porém, as regras não são tão rígidas. Ao contrário, coisas proibidas na Terra se tornam permitidas e abundantes. No Jardim das Delícias, poderemos beber vinho (83:25 e 47:15), fartar-nos com carne de porco (52:22) e deliciar-nos com virgens (44:54 e 55:70). Também teremos à disposição "mancebos eternamente jovens", que, de tão belos, são comparados a "pérolas" (56:17, 76:19).

É o velho truque das religiões de tentar controlar as pessoas pedindo que se comportem agora em troca de uma eternidade de prazeres. Não deixa de ser irônico que a arma usada para combater a devassidão seja um hedonismo de segunda ordem. Por essa lógica, o problema com o pecado não é que ele seja intrinsecamente mau, mas que dura pouco.
Mariazinha Beata
18/06/2016 20:24
Seu Herculano;

Sempre que via Fátima Bezerra no Plenário do Senado me perguntava; o que faz a mulher do cafézinho no microfone?
Pela resposta que recebeu às 12:26hs, jamais devia ter deixado o refeitório.
Bye, bye!
Herculano
18/06/2016 15:30
"BAD TRIP", por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Quando o Brasil sair da "bad trip" glauberiana em que vive desde 2013, decorrente do esgotamento de seu modelo político, do abuso paroxístico das más práticas de sempre e da destruição da frágil estabilidade econômica, que país subsistirá? Quem irá liderá-lo?

Este é o questionamento que as poucas cabeças dedicadas a não apenas se manter sobre o pescoço em Brasília fazem. Como elas pensam, não se rendem a prestidigitações milagrosas como eleições gerais agora, uma lindeza para quem quer ser enganado. Mas a angústia reina.

Um princípio da "realpolitik" é o de mirar certo objetivo satisfazendo-se com a metade dele. É o que o governo interino tenta fazer, pagando o preço por erros que pareciam inimagináveis vindos de "profissionais", aspas óbvias. Ou talvez por isso.

Mas e o tal futuro? Por corrupção, incompetência ou ambas as coisas, o nada impera num sistema de representação falho que espelha a nação. Quem sobra entre os que se dizem à esquerda? A histrionice dos Gomes? O insuperável Haddad, aquele para quem seus mortos de frio são "pessoas que passaram pelo óbito" (a passeio?), ou José Eduardo "Tomás Turbando" Cardozo, a "pura" Marina?

No centro, já que ninguém fora os boitatás se assume conservador, quem surge? Tucanos ora enrolados em denúncia, ora em autofagia? Alguma "novidade do PMDB", como tentaram vender Eduardo Paes?

Este vácuo é sintoma da doença d´alma de um país que expande gastos com educação e vê o desempenho de seus alunos minguar, onde todos anseiam pelo úbere do Estado, impotente contra epidemias, com uma guerra civil em suas franjas.

Às vezes parece que o Brasil é a Bruxelas regida pelo Deus sacana e sádico do brilhante filme belga "O Novíssimo Testamento" (2015), dedicado a criar leis para atormentar sua criação. São décadas à frente. Com o que temos à mão, não é possível vislumbrar nenhum final feliz.
Herculano
18/06/2016 13:22
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR, PATTY. AQUI EM GASPAR DA ADMINISTRAÇÃO PETISTA É DIFERENTE?

Falamos e escrevemos sobre o PT nacional. Mas ele é uma franquia nacional de sacanagens.

Então em Gaspar, os que estão metidos em encrencas na Justiça, onde estão ou ficaram? Mais firme do que nunca na administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, bem como do presidente Josém Amarildo Rampelotti.

Até falsearam processualmente para enganar, protelar e levar a erro inquéritos e decisões judiciais como é o caso daquele processo que apura quem é o responsável pela divulgação de pesquisa falsa de máquina de computador - vedada pela lei - da prefeitura a favor da gasparense honorária Ideli Salvatti, ao governo do estado em 2012.

Quem assiste o trâmite do impeachment pela TV Câmara e TV Senado se impressiona com manobras, mentiras e a desclassificação da lei para se obter vantagens ilícitas, de algo que o próprio PT exige dos adversários. Então...
Paty Farias
18/06/2016 12:31
Oi, Herculano

Tuma esclarece: "Com Dilma, citado na Lava Jato era nomeado, mas no governo Temer citado é demitido"

No seu Twitter de hoje, sábado, o delegado Romeu Tuma Júnior, autor dos livros Assassinato de Reputações, I e II, colocou a questão das denúncias contra ministros de Temer no devido lugar.

É que os governos Lula e Dilma não só blindavam
investigados e até processados, como chegavam a nomear companheiros, visando garantir-lhes foro privilegiado.
Do Blog do Políbio

É que a Petelândia dá preferência a ficha corrida do meliante. Quanto mais extensa, está dentro.

O caso emblemático do governo Lula foi o ex-governador gaúcho Olívio Dutra. Dutra respondia a ações locais e tudo foi para o STF quando virou ministro. No caso de Dilma, o próprio Lula foi blindado ao ser nomeado ministro.
Sidnei Luis Reinert
18/06/2016 12:26
Bem no meio...

A Senadora Fátima Bezerra (PT-RN) dirigiu-se à Professora Janaína Paschoal, criticando-a por pedir o impeachment "de uma presidenta eleita", fazendo o seguinte comentário:

?" Não é uma presidente qualquer. É uma mulher que traz no corpo as marcas da tortura que sofreu POR DEFENDER A DEMOCRACIA no Brasil.

A resposta de Janaína veio na lata:

?" Prezada senadora: se Dilma foi ou não torturada, não sei.
Ela diz que foi, mas ela também diz que nunca soube de corrupção na Petrobras; a senhora decide se a palavra dela merece ou não seu crédito, senadora.

Agora, quanto a ter Dilma lutado pela democracia, prezada senadora, veja se consegue entender: Dilma foi membro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), organização MARXISTA-LENINISTA (a senhora sabe o que é isso, certo?) que praticava assaltos, atentados e sequestros.

Tais ações tinham como finalidade (que constava dos estatutos da referida organização, a senhora pode pesquisar) implantar no Brasil uma ditadura do proletariado, um regime de partido único que não permite liberdade de expressão, liberdade de associação partidária, imprensa livre, eleições, nada que vagamente se assemelhe à democracia que a senhora mencionou.
Herculano
18/06/2016 09:49
A REVISTA VEJA QUE ESTÁ NAS BANCAS E DISPONÍVEL PARA OS INTERNAUTAS ASSINANTES, MOSTRA QUE O TERRORISMO DE ORIGEM ISLÂMICA NÃO ESTÁ TÃO LONGE DO BRASIL E ATÉ DE SANTA CATARINA, ESTA PELA PROXIMIDADE DA TRÍPLICE FRONTEIRA

Parte 1

Texto de Rodrigo Rangel. A tragédia de Orlando mostra que o extremismo, aliado à tecnologia, produz terroristas que podem atacar a qualquer momento, em qualquer lugar. E o Brasil não está a salvo. Ao menos é essa a avaliação do serviço secreto brasileiro que consta de um relatório reservado distribuído às autoridades envolvidas na montagem da segurança da Olimpíada do Rio de Janeiro e obtido com exclusividade por VEJA.

O terrorismo 3.0, que arregimenta militantes remotamente com as facilidades de comunicação e as garantias de sigilo oferecidas pela internet, exorta aqueles mais radicais a realizar atentados por conta própria. Por isso, é uma das principais fontes de ameaça aos Jogos.

Mais que uma simples hipótese, agora há razões concretas para elevar o alerta. A principal delas é a constatação de que grupos extremistas, em especial o Estado Islâmico, têm empreendido esforços não apenas para recrutar seguidores no país como também para deixar alguns deles em condições de agir a qualquer momento.

Até recentemente, a única ameaça concreta ao Brasil conhecida era um texto de 67 caracteres escrito numa rede social por Maxime Hauchard, um dos chefões do Estado Islâmico. "Brasil, vocês são o nosso próximo alvo", dizia a mensagem, em francês, publicada dias após os atentados de novembro de 2015 em Paris.

No fim do mês passado, o Estado Islâmico criou um canal de propaganda em língua portuguesa dentro de um aplicativo na internet. Inaugurado com a publicação de um discurso do porta-voz do grupo, funciona como uma agência de notícias e veicula, todos os dias, fotos, vídeos e textos com informações das frentes de combate da organização.

O material, invariavelmente, faz a apologia da crueldade e alia as já conhecidas práticas do grupo à retórica religiosa radical. Os ataques à coalizão que combate os jihadistas do EI no território conflagrado entre a Síria e o Iraque são comemorados como feitos épicos: da "perfeita emboscada" contra uma patrulha egípcia ao "ataque-surpresa" que matou dezessete "apóstatas" das forças oficiais, tudo é narrado com cores fortes. A propaganda apela à conversão. É um chamamento a novos soldados.

Desde que foi criado, o canal em português vem sendo monitorado de perto pelas autoridades brasileiras, que contam com o auxílio de serviços secretos estrangeiros - alguns deles, como a americana CIA, têm agentes trabalhando no Brasil há meses com a missão de detectar ameaças à Olim­píada e às delegações de seus países.
Herculano
18/06/2016 09:49
A REVISTA VEJA QUE ESTÁ NAS BANCAS E DISPONÍVEL PARA OS INTERNAUTAS ASSINANTES, MOSTRA QUE O TERRORISMO DE ORIGEM ISLÂMICA NÃO ESTÁ TÃO LONGE DO BRASIL E ATÉ DE SANTA CATARINA, ESTA PELA PROXIMIDADE DA TRÍPLICE FRONTEIRA

Parte 2

O maior desafio é identificar os responsáveis pela estratégia de recrutamento de brasileiros. Em parceria com a revista portuguesa Sábado, VEJA descobriu que um dos alvos prioritários da vigilância, neste momento, é um militante do Estado Islâmico que se identifica nas redes de propaganda do grupo como Ismail Abdul Jabbar Al-Brazili - ou, simplesmente,
"O Brasileiro".

É ele um dos responsáveis, por exemplo, por abastecer com textos em português o canal de propaganda recém-criado. Há indicações de que Al-­Brazili não tem o Brasil apenas no nome de guerra - de acordo com informações oficiais, ele seria, de fato, um combatente brasileiro do EI.

Al-Brazili é um personagem bastante ativo na web. Nos últimos meses, abriu diferentes perfis em redes sociais. Frequentemente, assim que descobertos, os perfis são fechados a pedido das autoridades. Ele, então, abre novos. Semanas atrás, coube a Al-Brazili convocar, por meio de outros canais de comunicação do EI na internet, interessados em ajudar na tradução de textos do grupo para o canal em português. O militante, que mantém ainda dois blogs, diz ter sido recrutado para o Estado Islâmico por Abu Khalid Al-­Amriki, um americano que teria caído em combate na Síria.

Ele promete vingar a morte do amigo. Além de fazer propaganda do grupo extremista, Al-­Brazili se apresenta como alguém capaz de facilitar o acesso de simpatizantes às fileiras do grupo - nos posts, ele costuma informar como os interessados podem contatá-lo por meios seguros de comunicação.
Herculano
18/06/2016 09:48
A REVISTA VEJA QUE ESTÁ NAS BANCAS E DISPONÍVEL PARA OS INTERNAUTAS ASSINANTES, MOSTRA QUE O TERRORISMO DE ORIGEM ISLÂMICA NÃO ESTÁ TÃO LONGE DO BRASIL E ATÉ DE SANTA CATARINA, ESTA PELA PROXIMIDADE DA TRÍPLICE FRONTEIRA

Parte 3

As autoridades têm motivos para acreditar que o proselitismo vem funcionando - e há casos suficientes para concluir que não se trata de platitudes apenas. Há dois meses agentes da Divisão Antiterrorismo (DAT) da Polícia Federal baseados em Brasília investigam o desaparecimento da estudante paraense Karina Ailyn Raiol, de 20 anos. Recém-convertida ao islamismo, Karina saiu de casa dizendo que iria para a faculdade e nunca mais voltou. Só depois os pais descobriram que ela havia tirado passaporte às escondidas e tomado um voo internacional rumo à Turquia. O dinheiro para as passagens veio do exterior, de fonte desconhecida.

A suspeita é que a estudante tenha sido recrutada pelo Estado Islâmico. Mensagens trocadas por Karina dias antes da viagem e obtidas por VEJA mostram que ela tinha simpatia pela causa. Numa delas, a estudante diz que "se juntar aos grupos terroristas é a única forma de lutar" contra o que chama de injustiças na "terra do Islã".

Hoje, ao menos trinta suspeitos de ligação com o terrorismo são vigiados de perto pelos agentes oficiais no Brasil. Em outro caso, também a cargo da divisão antiterror da PF, foi preciso recorrer a uma medida de emergência: após a descoberta de que um universitário de 23 anos de Chapecó (SC) havia ficado três meses numa cidade síria dominada pelo EI, e que na volta ele passava as madrugadas em treinos de tiro ao alvo, os policiais pediram à Justiça que autorizasse o monitoramento do suspeito em tempo real, 24 horas por dia, por meio de uma tornozeleira eletrônica.

Dono de um serviço de entrega de comida árabe e estudante de economia, Ibrahim Chaiboun Darwiche usa a tornozeleira desde o dia 27 de maio. Ele está proibido de se aproximar de escolas, aeroportos ou outros lugares com grande concentração de pessoas. A medida vale até os Jogos, mas pode ser estendida, a depender do desenrolar das investigações.

Na semana passada, soube-se que o sírio Jihad Ahmad Deyab, que cumpriu pena na prisão americana de Guantánamo por seus vínculos com a organização terrorista Al Qaeda e estava asilado no Uruguai, agora está vivendo no Brasil.

Essa profusão de notícias fez acender a luz amarela. Diz o relatório da Abin: "A disseminação de ideário radical salafista entre brasileiros, aliada às limitações operacionais e legais em monitorar suspeitos e à dificuldade de neutralizar atos preparatórios de terrorismo, aponta para o aumento, sem precedentes no Brasil, da probabilidade de ocorrência de atentados ao longo de 2016, especialmente por ocasião dos Jogos Rio 2016?.

A partir de uma fórmula matemática que leva em conta diferentes variáveis para calcular os riscos, a Abin conclui que a ameaça de atentados no país durante os Jogos Olímpicos alcança o patamar 4 numa escala que vai de 1 a 5 - 5 representa a certeza de que haveria um ato terrorista em preparação.

No mesmo relatório, as autoridades confessam suas "limitações operacionais" para prevenir o pior.
Herculano
18/06/2016 09:27
EM UM ANO NA PRISÃO, HERDEIRO DA ODEBRECHT PASSOU POR "CONVERSÃO"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mário César Carvalho, Bela Megale e Walter Nunes.

Parte 1

Nas últimas semanas, para susto dos agentes da Polícia Federal, Marcelo Odebrecht começou a contar piadas na carceragem onde está preso em Curitiba (PR).

O espanto tem motivo simples: Marcelo, cuja prisão completa um ano neste domingo (19), vivia cabisbaixo e quieto. Parecia arrogante, irascível e inconformado, como se fosse vítima de erros judiciais em série.

Agora se converteu em "gente boa", como é chamado por agentes da Polícia Federal. Até assiste à TV ao lado do doleiro Alberto Youssef, dono do aparelho, já que a porta das celas na carceragem ficam abertas.

A mudança ocorreu após a maior empreiteira do país, que faturou R$ 132 bilhões em 2015, decidir fazer um acordo de delação que promete ser histórico pelas revelações.

Marcelo era inicialmente contra a colaboração, mas dobrou-se às evidências apresentadas por seu pai, Emílio Odebrecht: ou delata ou o grupo quebra. As dívidas chegam a R$ 90 bilhões. Finalmente ele topou.

Marcelo foi preso em 19 de junho, a partir de acusação que seus advogados consideravam frágil: a de pagar propina no exterior.

O próprio juiz Sergio Moro revogou esse pedido e decretou uma nova prisão quando descobriu anotações que Marcelo fizera em seu celular, nas quais havia sugestão de destruição de provas e de interferência na apuração.

TRÊS PASSOS ATRÁS

Habituado a mandar e estar à frente dos concorrentes, Marcelo experimentou na prisão a sensação de estar sempre três ou quatro passos atrás dos investigadores.

Enquanto ele negava ter usado contas no exterior para pagar suborno, procuradores já tinham provas vindas da Suíça da movimentação.

Quando seus advogados imaginavam que poderiam entregar algo grandioso para a polícia num eventual acordo de delação, como um departamento especializado em pagar suborno, a PF descobriu essa divisão em Salvador (BA) e uma testemunha-bomba: a funcionária que cuidava desse setor, Maria Lúcia Tavares, que aceitou fazer um acordo de delação. Ela conseguira escapar dos advogados da Odebrecht para se salvar da prisão.

Com a delação de Maria Lúcia os executivos e advogados na Odebrecht concluíram que não havia mais defesa possível para o grupo. Foi um baque para Marcelo. Em setembro de 2015, numa sessão da CPI da Petrobras, ele externou seu desprezo por delatores: "Quando lá em casa minhas meninas brigam, eu perguntava: ´Quem fez isso?'. Eu talvez brigasse mais com quem dedurasse".

Marcelo tinha tanta certeza de que sairia rapidamente da prisão que nem se licenciou da presidência do grupo. Despachava com advogados que iam até o presídio em Curitiba e dava ordens como se estivesse de férias. Só em dezembro abriu mão do cargo por pressão de bancos e da família. Banqueiros, afinal, não gostam de dar crédito para uma empresa cujo presidente está preso.

O executivo também exibiu o que os policiais classificam como "arrogância" ao ser interrogado por Moro sobre as anotações em seu celular.

Em vez de responder às perguntas do juiz, como faz todo réu, apresentou um texto prolixo, cheio de evasivas. A estratégia foi depois considerada desastrosa.

Depois que deixou a presidência do grupo, Marcelo substituiu a preocupação com negócios por exercícios físicos, em jornadas de até seis horas diárias. A bateria incluía duas horas de bicicleta, exercícios em barras, flexão e levantamento de peso com um galão de água que ele adaptara.
Herculano
18/06/2016 09:26
EM UM ANO NA PRISÃO, HERDEIRO DA ODEBRECHT PASSOU POR "CONVERSÃO"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mário César Carvalho, Bela Megale e Walter Nunes.

Parte 2

Essas jornadas só eram possíveis porque deixara a PF e fora transferido em julho de 2015 para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba.
Marcelo queria voltar a presidir a Odebrecht, o quarto maior grupo privado do país, após deixar a prisão. Mas foi convencido que é uma missão impossível para quem vai confessar o pagamento de subornos em escala jamais vista no Brasil.

Uma das maiores resistências contra a sua volta partiu do próprio pai. Emílio Odebrecht tem dito a amigos e advogados ouvidos pela Folha sob condição de anonimato que foi um erro ter colocado o filho para dirigir o grupo.

Apesar de ter estudado numa escola exemplar na Suíça, a IMD (International Institute for Management Development), Marcelo é considerado pelo pai um executivo inexperiente, até ingênuo.

Um exemplo recorrente da suposta ingenuidade foi ter montado um departamento para cuidar de propina dentro da própria empresa.

Marcelo começou a virar "gente boa", como dizem os policiais, pouco meses depois de regressar para a carceragem da PF.

Ele foi trazido de volta para a sede da polícia em fevereiro, na mesma data da prisão do ex-marqueteiro do PT João Santana, como estratégia de pressão para que ele aderisse à delação premiada.

Afinal, a PF já tinha informações de que Santana recebera recursos da Odebrecht no exterior. Colocar um ao lado do outro poderia minar a resistência de Marcelo.

A estratégia com Santana não funcionou, mas há cerca de um mês foi definido que ele faria o acordo. Mesmo pagando advogados caríssimos, os tribunais já haviam dado oito decisões contrárias à revogação da prisão dele.

Marcelo está sozinho na cela de 16 metros quadrados, depois de dividi-la com um traficante de drogas.

Os outros detidos na PF são os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama e o ex-deputado Pedro Corrêa, delatores ou candidatos à delação.

Marcelo continua obcecado por exercícios físicos, a ponto de usar as grades para se exercitar às 5h, antes de o sol nascer. Agora tem também outra preocupação: prepara com disciplina militar o que entrará no acordo.

Depois que o ex-presidente José Sarney comparou o conteúdo da delação da Odebrecht a uma metralhadora ponto 100, um dos participantes das negociações disse que a imagem é imprecisa: o teor se parece mais com uma bomba incendiária, que extermina tudo onde cai.
Herculano
18/06/2016 09:19
ABIN É SUSPEITA DE BOICOTAR NOMEAÇÕES DE TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ainda controlada por pessoas ligadas aos governos do PT, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sob suspeita, no próprio Palácio do Planalto, de boicotar as nomeações para o governo Michel Temer. Levantamento da Casa Civil mostra que ao menos 1.100 indicações estão paralisadas por causa da Abin, que tem a responsabilidade de verificar a ficha de cada indicado e liberar ou não para nomeação.

PASSOS DE TARTARUGA
Pesquisa da Abin sobre o secretário-executivo do Ministério da Saúde demorou três semanas. Do segundo para baixo, a demora é maior.

TOMADA POR PETISTAS
O governo diz ter detectado elevado número de petistas aboletados na Agência Brasileira de Inteligência, e o objetivo seria boicotar o governo.

NO OLHO DA RUA
Em resposta, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC), considerou a situação delicada. "Dá vontade de exonerar todo mundo".

CONFESSIONÁRIO
Os aliados estão revoltados. O gabinete do líder do governo na Câmara virou um confessionário: todo mundo vai lá para reclamar.

OPERAÇÃO LAVA JATO TEM APROVAÇÃO RECORDE: 70,4%
Pesquisa do Instituto Paraná atestou que 70,4% dos brasileiros aplaudem a Operação Lava Jato, que investiga a ladroagem nos governos Lula e Dilma, envolvendo empreiteiras e estatais como Petrobras e Eletrobras. Apenas 23,2% dos pesquisados, interpretados como eleitores do PT e de políticos investigados, consideram "negativas" as revelações das 30 fases da operação Lava Jato.

EM CIMA DO MURO
Segundo 4,1% dos entrevistados, os resultados da operação Lava Jato não são nem positivos, nem negativos.

NADA DE GOLPE
Segundo a pesquisa a maioria dos brasileiros discordam do alarde de petistas e dilmistas: para 66,7% o impeachment de Dilma não é "golpe".

DADOS DA PESQUISA
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.044 eleitores, em 162 municípios de 24 estados brasileiros, entre 11 e 14 de junho. A margem de erro é 2%.

DEBOCHE IGNORADO
A bancada contra Dilma na comissão de impeachment foi gentil como os petistas jamais o serão: deixou barato o deboche de José Eduardo Cardozo, citando o "jurista Tomas Turbando". Nem sequer exigiram que ele se desculpasse diante da instituição que desrespeitou.

JOGANDO A TOALHA
A defesa insiste em chamar de "golpe" o afastamento de Dilma pelo cometimento de crimes, mas acredita que os argumentos de auditores do Tribunal de Contas da União foram muito convincentes.

COCADA PRETA
Aos que querem saber quem são e quem os financia, os militantes do "documentário do golpe", que constrangem senadores antiDilma na comissão do impeachment, reagem com arrogância: "dá um Google?".

BICO FECHADO
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) quer a colega Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falando menos na comissão do impeachment. Diz que "prejudica a defesa". Mas a verdade é que Grazziotin faz sombra a ela.

DENISE APOIA D?"RIA JR
A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, presidente o diretório paulistano do Partido da Mulher Brasileira (PMB), decidiu apoiar João Dória Jr (PSDB) à prefeitura paulistana.

COMBUSTÍVEL NA RESERVA
"A missão do presidente Temer em controlar a crise econômica e social é tão difícil quanto trocar uma turbina de avião em pleno voo, com nível de combustível na reserva", diz o deputado Alexandre Baldy (PTN-GO).

PRESTÍGIO
A posse na Associação dos Juízes Federais (Ajufe), mostrou o prestígio do novo presidente Roberto Veloso. Estiveram presentes os presidentes do STF e STJ e onze ex-presidentes da própria Ajufe.

COMPOSIÇÃO AMIGA
Ex-presidente do Conselho de Ética na Câmara, Ricardo Izar (PP-SP) teme que Eduardo Cunha seja beneficiado em recurso à Comissão de Constituição e Justiça. "A composição na CCJ é favorável a ele", diz.

PENSANDO BEM..
?são tão reais os "juristas respeitados que defendem Dilma" quanto o "Tomás Turbando", citado pelo debochado defensor Eduardo Cardozo.
Herculano
18/06/2016 09:09
LAVA JATO AMEAÇADA, por Hélio Schwartsmann, para o jornal Folha de S., Paulo

Uma ameaça ronda a Lava Jato. Ela não vem dos suspeitos de sempre, que são os políticos de Brasília, mas do próprio STF. A corte iria rediscutir na semana que vem, agora com efeito vinculante, se a decisão que tomou em fevereiro de permitir que réus sejam presos a partir de uma condenação em segunda instância continuará a valer.

O zunzunzum é o de que alguns ministros que votaram pela alteração poderiam mudar de ideia, o que faria com que voltasse a valer a regra de que a prisão só começa após o trânsito em julgado, isto é, até que não haja mais a possibilidade de recurso.

O prejuízo mais visível de uma eventual reversão da jurisprudência é para a Lava Jato. A possibilidade de ser preso logo após a condenação pelo TRF (e não mais pelo STF), ao estreitar os limites temporais da escala das décadas para a de um par de anos, deu enorme impulso às delações premiadas. Sem essa perspectiva de desfecho rápido, aumenta a tentação dos envolvidos de manter a boca fechada.

No que diz respeito ao mérito da questão, não me parece que a execução da pena após a segunda instância represente a dissolução do Estado de Direito como alguns advogados tentam pintar. Condenações injustas sempre ocorrerão, pois nenhum sistema é perfeito. E nem sequer sabemos se as instâncias superiores "acertam" mais ou menos que as inferiores, pois não temos acesso direto ao que aconteceu na cena do crime.

A decisão do STF é positiva porque introduziu um pouco de raciocínio logístico na Justiça. Para ser viável, o sistema precisa resolver a maioria dos casos em suas engrenagens iniciais. Não é uma coincidência que a maioria das democracias maduras adote o segundo grau como padrão. Não o fazem porque desprezem a segurança jurídica, mas porque uma hora o jogo precisa ser para valer. Caso contrário, deveríamos criar o quinto e o sexto graus e assim até o infinito.
Herculano
18/06/2016 09:06
NO TWITTER

A coluna atualiza os leitores e as leitores com escolhas e retuítes no twitter. acesse @olhandoamare
Herculano
18/06/2016 09:03
MICHEL TEMER VIVE UMA SEMANA TÍPICA DE DILMA, por Josias de Souza

Parte 1

Foi como nos tempos de Dilma Rousseff. O governo havia projetado para Michel Temer uma semana de holofotes. Deu tudo errado. Tão errado que Temer teve de cancelar o pronunciamento que faria na noite desta sexta-feira. Seria sua primeira aparição em rede nacional de rádio e tevê. O Planalto farejou o risco de panelaço. E Temer experimentou pela primeira vez o pavor que fez Dilma banir da sua rotina o hábito de invadir os lares antes do Jornal Nacional.

Os brasileiros mais otimistas imaginavam que a Lava Jato tivesse deixado o Palácio do Planalto no dia em que Dilma, ciente do seu afastamento, assinou dois documentos: a revogação do título de chefe da Casa Civil que concedera a Lula como um escudo anti-Moro e a exoneração do seu ex-tesoureiro de campanha Edinho Silva do posto de ministro da Comunicação Social da Presidência e do foro privilegiado que mantinha no STF o inquérito em que é acusado de transformar petropropinas em doações eleitorais.

Confirmando as expectativas mais pessimistas, a lama voltou a subir a rampa do Planalto. Recobriu os sapatos de Michel Temer. E abafou o grande anúncio da semana: o envio ao Congresso da proposta de emenda constitucional que cria um teto para limitar o crescimento das despesas públicas. O som da fanfarra da agenda econômica positiva foi suplantado pelo estrondo da delação premiada de Sérgio Machado, o ex-tucano que se converteu ao PMDB e presidiu a Transpetro por quase 12 anos. Período em que fez da subsidiária da Petrobras uma usina de trambiques e propinas.

Machado ocupou manchetes nas quais o Planalto imaginou que acomodaria Henrique Meirelles. O ministro da Fazenda seria usado como uma espécie de sonho de relações públicas, para cultivar a imagem de respeitabilidade nos dias de festa programados para a semana. Mas o PMDB acabou roubando (ops!) a cena. Tomado pelas palavras do seu delator, o partido não se contenta com tudo. Quer sempre mai$. Machado disse ter recolhido R$ 115 milhões no balcão que instalou na Transpetro. Distribuiu-os a 23 políticos de oito partidos. A parte do leão, R$ 100 milhões, foi destinada aos cardeais do PMDB.
Herculano
18/06/2016 09:02
MICHEL TEMER VIVE UMA SEMANA TÍPICA DE DILMA, por Josias de Souza

Parte 2

Acusado de encomendar uma machadiana de R$ 1,5 milhão em 2012, para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, Temer piscou. Soltou uma nota frouxa. Só no dia seguinte, com a imagem já desidratada, convocou os jornalistas. Imaginou-se que enfrentaria o contraditório de uma entrevista. Entretanto, a exemplo do que Dilma cansou de fazer, ele preferiu ler um "comunicado". Sem direito a perguntas. Tachou as declarações de Machado de "irresponsáveis, mentirosas, levianas e criminosas." O delator não se deu por achado. Reafirmou tudo o que dissera, por meio de nota.

Depois de esfarelar o PT e seus satélites, a Lava Jato expõe o apodrecimento do PMDB na pior hora para Temer. O partido entra em fase de putrefação justamente no instante em que seu governo deveria florescer. O substituto constitucional de Dilma programara-se para bater bumbo em torno do que considera ser os principais feitos do seu governo até aqui: a normalização das relações com o Congresso e a retomada da confiança dos agentes econômicos.

Mas a delação de Machado fez tudo parecer supérfluo. Sobretudo depois que ficou boiando no ar a impressão de que Temer não tem condições pessoais e políticas de se dissociar do pedaço podre da legenda que preside há 15 anos. Logo, logo não será possível notar mais nada de tanto que vai existir o PMDB de Renan, Cunha, Jucá e Sarney. Vêm aí a conta suíça de Henrique Alves, o penúltimo ministro de Temer a cair; e a delação de Fábio Cleto, um operador de propinas que Eduardo Cunha acomodara numa vice-presidência da Caixa Econômica Federal. Para que a semelhança com Dilma se aproxime da perfeição, só falta Temer pronunciar uma frase: "Eu não sabia".
Herculano
18/06/2016 08:59
da série: as aventuras e irresponsabilidades de Lula, Cabral, Paes, Dilma, PT, PMDB e outros perante os brasileiros e o mundo

RIO DECRETA CALAMIDADE PÚBLICA POR CRISE FINANCEIRA E OLIMPÍADA

Conteúdo Folha de S. Paulo. Texto de Ítalo Nogueira, da sucursal do Rio de Janeiro. O governo do Rio decretou nesta sexta-feira (17) estado de calamidade pública em razão da crise financeira por que passa o Estado.

Entre as razões apontadas pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), estão os compromissos assumidos para bancar a Olimpíada, que começa em agosto.

O decreto, publicado no "Diário Oficial", não deixa claro quais as implicações da medida. Atos do tipo em caso de desastres permitem a contratação de empresas sem licitação. O texto afirma que "as autoridades competentes editarão atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública, com vistas à Olimpíada".

Segundo a legislação, é possível decretar estado de calamidade pública em situações anormais, provocadas por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público.

O governo afirma no texto que a grave crise financeira "vem impedindo o Estado de honrar com seus compromissos para realização dos Jogos Olímpicos". A construção da linha 4 do metrô, essencial para o transporte dos torcedores no evento, está sob risco de não ser concluída para os Jogos.

No decreto, Dornelles afirma que a crise "pode ocasionar o total colapso na segurança pública, saúde, educação, mobilidade e gestão ambiental".

O governador afirma que as delegações estrangeiras começam a chegar este mês ao Rio para a aclimatação para os Jogos.

O Estado atrasou pela segunda vez parte dos salários dos servidores públicos este mês. A crise já gerou o fechamento de emergências de hospitais e redução de equipamentos em delegacias.

Para a Olimpíada, o Estado encontra dificuldades para conseguir recursos para concluir a linha 4 do metrô. O governo precisa de R$ 500 milhões para terminar o trecho olímpico e não pode obter novos empréstimos por estar inadimplente com operações de crédito internacional.

O déficit estimado para este ano no orçamento é de R$ 19 bilhões.

EDUARDO PAES

Em sua conta no Twitter, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) disse que "o estado de calamidade decretado pelo governo estadual em nada atrasa as entregas olímpicas e os compromissos assumidos pelo Rio".

"As arenas (tirando o Velódromo) já foram todas entregues e testadas. Aliás, no prazo e no custo", escreveu o prefeito. "Tirando o metrô, todas as obras de legado também são do município e a maioria delas já foi entregue."
Herculano
18/06/2016 08:52
SOMBRAS SORE O RIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Numa decisão inédita, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) excluiu a Rússia das competições da Olimpíada do Rio nessa modalidade. Não teriam sido adotadas medidas para coibir o doping naquele país, foco de inúmeras denúncias em 2014.

Por ocasião dos Jogos de Inverno de Sochi (sudoeste russo), relatou-se até a presença de agentes do serviço secreto manipulando amostras de urina dos atletas.

A medida surpreende por atingir com rigor uma das maiores potências olímpicas mundiais, mas não há dúvida de que o combate ao doping é uma prioridade que se sobrepõe à importância que habitualmente cerca a participação da Rússia nos Jogos.

Uma interpretação leniente do fenômeno tenderia a considerar que o recurso a compostos químicos haverá de tornar-se inevitável com o passar dos anos.

Um mínimo de igualdade de condições entre os participantes -apesar de tantas diferenças na tecnologia do treinamento e no estímulo ao esporte - é o fundamento, entretanto, de qualquer competição.

Além de tentar assegurar esse requisito, o combate a substâncias ilegais constitui uma proteção aos próprios atletas.

A Iaaf procura, por outro lado, recuperar sua imagem, manchada por notícias recentes de que haveria sido conivente em muitos episódios anteriores, de 2001 a 2012.

Daí, provavelmente, a severidade da medida. Esta se mede pelo fato de que, voltando-se contra os responsáveis pelo atletismo em um país, prejudica atletas que nunca estiveram e talvez nunca venham a estar envolvidos com o doping.

Como solução para o impasse, aventa-se permitir que tais esportistas participem dos Jogos ?"não carregando as cores nacionais, mas provavelmente sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional.

Embora existam dúvidas quanto aos critérios a adotar para essa seleção emergencial, o princípio da presunção de inocência sempre haverá de prevalecer.

Pode-se lamentar, naturalmente, o possível efeito dessa proibição para o evento a sediar-se no Brasil. Sobretudo por se tratar de uma Olimpíada, à qual as delegações costumam trazer o que têm de melhor em seus países, a ausência da Rússia significará uma expressiva redução do brilho esportivo.

Se vale a consolação, nesse caso a responsabilidade pela nuvens negras no céu do Rio de Janeiro não tem como recair sobre autoridades brasileiras. Estas respondem por diversos problemas ?"e a decretação do estado de calamidade pública em decorrência da crise financeira representa apenas a vergonha mais recente.
Almir ILHOTA
18/06/2016 06:55
Ao Papa Bagre.

Irão sim caro leitor, Daniel e Fernando neves irão ser julgados no TJ, dia 27/06, por crime em licitação, e espero que seja feita justiça.
Sidnei Luis Reinert
17/06/2016 20:08
Machado admite na delação da Lava Jato que gerenciava um Fundo de Distribuição de Propina (FDP)


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Há mais coisas entre o inferno e Brasília do que pode supor a vã filosofia da corrupta politicagem tupiniquim. No consagrado Dicionário Tabajara, a expressão FDP, até outro dia, tinha apenas um significado claro: "Filho da Puta". A delação premiada de Sérgio Machado, no entanto, trouxe uma novíssima definição para o xingamento popular. FDP agora é sigla de "Fundo de Distribuição de Propina". O FDP está nos autos da Lava Jato. Sérgio Moro ou o STF irão julgar os excelentíssimos FDPs...

Não adianta alegar que os delatores premiados da Lava Jato são "levianos" e "mentirosos" - como fizeram ontem, de forma patética, o Presidento Michel Temer, e seu companheiro peemedebista Renan Calheiros - que já muito tempo não tem a mínima condição moral de continuar na presidência do Senado. Só no Brasil da impunidade um Renan reúne poder para sobreviver politicamente, do mesmo jeito que Eduardo Cunha, cotadíssimo para se transformar em um "colaborador premiado" que será promovido de "Malvado Favorito" para "Exterminador do Futuro" dos colegas da politicagem.

Aproxima-se o momento político do juízo final? A resposta não é tão simples no Brasil desgovernado pelo crime institucionalmente organizado. A tendência (na verdade um risco lamentável) é que prevaleça o costumeiro rigor seletivo que é a marca canalha da injustiça. Sempre é altíssima a probabilidade de que a máquina judiciária, tradicionalmente benevolente com os poderosos do andar de cima que os indicaram para as instâncias mais altas, escolha alguns para "bodes expiatórios". Assim, no final das contas, como no espetaculoso julgamento do Mensalão, a maioria de corruptos permanece poupada, debochando da cara do cidadão otário que só tem o direito de pagar cada vez mais impostos, sem a justa e devida contrapartida.

A delação de Sérgio Machado deveria dificultar as coisas para a desqualificada classe política brasileira. Ele forneceu informações detalhadas sobre o financiamento de campanhas políticas, empregando recursos resultantes majoritariamente de contratos superfaturados e negociatas com a administração pública - no caso, a Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, que é ume empresa de economia mista, cujo acionista controlador é a União e seu desgoverno criminoso. Machado chegou a detalhar que percentual foi pago como "doação legal de campanha" e quando foi doado ilegalmente, por debaixo dos panos, aos políticos de vários partidos.
Até quando Michel Temer se submeterá ao vexame de entregar seus anéis para tentar salvar os dedos de ministros maculados pela Lava Jato? Ontem, caiu o terceiro ministro sob suspeita de enrosco com a Lava Jato. Outros já são cabras marcados para cair, antes mesmo da entrada no temerário time provisório de Temer. O curioso foi saber que Henrique Alves pediu para sair do Ministério do Turismo não pelas revelações do Machado. Mas sim por causa de outras bombas que ainda vão estourar na seletiva divulgação de sacanagens apuradas pelo Ministério Público Federal, para julgamento de Sérgio Moro ou dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Até agora, o placar é estranho: Moro 105 condenados x STF zeeeeeeeeeeeeeeeeeero...
Sidnei Luis Reinert
17/06/2016 18:22
Será que o PCCdoB aguenta até outubro?

Minha Casa, Minha Propina: Aldo Rebelo sabia de tudo...


Brasil 17.06.16 16:43
Pedro Corrêa, em sua delação, ao abordar a propina para o PCdoB no Minha Casa, Minha Vida, segundo a Veja:

"Aldo Rebelo tinha pleno conhecimento de que as nomeações dos indicados pelos partidos da base aliada eram realizadas com o intuito de arrecadação de propina."

http://www.oantagonista.com/posts/aldo-rebello-sabia-de-tudo
Papa Bragre
17/06/2016 14:21
Almir Ilhota, corre um boato na cidade que Daniel Bosi e Fernando Neves iram ser julgados por crime na licitação dos tubos no final do mês de julho lá em florianopolis. Sabes dizer se é verdade mesmo?
Mariazinha Beata
17/06/2016 12:58
Seu Herculano;

NOVOS TEMPOS
O ministro Blairo Maggi se reuniu no Banco do Brasil para discutir dívidas dos produtores rurais. Diretor de agronegócio, José Carlos Reis, ficou impressionado: "Nunca fizeram isso [na era PT]", disse.
Coluna do Claudio Humberto

Não precisa ir longe para saber que o PT não quer saber de Agricultor.
O prefeito Pedro Celso Zuchi fechou a tal secretaria aqui.
Bye, bye!
Almir Ilhota
17/06/2016 09:07
Kkkkkkk essa Camara de Vereadores de Ilhota é a maior PIADA do município. Ninguem trabalha lá!!! Os vereadores são umas piadas, ta feia a coisa la! O que era para ser a Casa do Povo na verdade é a Casa da Mãe Joana, Uma Vergonha!!!
Tu não tem algum assunto interessante para postar aqui Herculano?
Falar sobre os peixes, o que isso vai trazer de bom? Isso é problema pessoal deles, eles que se entendam na justiça.
Tas fraquinho né... ta na hora de melhorar aí os teus informantes Kkkkkkkkk
Herculano
17/06/2016 09:06
da série: este assunto não lhe é conhecido aqui na administração petista gasparense? Claro, trata-se de uma franquia nacional, um modo de governar e proteger gente sem competência, sem pudor...

O MUNDO PARALELO DE ARNO, por Fernando Dantas, para o jornal O Estado de S. Paulo

PT parece ter a peculiaridade de passar a mão na cabeça dos seus tecnocratas fracassados

Parte 1

A história da política econômica no período de governo petista é bem conhecida. De início, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, deu continuidade e aprofundou as políticas de responsabilidade fiscal, controle da inflação e melhorias da regulação herdadas do governo Fernando Henrique Cardoso. A violenta crise da transição política foi domada e, com ajuda do boom de commodities, a economia brasileira decolou.

Em 2006, Guido Mantega substituiu Palocci na Fazenda. No ano anterior, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, torpedeara a proposta de ajuste fiscal de longo prazo de Palocci e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Mantega deu sinais de que continuaria a política econômica de Palocci, mas gradativamente promoveu uma virada heterodoxa. Em 2008 e 2009, com a crise global, a mudança foi intensificada. A economia foi bastante bem de 2004 a 2010, numa combinação dos frutos das reformas de FHC e do Lula inicial, que prevaleceram no início deste período, com os impulsos à demanda da fase heterodoxa, que culminaram no crescimento de 7,5% em 2010.

A partir daí, a receita desandou, consequência do abandono do impulso reformista que prevaleceu até 2005 e do fato de que estímulos à demanda são um remédio de curto prazo que se esgota e que, se aplicado no momento errado, deixa efeitos colaterais ruinosos.

Foi nesse momento que ganhou relevo no governo a figura do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Talvez até mais do que Mantega, foi Arno quem insistiu para que a receita errada, que dava resultados cada vez piores, fosse mantida a ferro e fogo.
Herculano
17/06/2016 09:05
O MUNDO PARALELO DE ARNO, por Fernando Dantas, para o jornal O Estado de S. Paulo

PT parece ter a peculiaridade de passar a mão na cabeça dos seus tecnocratas fracassados

Parte 2

Evidentemente, os impulsos têm contrapartida fiscal. Gasta-se de antemão o que não se tem (ou se abre mão de receitas), numa aposta cega de que a economia responderá com aceleração, criando num momento subsequente os recursos para reequilibrar as contas. Havia, porém, um arcabouço institucional voltado à responsabilidade fiscal, que atrapalhava os planos de ministrar o remédio ad infinitum, independentemente da (não) reação do paciente. Arno liderou os esforços para contornar esse arcabouço, com as notórias pedaladas, a contabilidade criativa e a concessão de aval da União a rodo para os Estados se endividarem.

O resultado desastroso da terapia, amplamente previsto por multidões de economistas, chegou de forma mais definitiva e dramática em 2015, com a enorme crise fiscal e econômica que o País está vivendo. O veredicto implícito do desastre, do qual Arno foi um dos principais artífices, foi dado pela própria Dilma Rousseff, ao chamar Joaquim Levy, antípoda acadêmico e ideológico do ex-secretário do Tesouro, para arrumar a casa. Levy foi substituído por Nelson Barbosa, que de forma mais gradualista também tentou combater a crise fiscal para resgatar a confiança. A equipe de Meirelles continua na mesma direção, herdando as propostas de limite dos gastos públicos e da reforma da Previdência.

Na quarta-feira (15/6), de forma quase sobrenatural, Arno disse que o objetivo de Temer é "destruir o que foi construído durante os 12 anos de administração petista" e "colocar o Brasil em condições de não crescimento". É um absurdo tão grande que não há como fugir de duas hipóteses: ou se trata de cegueira em grau assustador para quem chefiou o Tesouro Nacional ou de má-fé intelectual num nível que desmerece o debate público.

A apresentação de Arno foi feita durante um evento da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e aparentemente não foi confrontada. Assim como ocorre com os envolvidos em escândalos (que, aliás, espalham-se democraticamente por todos os partidos), o PT parece ter a peculiaridade de abrigar e passar a mão na cabeça dos seus tecnocratas fracassados. E isso é péssimo para um partido que ainda pode ter um importante papel a representar na história política brasileira.
Herculano
17/06/2016 08:59
O QUE SE VÊ, O QUE NÃO SE VÊ, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Estamos todos prestigiando o que se vê e se ouve nas delações de Sérgio Machado, mas desprezando algo que é igualmente importante: o que não se vê e não se ouve nessas mesmas delações. Juntando as duas pontas - o que ele disse e o que ele não disse - , chegaremos às possíveis consequências desse tsunami que se abate não apenas sobre o governo interino, nem só sobre Brasília, mas sobre todo um sistema de financiamento de campanhas que se embola com a roubalheira pura e simples.

O que se vê e se ouve quanto ao presidente interino Michel Temer na versão de Machado, que presidiu a Transpetro de 2003 a 2014, é que Temer, como vice, teria pedido a intermediação de Machado para obter doações de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012.

O que não se vê nem se ouve é que, apesar de Machado dizer que desviou mais de R$ 100 milhões para a cúpula do PMDB, ele citou Renan (R$ 32 milhões!), Sarney, Jucá e o insaciável Edison Lobão, mas excluiu desse bolo justamente o próprio presidente do partido, que era Temer. Não disse que despejou dinheiro em campanhas, em contas ou no bolso de Temer. No máximo, disse que ele voltou a presidir a sigla para desempatar a disputa entre deputados e senadores peemedebistas por dinheiro. Se a cúpula toda do PMDB estava no "rachuncho", o presidente não deveria estar? Pela delação, não estava.

Tem-se que, pelo que se tem até agora, a situação de Temer no caso Machado está menos para a de Renan, Sarney, Jucá e Lobão, que recebiam boladas milionárias e até mesadas, e mais para, por exemplo, a de Jandira Feghali (PC do B), Cândido Vaccarezza, Jorge Bittar e Luiz Sérgio (PT) e José Agripino Maia (DEM), citados por receberem doações registradas como legais por empreiteiras. Detalhe: eles teriam pedido para eles próprios, enquanto Temer teria pedido para terceiros, ou seja, Chalita.

Nunca se sabe o que ainda pode vir de delações, gravações e versões atingindo o presidente interino e, além disso, foi temerário (sem trocadilho) Temer dizer que "alguém que tivesse cometido esses delitos irresponsáveis não teria condições de presidir o País", referindo-se à acusação de Machado. E se, amanhã ou depois, surgirem evidências de que os dois se encontraram na Base Aérea e discutiram financiamento de Chalita às vésperas da eleição de 2012?

"Você acha que eu preciso de intermediários para falar com empresário, para pedir doação de campanha para a empresa X, Y ou Z? Ainda mais de um sujeitinho (Machado) como esse?", me disse Temer ontem, relatando que recebeu Machado, pelo menos uma vez, no gabinete de vice-presidente e na residência do Jaburu e que, de fato, vez ou outra, para ganhar tempo, mantém conversas na Base Aérea, mas não se lembra desse encontro de 2012.

De qualquer forma, a metralhadora giratória de Sérgio Machado é muitíssimo grave, atinge o coração do PMDB, alveja sete partidos, inclusive o PSDB, e reforça duas questões muito delicadas: 1) qual a alternativa ao governo Temer agora?; 2) se não sobra ninguém e nenhum partido, que candidatos teremos em 2018?

O bloco PSDB/PMDB/PPS/DEM ameaça incluir na acusação contra Dilma Rousseff, no processo de impeachment, o relatório preliminar do TCU apontando 23 irregularidades e/ou crimes de responsabilidade nas contas dela em 2015. Já a turma PT/PC do B/PDT contra-ataca tentando anexar as gravações e delações de Machado na defesa dela. Nada disso deve ter efeito prático, mas aumenta o descrédito geral.

Aliás, bastou a Dilma botar o pé fora do Planalto para o PT trocar de posição com o PMDB: era alvo principal desde o mensalão, agora cedeu a vez ao PMDB de Temer. Confirmando que a munição mais pesada e a maior publicidade (para o bem e para o mal) são sempre para quem está no poder.
Herculano
17/06/2016 08:49
PRESIDENCIÁVEIS SÃO REJEITADOS POR 62% PARA 2018, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento do instituto Paraná Pesquisa avaliou que os possíveis candidatos a presidente em 2018 são rejeitados, em média, por 62,6% dos eleitores. A pesquisa atesta: 73,4% disseram não votar "de jeito nenhum" em Lula, fazendo do petista o mais rejeitado dos candidatos; 62% não votam em Geraldo Alckmin (PSDB); 61,9% em Aécio Neves (PSDB); 58,2% em José Serra (PSDB) e 57,5% em Marina (Rede).

VOTO CERTO
Pela pesquisa, 10,3% votariam em Lula de certeza. Está empatado com Marina (10,1%). Aécio tem 8,5%, Serra 6,6% e Alckmin 6,3%.

VOTO POSSÍVEL
Lula tem o menor "potencial de votos": apenas 13,9% disseram "poder votar" no ex-presidente. Serra tem 32,2%, Marina 30% e Aécio 26,8%.

NÃO É GOLPE
Segundo o Paraná Pesquisa, 66,7% dos brasileiros avaliam que o impeachment de Dilma não é "golpe", como alardeiam os petistas.

DADOS DA PESQUISA
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.044 eleitores, em 162 municípios de 24 estados brasileiros, entre 11 e 14 de junho. A margem de erro é 2%.

RENAN AUTORIZA 'INFILTRADOS' DE JOÃO SANTANA
O presidente do Senado, Renan Calheiros, talvez sem saber, autorizou o trânsito livre da turma ligada ao marqueteiro João Santana, que está preso, na produção de um "documentário do golpe", com a visão petista do impeachment. Ao contrário dos jornalistas que fazem a cobertura da Comissão do Impeachment, cujo acesso é restrito, a equipe de Santana tem passe-livre ao Senado só desfrutado por senadores.

BOCA LIVRE PÚBLICA
A turma do "documentário do golpe" utiliza como "bases" os gabinetes e até carro oficial dos petistas Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann.

PEDIDO NEGADO
O credenciamento da turma de João Santana foi recusado pela área de Comunicação do Senado. Mas Renan fez exceção à norma padrão.

MILÍCIA EM AÇÃO
O grupo do "documentário do golpe" constrange senadores, jornalistas e até assessores. E se recusa a revelar, é claro, quem os financia.

PROJETO DE REJEIÇÃO
O Senado pode barrar o ex-chanceler petista Antônio Patriota para a embaixada do Brasil em Roma. Ele constrangia diplomatas bajulando Dilma, apesar do bullying que sofria dela. Pode ter a mesma sorte do irmão Guilherme, cuja indicação para Genebra o Senado rejeitou.

ÍMPETO FREADO
O presidente Michel Temer pretendia um pronunciamento muito mais duro contra Sérgio Machado, mas foi desaconselhado por assessores. Acabou convencido do risco de "descer ao nível do delator".

PEDE PRA SAIR, MINISTRO
Coube ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) a missão de passar a Henrique Eduardo Alves o recado do presidente Michel Temer, solicitando que se demitisse. Esta coluna informou segunda-feira (14) que tem sido estimulada a saída voluntária de ministros sob suspeita

NOVOS TEMPOS
O ministro Blairo Maggi se reuniu no Banco do Brasil para discutir dívidas dos produtores rurais. Diretor de agronegócio, José Carlos Reis, ficou impressionado: "Nunca fizeram isso [na era PT]", disse.

MAIS DO MESMO
A Cia Nacional de Abastecimento (Conab) será chefiada pelo PTB no governo Michel Temer. A desculpa é a mesma dos Correios, feudo do PSD: tudo fora acertado antes da determinação de "nomes técnicos".

#NÃOVAITERGREVE
Enquete entre estudantes da Universidade de Brasília sobre a proposta de greve estudantil "contra o golpe e os cortes do governo Temer" mostrou que 81% são contrários. Somente 19% querem a folga marota.

MINISTRO DEBAIXO DE SAIAS
Após Gleisi Hoffmann (PT-PR) citar a demissão de Henrique Alves, na reunião do impeachment, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) reagiu: "Os ministros deste governo se demitem, não se escondem na saia de ninguém". Até Gleisi achou graça. Pareceu concordar.

DENTRO DA LEI
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), rebate a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. "Não há mal um presidente de partido pedir doação oficial", avalia.

PENSANDO BEM...
...agora sem o cargo e sem foro privilegiado, o ex-ministro do Turismo Henrique Alves deveria reservar passagem com destino a Curitiba.
Herculano
17/06/2016 08:42
SEXTA-FEIRA DE CHUVA E FRIO. DIA DE LAMA NATURAL E SAUDÁVEL. DIA PARA LER, CONVERSAR E REFLETIR SOBRE A LAMA DOS POLÍTICOS CONTRA SEUS ELEITORES, OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS, SUAS CONVERSAS FIADAS PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, POBRES, ASSISTIDOS, DEPENDENTES E FANÁTICOS. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
17/06/2016 08:38
VENDAM A PETROBRÁS E O RESTO!, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Sérgio Machado me parece o mais despudorado de todos os que fizeram delação premiada. Seja ou não verdade tudo o que diz, nota-se a sua disposição de arrastar, e com certo prazer perverso, companheiros de viagem para a lama na qual chafurdou e se refestelou sem quaisquer limites. Que tipo de gente converte a própria família numa organização criminosa?

Ele é também chegado a uma metáfora bastante crítica sobre o padrão de governança no Brasil. Olha o próprio país com esgar de desprezo em razão dos maus costumes de sua elite dirigente. Machado é certamente do tipo que aprecia a honestidade e a rigidez de alguns governos europeus. Mas deve considerar que isso não é pra nós.

Em solo pátrio, ele prefere ser agente da bandalheira. Exportou um braço do clã, um filho, para fazer safadeza lá fora. Roubava para partidos e roubava para si mesmo. Consta que vai devolver R$ 75 milhões.

Uma de suas expressões despertou em mim certo fascínio enojado, mas que dá o que pensar. O homem afirmou que a Petrobras é "a madame mais honesta dos cabarés do Brasil". Bem, a minha primeira tentação é pedir que Machado tenha mais respeito com os cabarés. Quando se trata de metaforizar, as mulheres dedicadas a divertir os outros por dinheiro não merecem ser associadas a boa parte dos políticos. Até porque têm o direito de fazer as próprias regras para o seu corpo. A canalha que tomou conta do Estado é que não tem o direito de usar o Brasil como propriedade privada.

Que mal fizeram as putas todas ao país? Respondo: nenhum! E essa gente que está por aí, que converteu a "política" numa grande delegacia de "polícia"? O Brasil resgatou a origem comum dessas duas palavras, que a civilização havia se encarregado de separar.

"Madame mais honesta dos cabarés"? Machado quis dizer que, na comparação com outros órgãos públicos e com outras estatais, até que a Petrobras é bastante séria. E quem o diz é um criminoso confesso, que passou os últimos 13 anos da vida assaltando os cofres públicos.

Digam-me aqui: quem há de negar que, nesse particular ao menos, ele fala a verdade? A Transpetro só foi um antro de roubalheira porque é subsidiária de uma estatal. E então se chega ao nome do problema.

É claro que acredito na possibilidade de haver dirigentes honestos de empresas públicas, mas prefiro depender pouco do arbítrio pessoal. Enquanto houver estatais no país, que sirvam aos interesses de partidos e de políticos, os brasileiros continuarão vítimas de safados. É preciso cortar o mal pela raiz.

E a raiz do mal é o estatismo, que impõe à iniciativa privada o comportamento criminoso. E não estou dizendo que os empresários que se meteram em lambanças sejam vítimas. São criminosos também. Quando se tem, no entanto, Machado no comando, qual é a alternativa para fazer negócios com a Transpetro? E a quem Machado servia?

Não é mera coincidência que os maiores escândalos da nossa história tenham vindo à esteira da demonização das privatizações, empreendida pelo PT, e pela óbvia hipertrofia do Estado nesses últimos 13 anos.

Uma estrutura criminosa dessa dimensão não teria sido erigida sem o aporte de uma cultura que valorize o crime: o estatismo.

O resto é conversa mole de falsos indignados. Privatização já!
Herculano
17/06/2016 08:35
RECUPERAR A PETROBRÁS, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

A Petrobras descobriu que o campo de Libra, que explora junto com sócios de vários países, tem mais petróleo do que se imaginava e a empresa está conseguindo reduzir o tempo necessário para a perfuração dos poços e a extração do petróleo. Notícias assim dão novo gás à companhia que tem estado há dois anos mais ligada às notícias sobre o escândalo de corrupção.

Apesar das boas notícias, a empresa tem um longo trabalho pela frente para reconquistar a confiança da sociedade e do mercado. Para entender mais da empresa que passou a presidir, Pedro Parente, tem feito reuniões com funcionários para ouvi-los. Nestes encontros, vem o desabafo de trabalhadores que ouvem ofensas quando dizem que são da Petrobras.

- Foi uma minúscula minoria de funcionários que produziu esse problema. A grande maioria é de gente decente, honesta, trabalhadora. Tive reuniões dramáticas, com mais de 4.000 colaboradores. Relatos de pessoas que dizem: "eu ando nas ruas e as pessoas me dizem: 'você é Petrobras, então é Lava-Jato'". A maioria está envergonhada com o que aconteceu - conta.

Em entrevista que concedeu ontem ao meu programa na GloboNews, Pedro Parente detalhou a notícia que foi divulgada na noite da quarta-feira:

- O último poço perfurado em Libra mostra uma coluna de petróleo de 410 metros. A melhor medição feita até agora é da ordem de 301 metros. Isso é uma indicação da quantidade de óleo.

A produtividade média por poço aumentou, e o tempo de produção de petróleo caiu pelo esforço contínuo de aperfeiçoar tecnologias. O principal custo de exploração e produção é a perfuração de poços. Como as sondas são pagas por dia, há uma importante redução de custos, quando se diminui o número de dias necessários para a perfuração.

- Nós reduzimos junto com nossos parceiros a menos da metade os custos de produção em termos de dias necessários.

Apesar de ser uma pequena minoria de funcionários que fez o enorme estrago na empresa, ele admite que isso só foi possível porque "o sistema de governança e controle não estavam funcionando", por isso outra área de atuação é exatamente a de melhorar a governança.

- Outro aspecto da questão é lembrar que a gente tem que fazer a empresa se recuperar dos resultados desse processo de roubalheira que aconteceu e de má gestão. Vários projetos mostraram investimentos elevadíssimos e sem qualquer retorno ?" disse.

Um dos investimentos é o Comperj, no qual foram gastos US$ 13 bilhões. Ele diz não saber se o investimento será recuperado e que há um custo enorme com segurança e manutenção. Por enquanto está definido que a parte de gás será terminada. Para o resto não há previsão.

A empresa terá que fazer um programa de venda de ativos para reduzir o seu alto grau de endividamento, que está em cinco vezes a geração de caixa, quando o saudável é de uma ou duas vezes. Perguntei sobre alguns ativos à venda, e Parente contou que esta semana recebeu as propostas para a compra de uma fatia da BR Distribuidora.

- Temos que analisar essas ofertas para ver se elas estão valorizando adequadamente esse ativo. Se não estiverem, nós temos que revisitar essa discussão.

Parente disse que ainda não avaliou as opções para a Braskem. Sobre o gás, contou que duas unidades de liquefação com suas térmicas foram postas à venda, o que também pode acontecer com as distribuidoras.

Sobre os preços dos combustíveis, Pedro Parente contou que a Petrobras já tem liberdade de preços. Ele disse que considerou, ao ir para o cargo, que para recuperar a credibilidade no mercado e na sociedade a empresa precisaria de liberdade na definição de preços e de não ter interferência política nas nomeações.

Perguntei sobre o fato de estar fazendo planos de longo prazo num governo que é interino. Ele disse que não há tempo para pensar na interinidade.

- A empresa precisa de uma estratégia que vá além do curto prazo. Os investimentos da Petrobras têm maturação longa, de dez anos ou mais. O pior erro seria ficar parado esperando a decisão do Congresso sobre o processo de impeachment.

O que ele tem em mente como objetivo mais importante é fazer o país voltar a ter orgulho da empresa.
Herculano
17/06/2016 08:31
VÃO SER DESMASCARADOS

A atual crise institucional política ensina que os candidatos de outubro devem ser o mais sinceros e transparentes possíveis para se identificarem com a indignação dos eleitores.

Tem candidato em Gaspar que parece desafiar estas premissas.

Um está há oito anos sobrevivendo de política e cargos políticos. E ao ser candidato, diz que quer ser mais. Entretanto, diz que não vive da política.

Outro diz que veio da iniciativa privada e teve dificuldades de se adaptar ao meio político. Que teve e tem dificuldades, todos reconhecem, mas o que fez na iniciativa privada de relevante vai ter que explicar, antes que seus ex-companheiros de trabalho detalhem. E vai ser desastroso. Acorde, Gaspar!
Herculano
17/06/2016 08:26
REAÇÃO EMBLEMÁTICA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O presidente Michel Temer fez bem em refutar publicamente as acusações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de que intermediou uma propina para a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo. A frase emblemática de sua indignação é politicamente desastrosa, mas ao mesmo tempo, por isso mesmo, reveladora de uma verdadeira indignação.

'Alguém que teria cometido aquele delito que o cidadão (Sérgio) Machado mencionou não teria condições de governar o país", afirmou o presidente interino, no que pode ser considerada a antítese do que um político cauteloso, como é Temer, faria em situação análoga. Mas Temer sabe que a sua não é uma situação qualquer.

Enquanto não estiver efetivado no cargo, o que só acontecerá se o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, for aprovado pelo Senado, ele só ganhará credibilidade com ações concretas, e não pode se dar ao luxo de deixar que desconfianças cresçam em torno de seu governo, já abalado por vários casos de suspeitas de corrupção no primeiro mês.

O presidente interino perdeu ontem mais um ministro, o do Turismo, Henrique Eduardo Alves, da cota dos que nunca deveriam ter sido nomeados, pelo potencial de problemas que sabidamente trariam. A denúncia de Sérgio Machado sobre a suposta intermediação de Temer a favor de Chalita é um tiro de raspão, e não parece ter muita lógica no xadrez político em que transitam o senador Renan Calheiros, o protetor de Machado, e Temer.

Os dois disputam a liderança do PMDB e recentemente estiveram a ponto de duelar pela presidência do partido. Não é crível que Machado se dispusesse a ajudar Michel Temer a se fortalecer elegendo o prefeito de São Paulo. Os procuradores de Curitiba terão muito trabalho para confirmar certas denúncias de Sérgio Machado, pois elas não batem com a realidade política.

É o caso do deputado Heráclito Fortes, do PSB, que responde com seu habitual bom humor à denúncia de que pediu propina para liberar um projeto de interesse da Transpetro em uma comissão que presidia: "Que diabo de propina é essa que você faz um favor agora e só vai receber dois, três anos depois?". É que Heráclito, à época, era senador e tinha mandato mais longo.

Também o senador Aécio Neves rebate a denúncia alegando que em 1998 não havia nenhum projeto de ser presidente da Câmara dois anos depois, e que, se tivesse que eleger uma bancada para apoiá-lo, elegeria deputados de diversos outros partidos, pois o PSDB normalmente elegeria uma grande bancada por estar no governo. Seria uma ação como a que o deputado afastado Eduardo Cunha fez para se eleger presidente da Câmara, financiando uma bancada suprapartidária de grandes dimensões.

São questões que as investigações poderão esclarecer, mas, enquanto isso não acontece, todos os envolvidos nas denúncias ficarão com uma espada sobre a cabeça por um bom período. Por isso fez bem o presidente interino ao reagir imediatamente e com rapidez, pois ninguém mais do que ele precisa se apoiar em uma legitimidade que, no momento, somente uma atuação política eficiente e acima de suspeitas pode dar.

As medidas econômicas que o governo vai enviar ao Congresso, especialmente a que coloca um teto nos gastos públicos, representam essa possibilidade. A curto prazo, no entanto, ações políticas simbólicas são importantes, e por isso a saída do ministro Henrique Eduardo Alves é outra medida importante para evitar novos problemas.
Herculano
17/06/2016 08:22
DIA 31 DE JULHO TODOS NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO, OS CORRUPTOS, OS LADRÕES DOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS QUE FALTAM À SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E OBRAS, CONTRA A DESORGANIZAÇÃO DA ECONOMIA, A ALTA INFLAÇÃO, CONTRA A VOLTA DE DILMA VANA ROUSSEFF AO PODER COMO QUER O PT, PCdoB, PDT, PSOL, CUT, MST, MTST E OUTROS
Herculano
17/06/2016 08:18
O PAÍS E SEU GOVERNO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Brasil enfrenta dois grandes problemas. Um deles é a corrupção generalizada na vida pública. A delação de Sérgio Machado, portanto, não conta nenhuma novidade, apenas confirma e aumenta a lista dos suspeitos que sempre frequentaram a política brasileira e se tornaram mais conspícuos desde que a corrupção foi elevada à condição de método pelos governos do PT e seus aliados. E é por se terem tornado os principais agentes da corrupção no governo que os petistas foram os primeiros a ser denunciados e condenados, a partir do mensalão. Como era inevitável, sobram denúncias agora para os ex-aliados do lulopetismo, e de quebra para quem, antes na oposição ?" como os tucanos ?", é acusado agora de ter-se comportado exatamente "como todo mundo".

De qualquer modo, é motivo de regozijo a evidência de que pelo menos esse grave problema nacional ?" a corrupção na vida pública ?" começa a ser enfrentado com determinação e eficiência. A exacerbação do sentimento de impunidade dos corruptos teve o efeito positivo de estimular o País a reagir homogeneamente. A Operação Lava Jato simboliza esse fenômeno. Por essa razão, ela é intocável.

A boa notícia de que está aberto o caminho para o combate eficiente à corrupção não elide o fato de que existe um país a ser governado ?" e esse é o outro problema a que nos referimos no início deste editorial. Um país a ser resgatado, para começar, do fundo do poço em que foi jogado pela irresponsabilidade populista, com decisiva colaboração dos corruptos de todas as bandeiras.

A quem cabe a responsabilidade de governar o País?

Mais uma vez, a resposta é institucional. Essa responsabilidade cabe a quem foi eleito para substituir o presidente da República em seus impedimentos ?" como é o caso no momento ?" e suceder-lhe na eventualidade da vacância do cargo, que ocorrerá quando se consumar, como tudo indica que acontecerá, o impeachment de Dilma Rousseff: o vice-presidente Michel Temer.

Temer é um dos nomes citados por Sérgio Machado como beneficiário do esquema de corrupção na Transpetro, por ter sido atendido, em 2012, segundo o delator, no pleito de uma "doação" de US$ 1,5 milhão para a campanha do então candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita. Trata-se de uma denúncia que deve ser rigorosamente investigada e, se for comprovada, levará Temer a julgamento quando não estiver mais exercendo o mandato presidencial, de acordo com os mesmos dispositivos legais que no momento protegem Dilma.

Michel Temer é o presidente em exercício e é a ele que cabe a responsabilidade constitucional de governar o Brasil, enfrentando a extremamente difícil tarefa de corrigir os erros e equívocos de 13 anos de lulopetismo. Outra coisa é o boicote revanchista por parte daqueles que acusam o governo de ser "golpista" e "ilegítimo". Mas é o que se pode esperar dos corruptos que levaram a desesperança aos lares brasileiros ou de quem ainda se ilude com os políticos que por mais de uma década prometeram a igualdade e grandeza e entregaram uma economia falida.

Soluções alternativas e miraculosas para colocar o País no rumo certo, como a delirante ideia da convocação de eleições presidenciais antecipadas, só servirão para tumultuar ainda mais o ambiente político, satisfazer momentaneamente a sanha revanchista de Lula e sua tigrada e, pior do que tudo isso, retardar a adoção das medidas e dos programas urgentemente reclamados para atacar a questão que está na origem de todos os problemas sociais que a cada dia mais se agravam. O fato de Michel Temer ter sido citado na delação de Sérgio Machado não pode ser pretexto para que o País experimente a paralisia que muitas vezes precede a catarse. O governo não pode perder um minuto no combate, entre outros, ao enorme desajuste das suas contas, com todas as consequências negativas na atividade econômica, provocado pela farra do populismo irresponsável do PT com os recursos públicos.

Em resumo: a corrupção é endêmica, mas está sendo firmemente combatida com o indispensável apoio dos brasileiros. A tarefa ainda mais difícil e complexa de tirar o País do buraco é responsabilidade do governo que, gostemos ou não, saiu das urnas de 2014.
Herculano
17/06/2016 08:08
VIVA AO QUE É MENOS PIOR, por Rodolfo Amstalden, de O Antagonista

Já dá para perceber.

A economia brasileira está a reverter tendências de queda.

Não é da natureza humana celebrar menores quedas.

Queremos mesmo é comemorar as altas; de preferência, cada vez maiores.

Mas reversão de queda é o que temos por ora, e dou graças.

A linha é tênue entre o parar de piorar e o começar a melhorar.

No mundo financeiro, aqueles investidores que tentaram traçá-la perderam o bonde da história.

Não me dou, portanto, a traçar linhas tênues.

Com o que me animo, então?

Uma vez engatilhado o ciclo virtuoso, quase nada é capaz de detê-lo.

Nem mesmo o Brexit, nem mesmo o Banco Central americano.

Você leu no Antagonista: ontem, Abílio Diniz reuniu pesos-pesados da economia para um jantar com Eliseu Padilha.

Os convidados se mostraram entusiasmados com as medidas já anunciadas, em especial a que prevê um teto para os gastos do governo.

Eles acham que agora vai.

Não sou peso-pesado, mas acho assim também.

Agora vai menos pior, e logo vai melhor.

Estou ansioso para este segundo semestre.

Meu amigo, que senta à minha frente, brincou de falar de +3% de PIB em 2017.

Da última vez que ele acertou brincando, tivemos o fim do Brasil.

Que venha o recomeço.
Herculano
17/06/2016 07:58
INVERNO EM CURITIBA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

No poema de Antônio Cícero, o inverno no Leblon é quase glacial. Lembrei-me do poema e da canção cantada por Adriana Calcanhotto porque fez frio no Leblon. Imagine em Curitiba.

Enquanto a economia brasileira vai, aos poucos, buscando seu rumo, a imprevisibilidade maior está na política e em seus desdobramentos.

O deputado Eduardo Cunha deve cair e pode passar o inverno na cadeia. Isso é previsível; o comportamento dele, uma incógnita. Seria ele capaz de enfrentar longos anos de cadeia, sem buscar um acordo de delação premiada?

O mais resistente dos empresários, Marcelo Bahia Odebrecht, parece decidido a fazer a delação premiada. Os que resistem com base ideológica, como José Dirceu e João Vaccari Neto, teriam acenado com uma nova modalidade de acordo: a leniência partidária.

De um modo geral, os acordos de leniência são feitos com empresas. Um acordo de leniência partidária seria uma jabuticaba, e sua menção foi criticada por procuradores. Tudo indica que suas chances são mínimas. A proposta revela uma inflexão. Os partidos são responsáveis pelo que aconteceu nos governos do PT. Vaccari não pegava todo aquele dinheiro para guardar em sua mochila. Nem José Dirceu usou a fortuna que lhe foi destinada apenas com gastos pessoais.

O que eles parecem estar querendo dizer é isto: não é justo que apenas alguns indivíduos paguem por um comportamento que envolve uma organização partidária.

Naturalmente, está contida nessa proposta a sugestão de que trabalharam para o partido e esperam, agora, uma socialização da responsabilidade.

É possível que esteja embutida na proposta a espera da própria redução da pena, na suposição de que a divisão do fardo alivie os ombros dos indivíduos.

Acho ingênuo supor que os partidos sobrevivam depois de reconhecerem sua culpa e pagarem pesadas multas. Mas, se escaparem, não estariam sobrevivendo como uma farsa, fingindo que nada aconteceu?

Uma outra variável importante neste cenário foi o pedido de prisão da cúpula do PMDB. O pedido vazou, foi criticado, defendido e acabou sendo negado esta semana pelo ministro Teori Zavascki.

Observando-o à distância, dois fatores emergiram no próprio vazamento. Um deles é a articulação para sabotar a Operação Lava Jato. O outro, a pura distribuição de propinas: quem levou quanto, por que e quem entregou o dinheiro?

Mesmo sem entrar no mérito de um texto que desconheço, é possível concluir que não só teremos o presidente da Câmara preso, mas o do Senado sob constante pressão.
Herculano
17/06/2016 07:57
INVERNO EM CURITIBA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

A Lava Jato tem seu rumo, a recuperação econômica, também o seu. Cada qual segue seus trilhos, mas a tendência no horizonte é de que a Lava Jato, por meio de extensas delações, apresente uma radiografia completa do processo de financiamento político no Brasil.

Isso significa que é muito tênue o fio da recuperação econômica quando o processo político entra em decomposição.

Muitos acham que o problema foi resolvido com o financiamento público de campanha. Não foi. Há sempre novos truques na cartola. E a Lava Jato não conseguirá repatriar todo o dinheiro desviado, favorecendo alguns competidores no futuro próximo.

Os partidos seguem um pouco como sonâmbulos. Mas deviam perceber que, apesar da responsabilidade dos indivíduos, o próprio sistema político se inviabilizou.

Nada será como antes da Lava Jato. Será preciso aprender a fazer campanha com pouco dinheiro, quase nenhum, abandonar as superproduções do marketing, retornar ao mundo das ideias.

A ideia de José Dirceu e de Vaccari ?" se é que é deles mesmo ?" não tem nenhuma chance de vingar. Mas isso não impede os partidos de buscarem a Lava Jato dispondo-se a discutir responsabilidade e reparação.

Imagino como as raposas do PMDB ou mesmo o núcleo duro do PT devam achar ridícula essa proposta. Lembro apenas de uma frase célebre: a raposa sabe muitas coisas, o porco-espinho sabe uma só, que é se defender.

O estar na cadeia é a compreensão de que o mundo ruiu e o passar do tempo na cela, um longo aprendizado sobre negação, resistência e, finalmente, o desejo de negociar.

A experiência de cadeia também mostra que, quanto mais autoconfiante você se mostra, mais dura é a queda.

O que José Dirceu e Vaccari parecem ter dito com a proposta é isto: Não fomos apenas nós. Onde estão os outros?

Esse tipo de apelo parece muito distante de Lula, que é a voz mais poderosa do PT. Ainda há poucos dias ele voltou a dizer numa entrevista para o exterior que ninguém é mais honesto do que ele, nenhum procurador, juiz ou delegado.

Ele não consegue entender o absurdo de sua frase. Como é que o líder máximo de um partido que dominou o País com uma corrupção sistêmica, com tantos companheiros na cadeia, continua se achando o mais honesto do País?

Lula e Dilma vivem ainda na fase da negação. O que prolonga essa ilusão é a certeza de que muitos não conhecem os fatos e os tomam por perseguidos políticos. E que os círculos mais próximos continuam coniventes com tudo o que aconteceu na presunção de que o cinismo é a única alternativa num mundo em que os fatos importam menos que as narrativas.

Os ventos que sopram de Curitiba podem congelar essas ilusões. Marcelo Odebrecht, José Dirceu e João Vaccari Neto, a julgar pela ideia de leniência partidária, descobriram que acabou o tempo de fingir que não aconteceu nada.

Aprender com os caídos torna a própria queda menos dolorosa. Não posso garantir que a verdade liberta. Ela pode levar gente para a cadeia. Mas seu efeito positivo será uma lufada de vento fresco na política brasileira.

O faz de conta vai acabar e a realidade que nos espera é um sistema político em ruína. Pode ser o marco inicial da reforma.
Herculano
17/06/2016 07:49
FALTA DE PREPARO PARA EXERCER SERVIÇO PÚBLICO, por Odir Barni. Postado originalmente na quinta-feira, dia 16, à tarde.

Caro, Herculano; acabei de telefonar para a Prefeitura Municipal de Gaspar onde trabalhei durante 22 anos,fui contador, fiscal de tributos, fundador do SNTRASUG onde fui presidente por 6 anos.Quem me atendeu não foi ninguém que me conhece, devem ser jovens mas com pouca habilidade para tratar com as pessoas. Ontem falei com a Célia e a Fátima ambas do setor financeiro e contábil, um tratamento de colega de trabalho, nunca perguntei nada que pudesse prejudicar seus trabalhos. Só queria saber quando sairia a metade de nosso décimo terceiro. Fátima me disse sexta feira estará na conta. Tive a infelicidade de fundir o motor de meu carro e, como sou transparente em tudo que faço, perguntei para o RH se seria possível me informar o quanto vai para minha conta para poder acertar com o mecânico. A primeira jovem me atendeu com muita atenção, passou o telefone para uma segunda. Aí vem minha indignação; perguntei se ela poderia me dizer o quanto iria pra minha conta; ela me respondeu.... vai a metade de seu salário! Ponderei dizendo, eu não pego mensalmente a folha não seu quanto enho de desconto, sei que os descontos sã feitos na segunda parcela em dezembro. Pra concluir: a moça me disse...vai ao banco amanhã que você vai saber. Pra não ofender a administração que tenho muito respeito,desliguei o telefone. Esta é uma grande preocupação que eu sempre tive na minha vida de servidor; como tratar o munícipe e os servidores inativos que já deram suas contribuições no passado. Esta moça não sabe que o seu salário e suas vantagens foi nós do SINTRASPUG que elaboramos no Plano de Cargos e Salários Me lembro o nome da servidora mas não vou declinar, seria ante ético, s[o faço este registro para mostrar como um prefeito perde uma eleição depois de fazer tantas obras asfálticas. Somos inativos, somos velhos, mas não somos ignorantes. Salve Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
17/06/2016 06:08
Tomás Turbando...rindo até 2100!!!!KKKKKKKK


Cardozo tenta constranger Janaina Paschoal e torna pública sua imbecilidade

José Eduardo Cardozo foi ler uma lista de "renomados juristas que defendem Dilma Rousseff contra "o golpe". Entre eles, um chamou a atenção.

Esse é Eduardo Cardozo, o Garibaldo. Tempos atrás levou um exercício escolar do primário para defender Dilma, comparando as pedaladas a uma "compra em uma feirinha". Agora foi querer usar a falácia do apelo a autoridade para constranger Janaina Paschoal e caiu em uma pegadinha infantil. O problema de Cardozo é que além de petista, desonesto e golpista, ele ainda é idiota.

https://oreacionario.com/2016/06/16/cardozo-tenta-constranger-janaina-paschoal-e-torna-publica-sua-imbecilidade/

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